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12. ANO
O
MARIA JOÃO PAIS
MARIA DA LUZ OLIVEIRA
MARIA MANUELA GÓIS
BELMIRO GIL CABRITO
E R NO
CAD O AO
P O I
DE A ESSOR
R O F
P
Introdução
Colegas,
Aceitámos um novo desafio! Desta vez, foi-nos proposto, por muitos dos
que optaram pela aprendizagem da disciplina de Economia C, mas também
por muitos dos que a leccionam, a elaboração de um novo manual e respectivo
instrumentos de apoio. Foi com inegável entusiasmo, empenho e grande sen-
tido de responsabilidade que respondemos. Uma nova disciplina representa
sempre questionamentos, rupturas, novos paradigmas epistemológicos e pes-
quisas para uma (re)construção do saber. Esperamos ter correspondido.
OS AUTORES
Índice
2. Planificação de Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.3 Competências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4. Testes de Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Este programa destina-se a alunos que, optando pela disciplina de Economia no 12.º ano, podem já ter
sido iniciados na perspectiva económica de abordagem dos fenómenos sociais ao longo dos anos lectivos
anteriores. Pretende-se, agora, alargar a escala de análise ao nível mundial, permitindo que os alunos con-
textualizem conhecimentos já adquiridos nas problemáticas contemporâneas mundiais e que sobre elas se
documentem e reflictam.
De facto, o cidadão português, para além de cidadão europeu, é, cada vez mais, cidadão do mundo. De
um mundo cada vez mais entendido como sistema, onde tudo está ligado, mas onde as desigualdades de
nível e de qualidade de vida se mantêm de forma acentuada. De um mundo que é necessário compreen-
der nas suas características essenciais e nos seus problemas fundamentais. De um mundo no qual há que
participar de forma construtiva, tendo em vista o presente mas, também, o futuro – «o nosso futuro comum».
De um mundo onde a dimensão ética, corporizada nos Direitos Humanos, não pode estar ausente.
Contudo, tal como afirma o bastonário da Ordem dos Economistas [António Simões Lopes, 2000], a
propósito das «questões deste tempo» presente, «consideramos não caber ao economista o exclusivo de
abordagens tão complexas, por interdisciplinares, em matérias tão amplas quanto as que caracterizam o
fenómeno social» que é a vida das sociedades no planeta Terra.
Daí que, embora privilegiando a perspectiva do economista, como é natural numa disciplina de
Economia, haja que completá-la, sempre que oportuno, com referências a articulações com outros domí-
nios do saber social. Desta reflexão decorreram as opções feitas relativamente aos conteúdos deste programa,
que se apresentam, de forma sintética, no esquema conceptual da página 7.
Mundo actual
Globalização
Crescimento
e regionalização
e
económica
desenvolvimento
do mundo
Desenvolvimento
e utilização
dos recursos
Desenvolvimento
e Direitos Humanos
Desenvolvimento
8 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
Pretende-se, assim, que o aluno construa/reconstrua os seus saberes com rigor e, simultaneamente, se
familiarize com métodos de trabalho intelectual que lhe serão indispensáveis ao longo do seu percurso
académico. Por outro lado, dadas as características do programa, pretende-se igualmente que o aluno
mobilize conhecimentos anteriormente adquiridos, quer em Economia, quer em outras disciplinas (como,
por exemplo, História e Geografia), e os enquadre nas problemáticas em estudo, articulando-os e, even-
tualmente, dando-lhes novas significações. De facto, seria grave se os alunos ficassem com a ideia de que
questões como as tratadas neste programa ficam suficientemente abordadas quando se utiliza apenas o
ponto de vista da Economia. Ao longo de todo o programa, os alunos devem ser recordados de que o es-
tudo da sociedade tem de ser, necessariamente, multidisciplinar, dada a parcialidade da visão de cada uma
das Ciências Sociais envolvidas nesse estudo, aproveitando-se, sempre que oportuno, para caracterizar a
perspectiva específica da Ciência Económica (abordar a realidade social na perspectiva da produção e da
utilização de bens escassos necessários à satisfação de necessidades presentes e futuras).
O programa da disciplina permite, ainda, reflexões sobre problemas da actualidade portuguesa, europeia
e mundial que, porventura, nenhuma outra, no actual desenho curricular do Ensino Secundário, propicia.
Esta reflexão, baseada em conhecimentos e dados científicos, deverá ser enriquecida pelo debate e pela
problematização, bem como pelo confronto dos factos com o acervo dos Direitos Humanos – valores de
referência universal, que se pretendem transversais à diversidade cultural que caracteriza e enriquece o
mundo em que vivemos. Sempre que oportuno, o professor poderá também recorrer a «estudos de caso»,
utilizando bibliografia disponível. Isto pode ser particularmente útil na abordagem de questões de charneira
entre aspectos micro e macroeconómicos, como, por exemplo, o impacte da globalização nas empresas ou
as relações destas com o Estado.
Ressalta ainda das finalidades e dos objectivos definidos a importância a dar ao desenvolvimento de
técnicas de pesquisa, de tratamento e de apresentação da informação, com recurso às designadas tecnolo-
gias da informação e comunicação. Neste âmbito, e tal como é especificado na última unidade lectiva do
programa, pretende-se que os alunos realizem um trabalho de investigação/aprofundamento sobre qual-
quer conteúdo do programa, podendo o mesmo ser iniciado quando o professor e os alunos o decidirem,
em função dos assuntos escolhidos para estudo. Este trabalho deverá desenvolver-se em grupo e, quando
for considerado oportuno, poderá assumir a forma de trabalho de projecto.
Recorda-se ainda que, independentemente da estratégia utilizada pelo professor para introduzir os
temas e as unidades ou as sub-unidades lectivas, bem como dos caminhos seguidos para o desenvolvimento
das mesmas, haverá sempre que sistematizar os conteúdos estudados, articular os conhecimentos entre si e
integrá-los nos contextos reais do mundo em que vivemos.Tal como haverá sempre que ter presente, quer
na orientação, quer no decorrer dos próprios trabalhos, os objectivos nos domínios das competências e das
atitudes. De facto, estes deverão ser entendidos como transversais a todas as unidades lectivas do programa,
pelo que deverão ser operacionalizados pelo professor em função e de acordo com as suas opções didácti-
cas, tomadas aquando da planificação da leccionação dessas mesmas unidades lectivas.
