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ENSAIOS MECÂNICOS E
MACROGRÁFICOS
OBJETIVOS
Após o estudo deste módulo, o leitor deve tornar-se apto a:
Exemplos:
Exemplos:
Figura 3 – Exemplos de corpos de prova: (a) tração; (b) impacto; (c) dobramento.
ORIENTAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
A figura 4 mostra a máquina de tração em um ensaio com corpo
de prova de tração cilíndrico (a) e os corpos de provas de tração
cilíndricos rompidos (b).
Figura 4: máquina de tração em um ensaio com corpo de prova de tração cilíndricos (a) e
os corpos de provas de tração cilíndricos rompidos (b).
ORIENTAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
3. Corpos de prova com outras orientações
Figura 4 – (a) e (b) esquema do ensaio de dobramento; (c) corpo de prova dobrado
até ângulo α.
ENSAIO DE DOBRAMENTO
O ensaio de dobramento a 180° pode ser realizado em uma só
etapa, caso se tenha um cutelo com o diâmetro exigido pela norma
adotada, ou em duas etapas, quando o diâmetro do cutelo exigido
for muito pequeno ou mesmo nulo. Nessa última situação, usa-se
um cutelo maior (diâmetro D) para iniciar o ensaio (1ª etapa),
conforme mostrado na Figura 5, até obter-se um ângulo qualquer
adequado e, numa segunda etapa, comprime-se o corpo de prova
dobrado no sentido de fechá-lo completamente igual a D₁, ou sem
calço para um dobramento sobre si mesmo D = 0.
Há três variantes do processo de dobramento, chamadas de
dobramento livre, dobramento semiguiado e dobramento guiado,
conforme abaixo definidas:
• Dobramento livre: é obtido pela aplicação de força nas
extremidades do corpo de prova, sem aplicação de força no
ponto de máximo dobramento (zona tracionada).
• Dobramento semiguiado: uma extremidade é engastada de
algum modo, e o dobramento é efetuado na outra extremidade
ou em outro local do corpo de prova.
ENSAIO DE DOBRAMENTO
Dobramento guiado: é realizado em dispositivo consistindo de
dois apoios afastados e do cutelo, que aplica esforço de flexão no
centro do corpo de prova.
A Figura 6 mostra esquematicamente as variantes livre e
semiguiada de dobramento. No caso do dobramento semiguiado, a
segunda etapa do processo é igual ao dobramento livre.
Nota: No caso do dobramento semiguiado, existe uma espécie de
dobramento, denominado dobramento alternado, onde se
submete o corpo de prova (geralmente um arame ou uma barra
fina) a dobramentos sucessivos, um de cada lado do engaste. Esse
tipo de dobramento é exigido, por exemplo, para barras destinadas
a armadura de protensão; geralmente, é especificado o número de
dobramentos para cada lado sem que haja ruptura do corpo de
prova.
ENSAIO DE DOBRAMENTO
Figura 6 – (a) e (b) dobramento livre; (c), (d), (e) e (f) dobramento semiguiado.
ENSAIO DE DOBRAMENTO
Deve-se ter cuidado com a velocidade deste ensaio, pois o
mesmo não pode ser realizado em uma velocidade extremamente
alta, de maneira a enquadrá-lo nos ensaios dinâmicos.
No caso do dobramento livre, principalmente, pode-se
determinar o alongamento das fibras externas (tracionadas) do
corpo de prova, medindo uma distância (l₀) qualquer, na região
apropriada, antes do ensaio, e medindo depois a distância
alongada (lf ), por meio de uma escala flexível.
Na Figura 6(a), dobramento livre, tem-se um cutelo que aplica
esforços fora do ponto do máximo dobramento para início do
ensaio. Na Figura 6(b), termina-se o ensaio até o ângulo
especificado ou até o alongamento desejado.
As Figuras 6(c), 6(d), 6(e) e 6(f) mostram os possíveis métodos
de ensaio de dobramento semiguiado, sendo que, nas duas
primeiras, a força é aplicada na extremidade livre do corpo de
prova, enquanto que, nas outras duas Figuras, o esforço é aplicado
no centro do corpo de prova.
