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Operações Unitárias 3

Destilação de Misturas
Binárias

Prof. A. Argondizo
Objetivos (alguns)

• Qual o “tamanho”?

Número de estágios e a distância entre eles → altura

Como determinar o diâmetro para uma certa condição

• Condensador
Qual o calor trocado? Quanto consome de H2O?

•Refervedor

Qual o calor trocado? Quanto consome de vapor?

•Alimentação

Como influencia? Em qual posição insiro a alimentação?


Separação em um único estágio: limitações

➢ Considere a seguinte situação: você precisa separar uma mistura


equimolar (50-50%) de hexano (+volátil) de octano em um tambor de
flash, obtendo um produto com pureza 95%

Se vaporizarmos metade
desta mistura (=0,5), 0,58
produziremos um vapor
contendo: 0,55
yi=0,55; xi=0,45 0,50
 −1
slope =

O aumento do grau de
pureza é obtido às custas
da diminuição da fração 0,45 ZF=0,5
vaporizada (produz
pouco!)
Usando mais de um separador (sequência de estágios)

➢ Uma solução, é utilizar o destilado proveniente do tambor e


condensá-lo parcialmente (50%), produzindo um líquido (fundo) que
será mais pobre no componente mais volátil, o que implica que o
vapor remanescente seja mais rico no componente mais volátil.

50%

= 0,5
Usando mais de um separador (sequência de estágios)

➢ Este procedimento pode ser repetido várias vezes, até a


composição do vapor atinja o valor desejado (95%).
➢ Apesar de atingirmos o objetivo, deve-se notar que
estamos desperdiçando uma grande quantidade do
componente de interesse, nas correntes do produto de
fundo.
➢ Da primeira unidade, estamos perdendo: 1 mol alimentado
e fração vaporizada ( = 0,5) tem-se (considerei x1=0,45)
(1 – ).x1 = (1 – 0,5).0,45  0,25 (mols)
✓ Ou seja, perde-se cerca de 25% do componente.
➢ Requer n+1 Trocadores de Calor (um trocador de calor
será necessário para condensar o produto do último
tambor flash ($$$)
Usando mais de um separador (sequência de estágios)

➢ As duas deficiências apontadas podem ser removidas através de


uma modificação: reciclo do produto de fundo de uma unidade
para a alimentação da unidade anterior.

➢ Ao invés de n+1 Trocadores de Calor precisamos apenas de 2.


➢ Este arranjo elimina os trocadores de calor
intermediários, restando somente um aquecedor e um
condensador.
➢ O resultado de um arranjo (cascata) em contra-corrente
é muito melhor do que o de uma série de tambores flash:
➢ Teremos somente uma corrente de efluente (resíduo –
B), ao invés de uma corrente para cada tambor;
➢ A composição desta corrente (B) será, em geral, mais
pobre no componente +volátil.
Coluna (torre) de estágios (pratos) com refluxo

➢ Evolução operacional do conceito da


utilização das várias etapas de flash;
➢ Um único equipamento (diminui o custo
de investimento);
➢ Um condensador e um refervedor;
➢ Boa capacidade de recuperação

Prato = estágio (eq. TD)


Coluna em estágios em equilíbrio
Caminho de vapor e líquido

Regiões da coluna

Ln-1 Vn
xn-1 yn
estágio n Terminologia e convenção

Ln Vn+1
xn yn+1 Vn em equilíbrio com Ln
A coluna em estágios em equilíbrio com refluxo
Uma coluna de destilação binária com múltiplos estágios de fluxo contracorrente
consiste geralmente de:
• Um condensador total: para produzir um refluxo que tem como função gerar
um produto destilado em fase líquida.
• Um refervedor parcial para produzir vapor que retorna para a torre e um
produto de fundo.
•Um estágio intermediário de alimentação.