Refira-se, ainda, que a disciplina poderá participar na Área de Projecto, que dispõe de horário próprio.
De facto, é possível participar numa grande variedade de projectos que contribuam, de forma significativa,
para a mobilização, integração e verificação de saberes proporcionados por esta disciplina, bem como para
o desenvolvimento de competências (nomeadamente as que sejam transversais a várias disciplinas), e para
o desenvolvimento dos valores da cidadania democrática. Relativamente à carga horária, considerou-se um
total de 99 unidades lectivas de 90 minutos cada, correspondente a 148,5 horas, a decorrerem em 33
semanas (3x90 minutos por semana).
A atribuição de carga horária a cada conteúdo programático constitui apenas uma sugestão, que pode
ser alterada em função das diversas formas de abordagem do processo de ensino-aprendizagem e das acti-
vidades desenvolvidas.
Recursos
Como recursos didácticos, a utilizar pelo professor e/ou pelos alunos, sugerem-se, entre outros, que o
professor venha a considerar adequados os seguintes:
. Livros e revistas de carácter científico. Sugere-se, em particular, a assinatura de revistas como Economia
Pura, Análise Social e Cadernos de Economia, entre outras.
. Jornais (diários e semanários, regionais e nacionais ou, mesmo, internacionais) e revistas de carácter
informativo.
. Estatísticas disponibilizadas por organismos nacionais e internacionais (INE, Ministérios, Comissões
de Coordenação Regional, Autarquias, Comissão Europeia e Parlamento Europeu, Instituições da
ONU, OCDE, etc.).
10 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
. Sites na Internet, quer de organismos nacionais e internacionais, quer de bases de dados e de infor-
mações diversificadas.
. CD-Rom (enciclopédias, bases de dados, temáticos e, eventualmente, especificamente com objectivos
didácticos).
. Programas de televisão, quer informativos, quer documentais.
. Filmes e documentários, considerados oportunos e adequados, disponíveis no mercado.
. Diapositivos disponíveis no mercado e/ou elaborados por professores e, eventualmente, por alunos.
. Dossiers temáticos, de organização progressiva e cumulativa.
. Transparências disponíveis no mercado e/ou elaboradas por professores e, eventualmente, por alunos.
. Visitas de estudo.
É igualmente desejável que as aulas de Economia decorram em sala própria, com armário para guardar
o material necessário, e equipada (ou que seja, sempre que necessário, equipada), para além dos tradicionais
quadro e giz, com retroprojector e ecrã, televisão e leitor de vídeo, projector de diapositivos, computador
com ligação à Internet e material multimédia.
Avaliação
A avaliação deverá ser uma prática pedagógica sistematizada e contínua, integrada no processo de ensi-
no-aprendizagem, e que deverá incidir, não só sobre os produtos, mas igualmente sobre os processos, com
intenção profundamente formativa. De facto, o professor deverá ter em conta os diversos factores condi-
cionantes das aprendizagens dos alunos, nomeadamente a diversidade sociocultural e de estilos pessoais de
aprendizagem, integrando-os nas suas preocupações e permitindo uma selecção mais adequada de estraté-
gias de ensino-aprendizagem e de estratégias de superação de dificuldades detectadas. Do referido decorre
igualmente a necessidade de recorrer a estratégias, técnicas e instrumentos diversificados de avaliação. Por
outro lado, a avaliação deverá ser sempre uma prática contextualizada, decorrendo das actividades prati-
cadas pelos alunos na sala de aula e, quando necessário, fora dela.
Assim, a avaliação formativa tornará o aluno mais consciente e responsável pela sua aprendizagem,
levando-o a identificar os seus pontos críticos, a reconstruir os seus saberes e a reformular os seus processos
de trabalho. Ao professor, a avaliação formativa fornecerá informações sobre o comportamento dos vários
intervenientes e sobre a eficácia dos processos em uso, permitindo, em tempo que se pretende útil, a intro-
dução de alterações consideradas convenientes e adequadas aos objectivos previamente estabelecidos.
Igualmente com carácter formativo deverá praticar-se, sempre que se considere oportuno, a avaliação
diagnóstica.
Recorda-se, ainda, o papel educativo da promoção de hábitos de rigorosa auto e heteroavaliação dos
alunos. De facto, os alunos devem assumir um papel activo e interveniente também no processo de avalia-
ção, quer individual, quer colectiva, propondo, debatendo, clarificando e criticando critérios de avaliação,
gerais e específicos de determinadas actividades, nos momentos para tal considerados adequados.Também
assim se educa para a cidadania, ao promover-se a reflexão e o confronto justificado de opiniões, numa
matéria sentida como particularmente importante pelos alunos.
Por outro lado, os instrumentos de avaliação deverão ser diversificados e adequados aos objectos da
avaliação. Entre outros, a seleccionar em função das circunstâncias concretas, sugerem-se:
. grelhas de registo de atitudes e de comportamentos;
. grelhas de observação do trabalho individual e em grupo dos alunos;
. entrevistas e questionários;
. relatórios de actividades, nomeadamente de visitas de estudo e de participação em debates;
. apresentações escritas e orais de trabalhos (fichas de trabalho, trabalhos de investigação, trabalhos de
projecto, etc.);
. testes escritos que contemplem tipos diversificados de questões (questões objectivas de diversos tipos,
questões de composição curta e questões de composição longa);
. testes orais.
12
2. Planificação de Recursos
Unidade 1 – Crescimento Económico e Desenvolvimento
ECONOMIA C
FIO CONDUTOR: O crescimento económico com respeito pelos Direitos Humanos (económicos, sociais, ambientais e políticos) pode ser uma
estratégia para um desenvolvimento sustentável.
e de análise.
. Desenvolver o espírito crítico.
13 ECONOMIA C
14
Unidade 3 – O Desenvolvimento e a Utilização de Recursos
FIO CONDUTOR: O desenvolvimento desenvolvimento económico sustentável obriga a uma utilização racional e ética dos recursos naturais e
humanos.
