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Instituto Superior de Transporte Turismo e Comunicação

Nome: Rainha Raúl Adriano


Curso: Gestão de Empresas 4 ano- Laboral

Finanças Moçambicanas

Evolução Histórica e Actualidade

Importância

As finanças publicas são de extrema importância para todas as economias, porque são uma
componente do sistema económico que contribui directamente para a criação do rendimento e
da riqueza através da arrecadação de receitas para alocar nos diversos sectores da economia.

As finanças publicas são estabilizadoras da economia, também impulsiona o


desenvolvimento e afectam diretamente no desenvolvimento do capital humano, a provisão
de infra-estruturas básicas, a manutenção da segurança publica e a reconstrução de um
sistema de justiça social.

De acordo com FRANCO (2002), as finanças publicas em Mocambique são explicadas pelas
politicas fiscal e orçamental. As politicas orçamental visa uma distribuição do rendimento e
da riqueza socialmente mais justa do que aquela que existe; A politica fiscal inclui apenas
medidas respeitante a impostos e a sua forma de arrecadação .

Neste contexto, Moçambique adpta varia politicas e reformas fiscais de modo a arrecadar
cada vez mais impostos desde a independência ate a actualidade.

As finanças publicas, são a forma através da qual as entidades publicas obtem rendimento
para fazerem face as suas despesas, as receitas do estado normalmente, provem dos impostos,
taxas e empréstimos contraídos pelo estado, sujeitos a um reembolso posterior
(PEREIRA,2005)

As despesas publicas são a forma de aplicação das recitas do sector publico, com vista a
realização de determinado fins, que são despesas de consumo e despesas de investimento.
As medidas e politicas de arrecadação das receitas (impostos) e realização das despesas
monstram-se eficazes no curto prazo e fracassam no longo prazo não conseguindo alcançar o
almejado desenvolvimento e crescimento económico (ibraimo 1997).

Características das finanças publicas

As finanças publicas moçambicanas referem-se a aquisição e utilizacao de meios financeiros


por entidades publicas. Dizem respeito as recitas e despesas do estado e dos municípios.

Receitas publicas: nos tempos passados o estado obtinham recursos para realização dos seus
objectivos e funções através de recrutamento ou aquisição directa de recursos físicos( mao de
obra directa para construção de estradas, mobilização militar); nos tempos modernos o estado
tem evitado vias de obtacao de recusos por efeitos demasiados incertos em termos financeiros
face a crescente e regulares funções por eles prosseguidas.

De acordo com Perreira (2005), as receitas publicas caracterizam-se por:

 Receitas ficais ou impostos: são prestações pecuniárias de natureza corrente,


definitivas com caracter coercivo e unilateral, porque nao tem contrapartida imediata;
 Receitas parafisicas ou contribuição social: são tal como impostos, pagamentos de
natureza obrigatória, difere-se na medida em que tem como contrapartida uma
prestação social futura em favor do respectivo beneficiário;
 Receitas patrimoniais: são receitas efectivas provenientes do património mobiliário
e imobiliário
 Taxas, licensas, e preços, multas, penalidade, receitas creditícias ou empréstimos.

Despesas publicas: diz respeito a sustentabilidade das finanças publicas no


desenvolvimento.

Funções das finanças publicas

 Função alocativa ou afetação: e a provisão de bens e serviços públicos, a correccao


do comportamento dos agentes económicos através de impostos ou subcidios para que
incorporem os efeitos extremos das suas actividades;
 Função distributivas: visa a distribuição de rendimento e da riqueza com vista a
adqua-la a uma norma distribuitiva considerada mais desejável.
 Função estabilizadora: coloca-se no nível macroeconómico, contribuindo para um
crescimento sustentado da economia;
 Função desenvolvimento: e o sustento financeiro que o estado concede aos
programas de desenvolvimento.

As finanças moçambicanas têm sido caracterizadas por desafios significativos nas últimas
décadas. Um dos principais desafios tem sido o alto nível de endividamento público, com a
dívida externa chegando a 123% do PIB em 2019. Este alto nível de endividamento tem
gerado preocupação em relação à capacidade do país para honrar suas obrigações de
pagamento de dívida, bem como para administrar suas finanças de modo geral.

Além disso, a moeda local, o metical, tem enfrentado uma desvalorização significativa nos
últimos anos em relação ao dólar americano e outras moedas estrangeiras. Isso tem
contribuído para a inflação e dificultado o acesso a empréstimos e outros tipos de
financiamento para empresas e indivíduos.

Apesar desses desafios, o governo moçambicano tem trabalhado em medidas para melhorar a
estabilidade financeira do país. Recentemente, o país iniciou um programa com o Fundo
Monetário Internacional (FMI) para ajudar a melhorar a gestão das finanças públicas e
reduzir a pressão sobre o orçamento do governo. O governo também tem trabalhado para
fortalecer o setor bancário, melhorar a governança corporativa nas empresas públicas e
aumentar a eficácia da política fiscal e monetária.

