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INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

fase #1 / 27072018
DE CAMARAGIBE
Inventário dos Bens Culturais de Camaragibe
O patrimônio está vivo, se transforma... Ele é (re)inventado o tempo todo.
Evoé!
Vem participar, meu povo!

Os bens culturais de um lugar, sejam materiais ou imateriais, são expressões


genuínas da iden‚dade cultural de um povo. Em constante mudança, vão
adquirindo outros significados de geração em geração, o que garante a
inven‚vidade e cria‚vidade inerentes ao saber-fazer de cada comunidade.
Inventariar, consiste em estratégia para a perpetuação dos bens culturais, num
tempo onde as mudanças se impõem com intensidade e os contatos
interculturais têm ganhado contornos mais evidentes – sobretudo com o
advento da digitalização e vi‡ualização da vida.

O Inventário Pa‡icipa‚vo dos Bens Culturais de Camaragibe (Inventário


Camaragibe) é fruto do esforço cole‚vo realizado pela sociedade civil, sociedade
civil organizada e fundação de cultura de Camaragibe em registrar aspectos
únicos que compõem a história social do município. O inventário pa‡icipa‚vo
permite, nos limites de sua feitura, que os sujeitos produzam conhecimento
através de vivências investiga‚vas expressas nos critérios da educação
patrimonial do Instituto Histórico e A‡ístico Nacional - IPHAN. Esta ferramenta
permite que os agentes culturais envolvidos possam pa‡ilhar a‚vamente da
reconstrução narra‚va de suas realidades, criando conexões múl‚plas que
visam fo‡alecer o pe‡encimento cultural com a sua localidade. A 1ª fase do
Inventário Camaragibe é resultado da produção de conhecimento e
sensibilização da comunidade, provocada a se envolver e entrar em contato com
a pesquisa de campo, levantamento de dados, sistema‚zação, interpretação e
difusão de informações sobre as referências culturais que formam o patrimônio
cultural da cidade. Aqui, se apresenta um exercício de cidadania e pa‡icipação
social, onde os resultados visam cŒperar para a implantação de polí‚cas
públicas que priorizem a preservação e valorização dos bens culturais de
Camaragibe. Os textos apresentados são frutos da dinâmica própria dos grupos
de trabalho e expressam o esforço das pessoas envolvidas em reconhecer,
registrar e cuidar daquilo que entendem por bem cultural.

Assim, o intuito é menos de apresentar um compêndio de informações onde


tenham sido catalogados o maior número de informações sobre as pessoas e as
coisas. Muito menos refutar a infida tarefa de sistema‚zar dados “completos” – a
história de tudo. Aqui, as informações revelam o envolvimento e aprendizado
dos agentes culturais com o inventário que interessa informar à população e
órgãos competentes sobre a dimensão patrimonial que o município dispõe. Que
as linhas na qual esta pesquisa foi escrita possam reforçar o sen‚mento na‚vo
das pessoas sobre os bens culturais da cidade e que sirvam para o amamento
de todas e todos para garan‚rmos a preservação e perpetuação do patrimônio
cultural em Camaragibe!

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Histórico
Atendendo ao pedido da Fundação de Cultura de Camaragibe (CULTURA Camaragibe), a
Fundação do Patrimônio Histórico e A„ístico de Pernambuco (Fundarpe) e o Instituto do
Patrimônio Histórico e A„ístico Nacional em Pernambuco (IPHAN-PE), ofereceram uma
capacitação para construção de inventários culturais pa„icipa‡vos em julho de 2017, a
pa„ir da metodologia desenvolvida pelo IPHAN Nacional. Foram dois dias de curso onde
estiveram presentes, além de membros da CULTURA Camaragibe, representantes da
sociedade civil, sociedade civil organiozada e do Conselho Municipal de Cultura de
Camaragibe (CMCCPE).

Com o obje‡vo de iden‡ficar e registrar o patrimônio cultural da cidade de Camaragibe,


inicia-se em agosto de 2017 as reuniões abe„as aos interessados em colaborar na formação
de um grupo de trabalho para realização do Inventário Pa„icipa‡vo dos Bens Culturais de
Camaragibe (Inventário Camaragibe), a pa„ir da metodologia repassada em capacitação.

Ao longo de 12 meses de trabalho, foram 30 reuniões presenciais, 134 bens culturais


elencados, sendo 15 destes inventariados, o que corresponde à Fase 1 da pesquisa,
resultado apresentado à sociedade em julho de 2018 (12%).

Equipe
Facilitadoras
Amanda Paraíso (Fundarpe), Jacira França (Fundarpe), Juliana Cunha (IPHAN-PE)

Monitores
Josivan Rodrigues (CULTURA Camaragibe), Larissa Fonseca (CULTURA Camaragibe)

Sociedade Civil
Albe„ino Neto, Albe„o Silva de Carvalho, Alex Monte, Alexandre Borba, Aliny !ephane,
Ana Wilma Pereira da Silva (MPTC), Ângela Vidal, Angélica Nascimento, Antonio Paulino da
S. Neto, Bianca Castro, Carina Jéssica de Souza, Carla Maria de Almeida, Carlos André,
Cássio Raniere R. da Silva (Antropologia-UFPE), Cláudio Aprígio (FLor Camará), Davi Luis,
Cristiano Halley da Silva (Soul do Alto), Diego Rodrigues (Arqueologa-UFPE), Edneide
Maria Gomes (MPTC), Elizabete Barros da Silva (SOul do Alto), Enrique José de Andrade
Pereira, Érica Vanesca M. B, Francisco Peixoto Maciel Filho, Gen‡l Gonçalves dos Santos,
Gilmar Cesar Camará (MPTC), Gláucia Bruce, Helena Wictória L. de Santana, Ítalo Guedes,
João Inácio Ferreira, Joao Paulo Nascimento de Lucena, Josenita Duda, Júlia Hipólito
Campos, Kerolayne Gomes da Fonseca, Luis Carlos Soares, Luiz Henrique de Melo, Marcos
Robe„o da Silva, Maria Lucia Collier, Mauro S. P. da Silva (CMCCPE), Milena Valença Borba,
Olga Cristina de Souza Cabral, Paulo Fernando de Oliveira, Renan Dyogo Leite Ferraz,
Renata Oliveira Barbosa, Ricardo da S Pinheiro, Rivaldo Borba, Rodrigo Farias, Roma Júlia
da Silva, Rosemary Feitosa Camará (MPTC), Silvio Romero Lima, Tainã Moema Espíndola,
Tereza Cristina Collier, Veronaldo Ferreira, Ysolda Cláudia Cou‡nho.

Fundação de Cultura de Camaragibe


Albino Baru (Música), Aldo Pessoa (Financeiro), Amauri Lins Silva (Comunicação), André
Gustavo Soares (Design Gráfico), Ângelo Fábio (A„es Cênicas / Diretor do Cine Teatro
Bianor Mendonça Monteiro), *arles Figueiredo (Jurídico), Cláudio Vital (Financeiro),
Clerrom Moreira (A„es Cênicas) , Ellis Regina A. de Souza (A„es Cênicas), Fabiana Bezerra
(Jurídico), Felipe Souza (Comunicação), Flora Nobe„o (Comunicação), Gilbe„o Seino (Cine
Teatro Bianor), Ialy Cintra (Biblioteca Penarol), Jarmeson de Lima (Assessoria / Literatura),
José Marcone Ji+y dos Santos (Biblioteca Penarol), Josivan Jota Rodrigues (Patrimônio /
Fotografia), Karol Pa6eco (Comunicação), Késsia Oliveira (Administra‡vo), Larissa Fonseca
(Patrimônio), Laudeci Nanci Preta (Serviços Gerais), Márcio Souza (Vice-presidente),
Olímpio Costa (Presidente), Prazeres Barros (Eventos), Renata Queiroz (Bibloteca Penarol),
Severino Brisola A. R. de Santana (Cine Teatro Bianor) , Sílvia Tereza (Galeria Vila), Thâmisa
da Hora (Comunicação / Audiovisual).

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Lista de bens a serem inventariados
Foram listados, até o momento, 134 bens a serem inventariados pelos integrantes
do grupo do Inventário Pa‚icipaƒvo dos Bens Culturais de Camaragibe. Destes, 15
(quinze) bens já estão devidamente idenƒficados e registrados e aparecem nas
listagens a seguir, divididas por categoria, em destaque*. Estas listas são abe‚as,
novos itens podem ser sugeridos pelos pa‚icipantes do grupo.

LUGARES (09/58 itens)


1. Academia Pernambucana de Letras 30. Estação Macacos
2. Açude da Mata 31. Fantainha
3. Açude São Bento 32. FOPE / Seminário Nordeste
4. Açude Timbi 33. Geladinho (Ria#o)
5. Aldeia 34. Gruta Bar
6. Alto do Pe. Cícero 35. Gruta Nossa Srª de Lourdes*
7. Anƒgo Clube da Mesbla 36. Guarany Espo%e Clube*
8. Associação das Mulheres Entendidas 37. Hospital Albe‚o Maia
de Pernambuco 38. Hospital Dr. Domingos Sávio
9. Barracão da Vila Operária* 39. Hospital geral de camaragibe
10. Cabaré Cabeçudo 40. Igreja do Sagrado Coração de Jesus*
11. Cabaré de Biu Marreco 41. Mata do Flamengo
12. Cabaré de Bonifácio 42. Mata do Privê Vermont
13. Cabaré Girassol 43. Mercado Público de Camaragibe
14. Cabaré Pimentão 44. Pedra da Baleia
15. Ca#oeira Queda dagua 45. Penarol Espo‚e Clube
16. Casa das Írmãs da Sagrada Família 46. Ponte do Balde
17. Casas da Fábrica 47. "Ponƒlhão que o trem não passou"
18. Cemitério Municipal 48. Prédio da Sede da Banda / Centro de
19. Centro Comunitário Vivendo e Criaƒvidade Musical Raminho do
Aprendendo Trombone
20. Centro Social Urbano Paulo Guerra 49. Propriedade da Mata do Jocum
21. Cine Teatro Bianor Mendonça 50. República dos Solteiros I e II*
Monteiro 51. Rio das Pedrinhas
22. Convento das Carmelitas 51. Rio do Flamengo
23. Engenho Camaragibe* 53. Rio Pacas e Azeitonas
24. Engenho Timbi* 54. Rio Três pau (Nascente)
25. Escola da Irmãs da Sagrada Família 55. Rua Eliza Cabral de Souza
(Escola José Collier)* 56. SESI (Escola dos Irmãos Maristas)
26. Escola Samuel Macdowell 57. Vila da Fábrica
27. Espaço das Memórias de Zé Negão 58. Villa Timbi
28. Estação do Timbi
29.Estação Ferroviária Camaragibe
(Estação Nova)

OBJETOS (01/10 itens)


1. Acervo da família Correa de Araújo 6. Ilu (tambor afro pernambucano /
2. Acervo dos objetos vendidos na camaragibense)
c'peraƒva 7. Maquinário da fábrica
3. Acervo fotográfico e documental da 8. Medalhão de São Bento
família Menezes Collier (FUNDAJ) 9. Pedra da Gruta*
4. Acervo pedagógico da escola das 10. Trem
freiras
5. Casa da Farmácia de Maria Amazonas

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CELEBRAÇÕES (01/06 itens)
1. Caminhada da oxum*
2. Candomblé
3. Carnaval de Camaragibe
4. Dia da corporação
5. Festa da Gruta
6. Procissão de Santa Maria de Rodat

FORMAS DE EXPRESSÃO (01/21 itens)


1. Boi Alvi Rubro 12. Escola de Samba Demônio da Favela
2. Boi Camará 13. Escola de Samba Estrela do Mar
3. Boi Rubro Negro 14. Escola de Samba Império do Samba
4. Boi Tricolor 15. Escola de Samba Juventude do Samba
5. Caboclinho Canindé de Camaragibe 16. Escola de Samba Unidos de
6. Caboclinhos Teresópolis
7. Capoeira 17. Escola de Samba Unidos do Santana
8. Catucá e Terreiro de Bamba 18. Escola de Samba Vá por Mim
9. Coco 19. Hip hop
10. Escola de Samba Águia Dourada 20. Pastoril
11. Escola de Samba Couro de Gato* 21.Terreiros

SABERES (00/8 itens)


1. A!esanato
2. Ervas medicinais
3. Fon be
4. Rezadeiras
5. Saberes produ"vos dos operários
6. Tapeçaria
7. Yoruba
8. Pa!eiras

PESSOAS (03/31 itens)


1. Beto Ho!is* 16. Maria Anita Amazonas Macdowell
2. Breno Silva 17. Mestre Juarez
3. Cacique Luna 18. Mestre Zé Negão
4. Carlinho (das Quadrilhas) 19. Nia
5. Carlos Albe!o de Menezes 20. Pe Hipólito
6. Dona Dóra 21. Seu bibiu
7. Dona Lúcia (Mãe Lúcia/Bruxa da Mata) 22. Seu Borba*
8. Dudé do Coco 23. Seu Mariano (do urso)
9. João Ba"sta de Moura (músico e 24. Seu Nê (Pai Nê)
compositor) 25. Seu Nequinho
10. Joel Lucas (polí"co) 26. Seu Oswaldo
11. José Antônio Guerra 27. Valdomiro
12. Josenita Duda (feminista) 28. Vera Galvão
13. Jota do Acordeon* 29. Zé dos Santos (curandeiro)
14. Lilia Collier 30. Zé Negão
15. Maria Aliete (costureira) 31. Lima (primeira guitarra de Camaragibe)

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Lista de bens inventariados
CELEBRAÇÕES República dos
Caminhada de Ossun Solteiros
OBJETOS
FORMAS DE EXPRESSÃO Pedra da Gruta
Escola de Samba Couro de Gato
PESSOAS
LUGARES Beto Ho$is
Barracão da Vila Jota do Acordeon
Engenho Camaragibe Seu Borba
Engenho Timbi
Escola José Collier
Fábrica de Tecidos
Gruta Nossa Senhora de Lourdes
Guarany Espo$e Club
Igreja do Sagrado Coração de Jesus

Pessoas Entrevistadas
Beto Ho$is Maria Digna
Cláudio Aprígio Maria Helena
Dona Alzira Quinha do Guarany
Dona Neuza Seu Borba
Dudé do Coco Seu Dehon
Gilmar Camará Seu Dida
Jota do Acordeon Seu Francisquinho
Luis Carlos Soares (Carlinho das Seu Joca
Quadrilhas) Sílvio Romero
Maria Cecília Amazonas Macdowell Zé Ó
Zezinho

Maiores Informações e Contato


Este material e demais dados e documentos do Inventário Pa$icipa'vo dos Bens
Culturais de Camaragibe podem ser acessados fisica ou digitalmente a pa$ir das
cópias disponíveis na Biblioteca Municipal Penarol, na Fundação de Cultura de
Camaragibe e com o grupo de trabalho do mesmo.