ECONOMIA C
14 aulas
PROPOSTA DE TRABALHO FINAL ECONOMIA C 17
«Características e objecto
Pretende-se que os alunos realizem um trabalho de grupo/projecto de investigação/aprofundamento
sobre qualquer temática/conteúdo do programa, terminando, necessariamente, com a sua problematização à
luz dos Direitos Humanos. Assim, e em função do tema escolhido, o trabalho poderá ser iniciado em qual-
quer momento do ano lectivo e terminado aquando da leccionação da última unidade lectiva do programa.
O professor, em conjunto com os alunos, decidirá igualmente se cada grupo investigará um conteúdo
do programa ou aspectos diferentes e complementares do mesmo conteúdo.
Finalidades
Com a realização deste trabalho pretende-se:
.promover a prática investigativa;
.fomentar o gosto pela aplicação de conceitos e pelo aprofundamento de conhecimentos;
.incentivar o desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipa;
.exercitar a utilização correcta da língua materna, quer por escrito, quer oralmente;
.promover a utilização de técnicas diversificadas de comunicação de informação.
Tendo em vista a exequibilidade dos trabalhos, o professor deverá ainda orientar e esclarecer os alunos na:
. organização da turma em grupos de trabalho;
. escolha do tema/subtema que cada grupo investigará;
. realização do levantamento dos recursos disponíveis sobre o tema escolhido, tendo em atenção a sua
acessibilidade e o seu grau de dificuldade;
18 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
Estes procedimentos, indispensáveis para garantir a exequibilidade do trabalho, são igualmente facilita-
dores da sua avaliação, já que esta deverá incidir, não só sobre o produto, mas também sobre o processo de
trabalho, nomeadamente sobre o contributo de cada elemento do grupo para o resultado final.
Apresentação do trabalho
Cada grupo deverá sistematizar a pesquisa efectuada, entregando um trabalho escrito e fazendo uma
comunicação oral à turma que poderá ser apoiada em diferentes suportes, nomeadamente, se possível, com
a utilização das tecnologias da informação e comunicação. As comunicações deverão ser seguidas de debate
e, eventualmente, de formas de divulgação total ou parcial junto da comunidade educativa.»1
.
Para este tema, o aluno poderá seguir as seguintes etapas de trabalho:
caracterização das diferentes regiões/distritos, em termos dos indicadores convenientes
.
(económicos, demográficos e culturais);
.
elaboração de mapas, de acordo com as perspectivas económica, demográfica e cultural;
I – Assimetrias elaboração de um mapa-síntese que permita avaliar a perspectiva do desenvolvimento humano
regionais:
.
por regiões/distritos;
desenvolvimento
.
verificação da existência, ou não, de assimetrias entre as regiões/distritos;
ou crescimento
económico? conclusões: O país é desenvolvido? Existirão regiões/distritos onde o crescimento económico
.
prevalece sobre o desenvolvimento? Verificar-se-ão assimetrias?
.
compreensão das assimetrias como obstáculos a um desenvolvimento humano solidário;
debate sobre possíveis medidas a implementar para um desenvolvimento considerado no
sentido abrangente do termo.
.
Para este tema, o aluno poderá seguir o seguinte percurso:
caracterização da região em termos dos indicadores convenientes (económicos, demográficos
.
e culturais);
caracterização do modelo de desenvolvimento seguido pela região (Que tipo de agricultura?
Que tipo de indústrias? Que tipo de serviços? Que tecnologias? Houve inovação? Qual
a qualificação dos recursos humanos empregados? Há empresas ou outras organizações
II – Estudo de uma com grande responsabilidade no desenvolvimento da região? Que tipo de intervenção têm?
.
região do país, Têm recorrido aos fundos comunitários?);
numa perspectiva análise para detectar os pontos fortes e as fragilidades da região (As actividades económicas
de desenvolvimento proporcionarão emprego suficiente? Recorrerão a trabalho qualificado? A região respeitará
sustentável. as normas de protecção ambiental? As empresas terão programas de responsabilidade
ambiental e social? Existirá trabalho de imigrantes? Existirão outras minorias? Como
se relacionam com o resto da comunidade? Existirá desemprego, poluição?). Para tal,
.
o aluno poderá recorrer a trabalhos publicados, realizar inquéritos e entrevistas;
conclusões: A região apresenta/não apresenta estratégias de desenvolvimento baseadas
no aproveitamento sustentável dos recursos do meio; Manifesta uma cultura de respeito
pelos cidadãos; etc.
.
Para este tema, o aluno poderá seguir os seguintes passos:
procura de informações junto das entidades responsáveis pelo Programa de Erradicação
III – Bolsas de mau do Trabalho Infantil; Internet; Ministério da Educação (estatísticas de abandono escolar);
desenvolvimento
.
OCDE (Estudos Pisa); Ministério do Trabalho; etc.;
– o trabalho realização de entrevistas junto de jovens e das suas famílias, no sentido de avaliar os factores
infantil
.
que conduziram ao abandono escolar e entrada precoce no mundo do trabalho;
em Portugal;
verificação da relação entre a entrada precoce no mundo do trabalho e a precariedade
o abandono
.
no emprego;
escolar precoce;
a precariedade equacionar do problema e organização de um debate sobre o tema, orientado segundo
do trabalho. a perspectiva da inclusão social, dos direitos dos jovens à educação, da promoção social
.
e do desenvolvimento humano;
elaboração de um plano de intervenção para minimizar o problema.
.
Para este tema, o aluno poderá:
procurar informações sobre situações de poluição ambiental numa determinada região, por
.
IV – Bolsas de mau exemplo;
.
desenvolvimento encontrar as causas de tais situações;
.
– a poluição estudar situações alternativas para os problemas encontrados;
ambiental.
.
questionar a responsabilidade social das empresas e da população local;
organizar um debate para apresentação das conclusões e discussão em torno do tema –
será possível o desenvolvimento sem respeito pelo meio ambiente?
Para este tema, o aluno poderá realizar um estudo de caso, seleccionando uma empresa
portuguesa que tenha uma estratégia de internacionalização ou uma empresa estrangeira
.
instalada em Portugal. Em seguida, poderá:
V – Efeitos equacionar a necessidade da internacionalização, relacionando-a com os custos/benefícios
da globalização
.
dessa estratégia de crescimento;
no crescimento
.
económico realizar uma análise de custo/benefício relativa à opção de internacionalização dessa empresa;
português. relacionar o fenómeno da globalização com o respeito pelos Direitos Humanos.
