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DESCRIÇÃO DA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA

FINANCEIRO DE MOÇAMBIQUE

3.1. Contextualização e Histórico da Estratégia de Desenvolvimento do Sistema


Financeiro

De acordo com o Banco de Moçambique (2016), aos finais de 2015, o sector financeiro
moçambicano era constituído, para além das instituições reguladoras, (o Banco de
Moçambique e o Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique), por: (i) instituições de
crédito e sociedades financeiras, com destaque para 18 bancos, 11 microbancos e 9
cooperativas de crédito, 2 instituições de moeda electrónica, 12 organizações de poupança e
empréstimo e 330 operadores de microcrédito; (ii) instituições do mercado segurador e de
pensões, concretamente 18 seguradoras, 59 correctoras de seguros, 1 instituição de segurança
social básica, 2 de segurança social obrigatória, 8 fundos de pensões, 6 sociedades gestoras de
fundos de pensões; e (iii) instituições no mercado de capitais, designadamente a bolsa de
valores e 9 operadores de bolsa.

Mais, ainda, o Banco de Moçambique (2016) destaca que apesar da diversidade de instituições
financeiras existentes, o nível de inclusão financeira no País continua relativamente baixo.
Com efeito, para um País com 799.380 km2 e cerca de 14,2 milhões de habitantes adultos, 656
agências de instituições de crédito, 17.855 agentes de instituições de moeda electrónica, 1.576
ATM, 22.052 POS, 118 delegações de companhia de seguros, dos quais 45 são balcões de
fronteiras, mostram-se insuficientes para satisfazer as necessidades da população e empresas.
Como resultado, no final de 2015 havia, em termos geográficos, 8 agências de instituições de
crédito por 10.000 km2 e, em termos demográficos, 5 agências por 100.000 adultos. A
quantidade de ATM e POS por 10.000 km2 era de 20 e 276, respectivamente, sendo a
quantidade dos mesmos terminais de pagamento por 100.000 adultos de 11 e 160,
respectivamente.

No entanto, uma boa parte considerável dos pontos de acesso aos serviços financeiros está
localizada na área urbana, onde se destaca a cidade de Maputo. Ainda no final de 2015, dos
158 distritos do País, existiam 87 com presença de agências de instituições de crédito, 98 com
ATM, 147 com POS e 122 com agentes de instituições de moeda electrónica. Ainda em finais
de 2015, cerca de 20% da população adulta possuía conta bancária e a maioria dos adultos
estava familiarizada com os produtos oferecidos pelos bancos, sendo as contas bancárias e os
empréstimos bancários os mais usados. (BM, 2016)

Diante da situação acima exposta, foi lançada pelo Banco de Moçambique (2016), a Estratégia
de Desenvolvimento do Sistema Financeiro de Moçambique (EDSFM) 2016-2022, com o
objectivo de promover o desenvolvimento e a estabilidade do sistema financeiro do país. A
EDSFM foi elaborada em colaboração com outras entidades governamentais, sector privado e
sociedade civil, e seu objectivo principal é transformar Moçambique em um centro financeiro
regional de referência.

Antes da EDSFM, Moçambique havia passado por um período de rápida expansão do sector
financeiro, mas enfrentou desafios significativos, como a falta de inclusão financeira, baixo
acesso a crédito e serviços financeiros, além da vulnerabilidade a choques externos. A
EDSFM, portanto, foi desenvolvida para abordar esses desafios e definir metas e objectivos
claros para o desenvolvimento do setor financeiro. (BM, 2016)

A estratégia está estruturada em torno de quatro pilares principais: inclusão financeira,


estabilidade financeira, eficiência e inovação e desenvolvimento de mercados financeiros. A
EDSFM visa aumentar o acesso da população a serviços financeiros, reduzir a vulnerabilidade
do sistema financeiro a choques externos, melhorar a eficiência e a inovação no setor
financeiro e desenvolver mercados financeiros profundos e líquidos para apoiar o crescimento
econômico sustentável.
Desde o lançamento da EDSFM em 2016, Moçambique enfrentou desafios significativos,
como a crise da dívida oculta em 2016, bem como a pandemia de COVID-19, que teve um
impacto significativo na economia do país. No entanto, a implementação contínua da EDSFM
tem sido fundamental para ajudar a mitigar esses impactos e continuar a promover o
desenvolvimento do setor financeiro em Moçambique.

