Fórum 1
Façam uma reflexão acerca da Literatura Infantil, no Brasil,
nas escolas de Ensino Fundamental.
A Literatura Infantil pode ser vista como uma porta de entrada para o universo
maravilhoso da leitura. Para entendermos bem a importância dessa literatura
na formação do ser humano, faz-se fundamental olhar para a variedade de
textos que a compõem: fábulas, contos de fadas, contos maravilhosos, mitos,
lendas, adaptações de grandes clássicos da literatura mundial, parlendas,
trava-línguas, adivinhas, além de textos autorais narrativos e poéticos. Temos,
assim, um rico material repleto de histórias, memórias, diversidade cultural,
fantasia, encantamento e valores humanos.
A escola, segundo Orlandi (1988), enquanto espaço para reflexão, é um dos
lugares em que o sujeito pode elaborar a experiência da autoria na relação com
a linguagem e de seus frutos fazer uso tanto nesta quanto em outras instâncias
institucionais.
Conforme Frantz (2011), a história da literatura infantil brasileira começa com
Monteiro Lobato. Ele foi o primeiro autor que escreveu para as crianças
brasileiras, histórias com qualidade literária. Antes a literatura destinada às
crianças, era a literatura europeia clássica, tradicional, traduzida ou adaptada
para o idioma brasileiro. Em 1921 Monteiro Lobato publica a obra que inaugura
a literatura infantil brasileira, intitulada A menina do narizinho arrebitado
O ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa na escola, segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais (2000, p.15) ¾ PCN, devem permitir a todos
os alunos “o acesso aos saberes lingüísticos necessários para o exercício da
cidadania, direito inalienável de todos”, pois é pelo domínio da língua, oral e
escrita, que o homem se comunica e tem participação social efetiva.
A literatura infantil deverá ser utilizada nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, como instrumento que possibilitará as crianças considerarem a
leitura como prática social. É através dela que a leitura será desenvolvida nas
crianças de maneira a proporcionar um maior prazer pela mesma.
Coelho (1986) argumenta que literatura é arte, é um ato criativo que, por meio
da palavra, cria um universo autônomo, realista ou fantástico, onde os seres,
coisas, fatos, tempo e espaço, mesmo que se assemelhem ao que podemos
reconhecer no mundo concreto que nos cerca, ali transformado em linguagem,
assumem uma dimensão diferente: pertencem ao universo da ficção.
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Como a literatura infantil pode contribuir na formação da criança? Façam uma
reflexão.
Hoje a dimensão de literatura infantil é muito mais ampla e importante. Ela
proporciona à criança um desenvolvimento emocional, social e cognitivo
indiscutível. Segundo Abramovich (1997) quando as crianças ouvem histórias,
passam a visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao
mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como
medos, sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, além de
ensinarem infinitos assuntos.
É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos,
outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica...É ficar
sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc. sem
precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula
(ABRAMOVICH, 1997, p.17)
Neste sentido, quanto mais cedo a criança tiver contato com os livros e
perceber o prazer que a leitura produz, maior será a probabilidade de ela
tornar-se um adulto leitor. Da mesma forma através da leitura a criança adquire
uma postura crítico-reflexiva, extremamente relevante à sua formação
cognitiva.
A Literatura, na Educação Infantil, é capaz de promover o conhecimento de si e
do mundo, incentivando a curiosidade, a exploração, o encantamento, o
questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao
mundo físico e social, objetivos elencados como eixos do currículo nas práticas
pedagógicas da Educação Infantil.
A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como
objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e
articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim
como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à
dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
(BRASIL, 2010, p. 18).