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Direitos autorais
Para Ana,
Sinopse
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Epílogo
Agradecimentos
Livros deste autor
Direitos autorais © 2020 Gilmara Vieira Lacerda Machado
Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais,
vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor.
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação, ou
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou
outro, sem a permissão expressa por escrito da autora.
Para Ana,
o Léo não seria isso tudo sem você.
Sinopse
Leonardo Veiga, dono do jornal "A coluna Portuguesa", sabia que
casamentos arranjados não estavam entre as coisas mais fáceis da vida. Mas
após perder a noiva para o seu melhor amigo e estar desesperado com um
golpe que sofreu por um de seus parceiros comerciais, ele cede à chantagem e
se casa com a filha do golpista.
A senhorita Ermelinda Guimarães de Bivar passou boas horas de seus
últimos bailes olhando para um dos solteiros mais cobiçados de Lisboa, mas
jamais imaginava que o pai estava chantageando o homem. Assim que
Leonardo aceitou se casar com ela para manter o jornal, a jovem passou a
odiá-lo. Se passava para todos a ideia de ser tímida, era apenas para evitar
reprimendas do pai, caso se mostrasse em público como a dama vivaz e de
língua afiada que realmente era.
Quando Leonardo e Ermelinda se isolam do mundo a fim de viver uma
lua de mel e se conhecerem melhor, ambos terão que aprender que nem tudo
é o que parece.
Prólogo
Quando foi que Leonardo havia visto Linda pela única vez que se
lembrava? Seis meses, no máximo, isso ele tinha certeza. Voltando sua
atenção novamente para as anotações da esposa, começou a ver seu nome
repetidas vezes nos bailes seguintes. Linda fazia um resumo interessante dos
eventos aos quais compareceu, mas sempre havia ao menos uma linha
dedicada a Leonardo desde então. Céus! Ele realmente não notara que
estiveram em tantos eventos em comum.
Em um relato que datava oito meses antes, Leonardo encontrou o
maior texto referente a uma mesma data. Era um baile, mas além do evento
em si, Linda escreveu sobre o escandaloso ato de seguir Leonardo até o
jardim. Uma mulher em verde esmeralda... Leonardo tentou se lembrar, mas
não conseguiu. Não era um hábito tão raro escapar para o jardim com alguma
beldade bem disposta. A novidade era saber que havia um par de olhos
bastante atento e curioso a ponto de segui-lo. Ler aquele relato fez com que
ele se sentisse muito envergonhado. Expôs uma jovem inocente a um
momento íntimo com outra mulher. Jamais imaginou que isso poderia
acontecer e claro que não teria permitido se ao menos desconfiasse do que
estava acontecendo, mas agora se sentia culpado por aquilo. É claro que ela
ficaria chateada com ele.
Então era isso. A criada. Glória com certeza havia participado dos
planos de Leonardo desde o princípio e fornecido seu precioso diário. Em
quem ela poderia confiar? As amigas... Ciúmes... Sedução... Ela sentiu
vontade de agarrar o pescoço do marido de uma forma nada romântica, mas
tudo o que conseguiu fazer foi rir.
-Como ousa manipular tudo ao meu redor dessa forma?
Pelo menos ele se deu ao trabalho de parecer arrependido.
Leonardo havia se deixado cair novamente na cadeira.
-Eu só estava tentando me aproximar.
-Comprando minha criada? Tentando me manipular através da boa
fé das minhas amigas?
Leonardo respirou fundo e assentiu.
-De qualquer forma desde que conseguisse tirar de você essa
armadura impenetrável. Eu admiro sua determinação, Linda, mas não a use
para me manter longe de você. Estamos recomeçando, não é? Eu fiz isso
quando ainda tentava entender seu ódio por mim.
-Quer dizer que isso não tem mais valor?
Leonardo assentiu com veemência.
-Avise isso para a traidora da minha criada. Se isso fosse passado
ela não teria deixado aquela camisola indecente para ser usada. Teria ao
menos me obedecido!
-Eu gostei da camisola.
-Então use-a você mesmo!
Ermelinda rasgou os papéis e os jogou para o alto, criando uma
breve chuva de pedacinhos antes de sair do escritório. Não estava apenas
ofendida, sentia vergonha por ter sua intimidade revelada daquela forma.
