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ECONOMIA C

12. ANO
O
MARIA JOÃO PAIS
MARIA DA LUZ OLIVEIRA
MARIA MANUELA GÓIS
BELMIRO GIL CABRITO

E R NO
CAD O AO
P O I
DE A ESSOR
R O F
P
Introdução
Colegas,

Aceitámos um novo desafio! Desta vez, foi-nos proposto, por muitos dos
que optaram pela aprendizagem da disciplina de Economia C, mas também
por muitos dos que a leccionam, a elaboração de um novo manual e respectivo
instrumentos de apoio. Foi com inegável entusiasmo, empenho e grande sen-
tido de responsabilidade que respondemos. Uma nova disciplina representa
sempre questionamentos, rupturas, novos paradigmas epistemológicos e pes-
quisas para uma (re)construção do saber. Esperamos ter correspondido.

O conjunto de instrumentos de ensino-aprendizagem para a disciplina de


Economia C é constituído pelo Manual, um Caderno de Actividdaes para os
alunos, um Caderno de Apoio ao Professor, um CD de Apoio Digital e, final-
mente, um site para alunos e professores, que procuraremos ter sempre actualizado.

O Caderno de Apoio ao Professor que propomos, para além dos excertos


do programa oficial que poderão ser uma referência pedagógico-didáctica,
apresenta uma proposta de gestão dos diferentes recursos que disponibilizamos
para todas as unidades do programa oficial, incluindo uma proposta para a rea-
lização do trabalho final. Um conjunto de testes de avaliação e sua resolução
completam este instrumento de apoio à leccionação da disciplina de
Economia C.

Reconhecendo que o recurso aos materiais multimédia tem, actualmente,


grande importância, disponibilizaremos ainda, no CD de Apoio Digital e no
site da disciplina, um conjunto de PowerPoints, bem como outros elementos
didácticos que poderão contribuir para um processo de ensino-aprendizagem
mais diversificado e mais actualizado.

OS AUTORES
Índice

1. Programa Oficial Homologado (excertos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2. Planificação de Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3. Proposta de Trabalho Final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.2 Sugestão de temas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3.3 Competências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

3.4 Procura de informação para exploração do problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

3.5 O relatório: sugestão de estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22


3.6 Sugestão de abordagem de um tema (Assimetrias regionais:
desenvolvimento ou crescimento económico?) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

4. Testes de Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

5. Propostas de Resolução dos Testes de Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42


PROGRAMA OFICIAL HOMOLOGADO (EXCERTOS) ECONOMIA C 5

1. Programa Oficial Homologado (excertos)


A disciplina de Economia C integra-se no elenco de disciplinas de opção da Componente de For-
mação Específica do Curso Científico-Humanístico de Ciências Socioeconómicas, com a carga
horária semanal de 4,5 horas (3 unidades lectivas de 90 minutos).

Este programa destina-se a alunos que, optando pela disciplina de Economia no 12.º ano, podem já ter
sido iniciados na perspectiva económica de abordagem dos fenómenos sociais ao longo dos anos lectivos
anteriores. Pretende-se, agora, alargar a escala de análise ao nível mundial, permitindo que os alunos con-
textualizem conhecimentos já adquiridos nas problemáticas contemporâneas mundiais e que sobre elas se
documentem e reflictam.

De facto, o cidadão português, para além de cidadão europeu, é, cada vez mais, cidadão do mundo. De
um mundo cada vez mais entendido como sistema, onde tudo está ligado, mas onde as desigualdades de
nível e de qualidade de vida se mantêm de forma acentuada. De um mundo que é necessário compreen-
der nas suas características essenciais e nos seus problemas fundamentais. De um mundo no qual há que
participar de forma construtiva, tendo em vista o presente mas, também, o futuro – «o nosso futuro comum».
De um mundo onde a dimensão ética, corporizada nos Direitos Humanos, não pode estar ausente.

Contudo, tal como afirma o bastonário da Ordem dos Economistas [António Simões Lopes, 2000], a
propósito das «questões deste tempo» presente, «consideramos não caber ao economista o exclusivo de
abordagens tão complexas, por interdisciplinares, em matérias tão amplas quanto as que caracterizam o
fenómeno social» que é a vida das sociedades no planeta Terra.

Daí que, embora privilegiando a perspectiva do economista, como é natural numa disciplina de
Economia, haja que completá-la, sempre que oportuno, com referências a articulações com outros domí-
nios do saber social. Desta reflexão decorreram as opções feitas relativamente aos conteúdos deste programa,
que se apresentam, de forma sintética, no esquema conceptual da página 7.

Assim, são finalidades da disciplina de Economia C:


. perspectivar a Economia no conjunto das Ciências Sociais;
. fornecer conceitos básicos da Ciência Económica;
. promover a análise quantitativa dos fenómenos económicos;
. promover a compreensão dos factos de natureza económica, integrando-os no seu contexto social
mais amplo;
. fomentar a articulação de conhecimentos sobre a realidade social;
. contribuir para a identificação e para a compreensão de grandes problemas do mundo actual, a dife-
rentes níveis de análise;
. promover o rigor científico e o desenvolvimento do raciocínio, do espírito crítico e da capacidade de
intervenção, nomeadamente na resolução de problemas;
. contribuir para melhorar o domínio escrito e oral da língua portuguesa;
. desenvolver técnicas de trabalho intelectual, nomeadamente no domínio da pesquisa, do tratamento e
da apresentação da informação;
6 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

. promover a utilização das tecnologias da informação e comunicação;


. desenvolver a capacidade de trabalho individual e em grupo;
. fomentar a interiorização de valores de tolerância, respeito pelas diferenças, democracia e justiça
social, solidariedade e cooperação;
. fomentar atitudes de não discriminação, favoráveis à promoção de igualdade de oportunidades para
todos, nomeadamente entre os sexos;
. contribuir para a formação do cidadão, educando para a cidadania, para a mudança e para o desenvol-
vimento;
. promover a reflexão sobre os Direitos Humanos e responsabilidades correspondentes.
Do acima exposto, resultam os seguintes objectivos para os alunos da disciplina de Economia C:

I – No domínio dos conhecimentos:


. compreender a perspectiva da Ciência Económica na análise dos fenómenos sociais;
. integrar os fenómenos económicos no contexto dos fenómenos sociais;
. compreender conceitos económicos fundamentais;
. utilizar correctamente a terminologia económica;
. conhecer aspectos relevantes das economias portuguesa e da União Europeia;
. compreender aspectos relevantes da organização económica das sociedades, bem como da sua evolução;
. compreender características fundamentais do mundo actual – desigualdades económicas, regionaliza-
ção económica, mundialização e globalização, crescimento populacional e consumo intensivo de
recursos naturais;
. conhecer tendências da economia mundial;
. problematizar a situação político-económica mundial, europeia e portuguesa, à luz dos Direitos
Humanos.

II – No domínio das competências e das atitudes:


. desenvolver hábitos e métodos de estudo;
. desenvolver competências no domínio do «aprender a aprender»;
. desenvolver o gosto pela pesquisa;
. desenvolver capacidades de compreensão e de expressão oral e escrita;
. pesquisar informação em diferentes fontes, recorrendo, nomeadamente, às tecnologias da informação
e comunicação;
. analisar documentos de diversos tipos – textos de autor, notícias da imprensa, dados estatísticos,
documentos audiovisuais;
. interpretar quadros e gráficos;
. elaborar sínteses de conteúdo de documentação analisada;
PROGRAMA OFICIAL HOMOLOGADO (EXCERTOS) ECONOMIA C 7

. utilizar processos de análise quantitativa dos fenómenos económicos;


. utilizar técnicas de representação da realidade económica;
. fazer comunicações orais com apoio de suportes diversificados de apresentação da informação;
. estruturar respostas escritas com correcção formal e de conteúdo;
. elaborar projectos de trabalho, realizá-los e avaliá-los;
. desenvolver o espírito crítico;
. desenvolver a capacidade de intervir de forma construtiva;
. desenvolver a capacidade de discutir ideias, de as fundamentar correctamente e de atender às ideias
dos outros, integrando-as na sua análise;
. desenvolver o espírito de tolerância, de respeito pela diferença e de cooperação;
. desenvolver o espírito criativo e de abertura à inovação.

Esquema conceptual dos conteúdos

Mundo actual

Aspectos relevantes da economia mundial

Globalização
Crescimento
e regionalização
e
económica
desenvolvimento
do mundo

Desenvolvimento
e utilização
dos recursos

Desenvolvimento
e Direitos Humanos

Desenvolvimento
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De acordo com as finalidades e com os objectivos apresentados, torna-se evidente a necessidade de um


processo de ensino-aprendizagem centrado no aluno; um processo activo que promova a aquisição rigoro-
sa de conhecimentos, incentive o desenvolvimento de competências e de atitudes socialmente úteis e que
fomente a autonomia. De facto:

«Há maiores possibilidades de aprendizagem nas salas de aula onde existe:


1.Aprendizagem activa, ou seja, abordagens que encorajam os participantes a implicar-se em oportuni-
dades de aprendizagem.
2. Negociação de objectivos, ou seja, abordagens em que as actividades têm em conta as motivações e
interesses de cada participante.
3. Demonstração, prática e reflexão sobre a prática, ou seja, abordagens em que se propõem modelos
práticos, se promove a sua utilização e se dão oportunidades de reflectir sobre eles.
4.Avaliação contínua, ou seja, abordagens que promovem a investigação e a reflexão como meios de
revisão da aprendizagem.
5.Apoio, ou seja, abordagens que ajudam os indivíduos a correr riscos.»
UNESCO, 1996.

Pretende-se, assim, que o aluno construa/reconstrua os seus saberes com rigor e, simultaneamente, se
familiarize com métodos de trabalho intelectual que lhe serão indispensáveis ao longo do seu percurso
académico. Por outro lado, dadas as características do programa, pretende-se igualmente que o aluno
mobilize conhecimentos anteriormente adquiridos, quer em Economia, quer em outras disciplinas (como,
por exemplo, História e Geografia), e os enquadre nas problemáticas em estudo, articulando-os e, even-
tualmente, dando-lhes novas significações. De facto, seria grave se os alunos ficassem com a ideia de que
questões como as tratadas neste programa ficam suficientemente abordadas quando se utiliza apenas o
ponto de vista da Economia. Ao longo de todo o programa, os alunos devem ser recordados de que o es-
tudo da sociedade tem de ser, necessariamente, multidisciplinar, dada a parcialidade da visão de cada uma
das Ciências Sociais envolvidas nesse estudo, aproveitando-se, sempre que oportuno, para caracterizar a
perspectiva específica da Ciência Económica (abordar a realidade social na perspectiva da produção e da
utilização de bens escassos necessários à satisfação de necessidades presentes e futuras).

