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Brazilian Journal of Development 45803

ISSN: 2525-8761

Cobogó fluido: perspectivas para pensar sobre um novo conceito

Fluid Cobogó: perspectives for thinking about a new concept

DOI:10.34117/bjdv7n5-140

Recebimento dos originais: 07/04/2021


Aceitação para publicação: 09/05/2021

Gracieli Kronbauer
Bacharel em Design pela ULBRA Canoas; Especialização em Design de Superfície pela
Feevale
E-mail: gracieli.kr@gmail.com

Marjorie Lemos Gubert


Mestre em Design pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professora da
Universidade Luterana do Brasil e da pós-graduação da FEEVALE
E-mail: marjoriegubert@gmail.com

RESUMO
Este trabalho de conclusão de Curso de Design da Universidade Luterana do Brasil
consiste no estudo e design do cobogó fluido, inspirado no conceito de modernidade
fluida pensada por Zygmunt Bauman. O formato atual dos cobogós fez perceber a
oportunidade de desenvolver uma nova forma e gerar diferentes percepções a partir da
flexibilização de um dos seus elementos. Diante desta perspectiva, foram identificadas
possíveis necessidades e desejos a serem atendidos, portanto desenvolve-se um cobogó
com elemento central com função giratória, possibilitando que ocorram transformações
significativas na sua forma, ampliando seus efeitos estéticos, funcionais e sensoriais,
tornando-o um elemento interativo, apto a alterar a interface do ambiente.

Palavras-chave: Design de superfície, Cobogó, Modernidade fluida.

ABSTRACT
This work completion Design Course of the Lutheran University of Brazil is the study
and fluid Cobogó design - leaked element, and inspired by the fluid modernity concept
idealized by Zygmunt Bauman. The current format of cobogós shows the opportunity to
develop a new way and create different perceptions from the easing of some elements that
compose this piece. Given this perspective, it has been identified potential needs and
wants to be met. It develops a Cobogó with central element with swivel feature providing
significant changes in its shape, expanding their aesthetic, functional, and sensory effects,
transforming the space and the relationship of people with this object.

Keywords: Surface Design, Cobogó, Fluid modernity.

1 INTRODUÇÃO
No cenário atual, em que se operam as tecnologias, com grande difusão das
informações e avanços do conhecimento no campo do design, o profissional encontra
grandes oportunidades de fazer um reconhecimento do momento e gerar resultados

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relevantes e necessários para a vida das pessoas. Isto se traduz por meio de projetos de
produtos e o desenvolvimento de pesquisas. Os cursos de graduação em design
promovem o aprimoramento de conceitos nos âmbitos tecnológico, cultural e
comportamental, fazendo com que essa formação possa originar capacidade significativa
para resolver problemas e gerar conhecimentos na área do design.
O produto resultante desse projeto de design caracteriza-se por um cobogó -
elemento vazado - para uso em ambiente arquitetônico interno. Esse elemento deve
possuir identidade própria que o valide através de seu conceito e das suas principais
características, inspirado no contexto de fluidez pensado por Bauman (2001).
Os cobogós estão cada vez mais presentes nos ambientes arquitetônicos, e vêm
para transformar o espaço, são elementos que exploram uma infinidade de formas, não
apenas limitando o espaço, mas interagindo e trazendo efeitos sobre a projeção da luz (e
sombra), a ventilação e as sensações. Levanta-se aspectos relevantes desses elementos,
com objetivo de contribuir para a estética, a funcionalidade e conceitualmente,
promovendo o desenvolvimento de um modelo de cobogó que colabore para novas
intervenções do cliente sobre a superfície.
O conceito do projeto está baseado na teoria de Bauman (2001) sobre a fluidez do
comportamento humano, que considera o presente momento da vida como uma
“modernidade fluida” ou “modernidade líquida”, onde o dinamismo afeta os mais
variáveis aspectos da vida, portanto possibilita pensar a flexibilização, em vista da
volatilidade e instabilidades da maioria das identidades. Para estabelecer os limites deste
trabalho, este foi dividido nas seguintes etapas: (I) a apropriação de conhecimento sobre
o tema; (II) o planejamento da pesquisa, as especificações necessárias para desenvolver
o cobogó; (III) a definição da alternativa mais adequada, e (IV) as adequações técnicas e
funcionais.