Esta configuração permite a obtenção de um grau elevado de separação, exceto nos


casos onde existe azeótropos, neste casos um dos produtos chegará a concentração
do azeótropo.
Condensador total

Vaso de Refluxo
Estágios da seção Refluxo Destilado
de retificação

Alimentação
Estágio de Alimentação

Estágios da seção Vapor


de esgotamento
Refervedor

Fundo
Dimensionamento de uma coluna de destilação

❑1ª Etapa: uso de dados e/ou modelos termodinâmicos para se


determinar o equilíbrio das fases (composições do líquido e vapor em
equilíbrio nas condições de funcionamento da coluna) e as grandezas
e propriedades (Cp,... Entalpia,...) dos componentes.

❑2ª Etapa: determinação do número de estágios teóricos (em equilíbrio)


para se alcançar a separação pretendida ou, partindo de uma coluna
existente, determinar a separação que se pode obter.

❑3ª Etapa: determinação do número de estágios “reais” aplicando


conceitos de eficiência ao número de estágios ideiais obtido.

❖ O projeto detalhado envolve a resolução das equações dos


balanços (massa e energia) de modo conjunto às equações de
equilíbrio LV e, em geral, e envolve o uso de simuladores
(Aspen).
Análise para uma coluna de destilação BINÁRIA

❖ Para sistemas binários o n° de estágios pode ser obtido a partir


de balanços (BM e BE) aplicados estágio-a-estágio, a partir de
um dos extremos da coluna resolvidos simultaneamente com as
relações de equilíbrio termodinâmico.

❑Este problema foi primeiro apresentado por Sorel (1893) e soluções


(gráficas) para as equações de Sorel foram desenvolvidas
independentemente por Ponchon (1921) e Savarit (1922).

➢ Sorel: método algébrico de tentativa e erro.


Ponchon-Savarit: resolução gráfica do método de Sorel.
Método de Ponchon-Savarit – resolução das equações de Sorel
A hipótese de Lewis

❑Analisando o desenvolvimento de Sorel, Lewis (1922) observou que


para muitos sistemas (contendo hidrocarbonetos), as entalpias de
vaporização eram constantes e, por isto, era razoável admitir como
constantes as vazões de vapor e de líquido em cada seção
(retificação e esgotamento) da coluna.

➢ Esta aproximação trouxe simplificações


consideráveis ao método de cálculo estágio a
estágio por tentativa e erro.

Warren K. Lewis
Método de McCabe-Thiele

•A partir da hipótese de Lewis, McCabe e Thiele (1925) desenvolveram um


método de resolução gráfica que por sua simplicidade e facilidade de aplicação
revolucionou os cálculos associados às colunas de destilação.
Método de McCabe-Thiele: vazão em mol constante

✓A coluna é adiabática.
✓As mudanças de calor sensível (aquecimento e resfriamento de
correntes) são desprezíveis comparadas às mudanças de fase
(calor latente).
✓Os dois componentes (e a mistura) tem entalpias (molar) de
vaporização iguais e constantes.
✓Estas condições (hipóteses de McCabe-Thiele) conduzem à
condição de vazão em mol constante (na seção!).

➢ Vazão em mol constante → o número de mols que se


evaporam em cada estágio é igual ao número de mols de
vapor que se condensam.

❑ Condição: vazão (em mol) de LÍQUIDO e de


VAPOR são aproximadamente constantes em UMA
SEÇÃO da torre.
Vazão em mol constante em cada seção da torre

Vazão (em mol) constante das


Estágios da seção 1 D fases V e L
de retificação
2

F
f Estágio de Alimentação

Estágios da seção
de esgotamento N

Vazão (em mol) constante das


fases
B V L

➢ A presença da corrente da alimentação (F) faz com que as


vazões (V e L) sejam diferentes entre as seções da torre.

Retificação: V Esgotamento: V
L L
Método (gráfico) de McCabe-Thiele

❖ Embora métodos computacionais


modernos sejam mais fáceis de
implementar e forneçam
resultados mais acurados, a
construção gráfica de McCabe-
Thiele facilita a visualização de
aspectos fundamentais
importantes.