3.2. Objectivos e Metas da Estratégia de Desenvolvimento do Sistema Financeiro

A Estratégia de Desenvolvimento do Sistema Financeiro de Moçambique 2016-2022


(EDSFM) estabeleceu vários objetivos e metas para o desenvolvimento do sistema financeiro
do país. Esses objetivos e metas são agrupados em quatro pilares principais:
1. Inclusão financeira: O objetivo deste pilar é aumentar o acesso da população aos
serviços financeiros. As metas incluem:
 Aumentar a penetração bancária de 14% em 2014 para 30% em 2022;
 Reduzir a exclusão financeira em áreas rurais e nas províncias mais pobres do país;
 Promover o uso de serviços financeiros móveis para melhorar o acesso a serviços
financeiros.
2. Estabilidade financeira: O objetivo deste pilar é fortalecer a estabilidade do sistema
financeiro de Moçambique e reduzir a vulnerabilidade a choques externos. As metas
incluem:
 Implementar políticas e regulamentações financeiras robustas para promover a
estabilidade financeira;
 Desenvolver um quadro de supervisão e regulação financeira eficaz;
 Reduzir o risco de exposição cambial do sistema financeiro.
3. Eficiência e inovação: O objetivo deste pilar é melhorar a eficiência e a inovação do
setor financeiro de Moçambique. As metas incluem:
 Melhorar a eficiência dos processos bancários, incluindo a redução do tempo de espera
nas filas;
 Promover a utilização de tecnologias inovadoras para melhorar os serviços financeiros;
 Desenvolver um sistema de pagamentos eficiente e seguro.
4. Desenvolvimento de mercados financeiros: O objetivo deste pilar é desenvolver
mercados financeiros profundos e líquidos para apoiar o crescimento econômico
sustentável de Moçambique. As metas incluem:
 Desenvolver um mercado de dívida soberana líquido e profundo;
 Estimular o desenvolvimento do mercado de ações de Moçambique;
 Promover o financiamento de longo prazo para projetos de infraestrutura e negócios
sustentáveis.
A EDSFM tem como objetivo promover o desenvolvimento e a estabilidade do sistema
financeiro de Moçambique, melhorar o acesso aos serviços financeiros, incentivar a inovação
e eficiência do setor e desenvolver mercados financeiros robustos e líquidos para apoiar o
crescimento econômico sustentável do país.

3.3. Medidas e Acções Implementadas para Melhorar a Inclusão Financeira no País

Para melhorar a inclusão financeira em Moçambique, a Estratégia de Desenvolvimento do


Sistema Financeiro de Moçambique 2016-2022 (EDSFM) definiu várias medidas e ações que
foram implementadas pelo Banco de Moçambique e outras instituições do setor financeiro.
Algumas dessas medidas e ações são:
1. Promoção da educação financeira: foram implementados programas de educação
financeira em todo o país para aumentar a literacia financeira e promover o uso
responsável dos serviços financeiros.
2. Desenvolvimento de serviços financeiros móveis: o Banco de Moçambique promoveu
o uso de serviços financeiros móveis para permitir que mais pessoas, especialmente
aquelas que vivem em áreas remotas, possam aceder a serviços financeiros básicos, tais
como transferências de dinheiro e pagamentos de contas.
3. Estabelecimento de agências bancárias em áreas rurais: os bancos foram incentivados a
estabelecer agências em áreas rurais para aumentar a penetração bancária e reduzir a
exclusão financeira nessas áreas.
4. Incentivos fiscais para serviços financeiros inclusivos: o governo introduziu incentivos
fiscais para as instituições financeiras que oferecem serviços financeiros inclusivos,
como microcrédito e empréstimos a pequenas empresas.
5. Fortalecimento do quadro regulatório: foram implementadas políticas e
regulamentações financeiras robustas para promover a estabilidade financeira e
garantir a proteção dos consumidores de serviços financeiros.
6. Melhoria do sistema de pagamentos: foram implementadas medidas para melhorar a
eficiência do sistema de pagamentos, tais como a introdução de sistemas de
pagamentos eletrónicos e a redução do tempo de espera nas filas em agências
bancárias.
7. Promoção da inclusão financeira nas políticas de desenvolvimento: a inclusão
financeira foi incluída como uma prioridade nas políticas de desenvolvimento do
governo, incluindo o Plano Quinquenal do Governo e a Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável.
Essas medidas e ações contribuíram significativamente para melhorar a inclusão financeira em
Moçambique durante o período de 2016-2022.

