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ATUAIS TENDÊNCIAS
i
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Reitor
João Luiz Martins
Vice-Reitor
Antenor Barbosa Júnior
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
André Cota
ESCOLA DE MINAS
Diretor
José Geraldo Arantes de Azevedo Brito
Vice-Diretor
Wilson Trigueiro
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
Chefe
Issamu Endo
ii
EVOLUÇÃO CRUSTAL E RECURSOS NATURAIS
iii
Oliveira, L.D., 2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
N°292
TENDÊNCIAS
Orientador
OURO PRETO
2010
iv
Universidade Federal de Ouro Preto – http://www.ufop.br
Escola de Minas - http://www.em.ufop.br
Departamento de Geologia - http://www.degeo.ufop.br/
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais
Campus Morro do Cruzeiro s/n - Bauxita
35.400-000 Ouro Preto, Minas Gerais
Tel. (31) 3559-1600, Fax: (31) 3559-1606 e-mail: pgrad@degeo.ufop.br
ISSN 85-230-0108-6
Depósito Legal na Biblioteca Nacional
Edição 1ª
http://www.sisbin.ufop.br
v
Oliveira, L.D., 2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências
Agradecimentos
A Deus pela oportunidade de trabalhar e continuar meus estudos em Ouro Preto e por cercar-me de
pessoas tão especiais a vida inteira.
Aos meus pais Lúcia e Antonio, pela educação, disciplina e ensino de valores como trabalho e
honestidade;
Aos amigos Rodrigo e Fernanda, que me acolheram logo que cheguei a cidade - gratidão eterna;
Obrigado também a Dona Mirlene, Dona Silvia, Lucas, Marina e Edson Lucas (Diquio).
Aos amigos, funcionários e alguns alunos do CEFET - Ouro Preto, que conviveram comigo durante o
período na cidade, em especial, a pedagoga Clarice, Glorinha (segunda mãe e amiga), Julice e ao
amigo Venilson, pelos conselhos valiosos. Pessoas que tornaram a minha caminhada no mestrado
possível, mesmo que indiretamente.
Do CEFET - OP também, Alex Bohrer, professor de história, sábio e amigo, Arthur, Uziel, Cézar,
Flávio, Guilherme, Anésio, Moacir e ao Fábio. Aos funcionários da cozinha e do Xerox, Dona
Carminha, Antonio Cirilo, Chumbinho, Zé Gato, Sr. José Inocentes, Joana e Tainara.
Ao professor Dr. Frederico Garcia Sobreira, por ter aberto as portas para mim no mestrado, aceitando
ser meu orientador. Mas sem saber, tornando possível um sonho que um dia fora distante; Aos colegas
Leonardo, Rodolfo e Frederico, da UFES, pelas lições de ArcGIS.
A funcionária responsável pela organização das salas: Ângela (hoje no ICEB) aos porteiros: Sr.
Ricardo e Paulo e a Simone (Xerox);
Aos colegas que dividiram a mesma sala: Humberto, Renato, Paula e Érica Pimenta;
Aos que estiveram comigo na labuta do dia-a-dia e dividindo o mesmo sofrimento: Em especial à
Rafinha, Jéssica e Silvia.
Aos parceiros e amigos mais próximos (república pincelou pegou - não oficial) Enrico Sette, Adriano
Oliveira e Luis Cherem (vulgo Zé Mayer);
Agradeço a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - FAPEMIG, pela concessão da bolsa de
estudos; A Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Ouro Preto; Secretaria de Patrimônio
Cultural da Prefeitura Municipal, em especial aos colegas Brasil e Anderson pela gentileza e por ceder
alguns dados básicos desse trabalho;
"Aquilo que pedimos aos céus as mais das vezes se encontra em nossas mãos".
William Shakespeare
vi
Sumário
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... vi
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. x
LISTA DE QUADROS E TABELAS ...................................................................................... xii
RESUMO .................................................................................................................................. xiii
ABSTRACT .............................................................................................................................. xiv
CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................................................... 1
1.1. Apresentação .......................................................................................................................... 1
1.2. Localização ............................................................................................................................ 3
1.3. Objetivos ................................................................................................................................ 5
CAPÍTULO 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 7
2.1. Ordenamento territorial e urbano ........................................................................................... 7
2.2. Estudo do meio físico em áreas urbanas .............................................................................. 13
2.2.1. Introdução ............................................................................................................... 13
2.2.2. Geologia aplicada à urbanização............................................................................. 14
2.2.3. Cartografia Geotécnica ........................................................................................... 15
2.2.4. Mapeamento de uso e ocupação.............................................................................. 17
2.2.5. Mapeamento Geomorfológico ................................................................................ 22
Geomorfologia urbana ............................................................................................ 23
Técnica de Avaliação de Terreno ........................................................................... 25
Sistemas de Terreno .......................................................................................... 26
Unidade de Terreno ........................................................................................... 27
Elemento de Terreno ......................................................................................... 27
2.3. Análise Temporal ................................................................................................................. 28
2.4. Contribuições ao uso do solo em Ouro Preto ....................................................................... 30
CAPÍTULO 3. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................... 33
3.1. Fase 1 - Pesquisa Bibliográfica ............................................................................................ 35
3.2. Fase 2 - Elaboração da Base cartográfica............................................................................. 35
3.3. Fase 3 - Elaboração dos mapas temáticos ............................................................................ 36
3.3.1.Mapas compilados ................................................................................................... 36
vii
Oliveira, L.D., 2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências
Mapa de ocupação urbana de Ouro Preto (MG) entre 1698 e 1940 ........................ 36
Carta de ocorrência de movimentos de massa e carta de risco .............................. 36
Mapa litoestratigráfico ............................................................................................ 37
Mapa topográfico - escala 1:5.000 .......................................................................... 37
3.3.2 Mapas temáticos gerados ......................................................................................... 38
Mapa Hipsométrico - escala 1:25.000..................................................................... 38
Mapa de áreas de mineração em Ouro Preto (MG)................................................. 38
Mapa de Landform .................................................................................................. 38
3.3.3.Mapas da área urbana de Ouro Preto........................................................................ 39
Área urbana de 1950 ............................................................................................... 39
Área urbana de 1969 ............................................................................................... 39
Área urbana de 1978 ............................................................................................... 39
Área Urbana de 1986 .............................................................................................. 40
Área Urbana de 2004 .............................................................................................. 40
Mapa de tendências de expansão na área urbana de Ouro Preto - MG ................... 40
3.4. Fase 4 - Campanhas de campo ............................................................................................. 40
3.5. Fase 5 - Análise das áreas de tendências à expansão urbana ................................................ 41
CAPÍTULO 4. ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................ 42
4.1. Clima ................................................................................................................................ 43
4.2. Rede Hidrográfica ................................................................................................................ 43
4.3 Vegetação .............................................................................................................................. 44
4.4. Geologia .............................................................................................................................. 45
4.4.1.Supergrupo Rio das Velhas ...................................................................................... 48
Grupo Nova Lima ................................................................................................... 48
4.4.2. Supergrupo Minas ................................................................................................... 48
Grupo Caraça .......................................................................................................... 48
Grupo Itabira ........................................................................................................... 48
Grupo Piracicaba ..................................................................................................... 49
Grupo Sabará .......................................................................................................... 49
Grupo Itacolomi ...................................................................................................... 49
Formações Superficiais ........................................................................................... 49
4.5. Geomorfologia ...................................................................................................................... 50
4.5.1. Contexto regional .................................................................................................... 50
viii
4.5.2. Contexto local ......................................................................................................... 51
4.6. Geotecnia.............................................................................................................................. 52
4.7.Uso e ocupação ..................................................................................................................... 56
4.8. Processos geodinâmicos ....................................................................................................... 58
CAPÍTULO 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 61
5.1. Introdução ............................................................................................................................ 61
5.2.Geomorfologia urbana de Ouro Preto ................................................................................... 62
5.3.Antigas minerações x ocupação urbana ................................................................................ 72
5.4.Ocupação urbana de Ouro Preto/1950 .................................................................................. 77
5.5.Ocupação urbana de Ouro Preto/1969 .................................................................................. 80
5.6.Ocupação urbana de Ouro Preto/1978 .................................................................................. 83
5.7. Ocupação urbana de Ouro Preto/1986.................................................................................. 87
5.8. Ocupação urbana de Ouro Preto/2004.................................................................................. 91
5.9. Tendências atuais de expansão ............................................................................................. 97
5.9.1. Área 1 - São Cristovão .......................................................................................... 100
5.9.2. Área 2 - Morro São Sebastião ............................................................................... 103
5.9.3. Área 3 - São Francisco .......................................................................................... 106
5.9.4 Área 4 - Nossa Senhora de Lourdes e Jardim Alvorada ........................................ 109
5.9.5 Área 5 - Morro da Queimada ................................................................................. 111
5.9.6. Área 6 - Morro São João ....................................................................................... 114
5.9.7. Área 7 - Nossa Senhora da Piedade ...................................................................... 116
5.9.8. Área 8 - Taquaral .................................................................................................. 118
5.9.9. Área 9 - Santa Cruz ............................................................................................... 120
5.9.10. Área 10 - Novo Horizonte, N.S. do Carmo e Lagoa ........................................... 122
5.10. - Discussão dos resultados................................................................................................ 125
CAPÍTULO 6. CONCLUSÕES ............................................................................................. 129
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 131
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Oliveira, L.D., 2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências
Lista de Figuras
x
Figura 5.23. Registro de movimentos de massa e áreas de antigas minerações...........................96
Figura 5. 24. Área com tendência a expansão urbana no núcleo urbano de Ouro Preto ..............98
Figura 5.25. Evolução da ocupação, geologia, declividade no bairro São Cristovão ................101
Figura 5.26. Declividade, geologia e expansão urbana no Morro São Sebastião ......................104
Figura 5.27. Declividade, geologia e expansão urbana do bairro São Francisco .......................107
Figura 5.28. Declividade, geologia e evolução da ocupação no Jd. Alvorada e N.S.Lourdes ...110
Figura 5.29. Declividade, geologia e evolução da ocupação no Morro da Queimada ...............113
Figura 5.30. Declividade, geologia e evolução da ocupação no Morro São João ......................115
Figura 5.31. Declividade, geologia e evolução da ocupação no N.S.da Piedade .......................117
Figura 5.32. Declividade, geologia e evolução da ocupação no Taquaral .................................119
Figura 5.33. Declividade, geologia e evolução da ocupação no Santa Cruz..............................121
Figura 5.34. Declividade, geologia e evolução da ocupação nos bairros Lagoa, N.S.Carmo e Novo
Horizonte....................................................................................................................................124
xi
Lista de Quadros e Tabelas
Tabela 2.1. Classes de adensamento urbano mapeadas e seus respectivos índices de impermeabilização
..................................................................................................................................................... 28
Tabela 3.1. Classes de declividade da área de estudo ................................................................. 37
Quadro 4.1. Índice pluviométrico mensal (série 1988 - 2004) .................................................... 43
Tabela 4.1. Parâmetros geotécnicos da cidade de Ouro Preto (MG) ........................................... 53
Tabela 4.2. Qualidade geotécnica dos litotipos locais ................................................................. 55
Tabela 4.3. Escala de graus de alteração ..................................................................................... 55
Tabela 4.4. Número de feições e porcentagem relativa dos tipos de mov. gravitacionais .......... 60
Tabela 5.1. Evolução da população urbana do distrito-sede de Ouro Preto-MG ........................ 61
Tabela 5.2. Número de ocorrências de movimentos de massa e processos correlatos ................ 70
xii
Resumo
A partir de 1950 o município de Ouro Preto - MG, que até então vivia uma fase de declínio em função do
esgotamento do ouro, iniciou a recuperação econômica impulsionado pela industrialização incentivando o
retorno populacional ao município. O presente trabalho objetivou cartografar as direções dos movimentos
populacionais durante as cinco décadas que se seguiram no distrito-sede do município de Ouro Preto,
numa área de 35km². A cidade, centro político, econômico e educacional evoluiu sobre condições físicas
de relevo muito especiais, vales encaixados e encostas íngremes, rochas bastante alteradas. A ocupação
sem planejamento resultou na inobservância dos métodos técnicos de construção e de utilização adequada
do meio físico. Os números de locais para a construção são reduzidos acarretando em problemas típicos
como ocupação irregular de terrenos e em áreas de risco. Fotografias aéreas foram utilizadas para elaborar
os mapas da área urbana de Ouro Preto, mapa de landform e mapa das áreas de mineração. Os
procedimentos indicaram dez áreas com tendências a expansão urbana na cidade, que foram
posteriormente analisadas utilizando informações geológicas, geomorfológicas (declividade, geometria
dos topos e vertentes, hipsometria e processos superficiais) e geotécnicas. Detectou-se setores que são
aptos a expansão enquanto outros devem ser controlados ou mesmo proibido, procurando contribuir com
a proposta de zoneamento do Plano Diretor e Lei de Uso e Ocupação do Solo do município.
xiii
Oliveira, L.D., 2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências
Abstract
From 1950 the city of Ouro Preto - MG, who until then lived a phase of decline, due to the depletion of
gold, started the economic recovery driven by industrialization, encouraging a return to the city
population. This study aimed to map out the directions of population movements during the five decades
that followed the city of Ouro Preto, an area of 35 km ². The city center of political, economic and
educational evolved over physical conditions of very special importance, valleys and steep slopes, rocks
altered. The occupation without planning resulted in the imprudence of the technical methods of set
construction and proper use of the environment. The number of sites for construction are reduced,
resulting in typical problems such as illegal occupation of land and in areas of risk. Aerial photographs
were used to produce maps of the urban area of Ouro Preto, landform map and map of mining areas. The
procedures indicated ten areas with urban sprawl trends in the city, which was subsequently analyzed
using geology, geomorphology (slope, geometry of the slopes and tops, hypsometry and surface
processes) and geotechnical engineering. Were detected sectors that are able to expand while others must
be controlled or even banned, trying to contribute to the proposed zoning of the Master Plan and the Law
of use and occupation of the city.
xiv
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1. APRESENTAÇÃO
O ordenamento territorial, ferramenta fundamental para criação de condições de apoio a um
desenvolvimento econômico, social e político equilibrado, tem sido promovido por diferentes meios e
com distintos graus de intencionalidade. Analisadas em qualquer escala (nacional, regional e local), as
práticas de ordenamento do território refletem as mudanças de relação nas ações do Estado
contemporâneo. De outra maneira, pode-se dizer que o arranjo espacial de uma determinada cidade,
município, estado ou nação reflete as políticas territoriais adotadas em diferentes épocas.
