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“O Desenho no Canteiro:
ensino de arquitetura com construtores”
Dezembro de 2018
SUMÁRIO
I. Apresentação
II. Introdução e resumo do projeto de pesquisa
III. Analise geral da efetivação da pesquisa
IV. Detalhamento das atividades realizadas
1. Apoio a disciplina do grupo de “Construção do Edifício”, departamento de Tecno-
logia, Disciplina AUT 182 – Construção do Edifício I
2. Apoio às atividades de pesquisa do Laboratório de Culturas Construtivas – LCC:
pesquisa temática transversal acerca da reutilização de resíduos da construção ci-
vil
3. Elaboração do PPP do Curso de "Arquitetura com construtores"
4. Busca de educadores para os cursos de Canteiro – Escola
5. Organização e planejamento dos cursos de Canteiro – Escola
a) Comunidades do entorno do Instituto das Cidades / UNIFESP – Campus
Zona Leste
b) Conjunto de edificações da “Escola de Agroecologia” do Acampamento
Rural Irmã Alberta – Chácara Maria Trindade, Perús, Zona Norte, municí-
pio de São Paulo
c) Escola Municipal de Construção Civil de Taboão da Serra
d) Nova possibilidade de “canteiro escola” na Escola Nacional Florestan Fer-
nandes - Guararema / SP
e) Tentativa - frustrada - de Canteiro Escola para a reforma e edificação das
moradias do Assentamento Dom Pedro Casaldáliga, Cajamar / SP
6. Intercâmbio cultural com Les Grands Ateliers – França
7. Participação em encontros acadêmicos
a) II Encontro dos Pós Doutorandos da USP - outubro de 2018, São Paulo
b) VI Seminário Nacional de Assistência Técnica em Habitação de Interesse
Social / ATHIS - novembro de 2018, Florianópolis
8. Artigos em elaboração
9. Projeto de pesquisa aprovado pelo PNPD CAPES / FAU USP
10. Bibliografia
I. Apresentação
Para tanto, avançamos nas seguintes ações condicionantes e necessárias para os canteiros
escola:
definição de um local para os projetos e obras
debate democrático com a comunidade de usuários
organização para a busca de recursos financeiros com liberdade de apropriação
ambiente para o desenvolvimento de técnicas construtivas inovadoras
identificação de projetistas e construtores para início do processo criativo dia-
lógico comum.
A partir dessas ações, poderão ser instaurados os espaços pedagógicos- canteiro escola -
que contem com a presença fundamental dos construtores e seus conhecimentos, de modo a
possibilitar que os arquitetos envolvidos possam ampliar seus conhecimentos junto destes, ao
mesmo tempo em que os construtores possam ampliar seus conhecimentos acerca das ativi-
dades de criação e organização da arquitetura, o projeto.
Vejamos a seguir - a luz do projeto apresentado em fevereiro de 2018 - o que se reali-
zou, se manteve, se modificou, enquanto plano de pesquisa, atividade por atividade.
De modo geral, com o avanço dos trabalhos, e a partir de vivências anteriores, percebi
que definitivamente um dos limites para a realização dos “Canteiro Escola” como planejados
pela presente pesquisa, foi contar apenas com a contribuição de estudantes de graduação -
além de minha própria ação técnica. Isto se tornou um problema, um limite, pois sua inexpe-
riência é natural, sendo essa a principal característica dos estudantes de graduação.
Seu conhecimento é sim suficiente para, junto do presente pesquisador, elaborar ante-
projetos e estudos preliminares para os pedidos de recursos para implementação dos canteiros
escola, mas para sua condução, ainda não.
Essa é uma das principais razões para termos decidido ampliar o escopo de nossa pes-
quisa e ação para o âmbito das “Residências Profissionais”, que contam com educandos já
graduados. Seriam processos que não excluiriam os estudantes de graduação, mas os coloca-
riam em lugar pedagógico mais adequado a seu momento formativo, ainda completando, de
modo decisivo e estruturante, o quadro de experiências e competências, ao lado dos constru-
tores.
Esta prática é a dos hospitais universitários, onde há profissionais em todas as fazes
de aprendizado e conhecimentos complementares.
Retomando o projeto de pesquisa, verifica-se que ali já apresentávamos três possíveis
territórios para a realização dos canteiros escola:
Construção de uma praça pública no Jardim Helian, junto do: a) recém criado Insti-
tuto das Cidades - curso de mestrado profissional da UNIFESP; b) da Associação de
Moradores do bairro; c) professores e pesquisadores do curso de graduação da FAU
USP, organizados no Laboratório de Projeto, Departamento de Projeto, Prof. Dr. Ale-
xandre Delijaicov.
