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Um lobisomem e um soldado duro, Rin é o homem certo para o

trabalho certo. Com a tarefa de trazer de volta a lendária Princesa da Lua para
o Príncipe herdeiro de Yamato, Rin fica muito feliz quando a princesa acaba por
ser um Príncipe. Rin é usado para treinar potenciais brinquedos reais para o seu
mestre, mas Midori o confunde. Tanto a metade humana quanto a metade lobo
de Rin querem Midori muito mal, e é um teste supremo para sua vontade superar
o seu desejo pelo brinquedo do futuro do Príncipe.

Grosseiro e contundente, Midori é inicialmente cético em relação a Rin,


mas não pode negar sua atração escaldante pelo soldado de olhos de aço.
Quando ele começa a cair pelo o seu captor, Midori percebe que não é o Príncipe
real que ele quer, mas o seu lobo teimoso. Mas será que Rin será capaz de pôr
de lado o seu dever, a fim de lutar por aquilo que é seu por direito?
O Lobo e seu Príncipe da Lua

Capítulo Um

— Você me chamou sua alteza?

Rin, o capitão da guarda do Príncipe imperial, baixou a cabeça em


respeito e se ajoelhou na frente do seu soberano.

— Vamos Rin. Há quanto tempo temos sido amigos? Nenhuma


fofoqueira nobre está aqui para nos espionar.

O Príncipe Mori se inclinou para frente do banco do jardim, ele se


sentou e apertou seu ombro. Seus olhos negros brilhantes pareciam divertidos
e seu sorriso era infalível.

— Não fique de se não vou empurrá-lo na lagoa, como fiz quando


éramos crianças.

Incapaz de ajudar a si mesmo, Rin sorriu de volta e se levantou.

Seu coração se aliviou, era seu amigo que falava, não o seu Príncipe.
Ele tinha estado ao lado de Mori durante todo tempo que poderia se lembrar e
isso os fez praticamente irmãos, se não de sangue, mas de espírito. Eles
treinaram juntos como irmãos desajeitadamente balançando suas katanas de
madeira para o outro, e da mesma forma se tornaram homens balançando seu
aço real no campo de batalha.

— A recente disputa no domínio central finalmente acabou Rin. Sabe o


que isso significa? — Mori apontou para o banco, seu tom animado.
Rin se sentou e aceitou o copo de saquê que Mori lhe ofereceu. Era
muito cedo para beber, mas bebeu de qualquer forma. Rin reconheceu aquele
brilho familiar nos olhos do Príncipe que só queria dizer uma coisa.

— Você encontrou um novo consorte para o seu harém? — Rin


perguntou incapaz de conter a ânsia em sua voz.

Quando ele não estava lutando ou resolvendo os assuntos do Estado,


o Príncipe Mori era conhecido por entregar-se a seu harém de homens e
mulheres bonitos e exóticos, escolhidos a dedo, e Rin era o responsável pelo
treinamento e preparo dos candidatos para ele.

— O rumor de uma linda donzela de origem celestial com a pele pálida


como alabastro e cabelo tão liso como seda negra chegou apenas recentemente
aos meus ouvidos. Chamam-lhe a Princesa da Lua.

Mori esfregou as mãos ansiosamente enquanto ele falava.

— Eu vou trazer essa dama para você, Mori. — Rin assegurou.

— Oh, eu não estou preocupado, velho amigo. Ouvi dizer que ela é
muito sarcástica e arrogante, então tenho certeza que você gostará de quebrá-
la para mim.

Mori levantou sua xícara de saquê para ele e Rin levantou a taça em
resposta, ansioso para embarcar em sua jornada.

A aldeia onde a Princesa da Lua morava era pouco notável, assim como
todas as outras que Rin tinha passado em sua longa jornada. Rostos curiosos e
bronzeados pelo sol espiavam de casas de palha com apenas um quarto
levantadas sobre plataformas de madeira. Havia um poço no centro da aldeia
aninhada entre uma única fileira de casas. Isso era tudo.

Rin se perguntou quantos pretendentes nobres e samurais estes


aldeões tinham visto. Ele se perguntou se deram a esses pretendentes o mesmo
sorriso cúmplice como estavam lhe dando enquanto cavalgava passando por
suas casas. Eram os sorrisos que diziam: — Não se preocupe, você estará
voltando desanimado, derrotado e de mãos vazias como os outros senhores e
guerreiros antes de você.

Rin não era um homem que assumia a derrota deitado embora. Ele era
o capitão da guarda pessoal do Príncipe, e era um homem e soldado duro. Ele
levava a sua tarefa e missão a sério. Ele traria esta Princesa da Lua, cuja beleza
lhe foi dito que rivalizaria com nenhuma outra, para o seu Príncipe, não
importando o custo, mesmo que isso significasse amarrar a mulher na garupa
de seu cavalo.

A partir daí, Rin só precisaria de algumas semanas para treinar a


mulher até que estivesse disposta e ansiosa. Além disso, muitas mulheres e
homens sonhavam e invejavam a vida luxuosa e indulgente de um
acompanhante real, mas nunca chegaram perto de vivê-la.

A casa ficava localizada após a vila e perto da borda da floresta de


bambu. Ele encontrou o pai adotivo da Princesa da Lua, um velho cortador de
bambu aguardava de pé na entrada de um casebre frágil que não parecia
diferente dos que viu na aldeia.

Rin desmontou determinado a contemplar o mistério no qual seu


Príncipe estava obcecado, mas o velho barrou o seu caminho. Ele era um velho
frágil e curvado, mas parecia não se intimidar com Rin em sua armadura ou sua
katana amarrada atrás das costas.

— Vem para fora, Princesa da Lua. Eu vim todo o caminho da capital


para vê-la. Você sempre deixa o seu velho pai fazer toda a luta para você? —Ele
gritou.
As cascas da porta shoji1 foram arremessadas e escancaradas,
finalmente, Rin pode deleitar seus olhos com a visão da Princesa da Lua ou
Príncipe para ser exato.

Rin soltou um som abafado de surpresa. Ele não era um homem que
se impressionava facilmente, mas a beleza sobrenatural do homem irritado em
sua frente não era nada do que já tinha visto antes.

Cada um dos movimentos de Midori era leve e deliberado, lembrando


Rin do movimento sutil da seda ou água em movimento. Seus olhos irritados
eram como pérolas de obsidiana definidos em um rosto de porcelana. Um rosto
que Rin encontrou sedutor. Pena que não tinha um sorriso fixo em seus lábios.

Midori tinha lábios que não eram nem muito cheios, nem muito finos.
Eles eram exatamente o tipo certo de lábios que Rin queria esmagar com sua
própria boca. Rin imaginou degustar a indignação dos lábios quando sua língua
explorasse o delicioso sabor dele e, finalmente, se insinuasse na garganta de
Midori.

Será que a indignação rapidamente se transformaria em desejo? Qual


seria a sensação de ver o corpo de Midori tremer sob suas mãos como uma flor
recém-arrancada?

— Príncipe da Lua. — Disse Rin.

Ele se curvou educadamente, mascarando facilmente seus


pensamentos menos nobres. Rin podia ver que sua civilidade surpreendeu o
jovem orgulhoso, mas apenas por um momento. Midori manteve o olhar de
desprezo em seu rosto quando conheceu Rin, mesmo após o cortador de bambu
o convidar para entrar em sua casa e Midori os assistia servindo o chá.

Rin estava reconsiderando suas opções. Enquanto Mori foi inflexível


sobre a aquisição deste potencial acompanhante em particular, poderia ser

1
Na arquitetura tradicional japonesa os shōji (障子?) são painéis ou portas de correr
estruturados em madeira e preenchidos com papel translúcido.
apenas uma causa perdida. Rin poderia ser um homem duro, mas não estava
em sua natureza tomar um assunto completamente indisposto e sem resposta.

Rin decidiu fazer sua despedida em breve, mas mudou de idéia quando
Midori o encurralou no corredor a caminho da casinha. Pressionando-se
agilmente contra as costas de Rin, Midori começou a moer-se maliciosamente
contra Rin.

Rin saboreou a expressão de surpresa em seu rosto quando ele


rapidamente se virou e enfiou a mão enluvada em seu quimono. A expressão
indignada de Midori voltou a surpreendê-lo e, finalmente amoleceu quando Rin
começou a trabalhar seu pau habilmente. Para cima e para baixo e alternando
entre movimentos rápidos e lentos, Rin atormentou Midori, tanto quanto
possível.

Não demorou muito antes que o Pau do Príncipe da Lua estivesse


inchado e ereto. Seu peito arfando, o Príncipe da Lua soltou um som final de
prazer. Uma mancha então começou a se espalhar em seu quimono de seda e
suas bochechas ficaram rosadas.

— Como vo... Você se atreve. — Midori começou, mas foi um protesto


fraco.

Ele soltou um grito quando Rin apertou a pressão sobre seu pau, que
ainda soltava uma série de sêmen.

— Você quer mais disso, menino? Em seguida, você vai concordar em


vir comigo. — Rin sussurrou perto de seu ouvido. Um arrepio passou por Midori.
— Eu posso fazer você sentir e experimentar um desejo que você nunca viu
antes.

— Não. — Midori disse fracamente.

Rin apenas o apertou suavemente de novo, como se estivesse


ordenhando-o. Midori soltou um suspiro.

— Não? Você está ficando duro novamente. — Rin observou.


O rosa na pele de Midori virou um tom claro de vermelho. Ele, porém,
não se afastou, quando Rin lenta e deliberadamente moveu a mão para baixo
na ponta delicada de seu eixo e até suas bolas.

— Eu vejo que o seu pau nu gosta da sensação da minha luva de couro,


menino.

— Não me chame de menino. Tenho quase duas décadas de idade. —


Midori assobiou.

Rin conseguiu arrancar outro gemido dele com os dedos experientes.


Suspeitava que os gemidos do Príncipe da Lua pudessem ser ouvidos através
das finas telas Shoji da pequena casa, mas seu pai, Hiro, não disse nada quando
os dois retornaram juntos.

— Você vai ir com o Capitão Rin, filho. — Disse Hiro finalmente,


apertando o ombro de Midori.

Hiro não se pronunciou sobre o fato da bagunça no quimono azul de


seu filho ou o porquê da cor visível em seu rosto.

— Eu não quero. — Midori mordeu o lábio superior, lembrando Rin de


uma criança emburrada.

— Você recusou todos os pretendentes que vieram das regiões mais


distantes em Yamato e você ainda se recusa a tomar uma mulher da aldeia. É
hora de fazer uma escolha o capitão da guarda do Príncipe lhe fez uma oferta
generosa. — Disse Hiro pacientemente.

— Isso é porque eu não encontrei o homem ou mulher certa. Mas pai,


eu não vou ser puta de nenhum homem. — Declarou Midori.

A mão marrom e enrugada apertou seus ombros.

— Um acompanhante real não é uma prostituta, Midori. É uma posição


honrada e muito cobiçada. Eu não vou viver muito tempo, meu filho. Tudo que
eu desejo é para que você possa encontrar a felicidade. Faça isso por mim.
As últimas palavras de Hiro tiveram efeito. Midori eventualmente,
embora relutante, concordou.

Depois de um adeus choroso ao seu filho, Hiro anunciou que iria se


recolher para a noite. Antes de sair, ele falou com Rin.

— Você será bom para ele capitão. Não tendo filhos próprios com minha
esposa e nós o estragamos muito. É hora de ele ter uma mão firme e pesada
para guiá-lo.

Rin não tinha certeza se Hiro entendeu exatamente o que ele pretendia
fazer com o seu filho, mas a confiança do velho o aqueceu.

— Não se preocupe senhor. Sou o melhor no que faço, e ele será


cuidado no palácio.

Rin encontrou Midori embalando os poucos pertences que tinha em seu


quarto. O quarto de Midori era uma pequena caixa apertada e compacta.

Sem as pilhas de presentes caros e bugigangas espalhadas pelo espaço


dado por inúmeros pretendentes de Midori, o quarto se pareceria com o resto
da casa-abandonada e desgastada. O Príncipe da Lua certamente se encaixaria
melhor no palácio imperial desperdiçando sua arrogância com outros nobres
arrogantes.

— Para que você precisa dessas cordas? — Perguntou Midori em um


tom arrogante quando viu Rin calmamente em pé na entrada de seu quarto e
dedilhando um rolo de corda.

— Um monte de trabalho será feito antes que eu possa apresentá-lo


ao Príncipe. Você precisa ser domesticado e disciplinado.

Calor subiu para as bochechas de Midori quando ele tomou consciência.


Rin não podia impedir-se de sorrir.

— Eu não sou um animal. — Midori gaguejou, ainda olhando para as


cordas com uma mistura de medo... E emoção.
Rin podia ver as emoções passando pelo o seu rosto. Embora ele as
mascarasse bem, alguma parte de Midori queria experimentar o mundo fora de
sua pequena aldeia.

— Vamos ver. Tire agora, ou eu deveria rasgar o hakama2 fora de você?


— Perguntou Rin indiferente.

— Meu pai vai nos ouvir. — Midori avisou, mas assim como os seus
protestos anteriores, era fraco.

Suas costas bateram na parede e seus olhos de ébano olharam para


Rin com medo óbvio e desconfiança.

— Prometo que não o machucarei, Midori. Pode confiar em mim. Eu sei


o que estou fazendo. Eu nunca vou te machucar. Se for demais, simplesmente
me diga e vou recuar. — Rin entregou suas palavras em voz baixa e com
urgência, permitindo que a verdade delas permanecesse em seus olhos.

— Você jura sobre a sua vida?

— Eu juro.

Ele deve ter convencido Midori, porque o Príncipe da Lua começou a


se despir. Hesitante no início, mas enquanto Rin olhava, um tremor ansioso
passou por Midori e ele praticamente arrancou o quimono com a visão de Rin
brincando com a corda nas mãos.

Inesperadamente, Rin não encontrou nenhuma resistência durante


todo o ritual shibari3. Ele só foi recompensado com a deliciosa visão de Midori se
contorcendo e tentando ficar quieto quando ele enrolou a corda em volta do
pescoço e abaixo do comprimento de seu trêmulo corpo pálido e lindo.

2
O hakama é uma calça semelhante a uma saia usada por alguns aikidoistas. É uma
peça tradicional do vestuário samurai.
3
Shibari (しばり?) é um verbo japonês que significa literalmente amarrar ou ligar e é
usado no Japão para descrever o uso artístico na amarração de objetos ou pacotes.
Foi difícil se concentrar em seu trabalho, especialmente com toda a
linda e maravilhosa pele oferecida para a sua arte. Não ajudava que Midori se
mantivesse em silêncio olhando para ele também, mas Rin era um artista
treinado. Ele só usava a melhor corda e quando ele as usou, ele fazia com que
seus súditos não sentissem a sua textura áspera. Para eles, as cordas sentiam
como seda acariciando intimamente a pele.

Cada um dos circuitos intrincados foi feito com extremo cuidado e


precisão. Ocasionalmente, ele ia puxar e testar as cordas para se certificar de
que não machucavam Midori. Elas foram feitas para atormentá-lo de outras
maneiras. Maneiras que o faria se contorcer lindamente.

Amarrado e vencido, Midori parecia cada vez menos com o Príncipe


da Lua e mais como um escravo que intencionalmente rosnava. Dada a sua
preferência por homens, Rin, o capitão da guarda do Príncipe, tinha sido
inicialmente cético em relação aos rumores da aquisição da Princesa da Lua para
o Príncipe Imperial de Yamato.

Para seu deleite, a Princesa acabou por ser um Príncipe, um Príncipe


rebelde que precisava ser domado, mas um Príncipe de origem celestial, no
entanto. Rin não duvidava da validade das origens do outro homem. Ele sabia
muito bem que em Yamato, as coisas nunca eram o que pareciam. Metade
deuses e espíritos muitas vezes caiam na terra, os mortos caminharam e
homens especiais com sangue especial se transformavam em animais à luz da
lua cheia.

Quando Rin terminasse com ele, porém, Midori seria um homem


obediente, contido e com colarinho, ajoelhando-se aos pés do Príncipe com a
obediência em seus olhos. Midori se ajoelhar na frente dele agora não
aconteceria embora. Despojado de toda a fina seda Hakamas, quimonos e
ornamentos de pretendentes que devem tê-lo adornado ao longo dos anos,
Midori mantinha a cabeça erguida apesar das cordas que o prendiam.
Ele era um menino bonito, Rin tinha que admitir. Como algo esculpido
em marfim. Um brilho de suor agora lhe cobria o corpo fino e magro com pernas
compridas. Com o cabelo preto azulado solto feito seda caindo em seus ombros,
emoldurando um rosto cheio de ângulos agudos. Rin apenas o observava
impassível enquanto se esforçava e esfregava seu corpo contra o intrincado
padrão de cordas que cruzavam seu peito e descia pelas suas coxas, pau e bolas.

— Por favor... — Midori murmurou.

