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RESUMO:

O projeto Oficina de Escritores tem como objetivo incentivar a leitura, a imaginação, a


criatividade e a escrita dos alunos do curso Técnico em Comércio. O projeto busca desenvolver
habilidades que favoreçam a expressão da imaginação além dos conhecimentos linguísticos
dos gêneros narrativos. Para a execução do projeto, os alunos deverão produzir textos do tipo
narrativo, de modo que revelem em práticas concretas de escrita os elementos da narrativa, os
quais foram trabalhados em sala de aula durante o semestre. Para tanto, algumas atividades
foram planejadas tais como: aula expositiva, treinos ortográficos e aulas práticas com
elaboração de pequenos parágrafos. A principal finalidade dessas atividades é fazer com que o
aluno adquira habilidades de escrita e de criação textual. Ao final do projeto, todos os alunos
deverão ser capazes de criar e de escrever narrativas.

Palavras-chave: Leitura; Escrita; Narração

INTRODUÇÃO:
O ensino dos tipos e dos gêneros textuais é realizado desde os primeiros anos
da educação básica, no entanto, mesmo com o progresso no nível de
escolarização dos alunos, existem muitos problemas relacionados ao uso da
norma padrão nas produções textuais. Isso ocorre devido a diversos fatores
como, por exemplo, as variações que a língua sofre por questões regionais,
culturais, sociais etc., a distância que existe entre a norma culta da língua
escrita e a falada pela população e a linguagem denominada como
“internetês” utilizada com grande frequência nas redes sociais pelos alunos
cursantes. Isto posto, observa-se a necessidade de intensificar as práticas de
leitura e de escrita durante todo o processo formativo, uma vez que são
atividades centrais no âmbito profissional.
O estudo linguístico em nível profissionalizante é uma necessidade devido à
atual realidade do mercado de trabalho, que está cada vez mais mediado por
computador e pela internet, ambientes nos quais a escrita é a atividade
central. Dessa forma, é mister que o futuro profissional saiba diferênciar o uso
da linguagem informal, amplamente utilizada nas redes sociais do uso da
linguagem formal, que deve ser empregadas em gêneros textuais digitais
relacionados ao uso profissional, como e-mails, por exemplo.
Outrossim, a distância que há, na maioria das vezes, entre a forma de se falar
e a de se escrever e, por último, a barreira que a maioria dos alunos criam
para aprender as normas referentes à acentuação, à ortografia, à
concordância etc são fatores que dificultam o processo de aprendizagem.
Nesse sentido, uma grande preocupação dos professores de Língua
Portuguesa se refere aos aspectos ortográficos, lexicias e gramaticais, já que
são exigências de uma escrita formal. Esses aspectos linguísticos são
trabalhados em sala de aula desde as séries iniciais do ensino fundamental,
momento no qual são detectados os primeiros problemas de escrita,
entretanto a resolução destes é postergada para as séries seguintes, na
maioria dos casos, o que agrava o problema e dificulta ainda mais a
aprendizagem, principalmente na formação profissional, etapa no qual se
exige que o egresso do curso técnico saiba se expressar de maneira correta,
seja na expressão oral com o uso correto de termos técnicos, seja na escrita
de relatórios e/ou laudos da área.

JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA:
A justificativa para esse projeto é apresentar um método adequado e lúdico
para solucionar esse problema, uma vez que os métodos tradicionais, como o
ditado, a cópia e a leitura já não prendem mais a atenção do aluno frente a
diversidade de novos atrativos interativos do mundo moderno.
Assim, refletindo sobre as dificuldades de escrita e de vocabulário dos alunos do curso
Técnico em Comércio do IFMA - campus Barra do Corda e objetivando transformar
essas dificuldades num ponto de interesse dos discentes é que se criou o projeto
Oficina de Escritores, para que sejam produzidos textos narrativos, a fim de
desenvolver nos alunos habilidades linguísticas e extralinguísticas, como a criatividade
e a imaginação.