Como o ocorrido na fase desenvolvimentista do Brasil, as políticas de ordenamento territorial
podiam ser vistas como um instrumento do Estado centralizador e da reestruturação produtiva que
caracterizou boa parte da segunda metade do século vinte (Ministério da Integração Nacional 2006a).
O ordenamento do territorio (OT) é uma questão política associada à mudança de natureza do
Estado e do território, e da relação do Estado com seu território. O ordenamento apresenta relações
essenciais, não somente com o desenvolvimento regional, mas também com o desenvolvimento histórico
do país. Seu desdobramento e redefinição exigem horizontes temporais que não se esgotam no curto prazo
(Ministério da Integração Nacional 2006b).
O Sudeste concentra, entre as regiões brasileiras, a maior população humana. A região contava no
ano 2007 com uma população de 77.873.120 habitantes, distribuídos numa área ocupada de 930.980,8
km². Seu Produto Interno Bruto (PIB) foi estimado em US$ 49,3 bilhões (2006). Estes e outros aspectos
contribuem para as variações de média a alta no número de hab/km² nas microrregiões, conforme os
Índices de Densidade Territorial (IDT) (Ministério da Integração Nacional 2006c).
Os IDT mais altos se encontram nas microrregiões geográficas que envolvem as capitais estaduais
(São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Vitória). Mas é o Estado de Minas que apresenta os maiores
contrastes. O norte do Estado apresenta microrregiões, em sua maioria, com médios IDT. O restante do
Estado possui uma configuração mais uniforme, com médio-altos IDT.
O Estado de Minas Gerais é composto por 66 microrregiões geográficas que podem ser
consideradas de média-alta densidade demográfica. A microrregião (MRG) de Belo Horizonte destaca-se
com a de densidade muito alta (730,9 hab/km²) e as MRG de menor densidade se encontram no norte do
Estado, com destaque para Grão Mongol, com somente 4,5hab/km². Ouro Preto possui uma densidade
populacional que varia entre 41 a 70 hab/km² (Ministério da Integração Nacional 2006a).
Oliveira, L.D., 2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências
2
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Entretanto, se fossem seguidas todas as restrições legais e físicas ao parcelamento do solo nos
terrenos onde se assenta a cidade de Ouro Preto, não haveria locais propícios para o assentamento e a
expansão urbana, ou esses seriam em número reduzido e pontuais. O que se vê, ao contrário, é o contínuo
crescimento da cidade para locais potencialmente problemáticos, onde a incorreta utilização do meio
físico acaba deflagrando processos superficiais que podem ser problemático no que se refere à segurança
da população.
Para fins de planejamento, é indispensável o levantamento das possíveis áreas de crescimento do
município, não só com um olhar demográfico mas, sobremaneira, com atenção aos atributos do meio
físico, com a finalidade de disciplinar os futuros assentamentos, ao invés, de consertar o que foi
consolidado.
Diante disso, o presente trabalho visa integrar informações como vias de acesso e assentamentos
humanos - tratados aqui como variáveis urbanas - às informações do meio físico local, para compor o
estudo espaço-temporal da cidade de Ouro Preto a partir da década de 1950 do século XX. A
possibilidade de integração de imagens multi-temporais com os trabalhos do meio físico já realizados
pode fornecer informações sobre as áreas ocupadas, se estão sendo seguidas as diretrizes do plano diretor,
as características geotécnicas dos terrenos, as limitações quanto à declividade, etc.
1.2. LOCALIZAÇÃO
A área de estudo é o distrito sede do município de Ouro Preto, localizado na região central do
estado de Minas Gerais, a cerca de 100 km da capital estadual - Belo Horizonte. O acesso a partir da
capital é feito no sentido Rio de Janeiro - RJ pela rodovia BR 040 até o entroncamento com a rodovia BR
356 (Rodovia dos Inconfidentes), seguindo até o município de Ouro Preto, distante aproximadamente 60
km. Outro percurso pode ser feito a partir de Vitória, capital do estado do Espírito Santo pela rodovia BR
262, até o entroncamento com a rodovia MG 262 no município de Rio Casca - MG - seguindo até o
município de Mariana, distante aproximadamente 120 km. A figura 1.1.ilustra a localização da área de
estudo, que tem cerca de 35 km².
3
Oliveira, L.D., 2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências
Fig. 1.1. Localização da área de estudo. Distrito - sede do município de Ouro Preto - Minas Gerais
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
1.3. OBJETIVOS
Objetivo geral
Analisar a evolução da ocupação na área urbana de Ouro Preto nas últimas cinco décadas e
investigar suas atuais tendências, buscando elementos que auxiliem no suporte ao planejamento urbano da
cidade.
Objetivos específicos
• Identificar os atuais problemas relacionados ao uso/ocupação do solo na área urbana de Ouro
Preto;
• Estudar a evolução da ocupação e expansão da área urbana;
• Levantar o quadro atual da ocupação urbana;
• Examinar usos atuais e conflitos em relação ao meio físico, à legislação vigente e ao plano diretor
municipal;
• Analisar tendências do uso e ocupação do solo;
• Gerar produtos cartográficos que auxiliem no planejamento urbano.
Os capítulos que se seguem a esta apresentação estão organizados da seguinte maneira: o capítulo
2 - Revisão bibliográfica, trará aqueles elementos que subsidiaram a pesquisa tanto em termos conceituais
como em termos metodológicos. Os assuntos que serão tratados ali dizem respeito principalmente aos
estudos do meio físico aplicados em áreas urbanas de maneira geral - diversas modalidades de
mapeamento de uso e ocupação, análise temporal, mapeamento geomorfológico e técnica de avaliação de
terreno. A outra parte da revisão trata dos trabalhos aplicados na área urbana de Ouro Preto - Minas
Gerais.
O capítulo 3 apresenta os materiais e procedimentos utilizados para a realização do estudo. A
diagramação desse capítulo está dividida segundo fases, que foram sendo realizadas no andamento do
trabalho. Entretanto, a realização das fases - de algumas delas - se deu de maneira concomitante.
O capítulo 4 apresenta a área de estudo, principalmente com relação aos aspectos do meio físico
como clima, vegetação, hidrografia, geomorfologia, geologia, geotecnia, uso e ocupação e processos
geodinâmicos.
O capítulo 5 expõe os resultados alcançados com a análise multi-temporal da ocupação urbana, o
mapa de landform a partir da técnica de avaliação de terreno e o panorama da mineração na cidade. As
discussões encerram o capítulo.
5
Oliveira, L.D., 2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências
6
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Guell (1997 apud Rodrigues 2002), a análise do meio estabelece as bases para
identificar e compreender tanto as oportunidades como as ameaças derivadas de acontecimentos externos
que afetam o sistema funcional urbano, mas que estão fora do seu controle. A necessidade de se observar
o "mundo exterior" à cidade é baseada no pressuposto de que os indicadores externos podem servir para
fixar a posição relativa interna. Em outros termos, o sucesso ou o fracasso frequentemente apresentam
significado maior quando são avaliados a partir de bases comparativas.
Nenhuma situação é, por si própria, oportunidade ou ameaça. A chave para identificar a correta
situação consiste em discernir o que ela representa para a cidade, pois, qualquer situação pode ser
entendida com tendência a um acontecimento que pode conduzir ao desenvolvimento sempre que a
resposta estratégica for adequada, aponta Guell (1997 apud Rodrigues 2008).
Os instrumentos tradicionais de planejamento urbano têm encontrado limitações devido a
dificuldade de controlar as forças externas ao processo de planejamento; a lenta assimilação de novas
tecnologias; o baixo conhecimento da evolução dos processos sociais e dificuldade para integrar eficaz e
eficientemente as equipes interdisciplinares.
Rodrigues (2008) aponta que esta situação tem propiciado a aparição de novos enfoques
metodológicos além de instrumentos de análise que enfatizam os seguintes aspectos:
• Predomínio do processo: o planejamento tradicional separava projeto e execução e não
estabelecia um caminho sistemático para gerir a evolução da cidade. Hoje em dia ressalta-
se a importância do plano como processo facilitador da gestão urbanística;
• Enfoque integrado e coordenado: o planejamento setorial das cidades tem impedido a
possibilidade de uma visão global de sua problemática e a formulação de um modelo
integrado para o desenvolvimento futuro. A fim de superar o planejamento setorizado do
passado, tem sido proposta a integração do planejamento setorial assim como a
coordenação horizontal e vertical entre os diversos níveis territoriais e administrativos do
planejamento;
• Enfoque estratégico: o planejamento nominativo e centralizado, característico das
décadas de 60 e 70 tem entrado em crise; a tendência atual encontra-se embasada nos
conceitos e nas técnicas baseadas na reflexão e gestão estratégica;
• Orientação ao custo benefício: antigamente o planejamento limitava-se a considerar
somente os objetivos e atualmente a tendência é a de estabelecer critérios de custo-
benefício que avaliam e priorizam suas determinações;
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Como resposta às questões ambientais originadas por processos geológicos desencadeados pelo
homem, idealiza-se um modo de utilização da geologia na ocupação do meio físico com o intuito de
estudar e propor soluções para os problemas que o homem enfrenta ao fazer uso da terra e a reação da
terra a esse uso. Estabelecem-se as bases da geologia ambiental. A geologia relacionada ao planejamento
urbano nasce dos obstáculos enfrentados pela geologia ambiental.
2.2.1. Introdução
O Brasil, por sua grande extensão e diversidade de condições climáticas, está sujeito aos desastres
naturais, principalmente aqueles associados às porções susceptíveis do seu relevo. Além da freqüência
elevada destes desastres de origem natural, também ocorrem no país um grande número de eventos
induzidos pela ação antrópica. Exemplo disso é o fato das metrópoles e cidades grandes conviverem com
acentuada incidência de eventos induzidos por cortes nas encostas para a implantação de moradias e
estradas, desmatamentos, atividades de extração de recursos minerais, disposição final de lixo e esgotos.
(Amaral, 1996 apud Zaidan & Fernades, 2008).
Há instrumentos legais que regulam a intervenção no meio físico, e dois dentre esses é a Lei
Federal 6766/79 (Brasil 79) e a Lei Federal 4771/65, que institui o Código Florestal (Brasil 65). A
primeira declara no Capítulo I, art 3° parágrafo único, que não será autorizado o parcelamento do solo nas
seguintes condições:
I - em terrenos alagadiços e sujeito a inundações, antes de tomadas as previdências para assegurar
o escoamento das águas;
II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam
previamente saneados;
III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas as
exigências específicas das autoridades competentes;
IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias
suportáveis, até a sua correção.
A segunda Lei define em seu art.2° quais são as áreas de preservação permanente, entre elas:
I - nos topos de morros, montes, montanhas e serras;
II - nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de
maior declive.
13
Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
Segundo Carvalho (1999), a cidade é a mais complexa obra humana, compreendendo camadas
estruturais interagindo com vários agentes e na maioria das vezes sob escassa coordenação das leis. As
camadas estruturais dividem-se entre: infra-estrutura - correspondente ao sistema geológico; a meso-
estrutura - correspondente aos sistemas de transporte, água, esgoto e a super-estrutura - correspondente as
obras dos cidadãos.
Portanto, para se administrar ou legislar corretamente, é importante que o Poder Público, nas suas
três escalas, compreenda o conjunto das relações entre as camadas. Os aspectos ligados ao meio físico e,
principalmente, à infra-estrutura geológica desempenham um papel importante na interação do homem
com o meio ambiente.
A alteração no meio físico inicia-se desde o momento que antecede a construção, na fase de
implantação, podendo gerar os impactos descritos acima. Na fase posterior da ocupação, os impactos
podem ser causados pela :
• Exposição dos materiais naturais em taludes de corte e aterro;
• Saturação de solos superficiais por vazamento das redes de água pluviais, abastecimento
de água, esgotamento sanitário;
• Produção e destinação de resíduos sólidos e líquidos;
• Aumento dos níveis de ruído e vibração.
O prévio e adequado conhecimento do meio físico, ou seja, limitação e comportamento de cada
unidade geológico-geotécnica frente às solicitações impostas pela ocupação, adquirem maior importância
Em um país como o Brasil, com potencialidades de desenvolvimento e perspectivas de expansão
na ocupação territorial, é indispensável uma política de planejamento territorial do meio físico, recorrendo
ao uso de mapas que possibilitem o auxílio e interpretação de dados que posteriormente possam ser
utilizados como subsídios ao planejamento urbano e regional. A ocupação adequada do solo deve ser
realizada através da construção de obras civis adequadas às condições geotécnicas e ambientais de
determinadas localidades.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Dentre as várias modificações do ambiente impostas pela atividade humana, com todo seu
potencial tecnológico transformador, são os aglomerados urbanos e industriais que provocam as mais
intensas alterações em termos de magnitude, complexidade e persistência no tempo e no espaço, cuja
sinergia tem desencadeado efeitos prejudiciais à qualidade de vida da população.
Entre as consequências das mudanças na superfície original dos terrenos pode-se citar:
• As terraplanagens e aterros para novas construções, ou acúmulo de resíduos sólidos
urbanos, resultando na elevação dos terrenos;
• Rebaixamento dos terrenos para escavações para abertura de estradas, explotação de
pedreiras;
• Disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos industriais;
• Explotação de recursos hídricos superficiais e subterrâneos
• Explotação de insumos minerais para a construção civil, como areia, pedra britada e
argilas vermelhas para cerâmica;
• Práticas agrícolas de desmatamento e queimadas;
A ocupação humana e o seu modo de produção do espaço urbano têm proporcionado o
surgimento de problemas de risco como escorregamentos e enchentes, cuja origem remonta a própria
ocupação do meio físico, aponta Oliveira (1996).