O programa da disciplina permite, ainda, reflexões sobre problemas da actualidade portuguesa, europeia
e mundial que, porventura, nenhuma outra, no actual desenho curricular do Ensino Secundário, propicia.
Esta reflexão, baseada em conhecimentos e dados científicos, deverá ser enriquecida pelo debate e pela
problematização, bem como pelo confronto dos factos com o acervo dos Direitos Humanos – valores de
referência universal, que se pretendem transversais à diversidade cultural que caracteriza e enriquece o
mundo em que vivemos. Sempre que oportuno, o professor poderá também recorrer a «estudos de caso»,
utilizando bibliografia disponível. Isto pode ser particularmente útil na abordagem de questões de charneira
entre aspectos micro e macroeconómicos, como, por exemplo, o impacte da globalização nas empresas ou
as relações destas com o Estado.

Em termos metodológicos, chama-se a atenção para a importância da utilização de estratégias diversifi-


cadas e, na medida do possível, adequadas à diversidade das necessidades e das especificidades dos alunos,
sempre com recurso a metodologias activas.
PROGRAMA OFICIAL HOMOLOGADO (EXCERTOS) ECONOMIA C 9

Ressalta ainda das finalidades e dos objectivos definidos a importância a dar ao desenvolvimento de
técnicas de pesquisa, de tratamento e de apresentação da informação, com recurso às designadas tecnolo-
gias da informação e comunicação. Neste âmbito, e tal como é especificado na última unidade lectiva do
programa, pretende-se que os alunos realizem um trabalho de investigação/aprofundamento sobre qual-
quer conteúdo do programa, podendo o mesmo ser iniciado quando o professor e os alunos o decidirem,
em função dos assuntos escolhidos para estudo. Este trabalho deverá desenvolver-se em grupo e, quando
for considerado oportuno, poderá assumir a forma de trabalho de projecto.

Recorda-se ainda que, independentemente da estratégia utilizada pelo professor para introduzir os
temas e as unidades ou as sub-unidades lectivas, bem como dos caminhos seguidos para o desenvolvimento
das mesmas, haverá sempre que sistematizar os conteúdos estudados, articular os conhecimentos entre si e
integrá-los nos contextos reais do mundo em que vivemos.Tal como haverá sempre que ter presente, quer
na orientação, quer no decorrer dos próprios trabalhos, os objectivos nos domínios das competências e das
atitudes. De facto, estes deverão ser entendidos como transversais a todas as unidades lectivas do programa,
pelo que deverão ser operacionalizados pelo professor em função e de acordo com as suas opções didácti-
cas, tomadas aquando da planificação da leccionação dessas mesmas unidades lectivas.

Salienta-se, igualmente, a importância de exercitar os alunos na análise de documentos diversificados


(textos de autor, notícias e artigos da imprensa, e dados estatísticos, apresentados, quer em quadros, quer
em gráficos e documentos audiovisuais).A síntese das análises feitas e o debate das temáticas em estudo são
igualmente indispensáveis, devendo ser sempre seguidos da respectiva sistematização final, a qual não
implica, necessariamente, a assunção de conclusões definitivas ou de verdades absolutas.

Refira-se, ainda, que a disciplina poderá participar na Área de Projecto, que dispõe de horário próprio.
De facto, é possível participar numa grande variedade de projectos que contribuam, de forma significativa,
para a mobilização, integração e verificação de saberes proporcionados por esta disciplina, bem como para
o desenvolvimento de competências (nomeadamente as que sejam transversais a várias disciplinas), e para
o desenvolvimento dos valores da cidadania democrática. Relativamente à carga horária, considerou-se um
total de 99 unidades lectivas de 90 minutos cada, correspondente a 148,5 horas, a decorrerem em 33
semanas (3x90 minutos por semana).

A atribuição de carga horária a cada conteúdo programático constitui apenas uma sugestão, que pode
ser alterada em função das diversas formas de abordagem do processo de ensino-aprendizagem e das acti-
vidades desenvolvidas.

Recursos
Como recursos didácticos, a utilizar pelo professor e/ou pelos alunos, sugerem-se, entre outros, que o
professor venha a considerar adequados os seguintes:
. Livros e revistas de carácter científico. Sugere-se, em particular, a assinatura de revistas como Economia
Pura, Análise Social e Cadernos de Economia, entre outras.
. Jornais (diários e semanários, regionais e nacionais ou, mesmo, internacionais) e revistas de carácter
informativo.
. Estatísticas disponibilizadas por organismos nacionais e internacionais (INE, Ministérios, Comissões
de Coordenação Regional, Autarquias, Comissão Europeia e Parlamento Europeu, Instituições da
ONU, OCDE, etc.).
10 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

. Sites na Internet, quer de organismos nacionais e internacionais, quer de bases de dados e de infor-
mações diversificadas.
. CD-Rom (enciclopédias, bases de dados, temáticos e, eventualmente, especificamente com objectivos
didácticos).
. Programas de televisão, quer informativos, quer documentais.
. Filmes e documentários, considerados oportunos e adequados, disponíveis no mercado.
. Diapositivos disponíveis no mercado e/ou elaborados por professores e, eventualmente, por alunos.
. Dossiers temáticos, de organização progressiva e cumulativa.
. Transparências disponíveis no mercado e/ou elaboradas por professores e, eventualmente, por alunos.
. Visitas de estudo.
É igualmente desejável que as aulas de Economia decorram em sala própria, com armário para guardar
o material necessário, e equipada (ou que seja, sempre que necessário, equipada), para além dos tradicionais
quadro e giz, com retroprojector e ecrã, televisão e leitor de vídeo, projector de diapositivos, computador
com ligação à Internet e material multimédia.

Avaliação
A avaliação deverá ser uma prática pedagógica sistematizada e contínua, integrada no processo de ensi-
no-aprendizagem, e que deverá incidir, não só sobre os produtos, mas igualmente sobre os processos, com
intenção profundamente formativa. De facto, o professor deverá ter em conta os diversos factores condi-
cionantes das aprendizagens dos alunos, nomeadamente a diversidade sociocultural e de estilos pessoais de
aprendizagem, integrando-os nas suas preocupações e permitindo uma selecção mais adequada de estraté-
gias de ensino-aprendizagem e de estratégias de superação de dificuldades detectadas. Do referido decorre
igualmente a necessidade de recorrer a estratégias, técnicas e instrumentos diversificados de avaliação. Por
outro lado, a avaliação deverá ser sempre uma prática contextualizada, decorrendo das actividades prati-
cadas pelos alunos na sala de aula e, quando necessário, fora dela.

Assim, a avaliação formativa tornará o aluno mais consciente e responsável pela sua aprendizagem,
levando-o a identificar os seus pontos críticos, a reconstruir os seus saberes e a reformular os seus processos
de trabalho. Ao professor, a avaliação formativa fornecerá informações sobre o comportamento dos vários
intervenientes e sobre a eficácia dos processos em uso, permitindo, em tempo que se pretende útil, a intro-
dução de alterações consideradas convenientes e adequadas aos objectivos previamente estabelecidos.

Igualmente com carácter formativo deverá praticar-se, sempre que se considere oportuno, a avaliação
diagnóstica.

A avaliação sumativa constituirá o momento final de cada ciclo do processo de ensino-aprendizagem,


com a consequente classificação dos alunos, não podendo, por isso, ser negligenciada ou alvo de menor
rigor. Os professores devem, então, no grupo disciplinar/departamento, definir critérios objectivos de ava-
liação e promover a construção de instrumentos diversificados para a recolha dos elementos de avaliação
necessários, para além dos testes escritos, não esquecendo que esta deverá contemplar o domínio dos
conhecimentos mas, também, o das competências.
PROGRAMA OFICIAL HOMOLOGADO (EXCERTOS) ECONOMIA C 11

Recorda-se, ainda, o papel educativo da promoção de hábitos de rigorosa auto e heteroavaliação dos
alunos. De facto, os alunos devem assumir um papel activo e interveniente também no processo de avalia-
ção, quer individual, quer colectiva, propondo, debatendo, clarificando e criticando critérios de avaliação,
gerais e específicos de determinadas actividades, nos momentos para tal considerados adequados.Também
assim se educa para a cidadania, ao promover-se a reflexão e o confronto justificado de opiniões, numa
matéria sentida como particularmente importante pelos alunos.

Assim, devem ser considerados os seguintes objectos de avaliação:


. as atitudes e os comportamentos na aula, nomeadamente a assiduidade, a pontualidade e a participa-
ção nos trabalhos do dia-a-dia (nível de empenho e qualidade dessa participação);
. os conhecimentos e as competências;
. a progressão no nível de consecução dos objectivos.
Considera-se, ainda, fundamental que a avaliação formativa promova o desenvolvimento de hábitos e
de métodos de estudo, bem como o desenvolvimento de técnicas de trabalho intelectual, no domínio da
pesquisa, selecção, tratamento e apresentação da informação, procurada em fontes diversificadas, e com
recurso às tecnologias da informação e da comunicação

Por outro lado, os instrumentos de avaliação deverão ser diversificados e adequados aos objectos da
avaliação. Entre outros, a seleccionar em função das circunstâncias concretas, sugerem-se:
. grelhas de registo de atitudes e de comportamentos;
. grelhas de observação do trabalho individual e em grupo dos alunos;
. entrevistas e questionários;
. relatórios de actividades, nomeadamente de visitas de estudo e de participação em debates;
. apresentações escritas e orais de trabalhos (fichas de trabalho, trabalhos de investigação, trabalhos de
projecto, etc.);
. testes escritos que contemplem tipos diversificados de questões (questões objectivas de diversos tipos,
questões de composição curta e questões de composição longa);
. testes orais.
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2. Planificação de Recursos
Unidade 1 – Crescimento Económico e Desenvolvimento
ECONOMIA C

FIO CONDUTOR: O crescimento económico com respeito pelos Direitos Humanos (económicos, sociais, ambientais e políticos) pode ser uma
estratégia para um desenvolvimento sustentável.

RECURSOS DIDÁCTICOS CALENDARIZAÇÃO


OBJECTIVOS CONTEÚDOS Blocos de 90 min.
DISPONIBILIZADOS (proposta do programa oficial)

Domínio cognitivo: Manual


. Compreender os conceitos de crescimento Crescimento económico Texto, gráficos e esquemas (pp. 10-103).
económico e de desenvolvimento. e desenvolvimento – conceitos Questões de aplicação (pp. 10-103).
e indicadores. Resumindo (pp. 104-105).
C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

. Conhecer os principais indicadores Avaliação (pp. 106-109).


de desenvolvimento e as suas limitações.
O crescimento económico Economia Aplicada (pp. 110-111).
. Compreender o processo de crescimento moderno.
económico moderno.
Caderno de Actividades
. Analisar as principais características Desigualdades actuais Resumo da matéria.
do crescimento económico moderno. de desenvolvimento. Teste de avaliação e sua resolução.
. Avaliar algumas das desigualdades actuais,
numa perspectiva de desenvolvimento. CD-ROM Apoio Digital
PowerPoint n.o 1, 2 e 3
Domínio das atitudes: 19 aulas

. Abordar a problemática do desenvolvimento Caderno de Apoio ao Professor


numa perspectiva não economicista. Teste de avaliação e sua resolução.
. Reconhecer o ser humano como
o destinatário dos projectos
de desenvolvimento.
. Combater atitudes fatalistas.
Unidade 2 – A Globalização e a Regionalização Económica do Mundo
FIO CONDUTOR: O desenvolvimento económico num mundo globalizado, em termos financeiros, económicos e culturais, implica estratégias
de inserção específicas, com respeito pelos direitos dos povos.