OBJETIVO GERAL:
Produzir textos narrativos com coerência e coesão, além dos outros elementos
que compõem a narração tais como: enredo, personagens, espaço, tempo e
foco narrativo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Escrever se acordo com o nosso sistema ortográfico vigente.
Melhorar a escrita e a leitura através de atividades motivadoras.
Despertar o prazer pela leitura e escrita através por meio da criação de
história.
Ativar o hábito de ler e escrever corretamente, respeitando as regras
gramaticais.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Sabe-se que a leitura é atividade essencial para o desenvolvimento da
escrita. No entanto, a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo
Instituto Pró-Livro (2019), que tem como por objetivo medir intensidade, forma,
motivação e condições de leitura da população brasileira revelou alguns dados
interessantes sobre o hábito de leitura dos brasileiros: quando perguntados
sobre os motivos para ler um livro, 5% dos jovens entrevistados, do Ensino
Fundamental II, disseram ler por exigência da escola.
Figura 1: motivação para ler um livro.
Fonte:https://www.prolivro.org.br/wpcontent/uploads/2020/12/5a_edicao_Retratos_da_Leitura-_IPL_dez2020-
compactado.pdf

Já 26% destes jovens afirmaram ler por interesse ou gosto. Com base
nestes dados, podemos observar que a faixa etária que mais lê por prazer vai
até os 14. Segundo a pesquisa, entre 11 a 15 anos, em média, 61% dos
estudantes declararam que não leram nenhum livro.

Figura 2: frequência de leitura de livros indicados pela escola.

Fonte:https://www.prolivro.org.br/wpcontent/uploads/2020/12/5a_edicao_Retratos_da_Leitura-_IPL_dez2020-
compactado.pdf

Esses dados confirmam que projetos de incentivo à leitura nas escolas


são de fundamental importância para que a escola busque resgatar o valor da
leitura, como ato educativo e requisito para emancipação social e promoção da
cidadania. A leitura é um ato que, também, depende de estímulo e motivação.
A prática da leitura é uma tarefa essencial para a construção do conhecimento
e um deflagrador do sentimento e opinião crítica do indivíduo.
É fato que a escrita é um meio de comunicação de relevante
importância e desde muito cedo essa prática começa a ser desenvolvida. Com
o passar dos anos, ocorre o aprimoramento do modo de escrever, tanto na
ortografia como na concordância, e percebe-se que a cobrança em
vestibulares, concursos e demais exames também aumenta. No Enem 2020,
por exemplo, a prova com a maior média geral foi a redação: 588,74. Ao todo,
28 participantes obtiveram nota máxima (1000) e 87.567 zeraram, sendo
redação em branco o motivo com maior percentual (1,12%), seguido de fuga ao
tema (0,93%) e cópia do texto motivador (0,46%), em um total de 2.723.583
redações corrigidas.
Outrossim, o Instituto Federal do Maranhão tem como concepção
norteadora de ensino aprendizagem, além da formação técnica, a formação
integral que possibilite ao aluno ser agente transformador de sua realidade, o
que está de acordo com as concepções dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN’s) e também com as concepções de Freire (1997). Assim, uma das
justificativas para a realização desse projeto de extensão é a possibilidade da
formação integral dos alunos bolsista e voluntários conforme as concepções
apresentadas, as quais valorizam a atuação participativa na comunidade na
qual o Campus está inserido. Neste sentido, o projeto contribui para o
aprimoramento da escrita e análise textual dos discentes participantes.
Valoriza-se nessa experiência a leitura de narrativas clássicas, pois, além de
proporcionar um vasto repertório sociocultural, possibilita ao aluno transitar no
tempo e espaço como forma de universalizar conhecimentos. Ademais, as
obras clássicas trabalhadas subsidiarão a prática de escrita de textos
narrativos.
Nesse sentido, entende-se que a leitura, assim como a escrita, são
atividades que devem ser estimuladas e desenvolvidas, principalmente dentro
do ambiente escolar, pois é por meio destas atividades que o aluno
desenvolver competências e habilidades em todas as outras áreas do
conhecimento. Nesse sentido, Martins (1984, p. 12) diz que
“As investigações interdisciplinares vêm evidenciando, mesmo na
leitura do texto escrito, não ser apenas o conhecimento da língua que
conta, e sim todo um sistema de relações interpessoais e entre as
várias áreas do conhecimento e da expressão do homem e de suas
circunstâncias de vida.”