Biblioteca Municipal Penarol


Rua Severino Santos, 251, Vila da Fábrica, Camaragibe
(81) 3458-5950

Fundação de Cultura de Camaragibe


Avenida Doutor. Pierre Collier, s/n, Vila da Fabrica, Camaragibe/PE
fundacaodecultura@camaragibe.pe.gov.br
camaragibecultura@gmail.com
(81) 3484.2687

Grupo do Inventário Camaragibe


patrimoniocamaragibe@gmail.com

inventariocamaragibe/geral//27072018 | pag 05/06


“Os movimentos de resistência do povo negro da cidade de Camaragibe
(MPTC/MNU), traz ao conhecimento de todos o trabalho realizado no
Inventário Pa‚icipaƒvo dos Bens Culturais de Camaragibe. Nossa
pa‚icipação visa colaborar para o mapeamento e valorização da cultura
afro-indo brasileira para o fo‚alecimento de políƒcas em favor da diversidade
humana e contra a intolerância religiosa e o racismo. Assim, esperamos que
esta 1ª etapa do trabalho, possibilite a difusão de poliƒcas publicas que
estejam atentas á diversidade religiosa da cidade, bem como, à perpetuação
da memória e cultura do povo negro, seu pe‚encimento religioso e sua
ligação com a cultura popular no município.”

Movimento dos Povos Tradicionais da Cidade / Camaragibe (MPTC-Camaragibe)

“Como munícipe aƒva dessa cidade, ƒve interesse em acompanhar esse


processo de registro dos bens da cidade. Camaragibe teve, pela primeira vez,
um trabalho abe‚o ao público interessado na dinâmica de registro das
mudanças geográficas, fotográficas e de conservação de algumas áreas da
cidade. Fui surpreendida com conhecimentos mais profundos de lugares, que
até então pareciam-me comuns e com relatos de personagens que nos
revelaram riquezas de detalhes e "causos" que enriqueceram nossas
pesquisas, tais como: Engenho Timbi, Escola de samba Couro de Gato,
Casarão de Maria Amazonas e outros. Tive a saƒsfação de conhecer e
conviver num cu‚o, mas produƒvo espaço de tempo, com representantes de
vários movimentos sociais da cidade, funcionários dessa e de outros gestões,
assim como, munícipes que, como eu, querem fazer pa‚e do registro histórico
e social dessa cidade. O inventário pa‚icipaƒvo é, sobre tudo, uma afirmação
de que há cidadãos que não estão apáƒcos às mudanças físicas e
principalmente patrimoniais da cidade de Camaragibe, e que existe uma
preocupação com o legado das futuras gerações frente às mudanças bruscas
e, por vezes, arbitrárias dos úlƒmos anos.”

Renata O. Barbosa;
Licenciatura plena/UPE, Estudante do Curso de Eventos/ETE, moradora do Bairro Novo/Camaragibe-PE

INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE

inventariocamaragibe/geral//27072018 | pag 05/06


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
Caminhada de Osun

História
Com a luta em pró da visibilidade
e do respeito às religiões de
matriz africana, o movimento
dos povos tradicionais das
cidades enfa#za o combate ao
racismo, à intolerância religiosa, quinzenais em comunidades de O que é?
a discriminação de gênero e matriz africana de todas as 5 Celebração realizada à
orientação sexua, contando com RPAs (Regiões ORIXÁ Osùn (orixá ligada
a pa2icipação de membros da Polí#co-administra#vas) do aos rios, à fe2ilidade,
comunidade tradicional e de município de Camaragibe e beleza e à riqueza). A
terreiros do município, com a outras cidades em parceria, como celebração acontece no
presença de autoridades munici- Paudalho, Limoeiro e Lagoa de úl#mo sábado do mês de
pais e estaduais. Itaenga. julho através de uma
caminhada com os
representantes do
A falta de conhecimento com o A caminhada tem sua
Candomblé até a queda
não cumprimento do que concentração na Rua Eliza Cabral d’água situada no bairro da
determina a Lei n° 10.639/2013, de Souza e segue até à Queda Vila da Fábrica, onde são
que obriga as escolas D’água da Baixinha. A escolha da entregues os presentes à
fundamentais e médias a caminhada no município de Osùn (Flores e frutas).
ensinarem a história e a cultura Camaragibe serve como Após a entrega dos
dos povos africanos e homenagem ao Orixá Osun, presentes, durante os
afrobrasileiros, traz devido à sua representa#vidade cân#cos de celebração,
consequências como o como figura feminina dentro do Osùn escolhe o terreiro
preconceito e discriminação às panteão dos orixás, além de ter a que lhe presenteará no
próximo ano.
religiões de Matriz Africana, Afro força da água e da mulher
Brasileiras e Afro Indígenas. guerreira.
Perfazendo assim a impo2ância Onde está?
da caminhada como impo2ante A concentração da camin-
hada foi obrigada, com o
movimento de mobilização para
sua visibilidade.
Períodos Importantes passar do tempo, a mudar
O mês de Julho para o de lugar. Da 1ª à 5ª edição a
concentração foi na rua
A caminhada acontece no úl#mo Candomblé é dedicado à Osùn,
Eliza Cabral de Souza; a 6ª
sábado do mês de Julho, tendo a Caminhada como foi no Parque Municipal de
antecipado com um trabalho encerramento das a#vidades do Camaragibe; a 7ª na rua
desenvolvido no primeiro mês nos terreiros. dos Narcisos e a 8ª
semestre com rodas de diálogos concentrou-se saindo da
Praça da Coimbral, no
Bairro Novo do Carmelo
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INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
Caminhada de Osun

Expressões corporais Significado Estrutura e recursos necessários


As danças referentes aos O significado da Caminhada de Um mini-trio elétrico é u/lizado no
Orixás.
Osun está na visibilidade das evento. Ao governo local, são
religiões afro-brasileiras e seus solicitados autorização para o uso
Expressões orais cultos, combatendo a intolerância do solo (local para a concentração),
Durante toda a caminhada, religiosa, enfrentando o racismo e a apoio e segurança para os
desde sua concentração, são discriminação, defendendo o Meio pa3icipantes, Iluminação,
entoados os cânticos e Ambiente e reconhecendo os povos Manutenção e Limpeza do ambiente
invocações de todos os e as comunidades tradicionais de da queda d’água.
orixás cultuados no Brasil, Terreiro.
em especial os da cultura
afro camaragibense.
Pessoas envolvidas Outros bens culturais relacionados
A caminhada é organizada pelo O grito Ecológico, evento que
Objetos importantes MPTC/MNU (Movimento dos Povos antecede a caminhada através da
Instrumentos musicais e Tradicionais da Cidade/Movimento preparação, orientação e educação
indumentárias de cultos Negro Unificado) em conjunto com ambiental para os povos e
afro brasileiros (em especial todos os terreiros da cidade de comunidades tradicionais de
os da cultura afro cama-
camaragibe. terreiro.
ragibense).

Comidas e bebidas
Programação Avaliação
Padê de Exù - Espécie de Durante o mês de julho, os terreiros A celebração dá visibilidade aos
farofa crua com adição de realizam seus cultos e festas dedi- povos de matriz africana,
farinha de mandioca e cadas à Osun (cada um de acordo reafirmando e valorizando a cultura
outros elementos, a com sua tradição). No úl/mo negra.e ressignificando o bem
depender da necessidade. A sábado do mês o terreiro escolhido cultural da “Queda D’água da
oferenda é ofertada para por Osun no ano anterior faz a Baixinha”.
captar boas vibrações. entrega de seu presente nas águas
do rio, na Queda D’água da Baix- Recomendações
Roupas e acessórios inha, no bairro da Vila da Fábrica, Recomenda-se maior apoio por
Roupas de culto afro reunindo toda a comunidade de pa3e dos órgãos públicos; maior
brasileiro, contas, guias, Povos e Comunidades Tradicionais sinalização e melhores
entre outros. de Terreiro. agenciamentos para acesso à
Contato “Queda D’água da Baixinha”.
MPTC: (81) 997336361
Gilmar Camará
MNU: (81) 995262504
Wilma Pereira
Fonte: Movimento de Povos Tradicionais das Cidades - MPTC; entrevista com Gilmar Camará; Foto: Divulgação
<https://drive.google.com/file/d/1AUku16VLHbWQIeU_ooPfDsAvtcqErWB2/view?usp=sharing>

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INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Escola de Samba Couro DE CAMARAGIBE


de Gato
História
A Escola de Samba Couro de Gato,
fundada em 27 de setembro de
1958, é uma das agremiações mais
an!gas de Camaragibe, junto com o
Caboclinho Canindé e o Bloco
Foiará.

Um grupo de moradores, voltando


de um piquenique na Praia de
Gaibu, na euforia dos etílicos e da acolhido o bloco carnavalesco Riso Nome
batucada, decidem montar uma das Flores e, com a ex!nção deste, Escola de Samba Couro de
escola de samba para animar o o imóvel de propriedade da Gato; GRES Couro de
bairro. As primeiras ideias se dão Indústria Braspérola passa a ser Gato; Grêmio Recrea!vo e
numa conversa nas calçadas do ocupado pela escola em 1961. Escola de Samba Couro de
atual Centro de Cria!vidade Musical Gato.
Raminho do Trombone, que mais A agremiação desfilou pelas ruas de
tarde viria a ser a sua primeira sede, Camaragibe até o ano de 2008,
entre 1958 e 1961. rivalizando ao longo dos seus O que é?
primeiros 50 anos de história com Escola de samba de
Os irmãos Bila e Zito Biambor (José outras escolas de samba locais: Camaragibe, fundada em
Celestino), fundadores da Demônio da Favela, Juventude do 1958. Con!nua em
funcionamento embora seu
agremiação, são os protagonistas Samba, Unidos de Teresópolis,
úl!mo desfile tenha sido
dessa história. Biambor viu na Estrela do Mar, Águia Dourada, Vá realizado em 2008.
numerosa população de gatos do por Mim, Unidos do Santana e
bairro a solução para os Império do Samba, todas estas com
instrumentos da bateria: enquanto a suas a!vidades encerradas. A
Onde está?
pele virava tamborim, a carne seria manutenção da Couro de Gato
Fundada e sediada no
o !ra gosto perfeito para sempre se deu com o apoio de
bairro do Alto da Boa Vista.
acompanhar a ca3aça. As cores patrocinadores, como a Fábrica de Sua sede está localizada na
verde e branco foram escolha de Tecidos de Camaragibe e da Rua Ari de Oliveira Peter,
Bila. Uma das primeiras escolas de Prefeitura, além da ajuda dos No 277.
samba de Camaragibe era fundada moradores do bairro e dos recursos
no bairro do Alto da Boa Vista em dos próprios diretores. O “livro de
27 de setembro de 1958, tradicional ouro” era uma das estratégias para Períodos importantes
polo cultural da cidade. arrecadar dinheiro. Mesmo sem
1958
desfilar há alguns anos, a Couro de Data de fundação.
Segundo uma das versões surgida Gato con!nua presente na memória
2008
na pesquisa, o Grêmio Recrea!vo e dos moradores, ansiosos em ver a Úl!mo desfile.
Escola de Samba Couro de Gato verde e branco na avenida nos três
2018
teria surgido a pa;ir de um bloco dias de carnaval, de domingo a 60 anos da fundação
de carnaval de mesmo nome antes terça-feira.
de se tornar escola de samba
Os ensaios de carnaval, em geral,
Sua sede atual, situada à Rua Ari de iniciavam em outubro e seguiam até
Oliveira Peter, nº 277, já havia janeiro do ano seguinte e

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INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE Escola de Samba Couro


de Gato

Significado emendando com a folia de momo. Roupas e acessórios


A história construída ao Eram realizados na rua, em frente à Os figurinos piloto, protó‚pos,
longo da trajetória da sede, atraindo o público da cidade e eram desenvolvidos pelos
GRES Couro de Gato foi vizinhanças. Os desfiles paŠiam do próprios diretores e,
suficiente para manter-se Alto da Boa Vista, seguindo pelos eventualmente, por
na memória da cidade bairros da Vila da Fábrica, Aldeia de carnavalescos como o Tony Baé.
apesar dos 10 anos de Baixo e Vila Nova.
recolhimento. A escola tem
Em seguida eram repassados
um foŠe vínculo com o para as costureiras reproduzirem.
bairro do Alto da Boa Vista,
Na Couro de Gato não havia uma Cada grupo, ala, era caracterizado
seu berço, que viu nascer divisão de tarefas bem definida, por vestimentas diferentes: Mestre
diversos outros grupos excetuando o quadro de Diretor de Sala e PoŠa Bandeira, Baianas,
culturais. Apito, como também é ˆamado o Músicos.
Diretor de Bateria. Era o núcleo mais
“Existia outras próximo à diretoria e seus agregados A paŠir dos anos 1980, os
agremiações mas o que desempenhavam os papéis de destaques femininos passam a
pessoal ficava tudo lá, no substituir o figurino com maiô pelos
carnavalesco, figurinista, gestor,
pá%o, esperando a escola biquínis. O topless, u‚lizado em
administrador, entre outros. apenas um dos anos, recebeu a
entrar. Ninguém ia embora
enquanto a escola (Couro resistência de conservadores.
de Gato) não entrasse." Pessoas envolvidas
Silvinha, po+a-bandeira da Zito Biambor (José Celestino, Expressões corporais (danças e
Escola de Samba Couro de fundador), Bila, Djalma, Zeca Papito
Gato desde 1979 (José Guilherme, diretor de bateria),
encenações)
Jorge Oliveira (ex-presidente), Zé Ó O samba vai dar nome ao ritmo e
“Era como se fosse o Deus. a dança desta expressão. Sete
O Deus verde e branco.
(Jose Oliveira dos Santos,
presidente 1980-1982), Carneiro Molas, Geo, João Coelho e Coió
Era o Deus da foram os grandes sambistas da
comunidade. Você via a (presidente), Maia (Marcos Antônio
Barbosa da Silva, Diretor de apito), escola.
comunidade gritando:
‘Couro de Gato! Couro de Flávia (poŠa bandeira), Silvinha
Gato!” (poŠa bandeira), Garnizé (Diretor Não haveria uma relação
Zé Ó Oliveira de apito), Maureliano, Tony Baé diretamente de manifestações
(carnavalesco), Cristiano Balley religiosas com a agremiação
(Diretor de apito), Sete molas Couro de Gato. Contudo, a ala
(sambista e Mestre Sala), Seu das baianas era, em geral,
Borginho, Geo, João Coelho, Coió, composta por mulheres que
João Pre‚nho, Elton (Carlos ‚nham vivência no Candomblé.
Carneiro da Cunha), Tonho Carneiro, presidente da Escola
(Antônio Ferreira Couro de Gato
(vice-presidente), Josias, Josival,
Josué, Nilson, Henrique,
Alexandre (Carne de Galo), Tony,
Nadinho, Missuca, Jonilson e
Ivan.

