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INSTITUTO SUPERIOR DE ARTES E CULTURA

Faculdade de Artes

Licenciatura em Artes Plásticas

IIº Semestre, IIIº Ano

Cadeira: Patrimonio Cultural e Conservacao

Tema:

Estudar as medidas de Proteccao das coleccoes do Museu Nacional da Moeda

Discente: Docente:

Camilo Enoque Obadias Bila Dr: Daniel Inoque

Dr: Lopes Massango

Matola, Novembro de 2023


Índice pag.
Capítulo I: Introdução ………................................................................................................. 3

Objectivos................................................................................................................ 4

Objectivo Geral...................................................................................................... 4

Objectivoc específicos............................................................................................ 4

Problematizacao..................................................................................................... 4

Justificativa............................................................................................................. 4

Capitulo II: Metodologias................................................................................................... 6

Métodos e técnicas de pesquisa............................................................................ 6

Pesquisa.................................................................................................................. 6

Métodos de procedimento...................................................................................... 7

Capitulo III: Desenvolvimento............................................................................................ 8

Definição de conceitos............................................................................................ 8

Museu...................................................................................................................... 8

Moeda...................................................................................................................... 8

Protecção................................................................................................................. 8

Colecção.................................................................................................................. 8

Museu Nacional da Moeda..................................................................................... 8

Equadramento teórico............................................................................................. 9

Historial do Museu Nacional de Moeda............................................................... 10

Analise de dados .................................................................................................. 11

Conclusão......................................................................................................................... 14

Referências Bibliograficas .............................................................................................. 15


Anexos.............................................................................................................................. 16

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Capitulo I: Introdução

A presente trabalho de pesquisa se enquadra no cumprimento do plano temático da


disciplina de Património cultural e conservação, com a finalidade de estudar a
relevância das medidas de proteção adoptadas para as colecções expostas no Museu
Nacional da Moeda.

O museu contribui para regular as condutas das sociedades, nomeadamente pela


compreensão dos contextos de tempo-espaço, apresentados através das narrativas
ilustradas por artefactos que representam uma história concreta (Alde 2016:135).
Neste contexto, importa referir que os artefatos que estão expostos no museu, cabe a
historicidade temporal que atingiram durante a seu percurso enquanto moedas que
facilitavam as trocas comerciais entre coloniais. É neste âmbito que se funda o Museu
Nacional da Moeda, com objectivo de expor as coleções numesmaticas de moedas
nacionais e internacionais desde a pré-colonial até aos dias atuais. De uma forma geral,
é de elogiar o funcionamento desta instituição, no que concerne ao atendimento, assim
como na organização das coleções, e a relação que o museu tem com o público.

Através deste estudo pretendo contribuir para a compreensão do papel dos museus na
disseminação do património cultural.

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2. Objetivos

2.1 Objectivo Geral:

 Avaliar as medidas adotadas para proteção das coleções do Museu Nacional da


Moeda.

2.2 Objetivos específicos:

 Descrever um breve historial do Museu Nacional da Moeda;

 Detectar critérios usados para à exposição das coleções no Museu Nacional da


Moeda;

 Sugerir um plano de gestão das coleções do museu nacional da moeda.

3. Problematização

Proteção é a acção necessária para proporcionar as condições de sobrevivência do


património cultural, e que visa garantir a defesa contra intervenções prejudicarias e
estabelece as respectivas penalizações (Macamo, 2003) citado por Jopela (2011:5).

Desta forma, levanto a seguinte questão:

Qual é a relevância das medidas de proteção adoptadas pelo Museu Nacional da


Moeda para as coleções expostas?

4. Justificativa

O estudo foi realizado no Museu Nacional da Moeda (MNM). A sua escolha deveu-se,
ao facto de o seu edifício ser a primeira casa de alvenaria do estilo indo-português a ser
construída na cidade de Maputo, e pelo facto de estarem lá expostas algumas das
moedas mais antigas do país. O M.N.M como uma instituição que visa a exposição de
objectos relacionados com a componente numesmatica, é tao relevante para a
percepção da dinâmica das moedas que circularam no país e assim traçar uma
evolução das mesmas, tal como, das transacções comerciais, em Moçambique, ao
longo da história.