As conclusões poderão ser apresentadas à escola em sessão organizada para o efeito, com
a presença de representantes da empresa estudada.
20 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
VI – Desigualdades
Para a realização deste trabalho, propomos uma investigação local/regional, com recurso a uma
de género em
estratégia de investigação extensiva, baseada em inquéritos por questionário e enriquecida com
Portugal: no mer-
o testemunho recolhido em entrevistas bem estruturadas.
cado de trabalho,
em relação ao
As conclusões, apresentadas em debate, poderão confrontar as desigualdades de género com
poder político
a privação de uma cidadania activa e a necessidade de uma discriminação positiva.
e na esfera privada.
Para a realização deste trabalho, propomos uma investigação sobre a realidade local, recorrendo
VII – As minorias a uma estratégia de investigação intensiva, com base numa observação participante
em Portugal: e entrevistas.
integração
ou exclusão? As conclusões, apresentadas em debate, poderão confrontar as desigualdades das minorias com
a privação de uma cidadania activa e a necessidade de uma discriminação positiva.
3.3 Competências
Através do trabalho final, consideramos ser possível desenvolver as seguintes competências:
. seleccionar um objecto de estudo, identificando o problema a pesquisar;
. recolher informação bibliográfica, teórica e estatística relativa ao tema seleccionado;
. seleccionar a informação, recolhendo os conteúdos e os indicadores próprios para a investigação do
tema-problema, aplicando os conceitos e os conhecimentos teóricos estudados nas unidades lectivas
anteriores;
. analisar a informação e estabelecer relações entre as variáveis;
. retirar conclusões;
. expor, sob a forma de relatório escrito e/ou apresentação em PowerPoint, o tema estudado;
. apresentar e discutir o trabalho na turma.
Por outro lado, sabemos igualmente que é do professor que o jovem estudante, muitas vezes, espera o
primeiro passo. O professor poderá sugerir algumas áreas de investigação e auxiliar o aluno a percorrer as
diferentes etapas do projecto de investigação.
Em qualquer caso, o professor deverá ter sempre um papel lateral e nunca o papel central no trabalho
de investigação.
. Notícias específicas sobre o tema escolhido, retiradas de jornais económicos e de revistas da especiali-
dade.
. Entrevistas a alguns empresários, ou seus representantes, e representantes dos trabalhadores.
. Inquéritos.
. Recolhas bibliográficas.
. Estudos.
. Identificação da Escola.
. Identificação da disciplina e da unidade didáctica.
. Identificação do trabalho realizado.
. Identificação do autor do relatório.
Capa
Bibliografia e outros . Listagem de livros, revistas, textos avulsos, quadros estatísticos, esquemas, gráficos
documentos e endereços da Internet que foram utilizados.
Anexos
. Inquéritos realizados, entrevistas feitas e todos os documentos que foram produzidos durante
a investigação, de onde se retiraram conclusões apresentadas no relatório.
22 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
b) Facultar aos jovens conhecimentos necessários à compreensão das manifestações estéticas e culturais
e possibilitar o aperfeiçoamento da sua expressão artística.
c) Fomentar a aquisição e aplicação de um saber cada vez mais aprofundado assente no estudo, na
reflexão crítica, na observação e na experimentação.
d) Formar, a partir da realidade concreta da vida regional e nacional, e no apreço pelos valores perma-
nentes da sociedade, em geral, e da cultura portuguesa, em particular, jovens interessados na resolu-
ção dos problemas do País e sensibilizados para os problemas da comunidade internacional.
f ) Favorecer a orientação e formação profissional dos jovens, através da preparação técnica e tecnológica,
com vista à entrada no mundo do trabalho.
Objectivos:
Domínio cognitivo:
. compreender o conceito de desenvolvimento;
. aplicar o conceito na avaliação de situações-problema;
. avaliar criteriosamente as situações-problema, na perspectiva dos Direitos Humanos;
. propor soluções.
TESTE DE ATITUDES
O subdesenvolvimento é um fenómeno complexo que exige, antes de mais, uma mudança das nossas atitudes, não só face
ao próprio conceito, como também em relação às possibilidades de superação de tão grave problema.
Coloque V (verdadeiro) ou F (falso) à frente das seguintes afirmações, de acordo com a sua opinião sobre o assunto em
causa.
2.º passo:
Procura de indicadores para preenchimento de um mapa (com uma legenda concebida pelos alunos),
que procure distinguir as regiões/distritos, segundo o critério económico. O indicador poderá ser o PIB
per capita.
O mapa abaixo é um exemplo daquele que os alunos poderão realizar.
Região Autónoma
dos Açores
Região Autónoma
da Madeira
Portugal = 100
> 125
100 ; 125
75 ; 100
<= 75
NUTS II
26 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
3.º passo:
Elaboração de um novo mapa por regiões/distritos, com indicadores demográficos (por exemplo espe-
rança média de vida à nascença).
4.º passo:
Elaboração de um novo mapa por regiões/distritos, com indicadores culturais (por exemplo taxas de
escolarização).
5.º passo:
Elaboração de um novo mapa por regiões/distritos com a conjugação das informações dos três mapas
anteriores, para a construção de um mapa final sobre o desenvolvimento humano.
6.º passo:
Procura de informação adicional sobre o meio ambiente e poluição, em relação a cada região/distrito.
7.º passo:
8.º passo:
Organização de um debate, com convites à escola em geral (não esquecendo os alunos que participa-
ram no preenchimento do teste de atitudes), orientado na perspectiva da compreensão das assimetrias
como obstáculos a um desenvolvimento humano solidário.
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 27
4. Testes de Avaliação
Unidade 1 – Crescimento Económico e Desenvolvimento
I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correcta. Assinale-a com um X sobre a letra correspondente.
II
1. Observe o quadro seguinte.
Esperança Taxa de
PIB PPC média de vida escolarização Ordem de acordo
Países
(dólares) à nascença bruta combinada com o IDH
(anos) (%)
Emirados Árabes
25 514 78,3 59,9 39.a posição
Unidos
1.2 Explique por que razão, tendo os Emirados Árabes Unidos um PIB per capita mais elevado e
uma esperança média de vida à nascença maior, a sua posição no IDH é mais baixa do que a
de Portugal.