O desafio em seus brilhantes olhos negros foi dando lugar a fome e


emoções muito escuras. Desejo começou a espreitar, austero e nu contra o seu
belo rosto tenso. Foi-se o olhar orgulhoso e vaidoso que Midori atirou em sua
direção quando Rin bateu na casa de seu pai adotivo poucas horas atrás.
Capítulo Dois

Midori estava usando o espartilho de corda de Rin desde aquela tarde


e estava andando atrás de Rin. Já era tarde e Midori não podia aguentar mais.
Até o momento que Rin conseguiu um lugar para eles na estalagem, um decente,
Midori ainda tentava se esfregar contra ele.

O quarto era espaçoso e tinha paredes grossas. Ninguém poderia


espioná-los ou ouvir nada. Ele era livre para continuar treinando o
acompanhante do seu em breve-a-ser Príncipe, tanto quanto ele queria.

Rin disse que usaria sua correia de equitação sobre ele se ele gozasse
sem permissão. Midori pensou que ele estava fazendo piada no início, mas
depois de alguns golpes da tira, ele estava relativamente manso e obediente.
No entanto, ele ainda tinha aquele olhar rebelde no rosto.

Pacientemente, Rin jogou o jogo o observando. Ele se sentou em frente


a Midori, dedilhando sua correia sem dizer nada.

Rin era um homem de controle absoluto. Orgulhava-se de seu controle,


mas, neste caso, foi terrivelmente difícil. O lado desumano dele, o lado besta
estava acordado, o que era estranho, uma vez que estava longe de ser lua cheia.
O lobo da Rin passeava no comprimento de sua gaiola metafísica inquieto como
um cão que foi colocado em seu canil por muito tempo e queria que o deixassem
sair.

— Por favor, capitão... — Midori sussurrou finalmente.

Rin decidiu que gostava quando Midori o chamava de “capitão”.

Os olhos brilhantes e suplicantes de Midori brilhavam com lágrimas,


mas seu corpo traiu seus próprios desejos.

Como um gato que não conseguia parar de se lamber, em vão Midori


ficava esfregando contra as cordas e cada vez que se movia, as cordas
apertavam em torno de sua pele e em torno de suas bolas delicadas
endurecendo o seu pau.

Estava na hora.

Abruptamente levantou de seu assento, Rin experimentalmente


chicoteou a correia de couro no ar. Midori olhou para cima, mordendo o lábio.
Rin tinha o desejo de se inclinar perto e cheirar a linha do curso do pescoço de
Midori. Cheirar e se familiarizar com sua adorável fragrância e marcá-lo para si
mesmo.

Eu tenho que lembrar que ele não é para mim. Não importa o quanto
meu lobo o quer como um companheiro, eu não posso. Ele prometido a Mori.

— Por favor... — Midori disse tão baixinho que Rin mal pegou as
palavras.

— Por favor, o quê? — Perguntou Rin levemente.

A cinta fez um estalo alto quando desembarcou no peito pálido de


Midori. Outra, um pouco mais provocante, pousou na ponta de seu mamilo
esquerdo. Midori gemeu e suas pernas tremeram com o esforço de manter sua
posição ajoelhada. Foi um lindo esforço, cativante. Até o lobo de Rin latiu em
concordância. Que esplêndido companheiro Midori poderia se tornar.

Não. Preciso me manter no controle. Apesar de quão difícil era superar


a natureza da sua besta, Rin o empurrou de volta para a sua gaiola. O lobo
estava claramente infeliz, mas foi o melhor.

— Por favor... Deixe-me gozar. — Midori sussurrou, abaixando a


cabeça para evitar o olhar dele.

— Você está finalmente lembrando-se das lições que acabei de ensinar,


ou é por que seus mamilos endurecidos e seu pau estão querendo? — Rin estava
contente que sua voz saiu normal.

Ele balançou a correia novamente, desta vez pegando o mamilo direito


de Midori. A próxima desembarcou precisamente em suas bolas, e no próximo
em seu pênis totalmente ereto.
— Eu... — O choro afogou as palavras que Midori ia dizer.

Rin viu seu belo corpo estremecer quando ele esvaziou seu pênis.
Assistindo a expressão de contentamento de Midori em vez de apreensão quando
viu Rin franzindo o cenho para ele.

— Garoto mau. — Rin finalmente disse, encantado com o tremor que


passou pelo corpo de Midori.

— Oh deuses. — Midori murmurou, ainda descarregando seu sêmen.

Respirando com dificuldade, ele não tirou os olhos de Rin. Um olhar de


cautela passou em seus olhos, mas Rin só descartou a cinta e colocou uma mão
sobre a sua cabeça suada. O gesto inesperado surpreendeu Rin. Normalmente,
ele não era brando com os desobedientes.

— Você tem um longo caminho a percorrer, mas isso é o suficiente por


hoje. — Rin decidiu.

Midori chiou indignado para ele como um garanhão selvagem


orgulhoso que se recusava a ser domado. Apesar de sua posição humilhante,
ainda havia certa dignidade real à maneira como olhou para Rin com desafio
renovado.

— Um companheiro digno de nós, — O lobo de Rin sussurrou. A


observação do animal dolorosamente lembrou Rin que a besta nunca poderia
ser permanentemente enjaulada. Ele sempre se escondia dentro dele. Ele
sempre olhou com olhos de âmbar inteligentes, esperando o momento certo
para vir à tona.

Não agora. Não até Midori ser apresentado para Mori.

Rin respirou fundo e sorriu, facilmente deixando de lado suas lutas


pessoais. Era hora de trabalhar, de fazer o que fazia melhor. O fato de Mori
confiar nele com esses pedidos íntimos tocou Rin imensamente. Ele devia ao
Príncipe herdeiro a sua vida. Príncipe Mori colocou sua confiança nele quando
sua própria família se afastava dele. Mori também foi acima e além de manter
seus segredos obscuros.

Tudo O que Rin tinha que fazer para retribuir o favor era ser leal,
mantenha seu animal em cheque e faça o seu trabalho de maldição. Bastante
simples na teoria, mas na realidade o seu coração continuou a bater
traiçoeiramente contra o seu peito com a visão de Midori lutando contra a sua
arte.

Ele abaixou-se e começou a desfazer as cordas. Uma vez que as mãos


de Midori estavam livres, Rin lamentou sua decisão, porque o Príncipe da Lua
enfiou os braços ao redor da cintura de Rin. Qualquer outro homem que o tivesse
lhe, teria sido muito. Normalmente, os instintos sobrenaturais de Rin iriam
chutar, mas não desta vez.

— O que você pensa que está fazendo? — Rin exigiu.

Lançando-lhe um olhar presunçoso, Midori usou a mão esquerda para


desatar rapidamente suas calças. Normalmente, Rin iria cortar qualquer tipo de
rebelião pela raiz quando treinava os submissos que apresentaria ao Príncipe
Mori. Por alguma razão inexplicável, ele fez uma exceção para Midori.

A visão de Midori, ainda vestindo seu trabalho de corda, nu e de joelhos


com as mãos ansiosamente em seu eixo desencadeou emoções estranhas dentro
de Rin. As emoções que fizeram uma confusão como uma chama que só ficou
mais forte, despreocupado com o vento que uivava em torno dele. Estas eram
as emoções que ele e seu lobo não sentiam há muito tempo.

Emoções que poderiam colocá-lo em uma posição perigosa. Enquanto


Rin o homem, era governado por dever e controle, Rin o animal era uma criatura
simples movido pela emoção.

Qualquer que seja o crescente apego que estava começando a ter para
o futuro acompanhante real de seu senhor, tinha que ser morto a qualquer custo.
Esses pensamentos, no entanto, desapareceram imediatamente
quando a boca de Midori se fechou sobre o seu eixo. Rin afundou os dedos em
seus cabelos, gemendo o seu prazer. Ele carinhosamente olhou para Midori. A
forma como os músculos da mandíbula trabalharam e trabalharam enviaram
ondas de apreço e desejo queimando em seu corpo duro e cheio de cicatrizes de
batalhas.

— Estou gozando. — Disse Rin entre as respirações.

Isso não parou Midori. Talvez pensando que era um desafio, Midori lhe
deu um olhar confiante de arrogância e só levou todo o comprimento duro em
sua garganta, até que seus lábios estavam roçando as bolas de Rin.

Rin não teve o luxo de ficar impressionado. Apertou o controle sobre o


cabelo preto azulado de Midori, seu corpo finalmente chegou ao clímax em um
tremido movimento final.

Rin gozou, sua respiração áspera e seu coração batendo. Dentro dele,
sua besta também foi bem saciada. Ele também podia vê-lo lamber as patas
com sua língua com satisfação presunçosa. A boca de Midori ainda estava
afixada sobre ele, engolindo tudo dele e não derramando uma gota. O homem
e o animal olharam para Midori possessivos e satisfeitos. Nosso.

— Pelos deuses, rapaz. Eu tenho que dizer que foi impressionante. —


Disse Rin.

Midori caiu para trás em seus calcanhares, lambendo os lábios como


um gato satisfeito.

— Você está impressionado? — Perguntou Midori com ironia.

Rin caminhou até ele. Um olhar cauteloso passou por suas


características. Ele gritou quando Rin agarrou sua mão e o puxou para cima.
Ignorando os sons de protesto de Midori, Rin facilmente jogou o homem no futon
de dormir.

— Você disse que isso era o suficiente para o dia? — Midori guinchou.
Rin estava em cima dele puxando os dois braços acima da cabeça. Rin
podia sentir o coração de Midori batendo de forma irregular contra o peito
maravilhosamente magro e pálido, como uma vibração de um pássaro
engaiolado.

Será que vibra de medo ou antecipação? Com certeza ele estava na


expectativa, Rin decidiu observou com olhos firmes. Este não tem medo de mim.

— Relaxe. — Rin sussurrou contra o seu ouvido.

Ele podia sentir a aprovação de seu lobo dentro dele. Bons


companheiros merecem recompensas. — Apenas relaxe e me permita devolver
o favor.

Os batimentos cardíacos de Midori desaceleraram e alívio tomou seu


rosto. Rin soltou seus braços e desceu sobre ele, dedilhando as cordas e as
afrouxando enquanto descia. O contraste da textura áspera da corda com a pele
lisa de Midori era maravilhosa sob os seus dedos.

Meu, eles pareciam dizer. Todo meu. Todo nosso, seu lobo concordou.

— Meu. — Disse Rin, não tinha conhecimento que sussurrou as


palavras em voz alta.

— O que você disse? — Havia surpresa na voz de Midori.

Surpresa atada com... Uma emoção que Rin não podia decifrar. Rin
decidiu colocá-lo de lado por enquanto. Agora não era o momento de confrontar
sentimentos e emoções que ele não queria ou poderia colocar um nome. Seu
menino tinha sido bom, ou pelo menos, tinha sido em seu melhor
comportamento. Era justo que fosse recompensado.

— Apenas relaxe. — Rin persuadiu.

Rin separou suas coxas suavemente e quando seus lábios apenas


roçaram a ponta do pênis de Midori, os únicos sons que saíram da boca de Midori
foram gemidos. Rin podia sentir seu corpo relaxar sob ele como argila mole para
moldar ao seu próprio gosto. Ciente de que não estava mostrando qualquer
pensamento de resistência, Rin começou a recompensar o garoto.

Com cada movimento cuidadoso de sua língua e a imprensa ocasional


de seus lábios, Rin mostrou a Midori quão agradecido ele estava. Ele começou
na base e tomou cada uma das bolas de Midori em sua boca, sugando-as como
se fossem pêssegos delicados. Midori dobrou em cima dele, mas Rin manteve as
mãos firmemente sobre as coxas. A partir daí, Rin lentamente trabalhou em seu
pênis.

Não era sua intenção chocar o Príncipe da Lua em um novo mundo que
ele logo teria que se acostumar, mas apenas para dar-lhe um gosto dele.
Certamente, Midori parecia responder bem à sua formação.

Rin lambia seu pênis com movimentos lentos, gostando esforço do


corpo de Midori acima dele.

— Rin... Por favor... — Midori puxou com urgência o seu cabelo.

Rin fez uma pausa em sua tarefa para repreendê-lo. —Você tem que
aprender a ter paciência e uma medida de controle, Midori. Se você reagir de
forma tão aberta assim para alguém...

— Eu nunca reagi assim com ninguém além de você. — Midori


murmurou.

Isso só deu ao ego de Rin um impulso. Com um pequeno sorriso, Rin


retomou sua tarefa. Ele percebeu que era divertido atormentar Midori. Até o
momento que ele fechou a boca sobre o latejante pênis do Príncipe da Lua,
Midori estava gemendo um mantra de fundamentos.

— Por favor... Por favor, Rin!

Seu nome soava maravilhoso na boca do menino. Rin se levantou um


pouco e lambeu verticalmente o pré-sêmen do seu eixo e ele foi recompensado
por uma expressão encharcada do suave suor de Midori por seu tormento.
— Paciência, meu rapaz. Em breve você experimentará um orgasmo
como nenhum outro.

Em seguida, a boca sem esforço de Rin fechou sobre o pênis totalmente


ereto. Rin trabalhou até que soube que Midori não podia mais suportar.

Retirando a boca, Rin passou os dedos delicadamente em torno do eixo


de Midori e disse: — Vinde a mim, Príncipe da Lua.

Midori apenas respondeu com um som profundo de alívio quando o seu


corpo arqueou uma vez e depois chegou ao clímax. Cordas de sêmen pousaram
sobre a barriga de Rin. A sensação de sua mão em torno do eixo de Midori
parecia certo. Sabendo que ele poderia fazer o outro homem sentir e
experimentar o prazer como este o fez satisfeito.

— Oh Deus... — Disse Midori, sem fôlego. Rin levantou-se para obter


um pano para limpar a si mesmo e, em seguida, limpar Midori.

— Gostou? — Perguntou Rin levemente, deslizando atrás dele no futon.

Ele ficou surpreso quando Midori descansou a cabeça em seu peito e


passou os braços ao redor dele. O calor do outro homem contra ele foi
surpreendentemente agradável.

Quanto tempo fazia que Rin teve alguém para dormir com ele,
simplesmente dormir, ao lado dele na cama?

Este não era o protocolo usual para Rin. Normalmente, ele nunca teria
recompensado os seus submissos no início do jogo e ele normalmente ia deixá-
los para o seu descanso depois de uma sessão. Rin estava relutante em se
separar de Midori embora. Pressionados tão perto um do outro, ele podia ouvir
a vibração animada do coração do outro homem.

O que fazia Midori tão diferente dos outros?


Se eu tomar este caminho, não serei capaz de refazer meus passos.
Estarei perdido.

Capítulo Três

A chuva começou a cair à medida que eles deixaram o conjunto de


florestas de bambu que separava a região onde Midori vivia, e entravam nas
áreas florestais do domínio central da Yamato. A chuva caía pela primeira vez
em finas linhas, quase imperceptíveis e água se transformava em gotas pesadas
de chuva.

Midori sempre amou a chuva, ou pelo menos a noção romântica dela.


Ele costumava imaginar um parceiro cavalheiro fantasma segurando um guarda-
chuva de madeira para ele enquanto olhava fascinado por ele, ou ser beijado na
chuva enquanto as gotas corriam por seus rostos. Midori imaginou que os beijos
teriam gosto de calor e umidade.

Ele costumava pensar com carinho na chuva, até que ele a


experimentou por si mesmo no campo aberto.

A chuva turvava a paisagem vívida de outono em uma mancha de


amarelos, laranjas e vermelhos. Caíam-lhe pelo rosto, encharcado as roupas
dele e o deixando desconfortável. Montando em dupla no cavalo de batalha de
Rin, o único conforto que tinha era a parte de trás da camisa de Rin colada contra
ele. Midori podia sentir seus encantadores músculos das costas através dela. Ele
tinha pensado em mais de uma ocasião, em levantar o tecido e passar as mãos
sobre essas amplas costas musculosas.
Realmente, fantasiar era o único conforto que tinha. Eles estavam
andando duro e áspero por quase uma semana. Ele havia adquirido feridas nas
coxas e não importava quantas vezes sugeriu que eles deveriam descansar de
vez em quando, Rin o ignorou.

Por que ele está com pressa? Será que tem algum prazo absurdo para
atender, ou está apenas ansioso para livrar-se de mim?

A estrada de terra inicialmente seca sob os cascos de seu cavalo


dedicado e incansável virou para um caminho enlameado. Midori morbidamente
imaginou os cascos do cavalo, de alguma forma afundando, e ele iria para baixo
junto com seus passageiros. Isso seria fácil, considerando que estavam andando
a uma velocidade vertiginosa.

Água e vento sopravam impiedosamente no rosto de Midori. Uma vez,


ele quase se afogou, tossiu e engasgou com a água da chuva. Era isso. Ele teria
que firmar o pé e convencer Rin a não matar os dois por pura teimosia.

— Rin, temos de encontrar abrigo. A chuva está caindo com muita


força e o cavalo está muito cansado. — Midori gritou.

Ele apertou sua mão na cintura de Rin. Midori tinha medo de que
fosse cair a qualquer segundo do cavalo a galope.