Das três possibilidades, as duas primeiras tiveram avanços significativos, e decisivos, mas
a terceira não. A que mais teve avanços foi a construção da escola de Agroecologia, já a praça
na zona leste teve avanços, mas com alteração do escopo de trabalho. As habitações de Ta-
boão da Serra não avançaram devido falta de interesse da Secretaria de Habitação, mas en-
contra-se em análise pela a escola a possibilidade de outros espaços a serem projetados e
construídos.
fotos do autor
exemplos de aulas ministradas na sala 801, onde pode-se ver os Profs. Reginaldo Ronconi e Caio Santo Amore
manuseando modelos e materiais de construção como base para debates acerca de estruturas e seu comporta-
mento.
fotos do autor
fotos do autor
fotos do autor
Romerito Ferraz trabalhando no encaixe das vigas de sustentação das placas do deck de circulação entre os con-
taineres do Canteiro Experimental; Romerito Ferraz apresenta o método de encaixe e fixação das peças que ele
próprio elaborou.
Fotos do autor
Contribuí pontualmente com o debate sobre o projeto das placas definido por Romeri-
to Ferraz, bem como de sua preparação para a argamassagem pelos estudantes da disciplina.
Antes do trabalho prático, produtivo, a seguir vê-se breve debate sobre o projeto e as
idiossincrasias do sistema construtivo em desenvolvimento:
Professores Reginaldo Ronconi e Caio Santo Amore em roda com estudantes, antes de da início a argamassa-
gem das placas e vigas.
foto do autor
Prof. José Baravelli explana e contribui com a preparação de forma para argamassagem; Professores Reginaldo
Ronconi e Caio Santo Amore dosam argamassa com água.
fotos do autor
Estudantes nivelam a argamassa sobre a mesa vibratória com colher de pedreiro; Prof. Reginaldo Ronconi orien-
ta, pela prática, estudantes a argamassar placa.
fotos do autor
Romerito Ferraz, técnico do canteiro, apresenta o funcionamento, pela prática, de argamasadeira; Depois,
demonstra o processo de argamassagem de viga de apoio das placas.
fotos do autor
Professores e técnico retiram viga já curada do tanque de cura com o acompanhamento e ajuda dos estudantes.
foto do autor
2. Apoio às atividades de pesquisa do Laboratório de Culturas Construtivas – LCC:
pesquisa temática transversal acerca da reutilização de resíduos da construção civil.
3De certo modo o emprego da terra crua estabilizada pode ser considerado a aplicação de um “resíduo” da construção civil
urbana, pois por diversas vezes é tratada como algo a ser descartado, das etapas de fundação.
Sistema de contenção de terra, ou “muro de arrimo” para pontes de estradas vicinais, com a técnica da “terra
ensacada estabilizada”.
fotos do autor
No canteiro experimental demos início à série de ensaios para a produção dos variados
tipos de BRC, com os seguintes resíduos: sobras de exercícios de estudantes (alvenaria maci-
ça e furada assentada com argamassa de cimento, cal e areia), piso (argamassa de concreto)
recém extraído para reforma da entrada do Laboratório de Modelos e Ensaio - LAME, bem
como antigas peças de argamassa armada utilizadas como lajotas dos antigos caminhos da
universidade.
Piso da entrada do Laboratório de Modelos e Ensaios – LAME sendo retirado por obra da universidade, insumo
para verificação de seu possível reaproveitamento, por meio de ensaio de produção de BRC; moinho para tritu-
ração dos resíduos, com resíduo ao lado, no chão.
Verificação do peso do resíduo de alvenaria de tijolos maciços, antes de sua trituração; trituração dos resíduos
em moinho.
Desenhos elaborados pelo autor junto de José e Eridan, como síntese dos debates para a construção da casa –
espaço de estar dos funcionários, que todo ano terá sua parte exposta de taipa de mão refeita pelas crianças, pois
são feitas de barro argiloso puro, sem fibras, estabilizantes ou revestimentos;
Fotos do autor
Projeto elaborado pela arquiteta Lucia de Almeida Siqueira e Isadora Guerreiro em diálogo com educadores da
Creche Central da USP.
Fotos do autor
José amarrando bambus de trama para a parede de taipa de mão, e ensinando educadora a realizar o trabalho,
para ele "ancestral", pois aprendera com seu pai.
Ramiro, educador da creche e criança barreando; aspecto final da parede barreada nos mutirões.
Fotos do autor
Reunião na sede do Laboratório de Culturas Construtivas – LCC, no Canteiro Experimental da FAU USP, para
integração de professores do IC e da FAU e seus fins de trabalho comum; entrada do novo campus do IC, na
zona leste de São Paulo.
Fotos do autor
Como vimos, uma das primeiras atividades do IC foi o oferecimento de um curso de
extensão universitária que tratou de questões amplas, do campo do direito à cidade. O plane-
jamento do Instituto é que os próximos módulos tenham alguma aderência no território a pon-
to de identificar possíveis intervenções de projeto e conseqüente obras em comunidades pró-
ximas, espaço para possível ação experimental da futura residência em debate.
