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Happiness Machine

RELATÓRIO TÉCNICO DA PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

TECNICO DE MECATRÓNICA 12.º ANO

Rodrigo Ribeiro nº 190145


TM19

INETE – Instituto de Educação Técnica, Lisboa

Lisboa, julho de 2022


2021/2022
Rodrigo Ribeiro
Turma TM19
Diretora pedagógica: Dra. Fernanda Torres
Orientadora educativa: Professora Sofia Trindade
Coordenador de curso: Professor Engenheiro Jorge Cipriano
Representante da OET: Professor Engenheiro Sérgio Rebelo
Representante empresarial: Engenheiro Eduardo Pinto
INETE – Instituto de Educação Técnica, Lisboa
Julho de 2022

1
Resumo

Atendendo às diferentes condições sociais e a crescente adoção de estilos de vida


mais saudáveis, é imprescindível incorporar os hábitos vigentes no quotidiano. Neste
contexto, uma máquina de venda de snacks que priorizasse as questões de índole sustentável
atenderia às necessidades anteriormente descritas.

Após a idealização do projeto foi delineado um plano com o intuito de ultrapassar todos
os entraves na elaboração do mesmo, garantindo uma evolução constante. De facto, era
expectável o surgimento de dificuldades assentes na compreensão do funcionamento do
microcontrolador utilizado e na sua aplicabilidade. No desenrolar da prova de aptidão
profissional manteve-se ilesa a preocupação com o constante cuidado no que concerne ao
desperdício de materiais.

Tendo subjacente a situação pandémica atual foram consideradas diversas medidas


de prevenção, sendo aquela com maior ênfase a criação de uma aplicação com base de
dados, ou seja, com área de cliente, de forma a garantir o mínimo contacto possível com a
máquina.

Todo o conhecimento inerente à realização da prova de aptidão profissional, trata-se


de conhecimento adquirido no Instituto de Educação Técnica, INETE, ao longo destes 3
últimos anos, onde foram incluídos diversos conteúdos abordados nas mais variadas
disciplinas práticas e teóricas que constituem o curso como programação. Revela ainda
capacidades que foram desenvolvidas de forma autónoma fora do contexto escolar.

Relativamente ao resultado final obtido, creio que este projeto pode representar uma
mais-valia no que concerne ao bem-estar da população, nomeadamente para quem passa
grande parte do seu tempo na rua, detém um estilo de vida proativo ou apresenta mobilidade
reduzida.

Palavras-chave

Snacks; Máquina de venda; Arduíno; Microcontrolador; Programação; Impressão 3D.

2
Abstract

Given the different social conditions and the growing adoption of healthier lifestyles, it
is essential to incorporate current habits into everyday life. In this context, a snack vending
machine that prioritized sustainable issues would meet the needs described above.
After the idealization of the project, a plan was outlined in order to overcome all the
obstacles during the elaboration of it, guaranteeing a constant evolution. In fact, it was
expected that difficulties would arise based on understanding the functioning of the
microcontroller used and its applicability. In the course of the professional aptitude test, the
concern with the waste of materials remained until de end.
Given the current pandemic situation, several preventive measures were considered,
being the creation of an application with a database, planned with a customer area, the one
with the greatest emphasis. This idea was designed in order to guarantee the least possible
contact with the machine.
All the knowledge inherent in carrying out the professional aptitude test was acquired
at the Instituto de Educação Técnica, INETE, over the last 3 years, where many contents
covered the most varied practical and theoretical subjects that make up the course were
included, like programming. It also reveals skills that were developed autonomously, outside
the school context.
Regarding the final result, I believe this project can add value to population well-being,
namely for those who spend the most part of their time on the street, have a proactive lifestyle
or have reduced mobility.

Keywords

Snacks; Vending machine; Arduíno; Microcontroller Programming; 3D Printing.

3
Agradecimentos

Para que a realização deste projeto fosse exequível foi impreterível o apoio, energia e
força de várias pessoas, a quem dedico notadamente este trabalho.

Numa fase inicial, quero mencionar o nome do Coordenador do curso e Engenheiro,


Professor Jorge Cipriano pela orientação exemplar pautada por um rigoroso nível científico e
ainda pela sua visão oportuna, no sentido de promover melhorias no meu trabalho. Foi ainda
responsável por estimular o meu interesse pelo conhecimento, o que favoreceu a execução
desta prova. É importante ainda salientar o apoio e disponibilidade demonstrados ao longo do
meu percurso, que se revelaram bastante enriquecedores.

Ao Professor Sérgio Rebelo fico muito grato por todas as palavras de incentivo e por
todo o apoio, ambos imprescindíveis. A sua ajuda constante e a preocupação em transmitir a
sua sabedoria denotaram-se fulcrais para esta prova, tendo sido o mesmo responsável por
uma abordagem de elevado grau de profundidade no que concerne à componente teórica
deste projeto.

Agradecer igualmente aos restantes professores do departamento, nomeadamente à


Professora Sofia Trindade, pelos conhecimentos e competências que me transmitiram de
forma exímia durante estes três anos.

Por último, gostaria de agradecer de forma sentida à minha família, mais


concretamente, aos meus pais, irmão e avós por terem contribuído de forma significativa para
a concretização deste projeto, ao apoiarem todas as minhas decisões, sempre acreditando
nas minhas capacidades.

4
Índice

1º Capítulo: Introdução ........................................................................................................ 10


Enquadramento e Motivação ............................................................................................ 10
Objetivos .......................................................................................................................... 11
Descrição do projeto ........................................................................................................ 12
Recursos utilizados .......................................................................................................... 15
Estrutura do relatório ........................................................................................................ 16
2º Capítulo: Softwares utilizados.......................................................................................... 17
Arduíno IDE...................................................................................................................... 17
Fusion 360 ....................................................................................................................... 18
EAGLE ............................................................................................................................. 19
Ultimaker Cura ................................................................................................................. 20
MIT APP Inventor ............................................................................................................ 21
3º Capítulo: Impressão 3D ................................................................................................... 22
Impressão 3D no projeto .................................................................................................. 22
Creality Ender3 V2 ........................................................................................................... 23
4º Capítulo: Trabalho de oficina ........................................................................................... 25
Serralharia ....................................................................................................................... 25
Pintura.............................................................................................................................. 26
5º Capítulo: Telecomunicação ............................................................................................. 27
Comunicação via Bluetooth .............................................................................................. 27
Módulo HC-05 .................................................................................................................. 28
6º Capítulo: Componentes do circuito elétrico...................................................................... 29
Motor ................................................................................................................................ 29
Motor elétrico ................................................................................................................ 29
Motor de passo ............................................................................................................. 29
Motor de passo NEMA 17 ............................................................................................. 31
Driver A4988 .................................................................................................................... 34
Microcontrolador Arduíno ................................................................................................. 36
Arduíno ......................................................................................................................... 36
Arduíno UNO ................................................................................................................ 37
Entradas e saídas do Arduíno....................................................................................... 38
Comunicação USB da placa Arduíno UNO ................................................................... 39
Programação da placa Arduíno UNO............................................................................ 39
Esquema eletrónico da placa Arduíno UNO.................................................................. 40
Mini Sensor Infravermelho................................................................................................ 41
5
Montagem do circuito.................................................................................................... 42
Condensador eletrolítico de alumínio ............................................................................... 43
Conversor de tensão ........................................................................................................ 44
7º Capítulo: APP e Programação ......................................................................................... 46
APP .................................................................................................................................. 46
Explicação do código da APP .......................................................................................... 47
Programação.................................................................................................................... 50
Códigos desenvolvidos no decorrer do projeto ............................................................. 50
Representação do esquema do circuito ........................................................................ 51
Testes realizados.......................................................................................................... 52
Valores analógicos lidos na porta COM ........................................................................ 52
Aplicação do circuito no projeto .................................................................................... 53
Código de experimentação para o sensor..................................................................... 54
8º Capítulo: Estágio ............................................................................................................. 59
Apresentação e Descrição da Empresa ........................................................................... 59
Funções Desempenhadas................................................................................................ 59
Trabalhos Efetuados ........................................................................................................ 59
9º Capítulo: Conclusão ........................................................................................................ 62
10º Capítulo: Anexos ........................................................................................................... 65
Anexo A ........................................................................................................................... 65
Anexo B ........................................................................................................................... 66
Anexo C ........................................................................................................................... 67
Anexo D ........................................................................................................................... 68
Anexo E ........................................................................................................................... 69
Anexo F............................................................................................................................ 70
Anexo G ........................................................................................................................... 71
Anexo H ........................................................................................................................... 72