RECURSOS DIDÁCTICOS CALENDARIZAÇÃO


OBJECTIVOS CONTEÚDOS Blocos de 90 min.
DISPONIBILIZADOS (proposta do programa oficial)

Domínio cognitivo: Manual


. Conhecer as etapas do processo de A mundialização económica. Texto, gráficos e esquemas (pp. 114-154).
mundialização. Questões de aplicação (pp. 114-154).
. Compreender o conceito de mundialização A globalização do mundo actual. Resumindo (p. 155).
económica. Avaliação (pp. 156-159).
A globalização e os países Economia Aplicada (pp. 160-161).
. Conhecer os vários tipos de globalização. em desenvolvimento.
. Reconhecer a complexidade do fenómeno Caderno de Actividades
da globalização. A regionalização económica Resumo da máteria.
. Compreender os efeitos da globalização. mundial – áreas económicas. Teste de avaliação e sua resolução.

Domínio das atitudes: CD-ROM Apoio Digital


. Reflectir sobre a interdependência entre PowerPoint n.o 4, 5 e 6
fenómenos económicos, históricos e sociais,
e entre economias. Caderno de Apoio ao Professor 31 aulas
. Reconhecer a importância da intervenção Teste de avaliação e sua resolução.
e da cooperação global, num mundo
globalizado.
. Desenvolver uma atitude baseada
no respeito e na tolerância das diferenças
culturais.
. Adquirir práticas de pesquisa, de leitura
PLANIFICAÇÃO DE RECURSOS

e de análise.
. Desenvolver o espírito crítico.
13 ECONOMIA C
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Unidade 3 – O Desenvolvimento e a Utilização de Recursos
FIO CONDUTOR: O desenvolvimento desenvolvimento económico sustentável obriga a uma utilização racional e ética dos recursos naturais e
humanos.
ECONOMIA C

RECURSOS DIDÁCTICOS CALENDARIZAÇÃO


OBJECTIVOS CONTEÚDOS Blocos de 90 min.
DISPONIBILIZADOS (proposta do programa oficial)

Domínio cognitivo: Manual


. Compreender a utilização de recursos como indispensável O desenvolvimento e a questão Texto, gráficos e esquemas
ao processo de desenvolvimento. demográfica. (pp. 164-206).
. Compreender a relação necessária entre desenvolvimento Questões de aplicação (pp. 164-206).
O desenvolvimento e os recursos Resumindo (p. 207).
e utilização racional de recursos.
ambientais. Avaliação (pp. 208-211).
. Compreender os efeitos do crescimento económico Economia Aplicada (pp. 212-213).
nas estruturas demográficas.
C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

. Compreender as causas e as consequências económicas Caderno de Actividades


e sociais do fenómeno migratório actual.
Resumo da matéria.
. Analisar as consequências ambientais e ecológicas Teste de avaliação e sua resolução.
da excessiva utilização dos recursos.
. Avaliar soluções para os problemas ecológicos, como CD-ROM Apoio Digital
externalidades positivas do processo de desenvolvimento. PowerPoint n.o 7, 8 e 9
. Aplicar indicadores na análise de situações económicas, 19 aulas
sociais e ambientais. Caderno de Apoio ao Professor
Teste de avaliação e sua resolução.
Domínio das atitudes:
. Desenvolver a capacidade de observação e
de relacionamento entre os fenómenos sociais e naturais.
. Reconhecer o desenvolvimento como inseparável
dos princípios de preservação da Natureza.
. Desenvolver atitudes de defesa do ambiente.
. Adquirir práticas ajustadas à causa ecológica.
. Perspectivar o problema migratório numa óptica
social e humana.
. Desenvolver atitudes de apoio à integração social
e cultural das comunidades migrantes.
Unidade 4 – O Desenvolvimento e os Direitos Humanos
FIO CONDUTOR: O desenvolvimento dos povos é um Direito Humano de 3.a geração.

RECURSOS DIDÁCTICOS CALENDARIZAÇÃO


OBJECTIVOS CONTEÚDOS Blocos de 90 min.
DISPONIBILIZADOS (proposta do programa oficial)

Domínio cognitivo: Manual


. Compreender a necessidade de um Direitos Humanos. Textos e questões (pp. 216-259).
entendimento integrado dos Direitos Questões de aplicação (pp. 216-259).
Humanos das diferentes gerações. Economia e Justiça Social – Resumindo (pp. 260-261).
o direito ao desenvolvimento. Avaliação (pp. 262-265).
. Reconhecer os Direitos Humanos como Economia Aplicada (pp. 266-267).
estruturantes no processo Economia e Cidadania –
de desenvolvimento. o direito à não-discriminação
Caderno de Actividades
. Problematizar a universalidade dos Direitos e a um completo desenvolvimento
Humanos face à diversidade cultural. humano. Resumo da matéria.
Teste de avaliação e sua resolução.
. Compreender a necessidade de articular Economia e Ecologia –
economia, justiça social, liberdade o direito a um ambiente saudável CD-ROM Apoio Digital
e sustentabilidade para se respeitar o direito e a um desenvolvimento
a um desenvolvimento humano sustentável PowerPoint n.o 10, 11 e 12
sustentável.
e solidário.
Economia, Desenvolvimento Caderno de Apoio ao Professor 16 aulas
. Problematizar a construção de um e Direitos Humanos. Teste de avaliação e sua resolução.
desenvolvimento humano sustentável
e solidário, no actual contexto
de globalização.

Domínio das atitudes:


. Desenvolver capacidades de observação,
análise e reflexão crítica acerca da realidade
social.
PLANIFICAÇÃO DE RECURSOS

. Tomar atitudes críticas em relação


às violações dos Direitos Humanos.
. Combater atitudes que conduzam
a discriminações.
ECONOMIA C

. Desenvolver o sentido de cidadania activa.


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Trabalho Final
FIO CONDUTOR: A aplicação de estratégias de investigação e técnicas convenientes, o recurso aos conceitos e conhecimentos adquiridos e a
reflexão sobre um tema-problema, na óptica do desenvolvimento com respeito pelos Direitos Humanos, será o objectivo do trabalho final.
ECONOMIA C

RECURSOS DIDÁCTICOS CALENDARIZAÇÃO


OBJECTIVOS CONTEÚDOS Blocos de 90 min.
DISPONIBILIZADOS (proposta do programa oficial)

Domínio cognitivo: Manual


. Analisar aspectos/casos da realidade Todos os do programa. Proposta de trabalho final (pp. 268-269).
económica e social.
. Aplicar os conceitos e técnicas de pesquisa CD-ROM Apoio Digital
mais comuns na análise da realidade objecto PowerPoint n.o 13
de estudo.
Caderno de Apoio ao Professor
C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

Domínio das atitudes: Proposta de trabalho final (pp. 17-26).


. Desenvolver capacidades de observação,
questionamento e análise da realidade
económica e social.
. Desenvolver competências de cidadania
activa.

14 aulas
PROPOSTA DE TRABALHO FINAL ECONOMIA C 17

3. Proposta de Trabalho Final


3.1 Introdução
Conforme se pode ler no programa oficial:

«Características e objecto
Pretende-se que os alunos realizem um trabalho de grupo/projecto de investigação/aprofundamento
sobre qualquer temática/conteúdo do programa, terminando, necessariamente, com a sua problematização à
luz dos Direitos Humanos. Assim, e em função do tema escolhido, o trabalho poderá ser iniciado em qual-
quer momento do ano lectivo e terminado aquando da leccionação da última unidade lectiva do programa.

O professor, em conjunto com os alunos, decidirá igualmente se cada grupo investigará um conteúdo
do programa ou aspectos diferentes e complementares do mesmo conteúdo.

O trabalho poderá assumir a forma de trabalho de projecto e integrar-se/articular-se com as activida-


des da Área de Projecto. Assim, a participação da disciplina na Área de Projecto poderá permitir a divulga-
ção destes trabalhos junto da comunidade educativa, por exemplo, através da publicação de artigos em
jornais e revistas, da edição de desdobráveis, da organização de exposições e/ou da realização de debates
que poderão contar com a participação de especialistas nos domínios em discussão.

Finalidades
Com a realização deste trabalho pretende-se:
.promover a prática investigativa;
.fomentar o gosto pela aplicação de conceitos e pelo aprofundamento de conhecimentos;
.incentivar o desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipa;
.exercitar a utilização correcta da língua materna, quer por escrito, quer oralmente;
.promover a utilização de técnicas diversificadas de comunicação de informação.

Calendarização e organização do trabalho


Apesar de estarem previstas 21h (14 unidades lectivas de 90 minutos cada) para a realização do trabalho,
inseridas na Unidade Lectiva 4 do Programa, a calendarização do trabalho deverá ser feita de acordo com
a planificação e a gestão do programa que vierem a ser adoptadas pelo professor, em função das escolhas
das temáticas a investigar/aprofundar no trabalho. O professor deverá, necessariamente, discutir e clarificar
previamente com os alunos os objectivos do trabalho, as regras do processo de trabalho adoptado, assim
como os critérios de avaliação que serão utilizados.

Tendo em vista a exequibilidade dos trabalhos, o professor deverá ainda orientar e esclarecer os alunos na:
. organização da turma em grupos de trabalho;
. escolha do tema/subtema que cada grupo investigará;
. realização do levantamento dos recursos disponíveis sobre o tema escolhido, tendo em atenção a sua
acessibilidade e o seu grau de dificuldade;
18 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

. elaboração do plano do trabalho, a partir de um guião fornecido pelo professor;


. realização do próprio trabalho.
Além disso, o professor deverá planificar com os alunos a calendarização das:
. datas para a realização das diferentes fases/etapas do trabalho;
. aulas para a realização do trabalho;
. aulas para comunicação/apresentação dos trabalhos à turma e respectiva avaliação.

Estes procedimentos, indispensáveis para garantir a exequibilidade do trabalho, são igualmente facilita-
dores da sua avaliação, já que esta deverá incidir, não só sobre o produto, mas também sobre o processo de
trabalho, nomeadamente sobre o contributo de cada elemento do grupo para o resultado final.

Apresentação do trabalho
Cada grupo deverá sistematizar a pesquisa efectuada, entregando um trabalho escrito e fazendo uma
comunicação oral à turma que poderá ser apoiada em diferentes suportes, nomeadamente, se possível, com
a utilização das tecnologias da informação e comunicação. As comunicações deverão ser seguidas de debate
e, eventualmente, de formas de divulgação total ou parcial junto da comunidade educativa.»1

3.2 Sugestão de temas


As áreas susceptíveis de abordagem são muitas, tudo dependendo do interesse do aluno por algum tema
de investigação em particular. A metodologia a seguir dependerá do tema-problema e das possibilidades do
investigador. Sugere-se, contudo, a metodologia do trabalho de projecto por esta respeitar a curiosidade, a
motivação ou os interesses do investigador, e pelas potencialidades formativas que desenvolve. No entanto,
qualquer método é de respeitar.