A capacidade de previsão desses fenômenos de risco é inerente ao planejamento urbano ao
caracterizar locais mais suscetíveis. Englobam essas previsões o uso dos recursos naturais, hídricos e
minerais, a disposição de resíduos e como essas manifestações do meio físico se interagem com o
ambiente construído, afirma Oliveira (1996).
Como o intuito de adotar medidas preventivas e corretivas mais adequadas tem-se utilizado
instrumentos onde é possível prever o comportamento futuro dos terrenos frente às alterações impostas
pelo uso urbano. Um desses instrumentos é a cartografia geotécnica.
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Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Entre os anos 2002 e 2003, foi realizado no município de São Paulo, um mapeamento das áreas
de risco envolvendo 214 áreas de encostas e margens de córregos em assentamentos precários, a fim de
elaborar planos de intervenção voltados a controlar os riscos existentes (Cerri et al., 2007). Para se
determinar a possibilidade de ocorrência de escorregamentos na encostas e nas margens dos rios, foi
criado um Termo de Referencia definindo o grau de probabilidade de ocorrência de processos de
instabilização, conforme demonstra a tabela .
Cerri et al.(2007) afirmam que a caracterização dos processos de instabilidade e a definição de
medidas alternativas de intervenção podem auxiliar na redução dos riscos locais. Algumas das sugestões
de medidas são o mapeamento geotécnico complementar, inclusive investigações de subsuperfície e para
as áreas com probabilidade alta e muito alta de instabilização, a implantação de sistemas efetivos de
monitoramento. Segundo Cerri et al.(2007), os resultados permitiram a administração municipal elaborar
um plano estratégico de intervenções para redução e controle de riscos mapeados.
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Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
Uma dessas ferramentas é o zoneamento ambiental ou geoambiental. Segundo Egler et al. (2003),
ele deve ser visto como um modelo de gestão do território, baseado na ampla transparência e
disponibilidade de informações e na, não menos ampla, negociação social das metas de regulação de
apropriação e uso do território. Embora pautado na identificação de áreas homogêneas, ele procura tirar
partido da diversidade territorial, promovendo a compatibilidade sistêmica entre as zonas.
O impacto do crescimento urbano sobre regiões naturais tem despertado a necessidade de
compreensão das agressões sobre o meio e um exemplo de área fortemente adensada é a Baía de
Guanabara. As condições naturais da baía fazem dela uma região fértil do ponto de vista da produção
primária, o que abrigou um conjunto diversificado de ecossistemas desde a Mata Atlântica nas encostas
até os manguezais que se estendem nas margens da baía. (Egler et al. 2003).
Na Região Metropolitana de Campinas utilizou-se a técnica de compartimentação fisiográfica
(Fernandes-da-Silva et al. 2005) ao realizar o zoneamento geoambiental para avaliar a suscetibilidade a
processos geodinâmicos superficiais e a vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação. Essa técnica
consiste em utilizar imagens de sensoriamento remoto para individualizar os elementos do meio físico. A
abordagem fisiográfica consiste em (1) compartimentação da paisagem em unidades fisiográficas (2)
caracterização das unidades em termo de propriedades e características dos terrenos que interferem,
condicionam ou são afetadas pelas atividades humanas (3) a avaliação dessas unidades em termos de
fragilidades, potencialidades, riscos e impactos geoambientais associados.
Estudos relativos à fragilidade de ambientes são importantes ao planejamento ambiental, afirma
Sporl & Ross (2004). Ross (1994) propõe metodologia para análise ambiental da fragilidade denominado,
Modelo de Fragilidade Potencial Natural com Apoio nos índices de Dissecação do Relevo.
Para Spörl & Ross (2004) as unidades de fragilidade dos ambientes naturais devem ser resultantes
dos levantamentos da geomorfologia, solos, cobertura vegetal, uso da terra e clima que, analisados
conjuntamente proporcionam o diagnóstico dos ambientes naturais.
O modelo proposto por Ross (1994) indica que cada uma dessas variáveis seja hierarquizada em
cinco classes de acordo com sua vulnerabilidade. As variáveis mais estáveis com valores próximos de 1,0,
variáveis intermediárias em torno de 3,0 e variáveis mais vulneráveis valores próximos de 5,0.
Recurso que vem sendo utilizado com freqüência, o SIG (Sistema de Informação Geográfica) tem
auxiliado nos trabalhos de avaliação do meio físico. Ferreira et al. (2008) utilizaram a ferramenta para
elaborar mapas de suscetibilidade aos escorregamentos translacionais na Serra do Mar através de análise
multicriterial ponderada. Litologia, declividade e formas das vertentes foram os aspectos selecionados
para gerar os mapas.
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Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
A condição árida do clima, a presença de encostas com forte inclinação e solos pouco
desenvolvidos que superficialmente se apresentam desnudos em proporção considerável, tornam a
paisagem da região sumamente frágil e susceptível de ser afetado por atividades que se desenvolvem na
região. Em sua carta de "zoneamento por condições de erosão hídrica", o autor conclui que a densidade de
drenagem está relacionada com o grau de inclinação das encostas tanto como os tipos litológicos
encontrados na região.
Garcia (2010) analisou o potencial de expansão e ocupação urbana de Timóteo, região do Vale do
Aço em Minas Gerais, atribuindo pesos e notas, técnica conhecida como "Árvore de Decisão" (Moura
2003). Para gerar o mapa de potencial expansão urbana, primeiramente elaborou-se um mapa de infra-
estrutura urbana (coleta de lixo, rede de esgoto e rede de água) utilizando o setor censitário do IBGE.
Posteriormente, elaborou-se o mapa geomorfológico de Timóteo a partir de fotointerpretação e
campanhas de campo. Utilizando a técnica atribui-se pesos e notas para os mapas de geomorfologia e
infra-estrutura, com posterior cruzamento dos mapas, resultando no mapa de potencial à expansão e
ocupação urbana de Timóteo. O mapa de geomorfologia teve um peso maior na análise pois se considerou
o meio físico como orientador mais direto na ocupação.
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Um exemplo de mapeamento Geomorfológico com esse enfoque foi realizado no Arroio Santa
Bárbara, no município de Pelotas (RS) (Simon & Cunha 2008). Através da interpretação de fotografias
aéreas, de 1965 e 1995 e uma imagem orbital de 2006, checaram-se as morfografias, principalmente
aquelas formas de relevo que indicavam maior dinâmica erosiva. Os autores, por meio do
desenvolvimento de estruturas socioeconômicas que propiciam a ocupação do espaço e apropriação dos
recursos naturais, a morfologia original, por estar em contato com as ações humanas, passa a sofrer
transformações estruturais que contribuirão para a mudança na sua dinâmica.
A análise geomorfológica consiste na identificação e mapeamento dos compartimentos de relevo
determinados por fatores naturais, originados por processos climáticos passados e atuais, quando a
morfologia encontra-se praticamente em situação original. Mas há o que se considerar sobre a intervenção
humana na paisagem natural. Essa intervenção ocasionalmente altera a geometria do relevo, modificando
as formas, que ora são criadas, ora são induzidas pela atividade do homem. Dentro do contexto urbano,
surgem trabalhos que buscam a apreensão da geomorfologia dentro da cidade.
Geomorfologia urbana
Trabalhar com o ambiente urbano, sob alguns aspectos, principalmente os do meio físico, pode
apresentar-se como tarefa árdua, uma vez estando o meio abiótico já bastante alterado pela intervenção
humana. Um dos aspectos que tem sido estudado é a geomorfologia. E como o objeto é recente, sob o
ponto de visto do planejamento, este também demanda novas metodologias de estudo que se apliquem ao
ambiente urbano.
Fugimoto (2005) afirma que para uma avaliação geomorfológica é necessário incluir em sua
análise uma abordagem histórica das formas de relevo, do material de cobertura superficial e dos
processos geomorfológicos, pois estes revelam as dimensões das alterações ambientais no espaço urbano.
Ross (1992) revela que a análise geomorfológica consiste na identificação e mapeamento das
formas de relevo, no seu significado morfogenético e nas influências estruturais e esculturais.
Em uma sub-bacia pertencente à bacia hidrográfica do Arróio Dilúvio, em Porto Alegre,
Fugimoto (2005), para sua análise geomorfológica, utilizou-se da caracterização do material de cobertura
superficial, onde foram retirados parâmetros de granulometria, umidade do solo, limite de liquidez, limite
de plasticidade, índice de plasticidade e índice de consistência. Além dessa caracterização do material da
cobertura superficial, foi importante a definição dos táxons que seriam usados. As formas de relevo
decorrentes da intervenção urbanas foram classificadas em formas criadas ou construídas pela atividade
humana e em formas induzidas pelas atividades humanas. Fugimoto (2005) aponta novos padrões de
comportamento morfodinâmicos gerados pelas modificações no relevo, que podem ser identificados pela
tipologia e pelo estado de alteração da paisagem, tais como:
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Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
Neste contexto, o mapeamento geotécnico surgiu como uma tentativa de coletar, analisar e
representar as condições do meio físico numa forma tecnicamente adequada a estudos posteriores visando
a implantação de projetos de engenharia civil (Lollo, 1995).
Na busca de processos de caracterização dos elementos naturais que conjugassem menos custo e
maior agilidade possível, o mapeamento geotécnico encontrou na geomorfologia uma ferramenta bastante
útil.
Este método de zoneamento do terreno, denominado avaliação de terreno se baseia na
possibilidade de reconhecimento (por meio de trabalhos de campo e do uso de sensores remotos) das
formas de terreno (landform) e de suas associações espaciais, e seu posterior zoneamento, considerando a
premissa de que estas unidades básicas do terreno (desde que evoluindo sob as mesmas condições
ambientais) devam se constituir em unidades básicas de materiais.
De acordo com Lollo (1995), conforme as dimensões que o "landform" apresenta e o enfoque
que se pretende dar à análise, são costumeiramente utilizados três níveis hierárquicos: 1-sistemas de
terreno - que correspondem à uma associação de formas, por exemplo um relevo composto por colinas e
vales; 2- unidade de terreno, que são formas individuais como uma colina por exemplo; e 3- elemento de
terreno, porção que compõe uma forma, como o topo de uma colina por exemplo.
Lollo (1995) observa que o terceiro nível hierárquico - elemento de terreno - requer um grande
nível de detalhamento e sua aplicação só se torna possível em escalas locais de trabalho maiores que
1:25.000, preferencialmente 1:10.000.
Sistema de Terreno
Maior dentre os níveis hierárquicos de "landform", o sistema de terreno pode ser descrito como:
associação de formas de relevo com expressão espacial determinada e que representa condições similares
de processos evolutivos e de materiais associados, representando um conjunto de processos ou um
intervalo de tempo durante o qual este conjunto de processos se encontrou ativo, esperando-se que
apresente uniformidade de substrato rochoso.
Tal processo se inicia com a observação do fotomosaico da área de estudo, permitindo um
primeiro zoneamento, o qual é posteriormente aperfeiçoado através da análise de estereopares
fotográficos, seguida da observação de mapas topográficos (em escala compatíveis com as das fotografias
aéreas) verificando-se a expressão espacial das formas delimitadas e possibilitando assim os processos de
generalização (conceitual e gráfica) efetuados a partir de uma etapa de interpretação de estereopares, para
que se obtenha então o mapa de sistemas de terreno.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Unidade de Terreno
Primeira subdivisão do sistema de terreno, a unidade de terreno pode ser descrita como "forma
individual do terreno que se distingue das outras às quais está associada por indicar um determinado sub-
conjunto de processos do sistema de terreno no qual se situa. Estas características devem se refletir em
nível de diferenças do material inconsolidado associado à unidade.
A delimitação das unidades de terreno se dá com base em características geomorfológicas tais
como forma topográfica, amplitude de relevo, inclinação de vertentes e caracterização de organização da
drenagem em termos de freqüência e estruturação da rede de canais.
Neste ponto é importante que se destaque um aspecto importante da aplicação da avaliação do
terreno para este nível hierárquico. O processo de análise dos estereopares consiste de identificação de
padrões de formas e de sua delimitação.
Elemento de Terreno
O elemento de terreno corresponde a uma subdivisão da unidade de terreno e pode ser entendido
como "parte de uma forma individual do relevo distinguível das demais partes em termos de inclinação ou
forma da vertente, posição topográfica, ou forma topográfica, e que deve refletir condições diferenciadas
de espessura de materiais inconsolidados ou variações laterais no perfil destes materiais".
Caso este nível hierárquico seja considerado, o processo de zoneamento usado para sua
delimitação é o mesmo usado para a unidade de terreno, apenas considerando-se o maior detalhe
requerido e o uso de sensores remotos em maiores escala, usando a técnica de aerofotodedução
(associação das informações coletadas com o conhecimento do intérprete sobre o terreno e os materiais
nele presentes permitindo a obtenção de informações derivadas - não obtidas diretamente do sensor)
Outra diferença marcante a ser destacada no levantamento de elementos de terreno com relação
aos outros níveis hierárquicos é o fato de que este, por ser um trabalho de detalhe, normalmente visando a
solução de problemas específicos, requer uma amostragem mais densa, além de incluir às vezes a
abordagem paramétrica (uso de medidas das formas de terreno) e de ensaios de campo e laboratório
(dependendo do problema em estudo),visando uma caracterização o mais precisa possível da área
estudada.
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Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
Tabela 2.1 - Classes de adensamento urbano mapeadas e seus respectivos índices de impermeabilização
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Mendes Júnior & Ayup-Zouain (2004), estudando a expansão urbana de Gramado, utilizaram
plantas cadastrais de 1984 e fotografias aéreas de 1999 para atualização das plantas cadastrais de 84 e
posteriormente, analisar a evolução da ocupação, na escala 1:5.000. O resultado da expansão urbana em
Gramado foi dado pelo número de edificações por bairro e pela área urbana total de Gramado para 1984 e
1999. Com base nesses dados, calculou-se o percentual e a posição dos centróides para as datas estudadas,
permitindo a determinação da magnitude e do sentido da expansão da ocupação urbana.