O corpo do outro homem ficou tenso por algum motivo. Ele ficou
tenso com os pequenos toques de Midori tantas vezes que Midori às vezes se
perguntou se ele desagradava Rin. Tendo sido adorado e querido toda a sua vida
por inúmeros senhores e samurais, era realmente uma reação que não conhecia,
e era desconcertante ter alguém realmente olhando para ele com desprezo e
antipatia.

No período de silêncio que se seguiu, Midori esperou Rin ignorá-lo


mais uma vez, e ficou surpreso quando Rin falou.
— Está bem. A noite deve cair em breve. Eu vejo uma pequena casa
fora do caminho à frente.

Qualquer que fosse a casa que ele mencionou, Midori não podia vê-
la na paisagem indistinta que foi continuamente bombardeada pelo aguaceiro.
Parecia que Rin possuía sentidos mais aguçados do que a maioria dos homens,
mas, talvez, fosse um produto de seu treinamento militar. Midori se lembrou de
Rin mencionar que ele tinha sido um soldado na guarda do Príncipe desde que
era jovem. Se isso era parte integrante da vida do soldado, Midori não queria
nada disso.

Fiel à sua palavra, Rin dirigiu o cavalo em um caminho batido e


estreito, e logo um humilde pequeno telhado de palha seca apareceu na linha
de visão de Midori.

— Como você tem certeza que vão nos ajudar? Estamos encharcados
e somos apenas estranhos para eles. — Midori perguntou enquanto Rin o ajudou
a desmontar.

A porta da casa, um barraco, na verdade, estava aberta. Rostos


bronzeados olharam para fora. Eles provavelmente eram agricultores ou
lenhadores como a maioria das pessoas comuns nesta região.

— Sinto muito incomodá-los pessoal, mas estamos à procura de


abrigo. — Disse Rin, andando na frente de Midori.

Os rostos olhavam para eles fixamente, mas o tilintar de moedas na


bolsa que Rin estendeu chamou-lhes a atenção. Eles foram rapidamente levados
para dentro. Rin ofereceu mais moedas e um menino de doze anos dirigiu seu
cavalo para uma área protegida onde a família mantinha o seu gado. Midori
soltou um suspiro de satisfação. O interior da casa era pequeno e seu piso de
tatame e as paredes estavam desgastadas, mas era limpa, ordenada e tinha um
fogo queimando no meio da sala. Uma panela de ferro fundido foi colocada acima
dele. Midori imaginou que esta família, muitas vezes faziam suas refeições juntos
ao redor do fogo. Era um pensamento agradável, terem um acordo permanente
assim. Foram servidos com uma tigela de mingau para ele e para Rin, e ele se
surpreendeu pensando em pedir uma segunda tigela, Rin parecia precisar de
mais comida.

Espera. Por que Midori estava se preocupando com o idiota insensível


e imprudente?

O vento e a chuva ocasionalmente uivavam contra os lados frágeis


da casa, mas a estrutura era estável. Midori gostou da casinha e dos moradores
que a possuíam. Mesmo que tivessem aceitado as moedas de Rin, pareciam
pessoas decentes. A casa e seu povo lembrou Midori de sua própria casa e do
pai idoso que deixou para trás.

Uma velha dor familiar pulsava dentro do coração de Midori. Lar. Ele
gostaria muito de abandonar esta jornada tola e ir para casa.

Malditos Rin e o Príncipe que o enviou. A mulher do fazendeiro


entregou a cada um deles cobertores bem remendados, mas quentes e uma
xícara de chá preto quente muito necessário. Midori agradeceu muito e sentou-
se perto do fogo.

Olhando fixamente para as chamas dançando, Midori deixou a


melancolia enchê-lo. Não era tarde demais para voltar. Eles só chegaram aos
arredores da região do domínio central. O bom era que a chegada das chuvas
sinalizava o fim do verão e o início do outono. Não haveria chuva, então, apenas
uma brisa agradável. A única coisa ruim, porém, levariam semanas para
atravessar a grande extensão da floresta.

Isso significava semanas de equitação dura e semanas de respostas


atravessadas de um homem que odiava claramente. A ideia de passar horas e
horas e dia após dia com um homem que ele odiava e que o odiava era
insuportável. Além disso, o homem era um terrível companheiro e realmente
não fornecia muita conversa.
— O que você está pensando? — Rin perguntou ao lado dele,
ignorando o fato de que Midori se afastou dele e se encolheu em seu cobertor.

— O que você acha? — Midori estalou. — Estou ferido de andar tão


duro assim. Esta é a primeira vez em muito tempo que dormimos com um teto
sob nossas cabeças. Você não pode me deixar ter um momento de paz?

— Eu não sabia que você me odiava tanto assim.

Midori esperava uma resposta sublime e arrogante, mas Rin disse


essas palavras em voz baixa e com cuidado. Ele escondeu bem, mas Midori
poderia de alguma forma dizer que ele estava ferido por suas palavras.

— O que você esperava? Você me tirou da minha casa e pretende me


entregar a um desconhecido como um presente. — Midori gritou, seu peito
subindo e descendo. — Quero dizer, eu pensei que não seria tão ruim viajar com
você, mas você tem sido nada além de cruel comigo.

Rin ficou em silêncio por um tempo.

— Eu sei. Sinto muito. Há muitas coisas na minha cabeça ultimamente.

Midori bufou, mas não se afastou quando Rin estendeu-lhe a mão.


Suas mãos estavam bronzeadas, mãos de um soldado, ásperas e calejadas. Para
sua surpresa, encontrou-se apreciando o contraste da mão áspera de Rin contra
a sua própria suave. Eram mãos seguras e estáveis. Mãos, Midori sabia, que
nunca iriam machucá-lo.

— Você está tremendo. — Rin observou. Uma carranca apareceu em


seu rosto.

Midori não respondeu. Ele só assistiu Rin correr os dedos sobre sua
mão, em seguida, levantou-a até seus lábios e depois soprou sobre elas. O ar
quente fez cócegas contra a pele de Midori. Por alguma razão, ele corou com o
gesto simples.

— Esquentou agora? — Perguntou Rin.


Midori fez beicinho. A dor da saudade em seu coração ainda estava
lá, mas a parte adulta dele também se recusou a desistir. A presença
dominadora de Rin assustava Midori e ele muitas vezes se frustrou pela
insensibilidade do soldado. Por alguma razão inexplicável, porém, ele confiava
nele também e Midori não era um homem que confiava facilmente. Ele cresceu
com pais superprotetores e em uma aldeia que o via como uma espécie de deus,
mas ele tinha sido ferido por pretendentes anteriores antes.

Pretendentes o viam como algum grande troféu de caça ou um objeto


a ser vencido, mas nunca o viam como uma pessoa. Rin, por outro lado, tratou-
o como se ele fosse qualquer pessoa aleatória na rua.

— Ainda não. — Respondeu Midori. Rin levantou as sobrancelhas.

— O que mais eu posso fazer?

Midori desconfiou da oferta de Rin imediatamente. Ele aprendeu


rápido o suficiente para saber que sempre que Rin oferecia, haveria um preço
oculto para ele em algum lugar.

— Bem... — Midori gaguejou, com timidez.

— Bem o quê? — Perguntou Rin outra vez, impaciente, mas Midori já


estava acostumado com seus rosnados e eventuais estranhas peculiaridades
animalescas.

Como quando Rin pressionava o nariz em sua nuca à noite, quando


pensava que Midori já estava dormindo, ou do jeito que ele cheirava o ar na
hora de decidir qual caminho tomar. Era estranho, mas Midori gostava das
peculiaridades de Rin.

— Bem, você pode aquecer-me. Podemos aquecer um ao outro. Hina


diz que há um pequeno, mas reservado espaço que podemos usar. — Midori
sugeriu corajosamente.

Rin olhou-o com cautela.


— Eu pensei que o seu corpo estava exausto. Agora você está com
tesão e quer sexo?

— Eu não estou com tesão e eu não estava pedindo sexo. —


Desabafou Midori, corando quando uma das crianças olhou para ele
estranhamente através da sala. Midori baixou a voz. — Nós podemos apenas
dormir juntos. Para o calor. Você é o único a ter pensamentos sujos.

— Apenas dormir hein? — Perguntou Rin desconfiado.

Midori estava na verdade, estranhamente excitado o suficiente para


fazer mais do que dormir. Uma coisa que ele certamente não perderia era uma
chance de sexo quente com Rin. Por Kami e os deuses, ele nunca tinha
experimentado nada como isso antes com ninguém. Sexo com Rin era sempre
alucinante e hilariante.

Midori normalmente não se submetia a qualquer outro homem, mas


para Rin, ele faria uma exceção. Gostava de como Rin usava as mãos. Da
maneira cuidadosa que ele o tocou e acariciou, apesar das palavras duras e, por
vezes, cruéis que saíam da sua boca.

— Apenas para dormir. — Confirmou Midori.

A expressão desconfiada e crítica de Rin não durou muito tempo. Ele


cheirou o ar e o estômago de Midori rosnou com fome. Um perfume celestial
flutuava da pequena cozinha. Eles olharam um para o outro, sorrindo como
idiotas.

— Comida. — Midori disse alegremente, segurando o braço de Rin. —


Pelos deuses, eu estou certo e o que eu cheiro é comida?

— Não apenas comida. Comida quente. — Corrigiu Rin.


Foi provavelmente a melhor refeição que tinham comido em um longo
tempo, embora tenha sido um simples prato de arroz, vegetais, raízes e
pequenos peixes. Rin suspeitava que fosse principalmente porque eles estavam
com fome, molhados e cansados. Qualquer coisa quente que eles comessem
agora provaria espetacularmente bom. No entanto, Rin teve sua cota de
refeições caras delicadamente preparadas no palácio imperial e nenhuma delas
já provou maravilhosa como esta.

Talvez Midori tivesse algo a ver com isso. A forma como ele facilmente
entrou em uma conversa amigável com a família da casa surpreendeu Rin. Havia
também algo sedutor sobre a maneira que se sentavam tão perto uns dos outros
ao redor do fogo. Sentia-se estranhamente íntimo e acolhedor. Com uma
pontada, Rin percebeu que ele nunca tinha experimentado nada como isso
antes. Sentar junto e ter uma refeição com uma família era um conceito estranho
para ele.

Sua própria família havia desdenhado e amaldiçoado ao encontrar sua


natureza não muito humana. Príncipe Mori tinha sido sua única família, mas Mori
era um Príncipe Imperial e Rin era apenas seu guarda-costas. Havia sempre
limites e costumes que teve de observar, mas não havia nenhum limite entre
Midori e ele.

Os olhos cor de âmbar de sua besta olharam calmamente para ele de


sua jaula escura metafísica. A inteligência e sabedoria não surpreendeu Rin. —
Imagine... — Seu lobo disse. — Ter refeições intermináveis como esta com o
nosso companheiro. — Rin fechou os olhos por um breve segundo.

Podia se imaginar sentindo o ar fresco da noite do lado de fora da


varanda de sua pequena casa na capital. Imaginou-se trazendo Midori fora das
muralhas da cidade e mudando sua pele humana frágil para sua pele animal.
Midori não olharia para ele com olhos temerosos e desconfiados, como todos os
outros. Sendo uma criatura sobrenatural e celestial ele mesmo só iria rir,
esfregar as orelhas de Rin e correr com ele para a floresta.
Continue a sonhar. Sempre haveria limites que Rin não podia
atravessar. Só parecia que não havia limites, porque eles estavam viajando
sozinhos. Uma vez que entregasse Midori para o Príncipe, haveria sempre os
olhos e línguas balançando no palácio.

— Você está bem? — Midori questionou, tocando sua mão.

Rin assentiu, evitando seu olhar e lembrando-se de suas palavras


acusatórias um tempo atrás com vergonha.

Midori estava certo. Ele tinha conduzido e empurrou-os muito duro.


Rin tinha esquecido que ao contrário dele, que passou anos treinando seu corpo
combinado com a sua ascendência sobrenatural, Midori ainda era um ser
humano. Midori podia ser um mortal e ser celestial caído, mas ele ainda era um
ser humano com fraquezas de um ser humano.

Ele estava com tanto medo de enfrentar seus próprios sentimentos


que teve que ferir o homem que foi encarregado de proteger e treinar?

— Eu estou bem. — Disse Rin com força, dando-lhe um sorriso falso


de segurança.

Algo em sua voz ou expressão deve ter satisfeito Midori, porque ele
voltou para sua conversa com Hina, a esposa do velho fazendeiro.

Nunca apto para uma conversa educada, Rin estava contente de


sentar e desfrutar da companhia dos outros. Eles eram pessoas simples. Boa
gente como a gente na vila de Midori. Pela enésima vez, Rin se perguntou se ele
tinha o direito de arrancar Midori do mundo que tinha conhecido toda sua vida,
só para empurrá-lo para outro novo e desconhecido.

O que está feito está feito. Além disso, é um conforto tê-lo ao meu
lado. Eu nunca mostrei, mas encontrava a sua presença reconfortante. — Como
um ajuste perfeito de um quebra-cabeça faltando. — Seu lobo sussurrou.
Rin ignorou sua voz novamente. Frustração aumentou e encheu sua
cabeça. Ele pegou sua tigela e furiosamente levou o arroz a sua boca com os
pauzinhos.

Capítulo Quatro

A banheira de imersão construída pela família Reisuke era grande o


suficiente para caber um adulto e uma criança, mas não dois homens. Como
tudo o mais na casa, a banheira de madeira tinha sido profundamente usada
com o tempo. Rin olhou para ela com desconfiança. Parecia que iria desmoronar
a qualquer momento, especialmente se dois homens entrassem nela.

— Olha Midori, não acho que pode caber nós dois lá dentro. Talvez
possamos revezar.

— E desperdiçar toda essa água quente que Hina ferveu para


derramar na banheira? — Midori parecia despreocupado. — Faça como quiser
Rin, mas eu vou primeiro então.

Midori já estava tirando rapidamente suas roupas. Rin teve que fazer
uma pausa para estudá-lo. Os olhos de Midori estavam fixos com tal
concentração no vapor da água para o banho. Lá fora, eles ainda podiam ouvir
a chuva batendo forte contra o teto e o som ocasional de um trovão. As roupas
secas caíram como flocos indesejados, revelando seu corpo esbelto e a bonita
pele pálida. Mesmo que Rin já o tivesse visto muitas vezes nu, ainda não estava
acostumado com a visão.
Percebendo a maneira que Rin estava olhando para ele, Midori bufou.
— Não gosta do que vê?

— O que te deu essa impressão? — Rin não era de perder um desafio,


e este era claramente um desafio.

Estava Midori esperando para ver se realmente iria entrar na pequena


banheira com ele? Rin começou com impaciência a puxar suas roupas.

— Você sempre parece pensativo ou franzi as sobrancelhas quando


está olhando para mim. Só para que saiba, seu olhar pode intimidar a maioria
dos homens, mas não a mim. — Disse Midori com um floreio e entrou na
banheira.

— Ahh... Depois de semanas de viagem dura e sem banhos


adequados, este parece tão maravilhoso. — A banheira de imersão vinha até o
seu peito.

Midori recostou-se para um lado, suspirando com prazer óbvio. Ele


parecia muito confortável para o gosto de Rin.

— Sua expressão parece a de uma pessoa que quer ser fodida. — Rin
observou, jogando fora a última peça de suas roupas.

— Eu não. Porque é tudo sobre sexo para você? — Midori inclinou a


cabeça e o olhar apreciativo de cima para baixo que deu a Rin valeu a pena.

— Dois homens espremidos em uma pequena banheira de imersão


não é uma pista? Você não estava sendo sugestivo? Mova-se um pouco.

Midori continuou a encará-lo enquanto apertava seu corpo grande e


volumoso contra a banheira. Quando a água quente rodou e acariciou sua pele,
ele suspirou. Midori estava certo. Era um sentimento maravilhoso de êxtase.
Infelizmente, estava muito consciente da pele de Midori pressionando contra a
sua. Estavam cara a cara na banheira e havia apenas poucos centímetros de
precioso espaço entre seus corpos.
— Você está dizendo que não pode estar na mesma banheira sem
fazer algo mau? — Havia um brilho brincalhão e travesso nos olhos de Midori, e
isso fez Rin sorri. Fazia algum tempo desde que Midori tinha usado essa
expressão.

— Companheiro quer jogar. — Seu lobo disse e pela primeira vez, ele
concordou. Felizmente ou infelizmente para Midori, Rin nunca recuou de
qualquer desafio, seja no campo ou na sua vida pessoal.

— Claro Príncipe da Lua. Nós somos homens crescidos, não somos?


Você gostaria que eu O ajudasse a esfregar suas costas? — Rin perguntou com
voz inocente.

Midori apenas O observava com olhos céticos, relaxando enquanto


apenas estendeu a mão para a escova de esfregar que estava na cadeira ao lado
da banheira.

— Será que você pode virar? Não posso alcançar você a partir daqui.

Midori deu outro olhar de desconfiança e, eventualmente, virou as


costas para ele. Rin começou a esfregar as costas suave e encantadora, mas ele
não tinha intenções de simplesmente fazer isso.

— O que você está fazendo?

