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Curso de Direito
2° Ano
Trabalho de Campo
Direito Económico
Agosto de 2019
Índice
Introdução........................................................................................................................................3
Economia moçambicana..................................................................................................................4
Perspectiva Económica....................................................................................................................6
Desafios ao desenvolvimento...........................................................................................................7
Crescimento Económico de Moçambique........................................................................................8
Desenvolvimento Económico e Social de Moçambique..................................................................9
Estratégia do Crescimento e Desenvolvimento Económico e Social do País.................................10
Estrutura de Estratégia no Sistema Nacional de Planificação.........................................................11
Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento.......................................................................12
Referências Bibliográficas.............................................................................................................19
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O PAPEL DO ESTADO MOÇAMBICANO COMO REGULADOR E PROMOTOR
DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL DO PAÍS.
Introdução
O presente trabalho que se insere na cadeira de Direito Económico, tem como o tema “O
Papel do Estado Moçambicano como Regulador e Promotor do Crescimento e
Desenvolvimento Económico e Social do País”, tem como o objectivo, debruçar a cerca das
estratégias tomadas pelo Estado moçambicano para o crescimento e desenvolvimento
económico e social do país.
Cada povo tem o direito e o dever de imaginar um futuro que integre suas aspirações e
sonhos. Foi isso que os moçambicanos fizeram ao longo do processo de elaboração da
Agenda 2025. Assim, expressaram as suas ideias e sugeriram soluções para camponeses,
trabalhadores, estudantes, crianças, mulheres, jovens e idosos, académicos, especialistas,
funcionários, religiosos e outros cidadãos.
É importante ressaltar, entretanto, que enquanto a Visão é um elemento chave que guiará
aspirações e sonhos, ela permanecerá uma letra morta se as estratégias de desenvolvimento
não forem implementadas, instrumentos vitais para alcançar a Visão Nacional compartilhada
à luz do cenário desejável e realista.
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políticas para a gestão do capital humano, recursos financeiros e materiais com base nas
prioridades de desenvolvimento.
Economia moçambicana
A economia moçambicana, em grande parte agrícola (80%), baseia-se largamente na
produção familiar camponesa. A economia socialista havia direccionado investimentos nessa
área para as grandes fazendas estatais e para a produção e organização de camponeses em
aldeias comunais. A liberalização da economia e o fim da guerra melhoraram a situação da
produção de alimentos, mas não resolveram as restrições que impedem o crescimento e a
expansão dessa actividade, assim como o comércio rural. A indústria manufactureira
desenvolvida no país durante o sistema colonial tinha uma base frágil. Política socialista
destinada a fazer um investimento na indústria pesada. Com a guerra e o processo de
privatização, as taxas de desemprego na indústria manufactureira em crise estão
aumentando. Entre 1995 e 1997, houve um claro crescimento do Produto Interno Bruto, que
passou de 1,3 em 1995 para 6,6 em 1996 e 14,1 em 1997 (PNUD, 1998).
O sul é mais desenvolvido que o norte e a cidade é mais desenvolvida que o campo. A
ausência de integração económica e a extrema opressão da força de trabalho foram os
aspectos mais dominantes dessa assimetria.
O endividamento externo (cerca de 5,5 bilhões em 1995) forçou o país a fazer uma mudança
radical em uma estratégia de desenvolvimento de mercado ao se unir às instituições de
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Bretton Woods e a consequente adopção de um Programa de Ajuste Estrutural a partir de
1987.
As reservas internacionais do Banco Central ficaram acima dos seis meses de importações
de bens e serviços.
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Perspectiva Económica
Moçambique continua a sofrer com os efeitos da crise da dívida oculta de 2016. O
crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou para 3,7% em 2017, ante 3,8%
em 2016 e bem abaixo da taxa de crescimento de 7%. % do PIB alcançado em média entre
2011 e 2015. As pequenas e médias empresas recuaram e a sua capacidade de gerar
empregos foi ainda mais reduzida. Espera-se que o crescimento permaneça relativamente
estável em torno de 3% no médio prazo.