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Na visão de Issak citado por Alde (2016), o museu como uma unidade “documental” do
património cultural de Moçambique, desempenha um papel importante na educação da
comunidade no geral, visto que podemos encontrar diferentes objectos expostos, sobre
diferentes manifestações culturais do país durante diferentes épocas que o país
atravessou (antes, durante e depois da ocupação colonial, bem como no período pós-
independência). É neste âmbito que nasce o Museu Nacional da Moeda, com uma
função educativa e demonstrativa, acrescentando que os museus são também parte
integrante do património histórico e culturais locais de uma nação.

O M.N.M é um local onde podem ser desenvolvidas acções educativas, principalmente


mostrar a importância das coleções para a protecção do património cultural por meio
de diversas actividades como visitas guiadas, oficinas, palestras, debates, jogos lúdicos,
tomando em consideração que o museu enquanto uma prática social tem o papel de
informar sobre questões perceptíveis pelo cidadão, para que haja mudanças de
comportamento, visto que o problema está relacionado com a questão
comportamental do homem e esta é a principal preocupação deste artigo para explorar
todas medidas de proteção dos artefactos expostos no museu.

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Capitulo II: Metodologias

Metodologia é a ciência que estuda os métodos utilizados no processo de produção do


conhecimento (Lakatos & Marconi, 2003:80). Contudo, método é o conjunto das
actividades sistemáticas e racionais, que com maior segurança e economia, permitem
alcançar o objectivo que corresponde ao conhecimento válido e verdadeiro.

5.1 Métodos e técnicas de pesquisa

As categorias são classificadas em, pesquisa documental, pesquisa bibliográfica,


entrevista, método histórico e comparativo.

5.1.2 Pesquisa

Segundo Gil (2008:26), pesquisa defini-se como processo formal e sistemático de


desenvolvimento do método científico, com objectivo de descobrir respostas parciais
para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.

5.1.3 Pesquisa documental

Pesquisa documental, "caracterizada por ser fonte de coleta de dados, que era restrito
a documentos, escritos ou não, constituindo as fontes primárias" (Markoni e Lakatos,
2003:174). Contudo, estes documentos registam factos sobre um determinado assunto
ou de uma determinada época.

5.1.4 Pesquisa bibliográfica

Pesquisa bibliográfica, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema


de estudo, desde as publicações em boletins, jornais, revistas, livros, meios de
comunicação oral, e audiovisuais (Marconi e Lakatos, 2003:183).

5.1.5 Entrevista

Entrevista é uma técnica que permite um encontro entre duas pessoas, a fim de que
uma delas obtenha informações a respeito de um determinado assunto, mediante uma

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conversação de natureza profissional. (Markoni e Lakatos, 2003:195).

Entrevista padronizada, aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente


estabelecido, as perguntas feitas ao individuo são predeterminadas. Se realizam de
acordo com um formulário e é efetuada de preferência com pessoas de selecionadas
de acordo com um plano (Markoni e Lakatos, 2003:197).

5.2 Métodos de Procedimento

De acordo com, Marconi e Lakatos (2003:106), métodos de procedimento são etapas


mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos da explicação
geral dos fenómenos e menos abstratas.

5.2.1 Método histórico

Método histórico consiste em pesquisar acontecimentos, processos e instituições do


passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje, pois alcançaram sua
função actual por causa das alterações das suas partes componentes, ao longo do
tempo influenciados pelo contexto cultural de cada época (Lakatos e Marconi
2003:106).

5.2.2 Método comparativo

Método comparativo, é usado para comparações de grupos no presente, no passado,


ou entre existentes e os do passado, quanto entre sociedades de igual ou diferentes
estágios de desenvolvimento, por isso, tem a finalidade de verificar similitudes e
explicar divergências (Lakatos e Marconi 2003:107).