Mural com registro dos debates do referido curso de extensão, afixados nos IC.
Fotos do autor
Desenhos do autor
Desenhos do autor
Para sua criação foram realizadas reuniões de debate sobre o projeto do conjunto arqui-
tetônico, com integrantes da companhia teatral Antropofágica com apoio de José Carlos Mo-
reira, da Cia de Teatro Engenho Teatral, como se vê:
Reuniões de debate sobre os projetos, com Luiz Carlos Moreira, diretor do Engenho Teatral e integrantes da
Cia. Antropofágica de Teatro.
Fotos do autor
Plantas do espaço das artes teatrais, em duas versões, para debate com o coletivo teatral.
A construção do conjunto das artes teatrais teve início com a "casa de apoio", onde es-
tão os banheiros para o público, moradia de apoio, depósito, camarins e palco musical, locali-
zada ao lado do grande teatro, na praça. A seguir vê-se um croqui da primeira edificação.
Croquis da primeira edificação de apoio ao teatro; detalhes das listas de material para a obra do espaço.
Modelos tridimensionais para debate com a comunidade acerca do acesso ao segundo piso e as lajes do segundo
pavimento.
A imagem a seguir registra um dos debates realizados acerca das técnicas construtivas a
serem empregadas nas obras, com o mestre de obras “Mineirinho”, conhecedor de técnicas
alternativas de construção, aqui denominadas de “técnicas agroecológicas”. Esta primeira
experiência construtiva demonstrou que ele poderá ser um dos mestres de ofícios a ministrar
as atividades de “canteiro escola” programadas para a continuidade da pesquisa. Ainda assim,
esta primeira edificação, dada a exígua dedicação do pesquisador e dos "residentes", foi er-
guida com as técnicas que o construtor tinha mais facilidade, e condições de trabalho com a
equipe disponível.
foto do autor
A obra da edificação de apoio teve início em julho de 2018 e avançou até meados de
outubro, conforme vê-se nas imagens a seguir, com as técnicas já conhecidas pelo mestre de
obras "Mineirinho": estrutura de concreto armado moldado in loco e vedação de alvenaria
com tijolos cerâmicas de oito furos.
escavação das fundações - onde vê-se a vala que será ocupada pelas vigas baldrames e coluna metálica já engas-
tada no bloco de fundação sobre broca; concretagem do contrapiso térreo.
Fotos do autor
Obrada casa de apoio em fase de elevação de alvenaria do pavimento superior, depois já em fase de concreta-
gem da laje superior.
Fotos do autor
O espaço, ainda com a edificação de apoio em obras, foi inaugurado no "Festival Teatro
de Monhangokaracy", realizado em outubro de 2018, com a participação de sete coletivos
teatrais:
apresentação teatral do grupo "Mamulengo da Folia" na ocasião do "festival" - com a edificação de apoio ao
fundo, em obras.
Foto do autor
O segundo espaço da "Escola de Agroecologia" a ser trabalhado pela presente pesquisa
foi da Ciranda Infantil Agroecológica – a ser construída no mesmo espaço rural, do acampa-
mento Irmã Alberta, mas localizado em seu extremo sul, no chamado “núcleo quatro”.
No exato momento encontra-se em fase de debate a configuração do espaço educacio-
nal voltado para crianças de 3 a 6 anos, juntamente do grupo de extensão universitária orga-
nizado por estudantes de graduação da FAU USP, denominado “GAIA” – Grupo de Apoio ao
Irmã Alberta, orientado pela Profª Drª Catharina Pinheiro C. S. Lima e apoiados com quatro
bolsas de graduação do Programa Unificado de Bolsas da USP – PUB USP, projeto intitulado
"Território da Autonomia: paisagem, acesso à terra e participação social".
A proposta em consolidação é de que este espaço deverá ser construído por meio de um
"canteiro escola", com a inserção de dois residentes em "arquitetura de interesse social".
A seguir apresentamos imagens de reuniões de debate acerca da edificação, realizadas
em setembro e outubro de 2018, na denominada “área social” do acampamento, com inte-
grantes da comunidade e estudantes de graduação da FAU USP.
vista externa e externa da varanda da "área social", onde sevê reuniões de debate de projeto de arquitetura.
Fotos do autor
Fotos do autor
foto do autor
Foi também elaborado um primeiro ensaio de custos para a o curso - obra, com a pre-
sença de dois "residentes em arquitetura", integrados ao corpo de profissionais, remunerados
por "bolsas de estudos", conforme se segue.
Vê-se também a seguir estimativa de custos dos materiais de construção.
c) Escola Municipal de Construção Civil de Taboão da Serra
ilustração do debate sobre a fundação a ser empregada para apoio da estrutura geodésica pretendida.
estudo de escada hidráulica tipo "jardim de chuvas" para drenagem do talude abaixo do local do futuro memori-
al; detalhe do pergolado em madeira - estudo para debate de projeto.
vista interna da geodésica do memorial; vista aérea diagonal do memorial com pergolados de madeira.
Desde 2011, a partir de um convite das famílias do assentamento “Dom Pedro Casaldá-
liga” a um grupo de estudantes da FAU USP, o GCA – Grupo de Construção Agroecológica,
para elaboração dos projetos de reforma, ampliação e casa nova de 28 moradias, venho con-
tribuindo para que esta demanda seja atendida pelos órgãos e fundos do Estado.
Durante dois anos, estudantes de graduação, com orientação do Prof. Caio Santo Amore
e do Arquiteto William Itokazu, realizaram os projetos de reforma, e deram entrada na Caixa
Econômica Federal, para sua inserção no Programa Nacional de Habitação Rural – PNHR.
Diante das mudanças de conjuntura política nacional, o referido programa foi interrom-
pido, mas teve período de breve abertura para novas inscrições, em junho de 2018.
Neste momento, dediquei, como atividade da presente pesquisa a realizar a contratação
das referidas unidades habitacionais, em diversas reuniões no espaço rural e na agência da
CEF em Jundiaí.
Mas, como já sugerido, as contratações não se realizaram, devido a exigências burocrá-
ticas excessivas do agente financeiro, que acabaram por excluir a entidade - cooperativa - dos
assentados, do pleito, qual tinham direito.
Esta seria uma interessante contribuição dos canteiros escola, em forma de "residência
profissional", mas que na atual conjuntura não se pôde realizar.
Como a presente pesquisa ainda não possuía algo acabado para ser apresentado no re-
ferido encontro, resolvi resumir um “achado” inserido ao final da tese apresentada ao IAU
USP em dezembro de 2017, mas que no momento não tive tempo de organizar. Trata-se de
um breve texto (em elaboração, qual tratamos a seguir) que consolida a idéia de que - grosso
modo - "há arquitetura" nas obras edificadas nas periferias das metrópoles, e de que essas
construções são feitas por "arquitetos" do tipo popular, mas ainda sim, arquitetos. E que não
nos cabe o direito de afirmar que apenas por não terem cursado faculdades formais de organi-
zação do conhecimento, não possam e não devam ser considerados também, arquitetos.
Foto do autor
8. Artigos em elaboração
RESUMO
O presente projeto de pesquisa de pós-doutorado pretende aprofundar e ampliar o debate crí-
tico sobre experiências pedagógicas alternativas que buscam diminuir a distância entre a for-
mação universitária de arquitetos e urbanistas e sua prática profissional. Dentre as recentes
experiências de aprendizado identificadas, destacam-se as residências profissionais e os pro-
jetos de extensão universitária - espaços privilegiados de vivência do diálogo entre professo-
res, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação com construtores, comunidades
organizadas e órgãos públicos para a realização de projetos e obras de habitações de interesse
social com baixo impacto ambiental. Tais experiências formativas indicam possibilidades de
consolidação e aprofundamento do conhecimento técnico aliado a vivência de trabalhos soci-
oambientais. Realizadas no Brasil e em outros países, são alternativas de aprendizado que
carecem de sistematização e debates sobre seus resultados. A pesquisa pretende se aprofundar
no registro e crítica das experiências realizadas e em realização à luz da bibliografia, para
publicização e debate dos resultados em seminário nacional. Seu objetivo último é contribuir
com a formulação de um programa de Residência Profissional de Arquitetura e Urbanismo
em Habitação de Interesse Social na FAU USP.
O título da presente pesquisa apresenta o tema e o objetivo com que se pretende aqui tra-
balhar: contribuir para a criação de um programa de residência profissional de arquitetura e
urbanismo em habitação social, que se realize a partir de canteiros experimentais com baixo
impacto ambiental. A hipótese a ser verificada é a necessidade e consequente possibilidade da
construção coletiva de um programa de residência com tal tema e pressupostos de método.
Para tanto, a tarefa inicial que se coloca é a realização de uma análise crítica acerca das re-
centes experiências pedagógicas aplicadas na formação de arquitetos e urbanistas voltadas
para o campo da habitação social. É notória a existência de experiências que trilham nesse
sentido, dentre elas, destacam-se as residências profissionais4 e os projetos de extensão uni-
versitária5, com apoio de canteiros experimentais6 e geração de inovações tecnológicas de
baixo impacto ambiental.
Ao que parece, seus resultados são qualitativamente importantes e inovadores, mas quanti-
tativamente insuficientes diante do objetivo de impactar os rumos da profissão e, por conse-
quência, o suprimento das necessidades sociais7 por habitação, a qualificação do trabalho nos
canteiros de obras e diminuição do impacto ambiental. Partindo-se de sua relevância social,
tais experiências deveriam ser melhor conhecidas para serem ampliadas. Quantas são? Como
são implementadas? Qual seu impacto? Atualmente não há meios para responder a estas
questões, na ausência de um banco de dados nacional que organize e reúna tais experiências,
permitindo leitura mais global e elementos para o avanço e a criação de alternativas.
Indício da atualidade e importância do tema vê-se no título do último encontro nacional da
Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura - ABEA: “Ensino e Aprendizagem presencial
e o Papel Social do Arquiteto e Urbanista”. O foco era a crítica do ensino à distância, tendo
como contraponto o ensino presencial e práticas pedagógicas inovadoras como os canteiros
4 À luz da formação de profissionais da área de medicina, que dispõe da etapa formativa da “residência profissi-
onal” em hospitais universitários, a residência profissional em arquitetura e urbanismo - ainda uma inovação
pedagógica do campo – indica ser importante espaço para a aproximação da formação acadêmica às práticas
profissionais. A primeira experiência nesse sentido é a da UFBA (GORDILHO-SOUZA).
5 Prática de aprendizado disseminada pelas escolas de arquitetura e urbanismo do país, que buscam aproximar
a formação acadêmica a ações aplicadas, principalmente em diálogo com “demandas sociais”. Atualmente, a
Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura – FENEA, dispõe de registros amplos sobre esses projetos,
organizados anualmente no Seminário Nacional de Escritórios Modelos e Laboratórios de Arquitetura – SENE-
MAU.
6Entende-se por canteiros experimentais espaços internos às faculdades de arquitetura que permitem a projeta-
A ATHIS, aparece em 2001 - Estatuto das Cidades - como integrante de políticas públicas
nacionais. A primeira experiência9 de ATHIS como política pública ocorreu em 1977, pelo
Sindicato dos Arquitetos do Rio Grande do Sul. Desde então, centenas de experiências pon-
tuais foram realizadas pelo país10. No Estatuto, ela consta como instrumento da política urba-
na (artigo quarto, inciso “r”), como um dos institutos jurídicos e políticos: assistência técnica
e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos. (Lei no. 10.257
/2001). Em 2008 a política de ATHIS ganhou lei nacional específica, onde já consta a resi-
dência acadêmica como um dos meios para sua implementação, por meio de parcerias e con-
vênios:
“Art. 4o Os serviços de assistência técnica objeto de convênio ou termo de parceria com União, Esta-
do, Distrito Federal ou Município devem ser prestados por profissionais das áreas de arquitetura, urba-
nismo e engenharia que atuem como:
(...) III - profissionais inscritos em programas de residência acadêmica em arquitetura, urbanismo ou
engenharia ou em programas de extensão universitária, por meio de escritórios-modelos ou escritórios
públicos com atuação na área.
(...) Art. 5o: Com o objetivo de capacitar os profissionais e a comunidade usuária para a prestação dos
serviços de assistência técnica previstos por esta Lei, podem ser firmados convênios ou termos de parce-
ria entre o ente público responsável e as entidades promotoras de programas de capacitação profissional,
residência ou extensão universitária nas áreas de arquitetura, urbanismo ou engenharia”. (Lei
no.11.888/88).
8 Utilizaremos aqui o termo "assistência" técnica pois é o utilizado pela legislação nacional. Temos de mencionar
que o termo correto seria "assessoria" técnica. O uso de "assistência" técnica dá margem ao entendimento de
uma ação assistencial e assistencialista por parte do estado, diante de famílias desprovidas de condições de
trabalhar a produção de suas moradias. O que felizmente não é verdade. A experiência indica que as pessoas
sem moradia precisam apenas de assessoria técnica para acesso às políticas públicas de HIS.
9 Programa de Assistência Técnica e Moradia Econômica – ATME.
10 A origem da realização da assessoria técnica é recontada por RONCONI, em dissertação de mestrado acer-
ca do programa municipal FUNAPS comunitário, programa público qual contribuiu, como coordenador, na ges-
tão municipal de São Paulo de 1989 a 1992. Segundo RONCONI as mais de 20 assessorias técnicas à época
criadas tiveram elas mesmas de ser o espaço de formação para esse novo “saber fazer”, que foi inicialmente
maturado internamente às faculdades de arquitetura, como a Faculdade Belas Artes, com Laboratório de Habi-
tação, em 1982 (RONCONI, 1995, pág.95). O SASP em 1987 organiza o primeiro encontro de assessorias téc-
nicas. No âmbito das políticas estaduais a CDHU tem realizado também ações neste sentido junto aos progra-
mas de mutirão autogerido.
Desde sua promulgação em 2008, apenas a UFBA implementou a ATHIS por meio da re-
sidência, um curso de pós-graduação lato sensu iniciado em 2013. A experiência se encontra
na 3a. edição e é exemplar para todo o país. Seus desdobramentos são claros se observados os
convênios que a UFBA firmou com a UFPB e a UNB, para também realizarem experiências
similares. A experiência foi documentada e publicizada em artigos e apresentações em even-
tos com o tema da ATHIS ou o ensino de arquitetura, pois não há ainda um espaço de debate
específico sobre residência em arquitetura e urbanismo.
Na apresentação no II Seminário de ATHIS promovido pelo CAU em 2016, Gordilho-
Souza, professora coordenadora da residência da UFBA, relata que o curso tem duração de
14 meses, conta com 54 professores, possui carga horária média de 1200 horas e abrange,
além do curso de capacitação teórica, trabalho de campo para a assistência técnica e elabora-
ção de projetos, promovendo aprimoramento da formação profissional ao mesmo tempo em
que amplia o acesso a recursos públicos para a habitação de interesse social. A mesma autora,
em texto anterior, havia mencionado a necessidade de debate entre as experiências nacionais
de modo conjunto para o fomento de uma rede interativa de referências:
“Nesse novo contexto, outras experiências similares começam a despontar em faculdades de arquite-
tura e urbanismo no Brasil, fazendo-se necessário discutir conjuntamente as possibilidades que se fir-
mam nesse sentido. A sessão temática ora proposta tem como objetivo principal promover o diálogo en-
tre instituições universitárias com trajetórias de atuação nessa área, na perspectiva de fortalecer a troca de
experiências e fomentar uma rede interativa de referências. Visa também, com base nas experiências em
curso de implementação de residências profissionais na pós-graduação da área, fortalecer a inserção des-
sa especialização e áreas afins, contribuindo assim para potencializar capacitação, projetos e inovação,
com ênfase na melhoria do ambiente construído, buscando-se uma maior escala de atuação nessa área,
tão demandante de profissionais”. (GORDILHO-SOUZA, 2015).
Desse modo, a autora retoma a problemática inicial de pesquisa: contribuição com a ne-
cessária “discussão conjunta” nacional, para sua melhor qualificação, com o devido rigor
científico e crítico. Há diversas questões a serem debatidas e avaliadas nessas experiências.
Por exemplo, nos produtos da residência da UFBA, vê-se a qualidade dos projetos das mora-
dias e dos processos para sua elaboração. Mas quais e quantos foram edificados? Por que as
atividades de construção não fazem parte do curso? Como compatibilizar com o tempo da
construção? Segundo a professora, os produtos dos cursos são “projetos multidisciplinares
com potencial de execução” para contratação de projetos executivos e obras. Mas, se a resi-
dência em arquitetura se espelha nas residências médicas, ela não deveria também executar o
projeto das edificações? Não construir os projetos seria como apenas deliberar entre os resi-
dentes de medicina e seus professores o que fazer com o paciente, e não realizar a cirurgia,
momento que completa a vivência pedagógica.
A partir dessa perspectiva é importante debater meios de inserir nos cursos as atividades
de canteiro. Em dissertação, Fernando Minto, quando pesquisador do Laboratório de Cultu-
ras Construtivas / Canteiro Experimental da FAU USP, grupo onde a pesquisa se insere,
avança no entendimento da questão:
“O arquiteto tem de exercitar o raciocínio a fim de “prever” surpresas. Tem que desenvolver habili-
dades para conhecer a realidade das construções e ter liberdade ao projetar. Para que ele conheça com
propriedade as contingências inerentes à função de uma dada arquitetura, basta exercitar o projeto, basta
conhecer a sociedade com a qual está trabalhando e quais os desejos e as demandas daqueles que vão
usar tal educação. Mas para conhecer a fundo as possíveis surpresas decorrentes da concreção, tem de
praticar a construção propriamente dita.
Para que o arquiteto, sujeito da ação criativa do projeto, esteja pronto para as devidas “tomadas de
decisão” no projeto, ele deve percorrer um caminho muito bem trabalhado de maturação e de labor na
sua formação. Este caminho deve levá-lo a um estado de emancipação e equipá-lo com intuição suficien-
te para que suas obras respondam, com sucesso, a tais solicitações”. (MINTO, 2009, pág. 11).
11Contribuí com a elaboração deste edital como consultor especialista da universidade, na comissão
especial de ATHIS.
No futuro Instituto o canteiro experimental deverá ser espaço de relevância, pois uma das
linhas de formação se denomina “Construção, Canteiro e Produto”, e mobilizará temas trans-
versais, onde o ato de construir no canteiro atravessa o ensino e pesquisa. O referido PPP
menciona que um dos “Espaços Pedagógicos Integrados de Ensino” será o das “Grandes Ofi-
cinas”, e deverá abrigar o canteiro experimental.
