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GESTÃO E DESIGN EM CARNAVAL

CARNAVAL: ARTE E
LITERATURA DRAMÁTICA
OU
(CALDO DE CULTURA
CALEIDOSCÓPICA
CAÓTICA)

João Gustavo Melo


Peter Brueguel (A Batalha Entre o Carnaval e a Quaresma)
“O carnavalesco legítimo não tem
cansaço nem aposentadoria:
envelhece carnavalesco, e morre
carnavalesco; morre no seu posto,
extenuado pelo Carnaval, entisicado
pelo Carnaval, devorado pelo
Carnaval. O Carnaval é para ele, ao
mesmo tempo, uma paixão
absorvente e arruinadora, um vício
indomável, uma religião fanática.
Para ele, o Carnaval é o único oásis
fresco e perfumado, que se antolha no
adusto deserto da vida!”

Olavo Bilac
O PAÍS DA COCANHA

Pieter Brueguel
PANTAGRUEL
OMMENGANG – BRUXELAS
FOLIA RENASCENTISTA
• Torneio “Chavaux Froux” – “torneio balé” com cavalos e cavaleiros
apresentado nas cortes francesas durante os dias festivos, incluindo-
se aí os dias de Carnaval” (FERREIRA, 2004, pág. 40)

• Desfiles de Florença – Século XV: TRIUNFO: Desfiles pelas ruas da


cidade, criado para comemorar grandes datas das dinastias que
estavam no poder. Inspirados nos grande triunfos romanos da
Antiguidade.
FOLIA ILUMINISTA
• Representações teatrais nas cortes europeias (Le Grand Carroussel – Louis XIV”)
TEATRALIDADE BARROCA
• Festas com “esplendorosa manifestação do prazer da vida” (MARAVALL, 1986)

• Conflito entre “paixão” e “razão”.

• Grandes manifestações artísticas expressavam a sensibilidade humana, mas agora


com novas possibilidades técnicas, graças aos desenvolvimento das ciências naturais
(obras totalizantes, como a Ópera).
O BARROCO BRASILEIRO

(O Barroco brasileiro) desprende-se das paredes


da igreja, das fachadas dos palácios, desce as
escadarias majestosas para se estender pelos
jardins, com suas grandes avenidas que
terminam em horizontes azulados, para tomar
posse do corpo humano, complicando-o com
perucas e fitas, invade a rua com suas
procissões e carros alegóricos, sua pompa de
um momento, e atinge até as almas, no ritual
da polidez, no subjetivismo dos sentimentos
(Roger Batisde apud QUEIROZ, 1992, p. 224).
BAUTA
Goethe e o Carnaval de Roma (1790)
• Relatou em um diário tudo o que viu no
Carnaval da cidade.

• “O Carnaval de Roma não é uma festa que se


dá ao povo, mas que o povo dá a sim mesmo”.

• No texto, Goethe evoca o Carnaval de Roma


como herança das saturnais.

• O texto, publicado no Século XIX, fez com que


Roma fosse considerado o centro da folia
mundial.
O CARNAVAL DO SÉCULO XIX

• Carnaval de Paris – modelo de civilização e de Carnaval


• Século XIX: oposição entre natureza x civilização
• Fantasias de ursos, animais selvagens, gigantes etc.
• Cultura Popular (Storey, 2015): a cultura popular se define no espaço
do cotidiano. Faz-se sem muito raciocínio, sem maiores elocubrações.
Não é feita pela racionalidade.
• Carnaval se amplia com o desenvolvimento da imprensa.
• Descida da Courtille: “s’encanailler”.
Rio de Janeiro
ENTRUDO E CARNAVAL
“GRANDE” CARNAVAL X “CARNAVAL POPULAR”
Revista Careta, 1905
“O Carnaval de hoje resume-se na
alegria primitiva dos cordões que
enchem a cidade (...) de uma feição
de primitividade que já não fica
bem ao nosso feitio de cidade
civilizada (...). É certo que ninguém
compreende que a largueza ampla
das avenidas se case com essa
feição monótona das alegrias
africanas”. (Mello Moraes Filho)
“O cordão vinha alarmante depois de ter
dançado em frente à redação de um jornal.
Lembrava, no meio daquela multidão
compacta e febril, uma enorme serpente
bordada de luz. (...) Os pobres do cordão, sem
fantasia, em mangas de camisa, já capengando
alguns de estafa e das topadas, erguiam
archotes resinosos, lâmpadas de querosene
presas a um bastão, e carregavam o bichos
trágicos do afoxé – serpentes vivas sem os
dentes, lagartos enfeitados de fitas, jabutis
aterradores e misteriosos. No olhar
amortecido daquela gente em delírio lia-se um
grande cansaço, mas (...) berravam
interminavelmente a mesma toada, no ruído
cadenciado dos instrumentos bárbaros”. (João
do Rio)
A Folia “Civiliza-se”
CORSOS E PRÉSTITOS
RANCHOS
A FOLIA MODERNISTA
“São Paulo! comoção da minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e Ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paria... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!
São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!”
(Mário de Andrade)

“O Carnaval do Rio é o acontecimento religioso da


raça” (Oswald de Andrade)

“A alegria é a prova dos nove” (Oswald de Andrade)


MOCIDADE ALEGRE 2008
BAILES DA SPAM
PRAÇA ONZE
BAMBAS

Paulo da Portela, Heitor dos Prazeres, Gilberto


Alves, Bide e Marçal
JORNAL DO BRASIL, JAN / FEV DE 1933
A INDÚSTRIA CULTURAL DO
CARNAVAL
A INDÚSTRIA CULTURAL DO
CARNAVAL
O RIO VESTE A FANTASIA
A FOLIA TROPICALISTA
“E como será
Além do Infinito
O sonho desse povo tão
bonito?”

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