Rin só se aproximou dele e apertou-se contra suas costas. Midori


estava tão tenso que Rin podia ouvi-lo respirando com dificuldade. Sorrindo para
si mesmo, Rin provocativamente pressionou seu pênis semi-ereto entre a fenda
de sua bunda, mas não fazendo mais nada. Quando Midori se inclinou
ansiosamente em sua direção dando mais acesso, Rin ficou contente.

Ele gemeu. — Seu grosso, miserável, provocador.

— Você disse que não era sexo, não é? Mas tocar não está
exatamente fora dos limites. — Rin colocou os braços em volta do quadro do
homem mais jovem, passando as mãos suavemente sobre o peito de Midori e
para baixo da água para o resto do corpo.
— Maldito seja, Rin... — Como sempre faltava força ás palavras de
Midori.

Seus toques eram leves e suaves, e podia sentir o rastro de arrepios


na pele de Midori. Respondendo aos seus toques imediatamente, Midori gemeu.
Ele balançou para trás e para frente começando a moer-se contra Rin, mas Rin
efetivamente segurou seu corpo como refém em um abraço apertado.

Deixando uma mão pressionada contra o peito de Midori o segurando


no lugar, a outra mão de Rin desceu até a barriga indo para baixo para o pênis
animado e endurecido de Midori.

— Por favor... — Midori começou a murmurar. — Por favor, Rin!

— Por favor, o quê? — Rin sem pressa começou a trabalhar no pênis


de Midori em movimentos lentos para cima e para baixo que enviou o outro
homem para a borda.

Midori gemia e se debatia contra o pequeno espaço. Água espirrava


ruidosamente sobre o quarto pequeno, mas ninguém podia ouvi-los com a chuva
forte lá fora.

— Me tome... Por favor, me fode. — Midori ofegava.

— O que você disse? — Rin começou a aumentar seus movimentos


com a mão.

— Retiro as minhas palavras! — A voz de Midori saiu em um gemido


ofegante. — Queria compartilhar a banheira com você desde o início.

— E por que desejava compartilhar a banheira comigo, Príncipe da


Lua?

— Porque tinha certeza que você não podia se conter. Iria acabar
fodendo-me. — Depois da admissão, Midori já não era capaz de falar.
— Você presume Príncipe da Lua, que sempre gostaria tê-lo? Que sou
uma besta selvagem incapaz de me controlar? — Midori lhe respondeu com um
gemido baixo. — Bem. Você está certo dessa vez. Sou uma besta e tenho o
direito de ter você quando eu quiser.

Midori quase gozou com essas palavras, mas Rin apertou seus dedos
em seu pênis em sinal de advertência. — Ainda não, menino!

Um som de protesto veio do homem mais jovem, mas ele ignorou.


Rin habilmente construiu seu orgasmo. Orgulhava-se de conhecer o belo corpo
de Midori de dentro para fora, porque o Príncipe da Lua pertencia exclusivamente
a ele. Nenhum segredo podia ser mantido dele. Sabia todos os segredos e pontos
sensíveis de Midori. Rin sabia maneiras para fazê-lo gozar mais rápido, ou negar-
lhe até que estivesse tão cheio a ponto de estourar que ele mal conseguiria
segurar o seu próprio clímax.

— Ele pertence a mim. Por agora de qualquer maneira. — Seu lobo


concordou.

— Posso gozar? — Midori perguntou com uma voz suave e


descontrolada.

O fato dele não se esquecer de pedir a permissão de Rin mesmo


estando no auge da paixão agradou a Rin e foi um ótimo negócio. Rin até se
esqueceu das palavras sussurradas pelo seu lobo.

— Sim. — Rin sussurrou contra o seu ouvido.

Midori estremeceu com o alívio das palavras dele. Foi o suficiente.


Midori soltou um suspiro de satisfação final e explodiu. Midori teria caído para
trás com as ondas de prazer orgástico montando-o, mas Rin o segurou
firmemente. Ele também estava ciente de seu próprio pênis, duro feito rocha e
ansioso por algum alívio.

— Abra suas pernas para mim, meu garoto.


Midori fez sem resistência. Ele abriu as pernas, tanto quanto os limites
da banheira permitida. Ele não vacilou fora quando Rin tocou seu ânus. Com a
ajuda da água, Midori estava pronto para recebê-lo.

— Você ainda me quer dentro de você, rapaz? — Perguntou Rin.


Vendo Midori acenar com a cabeça, ele disse: — Segure as bordas da banheira.

Midori fez, novamente sem pestanejar, e Rin se perguntou sobre sua


obediência quando começou a empurrar para dentro dele. Seus gemidos e
súplicas só o incentivaram. Agarrando seus quadris, Rin começou a deslizar para
dentro e para fora dele sem esforço. Cada impulso foi acompanhado dos apelos
de Midori de “mais rápido” e “duro” e Rin estava apenas feliz por poder atender
suas demandas.

Rin inicialmente estava com medo que Midori não pudesse tomar ele
todo, mas o homem menor não se opôs nem uma vez.

Não demorou muito para que Rin gozasse também. Foi um dos ápices
mais satisfatórios que Rin tinha experimentado. Nunca tive relações sexuais com
mais ninguém que fosse tão bom. Nem as meninas que tinha cortejado no
passado ou os inúmeros homens e mulheres que Rin havia treinado para o
Príncipe. Inclinando-se contra as costas de Midori, seu corpo parecia suspirar de
pura satisfação como um animal preguiçoso, um lobo que tinha acabado de
saciar suas compulsões de acasalamento.

Por que estar com Midori era tão diferente? Rin se perguntou. Seu
lobo inesperadamente respondeu e Rin não gostou nem um pouco da resposta
do animal. — Porque o sexo não é apenas luxúria é a reunião de carne. É também
o encontro de almas. Isso é o que significa, finalmente, encontrar o nosso
companheiro.
Capítulo Cinco

Não era do sexo alucinante que Midori lembrava enquanto pensava


naquela noite. Era na conversa que veio depois. A chuva não deixou escapar. O
vento continuava a sacudir contra as paredes, mas Midori estava contente, na
dobra do braço musculoso de Rin. Suas costas estavam pressionadas contra o
peito quente e nu de Rin e era agradável. A parede de músculos de Rin era sólida
e lembravam a Midori de estabilidade. Rin estar lá com ele lembrou-lhe que não
estava sozinho.

Deitado nos braços um do outro em um pequeno colchão em um


quarto apertado menor do que a sua própria sala na vila, Midori percebeu que
não queria mais nada. Nenhum quarto de fantasia ou elaborado ou Hakamas
coloridas feitas de seda de finos fios e ouro. Nem palácios ou Príncipes. Estava
contente por estar em um quarto sujo com uma tempestade que batia do lado
de fora ao lado do homem que amava.

— Pensando muito? — A voz de Rin flutuou atrás dele.

— Sempre me pergunta isso. Faz-me pensar que você não reflete


sobre as coisas ou pensa em tudo.

Rin bufou. Ele gentilmente levantou a cabeça de Midori movendo o


seu braço e colocando-o em volta da cintura de Midori. Rin apertou seu nariz
contra a nuca de Midori de novo e cheirou. Parecia um gesto estranhamente
protetor, como se Rin estivesse memorizando o seu cheiro. Midori teve que
sorrir, e se alegrou por Rin não conseguir ver o seu rosto.

— Estou feliz que encontrei um lugar para ficar durante a noite. —


Midori admitiu.

Agora que eles estavam sozinhos e confortáveis, Midori sentiu que


precisava falar sobre as preocupações que teve ao longo dos últimos dias. O
incidente na banheira o tranquilizou por não ter sido repelido por Rin, ou por
estar com raiva dele. Talvez o homem pudesse estar pensando sobre os dois.
De fato, a partir de seus toques ardentes, Midori sentia que era
exatamente o oposto. Será que Rin ouviria, e poderia Midori furar o véu
misterioso em torno do outro homem? Rin raramente dava informações sobre si
mesmo, mas Midori estava morrendo de vontade de saber sobre o homem que
compartilhou a cama.

— Estou feliz também.

— Pensei por muito tempo que você não gostava de mim e que me
via apenas como um trabalho, mas estava errado. Pelo menos espero estar
errado. Diga-me, sou apenas uma tarefa para você, Rin?

Rin ficou em silêncio por um momento. Midori se encolheu. Talvez


tivesse sido muito presunçoso e tinha, sem saber, cruzado as fronteiras de seu
relacionamento, mas, em seguida, Rin finalmente falou.

— Eu estava errado, Midori. Não deveria ter sido imprudente ou


apressado. Temos tempo e garanto-lhe que vamos fazer as coisas direito a partir
de amanhã em diante.

Isso não explica por que queria chegar à capital o mais rápido
possível. Midori não expressou seus pensamentos embora. Estragar esta noite
especial não faria nenhum bem a qualquer um dos dois. Quaisquer que fossem
as reservas que Rin tinha não falariam sobre elas para Midori tão cedo. Isso era
bom, no entanto. Midori era paciente e Rin disse que a viagem seria longa.
Esperaria. Tinha esperando por Rin toda a sua vida no fim das contas, mesmo
que só tenha percebido isso recentemente.

O amor não aconteceu como via nas histórias. Nenhum Príncipe ou


Princesa ia varrer Midori fora de seus pés. Quando o amor chegou, veio de
repente e imediatamente bateu toda a respiração dele. Mesmo que Rin estivesse
cego para o que tinham, Midori teria que esperar que o outro homem olhasse ao
redor.

— Ok. Eu te perdoo. — Midori falou ao invés.


Rin apertou seus lábios contra o pescoço de Midori, deixando um
caminho de beijos carinhosos.

— Mmm isso é bom. — Midori sentiu uma ligeira mordida de dentes


em sua pele.

Não era um arranhão forte, mas uma provocação de um amante. Ele


estremeceu com a perspectiva de Rin afundando seus dentes em seu pescoço.
Midori não me importaria de usar a marca de Rin abertamente onde todos
pudessem vê-lo. Iriam vê-lo e saber de imediato que Midori tinha sido
reivindicado por Rin.

— Será que essa sensação ainda te faz bem? — Rin provocou a borda
de seu pescoço com os dentes, enviando tremores no corpo de Midori apenas
com um simples gesto.

— Sim. — Midori respirou, suspirando quando Rin afundou os dentes


para deixar sua marca.

A dor subiu brevemente, mas diminuiu quando Rin começou a lamber


a marca. Ele se perguntou se Rin sabia qual era a implicação dessa marca, mas
mesmo que o soldado cabeça-dura não fizesse ou se recusava a reconhecê-lo,
Midori estava contente.

Antes de conhecer Rin, ser amarrado e espancado não era algo que
Midori associaria com suas fantasias sexuais. Ele não achava que estar sob a
mão firme e controladora de Rin pudesse ser tão erótico, nem que ele se sentiria
tão livre a cada vez que fazia uma sessão. Midori não conseguia articular seus
pensamentos, mas mesmo que fosse cativo de Rin, nunca se sentiu um
prisioneiro. Submeter-se a Rin não o fazia impotente ou fraco. Dava-lhe o poder,
e fazia dele um indivíduo mais forte e mais confiante dentro e fora do quarto.

Na verdade, ao longo de seu tempo íntimo juntos, Midori começou a


perceber que tinha a mesma quantidade de poder na relação que Rin, que
sempre enquanto trabalhava nele, nunca deixava de perguntar sobre o seu
estado físico e mental, sempre cuidadoso e atencioso.

Eu pertenço a este homem agora. Midori pensou que nunca diria


essas palavras com orgulho, mas fazia agora. Rin o confundiu de muitas formas
e havia tantas incertezas entre eles, mas estava contente por agora. Por
enquanto, tudo parecia perfeito.

Eu pertenço a este homem, e um dia ele vai me pertencer. Com esse


pensamento agradável persistente em sua mente e a pele quente de Rin
apertada contra a dele, Midori caiu em um sono profundo e sem sonhos.

Mesmo no escuro, os sentidos aguçados desumanos de Rin podiam


distinguir as feições bem formadas de Midori. Seu Príncipe da Lua dormia ao seu
lado voltado para Rin, seus sonhos imperturbáveis e agradáveis. Passando a
mão suavemente em todo o lado do rosto de Midori, Rin estava perturbado pelas
palavras que Midori disse anteriormente.

— Pensei por muito tempo que você não gostava de mim e que me
via apenas como um trabalho, mas estava errado. Pelo menos espero estar
errado. Eu sou apenas uma tarefa pra você, Rin?

O pensamento desagradável que veio a ele, enquanto estavam na


banheira ressurgiu. O Príncipe da Lua era seu, mas apenas por enquanto. Era
uma verdade difícil de engolir, mas a verdade, no entanto.

Assistindo a subida e descida do peito de Midori, Rin estava


impressionado como Midori parecia uma criança quando dormia. Os olhos de Rin
mudaram-se de seu rosto para o seu pescoço. Seus dedos tocaram suavemente
sua marca de mordida lá. Orgulho e um sentimento de possessividade
preencheram tanto ele quanto o seu lobo. Parecia à coisa certa ter marcado
Midori.

Ele tinha todo o direito de marcar Midori porque pertencia a ele tanto
quanto ele pertencia ao outro homem, mas poderia realmente ser Midori o que
Rin, obviamente, queria que ele fosse? Rin não podia simplesmente entregar-se
a Midori da mesma forma como o Príncipe da Lua sem medo e sem vergonha
fez. De certa forma, era um covarde patético que não poderia lutar ou defender
o que era seu.

Tenho que pensar em Mori. Mori ajudou-me quando ninguém mais fez.
Ele me deu a chance de provar a mim mesmo e subir através das fileiras de seu
exército por meu próprio mérito.

Doeu. O Príncipe era como um irmão para ele e só o pensamento de


traí-lo era insuportável. Rin afastou a mão, mas Midori inconscientemente se
moveu em direção a ele.

Talvez não fizesse mal só esta noite, Rin pensou. Amanhã tudo
voltaria ao normal. Pelo bem de ambos, tinha que ser assim.
Capítulo Seis

— Não te entendo. Às vezes você é surpreendentemente atencioso e


carinhoso, mas na maior parte do tempo é frio e insuportável. — Midori se
arrependeu de suas palavras no momento em que saíram de sua boca.

Ele se amaldiçoou por ser incapaz de controlar o seu temperamento.

Sentado atrás dele na sela, sentiu os músculos rígidos dos braços


tensos de Rin quando puxou as rédeas curtas do cavalo. O bem treinado cavalo
de guerra elevou sua grande cabeça cinza, mas parou de se mover. Dane-se o
animal obediente e dane-se Rin por ser tão difícil.

— Saia. — Disse Rin, sua voz dura e ilegível.

Facilmente ele se virou para fora da sela, o movimento gracioso e


bem praticado. Midori gostava da linha do corpo de Rin, gostava de ver os
músculos firmes que espreitavam sob a roupa quando Rin não estava prestando
atenção. Era especialmente fácil quando Rin passava a usar apenas um quimono
de algodão azul liso por causa do calor. Não que Midori tivesse muitas chances
de tocar aquele delicioso corpo.

Entretanto o que ele disse era verdade. Após sua carinhosa noite
juntos na casa da família Reisuke, Rin tinha se tornado distante e mais frio a
cada dia que passava. A cada dia se aproximavam cada vez mais do Capitólio.
Midori não sabia por que esse pensamento o enchia de temor. Quanto mais cedo
se separasse do capitão áspero e grosseiro, melhor.

Por kami e os deuses, ele realmente achava que Rin era o seu
Príncipe? Midori sabia que tinha cometido um erro grave, mas uma parte sua
ainda se recusava a desistir.

Midori teria sido mais complacente e responsivo ao treinamento cruel


de Rin se o outro homem apenas mostrasse um pouco de coração. O mataria
ser gentil de vez em quando?
Midori ainda não conseguia afastar da memória o modo como o seu
corpo reagiu quando Rin disse as palavras "meu menino." Ele tinha derretido
com essas palavras, e também se perguntou por que uma espécie estranha de
orgulho o invadiu. Depois dos últimos dias, porém, ele começou a pensar que
tinha imaginado tudo o que aconteceu.

— Você é surdo ou devo arrastar você para baixo? — A voz dura de Rin
trouxe os pensamentos de Midori de volta ao presente.

— Tudo bem. — Retrucou Midori, desmontando às pressas, quase


caindo.

Ele quase entrou em pânico quando seu pé deslizou para fora da sela.
A última coisa que queria era que Rin visse seu rosto bater na lama. A mão
calosa de Rin pegou a sua, familiar, forte e estável. Forte, como o próprio homem
frustrante e teimoso. Com o pulso acelerado, Midori soltou um suspiro, mas Rin
apenas o soltou.

— Puxe para baixo suas calças e fique de frente para aquela árvore.
— Rin fez um gesto para a árvore de gingko4 próxima ao lado da estrada.

— O quê? — Midori perguntou sem compreender.

Ele gritou quando a mão de Rin apertou os cordões de suas calças.


Rin inclinou-se em direção a ele até que seus ombros estivessem se encostando.