Em termos de perspectivas de longo prazo, Moçambique é visto como tendo um grande


potencial econômico, com abundantes recursos naturais e uma localização estratégica como
um ponto de acesso para a África Oriental e Austral. O país espera capitalizar essa vantagem
com o desenvolvimento de importantes setores como a gás natural e a agricultura.

As primeiras medidas mais evidentes que foram um sinal de mudança n a forma de encarar o
papel dos Estado e as Finanças Publicas tiveram a sua origem em gande parte na grande
depressão dos E.U.A em 1930. Uma forte recessão económica nesse pais, com elevada taxa
de desemprego, decréscimo acentuado do produto, fome e miséria, teve efeitos globais
negativos nas economias dos países industrializados e nos países em via de desenvolvimento.
Evolução Histórica

As finanças moçambicanas passaram por diversas transformações ao longo da história do


país. Desde a independência em 1975, muitas mudanças econômicas foram implementadas
para tentar estabilizar a economia e promover o crescimento.

De acordo com Santos (2005), destaca alguns marcos importantes na evolução financeira de
Moçambique a saber:

 Início das reformas econômicas (1983-1986): O governo moçambicano adotou um


plano de reforma econômica em meados da década de 1980, permitindo a
liberalização do comércio e a adoção de políticas econômicas mais orientadas para o
mercado;
 Introdução do novo metical (1980s): Para estabilizar a economia moçambicana, o
governo introduziu uma nova moeda nacional, o novo metical, em substituição ao
antigo metical;
 Adesão ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Grupo Banco Mundial
(1990s): Na década de 1990, Moçambique se juntou ao FMI e ao Grupo Banco
Mundial para obter ajuda financeira e suporte na implementação de reformas
econômicas.
 Introdução do Plano Econômico e Social (PES) (1986-1991): O PES foi um
programa econômico lançado pelo governo moçambicano para acelerar o
crescimento, promover a industrialização e aumentar os níveis de investimento.
 Reestruturação da dívida externa (1990s): O governo de Moçambique renegociou
sua dívida externa com credores internacionais em um esforço para reduzi-la e torná-
la mais sustentável.
 Adoção do Acordo Geral de Paz (1992): O Acordo Geral de Paz foi assinado em
1992 entre o governo moçambicano e a Renamo, um movimento rebelde. Este acordo
permitiu uma maior estabilidade política no país, o que ajudou a atrair investidores
estrangeiros.
 Introdução do programa do Banco Central (1994): Para melhorar a governança
financeira, o Banco Central de Moçambique (Banco de Moçambique) foi criado em
1994. O banco é responsável pela supervisão do sistema financeiro do país e pela
emissão de moeda.
 Introdução do Plano de Desenvolvimento Económico e Social (PDES) (2001-
2005): O PDES tinha como objetivo acelerar o crescimento econômico, melhorar as
infraestruturas e promover o desenvolvimento social e humano.

Nos últimos anos, Moçambique enfrentou desafios econômicos significativos. Em 2016, o


país entrou em default (cessação de pagamentos) devido ao endividamento excessivo e à
queda dos preços das commodities. Desde então, o país buscou ajuda financeira internacional
para estabilizar sua economia e continuar a promover o crescimento.

De acordo com Perreira (2005), A evolução histórica das finanças moçambicanas pode ser
dividida em três principais períodos:

1. Período Colonial (até 1975): Neste período, o sistema financeiro moçambicano estava
estreitamente ligado ao sistema financeiro português. O Banco de Moçambique, criado em
1929, controlava todas as operações financeiras e cambiais do país.

2. Período Socialista (1975 - 1990): Após a independência, o novo governo socialista


nacionalizou o Banco de Moçambique e todas as outras instituições financeiras. O controle da
economia passou para as mãos do Estado, que planejava e coordenava todas as atividades
financeiras.

3. Período de Liberalização Económica (pós-1990): Em meados da década de 1990, o


governo iniciou reformas económicas e financeiras, abrindo a economia para o capital
estrangeiro e permitindo a entrada de bancos estrangeiros no país. O Banco de Moçambique
foi reestruturado e passou a operar como banco central independente em 1991.

Atualmente, o sistema financeiro moçambicano é composto por uma série de bancos


comerciais e outras instituições financeiras, incluindo o banco central, o Banco de
Moçambique. O país tem enfrentado desafios financeiros significativos nas últimas décadas,
incluindo o alto índice de endividamento público e a desvalorização da moeda local, o
metical. O governo tem trabalhado em medidas para melhorar a estabilidade financeira,
incluindo o fortalecimento do sistema bancário e uma maior coordenação entre as políticas
fiscal e monetária.

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