6
Índice de figuras

Figura 1: Parte da solda e desbaste concluídas…………………………………………………. 12

Figura 2: Processo de pintura finalizado…………………………………………………………. 12

Figura 3: Fixação de acrílico…………………………..…………………………………………... 12

Figura 4: Projeto em construção………...………………………………………………………… 13

Figura 5: Corte do metal………………...………………………………………………………….. 13

Figura 6: Impressão das peças utilizadas………………………………………………………… 13

Figura 7: Aplicação do circuito no projeto…………...……………………………………………. 13

Figura 8: Duas primeiras opções da aplicação………………………………………..………… 14

Figura 9: Duas últimas opções da aplicação……………………………………………………... 14

Figura 10: Logo desenvolvido para a Happiness Machine………………..…………………… 14

Figura 11: Placa Arduíno UNO……………………………………………………………………. 17

Figura 12: Representação do software Fusion360……………………………………………… 18

Figura 13: Board Placa……………………………………………………………………………... 19

Figura 14: Schematic Placa……………………………………...………………………………… 19

Figura 15: Representação do software Ultimaker Cura…………………………………………. 20

Figura 16: Design MIT APP Inventor…………………………………..…………………………. 21

Figura 17: Suporte varões…………………………………..……………………………………… 22

Figura 18: Suporte sem fim………………………..………………………………………………. 22

Figura 19: Suporte do motor de passo………………………………………...………………….. 22

Figura 20: Suporte da rosca do varão……………………………………………...……………... 22

Figura 21: Suporte dos rolamentos lineares……………………………………………………… 23

Figura 22: Representação Ender3 V2…………………………………………………………….. 23

Figura 23: Desperdício de filamento………………………………………………………………. 24

Figura 24: Empenamento da peça……………………………………………………………..…. 24

Figura 25: Etapas da execução da estrutura…………………………………………………….. 25

Figura 26: Pintura da estrutura…………………………………………………………………….. 26

Figura 27: Transmissão Full-duplex do Bluetooth……………………………………………….. 27


7
Figura 28: Pinagem do módulo HC-05……………………………………………………………. 28

Figura 29: Esquema de ligação módulo Bluetooth-Arduíno…………………………………….. 28

Figura 30: Motor de passo NEMA 17……………………………………………………………… 29

Figura 31: Características do torque estático…………………………………………………….. 30

Figura 32: Constituição do motor de passo…………………………………………………..….. 30

Figura 33: Dimensões do motor NEMA 17……………………………………………………….. 31

Figura 34: Motor híbrido…………………………………………………………...……………….. 31

Figura 35: Eixo de um motor híbrido………………………………………………………………. 32

Figura 36: Funcionamento do motor híbrido……………………………………………………… 32

Figura 37: Motor de passo bipolar…………………………………………………………………. 33

Figura 38: Teste de continuidade………………..………………………………...……………... 33

Figura 39: Driver A4988………...………………………………………………………………….. 34

Figura 40: Pinagem do driver A4988……………...………………………………………………. 34

Figura 41: Circuito de ligação driver-motor……………………………………………………….. 35

Figura 42: Verificação do cristal oscilador de 16 MHz………………...………………………… 37

Figura 43: Componentes do Arduíno UNO……………………………………………………….. 38

Figura 44: Representação dos pinos de saída do Arduíno UNO………………………………. 38

Figura 45: Esquema eletrónico da placa Arduíno UNO…………………………………………. 40

Figura 46: Mini Sensor IR………………………………………………………...………………… 41

Figura 47: Funcionamento do Mini Sensor IR……………………………………………………. 41

Figura 48: Esquema de ligações sensor IR……………………………………………………… 42

Figura 49: Constituição do condensador eletrolítico…………………………………………….. 43

Figura 50: Condensador eletrolítico de alumínio………………………………………………… 44

Figura 51: Conversor de tensão 5V……………………………………………………………….. 44

Figura 52: Pinagem do conversor de tensão……………………………………………..……… 44

Figura 53: Interface MIT APP Inventor……………………………………………………………. 46

Figura 54: Conexão Bluetooth e botões………………………...………………………………… 47

Figura 55: Código de definição de user e passe…………………………………………………. 47

Figura 55: Código de verificação para entrada……………………………..…………...……… 47


8
Figura 56: Código de conexão ao mac adress…………………………..……….……………… 48

Figura 57: Código do click e do envio do sinal………………..……………………….….……... 48

Figura 59: Página principal da aplicação…...…………………………………………………….. 49

Figura 60: Users e palavras passe……..………………………………………………….……… 49

Figura 61: Esquema de ligação do driver com o sensor IR e o motor……………….....……... 51

Figura 62: Circuito de testes para o sensor IR…………………………………………………… 52

Figura 63: Valores analógicos lidos sem obstáculo……………………………………………… 52

Figura 64: Valores analógicos lidos com obstáculo……………………………………………… 53

Figura 65: Primeiros ensaios dos processos mecânicos……………………………………….. 53

Figura 66: Primeiros ensaios com os componentes na estrutura……………………………… 53

Figura 67: Central industrial……...………………………………………………………………… 59

Figura 68: Central residencial……………………………………………………………………... 59

Figura 69: Rede de ar-condicionado…………………………………………….……………….. 60

Figura 70: Centrais montagem em contexto estágio……………………………………………. 60

Figura 71: Rede de deteção de monóxidos………………………………………………………. 60

Figura 72: Rede de deteção de incêndio…………………………………………………………. 61

Figura 73: Passagem e fixação de tubagem em contexto estágio…………………………….. 61

Índice de gráficos

Gráfico 1: Eficiência típica do conversor de tensão.………………………………...…………. 45


Gráfico 2: Corrente de saída máxima do conversor……………………………………………. 45

9
1º Capítulo: Introdução

Enquadramento e Motivação

A primeira motivação para a realização deste projeto como prova de aptidão


profissional prende-se com o facto de o ter encarado como algo fundamental e útil que
beneficia a sociedade. Não obstante, é necessário salientar que parte do projeto se enquadra
fora da minha zona de conforto, nomeadamente aquando da criação da aplicação, uma vez
que a mesma envolve conceitos de programação que, dado a sua complexidade se tornaram
numa instigação.

Por outro lado, visto ser um conceito inovador que, a longo prazo, irá possibilitar a
alteração das mentalidades ainda ligeiramente retrógradas no que respeita à evolução
tecnológica, tal propiciou um maior envolvimento para que o projeto alcançasse o sucesso.

Por forma a seguir os meus valores, a dificuldade de mobilidade de algumas pessoas


constituiu o cerne para a elaboração deste projeto, tendo por isso, idealizado uma máquina
cujas características favorecessem o seu acesso, pelo que a happiness machine apresenta
uma dimensão adaptada. Com a pretensão de, simultaneamente, proteger a integridade física
de toda a população, esta não exige pagamentos com dinheiro vivo.

Os conteúdos abordados na prova de aptidão profissional foram lecionados em sala


de aula nos dois anos transatos e no presente ano letivo. De facto, todas as disciplinas do
curso mostraram-se indispensáveis para a elaboração da happiness machine, no sentido em
que foi utilizada informação dos mais variáveis módulos. Como tal, enfatizam-se as disciplinas
de Português, pois contribuiu de forma positiva para o enriquecimento do vocabulário, a
disciplina de Área de Integração, na medida em que, me consciencializou acerca de aspetos
socioculturais, a disciplina de Inglês que possibilitou a tradução do trabalho e, ainda a
disciplina de Matemática que, dadas as competências adquiridas na mesma, facilitou os
cálculos realizados na componente prática.

Porém, as disciplinas que mais impactaram nesta prova correspondem às disciplinas


da vertente técnica, das quais se enunciam Eletrónica e Eletricidade, Aplicação de
Mecatrónica e Técnico de Mecatrónica.

Neste contexto, esta prova resulta de conhecimentos pré-adquiridos que possibilitaram


efetuar um projeto inovador, capaz de integrar os mais diversos conteúdos programáticos
abordados nestes três últimos anos.

10
Objetivos

A prova de aptidão profissional visa proporcionar um ambiente de aprendizagem da


eletrónica programável no desenvolvimento do projeto a que me propus.

Neste âmbito, a happiness machine foi pensada com o objetivo de contribuir de forma
positiva, inovadora e sustentável para a alimentação de último recurso fora de casa. Além
disso, pretendo promover a evolução tecnológica ao criar uma máquina de bens alimentares
que tem subjacente a atual pandemia que se presencia. Ainda que numa primeira abordagem
havia delineado esta máquina apenas com o propósito acima referido após a análise de
inquéritos surgiu a ideia de a desenvolver atendendo às incapacidades de cerca de um milhão
e setecentos portugueses, dados referentes a 2018.

Adicionalmente, tendo em conta a pandemia que se presencia, outro objetivo a frisar


da happiness machine passa pelo contacto quase nulo com a mesma, o que limita o contágio
do SARS-COV2.

No que diz respeito ao desenvolvimento físico do projeto pretende-se atingir os


seguintes objetivos:

o Desenvolvimento de competências de programação: Criação, desenvolvimento de


programas em C++ e uma aplicação Android;

o Domínio de técnicas e processos de fabrico: Projeto e dimensionamento de placa


eletrónica, nomeadamente elaborar placas de circuito impresso, criar o seu design e
construí-las utilizando a tecnologia CNC;

o Aplicação de Desenho Técnico: Desenhar toda a estrutura da happiness machine e


posteriormente a sua construção;

o Aplicação de técnicas de impressão 3D: Tratamento e impressão de peças em PLA


para a prova de aptidão profissional;

o Montagem de circuitos eletrónicos e utilização de técnicas de deteção de avarias;

o Aplicação de domínios inerentes a manufatura aplicada no projeto: Construção da


estrutura e preocupação com os detalhes visuais e de fixação de objetos.

11
Descrição do projeto

A happiness machine consiste numa ferramenta tecnológica elaborada com o intuito


de facilitar a aquisição de snacks rápidos, nomeadamente das pessoas com mobilidade mais
reduzida. Através de uma aplicação Android criada para o efeito na plataforma MIT App
Inventor, esta possibilita a escolha do produto pretendido e posterior recolha. Assiste-se assim
a um incremento na segurança do consumidor aquando da realização do seu pedido ao limitar
o contacto com a máquina, o que constitui uma medida de prevenção e contribui para o bem-
estar comum. Nesta linha, este projeto integra áreas como a eletrónica, a programação, o
trabalho manual e o desenho técnico 2D e 3D, tendo sido possível a criação de uma máquina
de venda com utilidade evidente.

Numa primeira fase, foi elaborada uma estrutura com o propósito de ser leve e
compacta com materiais acessíveis de obter, para que, em caso de substituição, este
processo decorresse de forma relativamente simples. No que respeita ao material utilizado,
optou-se na sua maioria pelo acrílico que, embora dispendioso, acrescenta um valor estético
favorável ao projeto. A escolha deste material deve-se ainda ao facto de permitir a
visualização de todas as ligações e processos executados. Assim, foi desenhada e
posteriormente elaborada uma estrutura de ferro revestida por acrílico para alojar os
componentes eletrónicos e os motores. Seguidamente foi pintada, o que contribui para o
fomento da identidade visual da máquina desenvolvida.

Figura 1: Parte da solda e desbaste Figura 2: Processo de pintura Figura 3: Fixação de acrílico.
concluídas. finalizado.

A delineação da estrutura, na sua fase inicial, engloba ainda processos de serralharia,


sendo os mesmos deveras evidentes nos sem fim responsáveis por transportar o alimento até
ao momento da sua queda e ainda na estrutura cuja função é recolher o produto desejado
pelo consumidor. Em simultâneo com este procedimento, decorreu numa segunda fase a
impressão das 5 peças correspondentes aos suportes necessários para a estrutura.
12
Figura 4: Projeto em construção. Figura 5: Corte do metal. Figura 6: Impressão das peças
utilizadas.