W.L. McCabe and E.W. Thiele


“Graphical Design of Fractionating Columns”
Industrial and Engineering Chemistry, 17, 605 (1925)
Método de McCabe-Thiele

❖ O método de McCabe-Thiele determina: o N (número de


estágios); a razão de refluxo (R) a ser empregada (em função de
um valor mínimo) e a locação ótima do prato de alimentação.
❖ Após a aplicação do método, balanços de energia são efetuados
a fim de se determinar as necessidades energéticas do
condensador e refervedor.

❖ Além da curva de equilíbrio, o método emprega a linha


diagonal (y=x) como referência e, também, linhas de operação
distintas para as regiões superior (enriquecimento) e inferior
(esgotamento) da torre. A tudo isto soma-se, a linha de
operacional da alimentação (linha q) relacionada à condição
térmica da alimentação.

❖ A obtenção destas linhas, a partir dos balanços materiais nas


regiões de interesse, corresponde ao próximo tópico.
Análise para uma coluna de destilação BINÁRIA

O balanço de massa para o componente mais volátil em torno da coluna dá:


(5.1)
FxF = DxD + BxB

F = D+ B ou B = F−D (5.2)

Substituindo o último resultado no BM (componente):

 xF − xB 
D= F  (5.3) D, xD
 xD − xB  1 Refluxo
2 Destilado
Alimentação (L/V)
f
F, xF
Vapor
N
Base
B, xB
Balanço de massa - seção de retificação (superior)

Um BM para o componente + volátil em torno dos n estágios da


seção de retificação incluindo o condensador:

Vn+1y n+1 = Ln x n + Dx D (5.4)

D
Que pode ser rearranjada: 1 L xD
Ln D n
yn+1 = xn + xD
Vn+1 Vn+1 (5.5)
Ln Vn+1
xn yn+1

É uma equação que representa as condições na seção – Linha de Operação (LO)

✓ A Eq. 5.5 mostra que, a menos que as Ln e Vn+1 sejam constantes, as linhas
de operação serão curvas e, somente poderão ser plotadas, se a mudança
nas vazões com a composição for conhecida. Para isto balanços de entalpia
serão necessários – Método de Ponchon-Savarit.
Método de McCabe-Thiele: linha de operação da seção de retificação

Considerando que a quantidade de vapor


transferida ao fluxo líquido em cada estágio é
igual à quantidade de líquido transferida ao fluxo
de vapor. Assim as taxas de fluxo do líquido e
vapor são constantes na seção inteira. 1 Refluxo Destilado
L, xD= x0 xD
Alim. (L/V) n
Para vazão em mol constante nós f
xF
podemos eliminar os subscritos Boilup
N
vinculados a numeração do estágio então:
Base

xB
L D L D
yn+1 = n x n + xD yn+1 = xn + xD
Vn+1 Vn+1 V V (5.6) Nós definimos
esta equação
como a linha de
❑Neste modelo de BM simplificado as equações são operação (LOR)
lineares e as LO são retas, podendo ser plotadas da seção de
conhecendo-se as coordenadas de dois pontos. retificação
Uso da razão de refluxo na Linha de Operação da Retificação

❖ A análise da coluna é amplamente


V
facilitada pelo uso de uma
quantidade chamada razão de
refluxo (R ou RD): relação entre a
D
quantidade retornada para a torre e L
o produto (L/D).