2. Por que razão o indicador Índice de Desenvolvimento de Género (IDG) é um bom indicador de
desenvolvimento?
III
1. Comente o seguinte texto, tendo em conta os factores de crescimento económico que estudou.
A Estratégia de Lisboa
Em Março de 2000, a UE adoptou a «Estratégia de Lisboa» com o objectivo de modernizar a economia europeia
e torná-la apta a concorrer no mercado mundial com outros grandes protagonistas, como os Estados Unidos e
os novos países industrializados. A Estratégia de Lisboa inclui o incentivo à inovação e ao investimento das
empresas, assim como a modernização dos sistemas educativos europeus para os adequar às necessidades da
sociedade da informação.
Publicações da Comissão Europeia [s.d.].
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 29
IV
O crescimento económico não é linear. Faz-se por ciclos económicos, como é observável no seguinte
gráfico relativo à economia portuguesa.
Evolução do PIB
6
–2 Séries trimestrais
3. Identifique o ponto X.
I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correcta. Assinale-a com um X sobre a letra correspondente.
6. Pode dizer-se que a globalização tem levado ao crescimento das economias e do bem-estar em
todos os países. A afirmação é...
A. ... verdadeira, pois a pobreza no mundo tem vindo a diminuir.
B. ... verdadeira, pois a liberalização das trocas tem beneficiado todos os países.
C. ... falsa, pois os benefícios da globalização não são igualmente distribuídos por todos os países.
D. ... falsa, pois a globalização tem conduzido ao empobrecimento de muitos países.
II
1. Leia o texto seguinte.
A expansão da economia-mundo europeia, a partir do século XVI, arrasta a formação de uma rede de trocas de
proporções mundiais, na qual se integram, progressivamente, os outros continentes.
Jacques Adda, A Mundialização da Economia, Lisboa, Terramar.
1.2 Explique, em traços largos, como o processo de expansão da economia europeia deu origem
à «formação de uma rede de trocas de proporções mundiais».
2. As empresas transnacionais têm uma estratégia que assenta na decomposição dos processos
produtivos, instalando diversas filiais em vários países, em função das vantagens comparativas
de cada um.
3.3 Uma situação de crise é mais difícil de controlar num mercado financeiro global? Justifique
a sua resposta.
III
1. Comente a notícia, à luz do proteccionismo/liberalização do comércio mundial.
Os defensores da globalização estão apreensivos face a um conjunto de medidas denominadas Buy American,
que visam a obrigatoriedade de compra de produtos industriais nacionais por parte das empresas. Esta possibili-
dade levou alguns países exportadores para os EUA a apresentar queixa junto da Organização Mundial do
Comércio.
Público, 05/02/2009.
2. A crise económica, num mundo globalizado, atinge uma dimensão mundial. Justifique a afirma-
ção, com base na notícia e no mapa seguintes.
O enfraquecimento das exportações, como resultado de um clima de recessão cada vez mais global, traduz-se,
para muitas empresas, em resultados desanimadores, originando um aumento significativo das taxas de desem-
prego.
38 600
Financeiro Outros sectores 1480
181 520 122 360
168 060
35 000
Ásia – Pacífico
Europa 36 480
América do Norte
206 660
Fonte: Agência Reuters (adaptado).
303 880
África
Total Mundial
5500
739 240
Público, 02/02/2009.
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 33
I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correcta. Assinale-a com um X sobre a letra correspondente.
3. O progresso tecnológico pode ter influência sobre o aumento da população. Esta afirmação é…
A. ... verdadeira, porque o progresso tecnológico permite melhores condições de vida, o que se
pode reflectir na taxa de natalidade.
B. ... falsa, porque o progresso tecnológico permite um maior controlo sobre a natalidade.
C. ... verdadeira, porque o progresso tecnológico permite melhores condições de assistência
materna.
D. ... falsa, porque são dois fenómenos completamente independentes.
4. O abate de árvores e o aumento dos postos de trabalho numa região são, respectivamente...
A. ... uma externalidade positiva e uma externalidade negativa.
B. ... uma externalidade negativa e uma externalidade positiva.
C. ... duas externalidades positivas.
D. ... duas externalidades negativas.
34 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
5. O princípio do poluidor-pagador…
A. ... permite que qualquer empresa polua livremente.
B. ... implica que o poluidor pague os custos sociais da sua acção nociva sobre o ambiente e não
o obriga a mais nada.
C. ... proíbe a poluição.
D. ... implica que o poluidor pague os danos causados, sendo, igualmente, obrigado a corrigir a
situação criada.
II
1. Comente o conteúdo do seguinte texto, tendo em conta a relação entre o fluxo imigratório e o
crescimento económico.
É inquestionável a complexidade dos processos migratórios actuais, envolvendo aspectos tão diversos como a
globalização, o envelhecimento populacional, a segurança e o terrorismo, o respeito pelos direitos humanos e a
luta contra o tráfico de pessoas ou a ajuda ao desenvolvimento e à democracia nos países de origem. Este con-
texto exige, pois, uma abordagem global, equilibrada e atenta aos sinais de uma realidade em constante muta-
ção. Nesse sentido, a actual política nacional de imigração estrutura-se em torno de quatro grandes eixos:
regulação dos fluxos migratórios, promoção da imigração legal, luta contra a imigração clandestina e integração
dos imigrantes.
Relatório de Actividades – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 2007 (adaptado).
III
IV
Faça um comentário ao conteúdo do seguinte texto e aos gráficos que o ilustram, tendo em conta a
problemática do ambiente e do desenvolvimento humano como fenómenos interdependentes.
Durante séculos, o escoamento dos glaciares na cadeia montanhosa dos Andes tem irrigado os solos agrí-
colas e abastecido as instalações humanas com um caudal previsível. Actualmente, os glaciares estão entre
os primeiros perigos das alterações climáticas. Estão a derreter depressa e o seu iminente desaparecimento
tem implicações potencialmente negativas para o desenvolvimento humano na região Andina.