Numa terceira fase, foi realizada a montagem do circuito que permitia aos
componentes desempenharem a função pretendida através do código funcional previamente
elaborado. No que diz respeito à função executada pelos motores de passo, foi necessário
escolher o driver a utilizar, driver A4988. Aos motores de passo foi-lhes atribuída a tarefa de
fazer rodar o sem fim até à queda do alimento. Este irá cair num reservatório que tem na sua
constituição um sensor IR imprescindível no envio de informação até aos motores de passo,
informando-os que podem executar a tarefa de transportar o alimento até ao orifício de saída.
Neste caso, o reservatório em questão só irá saber quando será o término ao atingir o número
de voltas necessárias que indicam que o motor ligado ao seu eixo chegou ao fim do seu campo
de movimento.

Figura 7: Aplicação do circuito no


projeto.

Numa quarta fase, tratou-se do desenvolvimento da aplicação responsável pela


execução de cada pedido, encontrando-se a mesma encarregue pelo controlo dos motores
através do sinal emitido via Bluetooth. Esta aplicação exige que cada consumidor proceda ao

13
seu registo com a sua palavra-passe para que escolha o item pretendido, apresentando como
escolhas 4 snacks saudáveis.

Figura 8: Duas primeiras opções Figura 9: Duas últimas opções da


da aplicação. aplicação.

Numa quinta fase foi concebido um logótipo para a happiness machine.

Figura 10: Logo desenvolvido para a


happiness machine.

14
Recursos utilizados

Para a realização da prova de aptidão profissional foi necessário recorrer a vários


componentes:

o Microcontrolador Atmega 328P: Executa as funções pré-programadas;


o Motor de passo: Rotação das molas e do veio sem fim associados ao projeto em
causa;
o Sensor IR: Deteção do alimento e envio de sinal;
o Driver A4988: Controlo do motor de passo;
o Módulo Bluetooth: Recetor e transmissor de dados;
o Transformador 230/12V contínuos: Alimentação do projeto;
o Condensador electrolítico de alumínio: Manutenção da tensão regulada;
o Conversor 5V Step-Up/Step-Down: Alteração da voltagem.

Em termos de softwares foram utilizados:

o Arduíno IDE: Programação de microcontroladores da plataforma Arduíno;


o Fusion 360: Desenho e criação da estrutura da PAP;
o EAGLE: Desenvolvimento da placa de circuito impresso utilizada no projeto;
o Ultimaker Cura: Tratamento das peças em 3D associadas à construção da PAP;
o MIT App Inventor: Criação da aplicação inerente à prova de aptidão profissional.

Atendendo à exigência do projeto em causa recorreu-se às seguintes máquinas:

o Ender 3 v2: Impressão de peças inerentes à prova de aptidão profissional;


o Máquina de soldar mig: Fundição de metais a utilizar na prova;
o Rebarbadora: Corte e desbaste de metais e acrílicos;
o Compressor de ar: Pintura do projeto;
o Ferramentas variadas de uso ligeiro.

No que concerne às matérias-primas utilizadas enunciam-se:

o Acrílico;
o PLA;
o Esmalte;
o Aço frio;
o Rolamentos;
o Metais com aplicabilidade diversa.

15
Estrutura do relatório

O plano estrutural delineado para a redação desta dissertação comporta 10 capítulos


distintos. No primeiro capítulo é apresentada a informação que permite compreender o âmbito
do trabalho produzido. Como tal, são introduzidos o enquadramento conceptual e as principais
motivações, a descrição do projeto, a nomeação dos objetivos a atingir e, ainda, dos principais
recursos utilizados.

Seguidamente, no segundo capítulo, expõe-se os softwares utilizados para esboçar e


fabricar projetos CAD/CAM corroborados com figuras explicativas do seu uso. Já no terceiro
capítulo é atribuído especial enfoque à Impressão 3D, aos respetivos comandos, às peças da
estrutura impressas e ainda aos mais variados materiais que podem estar envolvidos neste
processo.

O quarto capítulo destina-se à nomeação dos trabalhos de oficina realizados,


nomeadamente a serralharia e a pintura, evidenciando-se os serviços efetuados e alguns
cuidados a ter em conta. Posteriormente, no quinto capítulo exploram-se as redes e protocolos
de comunicação tais como o Bluetooth e perscruta-se o seu funcionamento.

No contexto do sexto capítulo e atendendo a uma abordagem mais teórica, procede-


se à identificação dos principais componentes do circuito elétrico. Neste caso em concreto,
serão abordados os temas relacionados com os drivers utilizados, motores elétricos,
microcontroladores, sensores, condensadores eletrolíticos e conversores de tensão.

Após a abordagem teórica, o sétimo capítulo foca-se essencialmente na componente


prática. Assim sendo, este engloba uma descrição rigorosa da aplicação concebida para o
projeto com referência aos principais comandos. Além disso, inclui também toda a
programação desenvolvida para o correto funcionamento da happiness machine.

Após uma abordagem minuciosa do projeto, realizou-se uma apresentação da


empresa na qual estagiei no oitavo capítulo, tendo recorrido a fotografias que possibilitaram
elaborar um balanço da formação em contexto de trabalho. No nono capítulo conclui-se em
que medida os objetivos, quer através do projeto final, como no estágio foram atingidos, quais
as principais aprendizagens adquiridas, não negligenciando as principais dificuldades.

Por último, no décimo capítulo encontram-se os anexos que englobam as folhas de


desenho técnico 2D e 3D e os datasheets dos componentes utilizados mais significativos.

16
2º Capítulo: Softwares utilizados

Arduíno IDE [1]

O Arduíno IDE é uma aplicação multiplataforma derivada dos projetos Processing e


Wiring. É esquematizado para introduzir a programação com o desenvolvimento de software.
Este, por sua vez, inclui um editor de código com recursos de realce de sintaxe, parênteses
correspondentes e identificação automática, sendo capaz de compilar e carregar programas
para a placa com um único clique.

Adicionalmente, o Arduíno detém a capacidade de programar em C/C++. Nesta linha,


a principal vantagem assenta no facto de permitir criar com facilidade inúmeras operações de
entrada e saída, sendo somente necessário definir duas funções de modo a fazer um
programa funcional:

o Void setup() – Função inserida no inicio. Esta só será executada uma vez depois de
cada inicialização ou reinicialização da placa Arduíno. A título exemplificativo, utiliza-
se para inicializar variáveis e configurar o modo dos pinos (INPUT ou OUTPUT).

o Void loop() – Função que executa exatamente o que seu nome sugere e faz loops
consecutivos, ou seja, cria-se um ciclo de repetição, que, por sua vez, permite que o
seu programa mude e responda às mudanças. É utilizada com o intuito de controlar
ativamente a placa Arduíno.

Figura 11: Placa Arduíno UNO.

Após a finalização do código, e por forma a garantir que não existe nenhuma
linguagem que o Arduíno não seja capaz de ler, procedeu-se à testagem do código. Para esse
fim, é apenas necessário clicar no símbolo “certo” que o software automaticamente testa o
código em questão. De seguida, informou-se o software acerca da porta na qual o Arduíno se
encontra conectado, a placa e o processador. Por último, fez-se o upload do código para o
microcontrolador.

17
Fusion 360 [2]

O Fusion 360 é um programa concebido para o desenvolvimento de ficheiros


CAD/CAM/CAE que combina ferramentas de modelação de forma livre e sólida perfeitamente
integrada numa única aplicação, sendo que se foca sobretudo no design e na elaboração de
objetos e peças tridimensionais. Relativamente aos recursos CAM, estes permitem a geração
rápida de caminhos de ferramenta para máquinas CNC, corte laser ou para que projeto seja
impresso numa impressora 3D. No âmbito deste programa o seu uso está inteiramente
relacionado com os designs em 2D e em 3D das peças pretendidas.

No contexto do projeto, recorreu-se a este software para planificar e desenhar as peças


a aplicar na estrutura, já que apresenta uma simulação 3D totalmente integrada, o que facilita
a testagem das bases responsáveis por suportar os motores de passo, de modo a garantir
que estas podem ser aplicadas às condições do mundo real, sendo por isso exequível fazer
simulações digitais e reduzir os custos de prototipagem.

Figura 12: Representação do software Fusion360.

No que respeita à interface deste software, esta revela-se apelativa e relativamente


simples, já que este foi desenvolvido sobretudo para estudantes e inovadores que não detêm
um elevado conhecimento na área. Como tal, existem alguns comandos base imprescindíveis
aquando do desenho:

o Sketch – perfil geométrico que forma a base do desenho 3D;


o Line – permite desenhar uma ou mais linhas para criar um desenho 2D;
o Trim – permite cortar as linhas desenhadas de modo a ter um desenho sem excessos;
o Rectangle – permite criar um retângulo ou quadrado;
o Circle – permite criar um círculo;
o Hole – permite fazer um buraco na peça;
o Extrude – permite efetuar a extrusão do desenho 2D, de modo a ter um desenho 3D.
18
EAGLE [3]

O EAGLE é um software de automação de projeto eletrónico programável com captura


esquemática, layout de placa de circuito impresso (PCB), roteador automático e recursos de
fabricação assistida por computador (CAM). Caracteriza-se por conter um editor de esquemas
para projetar diagramas de circuitos. Os esquemas são armazenados em arquivos com
extensão. Já as peças podem ser colocadas em muitas folhas e conectadas através de portas.

O editor de layout de PCB armazena arquivos de placa com a extensão. Por sua vez,
este possibilita a anotação de volta no esquema e o roteamento automático para conectar
automaticamente os traços com base nas conexões definidas no esquema.

Complementarmente, este programa fornece uma interface gráfica com várias janelas
e um sistema de menus para edição, gestão de projetos e para personalizar a interface e os
parâmetros de design. O sistema pode ser controlado via mouse, teclas de atalho do teclado
que podem ser definidas pelo utilizador ou digitando comandos específicos numa linha de
comando incorporada.

Figura 13: Board Placa.

Figura 14: Schematic Placa.

19
Ultimaker Cura [4]

O Ultimaker Cura é um programa responsável pela conversão dos arquivos STL


(Standard Triangle Language), que contêm as peças desenhadas em 3D no código (.gcode),
a linguagem de programação padrão para a maioria das impressoras 3D, quer sejam de
referencial em delta ou cartesiano.

Esse código é gerado automaticamente sempre que um arquivo STL é dividido em


camadas e reproduz os parâmetros de impressão como:

o Velocidade de impressão;
o Temperatura do extrusor, filamento e mesa (tecnologia FDM);
o Tempo de exposição da resina (tecnologia SLA/DLP/LCD);
o Preenchimento;
o Dimensões da peça.