Souza e Costa (1998) avaliaram o processo de verticalização de São José dos Campos utilizando
fotografias aéreas de diferentes épocas, com escalas díspares. O resultado encontrado para o processo de
verticalização de São José dos Campos foi obtido com a elaboração de croquis interpretados diretamente
sobre fotografias aéreas. Na fotointerpretação deu-se ênfase em demarcar os edifícios, unidade por
unidade, obtendo posteriormente, o percentual de edifícios em relação a datas anteriores.
A utilização de imagens temporais nos estudos de expansão urbana é comumente utilizada para
trabalhos de prognóstico, ou seja, a partir de uma sucessão de imagens apontar os problemas futuros que
poderão ser encontrados caso a ocupação se mantenha neste ou naquele sentido. É comum nos trabalhos
dessa natureza, a relação entre a ocupação com aspectos do meio físico, geologia, geomorfologia,
pedologia e geotecnia.
Higashi & Hochhein (2004) analisaram a expansão urbana do município de Tubarão-SC,
utilizando imagens de três momentos distintos. As imagens foram o resultado da transformação de
arquivos vetoriais para arquivos raster. A partir de polígonos de ruas, bairros e mancha urbana de cada
época foram transformados em raster para posterior sobreposição das épocas.
A visualização do crescimento urbano de Tubarão em três momentos possibilitou a visualização
de vetores de crescimento, que os autores chamaram de vetores de crescimento externos (aqueles que
ocorriam nas adjacências do limite de cada época) e vetores de crescimento interno (aqueles que ocorriam
em espaços vazios dentro da mancha já consolidada). Relacionando os tipos de solo e declividade,
Higashi & Hochhein (2004) caracterizaram os locais de adensamento futuro.
Itabirito, município localizado a sudoeste do Quadrilátero Ferrífero - Minas Gerais, apresenta
inúmeras formas erosivas que foram mapeadas por Santos et. al., (2004). Nas bacias hidrográficas que
abastecem a região foram mapeadas voçorocas que podem atingir 300 metros de comprimento, 200
metros de largura com até 50 metros de profundidade, causando prejuízos nas propriedades rurais,
remoção da camada fértil do solo e assoreamento dos córregos.
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Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
O mapeamento foi realizado com auxilio de fotografias aéreas e ortofotos de períodos diferentes
para cadastro e análise da evolução das feições no município. As feições erosivas foram caracterizadas
segundo seus aspectos físicos, cobertura vegetal, uso do solo, tipo de solo, geologia e geomorfologia. A
geomorfologia foi descrita quanto à morfologia (forma e vertente) e morfometria (amplitude, altimetria e
declividade).
Semelhante a Itabirito - Minas Gerais, o município de São Pedro - São Paulo também sofre com a
ocorrência de inúmeras feições erosivas. Ferreira & Pejon (2004) ao mapear essas feições, realizaram
cadastro em fotografias aéreas para os anos de 1962, 1972, 1978, 1988, 1995 e 2000. As feições foram
caracterizadas segundo o tipo, evolução, localização e uso do solo.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Telles (1996 apud Ramos & Matos 2008) afirma que o projetista analisou o centro histórico e seu
sítio, propondo medidas práticas, como as de normalização do trânsito, indicação de áreas de preservação
rigorosas e implantação de unidades turísticas. A estadia se estendeu por três meses e se desenrolou entre
1968 e 1970.
Outra tentativa de planejamento foi o Plano de Conservação, Valorização e Desenvolvimento de
Ouro Preto e Mariana (1973-75), executado pela Fundação João Pinheiro. Esse plano desestimulava o
adensamento dos centros históricos de Ouro Preto e Mariana, bem como propunha áreas de expansão com
tratamentos e ocupações diferenciados em função da proximidade dos dois centros.
Os dois planos criados no final dos anos 60 e início dos 70, voltados, dentre outros fatores para
salvar Ouro Preto de uma total degradação e descaracterização, não foram implementados por não
condizerem com a realidade local. Ambos os planos resultaram na elaboração de propostas semelhantes, a
elaboração de um zoneamento da cidade e dos arredores que separasse a área de expansão da parte
histórica da cidade, afirma Cifelli (2005).
O direcionamento das ações por parte do IPHAN e Fundação João Pinheiro apesar de não terem
sido suficientes para conter o processo de descaracterização do entorno, possibilitou um grau de
preservação patrimonial satisfatório, levando ao tombamento do acervo arquitetônico e urbanístico de
Ouro Preto pela UNESCO, em 1980. Nesse momento, intensifica-se o setor industrial e de serviços no
município, causando uma intensa migração dos distritos para a sede, aumento o crescimento desordenado
e a descaracterização paisagística do entorno, afirma Cifelli (2005).
Nesse contexto, no início da década de 1980 foi elaborada a Carta Geotécnica de Ouro Preto
(Carvalho 1982). Trabalho que procurou estabelecer, no entorno do centro histórico de Ouro Preto, a
qualidade geotécnica dos terrenos. Estabelecendo três níveis de qualidade (Q1, Q2 E Q3 - boa qualidade,
média qualidade e baixa qualidade, respectivamente) para orientação da expansão urbana do núcleo
urbano, principalmente. No entanto, nos anos que se seguiram, o processo de adensamento continuou na
periferia da cidade sem a orientação de nenhum instrumento de planejamento urbano eficaz.
Na década de 1990, na tentativa de proteger seu patrimônio cultural e ambiental frente ao
desenvolvimento da cidade, em 1992 foi elaborado o plano diretor pelo arquiteto Ivo Porto de Menezes,
que nunca foi apresentado e do qual não se tem registro (Sobreira 2010, informação verbal). De 1993-96
foi elaborado outro plano diretor, iniciativa do governo municipal, mas que apesar de não ter sido
implantado pelo governo seguinte, criou as zonas de proteção especial, zonas de proteção paisagística e
ambiental, zonas de controle paisagístico e ambiental, zonas de adensamento e zonas de expansão.
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Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
Em 2006 é aprovada a Lei Complementar 29/03 que institui o plano diretor do município de Ouro
Preto. Esta última lei em vigor atualmente está de acordo com a Constituição da República Federativa do
Brasil, com o Estatuto da Cidade e a Lei orgânica municipal. Destaca-se no texto da lei um dos objetivos
que se relacionam com o presente trabalho:
a) Planejar a expansão das áreas urbanas do município de modo a adequar sua ocupação ás
condições do meio físico e à oferta de infra-estrutura, bem como às necessidades de proteção
do patrimônio natural e cultural (art.4, parágrafo V).
32
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
A adoção dos materiais e técnicas que serão descritos teve a finalidade de atender ao objetivo
geral desse trabalho que foi a análise da ocupação urbana no distrito sede de Ouro Preto a partir de 1950.
O trabalho foi executado em cinco fases concomitantes, com exceção das fases 2 e 3 que
aconteceram uma após a outra (figura 3.1). A fase 1 - Pesquisa bibliográfica - se estendeu durante todo o
trabalho. Porém, inicialmente concentrou-se no levantamento de materiais disponíveis sobre a cidade de
Ouro Preto, principalmente dissertações, teses, laudos técnicos e material cartográfico em meio digital ou
impresso. À medida que transcorria, a pesquisa bibliográfica foi se concentrando em tutoriais do ArcGIS
9.1, artigos e teses sobre análise temporal, aspectos geotécnicos da cidade, expansão urbana, métodos de
análise do meio físico para compor a revisão bibliográfica.
A fase 2 - Elaboração da base cartográfica se iniciou à medida que eram adquiridos os materiais
cartográficos. Junto à Prefeitura Municipal de Ouro Preto conseguiram-se as informações sobre
arruamentos, nomes de bairros, limite de bairros. Junto ao Departamento de Geologia da UFOP obteve-se
a geologia, topografia nas escalas 1:5.000 e 1:25.000 e a hidrografia, tudo em meio digital. No material
impresso se obteve as informações referentes ao cadastro de movimentos de massa em Ouro Preto e a
evolução urbana de Ouro Preto entre o século XVII e 1940, além das fotografias aéreas.
Uma vez definido o recorte da área de estudo e georreferenciados todos os planos de informação
deu-se inicio a 3ª fase de elaboração dos mapas. Os mapas dividem-se entre temáticos e compilados. Os
primeiros foram aqueles elaborados pelo autor a partir da pesquisa e os que sofreram adaptações de outras
fontes. Os compilados foram aqueles que não passaram por adaptações, apenas foram vetorizados para
passar as informações para o meio digital. Entre os temáticos estão a declividade, hipsometria, geologia e
elaborados a partir da interpretação de fotografias aéreas, os mapas temporais do núcleo urbano de Ouro
Preto (1950, 1969, 1978, 1986 e 2004), além dos mapas de landform e de mineração. Entre os compilados
estão o de cadastro de movimentos de massa na área urbana de Ouro Preto e o mapa de evolução urbana
entre 1698 e 1940.
À medida que os mapas foram sendo feitos para a pesquisa em formato A4, elaborou-se um
mesmo mapa em formato A3 para as campanhas de campo - Fase 4 - para a validação das informações
levantadas em escritório.
Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
A última fase do trabalho foi a análise temporal da evolução urbana da cidade de Ouro Preto.
Partindo dos mapas das décadas de 1950, 1969, 1978, 1986 e 2004 elaborou-se o último produto
cartográfico do trabalho que foi o mapa de áreas de tendências a expansão urbana. Associando às áreas de
tendências informações de litologia, declividade, movimentos de massa, geotecnia e uso e ocupação do
solo foi possível analisar cada área separadamente quanto a capacidade de adensamento futuro.
Topografia Topografia
1:5.000 Hidrografia Geologia Arruamentos Limite de bairros 1:25.000
Landform Mineração
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Com ocorrências de 1988 até 2003 já compiladas, foi possível repetir o procedimento de Castro
(2006) para a geração de uma carta de risco a escorregamentos de massa em Ouro Preto. Para tal, foi
utilizado o procedimento de densidade kernel do ArcGIS9.1. Esse procedimento cria zonas
correspondentes a densidades de pontos. Portanto, os locais onde ocorreram os maiores e menores
números de ocorrências destacam-se na carta como zonas distintas. Castro (2006) adotou três classes na
carta de risco, risco baixo, risco médio e risco alto, determinadas segundo a incidência de
escorregamentos no período observado.
Mapa litoestratigráfico
A confecção do mapa litoestratigráfico foi realizada a partir do Projeto de integração e correção
cartográfica da Geologia do Quadrilátero Ferrífero (UFMG & CPRM, 2004), escala 1:25.000.
De maneira similar à topografia, aqui também foi necessário o recorte da área de estudo.
Selecionada a área, teve-se que decidir quais informações geológicas seriam úteis para esta escala de
trabalho. Decidiu-se por trabalhar com as informações de Grupos, Formações e Unidades.
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Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
Mapa de Landform
Para elaboração do mapa de landform adaptou-se a metodologia de Técnica de Avaliação de
Terreno proposta por Lollo (1995). Utilizou-se de fotointerpretação para reconhecimento das unidades de
relevo.
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Oliveira, L.D.2010. Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 a 2004 e atuais tendências.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Após a etapa de criação dos mapas da área urbana de Ouro Preto, prosseguiu-se com as
campanhas de campo. Nesta etapa o objetivo foi validar as informações interpretadas e representadas nos
mapas. A validação serviu para corrigir distorções ou aspectos de difícil identificação, além de verificar a
certeza das informações geradas. As campanhas foram nas áreas identificadas com potencial à expansão
urbana, e não na cidade inteira. Foram realizadas cinco campanhas, com o intuito de visualizar algum
padrão construtivo nas áreas de tendências e se essas estavam de acordo com o identificado no mapa de
tendências à expansão urbana. Nas campanhas de campo foram utilizados os seguintes mapas:
41
CAPÍTULO 4
ÁREA DE ESTUDO
A área urbana do distrito-sede do município de Ouro Preto está delimitada pelos meridianos
652.635 e 659.814 e os paralelos 7.742.078 e 7.747.059 perfazendo uma área retangular de 35km²
(figura 4.1).
Os dois principais acessos do distrito-sede são a av. Padre Rolim que dá acesso ao Centro
Histórico de Ouro Preto e segue em direção ao distrito de Passagem de Mariana, a leste, onde passa a
chamar av. Farmacéutico Dulio Passos. O outro acesso é a BR-356 que passa por fora do Centro
Histórico. A leste segue em direção à Mariana e a oeste para o município de Belo Horizonte.
O recorte da área deu-se em função do objetivo em estudar a ocupação urbana da cidade de
Ouro Preto e também da disponibilidade de material cartográfico, principalmente, fotografias aéreas
disponíveis desde a década de 1950. O Datum Córrego Alegre foi escolhido na elaboração dos mapas,
pois o mesmo foi utilizado nos levantamentos aéreos.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
4.1. CLIMA
O clima de Ouro Preto possui características básicas de clima tropical de montanha, em que a
baixa latitude é compensada pela atitude e conformação orográfica regional. Os verões são suaves e os
invernos são brandos com baixas temperaturas e elevada umidade atmosférica (Castro 2006). Segundo
a classificação estabelecida por Köeppen o clima de Ouro Preto, corresponde ao tipo Cwb, clima
úmido (mesotérmico), com inverno seco e verão chuvoso. Seu índice de precipitação máximo no verão
é dez vezes maior que a precipitação do mês mais seco.
A média anual da temperatura em Ouro Preto é de 18,5ºC, sendo o mês de janeiro o mais quente
e o mês de julho o mais frio. As temperaturas mais elevadas coincidem com o período chuvoso enquanto
as temperaturas mais baixas ocorrem no período seco. A temperatura média do mês de janeiro é inferior
a 22°C (IGA 1995b). A região de Ouro Preto possui alta pluviosidade, concentrada principalmente
entre os meses de outubro e março, concentrando 87% da precipitação anual. O regime pluviométrico
é caracterizado como tropical, com uma média de 1.610,1 mm anuais (série de 1988 a 2004, in Castro
2006). A altitude elevada do município é um dos fatores responsáveis pelo alto índice pluviométrico
(IGA, 1995a). A figura 4.2 apresenta as médias pluviométricas mensais de 1988 a 2004 (Castro 2006).
