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AULA 1 DE MÉTODOS DE ESTUDO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA. 1º ANO.

2024

1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DISCIPLINA DE MÉTODOS DE ESTUDO E


INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

1.1. Método de estudo: o que é?

Método de estudo é conjunto de técnicas ou estratégias às quais o aluno recorre para conseguir
estudar e, se possível, melhorar o seu rendimento escolar e melhorar a realização de testes de
avaliação. Por isso, os métodos de estudo integram estratégias facilitadoras do trabalho
intelectual que, pelo facto de a eles recorrermos com frequência, se convertem em hábitos de
trabalho.

O método de estudo é um modo de organização, de aquisição e de compreensão do


conhecimento. Muita da investigação no domínio de métodos de estudo suporta a ideia de que
o sucesso do aluno e a qualidade da sua aprendizagem dependem do processo de organização
intencional e da estratégia cognitiva que ele utiliza para a compreensão dos conteúdos
adquiridos e a adquirir.

1.2. Investigação científica: o que é?

Investigação cientifica é um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo


fornecer respostas aos problemas que são propostos. Ela é requerida quando não se dispõe de
informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se
encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

A investigação científica é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis


e a utilização cuidadosa de métodos e técnicas. Na realidade, a investigação desenvolve-se ao
longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema
até a satisfatória apresentação dos resultados.

Mas, por que se faz uma investigação científica?

A investigação cientifica é realizada por razões de ordem intelectual e razões de ordem prática.
As primeiras decorrem do desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer. As últimas
decorrem do desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente ou eficaz.

Docente: Prof. Doutor Almeida Meque Gomundanhe


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1.3. Exigências de ensino superior

Qualquer transição se constitui como uma situação que coloca desafios e que requer, na maior
parte dos casos, mudanças nos padrões de comportamento, exigindo ao indivíduo a mobilização
dos recursos disponíveis, de forma a conseguir o melhor ajustamento possível entre si e as novas
situações ou acontecimentos. Se a transição for feita com sucesso, então pode esperar-se
desenvolvimento e progressos no indivíduo. Se não for bem sucedida, é possível que sejam
sentidas as consequências do stress e fracasso.
Para processo de transição para o Ensino Superior, e nomeadamente para os estudantes que vêm
do Ensino Secundário, são lhes feitas múltiplas exigências, a saber:
 Na grande maioria dos casos, o estudante deixa de viver em casa dos pais pela primeira
vez na vida;
 Tem de assumir, frequentemente, também pela primeira vez, responsabilidades
múltiplas decorrentes da gestão de um orçamneto limitado, do aluguer de casa/quarto,
respectiva limpeza e manutenção, da alimentação;
 O estudante entra em competição directa com aparentemente muito bons do ponto de
vista académico, sendo frequente a constatação de que se está a competir com “os
melhores” e que “ser o melhor da sua turma do secundário”não é garantia de sucesso;
 O Ensino Secundário contém em si um conjunto de regras razoavelmente claras sobre
os conteúdos alvo de avaliação, bem como os limites de tempo para os adquirir; ao invés,
no Ensino Superior, exige-se do estudante uma maior capacidade de escolha e uma
maior selectividade na apreensão dos conteúdos, uma vez que as regras são agora mais
flexíveis;
 A instituição de Ensino Superior pode conduzir a uma primeira experiência de decepção
e insucesso pessoais, com todas as implicações face ao próprio, à família e à instituição.

1.4. Mudanças ocorridas durante a transição do Ensino Secundário para o Ensino


Superior

A transição do Ensino Secundário para o Ensino Superior constitui um processo de mudança


que se reflecte em quatro áreas do desenvolvimento do estudante: rotinas, papéis,
relacionamentos interpessoais e percepção acerca de si e do mundo.
Docente: Prof. Doutor Almeida Meque Gomundanhe
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 Ao nível social verificam-se mudanças nas rotinas, papéis, estilos de vida e relações,
intensificadas pelo facto de, muitas vezes, passar a morar e lidar com pessoas novas,
construir uma nova rede de amigos e ter de gerir e organizar novas actividades sociais e
de lazer.
De facto, o grupo de amigos e colegas será mais diverso, com pessoas de diferentes
locais, idades e contextos, enquanto no Ensino Secundário se experimenta uma realidade
mais local, sendo turmas maioritariamente constituídas por colegas da mesma cidade e
que, muitas vezes, frequentam anteriormente as mesmas instituições de ensino e atá as
mesmas turmas. Já no ensino Superior os grupos são mais heterogéneos com pessoas de
diferentes idades e origens geográficas.
 Na esfera pessoal, a separação da família e dos amigos constitui uma das principais
mudanças. Frequentemente, é também nesta fase que surge a necessidade de uma
redefinição de objectivos de vida e a construção de novos projectos, implicando o
desenvolvimento de uma maior consciência de si e de uma identidade vocacional.
 Ao nível académico é necessário, por exemplo, uma maior autonomia no estudo e nas
pesquisas bibliográficas. Contrariamente ao Ensino Secundário em que o estudo é
largamente orientado pelo professor e por objectivos e tópicos muito específicos, no
Ensino Superior os temas são mais vastos, há um maior volume de bibliografia e a
necessidade de um estudo mais independente quantitativo e qualitativo do grau de
dificuldade das matérias e ser o “melhor”do secundário não garante um lugar entre os
“melhores”do Ensino Superior.