3.4. Resultados Alcançados e Desafios Enfrentados

Resultados alcançados: A Estratégia de Desenvolvimento do Sistema Financeiro de


Moçambique 2016-2022 (EDSFM) teve resultados significativos em termos de inclusão
financeira e desenvolvimento do sector financeiro. Alguns dos resultados alcançados incluem:
1. Aumento da penetração bancária: A penetração bancária aumentou de 14% em 2014
para 20% em 2020, o que significa que mais pessoas tiveram acesso a serviços
financeiros básicos.

2. Aumento do número de contas bancárias: O número de contas bancárias atingiu cerca


de 6,5 milhões em 2020, um aumento significativo em relação aos 3,7 milhões em
2014.
3. Aumento do número de agências bancárias: O número de agências bancárias aumentou
de 598 em 2014 para 771 em 2020, o que significa que mais pessoas tiveram acesso a
serviços bancários em áreas urbanas e rurais.
4. Desenvolvimento de serviços financeiros móveis: O número de transações de dinheiro
móvel aumentou significativamente, de 38,6 milhões em 2014 para 470,4 milhões em
2020.
5. Fortalecimento do quadro regulatório: Foram implementadas políticas e
regulamentações financeiras robustas para promover a estabilidade financeira e
garantir a proteção dos consumidores de serviços financeiros.
Desafios enfrentados: Apesar dos resultados positivos alcançados pela EDSFM, ainda há
desafios a serem enfrentados para melhorar a inclusão financeira no país. Alguns desses
desafios incluem:
1. Falta de infraestrutura: A falta de infraestrutura básica, como eletricidade e
comunicações, em áreas rurais dificulta a expansão dos serviços financeiros nessas
áreas.
2. Falta de literacia financeira: A falta de literacia financeira continua a ser um obstáculo
para o acesso e uso responsável de serviços financeiros, especialmente para a
população rural.
3. Barreiras regulatórias: Algumas das políticas e regulamentações financeiras podem
impedir o acesso a serviços financeiros para pessoas de baixa renda e pequenas
empresas.
4. Concorrência limitada: O mercado financeiro em Moçambique ainda é dominado por
um pequeno número de instituições financeiras, o que limita a concorrência e pode
impedir a redução dos custos de serviços financeiros.
5. Acesso limitado ao crédito: O acesso ao crédito para pequenas empresas e agricultores
continua a ser limitado, o que pode impedir o desenvolvimento econômico em áreas
rurais.
Para superar esses desafios, é necessário continuar a implementar políticas e acções que
promovam a inclusão financeira e a expansão do setor financeiro em Moçambique.

IV. ANÁLISE DO CONTRIBUTO DA INCLUSÃO FINANCEIRA DO SECTOR


INFORMAL NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DE MOÇAMBIQUE

4.1. Caracterização Geográfica e Demográfica da Cidade de Maputo


Maputo fica localizada em Moçambique, um país da região da África Austral, situado na costa
do Oceano Índico. Com uma superfície de 799.380km2, faz fronteira a norte com a Tanzânia, a
poente com o Malawi, Zâmbia, Zimbabué e África do Sul e a sul com a Suazilândia e a África
do Sul. A nascente, o território é limitado pelo Oceano Índico ao longo de 2515km de costa.
Maputo é a capital de Moçambique e a maior cidade, onde se encontra o centro administrativo,
financeiro e mercantil do país. A cidade fica localizada na parte sudeste do país a 120 km da
fronteira com a África do Sul e 80 km da fronteira com a Suazilândia. (Pimentel, 2013)