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Capitulo III: Desenvolvimento

6.1Definição dos conceitos

6.1.1 Museu

Segundo Conselho Internacional de Museus (ICOM) citado por Desvallées e Mairesse


(2013:64): “o museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da
sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que adquire, conserva, estuda,
expõe e transmite o patrimônio material e imaterial da humanidade e do seu meio, com
fins de estudo, educação e deleite”.

6.1.2 Moeda

Moeda é um testemunho arqueológico e histórico de importância para a história de um


povo. Ajuda a revelar o grau de economia das sociedades, documenta as relações
socioeconómicas, políticas e culturais entre os povos ou países. A moeda veicula a
ideologia do país que emite (Museu Nacional da Moeda (1983:31-2 citado por Alde
(2016:4).

6.1.3 Protecção

Em termos legais, proteção é entendida como a acção necessária para proporcionar as


condições de sobrevivência do património cultural, e visa garantir a defesa contra
intervenções prejudicarias e estabelece as respectivas penalizações (Macamo, 2003a)
citado por Jopela (2008:5).

6.1.4 Colecção

De acordo com, Desvallées e Mairesse (2013:32), uma coleção pode ser definida como
um conjunto de objectos materiais ou imateriais (obras, artefactos, mentefatos,
espécimes, documentos arquivísticos, testemunhos, etc.) que um indivíduo, ou um
estabelecimento, se responsabilizou por reunir, classificar, selecionar e conservar em
um contexto seguro e que, com frequência, é comunicada a um público mais ou menos
vasto, seja esta uma coleção pública ou privada.

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6.1.5 Museu Nacional da Moeda

Segundo meu entrevistado (2023), director do M.N.M, o museu nacional de moeda foi
produto de uma iniciativa do colecionador privado, e dentro da colecção dele
constavam lá moedas, garrafas, caricas entre séries de coisa. E a colecção foi
crescendo, e há uma dada altura passou a guarda do Arquivo Histórico de Moçambique,
e enriqueceram as coleções exclusivamente as numismáticas.

6.2Enquadramento Teórico: argumentos dos autores e contra argumentos

A exposição do material numismático nas salas 1,2,3 e, até certa medida na sala 7
obedeceu ao critério fundamentalmente histórico. Houve uma tentativa de se fazer a
ligação a mais estreita possível, entre a História e a Numismática. Nesse sentido,
procura-se tirar o melhor proveito possível dos painéis que complementam os
expositores (A.H.M S/d). Compreende-se que, a dualidade do museu em relacionar os
factos históricos do país com o desenvolvimento das colectividades da moeda, esteve
sempre nos objectivos do museu que relata de forma narrativa e demonstrativa os
acontecimentos locais e o contacto com o mundo.

Segundo Alde (2016:14), o Museu Nacional da Moeda possui uma rica colecção de
moedas, que foram usadas desde o passado pré-colonial e que simbolizam a moeda
como um instrumento de troca e marco cultural ao longo das gerações e civilizações.
Este passado que envolve as colecções do museu, deve ser reproduzido sob ponto de
vista académico, proporcionando aos alunos a existência e valorização do mesmo, ou
seja, o museu tem uma importante função didáctica que se vê consolidando através da
aposta em projectos e acções de educação patrimonial, que validam o museu como
espaço educativo, descoberta, onde as crianças e jovens possam aprender, descobrir e
experimentar.

Nos casos da Lei 10/88, no artigo 4, no.1, alínea e) promover a criação de associações
de protecção e valorização do património cultural. A partir do momento em que as
comunidades têm acesso ao seu património cultural ocorre um processo de inclusão, o
qual garante maior coesão social e a consciência de pertença ao local.

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Segundo Alde (2016:27), o Museu Nacional da Moeda resgata a história das
transacções comerciais, desde o passado pré-colonial, permitindo assim perceber
como foi a evolução das mesmas. Este museu expõe desde os objectos arqueológicos
(exemplo: handas, aspas, maçontas e cruzetas) que serviram de moeda de trocas
comerciais até às primeiras moedas usadas até a actualidade, possibilitando as novas
gerações o conhecimento do processo evolutivo da economia do mercado, em
Moçambique.