❑Relacionando o “slope” da equação da LOR com a razão de refluxo:

L L L/ D R D D 1
= = = = =
V L + D L / D + D / D R +1 V L + D R +1
e
Método de McCabe-Thiele: LO em termos da razão de refluxo

L D
Nós podemos então reescrever: yn +1 = xn + x D
V V

R 1
como yn+1 = x + x Equação para a LO da
R +1 n R +1 D (5.7)
seção de retificação

❖ A Equação (5.7) representa (hipóteses!) uma linha reta com as


seguintes características:

Slope = R / (R+1) Coeficiente Linear = xD/(R +1)

❖ Um ponto na extremidade superior desta linha: xn → xD (na Equação


(5.9) resulta:

yn+1 = xD Ou seja, esta linha cruza a reta diagonal (y=x)


no ponto (xD, xD)
Método de McCabe-Thiele: LO em termos da razão de refluxo

R 1
yn+1 = xn + xD
R +1 R +1
(5.7) 1
xD= x0 D
Se são especificados R e XD então nós n xD
podemos desenhar a linha mostrada no
diagrama seguinte. L, V, yn+1
xn
y xD

Inclinação=R/(R+1)

1
xD
R +1
xD
x
Método de McCabe-Thiele: número de estágios na retificação

R 1
yn +1 = xn + xD
R +1 R +1

xD=y1
y2 x0
y3 Curva de LOR
Equilíbrio
y4

1
y= x
R +1 D
45°linha

x3 x2 x1 x0=xD

Onde a curva de equilíbrio é uma relação na forma: yn = f(x n )


Método de McCabe-Thiele: Seção de Esgotamento (stripping)

▪A seção de esgotamento se estende do estágio de alimentação até o estágio do


fundo.
▪Um BM (para o componente mais volátil) do reboiler até uma região (prato) m+1:

Lm xm = Vm+1 ym+1 + BxB

Com a hipótese de vazão em mol cte: Lm = L1 = L2 = ... = L


Vm = V1 = V2 = ... = V
Lx m = Vym+1 + Bx B (5.8)

L V
xm ym +1
Reescrita: L B
ym+1 = xm − xB (5.9)
V V m+1 Boilup V, yB

N
Que é a equação da LO da seção inferior Bottoms
L, xN
(esgotamento) da coluna. B, xB
Método de McCabe-Thiele: LO em termos da razão de ebulição

L B Pode ser escrita em outros termos:


ym +1 = xm − xB
V V

Dado que: L =V + B (5.10)


L V
Definindo VB como a razão de ebulição V xm ym +1
VB =
- boilup ratio - B
(5.11) m+1 Boilup
Fazendo aparecer este
L V + B VB +1 V
termo na equação da = = N
yB
LOE (  B) V V VB (5.12)
L
Bottoms
xN
B, xB

VB + 1 1
temos
ym+1 = x − x Esta também é linha de
VB m VB B operação da seção de
esgotamento (LOE).
(5.13)
Método de McCabe-Thiele: LO da seção de esgotamento

VB + 1 1
ym+1 = xm − x B
VB VB (5.13)

❖ A Equação (5.13) representa (hipóteses!) uma linha reta com as


seguintes características:

Slope = (VB+1)/VB) Coeficiente Linear = -1/VB

❖ Um ponto na extremidade inferior desta linha: xm → xB (na Equação


(5.13) resulta:

ym+1 = xB Ou seja, esta linha cruza a reta diagonal (y=x)


no ponto (xB, xB)
Método de McCabe-Thiele: LO da seção de esgotamento

Se são especificados VB e XB então nós podemos L V


traçar a linha da seção de retificação da seguinte xm ym +1
forma:
m+1
V, yB
ym+1 N
Bottoms
Curva de L, xN
Equilíbrio B, xB
yN

Linha de operação da seção de stripping


yB
Inclinação =(VB+1)/VB = L V
45° linha

VB +1 1
y= x− xB
xB xN xm VB VB
O vapor que sai do reboiler (composição yB) está em equilíbrio com o líquido retirado na
corrente de fundo (composição xB). O reboiler (um vaporizador parcial) é considerado um
estágio em equilíbrio.
Considerações sobre o Estágio de Alimentação

❖ No prato onde a alimentação é admitida, a vazão de líquido ou de


vapor pode mudar drasticamente, dependendo da condição térmica
da corrente de alimentação.