300,0
243,9
250,0
202,8
Precipitação (mm)
200,0 182,2
150,0 121,9
100,0 76,0
62,7
39,5
50,0
10,6 18,0
6,3
0,0
Abril
Janeiro
Fevereiro
Março
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Figura 4.2. Índices pluviométricos mensais de Ouro Preto - Minas Gerais (Castro 2006).
43
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
A serra de Ouro Preto é o divisor de águas de duas grandes bacias hidrográficas brasileiras: a
do rio São Francisco e a do rio Doce. O Ribeirão do Carmo, um dos afluentes do Doce é a principal
bacia hidrográfica onde se insere a cidade de Ouro Preto. A bacia hidrográfica possui 134 km de
extensão e uma área de 2.279 km2, que equivale a 2,73% da bacia do rio Doce (Tavares 2006).
Dentro da cidade de Ouro Preto, o Ribeirão do Carmo recebe o nome de Ribeirão do Funil e
passa a se chamar Ribeirão do Carmo na altura de Mariana. O padrão de drenagem no Ribeirão do
Funil é predominantemente dentrítico e, no Córrego Tripuí, um dos afluentes do Ribeirão do Funil, o
padrão é retangular, como se observa na figura 4.3
4.3. VEGETAÇÃO
Na área em estudo podem ser observados os seguintes tipos de cobertura vegetal: “Floresta
Estacional Semidecidual Submontanha, que incluem as áreas como a mata de Candeias, Savana
Gramíneo Lenhosa (campo cerrado) e o refúgio Ecológico Altimontano (Campo rupestre) ambas
podendo ser consideradas formações abertas (IGA 1995b)
44
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
4.4. GEOLOGIA
A cidade de Ouro Preto está localizada no flanco sul de uma estrutura regional conhecida
como Anticlinal de Mariana. A estratigrafia do Quadrilátero Ferrífero compreende quatro grandes
unidades: os Complexos Metamórficos, o Supergrupo Rio das Velhas, o Supergrupo Minas e o Grupo
Itacolomi. No contexto da cidade, ocorrem as três últimas unidades. O SGRV é representado pelo
Grupo Nova Lima, com ampla distribuição a norte da Serra de Ouro Preto, já na bacia hidrográfica do
Rio das Velhas. O Supergrupo Minas é representado na cidade pelos grupos Caraça, Itabira, Piracicaba
e Sabará, distribuídos ao longo de toda estrutura antiformal, conforme ilustra a figura 4.4. A figura 4.5
mostra o mapa geológico da cidade de Ouro Preto e entorno (CPRM 2004)
45
Super-
Idade grupo Grupo Formação Litologia
quartzitos, ortoquartzitos, filitos quartzosos, filitos e
Itacolomi indiviso conglomerados com seixos de itabiritos
clorita-xisto, grauvaca, metatufos, conglomerados e
Sabará indiviso quartzitos
Barreiro filitos e filitos grafitosos
Paleoproterozóico
Piracicaba
Taboões Ortoquartzitos
Fecho do Funil filitos, filitos dolomíticos e dolomito silicoso
quartzitos ferruginosos, quartzitos, filitos
Minas
Quebra
Ossos
indiviso
metamórficos
Complexos
indiviso
Figura 4.4- Estratigrafia do Quadrilátero Ferrífero, com destaque para a geologia de Ouro
Preto (Cavalcanti 1999)
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Figura 4.5 - Mapa litoestratigráfico da cidade de Ouro Preto, adaptado de UFMG & CPRM (2004)
47
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Essa unidade ocorre na porção norte da área, nas partes mais altas da serra, ocupando 20% da
área superficial. Os litotipos dessa unidade encontram-se totalmente intemperizados (Cavalcanti
1999). É composta basicamente de sericita-quartzo xisto alterados de cor rosa a roxo, formados
localmente pela intercalação de camadas milimétricas de sericita e quartzo.
O contato inferior não é observável na área. Já o contato superior com o quartzito Moeda é
altamente tectonizado, inclusive contento veios de quartzo intensamente deformados e foliação com
aspecto milonítico.
Grupo Itabira
O Grupo Itabira é representado por duas formações: Cauê e Gandarela. A Fm. Cauê é
constituída de itabiritos com intensidade variável de intemperização, sendo que, em casos extremos
ocorre a formação de crosta ferruginosa. A estrutura mais marcante nos itabiritos é a alternância de
lâminas milimétricas a centimétricas de quartzo e óxidos de ferro (hematita, magnetita, martita,
limonita, etc).
O contato da Fm. Cauê com a Fm. Gandarela é gradacional, isto é, à medida que se aproxima
do contato, a porcentagem de minerais de ferro diminui e aumenta a dos minerais carbonáticos.
48
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Grupo Piracicaba
O Grupo Piracicaba é representado por quatro formações: Fm. Cercadinho, Fm. Fecho do
Funil, Fm. Taboões e Fm. Barreiro. A Fm. Cercadinho, unidade basal, é caracterizada pela presença de
quartzito ferruginoso de cor cinza esbranquiçado intercalado com níveis de filito prateado hematítico.
A Fm. Fecho do Funil, unidade que está acima da Fm. Cercadinho, é identificada por filitos, filitos
dolomíticos e clorita xistos em contato gradacional. O contato superior com as formações Taboões e
Barreiro é abrupto. A Fm. Taboões é de expressão limitada na área, representado por um quartzito
muito fino interestratificado com a Fm. Barreiro (Naline Jr. 1993), caracterizada por filito preto
grafitoso, intercalado, muitas vezes, com xisto avermelhado e sempre bastante decomposto.
Grupo Sabará
As rochas do Grupo Sabará constituem uma das unidades litológicas de maior distribuição na
área urbana de Ouro Preto. Constituí-se de xistos granatíferos amarelos a castanhos avermelhado tendo
como minerais mais comuns: quartzo, clorita, muscovita, biotita e granada. Lentes quartzíticas e
grauvacas também são identificadas. O contato com o Grupo itacolomi é tectônico.
Grupo Itacolomi
Presente no sul da área urbana de Ouro Preto, junto a Serra do Itacolomi é caracterizado por
quartzitos e metaconglomerados. Na área, apresenta estratificação cruzada tabular e acanalada de
pequeno e médio porte; o contato superior é separado do anterior por um sequência de xistos da Fm.
Sabará.
Formações superficiais
São representadas pelas cangas e ocorrem principalmente sobre itabiritos, mas também sobre
quartzitos. Formada por uma crosta ferruginosa estruturada sobre os itabiritos e com textura
fragmentária sobre os quartzitos.
49
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Portanto, como se observa na figura 4.4, segundo as características litológicas a cidade pode
ser dividida em cinco zonas diferentes. Ao norte, tem-se a Serra de Ouro Preto, área onde ocorrem as
formações Moeda, Batatal e Cauê, pertencentes ao Supergrupo Minas, sobrepostos ao xisto Nova
Lima, do Supergrupo Rio das Velhas. O morro Alto da Cruz, a leste da área urbana, é composto
predominantemente pela Formação Cercadinho e o Grupo Sabará; o Núcleo Histórico Central, no vale
principal, formado por terrenos da Formação Cercadinho; na região dos bairros Jardim Alvorada e
Vila São José, predominam as formações Barreiro e Taboões e nos bairros Morro do Cruzeiro,
Saramenha e Pocinho, na parte sul da cidade, ocorrem principalmente a Formação Fecho do Funil e o
Grupo Sabará, além do Grupo Itacolomi no bairro Novo Horizonte (Sobreira 1990).
4.5. GEOMORFOLOGIA
4.5.1. Contexto regional
Segundo a CPRM (1993 apud Tavares 2006) a geomorfologia regional é definida por duas
unidades geomorfológicas distintas: O Quadrilátero Ferrífero e os Planaltos Dissecados. A paisagem
regional evidencia a passagem do relevo típico do Quadrilátero Ferrífero, onde as serras do Caraça, de
Ouro Preto e a do Itacolomi são as feições mais marcantes a oeste, passando aos Planaltos Dissecados
na borda leste da bacia, registrando variações bruscas no relevo através da queda acentuada das
altitudes.
A primeira unidade é evidenciada na cidade, com altitudes médias em torno de 1.400-1.600 m,
sendo a morfologia marcada pelo controle estrutural e com relevos tipo sinclinais suspensos e
anticlinais esvaziados além de cristas estruturais do tipo hog back (CPRM 1993 apud Tavares 2006).
A segunda unidade é observada a partir do limite leste da cidade de Mariana, sendo um
domínio morfo-estrutural com exposição de rochas cristalinas, deformadas e deslocadas do
embasamento, atingidas por sucessivos estágios de erosão e submetidos a processos intempéricos que
produziram pacotes de alteração evoluídos (RADAMBRASIL 1983). As altitudes oscilam entre 1.000
e 1.200 m nas cristas e 500-800 m nos vales.
Os relevos de cristas e colinas constituem modelados de dissecação diferencial isolados na
primeira unidade em meio aos modelados de dissecação homogêneo, na segunda unidade. Os
primeiros são distintos pela altimetria elevada assim como pela continuidade e extensão das formas.
Estão associados os processos estruturais de elaboração do relevo, quais sejam, falhas normais como
na serra de Ouro Branco, falhas de empurrão como na serra do Caraça, ou fatores predominantemente
litológicos, como no caso da serra da Moeda (RADAMBRASIL 1983).
50
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Os relevos de dissecação homogênea, por sua vez, constituem a parte central do Quadrilátero
Ferrífero, possuindo aspectos bastante diferenciados, que abrangem desde as formas colinosas um
pouco alongadas e de topos convexizados a formas de topos aguçados e até tabulares. No fundo dos
vales, normalmente amplos e planos, formam-se pequenos alvéolos com dois níveis, sendo o mais alto
constituído por material de colúvio e o inferior, formado por sedimentos fluviais (RADAMBRASIL,
1983).
Para Marshak et.al (1997), a estruturação do Quadrilátero Ferrífero tem uma morfologia em
"domos e quilhas". Os domos correspondem a regiões em torno de 800 metros de altitude, são
constituídos por morros, com relevo "meia-laranja", formado por rochas graníticas dos complexos
metamórficos. Já as quilhas são sinclinais cujas bordas erodidas deram origem às cristas de serra,
denominado de relevo "apalachiano", num nível altimétrico acima de 1000 metros. As cristas são
formadas essencialmente por quartzitos e itabiritos da base do Supergrupo Minas. O trabalho erosivo
sobre as rochas aliado ao controle estrutural originaram o arcabouço geomorfológico da região.
51
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Sobreira (1990) divide a área urbana de Ouro Preto em cinco domínios morfológicos
principais, com base nas características geológico-geotécnicas e de ocupação. Os domínios são os
seguintes: Serra de Ouro Preto; Morro do Alto da Cruz, Morro do Cruzeiro; Vale da Vila São José/
Jardim Alvorada e o Vale do Núcleo Histórico. Segundo Sobreira (1990) existem dois tipos básicos de
encostas: um onde o pendor é concordante com o mergulho das rochas e outro em que o pendor é
oposto ao mergulho, demonstrando o controle do relevo condicionado fortemente pela geologia.
4.6. GEOTECNIA
Atributos geotécnicos do meio físico como águas superficiais, águas subterrâneas,
morfometria e morfologia de encostas, substrato rochoso, processos geodinâmicos, materiais
inconsolidados, feições do tecnógeno, vegetação, clima e processos antrópicos são comumente usados
para a elaboração de mapas ou cartas geotécnicas, que segundo Zuquette & Gandolfi (2004) são
necessários para atender as formas de ocupação mais freqüentes no Brasil como: áreas urbanizadas,
áreas regionais e áreas rurais.
Especialmente na cidade de Ouro Preto, diversos autores estabeleceram diretrizes para o
adequado uso do solo urbano tanto no âmbito geral da cidade como em casos mais específicos, entre
eles se destacam Carvalho (1982), Sobreira (1998), Sobreira (1989), Silva (1990), Sobreira (1990),
Sobreira & Bonuccelli (1990), Sobreira (1991), Gomes & Oliveira Filho (1993), Zenóbio (1996),
Souza (1996), Sobreira (1997), Oliveira & Dias (1997), Fernandes (2000), Bonuccelli (1999), Fontes
(1999), Fontes & Pejon (1999), Zenóbio (2000), Carvalho (2001), Sobreira (2001), Pinheiro (2002),
Pinheiro et. al, (2002), Rodrigues (2002), Pinheiro et.al (2003), Pinheiro et. al, (2004), Ferreira (2004)
e Ferreira et. al, (2004).
Souza (1996) assevera que a área urbana de Ouro Preto possui uma diversidade litológica
acentuada, apresentando variados graus de alteração e arranjos estruturais complexos. Estas condições
propiciam um comportamento geotécnico diferenciado nas rochas em um mesmo perfil, como se
observa na tabela 4.1.
52
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Tabela 4.1 Parâmetros geotécnicos da cidade de Ouro Preto (MG), adaptado de Silva 1990.
Fácil rocha ou nas Moderado para rápido estruturas leves. Estruturas pesadas devem assentar
difícil resistente
fraturas sobre a rocha sã.
Pobre a normal e controlada pela posição da foliação
Barreiro
Insignificante na
Moderadamente Pobre a boa. Controlado pela direção da foliação e
Filito
Cercadinho Funil
Moderadamente
Filito e
Insignificante na
Difícil, geralmente Boa a excelente, controlado pela direção dos estratos
Muito difícil rocha, devagar nas Rápido Muito resistente
requer explosivos e fraturas.
fraturas
53
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Erodível quando
Devagar próximo
Filito Batatal
54
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
55
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Em geral, a cidade de Ouro Preto não apresenta solos muito desenvolvidos, as espessuras
podem variam entre 0,5 a 15 m, o que não é muito comum em solos tropicais. Entretanto, as rochas
aflorantes apresentam perfis bem desenvolvidos, segundo o grau de alteração. Conforme Bonuccelli &
Zuquette (1999), são considerados solos na área urbana de Ouro Preto, apenas os materiais de
alteração de grau V (rocha completamente alterada) e VI (rocha residual). Cerca de 40% da área
caracteriza por apresentar solos (coluvionares, residuais e saprolíticos) com espessuras menores que
10 m, sobrepostos a rochas intensamente alteradas (grau IV). Colúvios e saprolitos com espessuras
menores que 2 m, sobrepostos a rochas duras, levemente a moderadamente alteradas (grau I e II),
recobrem 30% da área. A textura são predominantemente, siltosas, arenosas e silto-arenosas. Os
materiais lateríticos, originados na intemperização do itabirito, quartzitos, filitos e xistos
ferrugionosos, recobrem 16% da área e representam um papel importante na cidade de Ouro Preto.