inventariocamaragibe/formasdeexpressoes/escoladesambacourodegato/27072018 | pag 02/03


Escola de Samba Couro
de Gato

Expressões orais (músicas, orações e impo"antes da comunidade, agentes culturais.


quando é hasteada na sede, A sede cumpre a função de
outras formas de oralidade) enrolada e amarrada com uma espaço gregário entre os inte-
Sendo o samba enredo a fita preta em sinal de luto grantes da escola que lá se
principal expressão da oralidade compa"ilhado, sen2mento reúnem mensalmente, sendo
nas escolas de samba, na Couro experienciado de forma cole2va usado também para outros fins,
de Gato, passa a ser mais na cidade. como academia de a"es marci-
comum a pa"ir do início dos Já a bateria pode ser entendida ais. Precisa de reparos estru-
anos 1990. como o cérebro e o coração da turais e ajustes que possibilitem
agremiação, nas falas das o seu uso para eventos. A
“Me criei na Boa Vista. Terra de pessoas entrevistadas. Os edificação é, conforme a Lei do
grande tradição. Onde vivi toda instrumentos remanescentes da Plano Diretor de Camaragibe de
a minha infância, que guardo no agremiação foram desmontados 2007, um imóvel especial de
meu coração. Antes era o Riso e guardados embaixo do palco preservação (IEP). No ambiente
das Flores que alegrava a de concreto existente na sede é possível encontrar alguns
massa popular. Hoje é a Couro da agremiação, em condições poucos objetos e instrumentos
de Gato que faz todo o povo inadequadas. Outros foram integrantes do acervo da
Sambar”. perdidos ou subtraídos. agremiação. Outros objetos de
Zé Ó Oliveira, cantando samba valor histórico, como fotografi-
enredo da Escola Couro de as, pa"e de figurinos e roupas,
Gato. Estrutura e recursos necessários
Sem bateria, coração e cérebro podem ser encontrados com
da agremiação, seu pavilhão ou atuais e an2gos integrantes da
Objetos importantes (instrumentos bandeira, seu símbolo máximo, escola.
musicais, rituais, decoração do espaço) e o casal de Mestre Sala e Po"a
Bandeira, não tem escola de A diretoria atualmente discute o
Os mais impo"antes objetos da seu retorno à avenida no carna-
samba. Também são itens e
escola, segundo os val 2019.
recursos fundamentais as
entrevistados, são a bandeira e a
alegorias, a Rainha de Bateria,
bateria com seus instrumentos.
os carros alegóricos, a ala das
As fontes orais pesquisadas Recomendações
baianas, entre outros. Estima-se
foram unânimes em colocar que Recomenda-se a documentação
em cerca de R$ 50.000,00
sem estas não tem como colocar fotográfica do acervo
(cinquenta mil reais) o valor
a escola na avenida. remanescente da escola
necessário para garan2r
A bandeira, ou pavilhão, é o presente na sua sede e em
minimamente o desfile da escola
símbolo maior, a alma, da Escola posse de pessoas ligadas a esta,
de samba.
de Samba e traz suas cores e a reprodução fotográfica,
iden2ficação. É um objeto digitalização, e catalogação do
guardado com rito e cuidado Avaliação seu acervo fotográfico e apoio
após as apresentações, só sendo A Couro de Gato con2nua em para o projeto de rea2vação da
exposta nos desfiles e em funcionamento entretanto não Couro de Gato, bem como o
situações especiais, como no desfila desde de 2008. Não registro das pessoas envolvidas
caso do falecimento de obstante, con2nua fo"e na com o bem cultural.
personalidades e pessoas memória da população e dos

Fonte: Entrevista com Zé Ó, Carlinho das Quadrilhas, Cláudio Aprígio, Carneiro (presidente) e Silvinha (porta-bandeira); Foto: Josivan Rodrigues
inventariocamaragibe/formasdeexpressoes/escoladesambacourodegato/27072018 | pag 03/03
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Barracão DE CAMARAGIBE

Nome
Barracão; Armazém C$pera%va.
Prédio da an%ga C$pera%va de
Consumo da Companhia Industrial
Pernambucana - CIP. O que é?
efetuadas para serem descontadas
na folha de pagamento dos An%go prédio de
funcionários, bastando, para características
História tanto, informar o número da neoclássicas onde
funcionou a C$pera%va
Construído entre o período de caderneta ou da 6apa de cada
da Corporação Operária
1895-1900, o prédio funcionava trabalhador. Possuía cerca de 12 de Camaragibe. A
como C$pera%va de Consumo da funcionários e as compras construção hoje é de
fábrica de tecido de Camaragibe, a poderiam ser entregues nas casas propriedade da Tapeçaria
Companhia Industrial dos fregueses. Casa Caiada e funciona
Pernambucana - CIP, sendo como escritório
administrada pela Corporação dos O barracão encerra suas administra%vo e estoque
Operários de Camaragibe. a%vidades comerciais em 1972, de insumos e produtos.
passando cinco anos fe6ado,
Internamente o prédio era dividido acompanhando a crise que
em duas pa)es comunicáveis também afetara a fábrica. Período Onde está?
entre si: (1) uma pa)e era este em que a edificação sofrerá
O Barracão está localizado
reservada para gêneros algumas intervenções em seu entre as avenidas Doutor
alimentícios, como a padaria e o aspecto arquitetônico com o Pierre Collier e
açougue; (2) a segunda pa)e era fe6amento da fa6ada principal, Comendador Muniz
voltada para comercialização de onde apenas a po)a central Ma6ado e entre a 2a e 3a
miudezas, tecidos, material manteve-se em funcionamento. O travessas da Av. Dr. Pierre
escolar, etc. prédio foi doado por Antônio Collier, ocupando sozinho
Carlos de Menezes à Tapeçaria todo o lote e tendo sua
O Barracão possuía cerca de 12 Casa Caiada, de propriedade de entrada principal voltada à
funcionários e cumpria um papel Praça Antônio Luiz de
Maria Digna Pessoa de Queiroz.
Souza.
impo)ante de fornecer produtos
por preços mais em conta e evitar
deslocamentos para centros Significado
comerciais distantes da vila Períodos Importantes
Tendo sido o único
operária, fazendo circular a 1895 - 1900
estabelecimento comercial no Ano de construção.
economia local, uma vez que o início da ocupação do bairro,
bairro não possuía outros fornecendo gêneros alimentícios e 1972
estabelecimentos comerciais. As produtos do dia a dia, cumpriu um Ex%nção da c$pera%va de
compras poderiam também ser impo)ante papel de espaço de consumo.

inventariocamaragibe/lugares/barracao/27072018 | pag 01/02


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE Barracão

Materiais circulação monetária e de Atividades que acontecem no lugar


Edificação construída em mercadorias, além das trocas Depósito, espaço de produção e
alvenaria dobrada, simbólicas. Nos úl+mos anos, é escritório da Tapeçaria Casa Caiada
esquadrias em gradil depósito e escritório da Tapeçaria
metálico/madeira e Casa Caiada que estabelece
cobe'ura com telha +po
contratação de serviços com
francesa, passeio em
a'esãs da cidade.
Manutenção
torno do prédio revestido É realizada pela empresa proprietária.
em concreto.

Pessoas envolvidas Conservação


Operários e funcionários da
Elementos construídos Companhia Industrial Estado de conservação regular com
Edificação original em Pernambucana - CIP; aparentes marcas externas da
estilo neo-clássico. presença de cupins. Demanda
Membros da Corporação Operária
Elemento espúrio reparos na pintura, cobe'a e nas
construído com tábuas de de Camaragibe;
Diretores e trabalhadores da esquadrias.
madeira e cobe'a com
telhas de fibrocimento na Tapeçaria Casa Caiada;
lateral oeste do prédio,
onde já funcionou um Avaliação
depósito de bebidas, hoje O bem mantém sua
desa+vado.
Tecnicas ou modos de fazer
O prédio é um dos poucos configuração original nas suas
localizados na ZEPH (Zona fa0adas externas e se coloca
Especial de Preservação Histórica) em posição de destaque no
de Camaragibe que possui um conjunto arquitetônico do qual
Medidas
Área do terreno: 520m² estilo Neoclássico em suas faz pa'e. Impo'ante valorizar
(aprox.) fa0adas, apresentando frontão suas características
Perímetro do Terreno: triangular, marcações o'ogonais histórico-sociais.
90m (aprox.) volumes simétricos.
Área edificada: 364m² Sendo a construção original
(aprox.)
datada do mesmo período da Recomendações
Perímetro da edificação:
82m (aprox.) criação da Vila Operária, estima-se Valorização da edificação visan-
que se fez uso dos mesmos do evidenciar seu estilo
elementos e técnicas adotadas nas arquitetônico;
demais edificações, ou seja, Iluminação do entorno e da
arquitetura estrutural com uso de edificação em si;
blocos de +jolos cerâmicos Re+rada de elemento espúrio da
maciços, possivelmente com fa0ada;
argamassas de cal. Sinalização histórica

Fonte: entrevista com Seu Borba; Foto: Josivan Rodrigues


inventariocamaragibe/lugares/barracao/27072018 | pag 02/02
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Engenho Camaragibe DE CAMARAGIBE

Nome
Engenho Camaragibe, an$go Engen-
ho San$ago.

terras, cria loteamentos na extensão do


História território: Aldeia de Camaragibe, O que é?
Criado em meados do Século XVI, em Área remanescente do
Primavera, Nazaré, Bairro Novo do
terras doadas por Dua"e Coelho a Diogo Engenho Camaragibe com 11
Carmelo, São Pedro e São Paulo, entre
Fernandes, que #egara nas primeiras hectares de extensa área
outros. As novas áreas loteadas
levas de colonos ao Brasil, o Engenho verde e que compreende
estabeleceram impo"antes núcleos
Camaragibe inicialmente recebeu o nome algumas benfeitorias de valor
urbanos do município, somando-se à histórico e cultural, a exemplo
de Engenho San$ago, dedicado a San$ago
nucleação mais an$ga, localizada na Vila da Casa-Grande do Engenho
Maior. O engenho de açúcar foi atacado e
da Fábrica. Camaragibe, também
destruído por povos indígenas em 1555,
sendo reconstruído 9 anos depois. O conhecida como “Casa de
O protagonismo polí$co de Maria Maria Amazonas”, localizada
período de prosperidade segue até a
Amazonas e as a$vidades comerciais no topo da elevação do
ocupação holandesa. Não é possível terreno e que foi reconstruída
que eram realizadas no Casarão do
precisar o momento da mudança de nome no mesmo local da estrutura
Engenho Camaragibe, residência da
do empreendimento para Engenho original do engenho. Além
família, deve ter influenciado para que o
Camaragibe, mas é possível estimar que a desta área que compreende o
imóvel fosse mais conhecido como a
presença da flor camará, abundante na sí$o do Engenho Camaragibe,
“Casa de Maria Amazonas” nas úl$mas restam ainda, espalhados pelo
região e nas margens dos cursos d´água
décadas. Com papel polí$co e social na município, 200 hectares da
tornar-se-ia uma referência impo"ante.
cidade, Maria Amazonas oferecia serviço área inicial que era de cerca
de saúde pública para a população, além de 800 ha, de propriedade da
A cana-de-açúcar produzida nas terras do
de distribuição de remédios e oficinas de família Amazonas Mac Dowell.
Camaragibe era moída em Beberibe, no
aprendizado, como as de marcenaria
Engenho Salvador, de propriedade do O casarão de estilo
para a fabricação de beli#es com
donatário Dua"e Coelho, uma vez que o neoclássico, reconstruído na
mão-de-obra da população aprendiz.
engenho não possuía moenda, sendo a mesma locação da an$ga
Outro fato que fo"aleceu o
produção dividida meio-a-meio entre os edificação do engenho,
protagonismo de Maria Amazonas Mac
dois engenhos. possui, em seu interior, uma
Dowell foi a doação de terras para pequena capela consagrada a
construção do Seminário do Cristo Rei e San$ago Maior, datada de
Com o processo migratório iniciado para
do Convento das Carmelitas, em meados 1654. A Casa Grande foi
os grandes centros urbanos nas décadas
dos anos 1950. edificada abraçando a capela
de 1960 e 1970, dá-se o crescimento da
que se mantém em seu
população de Camaragibe, local que
Do an$go engenho, restou um casarão interior.
apresentava vastas áreas a serem
de estilo neoclássico erguido sobre as
ocupadas para moradia. Com o O Decreto Lei estadual no.
fundações da Casa Grande original, este
encerramento das a$vidades de cul$vo de 12.550, de 07 de Agosto de
antes com o dobro do tamanho atual, a
cana-de-açúcar nos 1960’s, Maria Anita 1987, estabelece o
an$ga moenda, as fundações da senzala,
Amazonas MacDowell, proprietária das tombamento da Casa Grande,
um conjunto de casas que serviam de sua área circundante e
respec$va paisagem do an$go
Engenho Camaragibe
inventariocamaragibe/lugares/engenhocamaragibe/27072018 | pag 01/03
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
Engenho Camaragibe