— Tenho que despi-lo eu mesmo, Príncipe da Lua? — Ele perguntou


com uma voz zombeteira.

Ofendido, Midori empurrou a mão dele. Diante da espera e do olhar


expectante, com raiva Midori começou a desfazer as cordas de sua calça. Dane-
se o suíno arrogante. O que ele está pensando, e se um transeunte nos vir?

4
Ginkgo biloba, de origem chinesa, é uma árvore considerada um fóssil vivo, pois
existia já no tempo dos dinossauros, há mais de 150 milhões de anos. É símbolo de paz e
longevidade por ter sobrevivido às explosões atômicas no Japão.
Uma vez que soltou as calças e sua bunda nua provou o ar, Midori
definitivamente encarou Rin. O encarar não durou muito tempo, quando viu o
que Rin estava manuseando. A alça de equitação de cerejeira polida brilhava em
suas mãos, ameaçando... Quando Midori imaginou a ponta da alça acariciando
sua carne, ele estremeceu.

Não tremeu porque gostava um pouco da mordida durante o sexo,


mas porque era Rin quem segurava a alça. Rin, que o arrancou e deslocou da
aldeia, o mundo que conheceu por toda sua vida. Rin com o rosto áspero e
bonito, as mãos e olhos duros.

Meu menino.

Midori não sabia por que ficou vermelho ou tremeu quando se


lembrou de Rin dizendo essas palavras. Havia algo sobre a maneira como o
soldado dizia essas duas palavras simples. Havia um aconchego possessivo
nelas, enviando arrepios á sua espinha. Ele sabia que não imaginara aquilo. Se
Rin estivesse determinado o suficiente, ele sabia que poderia expor o calor do
soldado de olhos de aço.

No presente, Midori se recusou a ser intimidado pela presença


assustadora e comandante de Rin. Aqueles olhos pacientes a espera não o
afetavam nem um pouco, mesmo que ele estivesse certo de que Rin observava
cada passo seu. Observava a maneira como ele, sem vergonha, se virava para
a árvore, apertou-se contra ela e passava os braços firmemente em torno de
seu corpo de madeira cheio de cicatrizes. Apesar da posição humilhante que era
forçado a estar, sentia certo orgulho e prazer de que ele tinha toda a atenção
de Rin. Apenas e somente ele.

A textura da madeira velha era chocantemente áspera contra seu


corpo. Ainda mais chocante foi o assobio agudo que gritou pelo ar com o impacto
repentino da correia de couro batendo contra a bochecha esquerda de sua
bunda.
Um suspiro de surpresa foi arrancado da boca de Midori. Ele tentou
fechar a boca, mas os gemidos saíram com a chuva de golpes.

— Pare de se mexer e receba os golpes como um homem. Você sabe


que você merece isso. — Disse Rin severamente.

O rosto de Midori começou a esquentar e ele estava feliz por Rin não
poder vê-lo. Quase podia imaginar a expressão impassível e imutável de Rin.
Para Rin, a tarefa humilhante não era diferente de qualquer outra, como escovar
a crina do cavalo ou afiar sua katana com uma pedra de amolar.

Mordendo o lábio, Midori resolveu fazer melhor. Por mais que odiasse
Rin por fazer isso, ele não estava com medo. Sabia que Rin nunca iria machucá-
lo. Cada golpe era calculado, preciso e cuidadoso. Claramente, Rin sabia o que
estava fazendo.

Durante todo o tempo, Midori estava bem ciente do calor se


espalhando sobre suas nádegas e coxas, e seu pênis endurecia pressionado
contra a madeira. Em vez de evitar os golpes, ele mudou seus quadris levemente
e sugestivamente, para que sua pele pudesse provar a mordida afiada, mas
maravilhosa da cinta.

— Você não está gostando demais? — Observou Rin.

— Não! — Era o que Midori queria dizer de forma emburrada, e em vez


disso, saiu ofegante.

Ele fechou os olhos com força. As picadas haviam desaparecido em


um pulsar maçante e delicioso, e ele podia sentir o peso de seu pênis totalmente
ereto pressionado contra a casca.

Midori estremeceu quando sentiu as mãos ásperas e calejadas de Rin


deslizando para baixo de suas coxas. Em um movimento lento, tortuoso e
deliberado.

Ele estremeceu quando Rin apertou o rosto em seu pescoço e


sussurrou: — Esse é o meu bom menino. Você é meu bom menino, não é?
Quaisquer pensamentos de ressentimentos que nutrisse fugiram com
essas poucas palavras e ele quase se odiou por ser uma criatura fraca e tão sem
força de vontade. Não importava agora. Ele gostava da pressão do quimono de
algodão de Rin contra si e de suas mãos seguras e estáveis. Midori percebeu
que poderia viver assim. Ser uma criatura de sensações, ou pelo menos uma
criatura unicamente sob o controle das sensações que Rin era capaz de extrair
dele.

— Você me quer? — Perguntou Rin.

— Sim. — A voz de Midori não parecia pertencer a ele. Parecia que


pertencia a um estranho pobre e embriagado, incapaz de pensar qualquer
pensamento lógico, além de sujos e perversos.

Rin apertou uma mão firme sobre o seu peito e suavemente o afastou
da árvore. Seu pênis ereto sentiu o gosto do ar frio de outono, mas não demorou
muito para que ficasse quente novamente. Atrás dele, Midori pode ouvir Rin
fazer um som de sucção com os dedos. Ele deveria tê-los molhado porque Midori
se contorceu quando sentiu o dedo molhado lubrificar a borda da sua bunda.

Quando estava bom e solto, Midori mal podia respirar. Ele queria que
Rin entrasse dentro dele e não podia esperar o outro homem abaixar as calças.

Mantendo uma mão possessiva pressionada contra o seu peito, a


outra mão de Rin puxou para baixo as calças e se moveu para tocar o pênis
dolorido de Midori. Ele podia sentir o próprio pênis de Rin, duro e pronto contra
a fenda de seu traseiro dolorido. Midori separou as pernas e Rin murmurou seu
apreço provocativamente mordendo o lóbulo da sua orelha esquerda.

— Eu não posso... Se você continuar com isso... — Midori balbuciou,


deixando escapar um suspiro quando Rin segurou suas bolas e começou a correr
os dedos sobre elas.

— Quieto, fique em silêncio. — Disse Rin.


Seus dedos apertaram o comprimento de seu pênis e começaram a
trabalhar para cima e para baixo. Ao mesmo tempo, Rin começou a deslizar para
dentro dele. Midori sentia como se estivesse sendo preenchido de corpo e alma.
Justamente reclamado pelo homem que amava. Seu orgasmo começou a crescer
e ele começou a esfregar as costas contra os músculos rígidos de Rin.

— Não goze ainda, não até que eu diga. — Rin resmungou atrás dele.

Provocado a ponto de estourar, Midori tinha problemas em obedecer,


mas finalmente conseguiu, apesar dos dedos inteligentes e persistentes de Rin.
Apesar de sua aparência e a forma como se comportava, a forma como o soldado
acariciava seu pênis traía a sua natureza carinhosa que escondia. Ele acariciou
e acariciou Midori como se ele fosse seu mais precioso objeto no mundo. Sua
joia.

— Agora. Goze agora. — Rin suspirou e gozou atrás dele.

Midori era como uma marionete kabuki5 de cordas, estremecendo de


alívio quando finalmente gozou. Ele podia ser um fantoche, mas isso não era um
pensamento repugnante porque estava disposto a ser um. Se pudesse, deixaria
Rin puxar as cordas por todo o seu corpo para que pudesse se sentir assim várias
vezes. Em torno deles a floresta estava tranquila, exceto pelo som ocasional de
pássaros e o farfalhar de ramos agitados pelo vento.

Nenhum viajante passando. Midori desejou poder preservar esse


momento para sempre.

Com o calor de Rin pressionado contra suas costas e suas mãos


fortes, que eram capazes de crueldade e bondade, envoltas protetoramente em
torno dele. Não, Midori não queria que esse momento chegasse ao fim. Ele sabia
que a viagem estava chegando ao fim. Sabia que seu tempo com Rin era

5
Kabuki (歌舞伎, Kabuki) ou cabúqui é uma forma de teatro japonês, conhecida pela
estilização do drama e pela elaborada maquilhagem usada por seus atores.
limitado. Mesmo a contragosto Rin admitiu que sua formação estava quase
completa.

Midori não podia deixar de temer o dia em que o homem que amava
iria entrega-lo a um desconhecido como um presente. Príncipe Mori podia ser o
príncipe herdeiro da Yamato, mas era um estranho. Um estranho que ele não
amava e um estranho que não poderia amá-lo do jeito que ele queria. Não da
maneira como Rin o amava.

Capítulo Sete

Depois daquele dia na floresta, Rin notou uma mudança perceptível


no comportamento de Midori. Ele não podia culpá-lo. Uma estranha sensação de
mal-estar começou a enchê-lo quando as aldeias por onde passavam tornaram-
se cidades movimentadas. Ele esperava ver o menino da aldeia distante se
encher de admiração ao ver a quantidade de edifícios e pessoas, mas Midori
permaneceu em silêncio atrás dele. Rin mesmo deu-se em conversas inúteis
quando Midori respondeu com frases desanimadas e curtas.

Para seu crédito, Midori nunca reclamou. Teria sido mais fácil se o
Príncipe da Lua gritasse com ele ou batesse os punhos contra ele, assim Rin
saberia que Midori o odiava e queria se livrar dele o mais rápido possível.

O estranho era que Midori não estava bravo com Rin. Mesmo que
tivesse todo o direito de odiar o homem que lhe arrancou de sua casa, brincou
com ele e o atormentava constantemente. O homem detestável que iria
apresentá-lo a outro homem como um objeto sem vontade.

O coração de Rin ameaçou rachar cada vez que Midori agarrava em


sua cintura mais apertado ou como às vezes pressionava a cabeça contra as
costas de Rin. Como se achasse que Rin não notasse esses pequenos gestos,
mas Rin notou.

Ele quase podia saborear a solidão e o desespero do outro homem e


sua primeira reação foi de confortar Midori. Trazê-lo para perto dele e lhe dizer
que deveriam voltar. Eles poderiam viver como vagabundos, viver em algum
lugar longe das terras do Império.

Rin não fez nenhuma dessas coisas. Ele tinha o seu dever e não
poderia trair o seu Príncipe. Não o Príncipe Mori com quem brincou de caçadas
e cresceu. Eles eram inseparáveis e chegaram ao seu primeiro bordel juntos
para a sua primeira vez. Ele jurou proteger e servir Mori para o resto de sua
vida. O Príncipe era um homem bom e faria um dia um bom Imperador.

Ele podia ver o lobo dentro dele olhando para ele com reprovação
clara em seus olhos amarelos. Ele não gostava nem um pouco de sua decisão,
mas, em seguida, o lobo não podia compreender totalmente as complicações do
mundo dos homens.

— Como ele é? — Midori perguntou na noite em que acamparam na


colina com vista para a capital.

Ele não olhou para Rin quando falou. Seus enormes olhos de ébano
estavam fixos sobre a série de brilhantes luzes e pináculos do Palácio de Jade
para além deles, que foram além com centenas de lanternas coloridas.

Rin se surpreendeu com o som de sua voz suave. Midori não tinha
falado por um longo tempo, e Rin estava quase com medo que tivesse ficado
mudo. — Você quer dizer, o Príncipe Mori?

Midori assentiu distraidamente.

— Ele é um bom governante e um homem honrado. — Disse Rin.

Os olhos de Midori se voltaram para ele. Por um momento, Rin podia


imaginar que eles eram enormes feridas cintilantes, mas a dor desvaneceu-se
rapidamente a curiosidade.
— Conheço Mori desde que éramos crianças. Você estará em boas
mãos.

— Ele é um bom homem. — Midori repetiu e um sorriso melancólico


apareceu em seus lábios.

Era um sorriso que deixou Rin cauteloso, porque aquele sorriso


arrastou penosamente para ele.

— Claro, ele pode ser um bom homem, mas ele só vai pedir sua
prostituta real quando me quiser. Tudo o que sou é uma boa foda no final de um
dia difícil.

Protestos pairavam na ponta da língua de Rin, mas morreram


rapidamente. O que Midori disse era verdade. Mori tinha meia dúzia de
acompanhantes reais já. Um harém feito de homens e mulheres bonitos
especialmente selecionados e chamados ao seu sinal. Ele só iria querer Midori
quando o seu humor estivesse ruim. Midori não era nada para ele, apenas mais
um brinquedo novo brilhante para ser adicionado à sua coleção de brinquedos,
enquanto para Rin... O que era exatamente Midori para Rin?

Não era justo, mas depois nada no mundo era justo, para começar.
Para Rin especialmente. Rin que era um bastardo nascido de uma bêbada que
se prostituiu para um nobre. Ao contrário do príncipe Mori que nasceu para seus
títulos, Rin teve que esculpir um lugar para fora da esfera de influência de seu
pai. Para diferenciar-se de seus sete irmãos, que eram todos filhos legítimos do
homem que chamou de pai.

Rin sempre lutou e trabalhou duro pelas coisas que queria toda a sua
vida, então por que era difícil lutar por aquilo que ele queria agora?

Porque o seu melhor amigo, seu suserano que um dia seria o


Imperador da Yamato, queria O que ele queria? Mas Mori não sabia ou entendia
o que ele queria, enquanto Rin sabia tudo sobre Midori de dentro para fora. Ele
conhecia o coração teimoso de Midori, e cada um de seus caprichos estranhos e
imperfeições. Imperfeições que Mori não toleraria, mas as imperfeições que Rin
não poderia viver sem.

Em vez das palavras que ele queria dizer, Rin disse: — Não é uma
má oferta. Depois de alguns anos, você estaria liberado de seu contrato e pode
voltar rico para casa.

Midori virou a cabeça e as palavras que saíram dele eram amargas.


— Meu pai estaria morto até então. Eu não teria casa.

Algo impulsionou Rin a sair de seu lugar no chão para sentar-se ombro
a ombro com Midori. O Príncipe da Lua parecia tão infinitamente triste que
estava tentado a confortá-lo. Além disso, era apenas uma noite. Certamente,
não lhe custaria dar a Midori pouco de conforto. Faça isso, seu lobo concordou.

Midori nem sequer olhou para ele. Querendo sua atenção, Rin
estendeu a mão e tocou o queixo de Midori puxando-o de modo que ele enfrenta
Rin.

Saboreando sua expressão de surpresa, Rin inclinou-se e beijou o


homem. Midori respondeu calorosamente e Rin sentiu seu encantador e familiar
circular de seus braços delgados em volta do pescoço. Encorajado, os braços de
Rin deslizaram para baixo da cintura do homem. Suas mãos estavam ansiosas
e com fome. Elas queriam deslizar sob o — de Midori e acariciar a carne suave
e sedosa do outro homem.

Sentindo a umidade súbita na face direita, Rin se afastou, franzindo


a testa. Pequenos tremores percorrerem os braços de Midori passando para os
seus. O Príncipe da Lua estava tremendo, Rin percebeu, olhando para o rosto do
outro homem. Lágrimas cobriam os longos cílios negros de Midori e a dor mal
disfarçada em seus olhos de ébano rasgaram Rin. Eu já o fiz chorar, parece que
sempre o faço chorar.
— Não me faça ir. — A voz de Midori estremeceu e inclinou a cabeça
contra o peito de Rin. Foi um gesto que lembrou Rin de uma criança vulnerável.
— Diga que me quer para si mesmo. Reivindique-me para si!

Lá estava ele. Dizendo as palavras que ele não queria ouvir, deitado
nu e exposto à noite. Palavras que poderia facilmente criar fissuras ao longo da
armadura que usava sobre o seu coração. Não era tarde demais, uma voz
interior lhe sussurrou. Rin foi subitamente tomado pelo impulso de pressionar
Midori mais perto dele. Para acariciar suas costas e lhe dizer às palavras que ele
queria e precisava muito ouvir. Ele poderia corrigir tudo isso com uma única
palavra. Apenas uma única palavra.

Sim. Sim, eu quero você para mim. Para proteger, amar e cuidar.

— Eu não posso. — Disse Rin em um sussurro, surpreso com a força


dos braços de Midori quando de repente o empurrou para longe.

A fera dentro de si arreganhou os dentes de raiva. Rin tolo. Humano


tolo e estúpido.

Rin caiu com um baque no chão, suas nádegas provando a terra.


Fungando, Midori apressadamente limpou as lágrimas de seus olhos. Não
estavam mais macios e aquosos, eles pareciam agora como rígidas esferas
brilhantes de ébano. Eles olham duro, cruéis e determinados. Uma dor
inesperada deslizou para o coração de Rin.

Rin se perguntou se era assim que Midori o olhava o tempo todo, mas
agora suas posições estavam invertidas. Ele estava agora em posição de se
machucar.

— Eu te odeio. — Disse Midori infantilmente.

O velho Rin teria rido, mas não havia nada engraçado sobre a
situação. Ele não era mais o velho Rin e não havia absolutamente nada
engraçado sobre a maneira que Midori permaneceu firme, respirando com
dificuldade. Como se o esforço de dizer essas palavras estivesse cobrando um
tributo sobre ele.