ENSAIO DE DOBRAMENTO
Nota: No caso do dobramento semiguiado, existe uma espécie de
dobramento, denominado dobramento alternado, onde se submete o
corpo de prova (geralmente um arame ou uma barra fina) a
dobramentos sucessivos, um de cada lado do engaste. Esse tipo de
dobramento é exigido, por exemplo, para barras destinadas a
armadura de protensão; geralmente, é especificado o número de
dobramentos para cada lado sem que haja ruptura do corpo de prova.
Nas três variantes do processo de dobramento, o corpo de
prova poderá ser retirado do produto acabado ou poderá ser o
próprio produto acabado, se o mesmo for adequado para ser
colocado na máquina de dobramento (como por exemplo:
parafusos, pinos, barras, etc.). No caso de chapas, por exemplo, é
necessária a retirada de corpos de prova de tamanhos
especificados pela norma.
Finalizando, existem outros processos de dobramento mais
particulares para emprego em determinados materiais, tais como
barras para construção civil, materiais frágeis, etc., que aqui não
serão abordados por apresentarem pouco interesse à soldagem.
ENSAIO DE DOBRAMENTO
2. Ensaio de dobramento em corpos de prova soldados.
Figura 9 – (a) Corpo de prova para dobramento lateral transversal; (b) Corpo de prova
para dobramento transversal de face; (c) Corpo de prova para dobramento transversal de
raiz; (d) Corpo de prova para dobramento longitudinal de face e de raiz.
ENSAIO DE DUREZA
1. Conceitos gerais
• Método
O ensaio consiste em comprimir lentamente, por meio de uma
carga P, uma esfera de aço, de diâmetro D, sobre uma superfície
plana de um corpo de prova ou peça, durante um certo intervalo
de tempo. A superfície deve estar polida ou, pelo menos,
preparada com esmeril fino ou com lima do tipo murça.
A compressão da esfera produz uma impressão permanente em
forma de calota esférica de diâmetro d, que é medida por meio de
uma lupa graduada com precisão maior ou igual a 0,1mm. A
medida de d é a média de duas leituras tomadas a 90° uma da
outra. A Figura 10 exemplifica a determinação da dureza pelo
método Brinell.
ENSAIO DE DUREZA
• Cuidados Especiais
- A espessura da peça, a ser medida, deve ser, no mínimo, igual a
dez vezes a profundidade da impressão obtida.
- A superfície a ser medida deve ter um raio de curvatura mínimo
de 5 vezes o diâmetro da esfera utilizada.
- A distância entre o centro de uma impressão e as bordas do
corpo de prova deve ser no mínimo de 2,5 vezes o diâmetro
médio da calota.
ENSAIO DE DUREZA
- Cada impressão deve estar distante de uma impressão vizinha,
no mínimo quatro vezes o seu diâmetro (distância de centro a
centro).
- A carga de ensaio deve ser mantida sobre a peça a ser medida,
por, no mínimo, 30 segundos para materiais cujo
comportamento plástico dependa da ação da força de ensaio.
Exceções: para materiais em que HB > 300, este tempo pode ser
reduzido a 10 segundos. Para materiais macios, em que HB< 60,
a carga deve ser mantida durante 60 segundos.
• Método
Baseia-se na medição da profundidade de penetração de um
penetrador, subtraídas a recuperação elástica devida à retirada de
uma carga maior e à profundidade causada pela aplicação de uma
carga menor. Os penetradores utilizados na dureza Rockwell são do
tipo esférico (esfera de aço temperado) ou cônico (cone de
diamante com 120° de conicidade).
O processo, em resumo, é realizado em três etapas:
• Método
É baseado na resistência que um material oferece à penetração
de uma pirâmide de diamante de base quadrada e ângulo entre
faces de 136°, sob uma determinada carga. O valor da dureza
Vickers (HV) é o quociente da carga aplicada P pela área da
impressão A.