Além disso, é ainda possível determinar a qualidade da impressão. Para uma


qualidade mais elevada é expectável um processo de impressão mais lento justificado pelo
maior rigor e pelo preciosismo dos detalhes. Em contrapartida, uma qualidade mais baixa
remete para um processo de impressão mais rápido.

Embora este programa seja relativamente simples de utilizar com inúmeras opções e
ajustes, existem ainda outros comandos mais integrais e complexos para o desenvolvimento
de peças mais complexas.

Figura 15: Representação do software Ultimaker Cura.

20
MIT APP Inventor [5]

MIT App Inventor é uma ferramenta desenvolvida pela Google que permite a criação
de aplicações para smartphones que operam no sistema operativo Android, sem que seja
necessário conhecimentos sólidos em programação. Segundo Harold Abelson, investigador
do MIT que trabalhou nesse projeto, o objetivo desta ferramenta é permitir que os utilizadores
sejam também criadores e não apenas consumidores (TechTudo, 2010).

Assim como o Arduíno IDE, o MIT App inventor 2 é uma aplicação de código aberto
na qual é possível utilizar os blocos de programação para iniciantes desenvolverem as suas
aplicações Android.

No que concerne à interface desta aplicação drag-and-drop, esta viabiliza a utilização


por parte do utilizador do mouse para arrastar-e-soltar os componentes do software,
comandos e funções. No que diz respeito aos componentes, estes são posicionados
diretamente na tela do smartphone e os comandos e funções são formados por uma
linguagem visual que se assemelha às peças de um quebra-cabeça.

Figura 16: Design MIT APP Inventor.

21
3º Capítulo: Impressão 3D

A impressão 3D é um conjunto de tecnologias do qual resultam objetos tridimensionais


sólidos, desenhados em software 3D, através de um processo aditivo, em que a matéria-prima
é primeiramente aquecida e posteriormente aplicada por deposição de camadas sucessivas
(“layers”) até se formar o objeto tridimensional. Por sua vez, a deposição do material decorre
a partir de um código previamente elaborado em (.gcode), tendo sido neste caso gerado a
partir do software Ultimaker Cura.

De facto, a fabricação aditiva é a principal característica que distingue as impressoras 3D de


outras máquinas de prototipagem rápida e de controlo numérico (CNC), onde o processo de
produção é subtrativo, isto é, o objeto final é obtido através do desbaste da matéria-prima
tendo subjacente diferentes ferramentas mecânicas.

Impressão 3D no projeto

No contexto do projeto, recorreu-se à impressão 3D para a execução dos suportes


para os diferentes componentes que constituem a estrutura do projeto.

Figura 17: Suporte varões. Figura 18: Suporte sem fim.

Figura 19: Suporte do motor de passo. Figura 20: Suporte da rosca do varão.

22
Figura 21: Suporte dos rolamentos lineares.

Creality Ender3 V2 [6]

Esta impressora apresenta uma mesa aquecida de 220x220mm e tem a capacidade


de imprimir até uma altura de 250mm. Detém ainda um nozzel (bico) de 0,4mm com uma alta
precisão de ±0,1mm. A sua estrutura é feita em liga de alumínio para ter uma impressão mais
estável. É compatível com vários filamentos de impressão como PLA, ABS, PETG e 95A
flexível.

Nozzle

Mesa aquecida

Controladora

Figura 22: Representação Ender3 V2.

No que concerne à escolha dos filamentos, esta deve ter por base as características
intrínsecas do objeto a imprimir. Embora neste processo possa utilizar-se uma grande
variedade de materiais como o alumínio, o cobre e o cimento para impressoras de maior
escala, os mais comuns são os seguintes:

o PLA (ácido poliláctico) – plástico biodegradável que se obtém a partir de recursos


naturais, como amido extraído do milho, da beterraba ou da cana-de-açúcar.
Corresponde a um dos bioplásticos mais utilizados no mundo da impressão 3D devido
à sua facilidade de uso, alta resolução, rigidez, durabilidade e ainda pelo seu preço
mais acessível. A sua utilização assenta sobretudo no fabrico de produtos têxteis,
embalagens, material cirúrgico e recipientes.

23
o ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno) – Assim como o PLA, trata-se de um
termoplástico bastante popular. Apresenta boa resistência mecânica e térmica e
suporta temperaturas superiores ao PLA, sendo amplamente utilizado em produtos de
consumo por moldagem de injeção como Lego ou componentes internos de
automóveis como o painel.

o PET (Polyethylene terephthalate) – Material translúcido, rígido, leve e com grande


resistência a impactos. Caracteriza-se pela boa adesão entre as camadas e baixos
percentuais de deformação durante a impressão 3D. A ausência de cheiro e a
resistência química a bases e ácidos também são pontos relevantes que contribuem
para que seja chamado como o “novo PLA”. Bastante utilizado para testes de forma
em protótipos em virtude da sua translucidez.

No projeto em questão, o filamento escolhido foi o PLA, tendo o processo de impressão


das peças implicado:

1. Conceção das peças no software de desenho Fusion 360;


2. Exportação dos ficheiros correspondentes às peças desenhadas como um
arquivo STL;
3. Dimensionamento das peças no software Ultimaker Cura e criação do código
(.gcode);
4. Envio do ficheiro (.gcode) para a impressora;
5. Configuração da impressora;
6. Impressão.

No que respeita ao desperdício de materiais e embora esta evidência tenha sido


definida como prioridade, existem alguns erros que não são fáceis de evitar. A título
exemplificativo encontram-se o deslocamento de camadas devido à falta de aderência e o
empenamento (warping) causado pela diminuição da temperatura na região que conduz à
contração do plástico.

Figura 23: Desperdício de filamento. Figura 24: Empenamento da peça.

24

Figura 8: Desperdício de filamento. Figura 12: Empenamento da peça.


4º Capítulo: Trabalho de oficina

Serralharia

A arte de trabalhar o ferro, aliado às avançadas técnicas de soldadura, permitiu a


realização de diversos serviços, nomeadamente a estrutura da prova de aptidão profissional.

Corte, dobra e desbaste são alguns exemplos de serviços elaborados nas peças de
ferro que foram posteriormente pintadas. Um detalhe importante é a medição minuciosa, na
medida em que uma medida errada poderá inutilizar uma peça e gerar desperdícios, pelo que
este trabalho exige bastante concentração e rigor.

Atendendo ao preciosismo necessário para efetuar o corte do acrílico, recorreu-se a


equipamentos característicos da serralharia, nomeadamente a rebarbadora com o intuito de
garantir um corte limpo.

Figura 25: Etapas da execução da estrutura.

25
Pintura

No âmbito da pintura, o sistema utilizado intitula-se Airless. Trata-se de um sistema de


pintura mecanizada com atomização e pulverização da tinta através de um equipamento de
alta pressão, a bomba Airless.

A escolha deste sistema deve-se essencialmente ao facto de ser uma técnica moderna
com benefícios significativos em termos de velocidade e melhores acabamentos. No entanto,
dois aspetos a ter em conta são: a necessidade de manter a pistola a uma distância sempre
igual da superfície e a prudência na velocidade de pulverização, já que, caso seja a correta
propicia uma melhor cobertura das peças.

De facto, entre as inúmeras vantagens deste sistema evidenciam-se a economia de


pintura, ao projetar-se a quantidade necessária e evitar-se perdas por dispersão, a maior
eficiência quanto à rentabilidade da pintura e o facto de a poluição no local de trabalho ser
reduzida consideravelmente, protegendo a saúde do utilizador e diminuindo o risco de
incêndio.

Figura 26: Pintura da estrutura.

26
5º Capítulo: Telecomunicação

Neste projeto, perscrutou-se a telecomunicação via Bluetooth, tendo sido utilizados


dois Módulos de Arduíno HC-05, um como transmissor responsável pelo envio de dados –
pino 1 (TX) e outro como recetor de dados – pino 0 (RX).

Comunicação via Bluetooth

A comunicação via Bluetooth consiste num padrão global de comunicação sem fio
caracterizada pelo seu baixo consumo energético cuja função assenta na transmissão de
dados entre dispositivos, não podendo os mesmos ultrapassar um raio de 10 metros.

Não obstante, para que este procedimento ocorra entre as mais variadas tipologias de
aparelhos, o Bluetooth é um elo entre o hardware e o software e, por sua vez, o seu alcance
encontra-se segmentado em 3 classes principais:

o Classe 1 – potência máxima de 100 mW, alcance de até 100 metros;


o Classe 2 – potência máxima de 2,5 mW, alcance de até 10 metros;
o Classe 3 – potência máxima de 1 mW, alcance de até 1 metro.

Revela-se ainda importante salientar a existência de uma Classe 4, que é destinada a


dispositivos com um consumo ínfimo de energia: a sua potência é de 0,5 mW e o alcance é
de meio metro, aproximadamente.

No que concerne à transmissão de dados, esta é efetuada a partir de ondas de


radiofrequência, característica que permite que um dispositivo detete o outro
independentemente da sua posição geográfica, sendo necessário apenas que ambos estejam
dentro do limite de proximidade.

Após a deteção do outro dispositivo e tendo subjacente a comunicação via Bluetooth,


tanto é possível receber quanto transmitir dados (modo full-duplex). Neste sentido, a
transmissão é alternada entre slots para transmitir e slots para receber, um esquema
denominado FH/TDD (Frequency Hopping / Time Division Duplex). Cada salto de frequência
deve ser ocupado por um slot, canal dividido em períodos de 625 µs (microssegundos), o que
permite que ao final de 1 segundo ocorram 1600 saltos.

Figura 27: Transmissão Full-duplex do Bluetooth.

27
Módulo HC-05

O módulo HC-05 é um módulo que possibilita a comunicação entre o Arduíno e um


diapositivo através de Bluetooth. A sua utilização baseia-se na comunicação wireless entre o
Arduíno e outro dispositivo com Bluetooth como, por exemplo, um smartphone utilizado neste
projeto como comando para a aplicação desenvolvida.

Além disso, este módulo pode funcionar em modo master, slave e loopback,
apresentando cada um dos modos de utilização diferentes funcionalidades. O modo master
permite ao módulo conectar-se a outros dispositivos Bluetooth, já o modo slave é utilizado
apenas para receber conexões e, por fim, o modo loopback é manuseado para testes, já que
recebe os dados do modo master e envia novamente os mesmos dados.