A língua de Rin parecia pesada. Colada à boca. Antes que pudesse


falar, Midori estava se afastando dele. Indo para longe da luz da pequena
fogueira até que Rin não conseguia mais ver o contorno de sua figura.

— Onde você pensa que está indo? — Rin finalmente o chamou de


sua posição patética no chão.

Ele ouviu o relinchar de um cavalo em protesto seguido pelo estalido


seco de cascos no chão da floresta. Rin amaldiçoou, agarrando suas armas e
viajar do chão e decolou atrás de Midori. Ramos chicotearam por ele enquanto
corria às cegas no escuro. Mesmo contando apenas com a luz da lua e das
estrelas acima dele, quase tropeçou em uma raiz coberta no chão da floresta
desigual uma ou duas vezes.

O que ele estava fazendo?

Ofegante, Rin ficou sem fôlego no meio do caminho e parou. Até


então, ele não podia mais ouvir o som de seu cavalo roubado. Os pulmões de
Rin estavam em chamas e uma parte de seu coração parecia ter sido rasgado
brutalmente em pedaços. As árvores escuras olhavam para ele com mil olhos
invisíveis, indiferente à sua dor.

Dane-se tudo. Ele teve a sua chance. Ele poderia ter dado a volta por
cima. Poderia ter tido Midori aninhado ao lado dele em seu futon esta noite, seu
corpo doce um ajuste perfeito contra o seu próprio.

Dane-se tudo, sentia-se impotente. Desamparado e tolo. Não era o


sentimento mais bonito do mundo e entendeu um pouco o que Midori estava
sentindo no momento. Como ele poderia até mesmo fazer uma coisa dessas com
o homem que amava?

Em seguida, outro pensamento lhe ocorreu. O que ele estava


pensando, que poderia correr atrás de um homem a cavalo, a pé, quando
poderia correr sobre quatro patas?
— Tolo, Rin. O Príncipe Mori o treinou tão bem como ser humano que
você se esqueceu de quem realmente é. — O lobo o repreendeu. Ele passeou
pelo comprimento de sua jaula, esperando por Rin dizer as palavras.

— Me ajude.

Rin tinha estado superando o seu lado animal por tanto tempo que
demorou alguns minutos para se concentrar e tomar posse dessa parte bestial
de si mesmo que sempre o envergonhou. Não mais. Não se podia obter Midori
de volta. Ele rasgou suas roupas quando pelo o cobriu. Rin cerrou os dentes e
suportou a dor quando ossos e órgãos mudaram.

— Eu vou encontrar você, Príncipe da Lua. O terei de volta. — Não


mais humano, a voz de Rin saiu meio um grunhido estranho e meio de palavras
humanas. — Desta vez farei com que nunca mais me deixe novamente. Eu juro
nos céus e na terra, o farei meu.

Midori não sabia o quão longe cavalgou. Ele andava pela noite, guiado
pela luz da lua e seguiu pelo caminho largo de terra por onde ele e Rin haviam
viajado. Era uma estrada simples de terra e tinha certeza de que não teria
nenhum problema.

Não tinha certeza para onde estava indo ou o que ia fazer a seguir.
Tudo o que importava era que estava andando para o mais longe possível do
homem que levou o seu coração, do homem que não o queria.

Para um soldado experiente, que tinha visto um monte de batalhas,


como poderia Rin não se incomodar em mesmo lutar por ele?
Talvez para ele, eu não valesse a luta. Será que ele pensa tão pouco
de mim, ou será que se importa mais com o seu Príncipe do que comigo?

— Eu não preciso de você. Vivi 20 anos sem você. — Midori


murmurou.

O vento batia em seu rosto, agradável e refrescante, mas não sentia


como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Em vez disso, era como
se algo pesado tivesse feito sua casa dentro dele. Pesado e letal como chumbo
venenoso. A vontade de andar de volta para Rin era forte, mas Midori a refreou.
Ele não precisava de Rin. Não precisa de ninguém.

Ele chutou nas laterais do cavalo de guerra e a besta bufou. Midori


sabia que era errado empurrar a besta para trabalhar tão duro, mas precisava
se afastar o mais longe possível. Ele quase não viu a luz fraca na frente dele.
Não querendo acabar atropelando alguém, puxou as rédeas do cavalo.

A poderosa besta levantou a cabeça com raiva em protesto e seus


músculos ficaram tensos e agrupados sob Midori, mas felizmente parou. O brilho
de luz apontava para o chão, iluminando o contorno de uma pessoa.

Preocupado, Midori desmontou.

O corpo não estava se movendo. O medo tomou conta dele.

Pensei ter parado a tempo. Eu não queria matar ninguém!

Timidamente, ele pegou a lanterna caída e estava prestes a virar a


figura quando uma mão agarrou seu pulso. A mão suja e cheia de cicatrizes do
homem foi seguida por um rosto semelhante sujo e cheio de cicatrizes.

Um bandido! Ele é um dos bandidos que Rin estava falando!

Um sorriso desdentado se mostrou para ele. A lanterna saltou de sua


mão. Midori se virou, mas o braço do estranho pegou a mão livre, o aperto
surpreendentemente forte.
— Parece que pegamos algo que vale a pena vender, homens! Um
cavalo e um rapaz bonito! — Gritou o homem que o segurava.

Midori tentou chutá-lo, mas foi um esforço inútil. Sentiu um aperto


em sua outra mão que estava solta e antes que pudesse fazer alguma coisa dor
riscou seu lado. Ele soltou um protesto. Esse homem sabia como lutar sujo.
Midori não aprendeu muito sobre lutar. Seu velho pai o havia protegido a vida
toda e não havia Rin, que lutaria com unhas e dentes por ele. A raiva e a
vergonha correram por meio dele.

Por kami e os deuses, no que ele se meteu?


Capítulo Oito

— A coisinha é de boa aparência. Será que ele é o filho de um senhor?


— Uma voz com um sotaque áspero comentou.

— O filho de um senhor não estaria vagando na floresta durante a


noite sem uma escolta.

Mais dois homens surgiram das árvores como sombras desumanas.


Em pânico, Midori tentou libertar-se de novo, mas tudo o que conseguiu foi um
chute fraco e inútil. Seu captor recompensou-o com um golpe rápido para suas
costelas por seus esforços.

O desespero começou a enchê-lo. Mesmo que conseguisse correr,


para onde iria?

Os bandidos pegaram o seu cavalo e poderiam facilmente alcançá-lo


antes que pudesse refazer seus passos de volta para Rin. Claro que, se ele
conseguisse não se atrapalhar no escuro e lembrar o caminho de volta para Rin.

— Idiota! Não danifique a mercadoria. — O terceiro homem assobiou.

Pela luz fraca, os olhos de Midori rapidamente dispararam sobre seus


rostos sujos e —s mal remendados. Eles estavam sujos, tinham barba por fazer
e estavam com os pés descalços. Um carregava uma longa faca cega em uma
das mãos. Ele engoliu em seco, nervoso.

— É por isso que eu não bati na cara dele. — Seu captor rosnou,
virando a cabeça para um lado para cuspir na estrada. — Dê-me a corda antes
que eu faça mais danos. Este é surpreendentemente feroz, como um cão sem
dono selvagem. Nós vamos conseguir um bom dinheiro com ele. Os compradores
adoram domar escravos lhes batendo até obter a submissão.

Eles correram uma corda ao redor de seus pulsos, rasgaram um


pedaço de pano sujo e o enfiaram na sua boca para mantê-lo em silêncio. Os
olhos de Midori lacrimejaram quando o cheiro do pano subiu para o seu nariz,
mas felizmente ele conseguiu manter o conteúdo de seu estômago.

Seu captor não prestou atenção aos seus desconfortos e começou a


arrastá-lo como se fosse um cão vadio relutante. Um dos bandidos, um homem
magricela alto com uma katana jogada sobre as costas, levou o cavalo de Rin
para longe da estrada principal e para a estrada em que estavam agora.

Sinto muito, Midori pensou para o pobre animal. Não deveria tê-lo
levado de Rin. Eles provavelmente irão vendê-lo também.

Midori e os outros dois bandidos seguiram o homem.

Ocasionalmente, Midori virava a cabeça na direção de onde eles


vieram, esperando desesperadamente que Rin aparecesse de repente. Essa
esperança azedou quando entraram mais e mais para dentro da floresta. As
árvores e ambiente pareciam o mesmo para Midori. Ele tentou encontrar marcos
notáveis, como uma pedra ou arbusto, mas estava muito escuro para ver
claramente.

Em algum lugar no meio da noite, um lobo solitário uivou e ele


estremeceu.

Entorpecente desespero continuou a enchê-lo. Como Rin iria


encontrá-lo agora?

Midori nunca esteve tão aterrorizado. Estes homens falaram em


vendê-lo como gado. Ele achava que só acontecia com as mulheres jovens.
Sempre soou como histórias inúteis para ele quando seus pais o advertiram.
Sequestrado e ser vendido à escravidão eram algo que acontecia nas histórias,
mas nunca na vida real. Midori preferia que a floresta matasse todos eles antes
de ser vendido. Talvez aquele lobo pudesse cheirá-los e tê-los todos para a ceia.

Os bandidos falaram por um bom tempo e, finalmente, pararam para


descansar em um ponto. Eles amarraram a corda dos pulsos de Midori ao tronco
de uma árvore, enquanto começaram a construir uma fogueira.
— Não só ele parece uma mulher, ele chora como uma também. —
Seu captor, o bandido banguela de cabelos gordurosos, olhou para baixo para
Midori.

Soluçando em silêncio, sentou-se encolhido com os joelhos dobrados


contra o peito como uma criança vulnerável.

A respiração de seu captor fedia. Na verdade, tudo sobre ele fedia e


Midori se encolheu quando ele enfiou um dedo sujo para separar as dobras de
seu quimono.

— Eu me pergunto. Será que ele vai gritar como uma mulher quando
eu transar com ele também? — O bandido zombou.

A mordaça na boca de Midori e a gola de seu quimono já estavam


encharcados com lágrimas. Ele odiava isso. Ele odiava ter medo e ser impotente.

Se ele fosse Rin, bem... Rin iria cortar esses homens para baixo, sem
hesitação, mas Rin estava... Por que ele fugiu de Rin? Ser um brinquedo de foda
para um príncipe de repente parecia mais atraente do que estar à mercê de
homens desconhecidos que significavam perigo.

O príncipe pode ser um estranho, mas ele era um estranho que iria
conceder uma vida de prazer e luxo sobre ele. Midori poderia ser tratado como
um animal de estimação bem cuidado, mas pelo menos estaria protegido.

Quem sabia que tipo de comprador o levaria?

Midori gritou atrás de sua mordaça quando de repente o bandido o


arrastou para cima e empurrou-o sem cerimônia contra a árvore. Ele provou a
textura áspera da madeira contra o seu rosto. Midori se contorcia e se debatia
contra as mãos que começaram a arrancar violentamente para baixo suas
calças, mas foi inútil.

Um punho acertou o lado de sua cabeça. Suas calças caíram até os


tornozelos e sua bunda provou o ar frio do outono.
Midori choramingou e medo percorria seus membros. Ele não podia se
mover. Ele só podia ficar rígido, paralisado e impotente quando o bandido
empurrou seu ombro duro para a árvore enquanto outro agarrou uma de suas
nádegas. Isso não era nada como quando Rin ordenou-lhe que enfrentasse a
árvore.

Houve diferença entre estupro e satisfação dos desejos escuros,


Midori sabia disse agora. Rin era muito firme na diferenciação. Um pensamento
selvagem e desesperado, de repente, ocorreu-lhe. Talvez... Não fosse tão ruim
se imaginasse que era Rin atrás dele, não esta criatura suja.

— Que diabos, Shiro. Eu não disse a você para não danificar a


mercadoria? — Disse uma voz com raiva.

— É apenas uma amostra. Eu não vou transar com ele muito duro.
Apenas o suficiente para saciar as minhas necessidades. — Disse Shiro,
parecendo despreocupado.

Midori gritou quando o bandido de repente inseriu um dedo em sua


entrada apertada. Ele podia sentir a respiração do homem fazendo cócegas em
suas costas enquanto ele ria. Era impossível. Ele nunca poderia imaginar que
este homem era Rin ou suportar a idéia de que ele iria associar essa memória
horrível com suas lembranças do seu tempo com Rin.

O bandido se aproximou de seu ouvido para sussurrar, seu dedo ainda


cavando dentro da bunda de Midori. — Grite tudo o que quiser meu lindo. Vou
lamber essa bunda como ninguém fez antes.

Midori fechou os olhos com força. Isso á foi feito com ele já!

Ele estava pronto para ceder ao seu destino quando um grito os


surpreendeu interrompendo-os. Alívio inundou o corpo tenso de Midori. Shiro
retirou abruptamente o dedo da bunda de Midori, quando outro grito seguiu o
primeiro. O grito foi seguido do som de arrepiar os cabelos de algo que estava
sendo violentamente rasgado.
Por kami e os deuses, o que é aquele som horrível?

Midori engoliu nervosamente. Parecia muito como carne sendo


dilacerada de um corpo humano. Um súbito rosnando e grunhido animalesco de
raiva e fúria fez sua espinha arrepiar. Medo voltou correndo pela garganta de
Midori.

É aquele lobo que ouvi antes. Agora que penso nisso, o estupro parece
ser uma alternativa melhor.

Ele sentiu o seu atacante, mas Midori ainda estava enraizado naquele
ponto embaraçoso com as calças abaixadas. Shiro virou muito lentamente, e
Midori ouviu o som de dentes mortais rasgando a carne.

Shiro virou, mas sua reação foi muito lenta. O som de dentes afiados
mortais facilmente rasgando através da pele e ossos quebrando interromperam
o silêncio da noite. Shiro não morreu tão facilmente quanto os outros dois.

Midori fechou os olhos dolorosamente aos sons úmidos e elevados de


um homem sendo brutalmente dilacerado. Ele não sabia que os lobos eram tão
violentos. O uivo que animal soltou mais cedo o incomodava.

Por que a besta estava tão furiosa? Ele sabia que era errado, mas
Midori sentiu uma lasca de satisfação de ouvir os gritos de morte de Shiro. Além
disso, quantos homens jovens e mulheres que esse bandido sujo não poderia
mais violar?

Agora não é o momento para pensar. É hora de correr, enganar.


Rapidamente, enquanto a besta está focada em Shiro.

Midori quase tropeçou na calça. Ele amaldiçoou quando foi levantar


suas calças, percebeu que suas mãos ainda estavam amarradas. Então, ele fitou
os olhos claros cor de âmbar do lobo. O animal estava olhando diretamente para
ele.

Quase do tamanho de um cavalo de guerra, era o maior lobo que


Midori já tinha visto. Ele nem sequer sabia que lobos cresciam a um tamanho
tão monstruoso. Talvez fosse um cão do inferno, enviado para arrastá-lo de volta
por virar as costas para o homem que amava.

— Por favor... Me matar rapidamente. — Midori falou. Seria sua


imaginação, ou a besta realmente parecia ofendida?

A magnífica besta negra começou a aproximar-se dele e Midori deu


um passo hesitante para trás, quase tropeçando em suas calças novamente.

— Eu não quero morrer.

Ele não sabia por que estava falando com o animal, mas o lobo
definitivamente tinha um olhar de aborrecimento em seu rosto.

Que estranho. Por que esse olhar parece tão familiar? Ele podia
imaginar essa expressão enfurecida em um rosto humano. Se ele tivesse que
escolher um rosto, seria o de Rin.

Estava claramente frente a frente com morte, mas porque o lobo não
me ataca? Por que está só me olhando? Não. Não podia ser!

Reunindo sua determinação, Midori perguntou incerto. — Rin? É você?

A grande besta negra acenou com a cabeça e começou a sacudir sua


cabeça peluda. O pelo preto recuou e um homem lindo tomou o seu lugar. Rin
matou por mim. Um orgulho estranho encheu Midori antes de o pavor tomar o
seu lugar.

Mesmo depois que os gritos da morte do bandido desapareceram,


Midori não ousou se mover. Ele não queria olhar para os cadáveres ou para Rin.
Ele não podia suportar ver a expressão no rosto do soldado, ou para Rin para
ver seu rosto vergonhoso. O fato de que Rin podia se transformar em um lobo
não o incomodava. Na verdade, explicava alguns dos sentidos animais do
homem um pouco melhor.

Ele tinha visto algumas coisas estranhas em sua vida. Espíritos,


fantasmas, o espírito do vento, e até mesmo seus pais admitiram que o
encontraram dentro de uma haste de bambu. O que ele realmente temia era
estar de frente para Rin.
Ele fez a única coisa que podia nesse momento. Ele virou o rosto para
trás para árvore como uma criança culpada incapaz de enfrentar seus pais,
apenas sentindo-se tola, um segundo depois.