L V

L V
❖ A condição térmica da alimentação pode ser dividida em cinco
possibilidades:
Considerações sobre o Estágio de Alimentação

L V

L V

i) Alimentação na forma de líquido frio (subresfriado)


Considerações sobre o Estágio de Alimentação

L V

L V

ii) Alimentação no ponto de bolha: líquido saturado


Considerações sobre o Estágio de Alimentação

L V

L V

iii) Mistura LÍQUIDO/VAPOR: temperatura entre os


pontos de orvalho e bolha
Considerações sobre o Estágio de Alimentação

L V

L V

iv) Alimentação no ponto de orvalho: vapor saturado


Considerações sobre o Estágio de Alimentação

L V

L V

v) Alimentação na forma de vapor superaquecido


Condições de Alimentação

➢ Os cinco tipos de alimentação podem ser caracterizados pelo uso de um


único fator denominado “q”, definido como o aumento da vazão molar de
líquido na seção de esgotamento por mol da corrente de alimentação.
Desta definição pode-se escrever:

L−L
q=
F (5.14a)

Em termos da vazão de vapor:


BM: F + L + V = V + L L − L = F +V −V

V −V
Substituída em (5.14): qF = F + V − V q −1 = (5.14b)
F
❖ A variável “q” relaciona as diferenças entre as vazões de líquido e de
vapor das seções de retificação e esgotamento:

L− L = qF V − V = (1 − q )  F
Condições de Alimentação: suponha F = 1 mol

L V L V L V

F F F

Vapor no ponto
líquido no ponto
q=1 de orvalho q=0
de bolha

L V L V L V

F F F

Líquido sub- Vapor Parcialmente


q>1 superaquecido
q<0 vaporizado 0<q<1
resfriado
Condições de Alimentação

❖ Pode-se resumir da forma:

➢Ex: Líquido Saturado


(1-q)F V L
(q =1 )
(1-q).F = 0 (vira vapor)
F q.F = F (vira líquido)

➢Ex: Vapor Saturado


(q = 0 )
q.F (1-q).F = F (vira vapor)
V L
q.F = 0 (vira líquido)
Condições de Alimentação: em função das entalpias

BM: L = L+ qF (5.14a)


Sendo: h – entalpia do líquido
V = V + (1 − q )  F (5.14b)
H – entalpia do vapor

V L Considerando: alimentação em fase Líquida


HV hL
(1-q).F
BM (global): F +V + L = L +V (5.15)

BE: F  hF + V  H V + L  hL = V  H V + L  h L
F q.F

Hipóteses: H V  H V h L  hL

V L Que aplicadas ao BE resulta:


HV hL
( ) (
F  hF + H V V − V = hL L − L ) (5.16)
Condições de Alimentação: em função das entalpias

As Equações 5.14a e 5.14b aplicadas à Equação 5.16 resulta:

F  hF + H V (q − 1)  F = hL (qF )

Aplicando a distributiva e pondo em evidência:

q  F (H V − hL ) = F  (H V − hF )

Resultando:
q=
( H V − hF )
(HV − hL ) (5.17)

➢ q = a mudança na entalpia a fim de trazer a alimentação a um


estado de vapor no ponto de orvalho (saturado) dividido pela
entalpia de vaporização da alimentação (vapor no ponto de orvalho
menos líquido no ponto de bolha).
Condições de Alimentação: em função das entalpias

Hv = entalpia específica do vapor no ponto de orvalho (vapor saturado)


hF = entalpia específica da alimentação (nas condições de entrada)
hL = entalpia específica do líquido no ponto de bolha (líquido saturado)
Hv – hF = calor necessário para vaporizar 1 mol da alimentação nas condições de entrada
Hv – hL = calor latente (molar) de vaporização da alimentação