2. O ENSINO UNIVERSITÁRIO

A experiência da universidade é uma das mais marcantes na vida de um ser humano. O


estudante passa, durante o período em que está cursando a universidade, por diversas
mudanças, como:

a) Mudanças de aprendizado e cognitivas;


b) De atitudes e valores;
c) Psicológicas e sociais;
d) Do desenvolvimento moral.

Docente: Prof. Doutor Almeida Meque Gomundanhe


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A universidade assume o papel de construtora de conhecimento, na sua tríade de ensino,


pesquisa e extensão.

 O ensino: compreendido como o momento de “transmissão” do conhecimento. 


A pesquisa: produção de conhecimento por uma comunidade de investigação.
 A extensão: é a forma de a universidade presta serviços à comunidade, oferecendo
cursos e actividades diversas.

A forma de “transmissão” do conhecimento muda na universidade. Não se trata mais de um


processo em que o aluno, numa atitude passiva deve simplesmente absorver as informações
“transmitidas” pelo professor.

No ensino universitário, o professor é visto como orientador de estudo, e do aluno universitário


se espera uma postura activa e reflexiva.

3. PLANIFICAÇÃO DO ESTUDO

O que é planificar?

Planificar é repartir determinado número de tarefas pelo tempo disponível (que deve ser o
necessário e suficiente), de forma organizada, garantido, assim, o alcançar dos objectivos
pretendidos. Neste contexto, planear e antecipar é fundamental para uma gestão do tempo
eficaz e como tal o uso de uma agenda (em papel ou electrónica) é muito importante.

Organizar um horário, quer seja diário, semanal, mensal, semestral ou outro, implica num
esquema temporal os nossos objectivos a curto, médio e longo prazo, bem como as várias
actividades que vão surgindo e das quais devemos tomar nota.
De facto, o horário ajuda-nos a visualizar o tempo que pode ser despendido com as mais
diversas tarefas. Definir tempos concretos para cada actividade ajuda a que se esteja mais
disponível e concentrado nas várias tarefas.

Regras na planificação do estudo

a) Fazer a revisão da matéria dada exactamente no mesmo dia em que se teve essa
disciplina, porque a matéria ainda está bem “fresca” e presente na nossa memória;
b) Por cada 30 a 40 minutos para cada disciplina reservar cerca de 10 minutos de intervalo
entre elas, nomeadamente, nas tarefas que requeiram memorização;
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c) Nos intervalos de estudo não ligar a TV. Aproveitar apenas para beber um copo de água,
ir até à janela, ao WC, …
d) Reservar para o início do estudo as disciplinas de maior dificuldade, em seguida as
intermédias e, por último, as mais fáceis;
e) Os TPC devem ser feitos antes de iniciar o estudo, pois de outro modo, o pensamento
de que ainda não estão feitos irá desviar a atenção do estudo;
f) Não estudar de seguida temáticas semelhantes, isto é, Matemática seguida de FQ,
História seguida de Geografia ou duas línguas;
g) Afixar o horário no local de estudo, no estojo ou nos cadernos;
h) Elaborar horários possíveis de serem cumpridos.

Exemplo de cronograma semanal de estudo:


Dias da Disciplina Teoria Prática Revisões Revisões
Semana (Ler e perceber) (Elaborar esquemas e resumos)

Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Fonte: Araújo (2013, p. 25)

Entretanto, o horário de estudo não deve:

a) Conter muitas actividades (de modo a evitar conduzir ao seu iincumprimento). Deste
modo, o horário de estudo deve conter o que se consegue fazer e não o que se deveria
fazer;
b) Ser copiado de outro colega, porque cada aluno tem suas características, necessidades e
ritmo e;
c) Apresentar grandes diferenças entre os vários dias da semana. Assim, o horário de
estudo deve conter momentos de estudo e de lazer e, também, deve conter todas as
disciplinas.

Docente: Prof. Doutor Almeida Meque Gomundanhe


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Uma Lista de TPC também poupa tempo e esforço, além de saber sempre quantas tarefas tem
de fazer em cada uma ou duas semanas.
Lista de TPC
Data de entrega Disciplina Tarefas Observações
....../..../..... Matemática Exercício 3 - Caderno de actividades Ver caderno diário, aula no?

Fonte: Araújo (2013, p. 26)

TAREFA 1
Elabore um plano de estudo para uma semana e uma Lista de T.P.C.
Prazo de entrega: 15/03/2024

Referências

Araújo, J. C. (2013). Como saber estudar. Lisboa, Portugal: Plátano.


Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6. ed.). São Paulo, Brasil: Atlas.

Lopes, B. D. (2017). Vivências acadêmicas e métodos de estudo no ensino superior. Maputo,


Moçambique: Alcance editores.

Seco, G. et. al (2012). Como ter sucesso no ensino superior: guia prático do estudante. Lisboa,
Portugal: Pactor.

Docente: Prof. Doutor Almeida Meque Gomundanhe

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