Por outro lado, o TMICULTUR afirmou que Estado, através do MICULTUR, elabora
propostas e dispositivos legais para a protecção do património cultural, e ainda, cria
condições para que as pessoas possam zelar pela conservação dos bens patrimoniais
quando o visitam (palestras, debates, capacitações, seminários (Malunga 2022:22).

Segundo Malunga (2022:23), os funcionários do MNM têm zelado pela protecção,


conservação e correcta utilização dos bens patrimoniais, não efectuando quaisquer
alterações no MNM sem a devida autorização e ainda comunicam continuamente à
autoridade competente sobre qualquer situação que afecte o estado de conservação
dos bens patrimoniais.

6.3 Historial do Museu Nacional da Moeda

O Museu Nacional da Moeda encontra-se localizada na Praça 25 de Junho, no. 438,


quase em frente do Banco de Moçambique, na Cidade de Maputo. Foi instalado na
“Casa Amarela", construído em 1860, sendo considerada uma das primeiras
edificações a existirem na feitoria da cidade de Lourenço Marques, actualmente
Maputo. Fruto de um projecto arquitectónico indo-portuguesa, por sua vez, foi uma
propriedade de um comerciante indiano que, posteriormente, a vendeu ao Governo
Português. O Museu Nacional da Moeda foi criado por ocasião da comemoração do 1º
Aniversário da criação do “Metical”, a moeda nacional moçambicana e foi inaugurado a
15 de Junho de 1981, pelo Secretário para Política Económica do Partido, Marcelino
dos Santos.

Na sua inauguração o secretário para a política económica do partido, explicou em


poucas palavras a importância dizendo (anexo 3):

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"a apresentação da história da Moeda em Moçambique é uma importante contribuição
para o conhecimento e compreensão da nossa História. Conhecer o lugar e o papel da
Moeda na vida dos Homens, conhecer a evolução da moeda, ajudar-nos a conhecer a
marcha do Homem em Moçambique".

Segundo Costa e Teixeira (2007:11), a sua criação insere-se no âmbito da preservação


e valorização do património histórico de Moçambique, tendo em conta que a moeda é
um testemunho histórico importante, revelando o grau de desenvolvimento económico
de uma sociedade e as relações socioeconómicas, políticas e culturais entre povos ou
países.

Neste museu encontram-se os búzios ou cauris e as aspas de ferro que serviram de


moeda durante o tempo dos impérios bantus, como o dos Mwenemutapas. E a
colecção foi crescendo, e há uma dada altura passou a guarda do Arquivo Histórico de
Moçambique, e enriqueceram as coleções. E de alguma forma eram exibidas na
Fortaleza de Maputo, e também na Biblioteca Nacional.

Segundo o meu entrevistado Dr. do M.N.M afirmou que, em 1980 foi posto a circular o
metical, a moeda de Moçambique independente. Durante estes processos, já havia
ideia e projectos para a criação de um museu da moeda, e chegou-se a conclusão de
que, a primeira casa que foi do governador, além disso, foi também esquadra da polícia,
fazenda, galeria de arte e também projectado para ser um museu da cidade, deveria
albergar o Museu Nacional da Moeda. De seguida, em 1981 foi inaugurado o Museu
Nacional de Moeda, com função educativa com complemento das escolas e turismo. O
objectivo do MNM é, expor tudo que Moçambique usou como moeda de troca. O
Museu Nacional de Moeda está sob tutela da Universidade Eduardo Mondlane.

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Fig. 1/2 Mapa de localização e á direita, o Museu Nacional da Moeda: entrada principal
(Alde, 2016).