O Peru e a Bolívia são os locais com a maior superfície de glaciares tropicais do mundo – cerca de 70% do
total da América Latina situa-se no Peru e 20% na Bolívia. Estes países albergam também algumas das
maiores concentrações de pobreza e de desigualdades socio-económicas da América Latina – a região mais
desigual do mundo. O degelo dos glaciares ameaça, não apenas diminuir a disponibilidade da água, como
também acentuar estas disparidades.
O Peru tem registado algumas das taxas mais rápidas de recuo dos glaciares do mundo. Entre 20% e 30%
da área de superfície glaciar desapareceu nas últimas três décadas. Essa área é equivalente à superfície
glaciar total do Equador.
A capital, Lima, com uma população de aproximadamente 8 milhões, situa-se na costa. Lima recebe a água
a partir do Rio Rimac e de outros rios da Cordilheira Central, todos dependentes, a diversos níveis, do degelo
glaciar. Existe já um enorme desfasamento entre a oferta e a procura de água. A população, em geral, está a
crescer em 100 000 pessoas por ano, aumentando a procura de água. O racionamento é já comum durante
os meses de Verão. Com reservas limitadas e com o aumento da exposição às secas, a cidade irá deparar-
-se, a curto prazo, com um maior racionamento.
A rápida recessão glacial na vasta Cordilheira Branca, no norte dos Andes, colocará em questão o futuro da
agricultura, da extracção mineral, da produção eléctrica e dos abastecimentos de água ao longo de extensas
áreas. Um dos rios alimentados pela Cordilheira Branca é o Rio Santa. O rio é responsável por um vasto con-
junto de modos de subsistência e de actividades económicas. Em altitudes entre os 2000 e os 4000 metros,
o rio fornece a água que irriga, maioritariamente, a agricultura de subsistência. Nos vales mais baixos, irriga,
principalmente, a agricultura comercial de grande escala e contribui para dois grandes projectos destinados
a colheitas de exportação. Os seus caudais geram energia hidroeléctrica e fornecem água potável a duas
grandes áreas urbanas na costa do Pacífico – Chimbote e Trujillo –, com uma população conjunta de mais de
um milhão de pessoas.
O problema é que até 40% do caudal da estação seca do Rio Santa resulta do degelo da superfície gelada,
que não é reabastecida por meio da precipitação anual. As consequências poderão incluir grandes perdas
económicas e prejuízos para os modos tradicionais de subsistência. O projecto de irrigação Chavimochic, no
36 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
Rio Santa, tem contribuído para um notável boom nacional na agricultura não-tradicional. O total de expor-
tações do sector aumentou de 302 milhões de dólares amercianos, em 1998, para mil milhões de dólares
americanos, em 2005. O boom tem vindo a ser suportado por produtos de irrigação intensiva, como alcacho-
fras, espargos, tomates e outros vegetais. O degelo glaciar ameaça destruir a viabilidade destes investimen-
tos na irrigação, dificultando, ao mesmo tempo, o emprego e o crescimento económico.
Peru
1970 – 1958 km2 2006 – 1370 km2
Bolívia
1975 – 562 km2 2006 – 396 km2
Equador
Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano, 2007/2008.
Colômbia
1950 – 109 km2 2006 – 76 km2
Venezuela
1950 – 3 km2 2006 – 2 km2
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 37
I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correcta. Assinale-a com um X sobre a letra correspondente.
3. O abandono escolar precoce e o trabalho infantil constituem factores de exclusão social, porque...
A. ... marginalizam grupos sociais.
B. ... dificultam o crescimento económico.
C. ... põem em causa o desenvolvimento.
D. ... atingem largas camadas da população.
II
Os movimentos de defesa dos direitos civis nos EUA que, para além de Rosa Parks, tiveram como activistas,
entre outros, Martin Luther King, Malcom X e Angela Davis, têm permitido uma mudança de mentalidades na
sociedade, possibilitando que cidadãos e cidadãs afro-americanos tenham ascendido aos postos políticos e
militares mais elevados, culminando com a eleição, pela primeira vez na história dos EUA, de um Presidente
descendente de quenianos.
38 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
1.2 Relacione direitos mencionados no texto com os Direitos Humanos de 1.a Geração.
2. Leia os textos que se seguem, e observe o quadro relativo ao sistema de quotas em alguns
países.
As mulheres estão pouco representadas nas instâncias políticas. Desde 1945, a proporção mundial de mulheres
com lugares nos parlamentos mais do que quadruplicou, passando de 3 para 14,6 por cento (dados até 1 de Junho
de 2002). Mas este número, muito inferior à paridade, dissimula grandes diferenças. Está longe de terminada a
corrida de obstáculos que desde há séculos as mulheres têm sido obrigadas a percorrer, para lhes serem reconhe-
cidos os seus direitos cívicos e políticos.
Ignacio Ramonet et al., Atlas da Globalização, Lisboa, Campo da Comunicação (adaptado).
Em Portugal, nas eleições para a Assembleia da República, realizadas em 20 de Fevereiro de 2005, a repartição das
deputadas por partidos foi a seguinte: PS – 28%; PSD – 8%; CDU – 21,4% (PCP 16,7% e PEV – 50%); CDS-PP – 8,3%;
BE – 50%.
A Igualdade de Género em Portugal, Lisboa, CIG (adaptado).
País Quotas
Noruega A maioria dos partidos tem quotas para 40% das mulheres.
Argentina A maioria dos partidos tem quotas para 30% das mulheres.
III
1.1 Estabeleça comparações entre os países referidos no quadro, relativamente ao peso no total
mundial das emissões de carbono e à evolução das emissões de carbono per capita, entre
1990 e 2004.
1.2 Justifique a necessidade de se imporem limites ao crescimento, tendo em conta a situação
evidenciada no quadro e o texto.
1.3 Explicite o conceito de desenvolvimento sustentável.
1.4 Exponha duas medidas que promovam o desenvolvimento sustentável.
1. B
2. B
3. C
4. B
5. D
II
1.1 O IDH é um indicador composto que pretende avaliar o desenvolvimento humano, ultrapassando o
domínio exclusivamente económico Nesse sentido, conjuga as informações dadas pelo PIB per capita
(avaliação económica), pela esperança média de vida à nascença (avaliação demográfica e social) e pela
taxa combinada de escolarização (avaliação cultural).