Onde está? apoio ao engenho e outras poucas Nazaré, Bairro Novo do Carmelo e
Localizado em Camaragibe, benfeitorias no terreno do sí‚o de 11ha São Pedro e São Paulo);
Região Metropolitana do de área, na entrada da cidade, e 2ha que 2006 - Falecimento de Maria Anita
Recife/PE, situado na entrada se encontra em regime de comodato Amazonas MacDowell
do município, na confluência com a Prefeitura de Camaragibe e onde
das rodovias estaduais PE-5 atualmente está localizado o Parque
com a PE-27, a 15 km da Camaragibe, equipamento público de Pessoas envolvidas
capital pernambucana. O uso social e recrea‚vo. O casarão abriga, Família Amazonas MacDowell
terreno limita-se a leste com a em seu interior, uma pequena capela
PE-27 (Estrada de Aldeia), ao
construída em 1654 e dedicada a Elementos naturais
sul, com BR-408 (Avenida
San‚ago Maior, revestida com azulejos
Belmino Corrêa) e, ao no€e e Os 11ha do terreno são compostos,
a oeste, com terreno da an‚ga de an‚gas igrejas po€uguesas. Foi
em quase sua totalidade, por área
Fábrica de Tecidos CIP, erguida em ação de graças pela vitória
verde que foi recomposta natural-
terreno hoje de propriedade na batalha contra os holandeses na
mente após o encerramento da
do empreendimento comercial Campina dos Camarás.
a‚vidade canavieira, nos anos 1960.
Shopping Camará.
Há pequenos cursos d'água
Períodos importantes presentes no local.
Século XVI
1545 - Doação das terras de Dua€e
Coelho para Diogo Fernandes Elementos construídos
1549 - Construção do Engenho Casa Grande do Engenho Cama-
Camaragibe ragibe e quatro casas de apoio
1555 - Destruição da Casa Grande por localizadas no acesso à casa grande,
povos indígenas an‚ga moenda e fundações da
Significado senzala, além de reservatórios de
1563 - Reconstrução da Casa Grande
Além de um impo€ante marco água e jardins. O Parque Cama-
do ciclo canavieiro de ragibe, localizado na porção sudeste
Pernambuco, o Engenho Século XVII
1639 - Período de ocupação holandesa do terreno, foi construído pelo
Camaragibe e sua Casa
1654 - Construção da capela consagrada governo municipal em regime de
Grande se confundem com a
história da cidade que ali se a San‚ago Maior comodato.
desenvolve, inicialmente
vinculada a São Lourenço da Século XIX
Mata e de forma autônoma, a
Vestígios
1880 - Venda de pa€e do terreno para
pa€ir de 1982. Pa€e das Fundações da an‚ga casa grande
instalação da Fábrica de Tecidos de
terras do engenho foram sob o atual casarão, fundações da
Camaragibe, peretencente à Companhia
loteadas, originando novos an‚ga senzala.
Industrial Pernambucana - CIP.
bairros. A edificação possui um rico acervo
composto por mobiliário an‚go;
Século XX
1951/1952 - Doação de terrenos para
construção do Seminário do Cristo Rei e Técnicas ou modos de fazer
do Convento das Carmelitas
As paredes principais de susten-
1960/1970 - Implantação de loteamentos
tação da casa fazem pa€e da capela,
(Aldeia de Camaragibe, Primavera,

inventariocamaragibe/lugares/engenhocamaragibe/27072018 | pag 02/03


Engenho Camaragibe

possuindo 80 cm de espessura, feitas Conservação público de uso social da comunidade


com blocos de pedras e argamassas A Casa Grande do Engenho com pistas de caminhada e c&per,
de barro com óleo de baleia, típico encontra-se em perfeito estado de equipamentos de ginástica e
das construções daquela época. conservação, com fa+adas e brinquedos infan‚s.
interiores íntegros, assim como área
do seu entorno. Nunca havendo um Recomendações
Medidas intervalo de tempo sem o uso de Devido ao valor histórico e cultural
Área do Casarão do Engenho: moradia no local, a constante do bem cultural, é impo"ante que a
571,70m² ocupação da edificação ajuda a população possa acessá-lo e
Perímetro do Casarão do Engenho: mantê-la viva. explorar a sua vocação memorial e
122,60m (aprox) A casa original sofreu alterações, museológica e para uso de
mudando, inclusive, sua fa+ada apresentações culturais para as
Área remanescente do engenho é de principal, que foi modificada no final quais é eventualmente u‚lizado.
200ha (hectares). Originalmente era do século XIX. Sua fa+ada original Atualmente não é permi‚do acessar
de 800ha. possuía 12 po"as em formato de o interior do imóvel, limitando-se o
Área do sí‚o onde se localiza o arcos e 12 janelas, o dobro da atual, visitante à área externa do
Engenho: 11ha (hectares). com 6 po"as, não mais em arcos, e 6 patrimônio construído.
janelas. Impo"ante dar visibilidade aos
Atualmente o casarão é composto As casas de apoio do sí‚o e a outros elementos construídos,
por: moenda estão em situação regular de inserindo-os num programa de
Pavimento térreo: 2 qua"os e 1 conservação. Já as fundações visitação, como no caso da
banheiro; terraço; cozinha, sala de originais da an‚ga senzala moendas, casas de apoio e an‚ga
jantar, área de serviço. encontram-se cobe"as por senzala, a mais prejudicada pela ação
Pavimento superior: 8 qua"os, 4 vegetação, o que impede a leitura do tempo.
banheiros, 1 salão de festas; daquela construção. Encontra-se em fase de estudo a
criação do Instituto Engenho
Atividades que acontecem atualmente no Avaliação Camaragibe com o obje‚vo de
O an‚go Engenho Camaragibe transformar os 11 ha do sí‚o em
lugar complexo cultural, aproveitando as
A edificação é u‚lizada como ocupa uma localização de destaque,
em pa"e elevada do terreno na vocações histórico-culturais deste
residência pelos herdeiros da família bem.
Amazonas MacDowell. entrada da cidade, com elementos
construídos, sobretudo o seu
casarão, compondo uma paisagem
Manutenção icônica, apreciável a pa"ir das
O bem é man‚do pela família Amazo- rodovias que o contornam e, ainda,
nas MacDowell. do Parque Camaragibe, espaço

Fonte: Entrevista com Cecília Mac Dowell; Foto: Josivan Rodrigues.


http://www.infopatrimonio.org/?p=25571#!/map=38329&loc=-8.017789999999986,-34.972429999999996,17
http://peredescoberto.blogspot.com.br/2008/01/uma-rica-histria-no-engenho-camaragibe.html
inventariocamaragibe/lugares/engenhocamaragibe/27072018 | pag 03/03
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Engenho Timbi DE CAMARAGIBE

História
O Engenho Timbi é adquirido por Francis-
co de Paula Corrêa de Araújo em 1850,
quando o compra de um de seus irmãos. A
propriedade de 900 ha já não mais
produzia açúcar mas ainda moía cana de
açúcar. O termo indígena Timbi, como nos
revela o Senhor Francisquinho (Francisco
de Paula Corrêa de Araújo Filho), neto de comercialização dos lotes ficaram sob a O que é?
Francisco de Paula, refere-se ao barulho responsabilidade da sua filha, Dona Área do an*go Engenho Timbi
Carmita. que compreende 4ha do
da água sobre as pedras no leito do rio.
terreno original de
aproximados 970ha, onde
A an*ga senzala do engenho foi demolida A urbanização da cidade de Camaragibe
encontramos a Casa Grande,
em 1850 e a Casa Grande passa por cresce na segunda metade do Século XX vestígios da casa de purgar
reforma nos anos 1920, quando são com os loteamentos que surgem nas açúcar e outras benfeitorias
ampliados os terraços, acrescidos os arcos terras dos engenhos Timbi e Cama- mais recentes. O Timbi *nha
em sua fa+ada e substituído pa3e do piso ragibe. seus limites a leste com o
por ladrilhos hidráulicos. A edificação Engenho Camaragibe, na
mantém ainda pisos e forros de teto A Casa Grande do Engenho Timbi é um altura da Mata do Privê; ao sul
originais em madeira de sucupira extraídas espaço de memória abe3o à visitação com o Rio Capibaribe; a oeste
onde se mantém exposto um rico acervo com a linha férrea do Tronco
das próprias terras do engenho. Um anexo
fotográfico e de objetos de época que No3e (Estrada
contíguo constitui a residência da família Recife-Limoeiro), no bairro de
de Dona Alzira, governanta do espaço que contam a história do lugar e da família
Albe3o Maia; e, ao no3e,
presta serviço à família há cerca de 50 Corrêa de Araújo, conservando próximo à Mata de Aldeia.
anos. A propriedade possuía um grande mobiliários, instrumentos musicais
açude próximo à sua sede. (piano e serafina), coleções de rádios e Onde está?
outros objetos de uso co*diano. A O bem está localizado à Rua
Até os anos 1950, a paisagem do Engenho organização do material foi pensada por Teixeira Soares, 199, no bairro
Timbi era formada por matas e canaviais. Seu Francisquinho e sua irmã Dona do Timbi, próximo à Prefeitura
Carmita que acrescentou as legendas às Municipal de Camaragibe.
Em 1951, Dr. 7ico, filho de Francisco de
Paula, vende à família Brennand 300ha de imagens.
Períodos importantes
terras próximas ao Rio Capibaribe, região 1850
onde está hoje localizado o bairro de Santa Aquisição das terras do
Mônica, dando lugar a um loteamento de engenho por Francisco de
granjas. A Vila Timbi, conjunto de imóveis Significado Paula Corrêa de Araújo
residenciais para locação, é construída em Apesar do desconhecimento por pa3e 1925-30
1952 às margens da Av Belmino Corrêa. da população acerca da história e da Reforma da Casa Grande
impo3ância deste bem cultural, o 1951
No início da década de 1960, com o Engenho Timbi está fo3emente Venda de 300ha da área
fo3alecimento do movimento das Ligas vinculado ao processo de formação da próxima ao Rio Capibaribe
Camponesas e o temor da ocupação de cidade. É em suas terras, e também nas para a família Brennand
suas terras, a família se muda para o bairro terras do Engenho Camaragibe, que irá 1952
da Madalena, no Recife. Dá início à criação se estabelecer a ocupação urbana destes Criação da Vila Timbi
dos loteamentos na área do Engenho territórios que dariam origem ao 1963
Timbi. Com a mo3e do Dr. 7ico, a município de Camaragibe. A avenida Criação dos primeiros dos
loteamentos
inventariocamaragibe/lugares/engenhotimbi/27072018 | pag 01/02
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
Engenho Timbi

Vestígios principal da cidade recebeu o nome de Manutenção


A casa de purgar, conve!ida Belmino Corrêa de Araújo. O Engenho Timbi é man(do pelo Sr.
em salão de jogos, apresenta Francisquinho com o obje(vo de “manter
uma parede construída com viva a história da famíla”. A manutenção
pedras que datam do período
do sí(o é feita por Dona Alzira e família
da construção original do Pessoas envolvidas que residem no local.
engenho; ta&os para Família Côrrea de Araújo, Seu
fabricação de açúcar Francisquinho, Dona Carmita, Francisco
u(lizados como vasos para
de Paula Corrêa de Araújo. Conservação
plantas estão expostos no
jardim e uma moenda de O sí(o e suas construções encontram-se
pequeno po!e encontra-se no D. Alzira e família, responsáveis pela em bom estado de conservação. Cuidam
terraço do casarão. manutenção do engenho. do espaço, além da caseira, 03
funcionários responsáveis por serviços
em geral.
Materiais
Edificação do casarão em Elementos naturais
alvenaria dobrada, esquadrias Área verde, jardins, árvores frutíferas,
de madeira, pisos em orquidário. Avaliação
ladrilho hidráulico, pisos e Apesar da impo!ância do Engenho Timbi
forros de madeira sucupira, para o processo de urbanização da
telhado com estrutura de cidade, a população em geral conhece
madeira e cobe!a em quatro Elementos construídos pouco da sua história. No entanto, a
águas com telha (po francesa. disponibilidade de acesso ao espaço e à
O sí(o remanescente do Engenho Timbi
possui uma casa grande, anexo contíguo exposição montada em sua casa grande
com residência da família que administra é uma excelente forma de conhecer a
Medidas o espaço, uma casa de purgar açúcar e história do bem cultural e da família
Área do terreno: 8626,00m²
duas garagens para carros. Corrêa de Araújo.
(aprox.)
Perímetro do terreno:
385,85m (aprox.)
Área da casa grande: Técnicas ou modos de fazer Recomendações
Recomendações para melhoria poderiam
426,10m² (aprox.) Construção convencional em alvenaria.
Perímetro do terreno: 90,65m ser feitas no tocante à sinalização
(aprox.) turística ve!ical para facilitar o acesso ao
local, bem como melhorias no
Atividades que acontecem no lugar paisagismo para evidenciar aspectos do
O casarão tem cumprido a função de sí(o e da casa grande, na iluminação
memorial com acervo permanente da cênica para realçar o espaço. A
família em exposição. Eventualmente o exposição também poderia receber uma
espaço é u(lizado para reuniões iluminação adequada para exibição e
familiares. Escolas do município complementação das legendas para os
costumam realizar visitas ao engenho. objetos

Fonte: Entrevista com Seu Borba, Seu Francisquinho , Corrêa de Araújo, Dona Alzira e Verônica; Foto: Josivan Rodrigues
inventariocamaragibe/lugares/engenhotimbi/27072018 | pag 02/02
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Escola José Collier DE CAMARAGIBE

Nome
Inicialmente foi 2amada de
Escola das Meninas, Em seguida,
Escola da Corporação Operária de
Camaragibe, de 1900-1904 até da Sagrada Família vindas da O que é?
1958; Escola das Irmãs da Sagrada França, e os meninos no prédio An#ga Escola das Irmãs da
Família, 1958 até 1967; Escola da onde funciona o atual SESI, Colé- Sagrada Família.
CIPER, de 1967 até 1987; Escola gio da Ordem Marista, com o
da Braspérola , 1987; Escola José corpo docente formado por
Collier, 1987 até hoje. padres. Os Maristas já estavam no
Brasil e foram trazidos para Onde está?
História Pernambuco por Carlos Albe$o de Localizada no lote situado
Fundada como Escola das Irmãs Menezes. entre a Avenida Doutor
da Sagrada Família em 1903, Pierre Collier, a Avenida
inicia#va de Carlos Albe$o de As freiras da Sagrada Família Comendador Muniz
Menezes, Diretor-gerente da contavam com um alojamento nas Ma2ado e a Rua A$ur
Fábrica de Tecidos de Cama- dependências da an#ga escola Medeiros de Araújo, no
ragibe, com o obje#vo de oferecer formada por quatro prédios origi- bairro da Vila da Fábrica,
educação formal e religiosa para nais, aos quais foram acrescidos Camaragibe.
as filhas dos funcionários da outros três volumes para ade-
empresa. Também era conhecida quação às demandas da estabe-
como Escola da CIP (Companhia lecimento ao longo do tempo. O
Industrial Pernambucana) e Escola bem, que mantém seu aspecto Períodos Importantes
da Braspérola. Existiu também a original, constitui um exemplar 1903
Escola dos Meninos, construída arquitetônico de destaque na vila Construção da escola para
operária. A an#ga Igreja de Santa as meninas;
anteriormente.
Emília de Rodat, padroeira da 1926
Com o criação da fábrica e da vila instituição de ensino, foi transfor- A escola passou a ser
operária, Carlos Albe$o de Men- mada em biblioteca, deslocando as heterogênea;
ezes decidiu construir uma escola a#vidades religiosas para a Igreja 1987
pensando na alfabe#zação dos do Sagrado Coração de Jesus, A escola passa a se
filhos dos operários. localizada também na Vila da 2amar Escola da
Fábrica. Braspérola, com a venda
Inicialmente, a alfabe#zação era da fábrica para o Grupo
Nos anos 1980, com a crise no Braspérola.
dividida por gênero e a formação
cristã era pautada na religião setor têx#l do Estado e no Brasil,
católica. As meninas estudavam a Fábrica de Tecidos CIPER, após
na Escola das Meninas, atual José a mo$e de Antônio Carlos de
Collier, com as freiras da Ordem Menezes, passa a ser dirigida por

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INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE Escola José Collier