6.4Análise de dados de campo (a Critica e autocrítica)

Durante a pesquisa detectei que, no museu consta várias moedas, objectos, metais,
medalhas, enxadas, argolas, tecidos e entre outros. Com uma exposição permanente, e
em caso de haver um descobrimento de outras moedas, o museu coleciona, regista os
elementos iniciais, através do inventário que são posto no repositório e também as
exposições temporárias que o museu monta por um determinado período, têm incluído
o metical tradicional e notas, também o metical actual emitido pelo Banco de
Moçambique.

Acerca das medidas adotadas na proteção, o Dr. do M.N.M, descreveu em duas


vertentes, em primeiro, da conservação das colecções, em caso de moedas é usado os
envelopes, e as notas são introduzidos numa folha de formato A4 e plastificado, e são
arrumadas nos envelopes grandes, com o próprio inventário eficiente. Em segundo, a
proteção contra a deterioração, são feitas as limpezas diárias principalmente nas
moedas que estão expostas, usa-se com frequência a água e sabão. Para prevenir os
casos de furto ou roubo, todos os expositores estão devidamente trancado por
cadeados com sistema de alarme e aparelho de segurança contra incêndio. O museu,
não tem sistema de vigilância na base de câmeras e consta que actualmente, todo este

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sistema de vigilância descrito acima não estão em funcionamento porque encontram-
se desativados e outros avariados.

Numa perspectiva contemporânea, em que o mundo está mais modernizada e


globalizada das tecnologias o museu tinha que adoptar medidas de proteção mais
rigorosas, que vão dificultar a invasão das coleções, usando vidros mais resistentes,
investir nos matérias de vigilância de primeira categoria, tais como câmeras, lazer de
detecção de metais. Neste momento, os dispositivos que zelam pela protecção das
coleções estão danificados, por isso, põe em risco ou torna as coleções mais
vulneráveis e sujeitas a invasão de roubo.

Em comparação, desde a apropriação da casa amarela como Museu Nacional da


Moeda, as medidas de proteção nas coleções são improgressivas, ou seja, são as
mesmas medidas impostas desde 1981. O entrevistado afirmou que, tem tido uma
renovação, sobretudo, do veludo, o pano ou tecido que assenta as coleções, a aplicação
de inseticidas para não deteriorar a madeira.

Outrossim, nesta comparação é perceptível que o museu não tem tido nenhum
desenvolvimento tanto nas medidas de proteção e na manutenção da própria casa com
pintura desgastada e rachadas, que não é meu objecto de estudo. Para que o museu
trabalhe de uma forma independente, proponho que possa criar páginas nos websites
em todas plataformas digitais para que o público esteja ciente de todas actividades
semanais, mensais e anuais.

Para sustentar a minha colocação, Ambrose e Paine citado por Alde (2014:18), os
museus devem desenvolver actividades de angariação de fundos que possam
contribuir para uma conservação das colecções, que por outro lado lhes possa trazer
benefícios a longo prazo. Portanto, o museu pode desenvolver métodos, de palestras,
visitas guiadas e outros eventos. E, que poderiam aplicar os fundos para a manutenção
e reforçar outros aspectos principalmente na protecção, em vez de, depender das
autoridades estaduais.

Em prol das coleções, na primeira sala está retratada o historial da moeda, partindo dos
objectos que permitiam troca directa e que foram consideradas moedas

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nomeadamente, o ouro, as enxadas, as argolas, o gado, o tecido, as moedas, o marfim,
etc.. Alguns objetos foram valorizados pela sua procura externa, como ouro, marfim,
caulim e pele de animais entre outras. Em troca, os persas (árabes) traziam, tecido,
argolas, missangas, armas e bebidas e algumas moedas vieram por conta da força da
compra dos escravos.

Outrossim, nas outras salas há coleções que retratam as companhias majestáticas


durante a ocupação efectiva, a companhia de Moçambique, a companhia de Niassa e a
companhia de Zambézia. Destacando a companhia de Moçambique sedeada na Beira,
que foi a única que criou as moedas e circularam no país e podem ser encontradas
moedas de outros países do mundo e medalhas. Contudo, todas as moedas que
circularam em Moçambique na época pré-colonial eram emitidas em Lisboa, Portugal.