TEMAS PROPOSTOS PARA INVESTIGAÇÃO / APROFUNDAMENTO

Temas Sugestões de exploração

.
Para este tema, o aluno poderá seguir as seguintes etapas de trabalho:
caracterização das diferentes regiões/distritos, em termos dos indicadores convenientes

.
(económicos, demográficos e culturais);

.
elaboração de mapas, de acordo com as perspectivas económica, demográfica e cultural;
I – Assimetrias elaboração de um mapa-síntese que permita avaliar a perspectiva do desenvolvimento humano
regionais:
.
por regiões/distritos;
desenvolvimento

.
verificação da existência, ou não, de assimetrias entre as regiões/distritos;
ou crescimento
económico? conclusões: O país é desenvolvido? Existirão regiões/distritos onde o crescimento económico

.
prevalece sobre o desenvolvimento? Verificar-se-ão assimetrias?

.
compreensão das assimetrias como obstáculos a um desenvolvimento humano solidário;
debate sobre possíveis medidas a implementar para um desenvolvimento considerado no
sentido abrangente do termo.

1 Programa de Economia C, pp. 30-31.


PROPOSTA DE TRABALHO FINAL ECONOMIA C 19

.
Para este tema, o aluno poderá seguir o seguinte percurso:
caracterização da região em termos dos indicadores convenientes (económicos, demográficos

.
e culturais);
caracterização do modelo de desenvolvimento seguido pela região (Que tipo de agricultura?
Que tipo de indústrias? Que tipo de serviços? Que tecnologias? Houve inovação? Qual
a qualificação dos recursos humanos empregados? Há empresas ou outras organizações
II – Estudo de uma com grande responsabilidade no desenvolvimento da região? Que tipo de intervenção têm?

.
região do país, Têm recorrido aos fundos comunitários?);
numa perspectiva análise para detectar os pontos fortes e as fragilidades da região (As actividades económicas
de desenvolvimento proporcionarão emprego suficiente? Recorrerão a trabalho qualificado? A região respeitará
sustentável. as normas de protecção ambiental? As empresas terão programas de responsabilidade
ambiental e social? Existirá trabalho de imigrantes? Existirão outras minorias? Como
se relacionam com o resto da comunidade? Existirá desemprego, poluição?). Para tal,

.
o aluno poderá recorrer a trabalhos publicados, realizar inquéritos e entrevistas;
conclusões: A região apresenta/não apresenta estratégias de desenvolvimento baseadas
no aproveitamento sustentável dos recursos do meio; Manifesta uma cultura de respeito
pelos cidadãos; etc.

.
Para este tema, o aluno poderá seguir os seguintes passos:
procura de informações junto das entidades responsáveis pelo Programa de Erradicação
III – Bolsas de mau do Trabalho Infantil; Internet; Ministério da Educação (estatísticas de abandono escolar);
desenvolvimento
.
OCDE (Estudos Pisa); Ministério do Trabalho; etc.;
– o trabalho realização de entrevistas junto de jovens e das suas famílias, no sentido de avaliar os factores
infantil
.
que conduziram ao abandono escolar e entrada precoce no mundo do trabalho;
em Portugal;
verificação da relação entre a entrada precoce no mundo do trabalho e a precariedade
o abandono
.
no emprego;
escolar precoce;
a precariedade equacionar do problema e organização de um debate sobre o tema, orientado segundo
do trabalho. a perspectiva da inclusão social, dos direitos dos jovens à educação, da promoção social

.
e do desenvolvimento humano;
elaboração de um plano de intervenção para minimizar o problema.

.
Para este tema, o aluno poderá:
procurar informações sobre situações de poluição ambiental numa determinada região, por

.
IV – Bolsas de mau exemplo;

.
desenvolvimento encontrar as causas de tais situações;

.
– a poluição estudar situações alternativas para os problemas encontrados;
ambiental.
.
questionar a responsabilidade social das empresas e da população local;
organizar um debate para apresentação das conclusões e discussão em torno do tema –
será possível o desenvolvimento sem respeito pelo meio ambiente?

Para este tema, o aluno poderá realizar um estudo de caso, seleccionando uma empresa
portuguesa que tenha uma estratégia de internacionalização ou uma empresa estrangeira

.
instalada em Portugal. Em seguida, poderá:
V – Efeitos equacionar a necessidade da internacionalização, relacionando-a com os custos/benefícios
da globalização
.
dessa estratégia de crescimento;
no crescimento

.
económico realizar uma análise de custo/benefício relativa à opção de internacionalização dessa empresa;
português. relacionar o fenómeno da globalização com o respeito pelos Direitos Humanos.

As conclusões poderão ser apresentadas à escola em sessão organizada para o efeito, com
a presença de representantes da empresa estudada.
20 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

VI – Desigualdades
Para a realização deste trabalho, propomos uma investigação local/regional, com recurso a uma
de género em
estratégia de investigação extensiva, baseada em inquéritos por questionário e enriquecida com
Portugal: no mer-
o testemunho recolhido em entrevistas bem estruturadas.
cado de trabalho,
em relação ao
As conclusões, apresentadas em debate, poderão confrontar as desigualdades de género com
poder político
a privação de uma cidadania activa e a necessidade de uma discriminação positiva.
e na esfera privada.

Para a realização deste trabalho, propomos uma investigação sobre a realidade local, recorrendo
VII – As minorias a uma estratégia de investigação intensiva, com base numa observação participante
em Portugal: e entrevistas.
integração
ou exclusão? As conclusões, apresentadas em debate, poderão confrontar as desigualdades das minorias com
a privação de uma cidadania activa e a necessidade de uma discriminação positiva.

3.3 Competências
Através do trabalho final, consideramos ser possível desenvolver as seguintes competências:
. seleccionar um objecto de estudo, identificando o problema a pesquisar;
. recolher informação bibliográfica, teórica e estatística relativa ao tema seleccionado;
. seleccionar a informação, recolhendo os conteúdos e os indicadores próprios para a investigação do
tema-problema, aplicando os conceitos e os conhecimentos teóricos estudados nas unidades lectivas
anteriores;
. analisar a informação e estabelecer relações entre as variáveis;
. retirar conclusões;
. expor, sob a forma de relatório escrito e/ou apresentação em PowerPoint, o tema estudado;
. apresentar e discutir o trabalho na turma.
Por outro lado, sabemos igualmente que é do professor que o jovem estudante, muitas vezes, espera o
primeiro passo. O professor poderá sugerir algumas áreas de investigação e auxiliar o aluno a percorrer as
diferentes etapas do projecto de investigação.
Em qualquer caso, o professor deverá ter sempre um papel lateral e nunca o papel central no trabalho
de investigação.

3.4 Procura de informação para exploração do problema


Onde procurar os elementos necessários ao estudo?
. Estatísticas do Banco de Portugal, do INE, do Ministério da Economia e Inovação, do Ministério do
Trabalho, Ministério do Ambiente, da OCDE, do FMI, do Eurostat e da CIG.
PROPOSTA DE TRABALHO FINAL ECONOMIA C 21

. Notícias específicas sobre o tema escolhido, retiradas de jornais económicos e de revistas da especiali-
dade.
. Entrevistas a alguns empresários, ou seus representantes, e representantes dos trabalhadores.
. Inquéritos.
. Recolhas bibliográficas.
. Estudos.

Selecção e análise da informação recolhida


Deverá ser feita uma selecção que permita estabelecer a relação entre as variáveis que foram consideradas
adequadas para o estudo em causa, isto é, deverá ser seleccionada a informação que permita testar o qua-
dro teórico estabelecido. Nesta fase da pesquisa será testada a relação que se definiu entre as variáveis.

3.5 O relatório: sugestão de estrutura


Todo o relatório deverá seguir uma estrutura sequencial, articulada e coerente.

. Identificação da Escola.
. Identificação da disciplina e da unidade didáctica.
. Identificação do trabalho realizado.
. Identificação do autor do relatório.
Capa

. Identificação da data da realização do relatório.


Índice
. Identificação das partes e dos capítulos em que o relatório se encontra organizado,
bem como do número da página em que cada capítulo se inicia.

. Identificação do trabalho desenvolvido.


. Identificação dos objectivos do trabalho.
. Apresentação da estrutura do relatório.
Introdução

. Introdução – razões que levaram a escolher o tema, por exemplo.


. Desenvolvimento dos subtemas – é a parte principal do relatório onde se podem seguir
Corpo do relatório
. Conclusão – resultados do trabalho. Pode incluir soluções para o problema estudado
as diferentes etapas da pesquisa.

ou apresentar novas pistas para aprofundamento do tema.

Bibliografia e outros . Listagem de livros, revistas, textos avulsos, quadros estatísticos, esquemas, gráficos
documentos e endereços da Internet que foram utilizados.

Anexos
. Inquéritos realizados, entrevistas feitas e todos os documentos que foram produzidos durante
a investigação, de onde se retiraram conclusões apresentadas no relatório.
22 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

3.6 Sugestão de abordagem de um tema (Assimetrias regionais:


desenvolvimento ou crescimento económico?)
Pretende-se que o aluno realize um trabalho de investigação em que possa confrontar os conceitos de
crescimento económico e desenvolvimento, em articulação com a problemática dos Direitos Humanos.

Definição das potencialidades formativas do tema


Este tema, sendo abrangente, permite alcançar os objectivos previstos na Lei de Bases do Sistema
Educativo1:

«O ensino secundário tem por objectivos:

a) Assegurar o desenvolvimento do raciocínio, da reflexão e da curiosidade científica, e o aprofunda-


mento dos elementos fundamentais de uma cultura humanística, artística, científica e técnica que
constituam suporte cognitivo e metodológico apropriado para o eventual prosseguimento de estu-
dos e para a inserção na vida activa.

b) Facultar aos jovens conhecimentos necessários à compreensão das manifestações estéticas e culturais
e possibilitar o aperfeiçoamento da sua expressão artística.

c) Fomentar a aquisição e aplicação de um saber cada vez mais aprofundado assente no estudo, na
reflexão crítica, na observação e na experimentação.

d) Formar, a partir da realidade concreta da vida regional e nacional, e no apreço pelos valores perma-
nentes da sociedade, em geral, e da cultura portuguesa, em particular, jovens interessados na resolu-
ção dos problemas do País e sensibilizados para os problemas da comunidade internacional.

e) Facultar contactos e experiências com o mundo do trabalho, fortalecendo os mecanismos de aproxi-


mação entre a escola, a vida activa e a comunidade e dinamizando a função inovadora e interventora
da escola.

f ) Favorecer a orientação e formação profissional dos jovens, através da preparação técnica e tecnológica,
com vista à entrada no mundo do trabalho.

g) Criar hábitos de trabalho, individual e em grupo, e favorecer o desenvolvimento de atitudes de


reflexão metódica, de abertura de espírito, de sensibilidade, de disponibilidade e de adaptação à
mudança.»