Materiais José Collier, responsável pelo Elementos construídos
Edificação construída em processo de venda da fábrica. A Atualmente o bem é composto por
alvenaria dobrada, Braspérola adquire a indústria em quatro prédios datados da
esquadrias em madeira e 1987 e a escola passa a se Gamar fundação da escola e três
cobe$ura com telha #po Escola da Braspérola. A mudança edificações acrescidas às
canal e francesa, passeio para Escola José Collier é uma
em torno do prédio
originais, além de pá#os para
homenagem ao an#go diretor da recreação e áreas verdes
revestido em concreto,
fábrica que se empenhou em intermediárias.
muro em todo o perímetro
do terreno. encontrar as melhores soluções
para a gestão da vila operária no
processo de transição para o novo Atividades que acontecem no lugar
Medidas A#vidades educacionais voltadas
Área do Terreno: grupo investidor.
para o ensino fundamental.
3061,00m² (aprox.)
Perímetro do terreno:
393,40m (aprox.)
Significado
Inicialmente voltada para a Manutenção
A manutenção e funcionamento
Área da Edificação 1: alfabe#zação das filhas dos
são realizados pela Prefeitura de
322,60m² (aprox.) funcionários, torna-se mista na
Perímetro da Edificação 1: Camaragibe através da Secretaria
década de 1920. Era reconhecida
72,00m (aprox.) de Educação.
pela qualidade na formação dos
estudantes. Nela estudaram
Área da Edificação 2: também os filhos de Pierre Collier Conservação
190,00m² (aprox.)
e de Antônio Muniz MaGado. O conjunto apresenta bom estado
Perímetro da Edificação 2:
64m (aprox.) Possivelmente também os filhos de conservação.
de Carlos Albe$o de Menezes.
Área da Edificação 3: Muitos filhos de operários que
estudaram nessa escola seguiram
Avaliação
161,00m² (aprox.)
O uso e ocupação do espaço há
Perímetro da Edificação 3: formação universitária no
mais de 100 anos para a#vidades
53m (aprox.) prosseguimento de seus estudos.
educacionais colabora para a sua
Área da Edificação 4: conservação, apesar das
176,10m² (aprox.) Pessoas envolvidas intervenções visando adequação
Perímetro da Edificação: José Collier; enquanto ambientes le#vos que
60m (aprox.) Carlos Albe$o de Menezes; possam por ventura
Secretaria de Educação de descaracterizar o bem.
Área da Edificação 5: Camaragibe - SEDUC;
366,00m² (aprox.) Claudia Regina P. de Nóbrega
Perímetro da Edificação 5:
(gestora);
Recomendações
105,00m (aprox.) É impo$ante que a história
deste bem cultural, em seus
Área da Edificação 6: Elementos naturais aspectos materiais e imateriais,
214,50m² (aprox.) Área verde constituída de árvores possa ser evidenciada para a
Perímetro da Edificação: frutíferas, presente nos pá#os comunidade escolar, do seu
60,00m (aprox.)
internos; entorno e da cidade, a pa$ir de
Área da Edificação 7: debates e a#vidades que propi-
175,00m² (aprox.) ciam a experiência neste
Perímetro da Edificação: patrimônio.
54,00m (aprox.)
Fonte: Seu Borba; Tereza Collier; Dissertação de Mestrado: Histórias e Memórias da Escola José Collier (1988-1997) -
Márcia Nascimento da Silva, 2015, UFPE; Foto: Josivan Rodrigues
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INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Fábrica de Tecidos DE CAMARAGIBE

O que é?
Fábrica desa"vada há sete anos; Desde o
início de sua criação o edifício industrial
da fábrica de tecidos e de cerâmica,
denominados como Fábricas da
Companhia Industrial Pernambucana,
ficou conhecido por “Fábrica de
Camaragibe”. Depois da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945) passou a ser
designada como Fábrica de Tecidos da Camaragibe e Goiana teve sua principal Onde está?
CIPER ou do grupo CIPER. Em 1987, foi expressão em Camaragibe por fatores O endereço atual é Rua
vendida ao grupo BRASPÉROLA e ligados a a"vidade urbano-espacial que Honorato Costa, no bairro da
passou a ser conhecida como a Fábrica perpetuou sua existência. Vila da Fábrica, Camaragibe,
de Linho da BRASPÉROLA. Alguns anos região metropolitana de Recife.
depois foi, mais uma vez, vendida em Ao menos três ou quatro gerações
leilão judicial ao grupo francês VIVALIN viveram ligados a fábrica de tecidos da Fica a 12 m acima do nível do
que era fornecedor da fábrica e se mar, numa área a oeste de
Companhia Industrial Pernambucana em
constituiu com a marca VIVABRÁS. Recife, próxima da casa grande
Camaragibe. Cabe observar que o do Engenho Camaragibe em um
Atualmente, desistindo de dar território no qual conhecemos por terreno comprado em janeiro de
con"nuidade a a"vidade industrial, a “Camaragibe”, vivenciou etapas de 1891. O terreno compreendia
VIVABRÁS mantém uma parceria com ocupação e povoamento antes mesmo da uma área de terras
construtoras para implementação do colonização po>uguesa. A princípio estrategicamente escolhida e
complexo RESERVA CAMARÁ. território indígena, sabemos pouco sobre u"lizada para estruturar o
essas sociedades, por se tratarem de conjunto industrial que
povos da tradição oral e que compreendia: a fábrica
construída ao lado da ferrovia
História perpetuavam sua linguagem,
de Recife a Limoeiro, centro de
Quando criada, a fábrica de Camaragibe conhecimento e visão de mundo através
comércio de algodão em
era o maior estabelecimento industrial do de prá"cas próprias que não se Pernambuco, na área mais baixa
Estado de Pernambuco. A qualidade enquadravam na formalidade da escrita, do terreno em previsão do uso
industrial de seus produtos, gerou vide os registros documentais que das águas disponíveis na mata,
premiação em exposições industriais, dispomos. Assim, dentro de uma prá"ca onde construíram duas
estaduais, nacionais e internacionais, exploratória e extra"vista, as terras foram barragens - o açude São Bento
antes da 1ª Guerra Mundial. Ressaltemos tomadas dos indígenas pelo primeiro e o açude São João que levavam
os "jolos provenientes da olaria da CIP donatário e doadas a ocupantes. A água encanada a fábrica e a vila
intenção era de desenvolver a"vidades operária. Ao mesmo tempo,
que ganhou a Medalha de Ouro na
produ"vas nas terras, isso gerou sobre um planalto a 25 metros
exposição de 1908 no Rio de Janeiro. de al"tude, do outro lado da
Serviram para construir as fábricas e as incômodo dos indígenas que organizaram
ferrovia, foi construída a Vila
residências da vila operária em paredes frentes de resistência aos desmandos do Operária, u"lizando também os
com espessura de 50 centímetros. O colonialismo, mas acabaram sucumbindo "jolos fabricados na olaria.
projeto social trabalhista instaurado na às forças de repressão dos ocupantes.
Companhia Industrial Pernambucana em O segundo donatário, Dua>e Coelho de

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INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
Fábrica de Tecidos

Significado Albuquerque (1537-1578), opo3unidades de trabalho nos centros


O edifício da fábrica de tecidos d>u as terras improdu0vas em 1570 a urbanos e sua grada0va expansão que
de Camaragibe, construído dois homens que fizeram o engenho ocasionou em que pessoas com histórias
entre 1892 e 1895, foi a maior prosperar. Durante a ocupação holandesa diversas vieram se agrupar num território
indústria têx0l na época em foi palco de batalhas entre as forças despreparado para recebe-los em termos
Pernambuco. Criada pela materiais e institucionais.
na0vas e os holandeses para expulsá-los.
Companhia Industrial Resta que a experiência industrial da CIP
Tornou-se, após essa expulsão,
Pernambucana, situou-se em e sua tecelagem em Camaragibe teve
terrenos comprados ao propriedade do militar Mello cujo sua
filha herdara, mas devido ao casamento, consequências na composição social,
Engenho Camaragibe. Fez pa3e
do projeto a construção de uma tornou-se propriedade de Manuel Corrêa desenvolvimento local e produção
Vila Operária com serviços de Araújo e por conseguinte do seu filho, industrial que juntas têm significado
sanitários, de saúde, de mesmo nome, a quem pe3enceu em cultural impo3ante para a formação do
escolaridade e religiosos, 1817. Mais uma vez uma mulher, sua filha nosso país. Uma observação paciente dos
inspirado no catolicismo social herdou o engenho que passou a ser fatos permite entender que tratar da
segundo os termos da Encíclica propriedade de Pedro Francisco de Fábrica não se trata apenas de arrolar
Rerum Novarum do Papa Leão história de empresários ou daqueles que
Holanda Cavalcan0 de Albuquerque,
13 . A a0vidade industrial durou de0nham os bens de produção e poder.
barão e visconde de Camaragibe. Quando
mais de cento e vinte anos, e foi Não se trata de fazer a história dos
a principal empregadora no ele faleceu, após sua esposa, o herdeiro
nomeado no inventário, Barão de grandes personagens pernambucanos,
distrito que viria a ser o
município de Camaragibe. Sua Albuquerque preferiu vende-lo. O mas de um povo em torno de sua própria
história está sedimentada no adquirente foi o polí0co Manoel Corrêa organização, ocupação territorial e seu
processo de aceleração do de Araújo que faleceu em 1886 deixando imaginário que tecidos ao longo do
crescimento populacional, sua esposa, filha do barão de Escada, na tempo, se imbricam a vida das pessoas
ocupação territorial e direção do engenho com seus cinco que atualmente residem no município de
urbanização da cidade. A Vila filhos pequenos. Antônia Lins Corrêa de Camaragibe.
Operária, conhecida hoje Araújo dirigiu o engenho até 1941 e foi
como o bairro “Vila da ela que assinou a escritura de venda dos
Fábrica”, foi criada no intuito terrenos do engenho a Pereira Carneiro e Períodos importantes
de abrigar, em seu entorno, Companhia e Mendes e Companhia em 1891 - Incorporação da CIP e início das
os funcionários e dirigentes. 1891. construções em Camaragibe.
Isto assegurava facilidade
para o deslocamento Em relação a organização social e a 1895 - Vila operária com 152 casas
“trabalho-casa-trabalho” e Fábrica, é impo3ante considerar dois construídas, fábrica de tecidos e suas
fo3alecia os laços entre períodos na urbanização da cidade – a dependências, condições para o pleno
dirigida pela Corporação primeira a pa3ir das frentes de trabalho, funcionamento industrial. Criação da
Operária de Camaragibe com moradia e serviços educacionais com a capela no interior da fábrica.
pa3icipação do gerente da instalação da a0vidade industrial, no qual
fábrica. foi feito um esforço intencional de 1896-1899 - Organização de várias
propiciar elementos culturais e de associações: concelhos e serviços
cidadania. E o segundo período, (abastecimento, médico, escolar, religioso,
cinquenta anos depois, propiciado pelas edilidade) na vila operária e na própria

inventariocamaragibe/lugares/fabricadetecidos/27072018 | pag 02/04


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
Fábrica de Tecidos

fábrica (conselho profissional); passou a c!rdenar a tecelagem e a fiação Elementos naturais


Constituição da Corporação Operária. de Camaragibe além de outros Área alagada pe&encente ao rio
investimentos industriais e imobiliários. Camaragibe e fragmento de
1914-1918 - Crise pós Primeira Guerra mata atân‡ca. Existia a área
mundial. Trabalhadores ficam 1983 - Para modernizar suas fábricas molhada do ria*o Una, que
(Camaragibe, Alagoas), o grupo CIPER atualmente se encontra seco.
desempregados, mas não perdem a
residência, até que pudessem retornar aos investe 1 milhão de dólares na compra de
seus postos de trabalho, com a possível equipamentos industriais nos Estados
melhoria financeira da fábrica. A olaria Unidos da América. Com o aumento da
cessa suas a‡vidades. A fábrica recobra as dívida e dificuldades de capital de giro para Medidas
a‡vidades após a I Guerra. A Companhia pagar os salários, Antônio Carlos Azevedo Área do terreno: 2km² (aprox.).
Industrial Pernambucana põe a venda a de Menezes, diretor-gerente, cometeu Perímetro da construção:
suicídio no escritório em Camaragibe. José 10.000m² (aprox.).
usina de Goiana, garan‡ndo recursos para
Altura da construção: 9m
modernização do complexo industrial. Collier assume a direção do grupo CIPER.
(aprox.)

1921-1923 - Modernização do 1987 - A fábrica é vendida à BRASPÉROLA


equipamento da fábrica. Criação de uma que a dirige até o ano de 2001, quando
segunda vila operária no Alto da Boa cessa suas a‡vidades de fabricação de
Vista. Aumento do número de operários e linho misturado com algodão. A liquidação Atividades que acontecem no lugar
criação de novos prédios como anexos da do grupo deixa dívidas trabalhistas. A‡vidades relacionadas ao
fábrica. Shopping Camará.
2005 - O tribunal de trabalho decide a
1935-1939 - Crise de resultados da venda em leilão da fábrica e seu terreno
fábrica. principal em benefício do pagamento da
dívida trabalhista. A companhia francesa, Materiais
1937- Fim do uso do ramal ferroviário da VIVALIN, fornecedora de fibra de linho, Em relatório escrito em 1896,
Fábrica. compra a propriedade. Pierre Collier, engenheiro
responsável pelas construções,
1958 -Trabalhadores fazem greve por 2006 - A fábrica “apitou” para alegria de diz que as fundações, de 1 m de
reajuste salarial e melhorias na qualidade muitos residentes de Camaragibe. A largura, se apoiam em blocos de
VIVABRAS pôs a instalação da UNIFISA em granito, as paredes em ‡jolo
do trabalho, obtendo êxito no Tribunal de
têm 50 cm de espessura, os
Trabalho, mesmo a fábrica alegando não funcionamento.
ladrilhos e telhas são em
dispor de recursos. cerâmica e em cimento. As
2008 - A VIVABRÁS renuncia a produzir e estruturas fabris são em ferro
1964 - A fábrica esteve sob ameaça de entra em liquidação.Resulta um projeto fundido.
invasão pelo exército para prender imobiliário de construção de um centro
militantes a‡vos das causas trabalhadoras. comercial.

