O documento discute a filosofia de Platão, especialmente sua teoria das Formas ou Ideias. Para Platão, o mundo sensível é ilusório e a razão é superior à sensação, pois só a razão pode apreender a verdadeira forma das coisas que existem no mundo das Ideias. A alegoria da caverna ilustra como os seres humanos vivem presos a impressões sensoriais, cabendo ao filósofo libertá-los por meio do conhecimento racional.
O documento discute a filosofia de Platão, especialmente sua teoria das Formas ou Ideias. Para Platão, o mundo sensível é ilusório e a razão é superior à sensação, pois só a razão pode apreender a verdadeira forma das coisas que existem no mundo das Ideias. A alegoria da caverna ilustra como os seres humanos vivem presos a impressões sensoriais, cabendo ao filósofo libertá-los por meio do conhecimento racional.
O documento discute a filosofia de Platão, especialmente sua teoria das Formas ou Ideias. Para Platão, o mundo sensível é ilusório e a razão é superior à sensação, pois só a razão pode apreender a verdadeira forma das coisas que existem no mundo das Ideias. A alegoria da caverna ilustra como os seres humanos vivem presos a impressões sensoriais, cabendo ao filósofo libertá-los por meio do conhecimento racional.
PLATO E O MUNDO DAS IDIAS ENTRE A RAZO E A SENSAO EM PLATO Gente, para o pensamento de Plato, nosso filsofo do mundo das idias, fundamental que se hierarquize a experincia humana. Desde a perspectiva da teoria dos valores, mtodo que logo aprenderemos sobre ele, Plato coloca o exerccio da razo sobre as experimentaes sensveis. Em grau de valor, gente, a razo muito mais valiosa que a sensao, justamente por ser a reflexo racional o nico caminho possvel para visualizar a verdadeira forma das coisas, conforme vimos na aula anterior, que permanece fora do mundo que vivenciamos, isto , no mundo das idias (Marcondes, 2001:47). Teoria dos Valores em Plato Hierarquizao da Experincia Plato utiliza a palavra eidos (idia) para se referir ao exerccio intelectual (atravs da razo) que permite a apreenso segura da realidade. Em contraposio est a sensibilidade, que fornece apenas uma impresso.
Razo
Sensaes
O mundo sensvel o mundo experimentado pelo corpo fsico. Conforme o mundo sensvel experimentado pelo corpo o ser humano vai perdendo proximidade com o Bem Supremo, a Suprema Beleza, das Idias Perfeitas, do deus dos filsofos. O corpo humano, neste sentido, constitui-se como o tmulo da alma, o grande obstculo a ser vencido em direo a perfeio da razo. Conforme as sensaes vo sendo controladas (veremos a culminncia desde exerccio em Ren Descartes) conforme se constri o conhecimento sobre as coisas passamos do doxa para a episteme. Isto , substitumos a opinio sobre um determinado ser ou objeto para um conhecimento (cientfico) sobre ele (ARANHA, 1993:96). O Dicionrio Houaiss traz as seguintes conceituaes sobre estes dois caros estgios na Teoria do Conhecimento em Plato Doxa Episteme Sistema ou conjunto de juzos que uma sociedade elabora em um determinado momento histrico supondo tratar-se de uma verdade bvia ou evidncia natural, mas que para a filosofia no passa de crena ingnua, a ser superada para a obteno do verdadeiro conhecimento. Na filosofia grega, especialmente, no platonismo, o conhecimento verdadeiro, de natureza cientfica, em oposio opinio infundada ou irrefletida.
Para Plato, no entanto, existe um conhecimento inato que , sem dvidas, o ponto de partida para qualquer outro tipo de conhecimento. Em Santo Agostinho, que resgata o pensamento platnico durante a Idade Mdia, se assim podemos dizer, atravs da Iluminao Divina que este aspecto inerente ou inato do conhecimento se desperta no ser humano. Sobre a questo do conhecimento intato em Plato, Danilo Marcondes chega seguinte concluso: A soluo platnica consiste em supor que temos um conhecimento prvio que a alma traz consigo desde o se nascimento e que resulta na contemplao das formas, as essncias das coisas, s quais contemplou antes de encarnar no corpo material (2001:59). A possibilidade de contemplar as formas, neste sentido, s chegada partindo do auxlio do filosofo, aquele que atravs de suas prticas reflexivas chegou a autonomia atravs da razo. Conforme veremos na prxima aula, o culminar do esforo para sair da caverna passar das impresses fornecidas pelas sensaes e passar para o conhecimento verdadeiro proporcionado pelo exerccio da razo. Isto , redescobrir o que as sensaes fornecidas pela experincia do corpo nos fizeram esquecer.