Além dos materiais residuais como os descritos acima, estão presentes também na área de
estudo, depósitos de materiais transportados como colúvio, tálus e aluvião, além dos depósitos
tecnogênicos resultantes da ação antrópica como aterros não compactados, depósitos de entulhos
(bota-fora) e rejeitos de mineração (Bonuccelli 1999).
56
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Figura 4.6 - Ocupação urbana em Ouro Preto (MG) entre 1698 e 1940, adaptado de IGA (1995b).
O período entre 1730 até 1765 foi marcado pelo início do declínio do ouro mas, sobretudo,
pela consolidação e expansão do tecido urbano. Nesse momento foi implantado o centro
administrativo na Praça do Morro de Santa Quitéria (hoje Praça Tiradentes). De um lado a Casa de
Câmara e Cadeira (hoje Museu dos Inconfidentes) e do outro o Palácio dos Governadores (atual
Escola de Minas). Iniciou-se um novo ciclo de crescimento, originando novos caminhos que se
desdobram em arruamentos paralelos ao principal (caminho-tronco), ligados por serventias de
passagem, travessias, vielas e becos (FJP 1975).
57
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Entre 1765 e 1900, Ouro Preto atravessou uma fase de declínio e outra de estagnação (FJP
1975). A primeira se estendeu até 1815 e foi marcada pela queda da produção aurífera. As lavras de
ouro já exauridas reduziram grande parte da população, restando apenas buracos nos morros. A
segunda se estendeu até 1900 e marcou um longo período de estagnação econômica, onde a condição
de capital da província era a principal função da cidade. Em 1897, a função administrativa foi
transferida para Belo Horizonte, provocando um esvaziamento ainda maior na cidade. A principal
conseqüência foi o despovoamento da periferia e a preservação da paisagem e das características
básicas do conjunto arquitetônico colonial, que inclui várias igrejas, capelas e prédios civis e militares
de grande porte, junto com instalações urbanas de outras épocas (Sobreira & Fonseca 2001).
Entre 1900 e 1940, iniciou-se ocupação em direção ao Ribeirão do Funil, em torno da Estação
Ferroviária (1888), que mais tarde ultrapassaria os trilhos da estrada de ferro e ocuparia as encostas do
Morro do Cruzeiro. A partir de meados da década de 40, impulsionado pela fábrica de Alumínio
(Alcan - Alumínio do Brasil), Ouro Preto iniciaria uma fase de recuperação econômica.
A incorporação dessa nova atividade econômica gerou mudanças significativas no espaço da
cidade, que passou a receber um elevado contingente populacional, essencialmente de mão-de-obra de
baixa renda. Com o Núcleo Urbano praticamente ocupado, foi a vez das áreas adjacentes serem
ocupadas (Cifelli . 2005). A conseqüência foi o aumento no número de movimentos gravitacionais de
massa com a perda de vidas humanas em alguns casos (Bonuccelli & Zuquette 1999).
58
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
59
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Tabela 4.4 - Número de feições e porcentagem relativa (em área) dos tipos de movimentos gravitacionais de
massa e processos correlatos (Bonuccelli, 1999).
Área atingida/ Área atingida/
Tipos de processos N° de feições área com área urbana total
processos (%) (%)
Escorregamento 79 3,7 0,09
Escorregamento translacional 54 6,6 0,16
Queda e rolamento de blocos 78 5,5 0,14
Escoamento rápido ou corridas 10 0,7 0,02
Erosões 88 20,6 0,51
Erosão de grandes dimensões 11 7,5 0,19
Inundação e assoreamento 6 4,4 0,11
Complexos 31 36 0,89
Escorregamento e corrida 12 1,1 0,03
Escorregamento e erosão 14 3,2 0,08
Escorregamento translacional e corrida 31 5,8 0,15
Corridas e rolamentos de blocos 25 4,5 0,11
Inundação e erosão fluvial 3 0,2 0,01
Por erosão de grande porte estabeleceu-se que são movimentos gravitacionais que atingiram
profundidades maiores que 10 m em área de ruptura e acumulação. Processo complexo é quando há
ocorrência de mais do que 2 tipos diferentes de movimentos gravitacionais, por exemplo:
escorregamentos associados a erosões e corrida de materiais.
Outro dado importante é a correlação entre os movimentos de massa gravitacionais com os
índices pluviométricos. Castro (2006) a partir de registros meteorológicos (1988 - 2004) e do registro de
ocorrências da defesa civil, traçou um panorama na cidade de Ouro Preto estabelecendo áreas de maior e
menor risco a escorregamento.
Segundo Castro (2006), estabelecer um índice para a quantidade de chuvas nos dias que
antecedem os acidentes é primordial, uma vez que essa determinada quantidade é suficiente para saturar o
solo e assim torná-lo instável, potencializando o escorregamento. Portanto, o valor mínimo de chuva
acumulada para desencadear escorregamentos é de 2 mm em cinco dias e 128 mm por cinco dias como
valor mínimo para o nível de atenção a grandes escorregamentos.
60
CAPÍTULO 5
RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo serão apresentados os resultados referentes à ocupação do núcleo urbano da
cidade de Ouro Preto desde a década de 1950, tal como a relação com a evolução da ocupação sobre as
áreas de mineração antiga e a caracterização morfológica da área. O município de Ouro Preto é
constituído de 13distritos: Ouro Preto (distrito-sede), Amarantina, Antonio Pereira, Cachoeira do
Campo, Engenheiro Correia, Glaura, Lavras Novas, Miguel Burnier, Rodrigo Silva, Santa Rita de
Ouro Preto, Santo Antonio do Leite, Santo Antonio do Salto e São Bartolomeu. A figura 5.1, mostra a
evolução da população urbana e da população absoluta do município.
Figura 5.1 - Evolução da população absoluta e população urbana da cidade de Ouro Preto - MG
A tabela 5.1 mostra que em 1960 a população já era majoritariamente urbana, com 62,8% das
pessoas residindo na cidade. Em 2009, a população urbana atingiu a marca de 61.142 habitantes, o que
representa 87,9% das pessoas vivendo na cidade de Ouro Preto. Pode-se afirmar que o município de
Ouro Preto seguiu as tendências nacionais, onde na metade do século passado, mais de 50% das
pessoas trocaram o campo pela cidade. Caso as tendências nacionais se reflitam aqui novamente,
espera-se um desaceleramento no número de pessoas morando na cidade e uma estabilização na
porcentagem da população urbana em torno dos 90% para a próxima década.
Entretanto, observa-se que o ritmo de crescimento da cidade tem sido constante e caso a
média de crescimento se mantenha (6,43%), em 2020 a população urbana de Ouro Preto poderá atingir
aproximadamente 97%do total.
62
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Unidade 6 - Morro com vertentes côncavas dissecadas e topos angulosos e alta densidade de
canais.
A partir dos perfis elaborou-se um mapa de landform (figura 5.4) buscando separar formas
homogêneas e correlacionado-as com os processos geodinâmicos mais comuns na cidade. A confecção
do mapa de landform seguiu a metodologia proposta por Lollo (1995) denominada Técnica de
Avaliação de Terreno.
63
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
64
Figura 5.2 Mapa hipsométrico da cidade de Ouro Preto. Em destaque treze perfis topográficos transversais.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
67
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
69
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Tabela 5.2 - Número de ocorrências de movimentos de massa e processos correlatos por Unidades de Terreno. Adaptado de Souza (1996).
70
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Figura 5.5 - Registros de movimentos de massa na cidade de Ouro Preto por Unidades de Terreno
Figura 5.6 - Registros de processos correlatos na cidade de Ouro Preto por Unidade de Terreno
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
O elevado número de registros de erosão na unidade de escarpa, que é representada pela Serra
de Ouro Preto, em parte se explica pelas intesas atividades minerárias que a área sofreu ao longo dos
anos. Portanto, a documentação das áreas mineradas e sobremaneira das áreas ocupadas que
correspondiam às antigas minerações, também dão suporte aos estudos geomorfológicos na cidade de
Ouro Preto, através do mapa de landform, registros dos processos geodinâmicos e das ocupações sobre
antigas minerações.
72
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Figura 5.7 - Áreas de mineração na cidade de Ouro Preto sobre Modelo Digital de Terreno, destaque para a Serra
de Ouro Preto.
74
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Do ponto de vista do impacto físico-social da cidade, dois aspectos devem ser destacados. O
primeiro relacionado à estabilidade das galerias. As regiões próximas à superfície topográfica das
minas são suscetíveis a escorregamentos, causando recalques e desmoronamentos nas estruturas das
casas e das ruas adjacentes. O segundo diz respeito ao aproveitamento, pela população, de água, cujas
nascentes foram direcionadas para o interior destes locais. Este processo ocorre nos bairros Piedade e
Santana (Sobreira & Fonseca 2001).
Pesquisa realizada por Borba et al. (2004) nas minas de Ouro Preto e Mariana, corroboram
com os estudos de Sobreira & Fonseca (2001) com relação à qualidade das águas da Serra de Ouro
Preto. Analisando sete pontos nas regiões das Lages, foram encontradas concentrações de As variando
entre 12µg/L a 260µg/L no bairro Piedade e na Mina do Chico Rei, respectivamente. No Brasil, o
limite máximo permitido é de 10µg/L.A partir de 1970, o crescimento da população e a conseqüente
necessidade de criação de novas áreas urbanas não foram acompanhados de planejamento prévio
adequado. Em função disso, vários locais onde se desenvolveram atividades de mineração no passado,
na maioria das vezes com características morfológicas e geotécnicas desfavoráveis, foram ocupados,
gerando assim um quadro problemático no que se refere a segurança da população e das estruturas
(Sobreira & Fonseca 2001). A figura 5.8 ilustra a evolução da ocupação urbana sobre antigas áreas de
mineração.
75
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Figura 5.8 - Ocupação urbana sobre antigas áreas de mineração na cidade de Ouro Preto - MG.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Figura 5.9 - Evolução da ocupação urbana sobre antigas minerações na cidade de Ouro Preto - MG
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
A área urbana de Ouro Preto em 1950 era de aproximadamente 115 hectares. Sua principal
via, que atravessava a cidade de leste a oeste, corresponde hoje às ruas, Dom Helvécio (Passa Dez de
Baixo), passando pela rua Alvarenga (Cabeças), indo até a praça Américo Lopes pela rua Conselheiro
Santana (Igreja do Pilar). Nessa praça, seguia-se pela rua do Pilar, rua Paraná até atingir a rua Conde
de Bombadela (rua direita). Ao atingir a praça Tiradentes, tomava-se no sentido leste, a rua Claúdio
Manoel, passando pela rua do Aleijadinho até alcançar o Largo Marília de Dirceu. Pelo Largo,
continuando a leste, tem-se a rua Santa Efigênia, que ao encontrar a Praça Dirceu Alves de Brito
(Igreja de Santa Efigênia) passa a chamar rua Padre Faria, até a altura da Igreja Nossa Senhora do
Bom Parto . Dali, caminhava-se pela rua Santa Rita, cruzando a avenida Farmacêutico Duilio Passos,
até encontrar a rua Águas Férreas, seguindo pela rua Presidente João Goulart até a Capela Senhor Bom
Jesus na divisa com o Município de Mariana.
Os bairros mais povoados na década de 50 eram: Cabeças, Nossa Senhora do Rosário, Nossa
Senhora do Pilar, Centro, Antonio Dias, Barra, Alto da Cruz e Padre Farias.
O caminho-tronco, principal acesso em 1950 dividia a cidade numa parte norte e outra parte
mais ao sul. A porção Norte se encontra sob domínios de itabirito dolomítico, metacalcários,
metacalcários dolomíticos e filitos do grupo Itabira, apresentando em algumas seções itabirito
anfibolítico e mármore e ainda uma formação ferrífera dolomítica das formações Cauê e Gandarela,
respectivamente. Na porção central, os domínios geológicos são os filitos (prateado, roxo e
dolomítico), quartzito e dolomito ferruginoso, rochas da Formação Cercadinho, Grupo Piracicaba. Na
porção sul encontram-se os quartzitos, os filitos, metagrauvacas e xistos cloríticos do Grupo Sabará
(UFMG & CPRM 2004).
O núcleo urbano de Ouro Preto em 1950, assentava-se sobre os quartzitos ferruginosos e
filitos acinzentados da Formação Cercadinho e os xistos do Grupo Sabará, conforme a figura 5.11. As
primeiras, são rochas extremamente fraturadas com padrão de fraturas variando amplamente,enquanto
as segundas são macias a moderadamente duras.
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Figura 5.11 - Mapa litoestratigráfico da cidade de Ouro Preto com destaque para a mancha urbana de 1950.
Assim, o núcleo urbano que se consolidou em 1950, seguiu os aspectos geotécnicos mais
favoráveis à ocupação da Formação Cercadinho e do Grupo Sabará, principalmente os relacionados à
trabalhabilidade do terreno, estabilidade das fundações e estabilidade de vertentes. Parte da cidade
estava assentada em locais com declividades entre 0 e 30%, com exceção de alguns locais no Centro,
na divisa com o bairro Nossa Senhora do Rosário e outros no Bairro Alto da Cruz. .
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Figura 5.12 - Área urbana de Ouro Preto - MG em 1969, com base em fotointerpretação
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Durante a década de 50 e 60 a avenida Padre Rolim (antiga BR-56 ) começou a ser implantada
juntamente com a BR-262, contribuindo para a preservação do núcleo histórico de Ouro Preto, uma
vez que estas vias desviaram o tráfego do centro histórico de Ouro Preto. Durante estes anos, houve a
consolidação de alguns bairros e o surgimento de outros . Dentre os bairros que sofreram adensamento
pode-se citar: Cabeças, Água Limpa, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora do Rosário, Nossa
Senhora do Pilar, Centro, Barra, Antonio Dias, Nossa Senhora das Dores, Alto da Cruz e Padre Faria.