A inflação caiu para 7%, apoiada por uma moeda mais estável, o metical e a queda dos
preços dos alimentos. O crescimento da produção agrícola após o El Niño contribuiu para
essa tendência, assim como a menor inflação dos preços dos alimentos.
Apoiado por uma redução da inflação e pelo avanço de um dos dois maiores projectos de
gás, a Actualidade Económica de Moçambique (MEU): transitando para um crescimento
inclusivo, observa que o país tem estado mais estável desde a recessão económica criada
pela crise da dívida. Em 2016, no entanto, as perspectivas de crescimento são limitadas. O
crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) ficou em torno de 3,8% em 2016 e 2017,
e deve atingir uma taxa ligeiramente menor em 2018, em 3,3%. Serviços como turismo,
transporte e logística e actividades financeiras - que foram os mais atingidos pela crise -
estão se recuperando gradualmente, mas esses ganhos foram compensados pelo fraco
crescimento no sector extractivo, observa o relatório.
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As oportunidades de crescimento para Moçambique dependem também da recuperação do
consumo privado, particularmente nos sectores de serviços, que foi o principal motor de
crescimento nos anos anteriores à actual crise económica, observa o relatório.
Desafios ao desenvolvimento
Os principais desafios são a restauração da estabilidade macroeconómica e o
restabelecimento da confiança por meio de melhor governança económica e maior
transparência, incluindo o tratamento transparente da pesquisa de dívida oculta. Além disso,
são necessárias reformas estruturais para apoiar o sector privado actualmente em
dificuldades.
Outro grande desafio para a economia é sua diversificação do foco actual em projectos de
capital intensivo e agricultura de subsistência de baixa produtividade para uma economia
mais diversificada e competitiva, ao mesmo tempo em que fortalece os principais factores de
inclusão, como a melhoria da qualidade da educação e da prestação de serviços de saúde
que, por sua vez, pode melhorar os indicadores sociais.
No entanto, o relatório mostra que estes ganhos foram acompanhados por uma crescente
disparidade entre os agregados familiares em melhor situação e mais desfavorecidos,
limitando o progresso do objectivo de partilha da prosperidade e colocando Moçambique
entre os países com um dos maiores níveis de desigualdade na África Subsaariana. Ao
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mesmo tempo, a taxa de crescimento da produtividade na economia diminuiu, à medida que
as pessoas mudaram de empregos informais na agricultura para serviços como comércio e
alimentação, observa o relatório.
"Quando olhamos para trás, fica claro que o período de alto crescimento de Moçambique fez
progressos significativos na redução da pobreza", disse Mahdi. "No entanto, quando
olhamos para factores de crescimento no futuro, ainda é claro que será a qualidade, e não
apenas a quantidade, de crescimento que fará a diferença para um progresso económico mais
inclusivo". O relatório recomenda a ampliação do impulsionadores do crescimento e
aumento da produtividade nos sectores com maior potencial para expandir o emprego, como
o sector agrário, dada a sua dimensão:
Ari Aisen, falando à margem de uma palestra ministrada pela Escola Superior de Altos
Estudos e Negócios - ESAEN, uma unidade orgânica da Universidade Politécnica, sob o
tema “A conjuntura económica internacional e potenciais impactos nas economias
emergentes e moçambicanas”, argumentou O desempenho da economia moçambicana em
2019 dependerá, em parte, da Decisão Final de Investimento (FID) das empresas de gás na
bacia do Rovuma na província de Cabo Delgado.
Citado pelo jornal electrónico “Carta”, o representante residente também observou que,
aliado a esse factor, o pagamento aos fornecedores e o contínuo relaxamento cauteloso de
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uma política monetária podem favorecer o aumento do crédito e a manutenção da paz, que é
central elemento essencial do projecto de crescimento económico do país.