No que respeita às informações recebidas pelo módulo, estas são posteriormente


enviadas ao Arduíno via porta série Pinos. O alcance do módulo depende do meio envolvente,
no sentido em que quanto maior o número de barreiras existentes entre o transmissor e o
recetor maior é a dificuldade na partilha de informação.

Relativamente à constituição do módulo, este possui 6 pinos:

o VCC – pino de alimentação (alimentação de 3,6V a 5V);


o GND – é conectado ao ground do circuito (0V);
o RX e TX – usados para comunicação com o microcontrolador via porta série;
o KEY/ STATE
utilizados para acionar os comandos AT (AT commands).
o ENABLE

Efetivamente, os pinos RX e TX denotam extrema importância. Se por um lado, o RX


do módulo deve ser ligado ao TX do Arduíno, por outro, o TX do módulo pode ser ligado
diretamente ao RX do Arduíno. De facto, quando utilizado em conjunto com o Arduíno, o
módulo HC-05 torna-se num dos módulos com a melhor relação custo – benefício, atendendo
ao facto de se tratar de um produto de baixo custo e com uma elevada utilidade.

Figura 28: Pinagem do módulo HC-05. Figura 29: Esquema de ligação módulo Bluetooth-Arduíno.

28

Figura 15: Pinagem do módulo HC-05. Figura 19: Esquema de ligação módulo bluetooth-Arduíno
6º Capítulo: Componentes do circuito elétrico

Motor
Motor elétrico

Um motor elétrico é um dispositivo que transforma energia elétrica em energia


mecânica. No que respeita ao seu funcionamento, esta ocorre, na maioria dos motores, à
base da interação entre campos eletromagnéticos. Todavia, existe ainda outro tipo de motores
elétricos baseados em efeitos eletromecânicos, tais como as forças eletrostáticas.

No projeto foi utilizado um motor de passo, isto é, um tipo de motor elétrico que se
caracteriza pelo seu controlo de posição exímio através de ajustes finos e precisos num
sistema de circuito aberto. É ainda responsável por converter impulsos elétricos em
movimentos mecânicos discretos.

Figura 30: Motor de passo NEMA 17.

Motor de passo [7]

Os motores de passo controlam com muita precisão a rotação do seu eixo, o que
possibilita movimentos precisos e, por sua vez, o controlo rigoroso dos snacks presentes na
máquina. Assim, podem ser utilizados onde é necessário controlar vários fatores tais como: o
ângulo de rotação, a velocidade, a posição e o sincronismo. Algumas das características
destes motores são:

o Inexistência de escovas – Os comutadores e escovas dos motores convencionais


são os componentes que apresentam a maioria das falhas e ainda podem criar arcos
que são indesejáveis e perigosos em alguns ambientes;
o Independência da carga – Os motores de passo giram com um uma dada velocidade
independentemente da carga, desde que a carga não exceda o torque do motor;

29
o Posicionamento em malha aberta – Os eixos dos motores são rotacionados em
pequenos incrementos angulares, denominados passos, que podem ser quantificados,
desde que o motor funcione com o torque especificado, a posição do eixo é conhecida
sempre sem necessidade de um mecanismo de realimentação;
o Torque Estacionário – Os motores de passo são capazes de manter o eixo
estacionário, desde que o seu torque seja respeitado.

Figura 31: Características do torque estático.

Relativamente ao funcionamento dos motores, estes baseiam-se no controlo através


de sinais digitais enviados para as bobinas. A maioria dos motores magnéticos contêm uma
parte giratória, o rotor, e uma parte estacionaria, o estator. O rotor é constituído por
eletroímanes permanentes que são posicionados no corpo do rotor e o estator é geralmente
constituído por bobinas de cobre. Quando a bobina é alimentada é gerado um campo
magnético em torno do rotor. Um lado é atraído e o seu lado oposto é empurrado para fora do
íman oposto, o que conduz à rotação do motor.

Figura 32: Constituição do motor de passo.

30
Figura 10: Constituição do motor de passo.
No que concerne à determinação do número de passos, esta é obtida a partir do
número de alinhamentos possíveis entre o rotor e as bobinas. Neste sentido, para incrementar
o número de passos de um motor usa-se um maior número de bobinas o que conduz a um
maior número de polos no rotor.

Motor de passo NEMA 17

O NEMA 17 é um motor de passo que gira com um ângulo de passo de 1,8 graus.
Assim, para completar uma revolução, o eixo dá 200 passos. A resolução do motor, isto é, a
quantidade de graus por passo é somente necessário dividir 360 graus pelo número de passos
(360/200=1,8 graus). Com dimensões de 1,7 x 1,7 polegadas (42 x 42 mm), os motores NEMA
17 são projetados para fornecer mais torque do que variantes menores, como o motor de
passo NEMA 14.

Figura 33: Dimensões do motor NEMA 17.

Quanto à sua estrutura, o motor escolhido é híbrido. O termo híbrido significa que é
uma combinação de um ímã permanente e um motor de passo de relutância variável.

Figura 34: Motor híbrido.

31
O eixo do motor é construído com dois grupos de dentes, um com o polo sul saliente
e o outro com o polo norte, de modo que os dentes fiquem alternados.

Figura 35: Eixo de um motor híbrido.

O rotor do motor NEMA 17 é composto por duas engrenagens dentadas separadas


por um imã em redor do seu eixo, encontrando-se uma delas polarizada para o Norte e outra
para o Sul. De facto, se por um lado este motor apresenta um rotor que corresponde a um
ímã permanente com 50 dentes, por outro detém ainda um estator, um eletroímã com 48
dentes.

Quando uma das fases do estator do motor está energizada, esse polo assume a
polarização sul. Neste caso, os dentes do rotor que estão polarizados para o norte são
atraídos, sendo que a atração decorre através de polos opostos. Nesse procedimento o driver
desempenha a função de comutação de fase, sendo que o tempo é controlado pelo sinal de
pulso, isto é, o sinal PWM.

Figura 36: Funcionamento do motor híbrido.

32
No que toca à tipologia de polos, o motor escolhido é bipolar, apresentando apenas
dois conjuntos de enrolamentos sem derivação central, o que sugere um total de 4 fios. A
corrente necessária em cada enrolamento é -I max ou +I max, sendo que esta necessita de
ser invertida a fim de inverter um polo magnético e possibilitar o acionamento das bobinas de
forma correta.

Bobina 1

ROTOR

Bobina 2

Figura 37: Motor de passo bipolar.

Com o intuito de averiguar o correto funcionamento do motor de passo em questão,


efetuou-se um teste que consiste na análise da continuidade das bobinas que o constituem.
Para o efeito, a ferramenta eletrónica utilizada foi o multímetro. De facto, este teste denota
extrema importância, já que um componente danificado requer uma alteração na estrutura da
prova de aptidão profissional.

Figura 38: Teste de continuidade.

33
Driver A4988 [8]

O Driver A4988 é um suporte direcional completo designado a motores de passo


bipolares, dispondo de funções como microstepping, translação, proteção contra
sobrecorrente e cinco resoluções de controlo distintas. Na prova foram utilizados 5 drivers,
um para cada um dos motores de passo necessários.

Figura 39: Driver A4988.

No âmbito da constituição do driver utilizado, este detém 8 pinos:


o STEP (passo) – controla os microsteps do motor e a cada pulso enviado para este
pino o motor move um step;
o DIR – permite a alteração no sentido da rotação do motor;
o ENABLE – um sinal baixo ativa os drivers do motor;
o RESET – um sinal baixo dá um reset no chip, desativando todas os drivers de saída;
o SLEEP (dormir) – quando negativo, este pino desabilita alguns circuitos internos para
economizar energia;
o MS1, MS2 e MS3 – são entradas para selecionar o modo da sequência dos passos
(micro stepping).

Figura 40: Pinagem do driver A4988.

34
Além do mencionado anteriormente existem ainda algumas informações adicionais
acerca do chip A4988. Entre elas encontram-se o facto de os pinos MS1, MS2 e MS3
apresentarem resistores pull-down conectados no pino GND. Portanto se não conectar esses
pinos em alguma porta de um microcontrolador, o modo que será usado é o Passo completo
(Full Step). Por sua vez, o driver é composto por 5 modos de passo, selecionados através dos
3 pinos MS1, MS2 e MS3.

Resolução Micro-passo MS3 MS2 MS1


Passo completo 0 0 0
Meio passo 0 0 1
1/4 passo 0 1 0
1/8 passo 0 1 1
1/16 passo 1 1 1

No que respeita ao pino ENABLE, verifica-se a presença, bem como nos pinos MS1,
MS2 e MS3 de um resistor conectado no pino GND, pelo que se não ocorrer conexão com o
microcontrolador, o módulo ficará sempre ativo. Já o pino SLEEP tem um resistor conectado
no VDD (pull up), o que sugere que, se estiver isolado, nunca irá minimizar o consumo de
energia.

O esquema abaixo apresentado corresponde ao circuito de ligação driver-motor, sendo


que é necessário atribuir especial enfoque ao facto de não ser possível ligar ou desligar o
motor de passo, enquanto o driver é alimentado pelos 5V fornecidos pelo Arduíno UNO.

Ajuste corrente saída

Figura 41: Circuito de ligação driver-motor.

35
Microcontrolador Arduíno

Um microcontrolador é considerado um microcomputador, que contém um núcleo de


processador, periféricos e memória. Trata-se, por isso, de um circuito integrado que possui
no interior todos os componentes necessários ao seu funcionamento, dependendo
unicamente da fonte de alimentação externa.

Relativamente a alguns conceitos revelantes sobre microcontroladores nomeiam-se:

o Memória de programa – inclui as instruções que um microcontrolador deve executar


e retém os dados mesmo sem alimentação elétrica (ROM);
o Memória de dados – permite ao processador tanto a leitura quanto a gravação de
dados e perde informação quando não há alimentação elétrica (RAM);
o ULA (Unidade Lógica Aritmética) – responsável por todos os cálculos e a lógica
matemática para a tomada de decisão das tarefas a serem realizadas;
o CPU (Unidade Central de Processamento) – responsável pelo processamento de
dados da unidade, interpreta os comandos e ativa os dispositivos de entrada e saída;
o Periféricos – circuitos que realizam funções específicas auxiliando a CPU a realizar o
controlo e interface dos dispositivos externos.