2 SUPERFÍCIE COBOGÓ
Cobogós, segundo Bitencourt (2007), são elementos arquitetônicos, geralmente
formados por blocos vazados, que podem ser aplicados a edificações para resolver
questões de iluminação e ventilação de ambientes. O cobogó é uma criação brasileira,
patenteado em 1929, e seu nome provém da junção das primeiras sílabas dos fundadores
de uma fábrica de blocos vazados, os comerciantes Amadeu Coimbra e Ernest Boeckman
e o engenheiro Antônio de Góis, que em 1930, estava localizada em Olinda, Pernambuco.
O elemento cobogó ficou destacado quando o primeiro edifício de expressão, a Caixa

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D’Água de Olinda (Figura 1), com formas arquitetônicas modernas, fez uso dele para
revestir suas paredes.

Figura 1. Caixa D’Água de Olinda

Fonte: Cobogó de Pernambuco. Projeto Luiz Nunes Rua Bispo Coutinho, Olinda.
Foto de Josivan Rodrigues.

Os cobogós são elementos não estruturais, conforme especifica a NBR 7173 FEV
1982, da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Embora se caracterizem
por boa resistência à compressão, não suportam excesso de cargas, portanto para compor
sua estruturação são necessários o uso de vigas e pilares na construção de paredes de
grandes dimensões ou o uso de vergalhões internos com espessuras maiores.
Conforme Ruthschilling (2008), o design de superfície vai além do elemento
bidimensional, em que a superfície é formada por uma estrutura intrínseca que confere a
sua auto sustentação e determina a sua existência, constituindo-se no próprio objeto, pois
não depende de outro suporte. Em vista disso, trata-se de considerar o design de superfície
de forma ampla, ligada às possibilidades de explorar os planos, criando novas
configurações a partir da interferência do usuário.
Observa-se a importância inestimável do cobogós para a arquitetura moderna
brasileira ao considerar que esse bloco foi criado inspirado na condição climática da
região nordeste, para aproveitar a ventilação natural, fornecer o controle da radiação solar
e nas questões de baixo custo e facilidade de montar. Esses itens fizeram com que o
cobogó estivesse presente além das construções de Pernambuco, pois após marcar um
período de modernidade, ofereceu a opção de ser utilizado como dispositivo de proteção

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do sol, ventilação, limitação de visualização, em ambientes externos e internos nas


diversas edificações por todo o país.
O designer de superfície, conforme conceitua Rüthschilling (2008), se ocupa do
projeto e criação de texturas visuais e táteis, e contribui na constituição e na promoção de
qualidade das superfícies de modo a criar soluções estéticas e funcionais, dependendo do
contexto sociocultural e das possibilidades produtivas.
Por meio do design de superfície, pode-se averiguar a importância que tem um
projeto de revestimento, que além das funções de proteger, limitar e agradar, pode
estruturar um determinado ambiente. Conforme Rubim (2013) há vários projetos
arquitetônicos compostos de elementos que podem apenas cobrir um espaço ou servir de
base como plano divisor ou comunicador entre espaços, e estas são consideradas
superfícies.

3 O PROJETO DE PRODUTO
As abordagens metodológicas para o desenvolvimento da pesquisa foram
realizadas em diversas fases e foram utilizados conceitos específicos. Como
fundamentação teórica, foram buscadas as teorias de Mike Baxter (2011) e Nelson Back
(2008).
Com o propósito de conhecer melhor os cobogós, foram analisados 13 modelos
destes e observado o seu aspecto formal, que em sua maioria apresenta a moldura externa
de formato geométrico, visto que provavelmente é atrelado à maneira de instalação dos
elementos na parede, que são distribuídos de modo alinhado e regular. Na parte interna é
que se percebe serem exploradas várias formas, volumes e texturas. Sem atentar à questão
semântica, pode-se afirmar que foram utilizadas formas geométricas, orgânicas e
irregulares. Sobre a superfície, observam-se materiais polidos que oferecem opacidade,
os esmaltados, que resultam em brilho e têm opção de seis cores. As superfícies feitas de
cimento resultam em texturas granuladas e têm a possibilidade de receber pintura.
Percebe-se que ocorreu uma propagação do uso dos cobogós, tanto
geograficamente como nos ambientes, fornecendo novos sistemas de composição e
formas de uso. Os cobogós têm efeitos gerados pelo empenho de profissionais que
modificam a sua posição de simples componente divisor de espaços, para ser elemento
de destaque, conquistado pela transformação que torna o seu uso como relação de
interface permeável a sensações estéticas e visuais.