Onde:
A → Área de impressão de base quadrada da pirâmide, para
serem medidas as diagonais por meio de um microscópio acoplado
a máquina de ensaio.
P → Carga aplicada.
d → Diagonal média, ou seja, .
ENSAIO DE DUREZA
Exemplos:
• Aplicação
Esse tipo de dureza fornece escala contínua de dureza (de HV =
5kgf/mm² até HV = 1000 kgf/mm²) para cada carga usada.
O ensaio de dureza pelo método Vickers apresenta, também,
outras vantagens, que são:
• Impressões extremamente pequenas que não inutilizam a peça;
• Grande precisão de medida;
• Deformação nula do penetrador;
• Existência de apenas uma escala de dureza;
• Aplicação para toda a gama de durezas encontradas nos
diversos materiais;
ENSAIO DE DUREZA
• Aplicação em qualquer espessura de material, podendo,
portanto, medir também durezas superficiais.
Onde:
HB₁ = dureza da barra-padrão
HB₂ = dureza do material testado
d₁ = diâmetro da impressão na barra-padrão
d₂ = diâmetro da impressão no material testado
ENSAIO DE DUREZA
Os fabricantes destes medidores recomendam que a barra-
padrão seja de dureza próxima à do material testado, bem como
recomendam que o diâmetro da impressão não ultrapasse 4 mm.
O método não possui a precisão do ensaio convencional, mas é
satisfatório, dentre outras aplicações, na verificação de dureza de
soldas após o tratamento térmico destas.
Dependendo do fabricante, esses medidores podem se
apresentar conforme os modelos mostrados na Figura 17 (Medidor
tipo “Poldi”) ou Figura 18 (medidor tipo “Telebrineller”).
ENSAIO DE DUREZA
Figura 17 – Estojo
para medição de dureza
portátil com medidor
tipo “Poldi” e etapas do
ensaio. (A) medidor
“Poldi”; (B) haste do
medidor consistindo de
terminal de aço
temperado e
dispositivos com mola
para colocação da
barra- padrão e da
esfera de aço
temperado de diâmetro
igual a 10 mm; (C) barra
padrão de dureza
conhecida, lupa, haste,
chapa de teste e
martelo.
ENSAIO DE DUREZA
Figura 18 – Estojo para medição de dureza portátil com medidor tipo “Telebrineller”
e esquemático do ensaio. Onde: 1) barra padrão de dureza conhecida; 2) dispositivo de
impacto ou bigorna; 3) sapata de borracha flexível; 4) bloco de borracha flexível para
apoio; 5) esfera de aço temperado de diâmetro igual a 10 mm; 6) peça em ensaio de
dureza desconhecida; e 7) sistema de espaçamento e travamento do bloco-padrão.
ENSAIO DE DUREZA
- Para medição de dureza Rockwell:
A Figura 19 mostra um tipo de medidor de dureza pelo método
Rockwell C, que se baseia no princípio da medição da profundidade
da impressão, característico do método. Devido à pequena
impressão que o aparelho provoca, ele pode ser posicionado em
locais restritos, tal como a zona afetada termicamente da solda.
Esse método exige que a superfície da peça esteja
perfeitamente preparada e limpa, e, ainda, que todos os
componentes que estejam em contato com a peça devem estar
bem limpos. A peça deve ter espessura mínima, conforme
mostrado na Tabela 6.
ENSAIO DE DUREZA
- Normalização do método
O método de determinação da dureza de materiais metálicos,
através de medidores portáteis, está normalizado pelo método
ASTM E 110.
ENSAIO DE DUREZA
6. Relações de conversão de dureza
σt = 0,36 HB
Onde:
σt = Limite de resistência à tração, em kgf/mm²
HB = Dureza Brinell, em kgf/mm²
Figura 23 – (c) Seção transversal - Zonas de uma junta soldada a topo chanfro em “V”.
PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
Figura 23 – (d) Seção transversal - Defeito de falta de fusão em junta soldada a topo.
PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
Figura 24 – Seção transversal sem ataque de cantoneiras com “restos do vazio”. 0,75 X
PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
_____________________________________________________________________
(*) Ferro pudlado: produto siderúrgico de baixo teor de carbono (até 0,2 %) obtidos
no estado pastoso e contendo numerosas partículas de escória, em virtude do seu
processo particular de fabricação, pudlagem, é dada a denominação de ferro pudlado.
PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
A seção longitudinal, executada paralelamente ao eixo principal
da peça a ser ensaiada, é indicada com o objetivo de se verificar,
por exemplo:
• Processo de fabricação, ou seja, se é fundida, forjada ou
laminada. (Figuras 28, 29 e 30)
• Extensão de descontinuidades.
• Extensão de tratamentos térmicos superficiais.
• No caso de parafusos, o processo de fabricação de filetes de
rosca (usinagem ou forjamento). (Figuras 31 a e b)
PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
• Cuidados na preparação
- Composição:
Ácido clorídrico (conc.) - HCI ........................ 50 ml
Água ............................................................. 50 ml
REATIVOS E SOLUÇÕES DE ATAQUE
- Aplicação:
A solução deve permanecer ou estar próxima da temperatura de
ebulição durante o ataque. O corpo de prova deve ser imerso na
solução por um período de tempo suficiente para revelar todas as
descontinuidades que possam existir na superfície de ataque.
- Revelação:
Identifica heterogeneidade, tais como segregação, regiões
encruadas, regiões afetadas pelo calor, depósitos de soldas,
profundidade de têmpera, etc.
Identifica descontinuidades, tais como: trincas, porosidades,
inclusões, etc.
REATIVOS E SOLUÇÕES DE ATAQUE
• Reativo de Iodo
- Composição:
Iodo sublimado .............................................. 10 g
Iodeto de potássio (KI) .................................. 20 g
Água ............................................................ 100 g
- Aplicação:
A solução deve ser utilizada à temperatura ambiente,
esfregando-se uma mecha de algodão, embebida na solução, na
superfície a ser atacada, até que se obtenha uma clara definição
dos contornos da macroestrutura.
- Revelação:
Identifica as mesmas macroestruturas que o reativo anterior,
diferenciando-se apenas no modo de obtenção das imagens.
REATIVOS E SOLUÇÕES DE ATAQUE
a) Imagens que só se revelam melhor ou só aparecem após um
leve repolimento da superfície atacada, com as imagens
adquirindo maior contraste, se o repolimento for seguido de
um ataque de muita curta duração.
Exemplos: segregação, bolhas, texturas fibrosas, etc.
- Composição:
Persulfato de amônio (NH₄)₂S₂O₈ .................. 10 g
Água ............................................................ 100 ml
- Aplicação:
A solução deve ser usada à temperatura ambiente, esfregando-se
uma mecha de algodão, embebida na solução, na superfície a
ser atacada. Proporciona excelente contraste.
REATIVOS E SOLUÇÕES DE ATAQUE
- Revelação:
Identifica soldas, segregação, texturas cristalinas e fibrosas.
• Reativo Nital
- Composição:
Ácido nítrico (conc.) HNO3 ............................. 5 ml
Álcool Etílico ................................................. 95 ml
- Aplicação:
A solução deve ser usada à temperatura ambiente.
- Revelação:
É indicado para a localização de soldas, segregação, trincas,
profundidades de têmpera, etc.
AVALIAÇÃO E REGISTRO DOS
RESULTADOS
A avaliação do resultado depende da finalidade a que o mesmo
se destina, ou seja, se o ensaio foi aplicado com a intenção de
pesquisa ou de avaliação do o aspecto da macroestrutura, segundo
uma norma ou especificação.
O código ASME seção IX, por exemplo, exige, para qualificação
de procedimentos de soldagem de soldas em ângulo, que a
macroestrutura da seção transversal, compreendida pelo metal de
solda e zona afetada termicamente esteja com fusão completa e
livre de trincas.
O registro dos resultados dos ensaios macrográficos pode ser
feito de três formas distintas, que são: