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A cidade industrial reorientada para as famílias

Discente
Abraão António Rodrigues Pinto

Teoria e História da Arquitetura V

Mestrado Integrado em Arquitetura

Responsável:
Doutora Paula Cristina André dos Ramos Pinto

ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa

Maio, 2023
Tema 13. A cidade industrial reorientada para as famílias | Teoria e História de Arquitetura V | 3º Ano | 2º Semestre | Maio | 2022.2023

Curso de Arquitetura | Docente: Paula André | Discente: Abraão António Rodrigues Pinto
Tema 13. A cidade industrial reorientada para as famílias | Teoria e História de Arquitetura V | 3º Ano | 2º Semestre | Maio | 2022.2023

O trabalho segue o acordo ortográfico da


língua portuguesa, respeitando as normas
de apresentação e harmonização gráfica de
um pequeno ensaio estabelecidas pelo
ISCTE-IUL. As referências bibliográficas
foram feitas segundo a Norma Portuguesa
405.

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Índice

Resumo 1

Introdução 1

Palavras Chave 1

Desenvolvimento do Ensaio 2

Conclusão 4

Bibliografia 5

iii

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Tema 13. A cidade industrial reorientada para as famílias | Teoria e História de Arquitetura V | 3º Ano | 2º Semestre | Maio | 2022.2023

Resumo

Partindo das ideias da cidade industrial de Garnier, este defende que a cidade deve ter os
espaços organizados de acordo com sua função, a ideia de atribuir as construções a espaços
diferentes de acordo com a função principal dos edifícios permitirá facilitar a proximidade de
funções com os recursos a explorar. Está subjacente uma logística, ciência que estou uma
utilização otimizada dos recursos.
Mas mesmo seguindo os critérios idealizados de Garnier, há lugar a criação de espaços
privilegiados para alguns e lugares menos desejados para outros que compõem maior parte da
população. Na época de Garnier a industrialização precedente tinha ganhado relevo para a
organização das indústrias a importância de estarem próximas da matérias primas e das fontes de
energia e interessava também atender à importância do trabalho, da educação, da higiene e dos
fluxos de trabalhadores entre as suas habitações ao local de trabalho, assim como os três tipos de
estabelecimentos públicos. Caminhando sobre estes conceitos, percebe-se também que a cidade
industrial é “fria” há um afastamento da vida pessoal e da vida de trabalho e é necessário alertar
para esta espécie de desumanização. Dai a pertinência para no final se tecer algumas
considerações de caráter moral sobre os limites do modelo de cidade de Garnier.

Introdução

Este pequeno ensaio descreve a visão do discente Abraão sobre a utopia da Cidade Industrial de
Tony Garnier e o Urbanismo de Françoise Choay. Garnier recomenda a organização da
distribuição dos edifícios destinados: à educação, à higiene, à indústria de carroçarias, dos cereais
e os três grupos de edifícios públicos. O presente ensaio pretende acrescentar uma reflexão e de
certo modo denunciar a arbitrariedade e as injustiças de uma normalização que privilegia uns,
mas marginaliza muitos.

Palavras-Chave: Cidade Industrial | Organização da Cidade | Plataforma | Direito de


propriedade| Educação |

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A cidade industrial reorientada para as famílias

Li o resumo do programa do estabelecimento de uma cidade industrial onde passo a citar :


em primeiro lugar esta cidade idealizada em torno de 35 000 habitantes tem regras inovadoras
relativamente aos modelos da zonas industriais da Inglaterra (lembro as casas muito iguais todos
seguidas quase compactadas, a poluição devido ao aquecimento das casas a carvão), há melhorias
na forma idealizada de Garnier, como se faz a disposição dos estabelecimentos: da fábrica
próxima das matérias primas, da usina hidroelétrica no leito do rio, dos estabelecimentos
públicos, das escolas, dos quatro tipos de estabelecimentos sanitários, estabelece regras para as
habitações, a área ocupada ser inferior a metade da superfície dos terrenos, a sua orientação, a
distribuição em relação aos espaços adjacentes, os materiais utilizados, a importância do sol,
atribuindo regras para os dormitórios e a dimensão e orientação das janelas a sul. Nesta
atmosférica organizativa/funcional (“onde todos são conscientes de que o trabalho é a lei humana
e de que há ideal bastante no culto da beleza e da bondade para tornar a vida esplendia.” (Choay,
2005, p. 170) Rematam assim!
Mas, há outras vertentes que são importantes. Eu discordo totalmente da cidade industrial,
que toma o povo por classes. Eu discordo dos administradores da farinha e dos espaços verdes.
Confio que os Pais devem educar os filhos em justiça e retidão. Discordo da separação dos Pais
dos Filhos, na cidade industrial.
No tópico Escola, lemos sobre os pontos escolhidos para as escolas primárias para
crianças até 14 anos, aproximadamente. Separam as crianças pela idade e grau de instrução. Há
diretores e vigilantes. No nordeste da cidade, tal e qual em países conhecidos. (Choay, 2005, p.
168). (“Um ensino especial para uma pequena quantidade de alunos que se destinam à
administração e ao comércio; de um ensino profissional artístico e para o maior número, de um
ensino profissional industrial. As escolas são em função das necessidades da cidade, para todo um
conjunto de funções, de modo que a cidade industrial funcione como um sistema que se
autossustenta.
Pomos essa gente toda a lavar louça, quando queremos, com relógios de torre na cidade. É
a minha perspetiva de uma educação destas, são educados para serem robôs no trabalho.
Quem depois decide quando fecham tudo? A que horas fecha o hipermercado? A que
horas fecha a Farmácia? O lugar dos enfermos fica próximo do Rio. Até arrepia. Eles contam que
desde essa época, este critério da cidade industrial exerceu uma influência considerável. Uma
cidade industrial que só viria, entretanto, a ser editado em 1917.

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Acredito que a família tem de ser autossuficiente, de outra maneira criativa e que a
estratificação social só leva à ruína da cidade. Leva à ruína dos sonhos dos pais e dos filhos. Um
velho dir-vos-á o mesmo. A cidade industrial não funciona. Afastou o coração dos filhos aos Pais.
A cidade industrial é de certo modo uma ilusão pois ela e desenhada para atender em
primeiro lugar sua função industrial.
“Ao buscar as disposições que satisfizessem melhor as necessidades materiais e morais
do indivíduo, fomos levados a criar regulamentos sobre essas disposições: regulamentos de
inspeção de limpeza, regulamentos sanitários, etc. E a supor como já realizados certos processos
de ordem social de onde resultaria um alcance normal para esses regulamentos, alcance este que
as leis não autorizam.” (Choay, 2005, p.165).
Há uma lisonja, sobre o que a sociedade pode dispor livremente do solo, quando deve ser
a família, a ter acesso a isto livremente, antes da sociedade dispor do solo. O direito à
propriedade.
Eles estão tirando isto a todos em Portugal. Admitimos, pois, que a sociedade pode de
agora em diante dispor livremente do solo, e que cabe a ela cuidar da provisão de água, pão,
carne, leite e medicamentos, por causa dos múltiplos cuidados que esses produtos exigem.
Princípios de autossuficiência sobre água, pão, carne, leite e medicamentos. Quem precisa
isto antes da cidade industrial, é a família. Não há sociedade, sem família.
Eu leio e ouço, a cidade industrial à anos e fico sempre triste, com o resultado que vejo na
rua, por adorar o campo e os cultivos agrícolas.
Não há bondade na cidade industrial. Adoro andar a pé. gosto de ver os cavalos, escolher
o caminho sem setas no chão. (Choay, 2005, p.169). (Fábricas de construção de carroçarias) Não
vejo a opção de criar carroçarias na cidade industrial por alguns ser boa quando na América é
muito mais livre. Em Portugal, não há liberdade para a carroçaria, é proibida.
Vejo miséria na cidade industrial como opção por ter iniciado meus estudos em
arquitetura paisagista, há anos. Diluem os assuntos de casas para engenheiros, vestiários,
refeitórios, postos de socorro médico para acreditarem que precisam isto. Até pistas de prova para
diferentes veículos? Já temos a pista para passear o nosso cão.
Descreve Choay, sobre dar uma importância média “nós a imaginamos com cerca de 35
000 habitantes”, “tivemos sempre em mente o mesmo objetivo, manter-nos dentro de uma série
de investigações de ordem geral, que não poderiam ser motivadas pelo estudo de uma aldeia ou
de uma cidade muito grande” (Choay, 2005, p.164).

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Conclusão
A minha conclusão é que, o conceito de cidade industrial de Garnier é uma proposta de
habitar socialista e comunista e verbaliza-a de modo a continuar a propor a habitação como uma
noção de cobrir a terra de maneira utópica para uns poucos e desgraçada para a maioria.
A cidade de Garnier está centralizada na indústria e no trabalho, apesar dos serviços
complementares: da administração, da educação, da saúde não contempla outros aspetos
importantes da vida. Surgem na atualidade novas tendências como a cidade inteligente, a
sustentabilidade, o ambiente, a ecologia.
Por outro lado, muitas cidades hoje são muito mais numerosas, ultrapassando os cem mil
habitantes, outras muitos superiores a um milhão. Desse a organização proposta fica aquém para
atender a cidade tão grandes.
Fica tudo chinês quando terminam (Choay, 2005, p.169) com: “Em torno da aglomeração
principal há outras aglomerações de exploração agrícola, é o exemplo da criação do bicho da-
seda, fiação”, a fabricação de tecidos levou à criação da Rota da seda. O transporte de
mercadorias trás bens, trás também as ideias.
Melhorando o indivíduo, este melhora tudo ao seu redor, até as cidades.

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Bibliografia.

CHOAY, Françoise - O urbanismo: utopias e realidades : uma antologia. São Paulo :


Perspectiva, 2005. 350 p. ISBN 8527301636.

GARNIER, Tony - Une cite industrielle : Etude pour la construction des villes. Tony
Garnier. Ed. lit. Philippe Sers. Paris : Vincent, 1988. ISBN 10 : 2904057285ISBN.

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