1964-1980 - Tempo de recessão 2011 - Lançamento do projeto imobiliário


industrial. Surge o Grupo CIPER que para o local e se entorno, para construir

inventariocamaragibe/lugares/fabricadetecidos/27072018 | pag 03/04


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
Fábrica de Tecidos

vários edifícios com fins residências e a instalação e que manteve até os anos
Técnicas e modo de fazer
comerciais. setenta e oitenta do século vinte. Por ser
O diretor gerente da companhia
encarregado da concepção, uma área priva‚va, poucas pessoas têm
construção e equipamentos era 2014 - Teresa Cristina Collier, filha de acesso a suas dependências e isto propicia
o Carlos Albeo de Menezes. Pedro Collier, neta de Pierre Collier, o afastamento da população frente a sua
Ele foi à Europa, França e engenheiro-fundador da Fábrica de própria história que está circunscrita nas
Inglaterra, prospectar e
Tecidos Camaragibe entra com o processo paredes do edifício.
encomendar os meios
de tombamento, junto a FUNDARPE, dos
necessários. Procurou para
contratar um engenheiro civil edifícios que compreenderam Fábrica.
especializado em construção 2018 - Inauguração do Centro Comercial, Recomendações
industrial e escolheu o Shopping Camará. Valorizar o potencial que o edifício da
engenheiro Pierre Collier. Eles fábrica tem para tornar-se espaço
aplicaram as técnicas mais museológico que se destine a abrigar o
avançadas da época para Pessoas envolvidas histórico da fábrica e da cidade, e outras
construir a fábrica, suas Na história, as pessoas que paiciparam a‚vidades como fomentar debates sobre o
dependências e a vila operária, a‚vamente da concepção, construção, patrimônio e a cultura material e imaterial
respeitando os limites do gestão e do trabalho produ‚vo, muitos do município, além de reflexões educa‚vas
orçamento e da disponibilidade hoje residentes na vila operária ou em diversas. Poderia também abrigar um
dos materiais no Brasil.
outros bairros de Camaragibe. São muitas espaço de culto ecumênico dando
pessoas entre acionistas, diretores, prosseguimento a existência da capela que
debenturistas, gerentes, pessoal técnico funcionou durante cerca de oitenta anos
Vestígios superior e operários com suas famílias dentro da fábrica.
O edifício da fábrica original
durante os 120 anos de funcionamento da
está com suas paredes intactas,
fábrica. Hoje se envolvem com interesse Garan‚r a integridade do espaço
mas os tetos shed estão
parcialmente em ruinas e tem maior sobre a propriedade: o Consórcio arquitetônico, de modo a blindar a tomada
sofrido agressões, do ‚po, Imobiliário, a sociedade civil, a prefeitura e os interesses do Consórcio para que a
destelhamento para reuso das de Camaragibe e o Governo do Estado. população camaragibense não perca este
telhas. O edifício original está bem cultural;
rodeado de galpões construídos
ao longo de anos quando a Avaliação Executar, nos termos da lei, com vistas no
fábrica estava funcionando por A fábrica é, em si, pae constitu‚va do resguardo da memória e gestão
aumentos sucessivos ligados a município de Camaragibe. Efe‚vamente, democrá‚ca da cidade, o tombamento pelo
mudanças de tecnologia de
instalou a primeira estrutura de poder público que envolve a Prefeitura de
produção têx‚l.
urbanização nas terras de Camaragibe. Camaragibe, a FUNDARPE e o IPHAN;
Além disso, hoje, sua impoância reside no
valor histórico e cultural para as pessoas Manutenção dos esforços da sociedade
Conservação que paiciparam efe‚vamente, suas civil através do Inventário Paicipa‚vo dos
O estado de conservação é famílias e para a população que a mantém Bens Culturais e do Conselho Municipal de
precário; destelhamento do teto Cultura de Camaragibe na perspec‚va de
viva no imaginário social.
em shed que torna o edifício
A impoância histórica da Fábrica é cobrar do poder público suas ações, bem
fragilizado face as intempéries
indiscutível principalmente considerando o como representar os interesses do povo no
conjunto arquitetônico que organizou com processo de tombamento.

Fonte: FUNDARPE; Tereza Collier; Foto: Divulgação


<w2.vatican.va/cntent/leo-xiii/pt/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum.html>
<diretodosmanguezais.blogspot.com.br/p/fabrica-de-tecidos-que-construiu-uma.html>
<www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-1637-5-janeiro-1907-582195-publicacaooriginal-104950-pl.html >
inventariocamaragibe/lugares/fabricadetecidos/27072018 | pag 04/04
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Gruta N. Sra de Lourdes DE CAMARAGIBE

Nome
Gruta; Gruta Nossa Senhora de
Lourdes.

História Para a celebração dos 50 anos do O que é?


Uma das versões para a história dogma papal da Imaculada Con- Gruta construída em
da Gruta de Lourdes em Cama- ceição de Maria, em 1904, o bispo devoção à Nossa Senhora
ragibe credita a sua instalação de Olinda e do Recife, D. Luiz de de Lourdes, dotada de
como pagamento de uma promes- Brito, pediu a Carlos Albe&o de altar e imagem réplica da
Menezes que organizasse a imagem de Lourdes, na
sa feita por Carlos Albe&o de
França. O local é um
Menezes à Nossa Senhora de criação de um grande monumento
espaço de religiosidade
Lourdes pelo livramento de um à Imaculada Conceição no morro onde os católicos
naufrágio em uma de suas viagens do Arrayal, atual Morro da Con- demonstram a sua fé em
à Europa. Pela graça alcançada, ceição em Casa Amarela. OOnde
queestá? missas e eventos
teria encomendado duas imagens resultou na construção da imagem religiosos.
réplicas da santa de Lourdes, na da Santa Nossa Senhora da Con-
França, para serem colocadas ceição. Carlos Albe&o de Menezes
num morro alto do Recife, a c3rdenou, junto a um grupo de
pessoas e imprensa a campanha Onde está?
imagem do Morro da Imaculada
Conceição, e em Camaragibe, para levantar os recursos O bem está localizado na
necessários para a construção do Praça da Gruta, entre as
construída entre a Fábrica de
ruas Carlos Albe&o de
Tecidos e a Vila Operária. monumento no Morro do Arrayal.
Menezes e Paulo Afonso,
Seu nome, o de Pierre Collier e de na Vila da Fábrica,
Pesquisa desenvolvida por Tereza outras pessoas envolvidas figu- Camaragibe, próximo à
Collier dá conta que a Companhia ram em placa fixada à base da Fábrica de Tecidos
Industrial Pernambucana - CIP e escultura. (entrada principal) e à
seus trabalhadores, através da Praça de Eventos de
Corporação Operária de Cama- O interior da Gruta é composto Camaragibe. A área é
ragibe, enviaram um ex-voto a por um altar e suas paredes eram con/nuidade do terreno
Lourdes, na França, em 1901. Na repletas de ex-votos. Hoje resta da Igreja do Sagrado
apenas um par de muletas e Coração de Jesus.
sequência é que a gruta em Cama-
ragibe teria sido criada. Seria uma placas gravadas em mármore com
forma de pedir proteção para o agradecimentos às famílias Collier
empreendimento industrial que e Menezes. O bem está inserido Períodos Importantes
permi/ria organizar a vida de na Praça da Gruta, espaço cerca-
1895 - 1901
tantas famílias, afirmando ao do por grades de ferro, em terreno Período da construção.
mesmo tempo a impo&ância da que apresenta declive, onde a
figura materna, feminina. pa&e inferior recebeu passeios

inventariocamaragibe/lugares/grutanossasenhoradelourdes/27072018 | pag 01/02


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE Gruta N. Sra de Lourdes


Materiais com piso em pedra graní/ca e da presença dos zeladores no
A construção original é jardins com plantas ornamentais e espaço. Jardins e passeios em
feita com pedras de algumas árvores frutíferas. Na pedras graní/cas e cimento
diferentes tamanhos, parede externa da gruta encon- compõem a pa&e baixa do
simulando uma gruta tra-se uma pedra fincada em logradouro. A pa&e superior,
natural. moldura metálica trazida da Gruta posterior à construção da gruta, é
de Nossa Senhora de Lourdes, na acessada a pa&ir de escadaria de
França. cimento, mantendo o solo natural
Técnicas ou modos de fazer na maior pa&e do terreno.
As pedras são justapostas
com uso de argamassa.
Significado
O espaço é um marco histórico e Manutenção
religioso da cidade, também de A manutenção é realizada pela
reconhecido valor turístico. prefeitura de Camaragibe que
Medidas mantém dois zeladores nos turnos
Área: 2400m² (aprox.). da manhã e da tarde.
Perímetro: 200m (aprox.). Pessoas envolvidas
Ordem do Sagrado Coração de
Jesus, comunidade religiosa local,
Conservação
Vestígios Prefeitura de Camaragibe. O Gruta de Lourdes e sua praça
Ruínas de an/ga encontram-se em estado de
construção localizada na conservação regular, com grades
pa&e superior do terreno. Elementos naturais e jardins mal cuidados e
Pedra da Gruta com Vegetação composta por árvores iluminação inadequada.
aproximadamente 20cm frutíferas, como mangueiras e
de diâmetro que teria sido jenipapos, e plantas ornamentais
trazida da cidade nos jardins. Avaliação
Soubirous, França, em Instalação de sinalização turística
troca de ex-voto
ve&ical; melhoria da iluminação
concedido por Carlos Elementos construídos pública, realização de eventos que
Albe&o de Menezes.
Construção de pedras simulando promovam a u/lização do espaço,
uma gruta natural. Acima da recuperação/adequação do gradil
abóbada de pedras encontra-se a externo da praça de forma a
Atividades que acontecem no lugar
imagem de Nossa Senhora de o/mizar a visualização do bem
São realizadas missas, Lourdes. Há uma grade de ferro cultural e sua integração à
cerimônias de casamento,
com po&ão delimitando o acesso paisagem do entorno.
primeira comunhão,
eventos religiosos, e
ao interior da construção, onde
também visitas de escolas. encontramos o altar para as
Ainda, é espaço de cerimônias religiosas. À frente do Recomendações
sociabilidades entre jovens espaço, bancos de cimentos em Instalação de sinalização turística
da cidade que buscam forma de semicírculo são ve&ical; melhoria da iluminação
vivências em um espaço u/lizados pelos fiéis durante as pública, realização de eventos que
que permite fo&alecer as missas. A Praça da Gruta, que promovam a u/lização do espaço,
iden/dades cole/vas. envolve o bem cultural, tem todo recuperação/adequação do gradil
Configura-se como o seu perímetro circundado por externo da praça de forma a
espaço de potencial
grandes de 1,50m de altura com o/mizar a visualização do bem
turístico.
dois po&ões de acesso que são cultural e sua integração à
man/dos abe&os durante, quando paisagem do entorno.

Fonte: Seu Borba; Tereza Collier; https://www.youtube.com/watch?v=hW2_lQ-eCCM; Foto: Josivan Rodrigues


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INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Guarany Esporte DE CAMARAGIBE


Clube
História
O Guarany Espo!e Clube é fundado em
1920 por trabalhadores e diretores da
Fábrica de Tecidos de Camaragibe. Seu
nome é uma referência ao povo indígena
Guarany e carrega as cores vermelho e
azul.

O clube &egou a congregar 300 sócios,


sendo o futebol o seu fo!e. O seu deu em 1995, mo(vada pela mudança no O que é?
arquirrival, o Clube Penarol, fundado a perfil do público, sendo estas a(vidades Clube espo!ivo e social com
pa!ir de uma dissidência do Guarany, foi retomadas a pa!ir de 2017. O clube e registro profissional na
fundado em 1945. A rivalidade entre os seu patrimônio foi doado à comunidade Federação Pernambucana de
clubes fazia com que os atletas, torcedores da Vila da Fábrica pela diretoria da Futebol. Realiza shows e
e simpa(zantes de uma agremiação Companhia Industrial Pernambucana - eventos diversos em sua
evitassem entrar no clube adversário, CIP. sede. No passado, possuía,
&egando ao extremo, muitas vezes, de além da equipe masculina de
evitar passar na frente das suas sedes. futebol de campo, equipes de
Contudo, o embate no campo entre os Significado voleibol e futebol de salão
(mes só viria a acontecer na década de Seu significado, desde sua origem, (modalidades masculina e
sempre foi, e ainda hoje o é, feminina).
1980, com direito a briga e confusão no
gramado, em dois ce!ames, sendo um reconhecido por ser um clube do povo.
empate e uma vitória do Penarol. Para os que vivenciaram os tempos Onde está?
áureos do clube, lá encontravam uma O Guarany Espo!e Clube está
Entre 1952 e 1954, funcionou na sede do segunda casa, como lembra Seu Joca, 80 localizado na Avenida
Guarany a “Voz Eletrônica”, um programa anos de idade, jogador da equipe de Comendador Muniz Ma&ado,
de rádio, difundido a pa!ir dois voleibol do clube. no bairro da Vila da Fábrica,
auto-falantes instalados na fa&ada do Camaragibe.
clube, que acontecia às segundas, qua!as Pessoas envolvidas
e sextas-feiras. A programação trazia A própria gestão administra(va (2018), Períodos Importantes
músicas executadas a pa!ir de toca discos composta por 21 diretores: 1 presidente; 1920
e reclames do comércio local, com 1 vice-presidente; Diretoria execu(va, Fundação do Guarany
destaque para a resenha espo!iva às Conselho Fiscal e Conselho Delibera(vo. Espo!e Clube.
segundas-feiras que trazia o resumo dos O quadro de sócios, que já &egou a 1952-1954
jogos realizados no domingo. A população possuir 300 membros, hoje não possui Funcionamento da Voz
se concentrava em frente ao clube, à Praça mais nenhum. Eletrônica.
Antônio Luiz de Souza para acompanhar as 1995
notícias. As festas e os bailes também Encerramento das a(vidades.
aconteciam na praça, embalados pelo
toca-disco.
Atividades que acontecem atualmente no 2010
Reestruturação.
lugar
Uma crise financeira em 1956 levou a uma Escritório do clube, guarda do acervo,
greve entre os funcionários do clube. O apresentações, eventos e shows music-
encerramento das a(vidades na sede se ais.

inventariocamaragibe/lugares/guaranyesporteclube/27072018 | pag 01/02


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
Guarany Esporte
Clube

Materiais Manutenção e estado de conservação


Sua arquitetura apresenta
A manutenção do clube é realizada pela
técnicas constru#vas
contemporâneas com uso de
diretoria. Apresenta bom estado de
alvernaria, blocos cerâmicos, conservação (avaliação de 2017), mas
argamassas de cimento, ainda carecendo de reparos.
estruturas em ferro e cobe%a
em telhas de alumínio e de
cerâmica. Avaliação
O clube encontra-se em processo de
ElementosConstruídos reestruturação, com pequenos reparos
O espaço da sede é composto, sendo executados. O foco da sua
no térreo, por três salões, presidência é fo%alecer o #me de futebol.
palco, bar, banheiros, bilheteria. O espaço da sua sede apresenta-se como
No mezanino, que possui piso opo%unidade para funcionamento
de madeira, há dois cômodos, enquanto equipamento cultural, com
um u#lizado como depósito de ampla área para mostras e eventos,
materiais e do acervo e o integrando-se inclusive com diversos
segundo encontra-se outros espaços históricos do seu
interditado por conta do risco
entorno, a exemplo da praça pública, o
de desabamento. O forro
acústico foi recentemente
Cineteatro Bianor Mendonça Monteiro, a
trocado, permi#ndo a realização Fundação de Cultura e o Barracão, que
de eventos musicais. constituem juntos um circuito do
patrimônio histórico da cidade.