1 Lei n.o 49/2005 de 30 de Agosto, art.o 9.o.


PROPOSTA DE TRABALHO FINAL ECONOMIA C 23

Objectivos:
Domínio cognitivo:
. compreender o conceito de desenvolvimento;
. aplicar o conceito na avaliação de situações-problema;
. avaliar criteriosamente as situações-problema, na perspectiva dos Direitos Humanos;
. propor soluções.

Domínio das atitudes:


. educar para a procura do saber, reconhecendo a relatividade do conhecimento;
. educar para a procura de um conhecimento integrado, estimulando a atitude interdisciplinar;
. educar para a mudança de mentalidades e atitudes, tendo em vista:
– a abertura à diferença;
– a rejeição de dogmatismos;
– a recusa de preconceitos;
– o questionamento sistemático;
– o empenho no trabalho individual e colectivo;

. educar para a «qualidade de vida», promovendo:


– o respeito pelo meio ambiente;
– o respeito pelo património cultural;
– o respeito pelos Direitos Humanos;
– o respeito pela paz;
– a valorização da solidariedade e da cooperação;
– o respeito pelas diferenças;
– o respeito pelo ser humano.

Definição de uma estratégia de abordagem


1.º passo:

Realização de um teste de atitudes junto da comunidade escolar, no sentido de avaliar as representações


sociais que os alunos têm relativamente ao tema e os seus conhecimentos sobre as relações entre desenvol-
vimento e respeito pelos Direitos Humanos (ver página seguinte).
24 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

TESTE DE ATITUDES

O subdesenvolvimento é um fenómeno complexo que exige, antes de mais, uma mudança das nossas atitudes, não só face
ao próprio conceito, como também em relação às possibilidades de superação de tão grave problema.
Coloque V (verdadeiro) ou F (falso) à frente das seguintes afirmações, de acordo com a sua opinião sobre o assunto em
causa.

– O subdesenvolvimento é um fenómeno dos países atrasados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 


– É possível superar o subdesenvolvimento dos países . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– Uma das causas do subdesenvolvimento é a falta de respeito pela própria cultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– O subdesenvolvimento só será ultrapassado quando se der uma aproximação aos valores dos países ocidentais . . . . . . . 
– Nos países ricos não há subdesenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– A industrialização é uma via segura para o desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– A agricultura não dá rendimento pelo que deve ser preterida em favor da indústria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– O subdesenvolvimento resolve-se com ajudas externas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– Investir na educação não é rendível a curto prazo pelo que é preferível investir no domínio económico . . . . . . . . . . . . . . 
– É preciso combater as desigualdades económicas entre os povos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– É preciso respeitar as desigualdades económicas entre os povos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– É preciso respeitar as diferenças culturais entre os povos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– Combater o subdesenvolvimento é tarefa de todos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– Combater o subdesenvolvimento é tarefa que só os dirigentes políticos entendem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– A introdução de tecnologias avançadas é sempre prejudicial a um país menos desenvolvido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– A melhor forma de ultrapassar o subdesenvolvimento é explorar os próprios recursos sem contactos com o exterior . . . . 
– Uma das formas de arrancar para o crescimento económico é produzir para exportar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– Sem uma NOEI não haverá grandes possibilidades de desenvolvimento para os povos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– Os países desenvolvidos do centro necessitam das matérias-primas e de mercados dos países em desenvolvimento . . . . . 
– Os países em desenvolvimento não necessitam dos países desenvolvidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– O desenvolvimento do mundo só será possível em interdependência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– Para um país atrasado são admissíveis indústrias poluentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– O desenvolvimento tem por objectivo o enriquecimento do país . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– O desenvolvimento tem por objectivo a realização e o bem-estar do ser humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– É possível desenvolver um país, privilegiando regiões que depois arrastarão outras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– O subdesenvolvimento é um fenómeno inultrapassável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
– Nos países em desenvolvimento são preferíveis pequenos projectos de desenvolvimento a grandes empreendimentos . . . 
– A cultura dos povos dos países em desenvolvimento é inferior à dos povos dos países desenvolvidos . . . . . . . . . . . . . . . . 
PROPOSTA DE TRABALHO FINAL ECONOMIA C 25

2.º passo:

Procura de indicadores para preenchimento de um mapa (com uma legenda concebida pelos alunos),
que procure distinguir as regiões/distritos, segundo o critério económico. O indicador poderá ser o PIB
per capita.
O mapa abaixo é um exemplo daquele que os alunos poderão realizar.

PIB per capita por regiões/distritos, em Portugal

Região Autónoma
dos Açores

Região Autónoma
da Madeira

Fonte: INE, Anuário Estatístico Regional, 2006.

Portugal = 100
> 125
100 ; 125
75 ; 100
<= 75
NUTS II
26 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

3.º passo:

Elaboração de um novo mapa por regiões/distritos, com indicadores demográficos (por exemplo espe-
rança média de vida à nascença).

4.º passo:

Elaboração de um novo mapa por regiões/distritos, com indicadores culturais (por exemplo taxas de
escolarização).

5.º passo:

Elaboração de um novo mapa por regiões/distritos com a conjugação das informações dos três mapas
anteriores, para a construção de um mapa final sobre o desenvolvimento humano.

6.º passo:

Procura de informação adicional sobre o meio ambiente e poluição, em relação a cada região/distrito.

7.º passo:

Elaboração de conclusões sobre as assimetrias verificadas, em PowerPoint, ou sob a forma de relatório.

8.º passo:

Organização de um debate, com convites à escola em geral (não esquecendo os alunos que participa-
ram no preenchimento do teste de atitudes), orientado na perspectiva da compreensão das assimetrias
como obstáculos a um desenvolvimento humano solidário.
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 27

4. Testes de Avaliação
Unidade 1 – Crescimento Económico e Desenvolvimento

I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correcta. Assinale-a com um X sobre a letra correspondente.

1. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um indicador composto pelos indicadores seguintes:


A. PIB per capita, taxa de analfabetismo e taxa de mortalidade infantil.
B. PIB per capita PPC, taxa de escolaridade combinada e esperança média de vida à nascença.
C. PIB per capita, taxa de analfabetismo e taxa de mortalidade de menores de 5 anos.
D. PIB per capita PPC, taxa de analfabetismo e taxa de mortalidade de menores de 5 anos.

2. Os indicadores compostos IPH-1 e IPH-2 pretendem avaliar...


A. ... causas da pobreza.
B. ... respectivamente, a pobreza dos países em desenvolvimento e a pobreza nos países desen-
volvidos.
C. ... respectivamente, a pobreza nos países desenvolvidos e a pobreza nos países em desenvol-
vimento.
D. ... a pobreza relativa e a pobreza absoluta.

3. Um dos factores do crescimento económico moderno é o conhecimento. Esta afirmação é…


A. ... verdadeira, porque o conhecimento dá prestígio a um país.
B. ... falsa, porque basta adoptar as tecnologias descobertas pelos outros países.
C. ... verdadeira, porque a ciência está na origem das descobertas e das inovações que proporcio-
nam riqueza aos países.
D. ... falsa, porque o mais importante é a iniciativa empresarial

4. Uma depressão é...


A. ... uma fase do ciclo económico.
B. ... uma recessão grave.
C. ... uma etapa sempre presente no crescimento económico.
D. ... uma recessão em dois trimestres seguidos.
28 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

5. O desenvolvimento sustentável é um conceito que envolve a solidariedade entre gerações. Esta


afirmação é...
A. ... falsa, porque o desenvolvimento é um conceito exclusivamente económico.
B. ... verdadeira, porque se refere a benefícios para todas as gerações.
C. ... falsa, porque, actualmente, não há solidariedade entre gerações.
D. ... verdadeira, porque implica sacrifícios das gerações mais velhas para que o futuro desenvol-
vimento das novas gerações esteja garantido.

II
1. Observe o quadro seguinte.

Esperança Taxa de
PIB PPC média de vida escolarização Ordem de acordo
Países
(dólares) à nascença bruta combinada com o IDH
(anos) (%)

Portugal 20 410 77,7 89,8 29.a posição

Emirados Árabes
25 514 78,3 59,9 39.a posição
Unidos

1.1 Explique em que consiste o indicador composto IDH.

1.2 Explique por que razão, tendo os Emirados Árabes Unidos um PIB per capita mais elevado e
uma esperança média de vida à nascença maior, a sua posição no IDH é mais baixa do que a
de Portugal.

2. Por que razão o indicador Índice de Desenvolvimento de Género (IDG) é um bom indicador de
desenvolvimento?

III
1. Comente o seguinte texto, tendo em conta os factores de crescimento económico que estudou.

A Estratégia de Lisboa

Em Março de 2000, a UE adoptou a «Estratégia de Lisboa» com o objectivo de modernizar a economia europeia
e torná-la apta a concorrer no mercado mundial com outros grandes protagonistas, como os Estados Unidos e
os novos países industrializados. A Estratégia de Lisboa inclui o incentivo à inovação e ao investimento das
empresas, assim como a modernização dos sistemas educativos europeus para os adequar às necessidades da
sociedade da informação.
Publicações da Comissão Europeia [s.d.].
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 29

IV

O crescimento económico não é linear. Faz-se por ciclos económicos, como é observável no seguinte
gráfico relativo à economia portuguesa.

Evolução do PIB
6

Fonte: Relatório do Banco de Portugal, 2003.


2

–2 Séries trimestrais

X Contas trimestrais do INE


–4
1978 1981 1984 1987 1990 1993 1996 1999 2002

1. Sinalize, no gráfico, um dos ciclos económicos.

2. Sinalize um dos picos.

3. Identifique o ponto X.

4. Dê uma noção de depressão.

5. Indique a amplitude de um ciclo de Kuznets.

1. «O desenvolvimento sustentável é uma questão global.» Explique porquê.

2. Comente a afirmação: «Para que o desenvolvimento seja sustentável, é necessário combater o


insustentável desperdício das sociedades industrializadas modernas.»
30 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

Unidade 2 – A Globalização e a Regionalização Económica


do Mundo

I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correcta. Assinale-a com um X sobre a letra correspondente.

1. A mundialização económica é um fenómeno caracterizado...


A. ... pela livre circulação de bens e capitais, e pela maior regulação da actividade pelo Estado.
B. ... pela liberalização das trocas e pela mundialização das empresas.
C. ... pela mundialização das empresas.
D. ... pela globalização dos capitais.

2. A Revolução Industrial está associada ao processo de mundialização económica. A afirmação...


A. ... é verdadeira, porque a procura dos mercados internacionais incentivou à inovação e à
modernização da actividade económica.
B. ... é falsa, pois o fenómeno da mundialização é posterior à Revolução Industrial.
C. ... é verdadeira, pois a procura interna estimulou a produção industrial.
D. ... é falsa, pois a Revolução Industrial está ligada às inovações tecnológicas, enquanto a mun-
dialização está ligada às trocas.