Anexo 3: Placa da inauguração na entrada principal do Museu Nacional da Moeda.

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7. Conclusão

Este artigo me permitiu compreender que o património cultural é um lugar que


predomina uma história, estática, um lugar dinâmico em que a memória é reconstruída
a cada dia (Alde, 2016). É um espaço de questionamento, por outro lado fica por
compreender discursos que os indivíduos produzem na interacção com esse
património. Contudo, o estudo do Museu Nacional da Moeda, fez-me despertar e
conhecer a forma evolutiva da moeda, que a maioria conhece hoje como metical. Mas a
própria história é datada desde a época pré-colonial, e que foi se desenvolvendo
consoante o tempo.

Falar do M.N.M, é reviver a história de Moçambique, as coleções expostas revitalizam o


que foi o dia-a-dia dos nossos antepassados. Independente de sua filosofia e área de
actuação, o Museu Nacional da Moeda transmite ao público uma mensagem, educando
através da cultura material, resgatando a história das transacções comerciais, desde o
passado pré-colonial, permitindo assim perceber como foi a evolução da moeda. Por
conta do seu valor histórico-cultural, variações tem sido desencadeadas com vista a
garantir a protecção do seu património cultural, desde a criação de instrumentos legais
de protecção, conservação, valorizaçãodo museu, a formação contínua dos
funcionários do MNM em matérias de conservação do património cultural. Há criação
de condições para acolher os visitantes, assim como manter os bens patrimoniais no
seu estado original, desde o próprio edifício do MNM até os bens a ele adjacentes.

Foi possível constatar que os visitantes têm contribuído para a conservação do


património cultural, a falta de criação de websites e divulgação das actividades na
internet é um problema a ser resolvido. Espero que este ensaio, sirva de debate para os
que desejam conhecer e discutir assuntos relacionados ao historial do Museu Nacional
da Moeda e do metical. Toda a pesquisa, e visitas que fiz durante o trabalho foram
guiadas pelo próprio Director do Museu Nacional da Moeda, Jorge Miguel Anselmo, que
acolheu-me e respondeu devidamente as questões de recolha de dados.

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8. Referências bibliográficas

ALDE, M.A. (2016), O papel dos museus na disseminação do património cultural: o caso
do Museu Nacional da Moeda, Maputo: UEM.

Arquivo Histórico de Moçambique (s/d), Museu Nacional da Moeda, Maputo.

COSTA, A. & TEIXEIRA, S. (2007), Museus de Moçambique, Maputo.

DESVALLÉES, A. & MAIRESSE, F. (2013), Conceito-chaves de Museologia, São Paulo.

GIL, A. C. (2008), Métodos e técnicas de pesquisa social, Atlas editora, 6ª ed., São Paulo.

JOPELA, A. etal. (2011), Manual de conservação do património cultural imóvel em


Moçambique, Maputo.

Lei no. 10/88 de 22 de dezembro (1988), Lei da protecção do património cultural,


Boletim da República.

MALUNGA, A. V. (2022), Educação ambiental como ferramenta para a conservação do


património cultural: o caso do Museu Nacional da Moeda, Maputo: UEM.

MARCONI, M.A. & LAKATOS, E.M. (2003), Fundamentos de metodologia científica,


Editora Atlas, 5ª ed., São Paulo.

Museu Nacional da Moeda (1983), Guia da visita.

Notícias, Maputo, 16 de junho de 1982.

Pt.m.wikipedia.org acessado em 17 de outubro de 2023.

uem.mz acessado em 17 de outubro de 2023.

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9. Anexos

Fig. 3 Alguns objetos de troca consideradas moedas.

Fig.4 Moedas emitidas em Lisboa, para serem usadas em Moçambique.

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Fig. 5 Primeiras notas a circularem em Moçambique, emitidas em Lisboa.

Fig. 6/7 Notas actuais emitidas pelo


Banco de Moçambique "Metical", á
direita, eu e o Dr. Jorge Miguel Anselmo
do Museu Nacional da Moeda (2023).

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