1.2 O quadro ilustra exactamente o que se afirmou na questão anterior. O IDH, medindo três domínios
diferentes, mostra que a perspectiva exclusivamente económica não é determinante. Assim, embora
Portugal tenha um PIB ppc. inferior ao dos Emirados Árabes Unidos, assim como uma menor espe-
rança média de vida à nascença, apresenta uma taxa de escolarização superior, o que lhe permite ter
uma posição superior em IDH.
2. O IDG é um bom indicador de desenvolvimento porque é impensável um país ser considerado desen-
volvido sem respeitar as suas cidadãs. A igualdade, para homens e mulheres, no acesso à educação, aos
lugares de chefia e a outros cargos normalmente atribuídos ao sexo masculino, é uma prova de emanci-
pação social e cultural, o que permite concluir que um país é desenvolvido.
III
1. A Estratégia de Lisboa, documento elaborado pela União Europeia em Março de 2000, preconiza o
desenvolvimento dos Estados-membros de forma a poderem competir com mais sucesso com as gran-
des economias mundiais, como a dos EUA ou dos NPI.
Para tal, a UE define como estratégia o incentivo à inovação e ao investimento das empresas, assim
como uma forte aposta no sistema educativo.
IV
5. Os ciclos de Kuznets têm uma amplitude média de cerca de 50 anos (40 a 60 anos).
1. Por desenvolvimento sustentável, entende-se um desenvolvimento que não ponha em causa as gerações
futuras, nem os povos de outros lugares. Assim, o desenvolvimento, para ser sustentável, implica solida-
riedade entre gerações e países – é, portanto, um problema global, já que convoca todas as populações
do planeta para uma solução comum.
2. A frase chama a atenção para um dos grandes problemas do mundo moderno – o desperdício e a conse-
quente poluição. De facto, para se conseguir o desenvolvimento sustentável, há que ser racional nas esco-
lhas e na definição dos caminhos a trilhar. Uma dessas opções é pôr de lado o supérfluo, o desnecessário, o
acessório ou os excessos. Embalagens não recicláveis ou bens descartáveis são exemplos de bens que se
devem evitar. O lixo é um dos grandes problemas ambientais e uma forma de contribuir para o desenvol-
vimento sustentável é, exactamente, começar por combater o desperdício e todas as formas de poluição.
Unidade 2
I
1. B
2. A
3. D
4. C
5. D
6. C
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DOS TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 43
II
1.2 A expansão da economia europeia para outros continentes caracterizou-se pelo desenvolvimento das
trocas comerciais: os europeus recrutavam mão-de-obra escrava em África, para a utilizar nas planta-
ções de cana-de-açúcar, tabaco e algodão nas colónias americanas; a América, para além destes produ-
tos, fornecia também prata e ouro à Europa; e a Ásia, nomeadamente a Índia, fornecia seda e
especiarias.Através das trocas, estes territórios integraram-se na economia-mundo europeia.
2.1 As empresas transnacionais localizam segmentos da sua actividade em diversos territórios, de acordo
com as vantagens competitivas que cada um deles oferece. Assim, num país são localizadas as activida-
des produtivas, noutro são instaladas as actividades publicitárias e ainda noutro os serviços de informá-
tica, por exemplo.
2.2 Um produto global é o resultado da actividade das empresas transnacionais e do comércio mundial: as
várias componentes do produto são realizadas em vários países, o produto produzido em larga escala é
vendido para um conjunto variado de países e é, finalmente, consumido por milhões de consumidores
em todo o mundo.
3.1 O desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação e da Internet veio facilitar a
circulação de capitais pelo mundo, condição essencial à necessidade de financiamento das actividades
globais. A transferência de capitais entre as várias regiões do mundo, muitas vezes em tempo real, fruto
das comunicações electrónicas, conduziu a um menor controlo do funcionamento dos mercados
monetário e financeiro por parte das autoridades.
3.2 Fruto das comunicações electrónicas, o capital movimenta-se em tempo real entre as várias partes do
mundo, com um mínimo de regulação por parte dos Estados nacionais, podendo assim falar-se num
mercado financeiro global.
3.3 Num mercado financeiro global, em que os capitais circulam entre bancos de vários países, em que os
bancos concedem créditos entre si e têm capitais cotados nas bolsas mundiais, quando surgem proble-
mas graves num banco, como a falta de liquidez, incumprimento dos devedores ou queda do valor do
seu capital, os problemas alastram aos outros bancos que nele têm títulos de crédito ou participações
de capital, naquilo que se designa por «efeito dominó».
III
A aplicação de medidas proteccionistas, pela redução dos fluxos do comércio internacional, poderá,
num período de crise económica internacional, agravar ainda mais essa crise.
44 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
2. A crise originada numa região/país que mantenha intensas relações de troca com outras economias, vai
produzir efeitos nestas últimas: a menor procura externa originará uma queda das exportações, a quebra
da actividade das empresas, falências e o aumento do número de desempregados.
A figura mostra que a crise financeira iniciada nos EUA se propagou ao sector produtivo da economia
e, fruto da globalização dos mercados financeiros e da mundialização das trocas, a outros continentes,
originando problemas, não só no sector financeiro, mas também em empresas produtoras de bens. Estas,
devido à quebra da procura externa e interna, tiveram de reduzir o número de empregados através de
despedimentos em número significativo.
Unidade 3
I
1. D
2. D
3. A
4. B
5. D
II
1. O texto refere-se aos problemas que o fenómeno imigratório assume actualmente. Sabemos que a imi-
gração pode constituir um benefício para os países acolhedores, mas também pode ser muito perturba-
dora quando a integração não existe, ou quando essa imigração é clandestina.
Para que, efectivamente, a imigração contribua de forma positiva para o crescimento económico do
país recebedor (rejuvenescimento da população, aumento de mão-de-obra, muitas vezes qualificada,
contribuição para a sustentabilidade da Segurança Social, por exemplo), mas também para o país de ori-
gem (atenuar de tensões sociais, recepção de remessas, contacto com outras culturas, entre outras vanta-
gens), é necessária uma política de abordagem global, atenta a estas realidades.
III
1.1 Embora se trate de um acidente, os incêndios com origem em fenómenos naturais, como as altas tem-
peraturas, constituem fontes de poluição sistemática.