3. A globalização pode ser entendida como...


A. ... a mobilidade de capitais e tecnologias.
B. ... a difusão da informação à escala global.
C. … a maior integração das economias.
D. ... o alargamento do fenómeno da mundialização, do domínio económico aos domínios social e
cultural.

4. A transnacionalização da produção significa...


A. ... a localização das empresas em diversas partes do mundo.
B. ... a realização da produção em vários países.
C. ... a parcelização dos processos produtivos e a sua localização em diversas partes do mundo.
D. ... a produção de empresas estrangeiras.
PROGRAMA OFICIAL HOMOLOGADO (EXCERTOS) ECONOMIA C 31

5. A desregulação é uma característica da globalização financeira. A afirmação é...


A. ... falsa, pois os mercados financeiros estão muito regulamentados e controlados.
B. ... verdadeira, pois a actividade dos bancos não está sujeita a regulamentação.
C. ... falsa, pois com a integração dos mercados financeiros verifica-se maior controlo da activi-
dade financeira.
D. ... verdadeira, pois a maior concorrência nos mercados financeiros conduziu a um menor cum-
primento das regras e a uma maior exposição ao risco.

6. Pode dizer-se que a globalização tem levado ao crescimento das economias e do bem-estar em
todos os países. A afirmação é...
A. ... verdadeira, pois a pobreza no mundo tem vindo a diminuir.
B. ... verdadeira, pois a liberalização das trocas tem beneficiado todos os países.
C. ... falsa, pois os benefícios da globalização não são igualmente distribuídos por todos os países.
D. ... falsa, pois a globalização tem conduzido ao empobrecimento de muitos países.

II
1. Leia o texto seguinte.

A expansão da economia-mundo europeia, a partir do século XVI, arrasta a formação de uma rede de trocas de
proporções mundiais, na qual se integram, progressivamente, os outros continentes.
Jacques Adda, A Mundialização da Economia, Lisboa, Terramar.

1.1 Explicite o conceito de economia-mundo europeia.

1.2 Explique, em traços largos, como o processo de expansão da economia europeia deu origem
à «formação de uma rede de trocas de proporções mundiais».

2. As empresas transnacionais têm uma estratégia que assenta na decomposição dos processos
produtivos, instalando diversas filiais em vários países, em função das vantagens comparativas
de cada um.

2.1 Caracterize a estratégia de actuação das empresas transnacionais.

2.2 As empresas transnacionais dão origem a produtos globais. Justifique a afirmação.


32 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

3. As inovações no domínio das comunicações e a desregulação dos mercados de capitais são


característicos da globalização financeira. Nos mercados financeiros não há restrições de
tempo e espaço.

3.1 Relacione inovações das comunicações, desregulação e globalização financeira.

3.2 Explique o significado da afirmação destacada.

3.3 Uma situação de crise é mais difícil de controlar num mercado financeiro global? Justifique
a sua resposta.

III
1. Comente a notícia, à luz do proteccionismo/liberalização do comércio mundial.

Os defensores da globalização estão apreensivos face a um conjunto de medidas denominadas Buy American,
que visam a obrigatoriedade de compra de produtos industriais nacionais por parte das empresas. Esta possibili-
dade levou alguns países exportadores para os EUA a apresentar queixa junto da Organização Mundial do
Comércio.
Público, 05/02/2009.

2. A crise económica, num mundo globalizado, atinge uma dimensão mundial. Justifique a afirma-
ção, com base na notícia e no mapa seguintes.

O enfraquecimento das exportações, como resultado de um clima de recessão cada vez mais global, traduz-se,
para muitas empresas, em resultados desanimadores, originando um aumento significativo das taxas de desem-
prego.

Os maiores despedimentos (final de 2008)

38 600
Financeiro Outros sectores 1480
181 520 122 360
168 060
35 000

Ásia – Pacífico
Europa 36 480
América do Norte
206 660
Fonte: Agência Reuters (adaptado).

303 880

África
Total Mundial
5500
739 240

Público, 02/02/2009.
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 33

Unidade 3 – O Desenvolvimento e a Utilização de Recursos

I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correcta. Assinale-a com um X sobre a letra correspondente.

1. Por crescimento natural, entende-se...


A. ... o número de nascimentos ocorridos num ano, num país.
B. ... o número de nados-vivos ocorridos num ano, num país.
C. ... a diferença entre o número de nados-vivos e de óbitos, ocorridos num ano, num país.
D. ... a diferença entre o número de nascimentos e o de óbitos, ocorridos num ano, num país.

2. A transição demográfica que se verifica na actualidade é um fenómeno demográfico caracteri-


zado...
A. ... pelo aumento das taxas de natalidade e mortalidade.
B. ... pela diminuição das taxas de natalidade e mortalidade.
C. ... pela diminuição mais rápida da taxa de natalidade, relativamente à taxa de mortalidade.
D. ... pela diminuição mais rápida da taxa de mortalidade, relativamente à taxa de natalidade.

3. O progresso tecnológico pode ter influência sobre o aumento da população. Esta afirmação é…
A. ... verdadeira, porque o progresso tecnológico permite melhores condições de vida, o que se
pode reflectir na taxa de natalidade.
B. ... falsa, porque o progresso tecnológico permite um maior controlo sobre a natalidade.
C. ... verdadeira, porque o progresso tecnológico permite melhores condições de assistência
materna.
D. ... falsa, porque são dois fenómenos completamente independentes.

4. O abate de árvores e o aumento dos postos de trabalho numa região são, respectivamente...
A. ... uma externalidade positiva e uma externalidade negativa.
B. ... uma externalidade negativa e uma externalidade positiva.
C. ... duas externalidades positivas.
D. ... duas externalidades negativas.
34 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

5. O princípio do poluidor-pagador…
A. ... permite que qualquer empresa polua livremente.
B. ... implica que o poluidor pague os custos sociais da sua acção nociva sobre o ambiente e não
o obriga a mais nada.
C. ... proíbe a poluição.
D. ... implica que o poluidor pague os danos causados, sendo, igualmente, obrigado a corrigir a
situação criada.

II
1. Comente o conteúdo do seguinte texto, tendo em conta a relação entre o fluxo imigratório e o
crescimento económico.

É inquestionável a complexidade dos processos migratórios actuais, envolvendo aspectos tão diversos como a
globalização, o envelhecimento populacional, a segurança e o terrorismo, o respeito pelos direitos humanos e a
luta contra o tráfico de pessoas ou a ajuda ao desenvolvimento e à democracia nos países de origem. Este con-
texto exige, pois, uma abordagem global, equilibrada e atenta aos sinais de uma realidade em constante muta-
ção. Nesse sentido, a actual política nacional de imigração estrutura-se em torno de quatro grandes eixos:
regulação dos fluxos migratórios, promoção da imigração legal, luta contra a imigração clandestina e integração
dos imigrantes.
Relatório de Actividades – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 2007 (adaptado).

III

1. Leia a seguinte notícia.

Incêndio infernal na Austrália


Os incêndios que, desde o fim-de-semana, varrem o estado de Vitória, no sul da Austrália, são os mais mortíferos
da história do país. Ontem, ao início da noite, contavam-se 108 vítimas mortais, mas as autoridades esperam
encontrar mais mortos.
O primeiro-ministro, Kevin Rudd, disse que o «inferno em toda a sua fúria visitou o povo de Vitória».
Mesmo com a ajuda dos militares, as dezenas de milhar de bombeiros no terreno não conseguiram travar as
chamas, que já chegaram aos estados de Nova Gales do Sul e Austrália Meridional. A culpa é, em parte, dos ven-
tos fortes e das altas temperaturas, que quase atingiram os 50 oC.
Diário de Notícias, 09/02/2009.

1.1 Identifique a fonte de poluição a que a notícia se refere.

1.2 Distinga fontes de poluição fixas das acidentais.

1.3 Dê um exemplo de uma fonte de poluição difusa.

2. A Economia e a Ecologia poderão ser duas ciências fundamentais na orientação de práticas


humanas para um futuro sustentável.
Explique porquê.
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 35

3. Comente a seguinte afirmação: «O problema ambiental é um problema de desenvolvimento


humano.»

IV

Faça um comentário ao conteúdo do seguinte texto e aos gráficos que o ilustram, tendo em conta a
problemática do ambiente e do desenvolvimento humano como fenómenos interdependentes.

O degelo dos glaciares e a redução das prospecções para o desenvolvimento humano

Durante séculos, o escoamento dos glaciares na cadeia montanhosa dos Andes tem irrigado os solos agrí-
colas e abastecido as instalações humanas com um caudal previsível. Actualmente, os glaciares estão entre
os primeiros perigos das alterações climáticas. Estão a derreter depressa e o seu iminente desaparecimento
tem implicações potencialmente negativas para o desenvolvimento humano na região Andina.

O Peru e a Bolívia são os locais com a maior superfície de glaciares tropicais do mundo – cerca de 70% do
total da América Latina situa-se no Peru e 20% na Bolívia. Estes países albergam também algumas das
maiores concentrações de pobreza e de desigualdades socio-económicas da América Latina – a região mais
desigual do mundo. O degelo dos glaciares ameaça, não apenas diminuir a disponibilidade da água, como
também acentuar estas disparidades.

O Peru tem registado algumas das taxas mais rápidas de recuo dos glaciares do mundo. Entre 20% e 30%
da área de superfície glaciar desapareceu nas últimas três décadas. Essa área é equivalente à superfície
glaciar total do Equador.

A capital, Lima, com uma população de aproximadamente 8 milhões, situa-se na costa. Lima recebe a água
a partir do Rio Rimac e de outros rios da Cordilheira Central, todos dependentes, a diversos níveis, do degelo
glaciar. Existe já um enorme desfasamento entre a oferta e a procura de água. A população, em geral, está a
crescer em 100 000 pessoas por ano, aumentando a procura de água. O racionamento é já comum durante
os meses de Verão. Com reservas limitadas e com o aumento da exposição às secas, a cidade irá deparar-
-se, a curto prazo, com um maior racionamento.

A rápida recessão glacial na vasta Cordilheira Branca, no norte dos Andes, colocará em questão o futuro da
agricultura, da extracção mineral, da produção eléctrica e dos abastecimentos de água ao longo de extensas
áreas. Um dos rios alimentados pela Cordilheira Branca é o Rio Santa. O rio é responsável por um vasto con-
junto de modos de subsistência e de actividades económicas. Em altitudes entre os 2000 e os 4000 metros,
o rio fornece a água que irriga, maioritariamente, a agricultura de subsistência. Nos vales mais baixos, irriga,
principalmente, a agricultura comercial de grande escala e contribui para dois grandes projectos destinados
a colheitas de exportação. Os seus caudais geram energia hidroeléctrica e fornecem água potável a duas
grandes áreas urbanas na costa do Pacífico – Chimbote e Trujillo –, com uma população conjunta de mais de
um milhão de pessoas.

