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Tema: A linguagem: identificando e orientando a resolução de

problemas de leitura e escrita.

1)
a) QUESTÃO PROBLEMA
Desde o nascimento, as crianças convivem com a linguagem oral e com as
pessoas do seu dia-a-dia. Assim ela participa de diversas situações sociais que as
levam a se comunicar e a interagir com facilidade. Quando chegam à escola,
aprendem as formalidades utilizadas pela língua oral, por meio de convivência com
outras crianças e da observação deste mundo letrado.
Observar tudo que as cerca para construir sujeitos letrados. Perceber textos
escritos em placas, embalagens, histórias, lojas, enfim ter acesso aos mais variados
portadores de texto, são partes da experiência para o letramento.
A linguagem enquanto conteúdo é um produto lingüístico que se manifesta
através da oralidade, textos escritos, desenhos, diferentes formas de expressão e
diferentes dialetos.
O trabalho com a linguagem constitui um dos eixos básicos na educação
infantil, dada a sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as
outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de muitos
conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento.
Aprender uma língua não é somente aprender as palavras, mas também os
seus significados culturais, e, com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu
meio sociocultural entendem, interpretam e representam esta realidade.
No entanto há as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem,
as quais devem ser acompanhadas de perto por psicopedagogas e feito um trabalho
com as mesmas, para que possam ser capazes de evoluir.

b) JUSTIFICATIVA

A psicopedagogia pode fazer um trabalho entre os muitos profissionais,


visando à descoberta e o desenvolvimento das capacidades da criança, bem como
contribuir para que os alunos sejam capazes de participar do espaço social em que
vivem, de saber interpretá-lo e de nele ter condições de interferir com segurança.
Assim, o psicopedagogo não só contribuirá com o desenvolvimento da criança,
como também contribuirá com a evolução de um mundo que melhore as condições
de vida da maioria da humanidade.

c) OBJETIVOS
Conhecer as dificuldades no processo de aquisição da leitura e escrita,
analisando como a psicopedagogia pode contribuir para amenizar estas dificuldades;
relatar entrevistas feitas com professores e psicopedagogos especializados em lidar
com crianças com dificuldades no processo de aquisição de leitura e escrita; discutir
a respeito das dificuldades que podem surgir no processo de aquisição da leitura e
escrita; analisar e avaliar os métodos empregados para o aprendizado das crianças
com dificuldades de aprendizagem; avaliar se nas escolas os materiais didáticos e a
capacitação dos professores são propícios ao aprendizado de todas as crianças;
avaliar e analisar a atuação da família no processo de ensino-aprendizagem.

d) HIPÓTESE
Para Vygotsky (1988), a linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos,
representa um salto qualitativo na evolução da espécie. É ela que fornece os
conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto
do conhecimento. É por meio dela que as funções mentais superiores são
socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e culturas
diferentes produzem estruturas diferenciadas.
A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da
realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação
do mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em
constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e
significações.
A educação infantil ao promover experiências significativas de aprendizagem
da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, constitui um dos
espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso
ao mundo letrado pelas crianças.
Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das
capacidades associadas às quatro competências básicas: falar, escutar, ler e
escrever.
Segundo Teberosky (1998), facilitar o contato das crianças com os livros, dar-
lhes a possibilidade de escolher e de manusear os livros é uma boa maneira de
desenvolver a leitura compartilhada.
Essa oportunidade que damos à criança de fazer uma escolha permite que a
mesma demonstre interesse pelo livro escolhido e gostando, passe a valorizar a
leitura e a escolher mais e mais livros para sua leitura.
Contudo, há alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem (DA), no
Brasil, cerca de 40% das crianças em séries iniciais de alfabetização apresentam
dificuldades escolares, e, em países mais desenvolvidos, a porcentagem diminui
20% em relação ao número total de crianças também em séries iniciais . Sabe-se que
se um aluno com dificuldades de aprendizagem for bem conduzido pelos
profissionais de saúde e educação, em conjunto com a família, poderá obter êxito
nos resultados escolares.
A atual LDB (Lei 9394/96), baseada no princípio do direito universal à
educação para todos, trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores, como
a inclusão da educação infantil (creches e pré-escolas) como primeira etapa da
educação básica.

e)
A lei requer que qualquer aluno possa ter à sua disposição um conjunto de
serviços adequados às suas necessidades, prestados, sempre que possível, na
classe regular. Para os alunos com DA, no que diz respeito a serviços educacionais
na classe regular, há que considerar um conjunto de fatores que podem facilitar a
sua aprendizagem, como por exemplo, a reestruturação do ambiente educativo, a
simplificação das instruções no que diz respeito às tarefas escolares, o ajustamento
dos horários, dentre outros.
Para Leite (2005), no que diz respeito aos serviços adicionais há que poder
contar com serviços de psicologia, terapia a fala, terapia ocupacional, clínicos e
sociais, consoante às necessidades do aluno. Se estes serviços forem insuficientes
ou inexistentes, o sucesso escolar do aluno com DA será, com certeza, posto em
causa.
Para que o aluno com DA receba uma educação apropriada às suas
necessidades, para além da atitude dos profissionais e pais, da adequada formação
dos professores e demais agentes educativos, da importância de se trabalhar em
colaboração, há que ter em conta que o conceito de DA não implica apenas o
reconhecimento do direito que assiste ao aluno de freqüentar uma escola regular,
pois caso as práticas educativas se resumam apenas à sua colocação na escola,
sem nenhum tipo de serviços auxiliares, tais práticas resultam falaciosas e
irresponsáveis. (LEITE, 2005).
Segundo Martins (1999), neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode
contribuir muito, auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre
teorias do ensino-aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do
conhecimento, redefinindo-se e sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho
permite que o educador se olhe como aluno e como professor.
O psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores realizando
atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão de
problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver
como as demais técnicas podem intervir, bem como participando do diagnóstico dos
distúrbios da aprendizagem e do atendimento a um pequeno grupo de alunos.
(MARTINS, 1999).
Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num
processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e
enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas nas suas
disciplinas. (MARTINS, 1999).
O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a
compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de
determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender
às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve-se analisar o Projeto Político
Pedagógico, sobretudo considerando suas propostas de ensino e o que é valorizado
como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se transforma, podendo
se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem. (MARTINS, 1999).

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