Dentre os bairros que surgiram e se consolidaram, destacam-se: Morro do Cruzeiro, com as obras da
universidade ,Vila Itacolomi; Vila dos Engenheiros, Vila Aparecida e Saramenha. A empresa de
alumínio Alcan foi a principal precursora da ocupação destes últimos bairros que, se tornaram o
principal indutor do crescimento urbano de Ouro Preto entre as décadas de 50 e 60. Vila Pereira; Vila
São José; São Cristovão - antigo Veloso; Morro Santana e Nossa Senhora da Piedade, também estão
entre os bairros que surgiram ou se consolidaram.
Houve ocupações na área em torno da empresa, em boa parte do Morro do Cruzeiro e entorno
do núcleo histórico. Este último, que se mantivera inalterado desde fins do século XVIII, sofreu um
processo de expansão, sendo aproveitadas todas as áreas da periferia que oferecem condições
razoáveis (FJP 1975).
Apesar de em 1969, bairros como Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Pilar, Antonio
Dias e Alto da Cruz, continuarem se adensando, nota-se um desenvolvimento da ocupação em direção
à Serra de Ouro Preto, principalmente no Morro Santana, São Cristovão e Morro São Sebastião, ao
norte; além da Vila Aparecida, Vila dos Engenheiros e Vila Itacolomi, ao sul.
Segundo Sobreira & Fonseca (2001), a necessidade de criação de novas áreas urbanas em
função do crescimento da população a partir dos anos sessenta, não foi acompanhado por
planejamento prévio adequado, levando à ocupação de áreas onde se desenvolveram atividades de
mineração no passado.
Na maioria das vezes, essas novas áreas de ocupação, em conseqüência da sua utilização
pretérita, apresentam características morfológicas e geotécnicas desfavoráveis, gerando assim um
quadro problemático no que se refere à segurança da população e das estruturas presentes ali (Pinheiro
et al 2003).
Em relação ao substrato rochoso, a cidade foi se adensando sobre os itabiritos, itabiritos
dolomíticos e itabiritos anfibolíticos, além do filitos e mármores da Formação Cauê; os metacalcários
e a Formação Ferrífera da Formação Gandarela, ambas formações do Grupo Itabira . É possível notar
também a expansão sobre as áreas de filitos, filitos dolomíticose dolomitos da Formação Fecho do
Funil. Bairros como a Vila Aparecida e o Morro Santana expandiram-se sobre depósitos eluvio-
coluviais, representados pelas cangas: rolados ou laterita (figura 5.13).
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Figura 5.13 - Mapa litoestratigráfico da cidade de Ouro Preto com destaque para a mancha urbana de 1969.
O vale formado entre as escarpas dissecadas da Serra de Ouro Preto e as colinas centrais da
cidade que concentrara a ocupação em 1950 já não seria o alvo em 1969. Durante quase duas décadas
as cidade se deslocou em direção a Serra de Ouro Preto, iniciando a ocupação nas regiões altas da
serra. Houve expansão também em direção às coberturas limoníticas, ora na Serra de Ouro Preto, ora
na região do Morro do Cruzeiro, ao sul da cidade. Entretanto, a região central do núcleo urbano
continuaria se adensando, consolidando a ocupação em torno da Praça Tiradentes.
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Figura 5.14- Área urbana em 1978, destaque para os bairros Vila dos Engenheiros, V. Itacolomi e Saramenha
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Bairros como Alto da Cruz, Água Limpa, Barra, Cabeças e Nossa Senhora do Pilar que
vinham sofrendo o processo de urbanização nas últimas décadas tiveram seus territórios ocupados
completamente, enquanto outros começaram a surgir, tais como: Passa Dez de Cima e Passa Dez de
Baixo e Morro São João. O que caracteriza esse período é a descentralização da ocupação em direção
às áreas periféricas da cidade. O núcleo histórico e o seu entorno áreas praticamente consolidadas,
forçariam a ocupação em direção a Serra de Ouro Preto, para as regiões em torno do Morro do
Cruzeiro e da Alcan - Alumínio do Brasil.
Em relação ao substrato geológico, as áreas se expandiram sobre os filitos e dolomitos da
Formação Fecho do Funil e os filitos da Formação Barreiro. O crescimento seguiu também sobre os
itabiritos da Formação Cauê e os quartzitos, filitos, conglomerados e dolomitos da Formação
Cercadinho. Além dos xistos do Grupo Sabará e os depósitos elúvio-coluviais no norte e sul da cidade,
como apresenta a figura 5.15.
Figura 5.15 - Mapa litoestratigráfico da cidade de Ouro Preto com destaque para a mancha urbana de 1978.
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Figura 5.16 - Áreas de ocupação sobre antigas minerações de ouro e bauxita na cidade de Ouro Preto - MG em
1978.
As principais frentes de ocupação ocorreram nos bairros São Cristovão, Taquaral, Piedade,
Morro Santana, Alto da Cruz, Lages e Morro São Sebastião, no norte da cidade. Ao sul, as antigas
áreas de mineração de bauxita deram lugar ao bairro Vila Itacolomi e à Universidade Federal de Ouro
Preto. As ocupações sobre as antigas minerações neste ano, equivaliam a 5,7 hectares; 1,6% dos 356
hectares existentes de áreas de mineração.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Essa expansão, em grande parte, foi conseqüência da ocupação dos bairros Morro Santana,
Morro São João, Morro da Queimada, Nossa Senhora da Piedade e Taquaral, na porção nordeste da
cidade. Na porção sul e sudeste da cidade, tiveram uma participação importante bairros como, Nossa
Senhora do Carmo, Novo Horizonte, Vila Itacolomi e Morro do Cruzeiro, estes dois últimos
favorecidos pela implantação da Universidade Federal de Ouro Preto.
As novas áreas de expansão ocorreram sobre as rochas calcissilicáticas, metaconglomerados e
as formações ferríferas do Grupo Nova Lima; sobre os quartzitos e filitos do Grupo Caraça e sobre os
itabiritos e metacalcários do Grupo Itabira. No Morro da Queimada e Morro Santana, há ocupações
sobre depósitos elúvio-coluviais, principalmente cangas e formações ferríferas detríticas cimentadas
por limonita, na porção nordeste, figura 5.18.
Figura 5.18 - Mapa litoestratigráfico da cidade de Ouro Preto com destaque para a mancha urbana de 1986.
No sul da cidade, a ocupação se deu em direção as rochas do Grupo Sabará, quartzitos, filitos,
metagrauvacas e xistos e sobre depósitos residuais detríticos recentes, sobretudo laterita e detríticos
ferruginosos não cimentados. Há ocorrência de ocupações no local, em cima de depósitos elúvio-
coluviais, semelhante aos encontrados na porção nordeste da cidade (CPRM & UFMG 2004).
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Figura 5.19 - Ocupação urbana sobre área de antigas minerações na cidade de Ouro Preto - MG em 1986.
Em meados da década de 1970, 12,8 hectares de antigas minerações haviam sido ocupados,
isso equivalia a 3,6% de toda extensão minerada na cidade Os bairros que mais avançaram sobre esses
locais foram o Taquaral e Morro Santana. No Morro do Cruzeiro, praticamente toda antiga mineração
de bauxita havia sido ocupada. Antonio Dias, Alto da Cruz, Piedade, São Cristovão, São Francisco,
Centro e Morro São Sebastião, seguiram a mesma tendência, entretanto em menores proporções.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Chama a atenção na mancha urbana da cidade de Ouro Preto em 2004, a expansão da cidade
se dando principalmente nas margens da MG-356, com os bairros Novo Horizonte, Nossa Senhora do
Carmo e Lagoa. No levantamento de 1986 esses núcleos eram praticamente inexistentes. Em função
do esgotamento de áreas para ocupação, nos núcleos de crescimento até a década de 1990 -Serra de
Ouro Preto, vale central e adjacências da Alcan - Alumínios do Brasil - as novas frentes de ocupação
se transferiram para as margens da rodovia.
A área urbana de Ouro Preto se expandiu em direção aos quartzitos, filitos e xistos do Grupo
Sabará na altura dos bairros Santa Cruz e Novo Horizonte; quartzitos, filitos e conglomerados do
Grupo Caraça nos bairros São Sebastião, Nossa Senhora da Piedade e São Francisco; e em direção das
rochas calcissilicáticas,dos metaconglomerados e das formações ferríferas do Grupo Nova Lima, junto
aos bairros Morro São Sebastião e Morro São João, como ilustra a figura 5.21.
Figura 5.21 - Mapa litoestratigráfico da cidade de Ouro Preto com destaque para a mancha urbana de 2004.
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Figura 5.22 - Ocupação urbana da cidade de Ouro Preto - MG sobre áreas de antigas minerações em 2004.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Em 2004, dos 356 hectares minerados no passado, já estavam ocupados 15,7 hectares. Isso
representa 4,41% de toda área de mineração na cidade de Ouro Preto. Entretanto, é importante notar
que os problemas relacionados ao uso do solo na cidade de Ouro Preto estão ligados às práticas de
ocupação - loteamentos - inadequadas e a locais sem as condições propícias para a ocupação, dentre
eles, antigas minerações. Aliando o passado dessas áreas às práticas atuais - corte, aterros, etc -
estabelece-se muitas vezes situações de risco para a população. Uma análise sobre os registros de
movimentos de massa na cidade (Castro 2006), possibilita notar que alguns deles ocorreram sobre
essas áreas (figura 5.23), indicando que os acidentes estão relacionados a utilização de técnicas
inadequada de intervenção no meio físico, principalmente nas encostas.
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Figura 5.23 - Registro de movimentos de massa na cidade de Ouro Preto e áreas de antigas minerações
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Entre 1988 e 2003, o Corpo de Bombeiros de Ouro Preto registrou 415 ocorrências de
movimentos de massa. Esses registros possibilitaram o zoneamento das áreas de maior risco a
movimentos de massa (Castro 2006). As áreas mais problemáticas se localizam na Serra de Ouro
Preto, nos bairros Padre Faria e Santa Cruz. Os acidentes ocorridos nestes locais se agravam devido às
práticas inadequadas de construção, tais como cortes impróprios nos taludes, ocupação de antigos
depósitos de mineração, deposição inadequada de lixo e resíduos de construção, esgoto e águas
servidas sem canalizações, baixa qualidade das construções residenciais, entre outros. Alguns locais
necessitam de intervenções para melhoria da infra-estrutura dos bairros e em outros pode ser
necessário até remoção da população, aponta Castro (2006).
Repassando os cinqüenta e quatro anos de ocupação analisados, pode-se dizer que Ouro Preto
vivenciou nesse período de recuperação econômica, a consolidação da ocupação na região entorno do
Núcleo Histórico enquanto à demanda por novas áreas ainda não havia cessado. Isso levou a
população na direção da Serra de Ouro Preto e colinas adjacentes ao Núcleo Histórico. A
inobservância das condições adequadas de uso do solo, premissa primordial na paisagem de Ouro
Preto, levou a deflagração de problemas de ordem de ocupação inadequada na área urbana de Ouro
Preto. Dessa maneira, é importante manter em vista que, as áreas com tendências a expansão devem
ser conduzidas de maneira que as ocupações respeitem as características do meio físico local, para que
futuros problemas possam ser evitados.
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Figura 5.24 - Área com tendência a expansão urbana no núcleo urbano de Ouro Preto - MG
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
Ao todo, foram demarcadas dez áreas que nas últimas décadas sofreram destacado
adensamento urbano no Distrito sede de Ouro Preto. Neste item, fez-se uma análise das áreas de
expansão frente as características geológicas, geotécnicas, geomorfológicas e processos geodinâmicos,
juntamente com as leis que estabelecem as normas para o parcelamento, uso e ocupação do solo em
Ouro Preto. São essas, a Lei Complementar 28/06, que estabelece o Plano Diretor Municipal e a Lei
Complementar 30/06, que normatiza e dá as condições para o parcelamento do solo no município de
Ouro Preto. Discutir-se-á cada área separadamente.
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Figura 5.25 - Evolução da ocupação, declividade, perfil transversal e geologia do bairro São Cristovão
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Figura 5.26 - Declividade, geologia, perfil transversal e expansão urbana no Morro São Sebastião
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A área do Morro São Sebastião, um pouco mais de 120ha, ocupa a unidade de escarpa no relevo
local, entretanto a parte ocupada do bairro se encontra no topo da serra e não nas encostas como
acontecem em outros bairros. Nota-se no perfil A - A¹ (figura 5.26) a presença de encostas íngremes a
oeste do bairro, um planalto central que concentra a ocupação e um talude a leste, causado pela
mineração. O perfil B - B¹ representa o topo da Serra de Ouro Preto. O interflúvio separa duas
importantes bacias hidrográficas do estado.
A área em questão apresenta uma distribuição homogênea das classes de declividade. Na porção
sul concentram-se as declividades mais acentuadas e na porção norte as encostas mais suaves. O
fragmento norte da área coincide com o topo da Serra de Ouro Preto, enquanto que o fragmento sul
corresponde às encostas da serra. Ao todo, 48,4% da área estão entre 0 e 30% de declividade; 49,4% entre
30 e 100%; e apenas 2,2% acima de 100%. Esses números ilustram o equilíbrio entre as duas classes, de 0
a 30% e 30 a 100%.
Se por um lado, a área do Morro São Sebastião não apresenta problemas em termos de
declividade, já que a parcela norte concentra classes autorizadas para o parcelamento do solo, por outro, a
expansão urbana vivida nas últimas décadas merece atenção. Desde a década de 50 do século passado, a
ocupação se concentrara ao norte do divisor de águas da Serra de Ouro Preto e atualmente ainda se
mantêm dessa maneira. Entretanto, a ocupação ao sul do interflúvio, nas encostas da serra, vem ganhando
proporções maiores. Se até 1986 a ocupação no bairro ocorria de maneira pontual, em 2004 nota-se uma
mancha urbana se estabelecendo ao sul dessa área.
A ocupação no Morro São Sebastião predomina sob dois grupos litológicos principalmente, os
xistos Nova Lima na porção leste e os filitos e quartzitos do Grupo Caraça na porção oeste.