Pelos céus, aquilo era um diário! Diários eram coisas íntimas demais,
deveriam permanecer em segredo.
Leonardo sequer teve tempo de responder. Ela havia saído do
cômodo o deixando sozinho. Com um suspiro resignado, optou por aceitar
uma batalha por vez. Naquele momento, iria se concentrar no relatório do
jornal, o verdadeiro, já que a esposa deveria estar brava demais para
conseguir qualquer entendimento com ela a respeito do que aconteceu.
Antes mesmo que Leonardo conseguisse abrir totalmente o
envelope, Linda estava de volta, como se tivesse esquecido de falar algo.
-E não ouse me fazer ciúmes!
Ah, como ele adoraria abraçar aquela mulher e beijá-la até que toda
aquela raiva se transformasse em um desejo quente e avassalador! O
escritório tinha superfícies mais do que suficientes para que os dois pudessem
resolver aquilo.
-Ciúmes é algo despertado quando algo ou alguém que desejamos
pode ser tirado de nós por uma outra pessoa. – Leonardo se levantou e
caminhou até ficar a poucos centímetros da esposa. – A questão é: eu
conseguiria fazer você sentir ciúmes de mim?
-Somos casados. – Ermelinda respondeu tentando manter a
compostura. – Não pode me ofender dessa forma.
Leonardo ficou alguns instantes em silêncio, como se ponderasse as
palavras antes de assentir, concordando.
-É claro que não faria esse joguinho com você. Essas táticas não
são mais necessárias, pois concordamos em recomeçar. Esse recomeço é o
início da nossa felicidade e que homem em sã consciência vai querer outra
mulher depois de acordar com você nos braços?
Ermelinda começou a sentir os típicos sintomas da proximidade de
Leonardo. Primeiro, o coração acelerava e depois quase se esquecia de
respirar. A força abandonava o corpo e ela ficava desejando aquelas mãos
fortes segurando sua cintura, afinal, precisava se apoiar em algo sem perder a
dignidade.
-Isso não faz diferença. Não aconteceu nada.
-Isso faz toda a diferença para mim. – Leonardo insistiu. – Eu vou
esperar e terei você só para mim.
A voz dele era uma carícia ousada e Ermelinda não entendia o que
havia naqueles olhos que a prendiam de tal forma que era impossível desviar
o olhar. O único problema daquele estado era saber que sua própria voz se
perdia e sempre era um esforço enorme conseguir pronunciar algo. Mesmo
assim, tinha que responder. Leonardo não poderia ter a última palavra ou
então as coisas poderiam se tornar ainda mais intensas e isso geralmente
terminava com um beijo de tirar o fôlego.
-E o que eu terei de você, marido?
Leonardo, que havia tentado se comportar até aquele instante,
segurou a esposa pelos ombros enquanto acabava com a distância entre eles.
Inclinando a cabeça em direção ao pescoço delicado, inspirou o perfume
suave de canela que já adorava tanto.
-Tenho pouco a oferecer. Apenas eu mesmo. Irei trabalhar para que
nada lhe falte. Serei todo seu com minhas virtudes e defeitos. Deixe a
armadura de lado, minha Linda, e eu saciarei todos os seus desejos.
A pele de Ermelinda arrepiou e ela sentiu os lábios de Leonardo
traçando um caminho incendiário do seu pescoço até a clavícula. Nunca havia
imaginado que aquela área fosse tão sensível ou que apenas o roçar dos lábios
poderia causar uma sensação tão maravilhosa. Ela estava nervosa pelo que
havia descoberto, mas era impossível manter a raiva diante da onda
implacável de desejo que a tomou. Quente, intensa, devastadora.
Enquanto Leonardo deixou as mãos descerem pelos braços da
esposa até alcançarem sua cintura, Ermelinda precisou se apoiar no marido.
Se não fizesse isso com certeza iria se transformar em uma poça de desejo.
Era possível alguém derreter? Pois essa era a sensação que tinha naquele
exato momento. Seu corpo queria muito mais do que sua mente estava
disposta a permitir, mas em um ato de rebeldia a cabeça inclinou e facilitou o
acesso de Leonardo ao pescoço sensível e já carente da carícia que acabara de
descobrir.