Midori endureceu quando sentiu Rin se aproximar dele. Rin não falou
enquanto cortou a corda, ou gentilmente levantou suas calças. Com as mãos
trêmulas, Midori tocou as mãos bronzeadas e calejadas de Rin quando
descansaram em sua cintura.

— Será que eles te machucaram? — O som da voz de Rin era um


conforto para ele. — Midori, eles te machucaram? Olha, eu ainda sou o Rin. Pode
ser que precise de um tempo para se acostumar, mas você não tem que ter
medo de mim.

Havia uma urgência na voz de Rin, um aperto que ainda traiu sua
raiva. A raiva não dirigida a Midori, mas a si mesmo. Midori conhecia o homem
bem o suficiente para saber que se culpava pelo o próprio erro tolo de Midori.
Também seria tão previsível e fácil para Rin acreditar que de alguma forma,
Midori estava com medo por aparecer como um lobo.

— Não. — Midori virou e enterrou a cabeça no peito nu de Rin. —Não,


eles não me machucaram. Você veio na hora certa e por que eu deveria ter
medo de você? Você disse que nunca iria me machucar. Eu confio em você.

— Eu... Obrigado por confiar em mim, Midori.

Midori podia sentir o alívio que tomou o corpo do outro homem, era
palpável. Será que o grande tolo realmente acha que iria rejeitá-lo simplesmente
por ser capaz de se transformar em um lobo?

Seu próprio corpo também ainda estava tremendo de alívio por ter
escapado de um estupro desagradável. Emoções corriam selvagens por ele, e
ficou feliz Rin quando passou os braços firmemente em torno de seu corpo
tremendo. Lentamente, ele começou a se acalmar quando as mãos fortes de Rin
começaram a acariciar suas costas.
— Nunca mais faça isso. Nunca fuja de mim de novo. — Disse Rin,
inclinando o queixo de Midori o forçado a olhar em seus olhos.

Midori esperava encontrar aço lá, mas só havia vulnerabilidade e


preocupação. O fato de que ele poderia machucá-lo tão facilmente convocou
uma dor dentro de Midori que ele não percebeu que existia. O velho, orgulhoso
e arrogante Midori teria arquivado a informação para mais tarde. A guardaria
para mais tarde e a usaria para que pudesse infligir muito mais angústia mental.

Midori endureceu e finalmente encontrou sua voz. — Tudo bem. Eu


não vou fazer isso de novo, mas só quando você decidir deixar de ser um idiota.

Para sua surpresa, Rin começou a rir e Midori olhou para ele,
estupefato. Não achava que já tinha visto Rin rir dessa maneira. Era um riso
despreocupado e profundo.

— Você deveria rir mais vezes, lobo. Você é bonito quando ri. —Midori
sussurrou.

Em resposta, Rin abaixou a cabeça para dar-lhe um longo e profundo


beijo. Seu beijo queimou na língua de Midori, limpando fora toda a sujeira
metafísica e real que Midori conheceu naquela noite.

Midori pensou que Rin não só o limpou, mas conseguiu curar qualquer
cicatriz emocional que os bandidos deixaram para trás. Só nos braços de Rin,
Midori poderia esquecer a violação assustadora que quase foi infligida ao seu
corpo.

Rin dispensou a rugosidade naquela noite. Ele tratou Midori como se


fosse a coisa mais preciosa do mundo para ele. Suas mãos calejadas que eram
capazes de matar não eram nada, além de suaves quando retirou as roupas
embebidas de suor de Midori de seu corpo.

— Rin, estou imundo. Você não deveria. — Midori sussurrou.

Pela primeira vez, ele estava com medo de descobrir o seu corpo ao
luar, onde Rin podia ver tudo dele.
Rin rosnou em sua garganta, e seus olhos se estreitaram. Ele
descansou suas mãos quentes e calejadas na cintura de Midori. — Você não é
imundo. Você é perfeito e belo.

Midori não poderia deixar de estremecer ao ouvir essas palavras, na


ternura honesta lá. A mão de Rin se arrastou pelo o seu corpo possessivamente.
O soldado sorriu quando Midori passou a mão por toda a extensão de seu peito
musculoso.

— Eu preciso de você. Eu preciso de você dentro de mim, Rin. —


Midori sussurrou com a necessidade óbvia.

— Você se esqueceu de dizer, por favor. — Disse Rin, mas Midori já


estava colocando seus lábios para trabalhar e beijando seu peito.

Ele só parou para dizer “por favor” para apaziguar o homem, e


retomou a sua tarefa.

Apenas a visão dos músculos ondulando reunidos em seus lábios foi


o suficiente para fazer Midori duro. Ele passou a mão sobre ele e para baixo no
abdômen de Rin, gostando da sensação dura e familiar deles.

— Por favor. — Disse Midori novamente, olhando para o rosto de Rin.

— Por favor, o quê? — Perguntou Rin em uma questão indiferente.

— Deixe-me, por favor, ter você. — Disse Midori.

— Foda-se. Você sabe o quão perfeito olha assim? — O comentário


grosseiro de Rin só fez Midori aquecer.

Tomando isso como um sim, Midori se inclinou mais perto.

Sentindo Rin imprensar uma mão possessiva sobre suas costas enviou
um tremor através dele. O simples contato de carne com carne poderia torná-lo
impotente sob o controle do outro homem, mas Midori tinha que se concentrar.
Ele tinha um trabalho para fazer hoje à noite, um trabalho que iria dizer ao outro
homem o quanto ele o amava.
Midori lambeu o mamilo esquerdo de Rin. Incentivado pelo gemido
apreciativo do homem maior, ele se mudou para o outro mamilo. Rolou-os
habilmente debaixo da sua língua até que endureceram. Antes que Rin pudesse
agarrar seu cabelo para atrasá-lo, Midori começou a deixar um rastro de beijos
pelo seu peito, abdômen e barriga lisa.

Até o momento que chegou ao pau de Rin, não se surpreendeu, estava


duro como rocha. Ainda assim, a visão dele nunca deixou de agitar o desejo
dentro de Midori.

Caindo sobre os joelhos, Midori lambeu o pré-sêmen fora do eixo de


Rin, gostando do aperto familiar da mão de Rin em seu cabelo enquanto o guiou
para frente. Midori deu pequenas e felinas lambidas, ignorando o estrondo de
frustração vinda de Rin. Ele tomou seu tempo, passando a língua e os dentes
sobre cada um dos testículos de Rin e, em seguida, o seu eixo latejante.

Assim como você me recompensou várias noites atrás, lobo.

Ele queria que Rin soubesse que cada lambida e beijo significava mais
do que ser grato a Rin por salvá-lo. Elas significavam muito mais. Mais do que
Midori poderia dizer em palavras. Parecia que Rin entendeu, porém, porque
quando Midori deu uma pausa de sua tarefa para dar ao homem um olhar, Rin
lhe lançou um sorriso de aprovação.

— Vamos logo com isso, pare de paquerar. — Rin disse.

— Claro, meu lobo. — Isso só persuadiu outro sorriso de Rin. O


soldado nem sequer comentou que Midori usou as palavras “meu lobo.”

Decidido a dar-lhe o melhor boquete que já tivesse recebido, Midori


continuou. Ele alternava entre movimentos longos e curtos, tomando nota dos
lugares que fez gemer mais do que. O agarre em seu cabelo apertou quando
Midori começou a tomar tudo dele. Ele ignorou o reflexo de vômito e começou a
deslizar sua boca dentro e fora.

— Estou gozando, maldição. — Rin disse com os dentes cerrados.


Midori não retirou sua boca embora. Ele pegou os primeiros tiros de
sêmen quando Rin finalmente explodiu. O resto do sêmen pousou no peito de
Midori em jorros quentes.

Midori sorriu para Rin, que estava respirando com dificuldade.

— Eu deveria salvá-lo de bandidos com mais frequência. — Rin apenas


disse, segurando seu ombro. — Agora é a sua vez.

Capítulo Nove

A viagem para a capital foi tranquila. Ao contrário de antes, porém, a


paz inexplicável tinha ofuscado os sentimentos iniciais de pavor que ambos
sentiam. As questões não resolvidas que ameaçavam escalar entre os dois na
noite anterior, não pareceram importar tanto assim por mais tempo. Rin
ocasionalmente sentiu Midori apoiar a cabeça no ombro dele, sem dizer nada.

Ele não reclamou ou chorou, e Rin desejou que ele fosse mais vocal
sobre seus pensamentos. É verdade que a noite passada havia mudado as
coisas, talvez para melhor. Mas também fez tudo muito mais difícil para Rin. O
próprio animal de Rin o olhou continuamente com desaprovação tranquila. Não
havia mais nada que pudesse fazer depois que deixaram a paisagem selvagem
e entraram nas áreas urbanas povoadas.

Ele ainda não conseguia se livrar da imagem de Midori, ajoelhando-


se tão lindo na terra, será que lindo seria a palavra certa? Divino. Como se um
ser celestial estivesse ajoelhado na frente dele. Um ser celestial com belos olhos
repletos de amor, olhos que perfuraram mais de uma dúzia de buracos em seu
coração.
Rin desejava que o passeio pudesse durar mais, mas em breve
estariam passando pelos portões principais da fortaleza gigante e em frente à
área de recepção do palácio principal. Rin ajudou Midori a desmontar e entregou
as rédeas de seu cavalo a um cavalariço que ficou boquiaberto com Midori. Ele
provavelmente nunca tinha visto alguém tão bonito. Mesmo que Midori não
estivesse usando nada esplêndido, ele brilhava.

— Vamos lá. — Disse Rin secamente. Midori apenas acenou com a


cabeça, seguindo-o.

— Bem-vindo de volta, capitão! — Um dos soldados de Rin lhe deu


um tapa no ombro.

Ele deu a Midori uma olhada, que estava logo atrás de Rin. Ele sorriu
para Rin. — Parabéns. Vejo que você conseguiu a sua missão.

— Eu fiz. — Disse Rin lentamente, quase não ouvindo as palavras que


o homem disse.

Ele notou que, enquanto Midori manteve uma expressão sublime e


descuidada, ele ocasionalmente e sorrateiramente buscava vislumbres de seus
arredores. Rin não o culpava. Ele provavelmente não tinha visto muita opulência
em sua vida e o Palácio Jade do imperador era realmente algo para ser visto.
Rin esperava que a visão do palácio fosse esmagá-lo. Convencê-lo de alguma
forma, que o Príncipe poderia proporcionar uma vida melhor para ele.

Cero momento, Rin o pegou curiosamente cutucando um dragão de


jade esculpido em um dos pátios internos, enquanto ele falava com outro
guarda. Quando Midori notou seu olhar, ele rapidamente voltou para a sua
expressão desinteressada.

Era muito fácil para Rin ler Midori agora, e uma vez que ele percebeu
Midori não estaria mais a seu lado, a dor insuportável em seu coração havia se
transformado em uma ferida irreparável.
— Você deve estar cansado. O Príncipe ordenou que os atendentes
preparassem um quarto e a casa de banho para ambos. Eu acho que ele gostaria
de seu novo acompanhante todo perfumado e enfeitado. — O soldado Jin,
brincou.

Midori não o poupou tal letal expressão fulminante que Rin teve que
sorrir quando Jin hesitou. Rin não estava preocupado com Midori não se
adequando. Seu Príncipe da Lua tinha as matérias e altivez de qualquer nobre.
— Ele não é mais seu. — O lobo o lembrou e a ferida em seu coração pulsava
dolorosamente contra o seu peito. Você preferiu abrir mão dele.

— Estamos em quartos separados? — Perguntou Rin, franzindo a testa


quando uma atendente o levou a um quarto oposto ao de Midori.

O atendente deu-lhe um olhar curioso, mas Rin apenas ignorou. Rin


sentiu os olhos de Midori permanecer nele, mas foi só por um breve segundo. A
porta se fechou e Rin respirou fundo para se acalmar. Ele nunca havia se sentido
tão impotente e sem compostura. Qualquer coisinha poderia desencadear sua
besta e ele precisava ser cuidadoso.

Rin guardou o segredo por mais de 20 anos e ele não estava disposto
a revelá-lo agora. Ele finalmente disse a atendente o observando para que
preparasse o seu banho.

Não demorou muito para que Rin estivesse pronto. Depois de um


banho rápido, ele havia descartado suas ásperas roupas de viagem e vestiu seu
uniforme militar formal preto. Midori previsivelmente levou o seu tempo, mas
quando saiu, Rin soltou um assobio.

Seu Príncipe da Lua já estava deslumbrante em um Kimono de


camponês surrado, mas vestido em sedas finas ele realmente parecia um
Príncipe.

Não. Muito melhor. Midori parecia um ser celestial. Um deus.


Os atendentes tinham escolhido um rico hitatare6 azul royal, um
hakama favorecido pelos nobres, para ele, com uma intrincada raposa de nove
caudas tecida em fios brancos e ouro sobre ele. O tecido rico, corte e cores lhe
convinha, Rin pensou, tentando não ficar de boca aberta.

Os atendentes não fixaram um monte de acessórios brilhantes nele


também. Não precisavam. Tudo o que fizeram foi recolher seu lindo cabelo preto
e o prendendo em um coque com um alfinete de ouro. Não seria nada, além de
maravilhoso arrastar Midori para a parede e rasgar todo aquele tecido caro como
um selvagem incivilizado.

— Por favor... — Midori diria e Rin só iria atendê-lo depois que ele
implorasse e suplicasse para Rin para levá-lo.

Seu lobo aprovou esse pensamento pelo menos. Aprovou Rin


arrastando Midori para longe, forçando-o a uma corrida e decolando sem
qualquer explicação. Rin o homem, previsivelmente não fez nenhuma dessas
coisas.

Midori recompensou-o com um sorriso tímido que logo se transformou


em brincalhão, como se soubesse que Rin estava abrigando maus pensamentos.
Rin olhou para o lado e limpou a garganta. Droga. O que estava errado com ele?
Orgulhava-se de ser um soldado duro e um homem ainda mais duro. Ele não
deveria ser reduzido a um homem ferido e bobo.

— Vamos. Melhor não deixarmos o príncipe esperando. — Rin


caminhou à frente para evitar olhar para Midori.

Mesmo sem olhar para trás, Rin ainda podia sentir o olhar de
satisfação no rosto de seu Príncipe da Lua. Não. Midori pertencia ao Príncipe
agora. Ele nunca pertenceu a Rin. Seu coração continuou a doer e desejou que

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O hitatare é um manto formal de tribunal de samurai, é uma túnica de linho com
crista projetado para uso diário, foram caracterizados por decotes em forma de V.
a caminhada levasse muito mais tempo para que pudesse saborear a última vez
que andaria com Midori tão livremente.

Rin agradeceu a kami e os deuses que esta era uma reunião privada.
Não achava que poderia estar com mais ninguém tendo seus olhos sobre Midori
quando Mori lhe pedisse para despir-se e apresentar-se. Seu controle sobre sua
besta estava tão desgastado que sabia que rasgaria qualquer um que olhasse
engraçado para Midori sem hesitação.

O ponto de encontro que Príncipe Mori escolheu foi um dos pequenos


jardins em dos pátios internos do Palácio de Jade. Rin reconheceu o local. Era
um dos jardins favoritos de Mori. O Príncipe vinha aqui muitas vezes quando
precisava de um tempo sozinho. Eles também passaram muito tempo aqui
durante sua juventude, ficando bêbados e contratando artistas para passar o
tempo.

Ao contrário da maioria dos jardins ornamentais do palácio, o local


favorito de Mori era relativamente simplista em design. Foi projetado para a
meditação, embora eles nunca fizessem muita meditação nele. O jardim tinha
bancos de pedra simples posicionados nas bordas. No seu centro tinha uma área
de rocha e areia. A área estava coberta de musgo e artisticamente e
cuidadosamente dispostos em um padrão que deveria ter colocado uma mente
perturbada em descanso.

Olhando para ele, porém, não fez com que Rin se sentisse mais calmo.
Sua besta soltou um grunhido de advertência.

— Capitão Rin! É bom ver você, velho amigo. — Ouviu a voz jovial e
familiar do Príncipe Mori. — Espero que a viagem tenha valido a pena?

Rin limpou a garganta para responder: — Valeu seu peso em ouro,


sua alteza.

— Bem, você deve me contar mais sobre suas aventuras


emocionantes, mais tarde, velho amigo.

— É claro, sua alteza.


Mori acenou para sua formalidade rígida. — Vamos, Rin. Fale
livremente! Temos dispensado títulos há muito tempo e nós estamos sozinhos.

Parecia que ele tinha acabado de vir de uma caçada. Mesmo vestido
com seu traje informal preto e branco simples, ele não parecia menos como um
príncipe. Sem jamais confundi-lo com um nobre nascido de sangue real. Estava
lá, em sua postura, gestos, costumes e fala. Ele sentou-se preguiçosamente em
um dos bancos de pedra, com um copo de saquê na mão.

Quando seus olhos finalmente desembarcaram em Midori, Rin mal


podia conter as emoções de raiva e ciúmes que rodaram dentro dele.

Sua besta abriu as suas linhas impressionantes de dentes e rosnou.


Meu. Pare de olhar para o que é meu!

