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KAAMOMBYRÕ PYRATYNYNGA

460 ANOS DO CERCO DE PYRATYNYNGA DE 09 DE JULHO 1562


“Vamos todes neste Toré pra lembrar o que passou”
Nosso 09 de Julho é de Resistência & (Re)Existência Originária
São Paulo É Terra Indígena & Negra

Estamos juntes, juntas e juntos organizando as atividades em lembrança aos


460 do Cerco de Pyratynynga (em Tupy: Kaamombyrõ Pyratynyga) que ocorreu em
09 de julho de 1562. Naquela data nossas/nossos Parentas/Parentes Ancestrais saíram
de Hururay (atual São Miguel) e foram lutar contra os invasores europeus no “Pateo
do Collegio”.
Será uma retomada de t-eté (corpo), anga (alma) e territorial de Pyratynynga
(São Paulo) a partir do Território de Ururay (São Miguel – Zona Leste Paulistna/SP)
de onde partiu o Cerco de 1562.
O Cerco (Kaamombyrõ) foi uma das atãsu maramoñanga ñerana icobé (mais
fortes lutas de resistências e re-existências) às imposições genocidas/etnocidas da
colonização realizada pelos invasores europeus no século XVI: espoliação de terras,
estupros, escravidão, mortes, doenças. Assim, lembrar do Cerco de Pyratynynga
(Kaamombyrõ Pyratynynga) é uma das formas de Retomar e Demarcar os
Protagonismos, Memórias e Identidades Indígenas em Pyratynynga (São Paulo) e
toda região metropolitana, representando também as resistências (re)existências
Negras e Populares da Cidade.
Pyratynynga (São Paulo), como toda região metropolitana, sempre foi Terra
Indígena, Negra, Quilombola, Cabocla, Migrantes, Imigrantes, de Pessoas Refugiadas,
das Quebradas, Periferias, Favelas, Ocupações, nas Ruas/Praças/Viadutos!
Sim ...ocorreram/ocorrem Resistências e (Re)Existências nestes mais de
quinhentos anos de invasões, entre elas a dos Povos Originários e o Cerco de
Pyratynynga (Kaamombyrõ Pyratynynga) demonstra isto.
Para isso convidamos todas as Pessoas de Coletivos e/ou individualmente que
se disponibilizaram e acreditam na importância deste evento para participar das
atividades que ocorreram nos dias 09 e 10 de julho de 2022. As atividades (Toré
Guatá - Ato Ritual Caminhada) serão realizadas no dia 09/07/2022 no entorno da
Capela dos Índios em São Miguel de Hururay (Praça do Forró) e no dia 10/07/2022
a partir do Pateo do Collegio, passando pelas Capela dos Aflitos até o Território
Ancestral do Bixiga. Segue na sequência a programação.
A Programação que segue germinou/frutificou das conversas e ações de
diversas Pessoas e Coletivos. Do mesmo modo, frutificou das atuações/militâncias de
cada um dos envolvidos na Luta Indígena, sociais, culturais, por direitos, junto aos
Patrimônio Populares, Movimentos Sociais em São Paulo, Guarulhos, Ilhéus/Bahia,
das Îe’engara Guatá (Cursos e Caminhadas sobre as Identidades Indígenas Paulistanas)
e de nossas vivências cotidianas.
Uma Programação germinada/frutificada e que terá suas sementes plantadas
após seu manejo nos dias 09 e 10 de julho de 2022. Algumas das ideias que serviram
como adubo nesta Terra são:
- Somos Memórias, Identidades, Acervos, Artes, Culturas e
Patrimônios de nós mesmos & de nossos Ancestrais. Essas palavras
não são separadas de nossas vidas cotidianas. Por sua vez, somos
naturalmente o oposto à colonialidade, mercantilização da vida,
devastação da Natureza, exploração das pessoas por outras pessoas e
do canibalismo (wetiko) capitalista
- Nossa Resistência & (Re)Existência, Lutas, Vidas são rituais como
as Memórias, Identidades, Acervos, Artes, Culturas e Patrimônios
que frutificamos e não cabem em monumentos
- Não é uma proposta de monumentalização de nossa trajetória
coletiva, individual e de nossos Ancestrais. Isto porque faz parte de
nossas vidas
- Tem como base os princípios do autonomismo: fazemos com que
temos. Observamos que não possuímos apoio financeiro de
nenhuma instituição pública ou privada.
PROGRAMAÇÃO
Dois dias de atividade: 09 e 10 de julho de 2022
(OBS: os horários que seguem são indicativos e podem ter alterações)

PRIMEIRO DIA: 09/07/2022


TORÉ KAAMOMBYRÕ PYRATYNYNGA NA CAPELA DOS ÍNDIOS DE HURURAY
(SÃO MIGUEL - PRAÇA DO FORRÓ)

- 09h: Visita Monitorada ao Museu da Capela dos Índios. Mediador: Ricardo


Roitburd (Professor & Guia de turismo indicado pelo Museu das Capela)

- Das 10h às 11h: Îe’engara (Conversa Cantada - Mesa) “A Importância da Memória


Indígena e Negra em Pyratynynga”. Com: Casé Angatu (Indígena Aldeia Gwarïnï
taba Atã – Terra Indígena Olivença – Ilhéus/BA); Abilio Ferreira (Escritor Negro,
Coordenador do Instituto Tebas); Juão Nÿn (Artista Potyguara & do Coletivo
Estopô Balaio) & Pessoas Parentas à confirmarem

- Das 11h até 12h: Guatá Toré (Caminhada Ritual) pela Praça do Forró: “Vamos todes
neste Toré pra lembrar o que passou” – Tragam suas Maracás

- 12h: Toré Sem Fim: “Temos Memória, Não Rancor”

Obs: Durante o Evento - Exposição/Venda de Arte(sanato) e Produtos do Manejo


Indígena
SEGUNDO DIA: 10/06/2022
RETOMANDO E AUTODEMARCANDO PYRATYNYNGA
(PATEO DO COLÉGIO - CAPELA DOS AFLITOS – TERRITÓRIO PARQUE DO
BIXIGA)

- 09h: Início da Guatá Toré (Caminhada Ritual) em frente ao Páteo do Colégio:


“Devolvam nossas Terras, estas Terras nos Pertencem” – Tragam suas Maracás

- 11h: Capela dos Aflitos: Territórios de Memórias Indígenas e Negras

12h: Toré Sem Fim no Parque do Bixiga/Teatro Oficina: “Já Somo um Mundo Onde
Cabem vários Mundos”

Obs: Durante o Evento - venda de Artesanato e Produto do Manuseio Indígenas

“Vamos todes neste Toré


Pra lembrar o que passou
Nossos antepassades que seu sangue derramou”
(Canção Tupinambá de Olivença – Ilhéus/BA)

Awêrê Aiêntên !!!

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