E a FAU? Em 2008, quando diretor do Departamento de Provisão Habitacional da Prefei-
tura de Taboão da Serra, redigi junto da Comissão de Cultura e Extensão o que seria um pro-
grama de residência em HIS. Reuniões foram realizadas, mas não foi implementada por falta
de recursos da prefeitura. Na ocasião, participei do II Seminário Nacional de ATHIS, do Mi-
nistério das Cidades, com o objetivo de compartilhar do programa em elaboração. À época, o
debate sobre a residência era ainda mais rarefeito.
Na própria FAU USP, em 2015 e 2016 já foi oferecido um curso de residência na área de
planejamento e gestão urbana, coordenada pela Profa. Maria Lucia Refinetti Martins, do La-
bHab FAU USP, grupo parceiro na presente pesquisa. Os 32 residentes bolsistas cursaram
1920 horas de atividades teóricas e práticas de elaboração dos Planos Regionais das Subpre-
feituras do Município de São Paulo.
Em ‘seção livre’ do XVII encontro da ANPUR, intitulada: “Universidade propositiva em
tempos de crise: por uma política de Assistência Técnica Articuladora de novos caminhos
pelo direito à cidade”, João Marcos Lopes e Akemi Ino, do Habis - grupo de pesquisa em
habitação e sustentabilidade do IAU USP, grupo parceiro na presente pesquisa, participaram
com a apresentação: “Por uma política de intervenção pública universitária no contexto da
produção do ambiente habitado”. Os autores citam experiências pedagógicas que têm reali-
zado e debatem “aporias” enfrentadas, seus limites, deficiências, falhas e desvios:
“Verdade é que diversas iniciativas foram e vêm sendo promovidas, tanto no contexto da prática cur-
ricular – ou para-curricular (a experiência dos Laboratórios de Habitação, por exemplo) – como no âmbi-
to da pós-graduação ou formação complementar (notadamente aquelas proposições que envolvem o en-
saio prático de perscrutações teóricas ou as residências profissionais) e da extensão (como os Escritórios
Modelos, iniciativa autônoma de alunos de graduação, ou os projetos de assistência técnica universitária).
No entanto, cabe problematizar alguns aspectos dessa aparente vocação: a desarticulação entre essas ini-
ciativas, seu descolamento dos conteúdos disciplinares tradicionais, a aura assistencialista ou voluntarista
que anuvia tais ações, o total descompasso entre os tempos da pesquisa (e mesmo da extensão) e aqueles
das incertezas cotidianas do embate público etc. Revisitando experiências do HABIS, IAU USP – o qual
coordenamos –, pretendemos compor elementos para o debate daquilo que acreditamos necessário discu-
tir para atravessar aporias e estabelecer uma verdadeira política de intervenção universitária nas dinâmi-
cas de produção da cidade.”. (XVII ANPUR, 2017, anais, “seção livre”).
Outra referência sobre o tema é a tese de Minoru Naruto, “Repensar a formação do arqui-
teto”. Ali encontram-se críticas ao método de ensino “disciplinar”, calcado em exercícios
abstratos de projeto, como identificado em faculdades como a FAU USP. O autor considera
que o ato de projetar caminha no sentido inverso do seccionamento do conhecimento em dis-
ciplinas, concluindo ser necessário o exercício formativo em estruturas não disciplinares,
formato promovido pela prática de projetos vinculados a necessidades sociais reais, com po-
der real de síntese, no caso, disciplinas optativas aliadas a projetos de extensão universitária,
compondo sua indissociabilidade com o ensino e a pesquisa:
“É importante reiterar que o trabalho com uma problemática concreta, em estreito contato com a rea-
lidade e comprometimento com a produção de resultados que possam contribuir para uma pesquisa insti-
tucional foi, e sempre será a fonte da motivação e do empenho dos alunos e condição para um aprendiza-
do mais maduro e responsável por parte do futuro profissional. Além disso, o caráter eminentemente so-
cial do problema trabalhado certamente foi um incentivo para a adesão significativa dos alunos à optativa
e para sua conscientização com relação às possibilidades de uma ação social na prática da arquitetura”.
(NARUTO, pág. 103).
2) Objetivos
Pretende-se com a presente pesquisa impulsionar de forma decisiva e qualificada o proces-
so de elaboração e implementação de um programa de residência profissional em habitação
de interesse social na FAU USP, em parceria com o IAU USP e o Instituto das Cidades da
UNIFESP. Para tanto, as metas encontram-se delimitadas, para que a presente ação não se
disperse no amplo processo de sua tramitação, que certamente se estenderá além do período
de pesquisa.
A primeira ação da pesquisa será a criação de um banco de dados público - de registro
das experiências de residência e projetos de extensão universitária no âmbito da HIS nas fa-
culdades de arquitetura e urbanismo do país. A partir disso, pretende-se criar as bases para a
constituição de uma rede nacional de reconhecimento mútuo. Com os dados levantados, po-
deremos verificar seus objetivos, métodos pedagógicos, processos, características gerais, pro-
blemáticas enfrentadas e resultados. A partir deste produto pretende-se tecer análise crítica de
suas características, o “estado da arte” das experiências.
A segunda ação da pesquisa será a organização de um seminário nacional acerca do tema
da residência em arquitetura e urbanismo e práticas pedagógicas inovadoras. Deverão ser
convidados representantes de experiências universitárias identificadas na primeira ação, com
apresentação de pôsteres e trabalhos. Neste seminário pretende-se apresentar os resultados do
banco de dados bem como o artigo de análise das experiências. Na ocasião pretende-se lançar
a rede nacional de residência em arquitetura e urbanismo.
A terceira ação de pesquisa será a elaboração de uma proposta de Plano de Curso para o
programa de residência em HIS de FAU, IAU e UNIFESP, onde constarão objetivos, conteú-
dos, materiais, métodos pedagógicos, estratégias, etapas, bibliografia, quantidade de educan-
dos, seleção de educandos, professores participantes, formas de avaliação, produtos e custos -
bolsas e afins.
3) Materiais e métodos
I. Levantamento nacional de experiências: Utilizaremos a base de dados da pesquisa ela-
borada por RONCONI, doutorado (2002), onde verificou-se a presença/ausência e caracterís-
ticas dos equipamentos pedagógicos nas escolas. Para sua atualização, utilizaremos o banco
de dados da ABEA e da FENEA, aplicando questionário amplo, com informações acerca de
residências e experiências práticas no campo da HIS. O parâmetro para categorização das
experiências será o de “ações pedagógicas dialógicas” definidas na dissertação de mestrado
elaborada pelo pesquisador. Como exemplo, segundo maior ou menor aproximação das ativi-
dades de prática profissional, dentre outros. Complementarmente, será visitada bibliografia
sobre o tema, inclusive acerca de experiências internacionais. O banco de dados das experi-
ências será ser publicado em sítio eletrônico. Sua avaliação se dará com a medição de visitas
e citações em trabalhos acadêmicos.
II. Seminário nacional de residência em arquitetura e urbanismo: para sua organização
aplicaremos a experiência adquirida pelo pesquisador em atividades prévias, ao longo de sua
trajetória acadêmica. A participação nos fóruns da ABEA, CAU, FNA, IAB, SASP e FENEA
ocorrerá para sua articulação, com o princípio da publicidade e universalização da participa-
ção, via meios eletrônicos de comunicação e registro. Para sua realização buscaremos recur-
sos em agências de fomento. A avaliação do seminário poderá se dar junto dos participantes
do evento, com a aplicação de breve questionário.
III. Plano de Curso do Programa de Residência: Será elaborado a partir do Seminário, com
contribuições de professores das três unidades de ensino, por meio de métodos coletivos de
discussão e deliberação. As atividades também contarão com a participação de representantes
de entidades das demandas sociais por moradia urbana e rural, bem como do setor da cons-
trução, projetistas e construtores, o CAU ABEA e órgãos públicos correlatos. Professores
especialistas da FEUSP também contribuirão com o processo.
Para a divulgação dos resultados pretende-se apresentar trabalhos em espaços de inter-
câmbio acadêmico tais como seminários, congressos, dentre outros, com o tema da formação
de arquitetos e urbanistas e de políticas públicas de ATHIS. Pretende-se também participar de
fóruns públicos de debate organizados por entidades tais como ABEA, CAU, FNA, IAB,
SASP e FENEA. Os artigos resultantes da pesquisa deverão ser publicados em revistas e
meios de intercâmbio acadêmico do campo, e espera-se contribuir com a elaboração e possí-
vel implantação do programa de residência HIS na FAU, IAU e UNIFESP.
4) Cronograma
A) Atividades junto ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAU
USP:
apoio em disciplinas; apoio a orientação de pesquisas; apoio em pesquisas; outras
atividades.
B) Levantamento nacional de experiências de ATHIS em escolas de arquitetura e urbanismo:
levantamento prévio; elaboração e envio de questionários; visita a experiências no
Brasil; elaboração banco de dados, relatório crítico e elaboração de artigo.
C) Seminário nacional de residência de arquitetura e urbanismo na FAU USP:
pedido de recursos; divulgação e convocação; organização das apresentações; semi-
nário; relatório e divulgação dos resultados por meio de artigo.
D) Elaboração do Plano de Curso do Programa de residência em HIS:
reuniões com professores FAU, IAU e UNIFESP; reuniões com agentes externos.
E) Relatório final de pesquisa
2018 2019
nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out
Atividades
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Atividades
programa
B Levanta/o
nacional visitas
C Seminário
Nacional seminário
D Plano de
Curso
D Relatório
final
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