Isto posto, a leitura e a escrita são atividades centrais em todas as


áreas do conhecimento, devendo, pois, serem estimuladas e vivenciadas
rotineiramente, com a devida técnica que essas atividades exigem. Para tanto,
o foco, antes no professor centralizando a elaboração do material conforme
suas escolhas, assume a perspectiva de coparticipação, na qual os bolsistas
participam da elaboração das atividades e da ministração das aulas, o que
pode resultar em muita criatividade nas atividades propostas. Adotamos,
portanto, a perspectiva do compartilhamento de experiências, sendo as
atividades gerenciadas pelos alunos com a orientação do professor.
Outrossim, fundamentamo-nos na importância da inserção e exposição
dos alunos à produção de textos narrativos, possibilitando o crescimento
intelectual e a formação da consciência sobre a escrita formal da Língua
Portuguesa. Esta ação fundamenta-se no que afirmam Spratt, Pulverness e
Williams (2005) ao dizerem que crianças, adolescentes e adultos têm
diferentes características de aprendizagem, aprendendo de maneiras
diferentes. Se as diferentes faixas etárias apresentam características diferentes
de aprendizagem, os alunos devem ser ensinados de maneiras diferentes. Isso
nos leva a adotar a atividade lúdica como elemento essencial nas aulas.
Por fim, o Instituto Federal do Maranhão, de acordo com a Lei nº
11.892 de criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, conforme Brasil, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil
(2008), foi incumbido do importante papel de, através do desenvolvimento da
educação profissional e tecnológica, promover a melhoria da qualidade de vida
das pessoas. Neste sentido, O IFMA – Campus Barra do Corda expressa essa
preocupação e assume seu papel educativo ao propor o projeto “Oficina de
Escritores”, partindo do pressuposto de que os processos de formação para o
trabalho estejam ligados à elevação da escolaridade, à inserção e inclusão em
atividades de âmbito social e cultural e à formação humana integral.

METODOLOGIA DA EXECUÇÃO DO PROJETO:

O projeto será desenvolvido na turma do curso Técnico em


Comércio
Durante os meses de maio e junho, estão sendo executadas
atividades de interpretação e de produção textual para contribuir
com o desempenho linguístico dos alunos na redação. Para tanto,
os alunos tiveram contato com alguns gêneros narrativos tais
como: contos, fábulas e romances.
Em seguida, foi enviada uma proposta de produção textual cujo tipo
de texto deve ser o narrativo, de modo que os alunos explorem
sua criatividade e imaginação, considerando os aspectos formais
da língua escrita. Ao final do projeto, os alunos irão apresentar
suas produções para a turma.

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO DURANTE A EXECUÇÃO:


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Os alunos estão sendo avaliados semanalmente por meio das atividades


dirigidas sobre interpretação e produção textual. Ademais, os alunos
passarão por uma avaliação final ao entregarem seus textos narrativos
finalizados e exibirem para a turma por meio de leitura em voz alta.
Além dos aspectos linguísticos, os aspectos com participação e
frequência estão sendo avaliados. .

RESULTADOS ESPERADOS E DISSEMINAÇÃO DOS RESULTADOS:


Após o projeto, espera-se desenvolver nos alunos habilidades e competências de interpretação
de escrita textual, além de contribuir para o enriquecimento da imaginação criativa dos
educandos.

REFERÊNCIAS:

KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os Segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.

_______ ;ELIAS, Vanda M. Ler e Compreender os Sentidos do Texto, 2ª ed. São Paulo:
Contexto, 2007.

_______. Koch, Ingedore V. Linguagem e cognição: A construção de objetos-dediscurso.


Veredas, MG, 2004.

_______; TRAVAGLIA, L. C. Texto e Coerência. São Paulo, Cortez, 1998.

_______. Trajetória da Lingüística Textual. São Paulo, 2004.

GANCHO, Cândida Vilares. Como Analisar Narrativas. São Paulo: Ática, 1991.

TODOROV, T. As estruturas narrativas. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. 5.ed. São Paulo:


Perspectivas, 2008

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