No que toca à sua utilização, os microcontroladores são bastante impactantes na área


da automação e no controlo de produtos e de periféricos, como os sistemas de controlo de
motores automotivos, controlos remotos, entre outros. As principais vantagens associadas ao
seu uso são o reduzido tamanho, consumo de energia e custo. É ainda possível frisar a
possibilidade de atualização de um produto através da atualização do software do
microcontrolador, o que não é possível com circuitos analógicos ou digitais tradicionais.

Arduíno

O Arduíno é uma plataforma de prototipagem eletrónica de hardware livre e de placa


única criada por Massimo Banzi e David Cuartielles em 2005. Esta plataforma foi, por sua vez,
projetada com um microcontrolador Atmel AVR com suporte de entrada/saída embutido, uma
linguagem de programação padrão e é essencialmente C/C++. Aquando da génese do
projeto, o objetivo era criar ferramentas acessíveis, de fácil programação e de baixo custo.

Para além do mencionado, a plataforma Arduíno é baseada no conceito de open


source, isto é, o projeto da placa e o firmware podem ser utilizados livremente por outras
pessoas através do seu software básico.

36
Quanto aos modelos e placas do Arduíno existentes, estas dependem sobretudo do
projeto a ser desenvolvido. Entre as mais comuns encontram-se:

o Arduíno UNO – apresenta o microcontrolador ATmega328P, 14 portas digitais e 6


analógicas. Indicada para projetos com grau de complexidade mais reduzido;
o Arduíno NANO – apresenta um Microcontrolador Atmel Atmega 328, 14 pinos digitais
e 8 pinos analógicos. Ideal para projetos básicos que necessitam de um reduzido
espaço para operar;
o Arduíno MEGA – apresenta o microcontrolador ATmega2560 e 54 portas digitais, 16
entradas analógicas e 4 UARTs (portas seriais de hardware). Recomendado para
projetos mais elaborados.

Arduíno UNO [9]

O microcontrolador eleito para a realização deste projeto designa-se Arduíno UNO. Este
possui 14 pinos digitais que podem ser saídas ou entradas, dos quais 6 podem ser usados
como saídas PWM. Detém ainda 8 entradas analógicas, um cristal oscilador de 16 MHz, um
conector USB, um botão que serve para reiniciar o microcontrolador e uma memória de
32Kbytes.

Figura 42: Verificação do cristal oscilador de 16 MHz.

A placa pode ser alimentada pela conexão USB ou por uma fonte de alimentação
externa. Relativamente à alimentação externa, esta decorre através do conector Jack, no qual
o valor de tensão da fonte externa deve situar-se entre os 6V e os 20V.

37
Todavia, caso seja alimentada com uma tensão abaixo de 7V, poder-se-á verificar
instabilidade da tensão operacional, que no Arduíno UNO ascende os 5V. Por outro lado,
quando alimentada com uma tensão superior a 12V, o regulador de tensão da placa pode
sobreaquecer e danificá-la. Assim sendo, a tensão de alimentação recomendada encontra-se
entre os 7V e os 12V.

Figura 43: Componentes do Arduíno UNO.

Entradas e saídas do Arduíno

o PWM: 3,5,6,9,10 e 11 podem ser utilizados como saídas PWM de 8 bits através da
função analogWrite();
o Comunicação serial: 0 e 1 podem ser utilizados para comunicação serial. Deve-se
observar que estes pinos são ligados ao microcontrolador responsável pela
comunicação USB com o PC;
o Interrupção externa: 2 e 3. Estes pinos podem ser configurados para gerar uma
interrupção externa, através da função attachInterrupt().

Figura 44: Representação dos pinos de saída do Arduíno UNO.

38

Figura 11: Representação dos pinos de saída do Arduíno UNO.


Cada um dos 14 pinos digitais que operam a 5V podem ser utilizados como uma
entrada ou uma saída, recorrendo-se às funções pinMode(), digitalWrite(), e digitalRead(). Por
sua vez, cada pino pode fornecer ou receber um máximo de 40mA e tem um resistor pull-up
interno desconectado por padrão de 20-50kΩ.

No que concerne às 6 entradas analógicas, estas encontram-se etiquetadas de A0 a


A5, apresentando cada uma 10 bits de resolução. Embora o valor de referência ronde entre
os 0 e os 5V, este pode ser alterado através do pino AREF.

Comunicação USB da placa Arduíno UNO

Como interface USB para comunicação com o computador, há na placa um


microcontrolador ATMEL ATMEGA16U2. Este microcontrolador possibilita o upload do código
binário gerado após a compilação do programa efetuado pelo utilizador. Este detém um
conector ICSP para gravação de firmware através de um programador ATMEL para
atualizações futuras.

Nesse microcontrolador encontram-se ainda conectados dois LEDs (TX, RX),


controlados pelo software do microcontrolador, que indicam o envio e receção de dados da
placa para o computador. O software do Arduíno inclui um monitor serial que permite dados
de texto serem enviados e recebidos da placa. Os LEDs conectados ao RX e TX piscam
enquanto os dados estiverem a ser transmitidos pelo chip USB-para-serial e pela conexão
USB. Outro ponto interessante que facilita o uso da placa Arduíno é a conexão do pino 13 do
ATMEGA16U2 ao circuito de RESET do ATMEGA328, possibilitando a entrada no modo
bootloader automaticamente quando é pressionado o botão Upload na IDE.

Programação da placa Arduíno UNO


.

A placa Arduíno UNO é programada através da comunicação serial, uma vez que o
microcontrolador vem programado com o bootloader. Neste sentido, não é necessária a
existência de um programador de hardware externo responsável pela gravação (ou upload)
do binário na placa. No contexto da comunicação, esta é feita através do protocolo STK500.
A programação do microcontrolador pode ainda ser executada a partir do conector ICSP (in –
circuit serial programming) utilizando um programador ATMEL.

39
Esquema eletrónico da placa Arduíno UNO

Figura 45: Esquema eletrónico da placa Arduíno UNO.

40
Mini Sensor Infravermelho [10]

O Mini Sensor Infravermelho, cuja incumbência assenta na deteção de movimentos


por aproximação, funciona através de um sistema de emissão e reflexão de luz infravermelha.
Este sistema inclui 2 LEDs infravermelhos, para além do CI comparador, que facilita a conexão
do sensor com o Arduino, Pic ou Raspberry.

Figura 46: Mini Sensor IR.

De facto, este processo apenas decorre quando os 2 LEDs se encontram lado a lado.
Se por um lado o LED emissor IR de cor branca é projetado para emitir sinais infravermelhos
em dispositivos remotos que podem, por sua vez, ser utilizados em projetos com
microcontroladores, o LED recetor IR de cor preta, fototransistor IR, corresponde a um
componente eletrónico que atua como um fotodiodo e que permite a passagem de corrente
elétrica somente com a presença de luz. Aquando da passagem de um obstáculo ou objeto
dentro do raio de ação de ambos, o pino de saída OUT é colocado em nível baixo (0 - LOW)
e o LED verde será aceso na placa, indicando a presença de um obstáculo ou objeto.

Figura 47: Funcionamento do Mini Sensor IR.

No que concerne à deteção, o sensor permite detetar superfícies brancas ou pretas


através da leitura do valor analógico a partir dele, sendo que a distância alcançada varia entre
1 e 8 cm. Neste sentido, movimentos executados na lateral do sensor são desconsiderados,
visto que este não possui a capacidade de os identificar.

41
Revela-se ainda importante salientar que a luz externa, o tamanho, a cor e o material
do obstáculo influenciam a distância de deteção. Quanto mais reflexivo o material, maior a
distância que será detetado. Assim sendo, se a superfície do obstáculo for de cor preta, o
fotoresistor não irá receber pouca ou nenhuma luz infravermelha e enviará um sinal em alto
nível (HIGH). Pelo contrário, caso o sensor detete uma superfície mais clara e, por isso, mais
reflexiva, emitirá um sinal em baixo nível (LOW).

Neste sentido, a aplicabilidade deste sensor está inteiramente relacionada com fins
didáticos, projetos de alarmes, interruptores, deteção de presença e de obstáculos, contagem
de elementos e sistemas robóticos. No contexto do projeto, a utilidade do sensor prende-se
com o facto de permitir a chegada do alimento até ao orifício no qual é possível proceder à
sua recolha.

Montagem do circuito

Antes de proceder à montagem do circuito que inclui a ligação do Arduíno ao


driverA4988, ao motor de passo e ao sensor, é necessário verificar cuidadosamente os cabos
de ligação, conforme realizado no teste presente no capítulo da Programação. Relativamente
ao Arduíno, é fundamental assegurar que este se encontra totalmente desconectado da
energia elétrica aquando da montagem do circuito.

Figura 48: Esquema de ligações sensor IR.

42
Condensador eletrolítico de alumínio [11]

O condensador designa um conjunto de duas superfícies metálicas condutoras, as


armaduras, que se encontram separadas por um meio isolante intitulado dielétrico. Este
componente elétrico possui a capacidade de manter a tensão durante um tempo finito aos
seus terminais mesmo após ser retirada a tensão que originou a sua carga (fonte).

No âmbito dos circuitos eletrónicos a inclusão de um condensador torna-se bastante


impactante, na medida em que possibilita a eliminação da componente contínua de um sinal
elétrico, o que permite mitigar os danos no LED.

No projeto em questão recorreu-se ao condensador eletrolítico de alumínio devido à


sua alta capacidade de armazenar cargas através do campo magnético, ou seja, a sua
capacitância.

Figura 49: Constituição do condensador Figura 50: Condensador


eletrolítico. eletrolítico de alumínio.

Esta tipologia de condensadores caracteriza-se pela sua maior capacidade, ideia


corroborada pelo facto de variar entre 0,1 e 100000uF. São geralmente utilizados em
acumuladores e filtros de alisamento em fontes de alimentação ou ainda com o fim de
acoplamento e desacoplamento em amplificadores de áudio. Na sua construção, uma folha
altamente pura é imersa num eletrólito e descolada através do mesmo a uma velocidade
constante, enquanto uma tensão origina uma corrente que gradualmente diminui de
intensidade à medida que sobre a folha se acumula o óxido de alumínio. Esta fina cobertura
de óxido, sendo isolante, será destinada a construir o dielétrico do condensador acabado.