❖ Manipulações da equação anterior resultam em outras formas:

q=
(HV − hL + hL − hF ) = (HV − hL ) + (hL − hF )
(HV − hL ) (HV − hL ) (HV − hL )
Ainda considerando a alimentação C p , L (Tb − TF )
q = 1+
na forma de líquido (subresfriado):
(HV − hL )
C p , L (Tb − TF )
q = 1+
H vap (5.18)
Condições de Alimentação: em função das entalpias

❖ Desenvolvimento similar conduz a:

Para alimentação na forma de C p ,V (Td − TF )


vapor superaquecido: q= (5.19)
H vap

Cp,L e Cp,V = calores latentes do líquido e vapor saturado


TF = temperatura da alimentação
Tb = temperatura do ponto de bolha da mistura
Td = temperatura do ponto de orvalho (dew) da mistura

➢ Note: se a alimentação é uma mistura de líquido e vapor em equilíbrio,


“q” será a fração correspondente a fase líquida da mistura.
Se fossemos traçar as linhas operacionais obtidas até agora?

➢ Começariamos pela LOR: Preciso de xD e R

y xD

Inclinação=R/(R+1)

1
xD
R +1
Linha de operação da seção de esgotamento
xB xD Inclinação = L V = (VB + 1) VB
x

➢ Depois iríamos para LOE: Preciso de xB e VB

❖ A priori (no dimensionamento) saber a razão de ebulição não é o usual.

Vamos tentar como alternativa analisar a linha operacional da alimentação (linha q).
A linha da alimentação (linha q)

❖ Para traçar a linha de operação da seção de esgotamento ao invés


de se empregar os coeficientes angular e linear da Eq. 5.9 (ou
5.13), é mais comum o uso de um método alternativo.

➢ Este método baseia-se no fato de que a LO do esgotamento tem


como “ponto de partida” o par ordenado (xB, xB) na linha diagonal,
um outro ponto seria a intersecção desta linha com a LO da seção
de retificação.

❖ Do fato de que estas linhas foram obtidas a partir de BM nas


seções superior e inferior da torre, a intersecção das mesmas tem
de ocorrer na intersecção física dos volumes de controle usados
nos balanços, esta intersecção é o ESTÁGIO DE ALIMENTAÇÃO.
A linha da alimentação (linha q)

❖ Para encontrar o ponto de intersecção das equações das linhas de


operação das seções de retificação e esgotamento:

➢Na intersecção: yn+1 = ym+1 = y


xn = xm = x

x
➢ Desta condição e resolvendo o sistema de duas equações (vou subtrair
uma equação da outra ):
A linha da alimentação (linha q)
L D LOR L D
yn +1 = xn + x D y= x + xD
V V (5.6) V V
na intersecção resulta:
L B LOE
ym +1 = xm − xB L B
V V (5.11) y= x − xB
V V

Subtraindo as duas
linhas de operação:
yV = Lx + Dx D menos yV = Lx − Bx B

Obtemos: y(V − V) = (L − L)x + Dx D + BxB

Usando o balanço de massa do componente mais volátil: DxD + BxB = FxF

( ) ( )
y V − V = L − L x + FxF (5.20)
A linha da alimentação (linha q)

Usando o balanço material em torno do estágio de


alimentação para eliminar a vazão de vapor:

F +V + L = V + L

V −V = F + L− L Subst. em (5.20)
( ) ( )
y F + L − L = L − L x + FxF

Simplificando e usando a definição de q (Eq. 5.14) resulta para a LA (linha de


alimentação ou linha “q”)

A linha q tem
 q   xF 
y=  x −  x = xF  y = x F inclinação q/(q-1) e
 q − 1   q − 1  intercepta a diagonal
(y=x) em x=xF

(5.21)
A linha da alimentação (linha q)

Linha da alimentação

Diagonal
(y = x)

Slope = q/(q-1)

zF
Efeito da inclinação (slope) da linha de alimentação

1) Líquido frio (q>1)