Os xisto do Grupo Nova Lima apresentam alguns parâmetros geotécnicos (escavação, escoamento
superficial, erodibilidade e estabilidade de encostas) que desfavorecem ou são inadequados para a
ocupação humana. Entretanto, como os xisto no Morro São Sebastião coincidem com a parcela do relevo
mais plana, com declividade entre 0 e 30%, os riscos associados à movimentos de massa são bem
reduzidos.
Em situação oposta se encontram os filitos e quartzitos do Grupo Caraça que estão associados à
declividades mais acentuadas. O quartzito Moeda é uma unidade muito irregular, ora se apresenta são e
íntegro, ora intensamente diaclasado e desintegrado em blocos ou massa arenizadas. Dessa maneira
evidenciam-se dois tipos distintos para a ocupação humana, nos locais onde ocorrer o quartzito são e no
outro onde apresentar massa arenizada. Como ambos estão associados a declividades acentuadas, o laudo
técnico é que definirá se é ou não possível a ocupação humana. O filito da Formação Batatal como se
apresenta muito alterado, atribui-se má qualidade geotécnica.
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Figura 5.27 - Declividade, geologia, perfil transversal e expansão urbana do bairro São Francisco
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O bairro possui um desnível altimétrico em torno de 220m, com 1120m de altitude na região
próxima à rodoviária até 1340m na parte mais alta, a nordeste da região. Guardando os traços da
mineração do século XVIII, o bairro localiza-se no fundo de duas sub-bacias na Serra de Ouro Preto,
orientadas pela ação antrópica da época.
O bairro São Francisco se insere na unidade 1 do mapa de landform que corresponde às escarpas
da Serra de Ouro Preto. Localmente, as encostas de caracterizam por serem côncavo-convexas (perfis A -
A¹, B - B¹ e C - C¹). A principal área de ocupação no bairro se dá nas planícies da drenagem local
principal e está indo na direção das partes mais altas do bairro.
Dentre as áreas que vem sofrendo expansão urbana, o bairro sofre com a ausência de locais
propícios aos projetos urbanísticos. Com uma área territorial de 41,4ha, 66,6% da área está entre 30 e
100% de declividade (16º41' e 45°, respectivamente); 27% até 30% de declividade e o restante 6,4%
acima de 100% ou 45°.
Entre 1991 e 2003 foram registrados um total de 15 movimentos de massa (Castro 2006), a
maioria ocorrendo associados à ocupação sobre antigas áreas de mineração (Figura 5.27). Desses, dois ou
três somente ocorreram fora da área urbana do bairro.
Na área ocorrem, ao sul filitos e quartzitos da Formação Cercadinho (Grupo Piracicaba), ao norte
o quartzito Moeda e o filito Batatal (Grupo Caraça) e na parte intermediária o itabirito da Formação Cauê
(Grupo Itabira).
De acordo com a Carta Geotécnica de Ouro Preto (Carvalho, 1982), os terrenos localizados à
montante da av. Padre Rolim, independente da formação geológica a que pertençam, são considerados de
má qualidade geotécnica. De qualidade média, considera-se uma faixa que liga, em linha reta, a av. Padre
Rolim (terminal rodoviário) até a Igreja de São Francisco e a encosta oeste do terminal rodoviário, que é
marcado por declividades mais suaves. Por fim, uma estreita faixa leste-oeste nos fundos na igreja de São
Francisco é de boa qualidade geotécnica.
Para fins práticos, os terrenos que são considerados de boa qualidade, estão ligados aos quartzitos
da Formação Cercadinho. Os terrenos de qualidade mediana correspondem aos filitos, também da
Formação Cercadinho. Nas encostas da serra, o itabirito Cauê, o filito Batatal e o quartzito seguem os
terrenos de má qualidade.
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Figura 5.28 - Declividade, geologia, perfil transversal e evolução da ocupação no Jardim Alvorada e N.S.de Lourdes
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Foi sobre os itabiritos e sobre a couraça limonítica que a ocupação foi se dando na região. As
bordas leste e oeste são mais irregulares devido às atividades antigas de mineração. A parte central, mais
regular (figura 5.29/perfil A - A¹) foi o local da ocupação pretérita e tem sido alvo da ocupação da década
de 1990 em diante.
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Figura 5.29 - Declividade, geologia, perfil transversal e evolução da ocupação no Morro da Queimada
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Figura 5.30 - Declividade, geologia, perfil transversal e evolução da ocupação no Morro São João
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Figura 5.31 - Declividade, geologia, perfil transversal e evolução da ocupação no bairro N.S.da Piedade
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Figura 5.32 - Declividade, geologia, perfil transversal e evolução da ocupação no bairro Taquaral
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Figura 5.33 - Declividade, geologia, perfil transversal e evolução da ocupação no bairro Santa Cruz
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De 1990 em diante, a ocupação intensificou em torno das áreas existentes dando origem ao bairro
da Lagoa e o Nossa Senhora do Carmo. As novas áreas na margem direita da rodovia, no sentido
Mariana, deram origem ao bairro Novo Horizonte e do outro lado da estrada, na margem esquerda, no
fundo do vale, surgiram pontualmente algumas construções (figura 5.34/evolução da ocupação).
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Figura 5.34 - Declividade, geologia, perfil transversal e evolução da ocupação nos bairros Lagoa, N.S.Carmo e Novo Horizonte
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A Lei Complementar Municipal 30/2006 estabelece Zona de Especial Interesse Social (ZEIS) na
área. Segundo o Art.10 da referida lei, na região há o interesse do Poder Público em ordenar a ocupação,
por meio de urbanização e regularização fundiária, ou em implantar ou complementar programas
habitacionais de interesse social. Dessa maneira, dada as condições geológicas e topográficas da região
recomenda-se que as ocupações a montante do bairro sejam restringidas e apenas autorizadas mediante
parecer favorável do grupo técnico responsável.
O Morro São Sebastião possui situação oposta do bairro anterior. Nesse, as condições
topográficas favorecem o adensamento populacional. Há que se ressaltar que o Morro São Sebastião
possui seu território dividido pela Serra de Ouro Preto, dessa forma recomenda-se que a montante da
serra, depois do interflúvio, a ocupação seja permitida. Entretanto, as encostas voltadas para a cidade de
Ouro Preto, possuem declividades mais acentuadas e a topografia é muito irregular, devido à alteração
causadas pela mineração. Nesse caso, admite-se a ocupação, somente mediante parecer técnico favorável.
O bairro São Francisco, também conhecido com Volta do Córrego apresenta os mesmo problemas
de áreas vizinhas na serra devido às atividades de mineração no passado e os problemas de ocupação
atualmente. Apesar da ocupação do bairro não ser intensa, a área possui características peculiares que
devem ser consideradas no processo de adensamento. A predominância de vertentes acima de 45% e as
características geológicas do terreno fazem da área a montante da av. Padre Rolim, um péssimo local para
a expansão da cidade. Diferentemente da lei complementar 30/06 de parcelamento e uso do solo da cidade
de Ouro Preto considera a área, Zona de Adensamento Restrito nível III, que significa que a região deve
ser alvo de controle para fins de adensamento, aqui se recomenda a restrição da ocupação imediatamente.
Os bairros N.S.de Lourdes e Jardim Alvorada de maneira contrária aos bairros anteriores, não
possuem tantas restrições, salvo algumas características do meio físico pontuais, a ocupação será
permitida em conformidade com a Lei Complementar 30/06, que delimita a área como Zona de
Adensamento.
O vale que separa os bairros está praticamente ocupado restando apenas parte das encostas. Com
relação a essas regiões ainda não ocupadas no bairro, mesmo que em número reduzido, algumas merecem
algumas considerações e apontamento para o adensamento na região.
No extremo oeste dessa área, há uma encosta que ainda não foi ocupada. Uma parcela dela está
sob o domínio das rochas das formações Barreiro e Taboões. Recomenda-se nesse caso, o adensamento
somente mediante orientação técnica responsável. Quanto a construção sobre terrenos do xisto Sabará,
apesar da boa estabilidade nas encostas, recomenda-se vistoria preliminar, pois o xisto intemperizado
possui estabilidade diferente nas vertentes.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
127
Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
O bairro Santa Cruz surge na paisagem de Ouro Preto como último bairro ocupando as colinas a
sudeste da Praça Tiradentes, seguindo o N.S.das Dores, Padre Faria e Alto da Cruz. Da ocupação recente,
destaca-se na área o baixo padrão construtivo e o elevado número de ocorrências de movimentos de
massa. A área caracteriza-se pela ocupação inadequada e total degradação das encostas. Ao sul, destaca-
se uma antiga mineração de pirita, que desencadeou processo erosivo que está assoreando o Ribeirão do
Funil que passa no limite sul da área. O Plano Diretor municipal, determina na região duas classes: Zona
de Especial Interesse Social, Praça Lírios do Campo a jusantes da encosta norte e Zona de Intervenção
Especial (ZIE), face sul da encosta a jusante da Praça Lírios do Campo. Segundo o texto da lei
complementar municipal 30/06, considera-se ZIE aquela que demanda recuperação ambiental em razão
da presença de processos erosivos. Quanto ao adensamento urbano da área, espera-se que nos próximos
anos possa haver uma intensificação da ocupação nos topos de morros e encostas adjacentes. Mesmo que
tomadas a devidas providências, recomenda-se cautela quanto à ocupação nos terrenos da Formação
Fecho do Funil e nos xistos do Grupo Sabará.
A última região de adensamento da cidade de Ouro Preto engloba os bairros da Lagoa, Novo
Horizonte e N.S.do Carmo que, apesar de próximos, possuem potenciais diferentes para a ocupação. O
bairro Lagoa situa-se nas encostas e topos de morros a jusante da rua Juscelino Kubistchek. Assentado
sobre os filitos e quartzitos das formações Fecho do Funil e Barreiro, respectivamente, os terrenos
possuem boa estabilidade se forem capeados por canga, caso contrário, os terrenos podem se tornar
instáveis se não observados as declividades das encostas. No bairro recomenda-se a construção onde
houver o capeamento pela couraça limonítica e em outros casos observar as condições técnicas
adequadas.
O bairro adjacente a este último, Novo Horizonte localizado mais ao sul da região está sobre
terrenos do Grupo Itacolomi e Grupo Sabará, que apresentam boa qualidade geotécnica e estão associados
a encostas com pouca declividade. O adensamento no local é permitido observando que o quartzito
quando desagregado forma uma areia fina facilmente carreada pelas águas da chuva, o que poderá causar
sulcos e ravinas nos materiais inconsolidados.
Bairro contíguo a este último o N.S.do Carmo apresenta característica litológicas semelhantes,
exceto pela presença de duas feições erosivas que marcam a paisagem. Para o adensamento no local,
recomenda-se controle, principalmente porque a ocupação vem se dando no interior das feições erosivas e
no topo do morro adjacente.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES
A análise simultânea dos mapas da área urbana no período de 1950 a 2004 permitiu verificar o
comportamento do crescimento urbano que se estabeleceu na cidade. Destacam-se dois indutores do
crescimento nesse período: o Núcleo Histórico e a Alcan - Alumínio do Brasil.
O Núcleo Histórico impulsionou a ocupação em suas adjacências e posteriormente nos setores
norte da cidade, enquanto a Alcan, foi responsável pela ocupação do setor sul. Posteriormente o papel
centralizador da Alcan foi substituído pela Universidade Federal de Ouro Preto.
As conseqüências para as ocupações no setor norte apresentam um risco maior na Serra de Ouro
Preto, onde as atividades de mineração foram mais intensas, além de vertentes acentuadas (62% da área
apresentam declividades acima de 30%) e a geologia e geotecnia desfavoráveis à ocupação em muitos
pontos. O setor sul foi se edificando sobre as áreas mais planas no relevo local, onde os xistos do Grupo
Sabará condicionam mais estabilidade as fundações.
A análise temporal permitiu identificar os vetores de crescimento atual da cidade, que se
encontram ao longo dos eixos viários que dão acesso ao município de Mariana e ao Distrito de Passagem
e no Morro São Sebastião. A tendência futura é que grande parte da massa populacional se dirija para as
margens dos eixos viários.
As demais áreas de crescimento, com exceção do Morro da Queimada, mostraram que localmente
a tendência é de adensamento, isto é, nestas áreas não está havendo frentes de ocupação mas sim
ocupação dos locais que ainda não foram construídos.
O avanço da ocupação sobre as antigas áreas de mineração na Serra de Ouro Preto deve ser
controlado, assim como, ao sul da cidade, no bairro Novo Horizonte, em relação às feições erosivas.
Deve-se atentar para as áreas de mineração nos bairros Santa Cruz e Nossa Senhora do Carmo que ainda
não foram ocupadas e disciplinar a urbanização desses locais. O bairro Morro do Cruzeiro praticamente
ocupou toda a área minerada que ali existia.
O zoneamento proposto pelo Plano Diretor Municipal está coerente segundo o ponto de vista do
presente trabalho, pois considera no seu zoneamento as frentes de ocupação da cidade. O Plano Diretor do
município de Ouro Preto (Ouro Preto 2006) considera em suas diretrizes os elementos do meio físico
como geologia, topográficas, a flora e fauna e os recursos hídricos na política de expansão urbana e de
parcelamento, uso e ocupação do solo. Porém, apesar da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Ouro Preto
2006) ser bastante clara sobre as proibições e permissões no parcelamento de terrenos, principalmente em
termos de declividade, hidrografia e vegetação, somente se refere à geologia de maneira geral.
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Oliveira, L D., 2010, Ocupação urbana de Ouro Preto de 1950 e 2004 e atuais tendências.
Trabalhos futuros poderiam empregar modelos de simulação para ambientes urbanos onde todas
essas variáveis e ainda outras são utilizadas para a previsão de cenários futuros. Com o método utilizado
neste trabalho auxiliado pela modelagem matemática, o planejamento da cidade teria mais um suporte
para pensar as decisões.
Espera-se que todos os resultados aqui levantados possam ser efetivamente utilizados pelo Poder
Público Municipal, a fim de que o mesmo possa ganhar tempo e agilidade nas deliberações para o
planejamento urbano local.
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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol. 67. 137p
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