Medidas
Área construída: 482,80m² Recomendações
(aprox).
Para ações/intervenções futuras,
Perímetro da construção:
99,00m (aprox). recomenda-se uma maior visibilidade e
uso para o espaço e exposição do acervo
histórico da agremiação. Uma série de
a#vidades estão sendo idealizadas para a
comemoração do centenário de fundação
em 2020.

Fonte: Entrevista com Seu Borba, Seu Joca e Quinha do Guarany; Foto: Josivan Rodrigues.
inventariocamaragibe/lugares/guaranyesporteclube/27072018 | pag 02/02
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Igreja do Sagrado DE CAMARAGIBE


Coração de Jesus

História
Surgindo como Paróquia da
Congregação dos Padres do
Sagrado Coração de Jesus, seu
funcionamento teve início numa O novo espaço manteve a O que é?
capela instalada na estrutura fabril organização estabelecida na Igreja pe&encente à
da Companhia Industrial capela da fábrica, onde o espaço Congregação dos Padres
Pernambucana - CIP, no ano de era organizado em três pa&es: (1) do Sagrado Coração de
1894. Carlos Albe&o de Menezes pa&e com imagem de Nossa Jesus, Ordem fundada
buscou implementar um modelo Senhora, local onde as mulheres pelo Padre francês Dehon
social com base no catolicismo, em 1878. A atual
assi+am à missa; (2) eixo central edificação foi construída
inspirando-se em experiências com Altar-mor, onde repousava a
como a do Padre Léon Harmel em 1984.
imagem do Coração de Jesus,
cujo projeto desenvolvido na compo&ava as crianças e,
França versava sobre uma “família posteriormente, as autoridades; e
industrial”. À procura de novas Onde está?
(3) pa&e posterior para os A Igreja do Sagrado
formas de existência frente a um homens onde estava a imagem de
mundo industrial e de um modelo Coração de Jesus está
São José. situada à Avenida Doutor
para o Brasil, Menezes trouxe
Pierre Collier, esquina com
para Camaragibe organizações Em 1983, iniciou-se a construção a Rua Paulo Afonso, no
católicas que +nham o foco na da nova igreja no local atual, bairro da Vila da Fábrica,
educação popular: Sagrado contando com uma campanha em Camaragibe.
Coração de Jesus, Salesianos e a realizada pela própria população e Períodos Importantes
Sagrada Família. Os custos eram apoios da Prefeitura Municipal, do 10 de Junho
financiados pela CIP. Sr. João Pereira, administrador da Festa do Padroeiro de
fábrica à época, e da Sra. Maria Camaragibe / Sagrado
Nos anos 1970, com a solicitação Anita Amazonas Mac Dowell. Coração de Jesus
de Antônio Carlos Azevedo de 29 de abril de 1984
Menezes, gerente da indústria de A área social localizada no terreno Data de inauguração.
tecidos e neto do fundador, a posterior à igreja compo&a uma
paróquia deixa de funcionar na farmácia de produtos fitoterápicos
capela existente no interior da construída em 2005. Uma obra de
fábrica e passa a funcionar no ampliação do salão paroquial foi
prédio onde hoje fica o Cine realizada em 2010. O terreno já foi
Teatro Bianor Mendonça ocupado no passado como Tiro de
Monteiro. Depois passa a Guerra, espaço para o
funcionar na mesma rua, em lugar treinamento de +ro, e sede da
próprio na Vila da Fábrica Banda Municipal de Camaragibe

inventariocamaragibe/lugares/igrejadosagradocoracaodejesus/27072018 | pag 01/02


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE Igreja do Sagrado


Coração de Jesus
Materiais
O volume arquitetônico é
cercado por gradil
metálico que permite a
visualização da Significado Manutenção
construção em alvenaria
Significado religioso e histórico Realizada por administração religiosa
com esquadrias de
madeira e vidro; algumas desde seu uso na fábrica até o local que periodicamente realiza a
paredes com fe*amento local atual. renovação da pintura, além de pequenos
em cobogó de concreto O bem fixa uma prá%ca religiosa reparos no edifício.
que facilitam a ven%lação e e uma tradição espiritual na vila
iluminação naturais; operária de Camaragibe,
revestimento do piso vinculando a Ordem do Sagrado
externo em lajota de Coração de Jesus com o projeto Conservação
cimento e granilite na área social do industrial Carlos A igreja apresenta bom estado de
interna; parede do Albe(o de Menezes conservação (avaliação de 2017),
altar-mor revestida com necessitando apenas de melhorias no
placas cimentícias e as
paisagismo e iluminação de seu entorno.
demais em argamassa
pintada; telhado com Pessoas envolvidas
estrutura em madeira e Congregação dos Padres do
telhas cerâmicas %po Avaliação
Sagrado Coração de Jesus,
francesa.
equipe da igreja, população. O bem se destaca do conjunto
arquitetônico por sua expressão
moderna, com águas em ângulo
Técnicas ou modos de fazer agudo e pelo uso de materiais
Uso de técnicas modernas; Elementos naturais como o cobogó, vidro e
uso de elementos per- Árvores na pa(e posterior da edifi- madeira.
meáveis, como o cobogó; cação, na área limítrofe com a praça
que envolve a Gruta Nossa Senhora de
uso abundante de madeira
Lourdes.
nos elementos estruturais e Recomendações
esquadrias Para ações/intervenções futuras,
recomenda-se a lavagem das telhas
Elementos construídos cerâmicas do telhado, sem a
A edificação da igreja, torre de sino na necessidade de troca de todas as
Medidas
sua lateral esquerda e anexo onde peças devido goteiras e outros
Área do terreno: 709,75m² funciona a farmácia e a produção de possíveis problemas;
(aprox) fitoterápicos. Valorização e conservação da igreja
Perímetro como marco arquitetônico e
do terreno: 107,70m² (aprox) elemento da história da vila
Área da igreja: 357m² Atividades que acontecem no lugar operária.
(aprox) Missas e celebrações, a%vidade de
Perímetro produção e comercialização de medica-
da igreja: 84,20m² (aprox) mentos fitoterápicos.

torre: 13,40m²

Fonte: entrevista com Seu Borba; Foto: Divulgação

inventariocamaragibe/lugares/igrejadosagradocoracaodejesus/27072018 | pag 02/02


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

República dos Solteiros DE CAMARAGIBE

Nome
República dos Solteiros, Casarão, atual
sede da Fundação de Cultura de
Camaragibe.

História O que é?
Com a criação da Fábrica de Tecidos de
Casarão em estilo
Camaragibe no final do Século XIX e sua
Neocolonial, construído em
vila operária, uma das primeiras da Améri- Relatos falam da existência de uma 1895, com o advento da
ca La%na, a an%ga República dos Solteiros segunda república de solteiros construí- construção da vila operária.
foi construída entre 1895 e 1900 para da no local, hoje, ocupado pela Praça Funcionava como residência
servir de acomodação para trabalhadores Antônio Luiz de Souza, também conheci- para os rapazes solteiros que
solteiros, servindo de residência aos da como Praça do Guarany, tendo sido vinham trabalhar na Fábrica
operários por quase 100 anos. demolida, possivelmente, na década de de Tecidos Camaragibe. O
1960, após um crime ocorrido no local. edifício pe+encente à
O imóvel, que em sua planta original, era municipalidade é hoje sede da
composto por seis qua+os no pavimento Fundação de Cultura de
Camaragibe e abriga, em seu
superior, sendo cada ambiente ocupado,
pavimento térreo, a Galeria
em média, por 3 ou 4 rapazes. No térreo, Significados Vila, equipamento voltado
as seis dependências serviam a pequenos Atuando como Fundação de Cultura de para a linguagem das a+es
estabelecimentos comerciais, além de uma Camaragibe, compete a esse órgão visuais. No pavimento inferior
banheiro cole%vo. Entre os pequenos elaborar, executar e c;rdenar a polí%ca temos ainda a Barbearia São
negócios que se estabeleceram no cultural do município, proporcionando à Luiz, estabelecida há mais de
casarão, está a Barbearia São Luiz, ainda população maior acesso aos bens seis décadas no imóvel.
hoje em funcionamento, além de uma culturais com vistas na pa+icipação
sapataria e sorveteria que já não funcion- democrá%ca e pa+icipa%va da população.
am mais. É papel, também, fomentar as polí%cas Onde está?
culturais no município ao longo do ano, A an%ga República dos
Sede da Fundação de Cultura de Cama- abrangendo ações com segmentos Solteiros está localizada no
ragibe desde a sua criação em 1997, o a+ísticos, como: A+es Cênicas, A+es bairro da Vila da Fábrica, à
espaço abriga a pa+e administra%va da Plásticas, Audiovisual, Literatura, Avenida Doutor Pierre Collier,
autarquia no pavimento superior e a Música, Patrimônio e Cultura Popular. s/n.
Galeria Vila, no térreo que já deu lugar ao Além disso, como República dos
Centro de Memórias Carlos Albe+o de Solteiros, há o significado simbólico
Menezes com uma exposição permanente ligado diretamente com os moradores Contato
com o tema da Fábrica de Camaragibe. que viveram nessa época. Telefone: (81) 3484-2687

inventariocamaragibe/lugares/republicadossolteiros/27072018 | pag 01/02


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
República dos Solteiros

Materiais Pessoas envolvidas Avaliação


Tijolos cerâmicos, madeira e Fundação de Cultura de Camaragibe. O imóvel ocupa um localização
granito. Prefeitura de Camaragibe. privilegiada no bairro histórico da Vila da
Fábrica, compondo com outros bens de
impo+ância histórica, como é caso da
Elementos construídos an#ga Escola das Irmãs, o Barracão da
O casarão da an#ga República dos Vila, a Praça do Guarany e o Cine Teatro
Medidas Solteiros ocupa o centro de um lote de
Área do terreno: 376,30m² Bianor Mendonça Monteiro, um circuito
(aprox.).
destaque no bairro da Vila da Fábrica, patrimonial que pode ser explorado em
Perímetro do terreno: 82m² entre as avenidas Pierre Collier e vivências voltadas à educação
(aprox.). Comendador Muniz Ma'ado, primeiras patrimonial e ao turismo. A galeria é um
vias a serem traçadas no bairro operário impo+ante atra#vo para dar uso ao
Área da edificação: 175,30m²
(aprox.). e duas travessas destas avenidas. A espaço e ocupação do equipamento
Perímetro da edificação: construção é rodeada por um passeio de cultural. É possível pensar adequações
54,40m² (aprox.). paralepípedos e possui dois pavimentos. estruturais que permitam o acesso de
As paredes são em alvenaria estrutural cadeirantes e outras pessoas com
com #jolos maciços de cerâmica, piso do mobilidade reduzida.
térreo em granilite, piso superior e forro
de madeira e cobe+a em 4 águas com
Atividades que acontecem no lugar estrutura de madeira e telhas do #po Recomendações
capa-canal. O prédio possui guarda São necessárias obras de restauro na
A#vidades administra#vas da
Fundação de Cultura de corpo e alpendre de madeira em toda a edificação e adequação do imóvel para
Camaragibe, autarquia vinculada extensão do perímetro do pavimento garan#r acessibilidade para pessoas com
à Prefeitura de Camaragibe que superior. deficiência (PCD). A ampliação da Galeria
elabora e executa polí#cas Vila, fazendo uso de toda a área do
voltadas aos segmentos culturais casarão, ofereceria novas possibilidades
da cidade e a#vidades Manutenção de experiências nas a+es visuais, com
exposi#vas e educa#vas da A manutenção é realizada por uma espaços voltada os para capacitações,
Galeria Vila. funcionária vinculada à Prefeitura de palestras, etc.
Camaragibe.

Conservação
É regular o estado de conservação do
imóvel. São necessários reparos nos
pisos internos e externos de madeira e
no guarda-corpo do alpendre.

Fonte: Entrevista com Seu Dehon, Dona Neuza; Materiais disponíveis na Biblioteca Municipal Penarol;
<https://www.youtube.com/watch?v=IHKh5D3bqLg>; Foto: Josivan Rodrigues
inventariocamaragibe/lugares/republicadossolteiros/27072018 | pag 02/02
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE
Pedra da Gruta
de Lourdes

História
Carlos Albe!o de Menezes,
fundador da Companhia Industrial
Pernambucana, em promessa à
Nossa Senhora de Lourdes para
livramento de um naufragio, teria
doado duas imagens da santa em
1892 para Camaragibe e para o
Recife. Uma imagem maior, que
seria colocada no alto de um morro
da capital pernambucana, a imagem
de Nossa Senhora da Conceição
(atual Morro da Conceição) e uma
segunda, menor, réplica da imagem lar-se direto com o local da O que é?
de Nossa Senhora de Lourdes aparição de Nossa Senhora de Pedra trazida da Gruta de
francesa, colocada próximo à Fábri- Lourdes, na França. Lourdes, na cidade
ca de Tecidos de Camaragibe, em Soubirous, na França, por
uma gruta construída para abrigá-la. ordem de Carlos Albe!o de
Menezes. Encontra-se em
A Pedra da Gruta encontra-se Pessoas envolvidas uma moldura de metal,
encravada na fa/ada da construção Representantes da Paróquia do presa por quatro grandes
em uma moldura metálica. Sagrado Coração de Jesus, em parafusos de cabeça
especial o Terço dos Homens, torneada, com mais de 100
Filhas de Maria do Coração de anos. Impo!ante referência
Períodos Importantes Jesus e as Mães Cristãs. para os católicos de
Durante os meses de maio, junho, Camaragibe desde o
outubro e dezembro, a comunidade surgimento da Gruta no
católica segue até a Gruta de início do século XX.
Lourdes para prestar suas homena-
Materiais
gens e fazer os seus pedidos e Pedra em formato arredondado
agradecer as graças alcançada à com diâmetro aproximado de
Nossa Senhora de Lourdes, através 20cm, fixada a pa!ir de moldu-
ra metálica parafusada à fa/ada Ondeestá?
do terço, das missas, novenas e Localizada na Gruta de
outros ritos religiosos. também de pedras.
Lourdes, construída na Vila
da Fábrica entre a Rua
Carlos Albe!o de Menezes
Significado Conservação e a Rua Manoel Honorato
Segundo os fiéis, ao tocar a Pedra Con6da na fa/ada da Gruta, da Costa, A “Pedra de
da Gruta de Lourdes, é possível ter protegida por gradis metálicos, Lourdes” encontra-se
a fé renovada e fazer pedidos à encontra-se bem conservada. encravada entre outras
santa. O objeto é reificado ao vincu- pedras que compõem as
paredes do santuário.

inventariocamaragibe/objetos/pedradagrutadelourdes/27072018 | pag 01/02


Pedra da Gruta
de Lourdes

Manutenção
A Igreja do Sagrado Coração de Jesus e
a Prefeitura Municipal de Camaragibe
são responsáveis pela manutenção do
local que conta com dois zeladores. Nos
eventos, os pa‚icipantes também colab-
oram na limpeza do espaço e na dec-
oração.