— Meu príncipe lhe apresento o Príncipe da Lua, Midori. — Disse Rin


com os dentes cerrados.

Tanta raiva. De onde estava vindo toda essa raiva?

Parecia que todas as forças violentas da natureza estavam reunidas


dentro dele fervendo e esperando para entrar em erupção. Isso não era bom.
Isso não era bom em tudo. Em sua juventude, tinha havido vezes em que Rin
não foi capaz de controlar sua besta, mas esses dias eram ficaram no passado.
Ele era um adulto agora, e se orgulhava de seu controle, mas estava
escorregando dele tão facilmente. Estava se desfazendo como qualquer nó
frouxo.

Por kami e os deuses, não vou atacar o homem que é como um irmão
para mim. Ele endureceu-se e empurrou de volta a fera em sua jaula, onde ele
pertencia, mas recusou-se a deixar transparecer.

Midori deu um passo adiante, sutilmente tocando a mão sobre um de


seus punhos enrolados. Punhos enrolados? Será que estes punhos alongariam
para garras em breve? Dane-se tudo. Tudo o que ele queria era que esse
momento terrível passasse.
— Os rumores sobre você não fazem justiça, Midori. Você é realmente
um homem bonito. Não seja tímido ou com medo, se aproxime. —Mori colocou
de lado seu copo para estudar melhor o presente que Rin lhe trouxe. — Eu
gostaria muito de ver todo você. Venha para frente e se dispa Príncipe da Lua.

Ele é o meu presente, Mori, não seu. O que estou fazendo? Eu estou
indo realmente entregar Midori como um cavalo de presente? Ele é diferente dos
inúmeros homens e mulheres que entreguei a Mori antes. Ele pertence a mim.

Tanto sua besta e coração acordaram. Ele deu uma guinada dolorosa
e violenta contra o seu peito, fazendo o que Rin estava apavorada demais para
fazer. Lutando por sua alma gêmea. — Lute pelo nosso companheiro. — Disse o
lobo. — Lute e reivindique o que é nosso por direito!

Não se sentia como antes, como na casa do Reisuke, quando Rin


estava incerto de que poderia dar-se inteiramente à Midori como Midori
abnegadamente se entregou a ele. Na noite em que resgatou Midori dos
bandidos, Rin percebeu que nunca encontraria alguém como Midori novamente.
Midori aceitou tudo dele, sem dúvidas, onde os outros o haviam desprezado por
ser uma besta e monstro. Ele fez Midori chorar demasiadas vezes também, mas
poderia fazer melhor se tivessem todo o tempo do mundo, e não meros minutos.

Segundos se passaram enquanto os grilhões metafísicos do seu lobo


se desfaziam.

Quanto tempo que me resta, antes de ser tirado de mim para sempre?

Midori ajoelhou com graça imaculada e desumana, mas não se despiu.


Minutos se passaram e Mori franziu a testa.

— Rin, o que há de errado com ele? Achei que você o tivesse treinado.

Desculpas estavam na ponta da língua de Rin. Uma parte dele ficou


horrorizado que todo o seu treinamento foi para nada. Intermináveis noites e
dias de treinamento com o corpo e mente de Midori para que ele pudesse ser
um acompanhante adequado para o príncipe herdeiro da Yamato, tudo por nada.
Rin também se lembrou de dias andando com a sensação do corpo e
os braços quentes de Midori ao redor dele. Noites em que Midori se enrolou
contente contra ele. Ainda lembrava com carinho as noites frias que Rin tinha
ficado como lobo, para que sua pele pudesse manter Midori quente.

— Você é ainda melhor do que o mais espesso cobertor de lã, Rin. —


Midori tinha dito, só rindo quando Rin tentou golpeá-lo com uma pata.

Não. Outra parte da Rin não estava desapontado em tudo. Estava


orgulhoso. Midori se manteve orgulhoso e firme. Quem mais se atreveria a
resistir a um príncipe? Se Midori poderia fazê-lo, por que não o homem que
poderia destruir bandidos facilmente rasgando-os como o papel?

— Ele foi. Ele está bem treinado. O melhor que eu já treinei. — Disse
Rin com a voz embargada o que fez com que Mori olhasse para ele, finalmente.
— Nada há nada de errado com ele. Ele é perfeito.

Seu amigo de longa data o estudou, sem falar por um longo tempo.
Tudo o que ele viu, Rin não sabia, mas isso não parecia ser bom. Seu longo e
condenável silêncio perturbava profundamente Rin. Mori era um jovem falante
em particular, mas ele poderia ser um líder militar frio e eficiente quando
necessário. Essa foi a razão pela qual venceu todos os seus sete irmãos para o
trono.

Então seu olhar caiu sobre Midori, frio e calculista. Era um olhar que
Rin reconhecia. Mori usava aquele olhar quando condenou criminosos de guerra
para os blocos de execução. Rin também sabia que Mori nunca levaria bem
qualquer pessoa que desejasse levar dele o que pensava que era seu por direito.
Afinal, ele era futuro governante da Yamato. Assim, em teoria, todos os seres
vivos e não-vivos que vivessem e existissem sob o seu território, eram seus por
direito.

Rin tinha, em mais de uma ocasião, visto Mori matar um senhor ou


samurai que desejou um de seus acompanhantes apenas com o olhar.
— Mate-o! Seria fácil. Você poderia matá-lo antes que seus guardas
viessem correndo. — Seu lobo sugeriu. Rin não culpava a besta por pensar com
base em instintos puros. A idéia quase o atraía. Ele amava Midori suficiente para
fazê-lo. Ele mataria o homem que o chamou de irmão pelo homem que amava.

Capítulo Dez

— Você vai se despir para mim, Príncipe da Lua, ou vou tê-lo


chicoteado como um cão.

Arrepios correram até o comprimento dos braços de Rin com essas


palavras contundentes e o seu lobo chegou para ele e ofereceu o seu poder
sobrenatural. A imagem de Midori amarrado, com lágrimas escorrendo pelo rosto
e sangue escorrendo das brutais chicotadas em todo o seu corpo perfeito subiu
para a superfície de sua mente. Era um pensamento insuportável.

Ele preferia matar Mori agora a sofrer por Midori ser ferido. Rin ainda
não podia esquecer a raiva em brasa que sentiu quando cheirou o medo de
Midori, ou o doce sabor desses bandidos quando os rasgou em pedaços. Rin
sabia que mataria de novo se a vida de Midori fosse ameaçada.

— Bem? Se você não responder, eu vou tomar o seu silêncio como


imprudência. Diga adeus ao meu capitão desleal, bem como, a quem quebrou a
minha confiança por você.

Rin rompeu com sua paralisia e se recusou a solução tentadora que


sua besta lhe ofereceu, e não tinha certeza se era a melhor ou a pior decisão
que já fez. Ele caminhou com confiança pelo ombro de Midori e colocou a mão
sobre ele.

— Mori, por favor, permita-me explicar. Eu nunca pedi nada de você,


mas lhe peço agora apenas alguns minutos...

— Você quer pedir o que é meu por direito? Você quer demais,
capitão. Podemos ter crescido juntos como meninos, Rin, mas nunca se esqueça
de que eu sou um príncipe e você é apenas um soldado. — Cada palavra que
caiu dos lábios de Mori era como um golpe.

Rin sempre soube que nunca quis estar nas más graças de Mori, e
sabia que era imprudente fazê-lo agora, mas já era tarde demais para recuar.
Rin deveria ter parado agora, deveria ter se desculpado e pedido o perdão do
Príncipe, mas nem uma polegada dele queria. Ele serviu a vida toda. Tinha sido
casado com o dever.

Rin sentiu Midori chegar a puxar a barra da sua camisa em sinal de


advertência. A maneira como sua mão estava tremendo, Rin poderia dizer que
ele estava com medo por eles.

Não, assustado por ele. O cheiro do medo dele era tão forte que quase
esmagou Rin e convocou os impulsos de proteção de sua besta. Midori estava
realmente com medo, mais medo de Mori do que do homem que tentou estuprá-
lo.

Foi o seu amor pelo príncipe, que manteve as emoções de Rin em


cheque. Mal, mas ainda em cheque.

Rin colocou suavemente a mão de Midori de lado. Ele fez o que


somente poderia. Ele desceu de joelhos e curvou-se até tocar a testa no chão.
Levou tudo dele para conter o barulho do lobo irritado em sua gaiola metafísica.

Os lobos não foram projetados para se apresentar aos homens


frágeis, mesmo os que eram homens poderosos e influentes e até mesmo se
fossem futuros imperadores.
Isto é o que amar alguém, Rin pensou. Por um tempo, o lobo ponderou
sobre suas palavras e caiu surpreendentemente silencioso. Ele inclinou sua
cabeça grande aceitando a sua decisão.

Às vezes, fazemos coisas humilhantes pelo nosso companheiro, ele


concordou. Ainda assim, doía que sua única família o condenasse, condenasse
como o seu nobre pai fez uma vez.

— Por favor, Alteza. Se você tiver que punir alguém, me puna. Exile
a mim, me torture e tire a minha vida, se desejar. Eu o amo. — A voz
estrangulada de Rin tornou-se firme com determinação.

Ele podia sentir Midori tremendo ao lado dele, então estendeu a mão
para segurar a sua. Poderia ser a última vez que sentiria o toque suave do seu
Príncipe da Lua. — Eu o amo! Então, se os nossos anos de amizade não
significam nada...

— Maldição dos deuses, Rin. Você está falando sério, não é? — O tom
de descrença absoluta de Mori fez Rin olhar para ele, esperançoso. Nenhum traço
de raiva foi deixado no rosto do príncipe.

Rin apenas o olhou nos olhos e disse firmemente: — Sim. Eu nunca


fui mais sério em toda a minha vida, Mori.

Príncipe Mori soltou um suspiro e, em seguida, virou-se para Midori.


— Eu conheço esse homem toda a minha vida e o vejo como um irmão amado,
Príncipe da Lua. Ele nunca se curvou em submissão a qualquer um, mesmo para
mim, pelo o bem de outra pessoa. Então, eu só vou perguntar isso, você tem os
mesmos sentimentos por ele?

— Eu compreendo sua eminência, e sim, eu faço. Com todo o meu


coração. — Disse Midori, com um leve sorriso, apertando a mão de Rin.

Príncipe Mori se levantou e estendeu a mão para Rin que hesitante a


tomou. — Depois de tudo que nós passamos você realmente acha que eu iria
fazer qualquer uma dessas coisas?
— Você tem o direito. — Disse Rin, estendendo a mão para Midori,
surpreendendo-se quando Midori saltou de pé e depois para ele.

Rin o pegou com facilidade. Midori fechou os braços firmemente em


torno de Rin como uma criança com medo de perder alguém importante para
ele, pressionando sua cabeça em seu ombro. Um momento depois, Rin sentiu a
umidade em seu ombro.

Ele está chorando, por que não estou surpreso? Ainda assim, as
lágrimas de Midori tinham o seu apelo.

— Eu acho que o seu animal de estimação ainda precisa de algum


treinamento, Rin. — Mori disse em uma voz divertida.

Rin sentiu Midori empurrar para fora a cabeça de seu ombro, sem
dúvida gritante. Rin empurrou-o de volta. Mori pode ser misericordioso e seu
amigo, mas ele ainda era o seu Príncipe.

— Vou trabalhar nisso alteza. — Rin concordou. Ele tinha certeza de


que Midori estava carrancudo agora também.

— Tudo bem, agora vão, tenho deveres principescos para atender. —


Disse Mori com uma onda de desprezo. — Mas Rin, um dia você vai me dizer em
detalhes como um soldado duro e cheio de cicatrizes de batalha como você se
apaixonou.

— Ficarei feliz em fazer, Mori.

Rin praticamente cambaleou para fora dos jardins e para os


corredores como um homem bêbado. Ele ignorou os olhares curiosos dos
atendentes e nobres enquanto passavam. Midori ainda se agarrava a ele como
se estivesse com medo de perder Rin. Pela primeira vez, o seu lobo estava
saciado dentro dele. Ele sempre parecia estar irritado e inquieto com Rin, mas
agora me sentia em paz.

Deve ser coisa de Midori. Talvez seja isso que companheiros são.
— Para onde vamos agora? — Midori perguntou quando eles
tropeçaram de volta para o estábulo.

— Para a minha casa na cidade. — Rin aceitou as rédeas de um rapaz


l e ajudou Midori a subir na sela.

— Porque você não pode me foder em um dos quartos de hóspedes


elegantes aqui? — Midori gesticulou para o palácio.

A expressão sonhadora atravessou seu rosto. — Eu sempre imaginei


como seria fazê-lo em uma dessas luxuosas camas grandes de estilo ocidental
que já ouvi falar... Ou uma daquelas banheiras revestidas com mármore. Tenho
certeza de que eles têm uma enorme banheira de imersão também.

— Quem disse que eu quero foder você em primeiro lugar? — Rin


interrompeu seu monólogo entediante, não admitindo que essas ideias soavam
atraentes para ele.

Ele teria Midori usando outro daqueles Hakamas apenas para saborear
a expressão indignada e chocada de Midori e ouvir o som do tecido caro
rasgando. Depois disso, Rin iria levá-lo para os banhos... Embora uma grande
banheira de imersão cortasse o efeito. Talvez pudesse substituir a que tinha em
sua casa por uma muito menor, que não deixaria um centímetro de espaço entre
eles.

— Rin, você está tendo maus pensamentos, novamente, não é? —


Midori reclamou com um beicinho familiar em seu rosto.

Rin disse a ele exatamente o que pensava só para ver o rubor


aparecer no rosto do seu Príncipe da Lua.

— Meu lobo selvagem. — disse Midori com tanto carinho que suas
palavras o fizeram se sentir bem. Rin estava feliz por ser o lobo selvagem do
Príncipe da Lua.

Rin montou em seu corcel, gostando do calor familiar dos braços de


Midori em torno de sua cintura. Já era hora de deixaram o Palácio de Jade. Esse
capítulo de suas vidas tinha acabado. Era hora de começar um novo. Um novo
capítulo que só teria Midori e ele em suas páginas. Ninguém mais.

Midori bufou. — Sexo é tudo que você pensa você grande lobo. Tem
estado escrito em todo o seu rosto, desde que me viu nesta hakama.

— Isso é verdade. Você me deu um olhar presunçoso demais. Para


responder à sua pergunta, eu prefiro transar com você na minha própria casa.

— Eu honestamente não acho que você tem a paciência para abrir


seu presente.

Rin riu. — É muito mais doce na privacidade da minha casa. Dessa


forma, ninguém iria reclamar quando eu rasgar todo esse tecido caro fora de
você.

— Rasgar...? Não se atreva, Rin. É tão bonito e deve ter custado uma
fortuna. — Rin quase podia vê-lo fazendo beicinho atrás dele. — Eu duvido que
você possa me comprar essas roupas caras também. Quanto ganha um soldado
de qualquer maneira?

Rin pensou em um número.

— É pouco?

— Vinte, Midori.

— Vinte o quê?

— Isso é maravilhoso. Você acabou de ganhar mais vinte golpes de


minha cinta. Eu acho que você ficaria muito bem em pé na frente da flor de
cerejeira alta no meu jardim. — Rin pensou ouvindo o bufo indignado familiar
de protesto atrás dele.

Com isso Rin passou pelos portões do palácio e para a cidade. Rin
sentiu Midori inclinar sua cabeça contra ele. O outro homem ainda teve a ousadia
de pressionar o nariz como um animal de estimação mimado até a nuca de seu
pescoço para cheirá-lo.

— Não faça isso, seu nariz faz cócegas.


— Por quê? Você faz isso o tempo todo. Especialmente quando acha
que eu estou dormindo à noite.

Oh, o seu Príncipe da Lua estava atrasado para uma aula, Rin pensou
com diversão. Ele olhou para frente para a formação de Midori novamente. —
Sessenta então.

— O qu... Sessenta? Você acabou de dizer vinte, seu idiota!

— Foi quarenta. Eu disse que você acabou de adicionar mais vinte.


Desde que você achou que poderia me insultar, é oitenta agora.

— Oitenta? Rin você está brincando. Você me ama muito.

Rin teve que sorrir para isso. — Você pode estar certo.

— Rin... — Quando Midori murmurou o nome dele enviou arrepios


pelos seus braços. Estava cheio de desejo, saudade... E amor.

— Sim?

— Eu te amo. Eu acho que me apaixonei por você na primeira vez


que você enfurecido colocou essas cordas em mim. — Midori continuou: —
Obrigado por me salvar todas as vezes em que precisei ser salvo. Eu não tinha
certeza se você eventualmente seguiria o seu coração no final, mas você fez.
Estou tão orgulhoso de você.

Era estranho que Rin sentiu uma onda de orgulho por essas palavras?
Ele nunca se arrependeria de escolher o seu coração sobre o seu dever. Nunca
mais.

— Foi você quem me salvou. Além disso, soube no momento que o


vi, que estaria reivindicando você para mim, Príncipe da Lua.

Midori apenas suspirou de contentamento por trás dele, envolvendo


as mãos firmemente em torno dele.

Fim

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