O município de Maputo é constituído pela cidade de Maputo, Catembe e ilhas (Xefina Grande,
Inhaca e dos Portugueses). Possui uma área de 346,77 km² e faz fronteira com o distrito de
Marracuene, a norte; o município da Matola, a noroeste e oeste; o distrito de Boane, a oeste, e
o distrito de Matutuíne, ao sul.
Em termos de organização administrativa o município integra 7 unidades autárquicas:
KaMpfumo, Nlhamankulu, KaMaxaquene, KaMavota, KaMubukwana (distritos urbanos),
KaTembe e KaNyaka (distritos municipais), para uma população de cerca de 1.122.607
habitantes. De acordo com o INE (2019) Maputo Cidade tem uma superfície de 346 km 2 e
uma densidade de 3 245 hab/ km2. Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), este
crescimento populacional lento em Maputo é resultado da migração para a província de
Maputo, principalmente para as zonas de expansão habitacional nos distritos de Boane,
Marracuene e cidade da Matola. O INE relata ainda que entre 2006 e 2007, a cidade de
Maputo recebeu de outras províncias 26 038 pessoas, mas por outro lado, 39 614 saíram para a
província de Maputo. No início de 2013 a população do município estava estimada em 1 209
993 habitantes (INE, 2019). O distrito KaMaxaqueni tem a maior densidade populacional com
cerca de 16 936 hab/ km2 e KaNyaka a menor com 119 hab/ km2, tal como apresenta a tabela
3.

Tabela 3: Divisão administrativa do Município de Maputo


Unidade Administrativa População (Censo 2017) Bairros/Povoações
Autárquica estimativa (2019)
Distrito Urbano de 79 137 Central A, B e C; Alto Maé A e
KaMpfumo B; Malhangalene A e B; Polana
Cimento A e B, Coop e
Sommerchield.
Distrito Urbano de 132 059 Aeroporto A e B; Xipamanine;
Nlhamankulu Minkadjuíne; Unidade 7;
Chamanculo A, B, C e D;
Malanga e Munhuana.
Distrito Urbano de 203 229 Mafalala; Maxaquene A, B, C e
KaMaxaqueni D; Polana Caniço A e B e
Urbanização.
Distrito Urbano de 339 575 Mavalane A e B; FPLM; Hulene
KaMavota A e B; Ferroviário; Laulane; 3
de Fevereiro; Mahotas, Albazine
e Costa do Sol.
Distrito Urbano de 332 497 Bagamoyo; George Dimitrov
KaMubukwana (Benfica); Inhagoia A e B;
Jardim, Luís Cabral;
Magoanine; Malhazine;
Nsalane; 25 de Junho A e B; e
Zimpeto.
Distrito Municipal de 29 918 Gwachene; Chale; Inguice;
KaTembe Ncassene e Xamissava.
Distrito Municipal de 6 192 Ingwane; Ribjene e Nhaquene.
KaNyaka

Fonte: INE (2019)

Um dos aspectos mais importantes na análise de uma população é a sua composição etária.
Alterações no equilíbrio entre os três principais grupos da população, respectivamente
crianças, jovem em idade activa e idosa tem implicações sociais e económicas. Os dados
estatísticos, de acordo com as projecções do Censo 2017, mostram que em 2019 a população
de Maputo Cidade é de 1 122 607 habitantes, onde 544 766 são Homens e 577 841 mulheres.
Destes 347 273 são crianças de 0 a 14 anos, correspondente a 31% e 45 178 são idosos com
idade superior a 65 anos, correspondente a 4%. Significando que a maioria da população da
Cidade de Maputo, 65% do total, tem idade activa. (INE, 2019). Na mesma linha de ideia,
Castelo-Branco (2005), aborda que Maputo é uma cidade jovem, com uma taxa de natalidade
ainda elevada, a cidade apresenta uma estrutura etária relativamente equilibrada, com uma
proporção significativa de jovens em idade produtiva.

Tabela 4: Pirâmide etária da população por sexo, segundo grupos de idades

Fonte: INE (2019)

Gráfico 2: Distribuição percentual da população de 5 anos e mais, por nível de ensino


mais elevado concluído, segundo características selecionadas
Distribuição percentual da população de 5 anos e mais, por nível
de ensino
concluido na Cidade de Maputo
45
39.5
40
35
30.6
30
25 23
20
15
10
6.1
5
0.1 0.7
0
Nenhum Pré-escolar Primário Secundário Superior Não sabe

Distribuição percentual da população de 5 anos e mais, por nível de ensino


concluido na Cidade de Maputo

Fonte: INE (2019)