2) Líquido saturado (q=1)
3) Mistura L/V
0<q<1
4) Vapor saturado (q=0)
5) Vapor superaquecido
q<0

xB

Slope = q/(q – 1) Exemplo: q =1 (1 / (1 – 1)) = 

A linha “q” é o lugar geométrico onde todas as intersecções entre a


LOR e a LOE irão recair!!!
Construção das linhas para o Método de McCabe-Thiele

Seção de Retificação:
y
Linha de Operação
Slope = R/(R+1)
R 1
yn +1 = xn + xD
R +1 R +1

xD Alimentação: linha q
R +1
45°Linha  q   xF 
y=  x − 
yB  q − 1   q −1 

xB x=zF xD

Seção de Esgotamento:
Linha de Operação
Slope = (VB+1) /VB
VB + 1 1
ym +1 = xm − xB
VB VB
Condições Limite na Razão de Refluxo

❖ Para um dado conjunto de condições, uma razão de refluxo pode


ser selecionada em um ponto qualquer entre um MÍNIMO (Rmín) até
um valor infinito (refluxo total), onde não existe formação de
destilado.

➢ A medida que a razão de refluxo (R) aumenta, mais e mais líquido


(rico no +volátil) está sendo reciclado de volta a coluna. A
separação se torna melhor, e menos estágios são necessários. O
número mínimo de estágios acontece na condição de refluxo total,
ou seja não há produção de destilado (D = 0).

R=L/D

L D

D=0  R→  xD/R+1 → 0


Número Mínimo de Estágios (Nmín): refluxo TOTAL

❖ Graficamente, se RD tende ao infinito o coeficiente linear da Eq. (5.7)


tende a ZERO, mas como esta linha passa pelo ponto (xD, xD), a seguinte
construção se apresenta

y R 1
xD yn+1 = xn + xD
R +1 R +1

1 Ou seja, a LO tende
xD a linha diagonal
R +1
(y=x)
xB xD x
Número Mínimo de Estágios (Nmín): refluxo TOTAL

❖ Se lembrarmos que o traçado da LO da seção de esgotamento:


passa pelo ponto (xB, xB) e vai até a intersecção da LO de retificação
com a linha de alimentação (LA).

y xD
O número de estágios
(4 ao todo) na
construção ao lado é
o Nmín

1
R +1
xD xB xF xD x
Número Mínimo de Estágios (Nmín): refluxo TOTAL

R
Número Mínimo de Estágios (Nmín): refluxo TOTAL

R
Número Mínimo de Estágios (Nmín): refluxo TOTAL

R
Razão de Refluxo Mínimo (Rmín): n° de estágios INFINITO

❖ Graficamente, se R diminui, o coeficiente linear da Eq. (5.7)


aumenta, mas como esta linha passa pelo ponto (xD, xD), a
seguinte construção se apresenta:

R 1
yn+1 = xn + x
R +1 R +1 D

O limite ocorre quando o


ponto de intersecção
está sobre a curva de
equilíbrio (força motriz?):
pinch point
Razão de Refluxo Mínimo (Rmín): n° de estágios INFINITO

R
Razão de Refluxo Mínimo (Rmín): n° de estágios INFINITO

R
Razão de Refluxo Mínimo (Rmín): n° de estágios INFINITO

R
Razão de Refluxo Mínimo (Rmín): misturas não ideais

➢ Para misturas binárias altamente não ideais, por exemplo água-acetona

A determinação do Rmín
vem do uso de uma reta
tangente de slope (L/V)min
Razão de Refluxo e Número de Estágios: “rule of thumb”

❖ Na prática, as condições operacionais situam-se:

Rmín < R < 

Número de pratos infinito Número de pratos mínimo

N= Nmín

❖ Regra prática: as torres são operadas em razões de refluxo


entre 1,1 a 1,5 vezes a razão de refluxo mínimo.

Razão de Refluxo Razão de Refluxo


Mínima < Prática < Refluxo Total

Número de pratos ()


A medida que
R (): Diâmetro da coluna ()
Necessidade energética de vapor e água de
resfriamento ()

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