A Decisão Final de Investimento assinala, como Ari Aisen argumentou, o grande potencial
que Moçambique tem para catapultar o crescimento económico para 4,7 por cento.
O porta-voz alertou sobre os riscos que as economias da África Subsaariana têm e que
podem ser externos, como os preços do carvão e do alumínio, que não devem cair no
mercado internacional. Ele também apontou para os factores de risco climático que
poderiam exercer pressão sobre a política fiscal e económica e, portanto, recomendou que
uma disciplina fiscal rigorosa fosse respeitada.
Sobre o evento, Matos explicou que faz parte do novo ciclo de palestras, que tem como
objectivo orientar alunos da maior universidade privada do país, o corpo docente e
convidados, sobre a dinâmica da economia nacional e suas directrizes.
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Moçambique está passando por importantes transformações sociais, económicas, políticas e
ambientais resultantes da descoberta e exploração de recursos naturais, especialmente
minerais que representam uma oportunidade para tornar a economia nacional mais
competitiva. O país também passa por profundas transformações ambientais, principalmente
devido às mudanças climáticas que podem comprometer os ganhos de desenvolvimento
alcançados e desejados.
Nos últimos 10 anos, a economia tem sido robusta e cada vez mais resistente a choques
externos e internos. Apesar da crise financeira e alimentar que repercutiu na economia
nacional, o país continuou apresentando crescimento económico elevado e estável. Nos
últimos 4 anos, a inflação média foi de 7,1% e o PIB real cresceu em média 7,0% ao ano.
Em 2012, o PIB real cresceu 7,2% e o PIB por capita foi de 608,1 dólares.
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directamente com Moçambique e o impacto do fenómeno do aquecimento global,
exigem ajustes nas estratégias de crescimento e desenvolvimento;
A nível nacional, do ponto de vista económico e social, argumentos importantes
residem na necessidade de acelerar e expandir os progressos realizados na redução
dos níveis de pobreza, bem como na manutenção da paz e da estabilidade política;
A análise dos resultados recentes do Relatório de Avaliação da Implementação do
PARPA II (RAI) e dos Resultados da Avaliação do Inquérito aos Orçamentos
Familiares (IOF) e do Recenseamento Geral da População e Habitação (2007)
justificam, paralelamente às intervenções padrão em novas abordagens consistentes
com o novo desafios para promover o desenvolvimento económico e social;
Por outro lado, no nível do sector público, as reflexões sobre o Sistema Nacional de
Planificação do Cenário Fiscal de Médio Prazo apoiam a necessidade de ajustar a
Estratégia de Desenvolvimento.
Este prazo de 20 anos deve ser uma importante plataforma orientadora para
intervenções de médio prazo provenientes de vários documentos, incluindo a Agenda
2025.
Uma visão clara com uma perspectiva de longo prazo, programas e investimentos
coerentes é a chave para o desenvolvimento do país. A limitação da harmonização da
estratégia limita o escopo das metas de desenvolvimento.
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As linhas prioritárias definidas pela Estratégia Nacional de Desenvolvimento são inspiradas
nas abordagens definidas nos seguintes instrumentos: Agenda 2025, os Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio.
No entanto, alcançar esse objectivo exigirá a melhoria do ambiente de negócios por meio
do desenvolvimento de infraestrutura, acesso a financiamento, aumento da eficiência da
administração pública e estabilidade macroeconómica do país.