Além disso, este tipo de condensador é normalmente dotado de polaridade, não


devendo ser alterada. Se lhe for aplicada uma tensão inversa, o dielétrico será removido do
ânodo, indo acumular-se no cátodo e originando uma corrente de elevada intensidade. Os
gases libertados pelo eletrólito podem causar danos ao condensador, causando por vezes a
sua explosão e pondo em risco outros componentes.
43
Conversor de tensão [12]

Um conversor de tensão corresponde a um dispositivo eletrónico utilizado com o


propósito de alterar a voltagem, tendo sido concebido para montagem na mecânica com
fixação na breadboard. Quando combinado com circuitos extras ou componentes eletrónicos,
o conversor é, por vezes, utilizado como fonte de alimentação.

Para este fim recorreu-se ao 5V Step-Up/Step-Down Voltage Regulator S9V11F5. De


facto, todo o projeto foi alimentado com um transformador que regula os níveis de energia
elétrica e transforma os 230V de corrente alternada em 12V contínuos. Assim sendo, uma das
evidências que conduziu à escolha deste conversor é o facto de não serem necessárias 2
fontes de alimentação, uma para os componentes que necessitam de 12V e outra para
aqueles que necessitam apenas de 5V.

Figura 51: Conversor de tensão 5V.

Este conversor produz eficientemente 5V a partir de tensões de entrada entre 2V e


16V. Não obstante, requer uma tensão de entrada de pelo menos 3V para iniciar, mas pode
operar até 2V após inicialização. A sua utilidade em projetos na qual a tensão da fonte de
alimentação pode variar muito deve-se sobretudo à sua capacidade de converter tensões de
entrada mais altas e mais baixas. Como tal, este conversor destina-se a aplicações como
robótica, onde quaisquer grandes cargas são controláveis.

No que respeita às suas conexões denota-se a existência de 3 pinos: a tensão de


entrada (VIN), terra (GND) e a tensão de saída (VOUT).

Figura 52: Pinagem do conversor de tensão.

44

Figura 12: Pinagem do conversor de tensão.


Quando o conversor é alimentado pela primeira vez, a tensão de entrada, VIN, deve
variar entre 3 e 16V. Vale enfatizar que ao conectar a tensão a circuitos eletrónicos, o pico
inicial de corrente pode causar picos de tensão consideravelmente superiores à tensão de
entrada. Caso esses picos excedam a tensão máxima do conversor, este pode danificar-se.
Relativamente à tensão de saída, VOUT, esta é regulada em 5V fixos, mas pode ascender os
5,2V quando existe pouca ou nenhuma carga no conversor.

Uma medida de desempenho a perscrutar e que denota extrema importância é a


eficiência do conversor de tensão, definido como (Power out) / (Power in).

Gráfico 1: Eficiência típica do conversor de tensão.

[A
Gráfico 2: Eficiência típica do conversor de tensão.

Conforme ilustrado no gráfico acima, o conversor apresenta uma eficiência típica que
se situa entre os 85 e 95%. Já a corrente de saída máxima alcançável da placa varia
consoante a tensão de entrada, mas também depender de outros fatores como a temperatura
ambiente, o fluxo de ar e a dissipação de calor.

Gráfico 3: Corrente de saída máxima do conversor.

Gráfico 4: Corrente de saída máxima do conversor.

No gráfico estão representadas as correntes máximas de saída que o conversor pode


fornecer continuamente à temperatura ambiente e sem dissipação de calor adicional, tendo
sido o valor registado de 2A. No entanto, verifica-se normalmente o superaquecimento de
forma rápida do componente elétrico sob tais condições, podendo mesmo desligar-se.
45
7º Capítulo: APP e Programação

APP

A aplicação desenvolvida para o projeto tem como intuito possibilitar a escolha de um


dos 4 snacks presentes na máquina por parte dos diferentes consumidores. Numa primeira
abordagem, tratou-se da identidade visual da mesma, já que atualmente acarreta um maior
impacto ao gerar um sentimento de identificação e confiança. Assim, o MIT APP Inventor
disponibiliza na sua programação duas opções de “Designer” e “Blocks”, onde é possível,
personalizar ao gosto do utilizador o design da aplicação e definir o comportamento de cada
um dos componentes que constituem a aplicação. Na interface da aplicação, mais
concretamente no lado esquerdo da mesma, visualiza-se uma aba que contem as várias
pastas com elementos possíveis de usar, tais como botões, caixas de texto, ilustrações,
elementos de conectividade como o Bluetooth ou até mesmo sensores.

Figura 53: Interface MIT APP Inventor.

De modo a tornar a concretização desta aplicação exequível foram necessários quatro


botões correspondentes às escolhas possíveis dos itens desejados. Para além dos botões foi
necessária a ferramenta “BluetoothClient” para estabelecer a ligação Bluetooth. É ainda
necessário definir o comportamento de cada um dos componentes que constituem a aplicação
para além da personalização anteriormente tratada. Esta definição do comportamento é, como
já mencionado anteriormente, efetuada na área desiganada “Blocks”. Nessa mesma área
existe uma fração onde estão explicitas todas as funcionalidades de cada componente que foi
escolhido e várias ferramentas para combinação desses componentes como por exemplo
blocos de controlo, de texto, de variáveis, entre outros.

46
Figura 54: Conexão Bluetooth e botões.

Explicação do código da APP

Figura 55: Código de definição de user e passe.

O primeiro passo foi definir os textos e as palavras passe da página principal, posto
isto, primeiramente defini o botão 1 que tem a incumbência de ir ao encontro do texto e
verificar se o mesmo se encontra correto, de seguida defini o botão 2 onde o procedimento é
igual ao do botão 1, no entanto, este tem a função de verificar se a palavra passe se encontra
correta.

Figura 56: Código de verificação para entrada.

47
Neste excerto de código o que se verifica é a busca dos valores pré-definidos à
Firebase e de seguida o comando if é executado e vai verificar se o user e a palavra-passe
colocada pelo utilizador se encontram corretos, para que dessa feita o usuário possa aceder
à página de seleção de alimentos. Esse processo verifica- se nas 4 escolhas acima inseridas.

Na eventualidade do user ou da palavra não estarem corretos a pessoa que tenta


aceder à página de seleção não irá conseguir pois o comando if verificou que algo estava
errado.

Figura 57: Código de conexão ao mac adress.

Esta dissertação diz que assim que iniciar a imagem, esta vai- se conectar ao mac
adress do Bluetooth. Logo de seguida o if verifica a conexão e transmite a informação de
conectado ou desconectado.

Figura 138: Código do click e do envio do sinal.

No último texto de código verificamos que a imagem é clicável e assim que


pressionada é enviado um valor por Bluetooth para o Arduino com os caracteres existentes,
neste caso são 4.
48
Figura 60: Users e palavras passe.

Figura 59: Página principal da


aplicação.

Por fim, passo a mostrar os nomes dos utilizadores escolhidos com as respetivas
palavras-passe para entrar na aplicação.

49
Programação

Códigos desenvolvidos no decorrer do projeto

No âmbito do desenvolvimento do projeto foram desenvolvidos códigos com o intuito


de acompanhar a evolução física da prova de aptidão profissional, bem como, percecionar os
pontos de maior fragilidade ao nível do comportamento dos componentes escolhidos para
executar as funções pretendidas.

O excerto de código abaixo revelado trata-se de uma experiência fundamental, no


sentido em que foi bastante útil na interpretação dos movimentos pretendidos para a caixa
responsável pelo transporte dos alimentos até ao local da saída.

50
De um modo sucinto, o sensor tem a incumbência de detetar a queda do alimento,
seguidamente transporta-o até ao local da sua recolha através de um processo mecânico
onde os rolamentos lineares e radias inseridos nas peças impressas se fazem deslizar por
dois varões de aço liso que proporcionam estabilidade na caixa enquanto esta é puxa ou
empurrada pelo motor de passo conectado a um acoplador, que por sua vez, está seguro no
varão roscado encarregue de provocar as movimentações da caixa. Na parte de baixo da
caixa está segura uma peça impressa com uma rosca acoplada com o passo igual ao do
varão, peça essa, que se revela ser a mais importante deste processo pois é a que permite
que os movimentos se realizem. Os varões estão suspensos no ar e são suportados por um
pedaço de acrílico de um lado e por uma peça impressa do outro.

Representação do esquema do circuito

Figura 141: Esquema de ligação do driver com o sensor IR e o


motor.

No circuito apresentado é possível identificar o driver A4988, cuja função é controlar o


motor de passo que, por sua vez, se encontra ligado nas portas 11,12,13,14. O driver é
também responsável pela alimentação do motor de passo através das portas 15 e 16 onde se
conecta o negativo e o positivo, respetivamente. Neste mesmo driver verifica-se uma ligação
entre as portas 6 e 5 que são responsáveis por garantir o correto funcionamento do driver em
questão, nas portas 8 e 7 encontram-se ligados os pinos pertencentes ao controlo da direção
e do step. Por último, nas portas 9 e 10 encontra-se a ligação do negativo e do positivo que
alimentam o driver.

Verifica-se ainda a presença do sensor infravermelho de obstáculos que se encontra


conectado ao pino que fornecerá os 5 voltes e ao GND em simultâneo com o driver. Encontra-
se ainda conectado com o pino onde irá ser efetuada a ligação com a porta A0.
51
Testes realizados

Figura 62: Circuito de testes para o sensor IR.

No teste acima ilustrado é possível denotar os mesmos componentes utilizados no


projeto, no entanto, sem estarem no local onde devem desempenhar as funções. As
operações que os componentes realizaram neste teste revelam-se semelhantes às
executadas na estrutura, faltando apenas realizar o ajuste do avanço do motor.

Este processo é extremamente relevante, na medida em que auxilia na perceção de


possíveis erros, sem que haja necessidade de desmontar toda a estrutura da prova de aptidão
profissional.

Valores analógicos lidos na porta COM

Figura 6315: Valores analógicos lidos sem obstáculo.

52
Figura 64: Valores analógicos lidos com obstáculo.

Nas duas ilustrações acima introduzidas é possível verificar os valores que


representam a conversão e variação do valor analógico do sinal aplicado ao A0. Esta variação
ocorre quando o sensor deteta ou não o objeto.

Aplicação do circuito no projeto

Figura 65: Primeiros ensaios dos processos Figura 66: Primeiros ensaios com os
mecânicos. componentes na estrutura.

53
Código de experimentação para o sensor

O código abaixo descrito corresponde ao código utilizado no teste prévio do sensor, de


modo a certificar-me que este componente se encontrava nas condições ideias para poder
continuar o trabalho com ele.