O problema é que até 40% do caudal da estação seca do Rio Santa resulta do degelo da superfície gelada,
que não é reabastecida por meio da precipitação anual. As consequências poderão incluir grandes perdas
económicas e prejuízos para os modos tradicionais de subsistência. O projecto de irrigação Chavimochic, no
36 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

Rio Santa, tem contribuído para um notável boom nacional na agricultura não-tradicional. O total de expor-
tações do sector aumentou de 302 milhões de dólares amercianos, em 1998, para mil milhões de dólares
americanos, em 2005. O boom tem vindo a ser suportado por produtos de irrigação intensiva, como alcacho-
fras, espargos, tomates e outros vegetais. O degelo glaciar ameaça destruir a viabilidade destes investimen-
tos na irrigação, dificultando, ao mesmo tempo, o emprego e o crescimento económico.

Relatório de Desenvolvimento Humano, 2007/2008.

A redução dos glaciares


da América Latina

Peru
1970 – 1958 km2 2006 – 1370 km2

Bolívia
1975 – 562 km2 2006 – 396 km2

Equador
Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano, 2007/2008.

1976 – 113 km2 2006 – 79 km2

Colômbia
1950 – 109 km2 2006 – 76 km2

Venezuela
1950 – 3 km2 2006 – 2 km2
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 37

Unidade 4 – O Desenvolvimento e os Direitos Humanos

I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correcta. Assinale-a com um X sobre a letra correspondente.

1. O direito à liberdade de expressão do pensamento constitui um direito...


A. ... económico e social.
B. ... cultural.
C. ... colectivo.
D. ... civil e político.

2. Os direitos humanos são indivisíveis porque...


A. ... a violação de um implica a violação de todos os outros.
B. ... não podem ser cedidos, pois dizem respeito a cada pessoa.
C. ... não é possível considerar um como mais importante do que os outros.
D. ... dizem respeito a todos os seres humanos sem restrições.

3. O abandono escolar precoce e o trabalho infantil constituem factores de exclusão social, porque...
A. ... marginalizam grupos sociais.
B. ... dificultam o crescimento económico.
C. ... põem em causa o desenvolvimento.
D. ... atingem largas camadas da população.

4. O desenvolvimento sustentável exige...


A. ... a satisfação das necessidades básicas e um crescimento económico sem limites.
B. ... a solidariedade intergeracional e um crescimento económico sem limites.
C. ... um crescimento económico com limites e a equidade intra e intergeracional.
D. ... o bem-estar das populações e um crescimento económico sem limites.

II

1. Leia o texto que se segue.

Os movimentos de defesa dos direitos civis nos EUA que, para além de Rosa Parks, tiveram como activistas,
entre outros, Martin Luther King, Malcom X e Angela Davis, têm permitido uma mudança de mentalidades na
sociedade, possibilitando que cidadãos e cidadãs afro-americanos tenham ascendido aos postos políticos e
militares mais elevados, culminando com a eleição, pela primeira vez na história dos EUA, de um Presidente
descendente de quenianos.
38 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

1.1 Dê três exemplos de direitos civis e políticos.

1.2 Relacione direitos mencionados no texto com os Direitos Humanos de 1.a Geração.

1.3 Explicite a universalidade dos Direitos Humanos, a partir do texto.

2. Leia os textos que se seguem, e observe o quadro relativo ao sistema de quotas em alguns
países.

As mulheres estão pouco representadas nas instâncias políticas. Desde 1945, a proporção mundial de mulheres
com lugares nos parlamentos mais do que quadruplicou, passando de 3 para 14,6 por cento (dados até 1 de Junho
de 2002). Mas este número, muito inferior à paridade, dissimula grandes diferenças. Está longe de terminada a
corrida de obstáculos que desde há séculos as mulheres têm sido obrigadas a percorrer, para lhes serem reconhe-
cidos os seus direitos cívicos e políticos.
Ignacio Ramonet et al., Atlas da Globalização, Lisboa, Campo da Comunicação (adaptado).

Em Portugal, nas eleições para a Assembleia da República, realizadas em 20 de Fevereiro de 2005, a repartição das
deputadas por partidos foi a seguinte: PS – 28%; PSD – 8%; CDU – 21,4% (PCP 16,7% e PEV – 50%); CDS-PP – 8,3%;
BE – 50%.
A Igualdade de Género em Portugal, Lisboa, CIG (adaptado).

Quotas para mulheres em alguns países


(percentagem de mulheres nas câmaras baixas ou nas câmaras únicas)

País Quotas

A Constituição estabelece que as mulheres têm direito a


Ruanda pelo menos 30% dos lugares nos organismos de tomada de
decisão e no Senado.

As listas dos partidos têm de apresentar um mínimo de 40%


Espanha
em todas as eleições (gerais, regionais e locais).

Noruega A maioria dos partidos tem quotas para 40% das mulheres.

Moçambique A FRELIMO tem uma quota de 30% para as mulheres.

Argentina A maioria dos partidos tem quotas para 30% das mulheres.

Quota mínima de um terço de mulheres nas listas para elei-


Portugal
ções legislativas, autárquicas e europeias.

Progresso das Mulheres no Mundo, 2008/2009 e UNIFEM (adaptado).

2.1 Analise a situação de Portugal, a partir dos textos.


2.2 Relacione o sistema de quotas para as eleições com o conceito de discriminação positiva,
tendo em conta os textos e a tabela.
2.3 Interprete a situação evidenciada na tabela.
TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 39

III

1. Observe o quadro ao lado e leia o texto Emissões de dióxido de carbono


que o acompanha.
Parcela Per capita Per capita
O carbono que é emitido hoje começará a produ- País
do total (toneladas (toneladas
zir efeitos sobre o clima dentro de vinte anos. mundial (%) de CO2) de CO2)
Será preferível pagar hoje ou adiar, para as gera- 2004 1990 2004
ções futuras, mais ricas e mais bem dotadas
tecnicamente do que nós, com menores custos, Japão 4,3 8,7 9,9
o combate às mudanças climáticas?
EUA 20,9 19,3 20,6
Alternatives Économiques, n.o 80, 2.o trimestre
de 2009 (adaptado). Espanha 1,1 5,5 7,6

Portugal 0,2 4,3 5,6

Relatório de Desenvolvimento Humano, 2007/2008 (adaptado).

1.1 Estabeleça comparações entre os países referidos no quadro, relativamente ao peso no total
mundial das emissões de carbono e à evolução das emissões de carbono per capita, entre
1990 e 2004.
1.2 Justifique a necessidade de se imporem limites ao crescimento, tendo em conta a situação
evidenciada no quadro e o texto.
1.3 Explicite o conceito de desenvolvimento sustentável.
1.4 Exponha duas medidas que promovam o desenvolvimento sustentável.

2. Leia o texto que se segue.


A pobreza no Brasil tem cara de criança. Dos mais de 50 milhões de brasileiros que vivem na pobreza, quase 30
milhões são crianças e adolescentes, ou seja, 47,6% da população de meninos e meninas. A pobreza no país tam-
bém tem cor. Entre as crianças negras, a pobreza é quase duas vezes maior do que entre as brancas e, entre as
indígenas, a iniquidade é ainda maior. Portanto, obter um efectivo impacto na erradicação da pobreza e da
fome no País requer necessariamente a adopção de políticas para reduzi-la desde a pequena infância,
em especial da população negra e indígena.
UNIFEM in Progresso das Mulheres no Mundo, 2008/2009 (adaptado).

2.1 Faça a distinção entre pobreza absoluta e pobreza relativa.


2.2 Refira dois indicadores de medida da pobreza.
2.3 Relacione a situação descrita no texto, com a promoção da justiça social.
2.4 Dê uma noção de discriminação étnica, a partir do texto.
2.5 Explicite o conteúdo da afirmação destacada.
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DOS TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 41

5. Propostas de Resolução dos Testes de Avaliação


Unidade 1
I

1. B

2. B

3. C

4. B

5. D

II

1.1 O IDH é um indicador composto que pretende avaliar o desenvolvimento humano, ultrapassando o
domínio exclusivamente económico Nesse sentido, conjuga as informações dadas pelo PIB per capita
(avaliação económica), pela esperança média de vida à nascença (avaliação demográfica e social) e pela
taxa combinada de escolarização (avaliação cultural).

1.2 O quadro ilustra exactamente o que se afirmou na questão anterior. O IDH, medindo três domínios
diferentes, mostra que a perspectiva exclusivamente económica não é determinante. Assim, embora
Portugal tenha um PIB ppc. inferior ao dos Emirados Árabes Unidos, assim como uma menor espe-
rança média de vida à nascença, apresenta uma taxa de escolarização superior, o que lhe permite ter
uma posição superior em IDH.

2. O IDG é um bom indicador de desenvolvimento porque é impensável um país ser considerado desen-
volvido sem respeitar as suas cidadãs. A igualdade, para homens e mulheres, no acesso à educação, aos
lugares de chefia e a outros cargos normalmente atribuídos ao sexo masculino, é uma prova de emanci-
pação social e cultural, o que permite concluir que um país é desenvolvido.

III

1. A Estratégia de Lisboa, documento elaborado pela União Europeia em Março de 2000, preconiza o
desenvolvimento dos Estados-membros de forma a poderem competir com mais sucesso com as gran-
des economias mundiais, como a dos EUA ou dos NPI.

Para tal, a UE define como estratégia o incentivo à inovação e ao investimento das empresas, assim
como uma forte aposta no sistema educativo.

No texto, encontramos as fontes de crescimento económico estudadas: a dimensão dos mercados,


implícita no texto, já que toda a forma de integração assenta na dimensão dos mercados como fonte de
42 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

crescimento económico; o progresso técnico, decorrente da inovação e investimento das empresas; o


investimento de capital, claramente explícito no texto; assim como o investimento em capital humano,
centro de todo o processo de crescimento económico moderno.

IV

1. A realizar pelo aluno, devendo incluir as 4 fases.

2. A realizar pelo aluno.

3. O ponto X corresponde a uma baixa.

4. Depressão é uma recessão grave.

5. Os ciclos de Kuznets têm uma amplitude média de cerca de 50 anos (40 a 60 anos).

1. Por desenvolvimento sustentável, entende-se um desenvolvimento que não ponha em causa as gerações
futuras, nem os povos de outros lugares. Assim, o desenvolvimento, para ser sustentável, implica solida-
riedade entre gerações e países – é, portanto, um problema global, já que convoca todas as populações
do planeta para uma solução comum.

2. A frase chama a atenção para um dos grandes problemas do mundo moderno – o desperdício e a conse-
quente poluição. De facto, para se conseguir o desenvolvimento sustentável, há que ser racional nas esco-
lhas e na definição dos caminhos a trilhar. Uma dessas opções é pôr de lado o supérfluo, o desnecessário, o
acessório ou os excessos. Embalagens não recicláveis ou bens descartáveis são exemplos de bens que se
devem evitar. O lixo é um dos grandes problemas ambientais e uma forma de contribuir para o desenvol-
vimento sustentável é, exactamente, começar por combater o desperdício e todas as formas de poluição.