Atividades relacionadas ao objeto


Missas e eventos religiosos que aconte-
cem na Gruta, principalmente no natal e
na festa do padroeiro, realizado no dia
10 de junho.

Avaliação
O objeto incorporado à construção da
Gruta de Lourdes mantém-se conserva-
do. Porém, a grade de proteção da
construção impedem a sua visibilidade.

Recomendações
Tombamento do objeto e da Gruta para
fo‚alecimento do seu valor histórico e
incen$vo a ações de salvaguarda. É
impo‚ante dar mais visibilidade e trazer
maiores informações aos visitantes por
meio de sinalização.

Fonte: entrevista com Seu Borba; Foto: Josivan Rodrigues


inventariocamaragibe/objetos/pedradagrutadelourdes/27072018 | pag 02/02
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Beto Hortis DE CAMARAGIBE

Nome
Beto Ho&is (João Robe&o de
Santana Alves)

História
Produtor Musical, arranjador, cantor Surubim que já havia profe"zado ao Quem é?
vê-lo tocar: “Esse menino tem Cantor, compositor,
e compositor, João Robe&o de instrumen"sta, arranjador e
Santana Alves, Beto Ho&is, nasceu muito futuro”. Após a temporada
produtor musical.
em Camaragibe em 1974 e é atual- com Toinho, ingressa na Banda
mente morador do bairro do Timbi. Feijão com Arroz, do Recife.
Neto de sanfoneiro, seu avô mater- Onde está?
no Vítor lhe deixou uma sanfona de Durante três anos, Beto Ho&is
Reside no bairro do Timbi, em
80 baixos, entregue por sua mãe tocou com Jorge de Al"nho de
Camaragibe
quando esse veio a falecer. Aos 11 quem recebe uma sanfona adquirida
anos de idade, passou a fazer pa&e a Gennaro, um dos maiores acorde-
da banda marcial do Colégio Gradi- onistas do país, e já havia passado
pelas mãos de Luiz Gonzaga, e Períodos importantes
ente, onde executava as musicas na
deveria ser paga com shows. 03 de setembro de 1974 Data
sanfona e na corneta, junto com seu de nascimento
professor Moisés. Com 13 anos Contudo, depois do primeiro show,
o a&ista desiste de cobrar pelo 2006
conheceu o Seu Luiz dos 8 baixos Gravação do primeiro CD em
no an"go Forró do Seu Joca, na Rua instrumento.
sua carreira solo
Eliza Cabral de Souza, subida do
A pa&ir do convite da “Rainha do 2008
Carmelo. Seu Joca, morador do
Forró” Eliane para integrar a sua Vencedor do Concurso de
Bairro Novo, apresenta o garoto ao Acordeonistas de Limoeiro do
Seu Bibiu, no Buraco Fundo (Bairro banda, percorreu todo o Brasil,
mudando-se para Fo&aleza/CE. A No&e/CE, representando
dos Estados), que tocara com o avó Camaragibe.
de Beto no “Urso de Seu Mariano” nova fase da sua carreira trouxe
(Urso Preto de Mariano). Com este, reconhecimento nacional para o
descobre o verdadeiro significado da músico que acompanhou ainda a
Contato
sanfona, aprendendo as técnicas do Banda Magníficos por 6 anos e o
Telefone: 81 99948-5841
instrumento. Os encontros e forrozeiro Alcymar Monteiro.
aprendizados na casa de Bibiu se Pa&icipou da gravação de DVDs de
davam aos domingos e, em seguida, Maciel Melo, Petrúcio Amorim e
diariamente. Outro mestre com o Elba Ramalho.
qual Beto pode aprender técnicas do
acordeon foi Seu Juarez. Sua Em 2006, foi campeão do Festival
estréia nos palcos foi com Toinho de do Frevo do Recife com a música

inventariocamaragibe/pessoas/betohortis/27072018 | pag 01/02


Beto
DE CAMARAGIBE
Hortis
INVENTÁRIOO PPARTICIPATIVO
T CIPA
PATIVO

Recifoleando e no I Festival do Frevo da Humanidade


(2013), promovido pela prefeitura do Recife, venceu
na categoria Frevo de Rua apresentando “Com que
saudade Seu Dominguinhos” em homenagem ao
mestre de Garanhuns. Em parceria com a Banda
Sinfônica do Recife, abriu as po„as da música
instrumental para os ritmos regionais. Beto Ho„is
tem desenvolvido ainda projetos com Maestro Spok
e Orquestra

Seu primeiro CD de 2006 dá início a sua carreira


solo e contou com pa„icipações especiais de
Dominguinhos, Oswaldinho, Santana, Alcymar
Monteiro e Seu Bibiu. Em 2010, passa a acompanhar
Geraldo Azevedo, pa„icipando da gravação do 1º
DVD do cantor e compositor de Petrolina.

É da sanfona que Ho„is €ra o seu sustento, com a


qual dá con€nuidade ao legado dos mestres
Gonzaga e Dominguinhos, além de reverenciar a
história do seu avô materno, expressando seus
sen€mentos através da sua música.

Recomendações
O músico acredita que é necessário um fo„e
trabalho nas escolas de forma a„iculada para
mostrar o valor histórico e cultural do forró e
da sanfona, com maior apoio governamental
para envolver os jovens nesta impo„ante
manifestação regional, frente à ameaça que
este gênero musical vem sofrendo. O seu
grande sonho é abrir uma escola de música
em sua cidade voltada para as crianças,
sobretudo as mais carentes, para que possam
ocupar suas mentes e sua vida com essa
forma de expressão.

Fonte: Entrevista com Beto Hortis; Foto: Divulgação.


inventariocamaragibe/pessoas/betohortis/27072018 | pag 02/02
INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Jota do Acordeon DE CAMARAGIBE

História
Nascido em São Lourenço da Mata
e morador de Camaragibe, José
Severino é conhecido
popularmente como Jota do
Acordeon. Seu primeiro contato
com a sanfona foi aos 12 anos de
idade, um instrumento adquirido
por seu irmão que o vende dois
anos mais tarde. Dos 14 aos 22
anos de idade, quando adquiriru
sua primeira sanfona com o “suor
do seu trabalho”, tocava com Rio Grande do No(e, mantendo Quem é?
instrumentos emprestados. também sua atuação em Sanfoneiro e músico
Músico auto-didata, aprendeu a Camaragibe e redondezas. Jota do profissional
tocar observando os primos e Acordeon e sua Banda Araçá
amigos. Era com Lula do Acordeon conta hoje com 3 CDs gravados. O
que afinava o seu instrumento e a(ista tem se dedicado a vários
com quem pode absorver projetos e eventos da cidade e Local de nascimento
conhecimentos para sua formação sonha em produzir um material São Lourenço da Mata.
como músico profissional. Sua audiovisual para registrar a história Atualmente mora no bairro
trajetória no Forró permi'u da banda. do Timbi, Camaragibe.
conhecer impo(antes nomes das
a(es como Ariano Suassuna, Luiz Para Jota do Acordeon, a sanfona
Gonzaga, Dominguinhos, Genaro, tem um valor fundamental em sua
Camarão, Sivuca, Oswaldinho, vida, como pessoa e como Períodos importantes
entre outros. profissional da música. Possibilitou 04/08/1951
encontros e o sustento financeiro. Nascimento
A Bandinha Nordestina, seu Em suas palavras, “faz esquecer 1975
primeiro trio com amigos montado dos problemas”. Jota faz o apelo Formação do primeiro trio,
em 1975, depois renomeada para para que a população e os A Bandinha Nordestina.
Banda Moinho D’água, realiza os governantes apoiem e valorizem a
1990/Atualmente
seus primeiros shows em cultura nordestina e o forró, Formação da banda
Camaragibe, no Recife e em São abrindo mais espaço para o Moinho D’Água.
Lourenço da Mata. Em 1990 surge segmento em Camaragibe e no
1993
a banda Moinho D'água, ainda em
Primeira gravação, em
a'vidade. O primeiro registro formato de fita cassete.
fonográfico da banda se dá em
1993, em fita cassete, quando
expande suas apresentações para Recomendações
fora de Pernambuco, indo tocar Produção de material audiovisual
em outros estados do Nordeste: para registrar a história da Banda Contato
Moinho D'água. Telefone: (81) 98885-2039
Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba e

Fonte: Entrevista com Jota do Acordeon; Foto: Divulgação.

inventariocamaragibe/pessoas/jotadoacordeon/27072018 | pag 01/01


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

Seu Borba DE CAMARAGIBE

História
Nascido e criado em
Camaragibe, no Alto do
Cemitério, Seu Borba (1944),
recebe o apelido de Lála (Borba)
da sua mãe, Maria Assunção
Ferreira, professora da Escola
das Irmãs da Sagrada Família, de
quem escutou as primeiras
histórias. Seu pai, Ricardo Borba pistas dos demais marcos Quem é?
Ferreira, foi um dos primeiros histórico-culturais locais. As Seu Borba, nascido e
pesquisas realizadas por criado em Camaragibe, é
fotógrafos atuantes na cidade,
entrevistas eram registradas em um pesquisador,
fazendo fotografia social e historiador e educador
atuando como fotógrafo da áudio, com um gravador de fita
popular da cidade.
Prefeitura de São Lourenço, K-7, e em anotações apenas.
quando Camaragibe pe*encia a Também u/lizava publicações
este município. Aos quatro anos como fontes secundárias. O
exemplar do catálogo da Local de nascimento
de idade, a família se muda para Rua Padre Ozéas (rua da
a Vila da Fábrica. É com o pai Companhia Industrial
mistura), Alto do Cemitério
que irá aprender o ofício no qual Pernambucana e Fábrica de
(Alto do Monte Alegre), Vila
se dedicou durante quase 30 Tecidos de Camaragibe, editado da Fábrica, Camaragibe.
anos. Em seu próprio estúdio por ocasião da Exposição
fotográfico, de 1976 a 1993 e Nacional de 1908, com
na Assessoria de imprensa da preciosas informações da
Períodos importantes
Prefeitura de Camaragibe, de fábrica e da sua vila operária,
21 de agosto de 1944
1993 a 2004. Por hábito, herdou da sua mãe. Trabalhou Nascimento
costumava fotografar /mes de na Fábrica de Tecidos de
1976
futebol e aniversários de Camaragibe por um ano, na
Abre um estúdio
conhecidos. “sala de pano”, local onde se fotográfico no Bairro
verificava os tecidos antes de Novo; Falecimento do seu
Com um governo progressista seguirem para a expedição. pai
instalado no final dos anos 1997
1990, a cidade passou por um Juntando e registrando
Início das pesquisas sobre
período de efervescência informações e contando Camaragibe.
cultural. Seu Borba, histórias, Borba passa a ser
constatando a escassez de reconhecido, e requisitado para
registros históricos disponíveis mul/plicar seus conhecimentos. Contato
sobre Camaragibe, passa a Passa a dar entrevistas em Telefone: (81) 99859-2825
pesquisar e tomar notas dos rádios locais, palestras em E-mail:
marcos de uma história a ser escolas, bem como em rivaldo.borba44@gmail.com
revelada a pa*ir de 1997. encontros informais, para contar
Começa sua investigação pelo o que apreendeu em suas
Engenho Camaragibe e pelo pesquisas. <egou a ser
Engenho Timbi, seguindo outras contratado pela Fundação de

inventariocamaragibe/pessoas/seuborba/27072018 | pag 01/02


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO

DE CAMARAGIBE Seu Borba


Objetos importantes Cultura da cidade com o reprodução do acervo da família
Ao longo dos úl‰mos 20 obje‰vo de repassar seus Collier, hoje em poder da Fundaj, e
anos, Lála Borba saberes. Para Lála Borba, a as demais do acervo do próprio
constituiu um acervo história de Camaragibe está Borba e do seu pai.
documental composto dividida em 3 pa†es: (1) os O convite para as apresentações
por fotografias impressas engenhos Camaragibe e Timbi, a podem pa†ir das escolas, assim
e digitais, livros e objetos como o próprio Borba também
pa†ir do Século XVI; (2) a
diversos que contam a
instalação da Fábrica de Tecidos oferece a a‰vidade aos professores
história do município e
alguns de seus e sua Vila Operária, no final do e responsáveis pelas unidades de
personagens. Século XIX; e (3) a evolução ensino.
urbana que se dá a pa†ir dos
novos loteamentos, a pa†ir da
década de 1950, com a
Avaliação
É com prazer que Seu Borba
Modos de fazer ou técnicas formação de novos bairros e compa†ilha o seu conhecimento.
As pesquisas são realiza- vilas. Um novo ciclo também se Ele tem a consciência da
das a pa†ir de entrevis- estabeleceria com a necessidade de repassar estes
tas e fontes secundárias, emancipação da cidade ocorrida
em livros e na web. As saberes para que possam ser
em 1982. mul‰plicados, sobretudo pelos
notas são tomadas em
anotações manuscritas e mais jovens para manutenção do
depois complementadas conhecimento da nossa própria
em resumos digitados.
Significados história. Contudo, ele vem
O significado do trabalho de desenvolvendo o seu trabalho de
Seu Borba é o de historiador e educador popular
compa†ilhador do sem o merecido apoio.
conhecimento acerca da história
Transmissão do saber da cidade. Ele cumpre o papel
A transmissão do saber de a†icular passado e presente Recomendações
se dá informalmente, no do lugar e dos moradores. Uma recomendação impo†ante é
contato do dia a dia com dar maior apoio e visibilidade às
a população, através de ações de mul‰plicação desse
programas de rádios, a conhecimento que vem sendo
exemplo do ‘Manhã da Estrutura e recursos necessários realizadas de forma espontânea
Saudade’, e a pa†ir de Nas palestras, onde os conteúdos mas que podem ser repassadas ao
palestras organizadas são repassados, Seu Borba u‰liza corpo docente das escolas,
sobretudo pelas escolas dois banners impressos em lona
municipais e estaduais.
integrar conteúdos le‰vos para os
vinílica com dimensões estudantes, auxiliando na
As a‰vidades são aproximadas de 2,00 x 1,00 m,
desenvolvidas compreensão da história e do
com reprodução de diversas patrimônio cultural da cidade. O
exclusivamente por
Borba, não havendo
fotografias históricas de repasse destes conhecimentos
ainda outras pessoas que Camaragibe como supo†e visual pode ser realizado a pa†ir de
possam dar con‰nuidade das suas explanações. As imagens palestras, seminários, criação de
a este trabalho servem também para atrair a conteúdos audiovisuais
atenção do público que sempre fica publicáveis no ambiente web e
curioso com as imagens do maior interação a pa†ir de
passado da cidade. Cada banner disposi‰vos informacionais e
possui 28 fotografias, A maioria redes sociais.

Fonte: Entrevista com Seu Borba; <https://www.youtube.com/user/IcamaragibEntrevista.com>; Foto: Josivan Rodrigues


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