Ermelinda sentiu os lábios de Leonardo se moverem contra a pele,
sussurrando seu nome e aquilo foi sua perdição. Recuando lentamente para
fazer o marido olhar para ela, pela primeira vez na vida, Ermelinda Veiga
buscou o beijo do marido.
Leonardo ficou paralisado por um breve instante, mas logo
correspondeu o gesto que rapidamente se transformou em um beijo faminto,
onde cada um buscava saciar e desfrutar como se fosse a última
oportunidade. Permitiu que suas mãos explorassem o corpo da esposa com
liberdade e ela não o afastou. Um gemido suave escapou dos lábios dela e
Leonardo o devorou. Não ia se importar em tomá-la pela primeira vez no
tapete daquele escritório se ela estivesse disposta a isso.
Ermelinda nunca se sentiu tão viva e saber que foi ela quem
começou aquele beijo arrebatador lhe deu uma sensação maravilhosa de
liberdade. Não era uma libertina, pois estava beijando o próprio marido, mas
descobriu que era bom tomar a iniciativa. Seriam os beijos roubados irritantes
por esse motivo? Ela acreditava que começar um beijo ou qualquer outra
carícia era algo tão típico dos homens que não achava que seria bom agir
daquela forma. Até que decidiu agir exatamente assim. O calor das mãos de
Leonardo no seu corpo parecia fazer o vestido incomodar como nunca e ao
sentir os botões se abrindo, ela estremeceu. Ali? Não... ainda não.
Ao perceber a esposa estremecer Leonardo parou de mexer no
vestido e interrompeu o beijo. Queria olhar o rosto dela. Ambos estavam
ofegantes e o desejo que viu nos olhos de Linda o deixaram desesperado para
saciar aquela mulher enquanto finalmente se libertava do castigo que era não
tê-la.
-Vamos para o quarto? – Ele sussurrou e se espantou com o quanto
sua própria voz estava rouca.
-Você precisa trabalhar. – A voz de Ermelinda não estava melhor
que a do marido. – E... eu preciso preparar as coisas para essa noite.
A noite... Leonardo deu um pequeno sorriso. Ela queria esperar
anoitecer. Ele poderia esperar mais algumas horas para que sua esposa ficasse
confortável.
-Claro, eu entendo. – Leonardo a soltou e deu um último beijo
rápido nos lábios da esposa. – Vamos esperar até a noite.
Ermelinda sorriu ao perceber que ambos estavam falando de
assuntos diferentes ao que tudo indicava.
-Estou falando sobre o jantar na casa de Joaquina.
Leonardo piscou algumas vezes, confuso. Jantar? Não era sobre
uma noite de amor que ela estava falando? Ah, ele se tornou um tolo por
completo nas mãos daquela mulher.
Diante da confusão do marido, Ermelinda sentiu a necessidade de
perguntar:
-Por acaso não iremos? Eu realmente gostaria de ir.
Leonardo assentiu, ainda um pouco distraído.
-Iremos, claro.
-Ótimo! – O sorriso que ela deu quase fez a frustração do marido
diminuir um pouco. – Vou providenciar tudo, então não se preocupe com
nada além do seu trabalho.
Ermelinda saiu bem mais satisfeita do escritório e Leonardo se
arrastou até a mesa novamente. Como iria conseguir concentrar em algo? Ele
definitivamente sabia que Linda era uma mulher muito inocente, pois se ela
soubesse o sofrimento pelo qual o marido passava cada vez que ela se
afastava depois de toda aquela paixão, jamais ousaria atacá-lo de outra forma.
Qualquer que fosse a punição que merecia, ele já havia recebido.
Gilmara.
Livros deste autor
O dever e a paixão
Seguindo um costume infeliz de sua família a jovem Manoela se casará em
breve com seu primo Francisco, futuro marquês de Queluz, a quem ela
conhece desde sempre e nutre uma grande amizade. Ambos estão
conformados com seu destino até que um dia Francisco conhece a doce
senhorita Cecília e Manoela passa a ser admirada pelo atrevido Matheus,
futuro conde de Piratini. Será que um casamento arranjado poderá se tornar
um relacionamento feliz depois que ambos tiveram seus corações tocados por
outras pessoas ou os sentimentos nunca serão esquecidos? Amor, amizade,
dor e recomeço se entrelaçam e tecem a história de Manoela dividida entre o
dever com a família e a paixão despertada por um desconhecido.