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DOS TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 45
1.2 As fontes de poluição acidental distinguem-se das fontes fixas pela sua origem. No primeiro caso, um
acontecimento não esperado origina a poluição; já no segundo caso, a fonte de poluição é constante.
1.3 A deterioração da água potável dos lençóis subterrâneos, devido à infiltração lenta de poluentes, como
pesticidas utilizados na agricultura ou esgotos domésticos.
2. Sendo a Economia a ciência que permite orientar com racionalidade a gestão de recursos escassos para
o bem-estar das populações e a Ecologia a ciência que estuda a relação entre o ambiente e o ser humano,
é de concluir que deva haver complementaridade nas preocupações destes dois ramos do conhecimento,
para um futuro sustentável.
3. Reconhecendo que o desenvolvimento humano abrange diversos domínios sociais, que incluem não só
o bem-estar material como a qualidade de vida dos cidadãos, é natural que as questões ambientais cons-
tituam uma área importante a incluir nas preocupações das populações.
IV
Não é possível falar em desenvolvimento sem se ter em conta os indivíduos. Os desastres naturais a que o
texto se refere, como os degelos que ocorrem na América do Sul, têm como causa o aquecimento do pla-
neta, como se sabe. Para além deste problema natural, com consequências graves sobre a agricultura, a
extracção mineira, a produção de energia e o modo de vida das populações em geral, estamos perante um
problema injusto, visto incidir sobre populações pobres não causadoras do fenómeno da poluição.
Falar em desenvolvimento humano implica, pois, o respeito pelo ambiente e pelos direitos dos indivíduos.
Unidade 4
I
1. D
2. C
3. A
4. C
II
1.1 Três exemplos de direitos civis e políticos poderão ser, por exemplo, a liberdade de expressão do pen-
samento, a liberdade religiosa e o direito de voto.
46 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R
1.2 Os Direitos Humanos mencionados no texto são direitos de 1.ª geração, porque constituem direitos
individuais, civis e políticos, tendo surgido no final do século XVIII, com a independência dos EUA e
com a Revolução Francesa.
1.3 A universalidade dos Direitos Humanos implica que estes sejam válidos para toda a Humanidade,
independentemente do género, etnia, religião, origem, ideologia, nacionalidade, ascendência ou orien-
tação sexual.
2.1 Em Portugal, apenas dois partidos políticos praticam a paridade no que respeita à igualdade de género
na participação política (PEV e BE = 50%), continuando as mulheres pouco representadas nas instân-
cias políticas.
2.2 O sistema de quotas para as eleições constitui uma medida de discriminação positiva, porque vai alte-
rar uma situação de desigualdade, repondo a igualdade de oportunidades, e rompendo com a reprodu-
ção de uma situação de discriminação negativa.
2.3 A tabela mostra-nos que vários países de diferentes regiões desenvolveram medidas de discriminação
positiva, no que respeita à igualdade entre mulheres e homens na participação política, sendo de real-
çar a Espanha e a Noruega, que praticam quotas de 40% para as mulheres.
III
1.1 Os EUA (a maior economia do planeta) detêm um forte peso no total mundial de emissões de carbono,
seguidos do Japão (que, conjuntamente com os EUA e a UE constituem as três maiores economias do
mundo). O peso de Espanha no total mundial já é significativo, atendendo à importância da economia
espanhola; já o de Portugal é muito menor. No que respeita à evolução das emissões de carbono per
capita, entre 1990 e 2004, podemos constatar que todos os países, apesar do Protocolo de Quioto, da
Agenda XXI e de outros documentos aprovados a nível mundial e regional, aumentaram as emissões
de carbono per capita.
1.2 Têm de se impor limites ao crescimento, a fim de se sustentar o próprio processo de desenvolvimento,
dentro de valores que não ponham em causa a sobrevivência do planeta, nem o direito ao desenvolvi-
mento das gerações vindouras.
1.3 O desenvolvimento sustentável implica a satisfação das necessidades básicas das populações, a redução
das assimetrias regionais, de género, de etnia, e etárias, no que respeita à repartição do rendimento e à
participação das populações nas decisões políticas e económicas. Implica também a imposição de
limites ao crescimento económico, para não se colocar em causa o direito ao desenvolvimento das
gerações vindouras.
1.4 Duas medidas que promovam o desenvolvimento sustentável poderão ser, entre outras, o envolvimento
das comunidades na procura de soluções para responder aos problemas sociais, ambientais e políticos, e
a integração no desenvolvimento das dimensões económicas, sociais e ambientais, para que o desen-
volvimento sustentável, humano e solidário seja uma realidade para toda a família humana.
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DOS TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 47
2.1 Enquanto a pobreza absoluta diz respeito a situações em que não existem os bens necessários e essen-
ciais à subsistência das pessoas, a pobreza relativa estabelece relações com a sociedade em que o fenó-
meno da pobreza ocorre, referindo-se aos indivíduos que vivem em condições mais precárias do que
o conjunto da sociedade.
2.2 Dois indicadores de medida da pobreza poderão ser, por exemplo, o IPH-1, que mede a pobreza nos
países em desenvolvimento, e o IPH-2, que se refere aos países desenvolvidos.
2.3 Não existe justiça social, quando cidadãos e cidadãs vivem na pobreza, não tendo acesso aos bens
essenciais que lhes permitam satisfazer as necessidades básicas como, por exemplo, a alimentação, não
desfrutando da igualdade de oportunidades, nem da participação na condução dos seus destinos.
2.4 A discriminação étnica consiste num conjunto de atitudes e de práticas sociais em relação a minorias
étnicas, que restringem a igualdade de oportunidades e violam Direitos Humanos, como no caso do
Brasil, em que, como refere o texto, a «pobreza no país também tem cor. (…) entre as negras, a pobreza
é quase duas vezes maior do que entre as brancas e, entre as indígenas, a iniquidade é ainda maior».
2.5 A afirmação refere que, para se erradicar a pobreza e a fome, são necessárias políticas públicas que
actuem ao nível das crianças mais novas, em particular para o caso das minorias étnicas (negras e
índias). Essas políticas activas de promoção da igualdade e de erradicação da pobreza deverão abranger
várias dimensões (económica, cultural e ambiental, por exemplo), não menosprezando a participação
das populações na condução dos seus destinos.