Os dados apresentados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) em 2019 mostram a
distribuição do nível de educação da população na Cidade de Maputo. A seguir, é feita uma
análise desses dados:
 Ensino primário: 39,5% da população tem o ensino primário concluído. Isso significa
que mais de um terço da população possui uma educação básica, com conhecimentos
de leitura, escrita e matemática.
 Ensino secundário: Cerca de 30,6% da população tem o ensino secundário completo. O
ensino secundário é uma etapa educacional importante, que fornece uma educação
mais aprofundada e especializada, além de preparar os alunos para a faculdade ou para
o mercado de trabalho.
 Sem nenhum nível de ensino concluído: Cerca de 23% da população não possui
nenhum nível de ensino concluído. Esses indivíduos provavelmente tiveram menos
oportunidades de educação formal ou enfrentaram barreiras para frequentar a escola.
 Ensino superior: Apenas 6,1% da população tem ensino superior completo. O ensino
superior é uma etapa educacional mais avançada que oferece uma educação
especializada e prepara os alunos para carreiras profissionais em diversas áreas.
Esses dados mostram que a maioria da população da Cidade de Maputo tem um nível de
educação básico, com menos de um terço tendo concluído o ensino secundário e uma parcela
significativa da população não tendo nenhum nível de ensino concluído. É importante que haja
políticas públicas voltadas para a melhoria do acesso e da qualidade da educação,
especialmente para as pessoas que enfrentam barreiras para frequentar a escola, a fim de
garantir que todos tenham oportunidades iguais de desenvolvimento pessoal e profissional.

Gráfico 2: Distribuição da população de 15 anos ou mais por situação de emprego e sexo,


segundo área de residência

Fonte: INE (2019)


Os dados apresentados referem-se à situação de emprego na cidade de Maputo, indicando o
número de habitantes que trabalham no sector formal e informal, bem como o número de
pessoas desempregadas. De acordo com os dados, há um total de 63211 habitantes trabalhando
no sector formal, sendo que a maioria é composta por homens (39980) e um número menor
por mulheres (23231). Já no sector informal, há um número muito maior de pessoas
trabalhando, totalizando cerca de 430144 indivíduos. Dentre esses trabalhadores informais, há
uma distribuição mais equilibrada entre homens (221622) e mulheres (204761), sendo que a
maioria tem o setor informal como sua atividade principal, enquanto alguns (2161 homens e
1621 mulheres) têm o setor informal como atividade secundária. Além disso, há um número
significativo de pessoas desempregadas na cidade de Maputo, totalizando cerca de 181529
indivíduos. Dentre esses desempregados, há uma maioria de mulheres (113456) em relação
aos homens (68073). Esses dados sugerem que a economia da cidade de Maputo é
predominantemente baseada no sector informal, com um grande número de trabalhadores
nessa área. No entanto, há também um número significativo de pessoas desempregadas,
principalmente mulheres.

4.2. Sector Informal na Cidade de Maputo

Maputo não é apenas a capital política e maior cidade de Moçambique, mas também o
principal centro financeiro, corporativo e mercantil do país, reunindo múltiplas infraestruturas,
actividades econômicas, serviços médicos, educacionais, além de sediar as grandes
organizações comerciais e políticas do país. Factores que reflectem na produção local
responsável por mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano (GOVERNO DE
MOÇAMBIQUE, 2017).

Entretanto, vale destacar, este crescimento é acompanhado pela ampliação das desigualdades
sócias e não se traduz em oportunidades concretas de emprego e renda para parcela
significativa da população, que encontra grandes dificuldades para obter condições dignas de
vida. Factores estes que se expressam nos indicadores sociais de Maputo e de todo o país
apontando para que mais de 50% da população viva abaixo da linha da extrema pobreza
(PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, 2016).
Frente ao exposto, Chivangue (2014) aponta à histórica incapacidade de gestão e geração de
empregos por parte do Governo, refletindo na deficiência/ausência de postos formais de
trabalhos, movimento que destina grande parcela da população às atividades do mercado
informal, que se ampliam significativamente nas décadas de 1980 e 1990, quando centenas de
milhares de pessoas adotam tal saída na busca pelo escape à miséria generalizada que toma
conta de Maputo/Moçambique.

4.3. Políticas de Inclusão Financeira e o Sector Informal na Cidade de Maputo

4.3. Implicações da Inclusão Financeira do Sector Informal para a Política Económica

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