Observe a figura ao lado. Ao observarmos os cavalos preenchidos com cor na figura ao lado, podemos afirmar baseados em nossa doxa (opinio) que algum destes cavalos perfeito. No entanto, com nossa episteme, ao verificarmos no mundo vivido chegaramos concluso que cada um deles possui defeitos, logo, o nico cavalo perfeito aquele encontrado na idia, isto , no Mundo das Idias que esto contidos todos os modelos perfeitos encontrados com imperfeio no mundo sensvel.
Conhecer relembrar.
ALEGORIA DA CAVERNA: AUTONOMIA E RAZO NO PENSAMENTO DE PLATO
A Alegoria da Caverna 1 a metfora de Plato para falar sobre a realidade experimentada cotidianamente. Observem bem a figura abaixo: 1. As pessoas sentadas no fundo da caverna esto ali acorrentadas, de frente para a parede, desde que nasceram, logo, as sombras projetadas tudo o que conhecem como realidade, pois s estas imagens viram e interiorizaram. Tudo que estas pessoas podem falar sobre o que vem, segundo Plato, so somente opinies (doxa). Mas se apresentam como uma realidade ltima, pois no existem outras referncias quaisquer.
1 Esta interpretao da Alegoria da Caverna foi realizada com o auxlio da seguinte bibliografia: ARANHA, Maria Lcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introduo Filosofia. So Paulo: Moderna, 1993. CHAU, Marilena. Convite Filosofia. So Paulo: ed. rtica, 1999. MARCONDES, Danilo. Iniciao Histria da Filosofia: dos Pr-Socrticos a Wittgenstein. Jorge Zahar Ed. Rio de Janeiro 2001.
Existe para voc algum sentido a imagem do quadro ao lado? O que v aquele sujeito ou quem porventura ? Se no, pesquise nos inmeros verbetes na internet o que nos ensina o Mito ou a Alegoria da Caverna. Sugesto:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mito_da_cavern a
2. As sombras projetadas na parede no so imagens irreais, mas ilusrias. Gente como a tela de cinema. No so projetados os prprios personagens, mas apenas a imagens deles. No entanto, como se as imagens projetadas fossem os prprios personagens. 3. S possvel libertar-se da realidade ilusria do mundo sensvel atravs de uma pulso interna: o ros, um impulso de curiosidade, de buscar algo alm de si mesmo. este incomodo conflito interno que impulsiona a dialtica, processo fundamental para que o conhecimento real das coisas seja constitudo. 4. O filosofo aquele que rompe as cadeias do senso comum e impulsionado segue em direo luz (as idias verdadeiras) que se encontra fora da caverna. Neste sentido, o senso comum uma viso ilusria da realidade, ou, ainda, a viso de somente um fragmento da realidade. 5. Fora da caverna est a verdadeira luz aquela que permite visualizar as coisas, seres e objetos com preciso. Somente atravs do esforo para compreender a realidade sob os moldes racionais esta realidade ideal pode ser atingida. As trs Fases da Alegoria da Caverna 1. A recluso Consiste em uma condio dada da realidade que a sociedade vivencia cotidianamente quando o acesso a somente uma impresso da realidade mantm os seres humanos aqum dos processos em uma condio de dominao.
2. A nova viso Nova viso aquela experimentada pelo exerccio de racionalizao do mundo, conforme se distancia do fundo da caverna impulsionado pela fora emancipatria do Eros. O filsofo com a reflexo filosfica ganha sua autonomia atravs da episteme, isto , com o conhecimento real e preciso sobre o mundo 3. Vulgarizao dever de quem saiu da caverna, e conquistou a viso da realidade concreta, retornar ao fundo dela para resgatar aqueles que l permanecem. Isto , papel do filosofo, atravs da dialtica, levar o conhecimento emancipatrio da filosofia para aqueles que esto reclusos. um esfora para vulgarizar o conhecimento, ou melhor, tornar o conhecimento e os caminhos at eles conhecido.
Para Plato o corpo humano e suas sensaes os principais obstculos para se chagar ao conhecimento verdadeiro. O ser humano, neste, sentido, est aprisionado no corpo. O ato emancipatrio do ser humano passa pela assimilao do processo de construo do conhecimento ideal, conforme apresentado pelo quadro abaixo desenvolvido pelo filsofo Danilo Marcondes e adaptado por mim (2001:61).
da ao poltica a responsabilidade de tirar a humanidade da escurido dos sentidos e transformando os seres humanos atravs do modelo ideal. Isso significa introduzir o ser humano no Mundo das Idias, cabe ao sbio orientar e dirigir a ao humana tendo como parmetro o ideal contemplado (Marcondes, 2001:67). Hauley S. Valim Bibliografia disponvel no texto completo.