Explicação das funções dos componentes agregadas ao código

Antes de proceder à explicação do código utilizado considero fundamental dar uma


explicação detalhada dos passos que têm de se suceder.

No âmbito do funcionamento, o pretendido será que quando for executada a escolha


do produto pelo consumidor através da aplicação, a espiral inerente ao alimento selecionado
dê uma volta completa, fazendo com que o alimento caia no reservatório responsável por
transportar o produto até ao local onde é possível recolhê-lo.

54
De seguida o alimento vai ao encontro do sensor fazendo com que o mesmo fique
tapado e leia os valores analógicos que tem de ler quando deteta algo na sua proximidade,
fazendo dessa maneira com que a caixa se mova da posição de origem até ao local de saída
até deixar de ter o produto na sua posse.

No caso de não existirem produtos ou de não caírem, a caixa vai até ao local de saída
e volta à posição de origem sem qualquer compasso de espera.

Código

Na primeira fase do código foram declarados os comandos const, este responsável


por tornar o valor associado constante e o comando int, este responsável por armazenar o
número a ele associado. De seguida foram declarados pins referentes ao mini sensor ir, ao
step e à direção do driver.

55
De seguida utilizou- se a chave void para chamar a função setup com o intuito de iniciar
um sketch, neste caso o sketch que se iniciou foi para configurar o modo dos pinos(INPUT ou
OUTPUT).

Utilizou-se novamente a chave void, mas desta vez para chamar a função loop,
responsável por fazer repetir tudo o que está inserido nela enquanto a placa estiver ligada,
permitindo que o programa altere e responda a essas mudanças. Utiliza-se esta função no
sentido de controlar ativamente a placa Arduíno.

56
Na chave void utilizada neste excerto de código inicia- se a função escolha onde estão
identificados os caracteres a escolher mediante a opção tomada, dependendo do caracter
escolhido o motor 1/ 2/ 3/ 4 vai executar uma volta, contando com 2 segundos de delay no
início e no fim da operação, enquanto o motor 5 vai executar um número maior de voltas,
também com um delay a ele associado nas mesmas diretrizes.

57
No último excerto do código utilizei a chave void e deu-se início à função sensor onde
se verifica um loop do…while que faz com que a condição seja testada no final do loop, tal
que o loop será executado pelo menos uma vez. De seguida, utilizo o if para verifica o estado
do sensor.

58
8º Capítulo: Estágio

Apresentação e Descrição da Empresa [13]

A empresa C. T. Z. cuja génese remonta a 2006, desenvolve a sua atividade principal


no âmbito de Construção de edifícios, podendo os mesmos ser ou não residenciais. Outrora
renomada como C. T. Z. CONSTRUÇÕES TORRES DO ZÊZERE, LDA., a sede localiza-se
desde a sua fundação em Sintra, mais concretamente em Massamá. No que concerne à sua
incumbência, esta decorre somente num país, Portugal.

Funções Desempenhadas

o Manutenção de instalações elétricas e eletromecânicas;


o Montagem de centrais;
o Montagem de motores;
o Montagem de aparelhagem de exterior e interior de corrente trifásica e monofásica;
o Montagem de rede de deteção de incêndios;
o Montagem de rede de deteção de monóxidos;
o Acravamento e testagem de RJ e TV.

Trabalhos Efetuados

Manutenção:

A manutenção de centrais foi realizada não só no âmbito industrial, como também no


residencial. A principal diferença prende-se com o facto de a potência e complexidade no
primeiro caso ser substancialmente superior.

Figura 67: Central industrial. Figura 68: Central residencial.

59

Figura 16: Central industrial. Figura 17: Central residencial.


Efetuou-se ainda a manutenção de uma rede de ar-condicionado, uma vez que esta
fazia disparar o IDR. Tal sucedia devido ao comprimento excessivo dos cabos e ao facto de
o quadro não deter potência suficiente para alimentar o aparelho com o comprimento de cabo
registado.

Figura 69: Rede de ar-condicionado.

Montagem:

Realizou-se a montagem de diversas centrais, desde 6,9 a 20,7 kVA. Se por um lado,
a primeira potência é adequada para uma residência de 4 ou 5 pessoas, a segunda é
recomendada para médias e grandes empresas. No que respeita à designação da corrente
com a qual contactei nomeia-se a corrente monofásica e trifásica, ambas utilizadas de acordo
com a potência elétrica total de todos os equipamentos ligados à rede.

Figura 70: Centrais montagem em contexto estágio.

60
Procedeu-se ainda à montagem de redes de deteção de monóxidos essenciais numa
cozinha por forma a evitar mortes por inalação deste gás que, embora invisível e sem cheiro
é altamente tóxico. Além do mencionado, efetuou-se ainda a manutenção de uma rede de
deteção de incêndios cujo principal benefício é a preservação das vidas presentes no local.

Figura 71: Rede de deteção de Figura 72: Rede de deteção de


monóxidos. incêndio.

Construção:
Desenvolveram-se trabalhos no âmbito da construção civil, desde a marcação e
abertura dos roços à passagem dos tubos e instalação de quadros. Neste sentido foram
desenvolvidas diversas competências ao manusear equipamentos específicos para cada tipo
de trabalho concluído nesse período.

Figura 73: Passagem e fixação de tubagem em contexto estágio.

61
9º Capítulo: Conclusão

Em jeito de conclusão é possível inferir que os objetivos estabelecidos foram


cumpridos na sua plenitude, embora o desenvolvimento da programação do projeto tenha sido
aquele que causou mais dificuldades dada a sua complexidade. Relativamente a objetivos
futuros pondero colocar todos os componentes numa placa de circuito impresso com o intuito
de evitar que ocorram problemas de desconexão dos jumpers na breadboard.

De facto, entre as variadas competências adquiridas salientam-se os conhecimentos


inerentes à programação para Arduíno, a montagem de circuitos elétricos e ainda as técnicas
do trabalho de oficina.

No que respeita à utilização do motor de passo responsável pelo transporte da caixa


onde se encontra o snack escolhido, creio que poder-se-ia ter utilizado antes um servomotor.
Isto porque este último se caracteriza pela sua rápida reversão e ainda pelo rápido
posicionamento para operações de pequeno curso. Além disso, conclui que o motor de passo
não é a melhor alternativa para projetos que envolvam altas velocidades, porque a inércia do
rotor faz com que as bobinas possam não ser capazes de atrair o mesmo para uma
determinada posição fazendo com o que o motor “perca” passos.

No âmbito da formação em contexto de trabalho, salienta-se a oportunidade de ganhar


experiência no mundo do trabalho, o que fomentou aspetos como a minha resiliência,
perfecionismo e sabedoria. Considero que se tratou de uma experiência bastante
enriquecedora, na qual tive a oportunidade de proceder à montagem de centrais e a
interpretação dos esquemas, dois serviços que despertaram o meu interesse. No entanto, a
principal dificuldade encontrada decorreu no reparo e manutenção de equipamentos de
refrigeração industrial, visto que se tratou de um serviço realizado pela primeira vez.

Na atual conjuntura, atendendo à eclosão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia e


embora não tenha sido definida como prioridade a participação em causas humanitárias,
pondera-se a doação num futuro próximo de uma percentagem das receitas efetuadas ao
povo ucraniano.

Em suma, considero que a happiness machine corresponde a um protótipo cujos


benefícios abrangem várias problemáticas sociais, pelo que pode vir a desempenhar um papel
fundamental na sociedade.

62
Referências Bibliográficas

[1] FilipeFlop. (2021). O que é IDE Arduino? [online] Disponível em:


https://www.filipeflop.com/blog/o-que-e-ide-arduino/

[2] help.autodesk. com. (nd). Ajuda do Fusion 360. [online] Disponível em:
https://help.autodesk.com/view/fusion360/ENU/?guid=GUID-C1545D80-D804-4CF3-886D-
9B5C54B2D7A2.

[3] Autodesk. com. (2021). ÁGUIA | PCB Design E Software Esquemático Elétrico |
Autodesk. [online] Disponível em:
https://www.autodesk.com/products/eagle/overview?term=1-YEAR&tab=subscription

[4] ultimaker.utopica3d. com. (nd). Software Cura. [online] Disponível em:


https://ultimaker.utopica3d.com/index.php?route=product/category&path=74_85

[5] ai2.appinventor.mit.edu. (nd). Interface do usuário. [online] Disponível em:


http://ai2.appinventor.mit.edu/reference/components/userinterface.html.

[6] Visão. (2013). Visão | Impressão 3D: o que é e como funciona. [online] Disponível
em: https://visao.sapo.pt/exameinformatica/videos-ei/reporterei/2013-04-24-impressao-3d-o-
que-ee-como-funciona/

[7] Motor de Passo. (nd). [online] Disponível em:


https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/aula3-motor-de-passo-
2013-1-13-03-2013-final.pdf.

[8] Dejan (2015). Como controlar o motor de passo com driver A4988 e Arduino [online]
HowToMechatronics. Disponível em: https://howtomechatronics.com/tutorials/arduino/how-to-
control-stepper-motor-with-a4988-driver-and-arduino/.

[9] Prototipando (2020). Tudo sobre o Arduino Uno. [online] Prototipando. Disponível
em: https://labprototipando.com.br/2020/05/15/tudo_sobre_o_arduino_uno/

[10] Ana, (2018). Como usar com Arduino - Sensor Infravermelho Reflexivo de
Obstáculo - BLOG MASTERWALKER SHOP. [online] Disponível em:
https://blogmasterwalkershop.com.br/arduino/como-usar-com-arduino-sensor-infravermelho-
reflexivo-de-obstaculo.

[11] PTRobotics. (nd). O que é um condensador elétrico? [online] Disponível em:


https://www.ptrobotics.com/blog/post/condensadores-eletricos.html
63
[12] www.pololu.com. (nd). Pololu - Regulador de Tensão Step-Up/Step-Down 5V
S9V11F5. [online] Disponível em: https://www.pololu.com/product/2836

[13] Directobras. (nd). CTZ - Construções Torres do Zêzere, Lda. [online] Disponível
em: https://www.directobras.pt/empresa/ctz-construcoes-torres-do-zezere-lda

64
10º Capítulo: Anexos
Anexo A

65
Anexo B

66
Anexo C

67
Anexo D

68
Anexo E

69
Anexo F

70
Anexo G

71
Anexo H

72

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