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Esse cenário apresenta grandes desafios para a sociedade e exige do governo e de outros
segmentos da economia melhores mecanismos de gestão e articulação de processos de
desenvolvimento para maximizar os benefícios tangíveis da exploração de recursos
minerais, com vistas a melhorar significativamente as condições de vida da população.
a) Unidade Nacional
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A materialização do desiderato da unidade nacional envolve necessariamente a promoção do
desenvolvimento económico e social inclusivo. Como diálogo, acesso a oportunidades e
participação efectiva de moçambicanos nas decisões sobre o desenvolvimento do país,
elementos indispensáveis para o desenvolvimento sustentável.
c) Fortalecimento da soberania
A soberania de uma nação concerne acima de tudo a capacidade dos governos de controlar
efectivamente seu espaço geográfico e tudo o que está contido nele. Moçambique é um país
grande com recursos naturais de grande valor económico que, se devidamente explorado,
pode melhorar a posição do país na região e no mundo, contribuindo assim para melhorar o
nível de vida da sua população.
Para que isso aconteça, é necessário que o país fortaleça seus mecanismos de controlo
territorial, seus recursos e sua população, e esteja preparado para lidar com desastres e
choques externos utilizando capacidades e meios internos, reduzindo assim a dependência
externa.
Por outro lado, é necessário que o país continue seus esforços para concluir o processo de
demarcação das fronteiras e fortalecer sua capacidade de proporcionar segurança aos seus
cidadãos, encontrando mecanismos para fortalecer a segurança pública, a segurança em suas
fronteiras marítimas e terrestres, bem como esforços contínuos para delimitar fronteiras.
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d) Planeamento e Ordenamento Territorial
Planeamento territorial refere-se a acções tomadas pelo Governo para melhorar o uso e
aproveitamento da terra por meio da consolidação do processo de zoneamento como factor
determinante na identificação de áreas específicas para a implantação de centros urbanos,
centros industriais, centros de desenvolvimento, reservas recursos naturais e outras infra-
estruturas.
e) Mudança de Mentalidade
Assegurar uma mudança colectiva de mentalidade para uma nova posição de Cidadania
Activa é um factor crítico para permitir a implementação bem-sucedida da Estratégia
Nacional de Desenvolvimento.
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Uma sociedade para se desenvolver depende tanto de acções individuais quanto de parcerias
entre cidadãos, sociedade civil, representantes eleitos e autoridades, administração pública e
serviços, empresas e sindicatos, todos contribuindo de forma diferente.
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de serviços públicos aos cidadãos, o combate à corrupção em instituições públicas e
privadas, a descentralização e a consolidação da regra do direito democrático e da prestação
de contas devem continuar sendo as prioridades do país.
Nesta perspectiva, deve ser implementado um modelo de uso e gestão sustentáveis dos
recursos naturais, baseado principalmente em dois elementos:
Os níveis de exploração e uso dos recursos naturais são compatíveis e não excedem a
capacidade regenerativa dos ecossistemas e a vida útil dos recursos naturais não
renováveis.
A exploração de recursos naturais traz benefícios directos para a economia nacional
que não apenas em termos de aumento de receita e emprego na indústria
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extractivista, mas sobretudo na indução do surgimento de uma sociedade industrial,
de uma nova classe de trabalhadores e camponeses e da prestação de serviços.
A exploração de recursos naturais deve assegurar a criação e a reprodução de um
capital económico, financeiro e social abrangente em todo o território nacional, que
pode durar e se multiplicar para além da vida dos recursos naturais.
Assim, garantir o acesso aos recursos naturais pela maioria da população e garantir a
transparência na gestão, compartilhamento e redistribuição aparece como o caminho
para o desenvolvimento económico e social nacional e local.
Conclusão
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Referências Bibliográficas
http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Mocambique/Economia
HERMELE, Kenneth (1988) Country Report Mozambique: war & stabilization. A mid-term
review of Mozambique’s economic rehabilitation programme (PRE), with implications for
Swedish Development Assistance. SIDA.
JOSE, Alexandrino (1998) ’The Social Sciences in Mozambique- some theoretical and
institutional questions’ in: CRUZ E SILVA, T. & SITAS, A. (1998).ed.
MUNSLOW, B. ed. (1983) Mozambique: the revolution and its origins.London: Longman.
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