Unidade 2
I

1. B

2. A

3. D

4. C

5. D

6. C
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DOS TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 43

II

1.1 A Europa tornou-se o centro da economia mundial, dominando o comércio mundial.

1.2 A expansão da economia europeia para outros continentes caracterizou-se pelo desenvolvimento das
trocas comerciais: os europeus recrutavam mão-de-obra escrava em África, para a utilizar nas planta-
ções de cana-de-açúcar, tabaco e algodão nas colónias americanas; a América, para além destes produ-
tos, fornecia também prata e ouro à Europa; e a Ásia, nomeadamente a Índia, fornecia seda e
especiarias.Através das trocas, estes territórios integraram-se na economia-mundo europeia.

2.1 As empresas transnacionais localizam segmentos da sua actividade em diversos territórios, de acordo
com as vantagens competitivas que cada um deles oferece. Assim, num país são localizadas as activida-
des produtivas, noutro são instaladas as actividades publicitárias e ainda noutro os serviços de informá-
tica, por exemplo.

2.2 Um produto global é o resultado da actividade das empresas transnacionais e do comércio mundial: as
várias componentes do produto são realizadas em vários países, o produto produzido em larga escala é
vendido para um conjunto variado de países e é, finalmente, consumido por milhões de consumidores
em todo o mundo.

3.1 O desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação e da Internet veio facilitar a
circulação de capitais pelo mundo, condição essencial à necessidade de financiamento das actividades
globais. A transferência de capitais entre as várias regiões do mundo, muitas vezes em tempo real, fruto
das comunicações electrónicas, conduziu a um menor controlo do funcionamento dos mercados
monetário e financeiro por parte das autoridades.

3.2 Fruto das comunicações electrónicas, o capital movimenta-se em tempo real entre as várias partes do
mundo, com um mínimo de regulação por parte dos Estados nacionais, podendo assim falar-se num
mercado financeiro global.

3.3 Num mercado financeiro global, em que os capitais circulam entre bancos de vários países, em que os
bancos concedem créditos entre si e têm capitais cotados nas bolsas mundiais, quando surgem proble-
mas graves num banco, como a falta de liquidez, incumprimento dos devedores ou queda do valor do
seu capital, os problemas alastram aos outros bancos que nele têm títulos de crédito ou participações
de capital, naquilo que se designa por «efeito dominó».

III

1. As medidas proteccionistas, como no caso do exemplo dado na notícia, destinam-se a proteger as


empresas nacionais da concorrência externa, o que pode favorecer, a curto prazo, a produção nacional,
embora contrariando os princípios da liberalização do comércio, pois as exportações dos outros países
para o mercado norte-americano poderão ficar seriamente afectadas. Esta situação poderá originar, da
parte dos países visados, uma resposta proteccionista contra os produtos originários dos EUA.

A aplicação de medidas proteccionistas, pela redução dos fluxos do comércio internacional, poderá,
num período de crise económica internacional, agravar ainda mais essa crise.
44 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

2. A crise originada numa região/país que mantenha intensas relações de troca com outras economias, vai
produzir efeitos nestas últimas: a menor procura externa originará uma queda das exportações, a quebra
da actividade das empresas, falências e o aumento do número de desempregados.

A figura mostra que a crise financeira iniciada nos EUA se propagou ao sector produtivo da economia
e, fruto da globalização dos mercados financeiros e da mundialização das trocas, a outros continentes,
originando problemas, não só no sector financeiro, mas também em empresas produtoras de bens. Estas,
devido à quebra da procura externa e interna, tiveram de reduzir o número de empregados através de
despedimentos em número significativo.

Unidade 3
I

1. D

2. D

3. A

4. B

5. D

II

1. O texto refere-se aos problemas que o fenómeno imigratório assume actualmente. Sabemos que a imi-
gração pode constituir um benefício para os países acolhedores, mas também pode ser muito perturba-
dora quando a integração não existe, ou quando essa imigração é clandestina.

Para que, efectivamente, a imigração contribua de forma positiva para o crescimento económico do
país recebedor (rejuvenescimento da população, aumento de mão-de-obra, muitas vezes qualificada,
contribuição para a sustentabilidade da Segurança Social, por exemplo), mas também para o país de ori-
gem (atenuar de tensões sociais, recepção de remessas, contacto com outras culturas, entre outras vanta-
gens), é necessária uma política de abordagem global, atenta a estas realidades.

III

1.1 Embora se trate de um acidente, os incêndios com origem em fenómenos naturais, como as altas tem-
peraturas, constituem fontes de poluição sistemática.
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DOS TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 45

1.2 As fontes de poluição acidental distinguem-se das fontes fixas pela sua origem. No primeiro caso, um
acontecimento não esperado origina a poluição; já no segundo caso, a fonte de poluição é constante.

1.3 A deterioração da água potável dos lençóis subterrâneos, devido à infiltração lenta de poluentes, como
pesticidas utilizados na agricultura ou esgotos domésticos.

2. Sendo a Economia a ciência que permite orientar com racionalidade a gestão de recursos escassos para
o bem-estar das populações e a Ecologia a ciência que estuda a relação entre o ambiente e o ser humano,
é de concluir que deva haver complementaridade nas preocupações destes dois ramos do conhecimento,
para um futuro sustentável.

3. Reconhecendo que o desenvolvimento humano abrange diversos domínios sociais, que incluem não só
o bem-estar material como a qualidade de vida dos cidadãos, é natural que as questões ambientais cons-
tituam uma área importante a incluir nas preocupações das populações.

IV

Não é possível falar em desenvolvimento sem se ter em conta os indivíduos. Os desastres naturais a que o
texto se refere, como os degelos que ocorrem na América do Sul, têm como causa o aquecimento do pla-
neta, como se sabe. Para além deste problema natural, com consequências graves sobre a agricultura, a
extracção mineira, a produção de energia e o modo de vida das populações em geral, estamos perante um
problema injusto, visto incidir sobre populações pobres não causadoras do fenómeno da poluição.

Falar em desenvolvimento humano implica, pois, o respeito pelo ambiente e pelos direitos dos indivíduos.

Unidade 4
I

1. D

2. C

3. A

4. C

II

1.1 Três exemplos de direitos civis e políticos poderão ser, por exemplo, a liberdade de expressão do pen-
samento, a liberdade religiosa e o direito de voto.
46 ECONOMIA C C A D E R N O D E A P O I O AO P R O F ES S O R

1.2 Os Direitos Humanos mencionados no texto são direitos de 1.ª geração, porque constituem direitos
individuais, civis e políticos, tendo surgido no final do século XVIII, com a independência dos EUA e
com a Revolução Francesa.

1.3 A universalidade dos Direitos Humanos implica que estes sejam válidos para toda a Humanidade,
independentemente do género, etnia, religião, origem, ideologia, nacionalidade, ascendência ou orien-
tação sexual.

2.1 Em Portugal, apenas dois partidos políticos praticam a paridade no que respeita à igualdade de género
na participação política (PEV e BE = 50%), continuando as mulheres pouco representadas nas instân-
cias políticas.

2.2 O sistema de quotas para as eleições constitui uma medida de discriminação positiva, porque vai alte-
rar uma situação de desigualdade, repondo a igualdade de oportunidades, e rompendo com a reprodu-
ção de uma situação de discriminação negativa.

2.3 A tabela mostra-nos que vários países de diferentes regiões desenvolveram medidas de discriminação
positiva, no que respeita à igualdade entre mulheres e homens na participação política, sendo de real-
çar a Espanha e a Noruega, que praticam quotas de 40% para as mulheres.

III

1.1 Os EUA (a maior economia do planeta) detêm um forte peso no total mundial de emissões de carbono,
seguidos do Japão (que, conjuntamente com os EUA e a UE constituem as três maiores economias do
mundo). O peso de Espanha no total mundial já é significativo, atendendo à importância da economia
espanhola; já o de Portugal é muito menor. No que respeita à evolução das emissões de carbono per
capita, entre 1990 e 2004, podemos constatar que todos os países, apesar do Protocolo de Quioto, da
Agenda XXI e de outros documentos aprovados a nível mundial e regional, aumentaram as emissões
de carbono per capita.

1.2 Têm de se impor limites ao crescimento, a fim de se sustentar o próprio processo de desenvolvimento,
dentro de valores que não ponham em causa a sobrevivência do planeta, nem o direito ao desenvolvi-
mento das gerações vindouras.

1.3 O desenvolvimento sustentável implica a satisfação das necessidades básicas das populações, a redução
das assimetrias regionais, de género, de etnia, e etárias, no que respeita à repartição do rendimento e à
participação das populações nas decisões políticas e económicas. Implica também a imposição de
limites ao crescimento económico, para não se colocar em causa o direito ao desenvolvimento das
gerações vindouras.

1.4 Duas medidas que promovam o desenvolvimento sustentável poderão ser, entre outras, o envolvimento
das comunidades na procura de soluções para responder aos problemas sociais, ambientais e políticos, e
a integração no desenvolvimento das dimensões económicas, sociais e ambientais, para que o desen-
volvimento sustentável, humano e solidário seja uma realidade para toda a família humana.
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DOS TESTES DE AVALIAÇÃO ECONOMIA C 47

2.1 Enquanto a pobreza absoluta diz respeito a situações em que não existem os bens necessários e essen-
ciais à subsistência das pessoas, a pobreza relativa estabelece relações com a sociedade em que o fenó-
meno da pobreza ocorre, referindo-se aos indivíduos que vivem em condições mais precárias do que
o conjunto da sociedade.

2.2 Dois indicadores de medida da pobreza poderão ser, por exemplo, o IPH-1, que mede a pobreza nos
países em desenvolvimento, e o IPH-2, que se refere aos países desenvolvidos.

2.3 Não existe justiça social, quando cidadãos e cidadãs vivem na pobreza, não tendo acesso aos bens
essenciais que lhes permitam satisfazer as necessidades básicas como, por exemplo, a alimentação, não
desfrutando da igualdade de oportunidades, nem da participação na condução dos seus destinos.

2.4 A discriminação étnica consiste num conjunto de atitudes e de práticas sociais em relação a minorias
étnicas, que restringem a igualdade de oportunidades e violam Direitos Humanos, como no caso do
Brasil, em que, como refere o texto, a «pobreza no país também tem cor. (…) entre as negras, a pobreza
é quase duas vezes maior do que entre as brancas e, entre as indígenas, a iniquidade é ainda maior».

2.5 A afirmação refere que, para se erradicar a pobreza e a fome, são necessárias políticas públicas que
actuem ao nível das crianças mais novas, em particular para o caso das minorias étnicas (negras e
índias). Essas políticas activas de promoção da igualdade e de erradicação da pobreza deverão abranger
várias dimensões (económica, cultural e ambiental, por exemplo), não menosprezando a participação
das populações na condução dos seus destinos.

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