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As potencialidades técnicas, funcionais e estéticas dos cobogós levam a


conjecturar além de suas atuais aplicações, advindas dos tempos modernos, em que os
sólidos tornavam o mundo previsível e facilmente administrável, o que faz refletir sobre
variáveis para atender um universo de desejos e intenções do consumidor pelo mutável,
mais fluido e líquido. Após os estudos sobre o atual mercado de cobogós e conforme a
filosofia de Bauman (2001), busca-se a adequação do objeto por meio do design. No
desenvolvimento deste trabalho o cobogó desenvolvido pretende encontrar certa
flexibilidade para que o objeto seja assimilado e contribua ao trazer “leveza” para o
momento atual e que perdure no tempo.
Para avaliar a percepção dos clientes sobre os cobogós, o projeto conta com a
aplicação de um questionário junto a colaboradores das principais lojas de vendas de deste
artefato. A seleção das lojas se deu a partir de informações nos sites de representantes de
vendas das principais marcas de cobogós na cidade de Porto Alegre/RS. Com o propósito
de levantar dados e informações pertinentes aos cobogós, foi aplicado um questionário de
forma presencial.
Os resultados das entrevistas surgem manifestações de desejos de certo modo
pertinentes: como uma maior mobilidade de elemento único ou em forma de placas,
algum tipo de sistema de encaixe das peças que facilite a instalação, mais opções de
formas e aprimoramento no acabamento da superfície.
Com base nos dados coletados, pode-se identificar como público-alvo pessoas
entre 30 e 50 anos, que se interessam por elementos arquitetônicos para construir,
reformar ou compor seu ambiente residencial ou de trabalho.
A formatação do produto foi idealizada segundo os principais requisitos
analisados na pesquisa, as características materiais devem demonstrar durabilidade,
resistência, plasticidade para a formatação e mobilização, excelente acabamento,
facilidade de higienização e compatibilidade com as necessidades do ambiente.
Para efeitos de aplicação do projeto de cobogó desenvolvido neste trabalho o
produto deve ser submetido a testes para adequação às normatizações da Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que fixa as condições exigíveis ao cobogó para
ser utilizado em revestimento (NBR 7173 FEV 1982).
O principal conceito do cobogó a fluidez. Bauman (2001) interpreta o
comportamento relacionado ao líquido e fluido que em sua extraordinária mobilidade é
associada à ideia de “leveza” que resulta em maior mobilidade, facilidade e rapidez em

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mover-se, essas são metáforas usadas para pensar as relações sociais na


contemporaneidade.
Explicar identidades tão voláteis oportuniza a construção de um artefato que possa
expressar as vontades dos clientes, podendo articular seus desejos e anseios que
demandam constantes transformações.
Pensando-se no cotidiano e nos atos que resultam em constantes modificações,
foram selecionadas algumas imagens que representam transformações na natureza,
expressas a partir de ondas do mar, pois esta está sempre em movimento e permanente
movimento (figura 2).

Figura 2. Painel Conceitual Forma/Função.

Fontes: WSL oficial Tumblr Idealmente; Wavemotions Visualles tumblr; blog.sundancebeach.com;


Idealmente.tumblr.com.

A inserção do conceito no contexto é ponderada na forma orgânica e natural das


ondas, trazendo a sensação de movimento e fluidez, visto que ela se modifica o tempo
todo, ultrapassa os seus limites e conduz o ambiente que permeia. A forma que traz o
movimento de constante transformação à técnica foi idealizada a partir das possibilidades
do cliente intervir na passagem de luz, ventilação, visão, nas formas, cores e estética do
cobogó.
Depois de desenvolver várias expressões manuais do conceito (figura 3) e
atributos desejados, buscou-se analisar as opções que melhor respondiam aos requisitos
conceituais, formais e funcionais, além da composição e padrão de alinhamento dos
elementos a fim de gerar um resultado estético adequado. Após as análises pré-
selecionadas algumas alternativas são apresentadas para a definição do produto final.
Foram realizados o render, em Solidworks11 (figura 4), os desenhos técnicos (figura 5) e
o Mockup (figura 6).

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Figura 3. Expressões Manuais do Conceito

Fonte: Autoras, 2016.

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Figura 4. Render em Software 3D.

Fonte: Autoras, 2016.

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Figura 5. Desenhos técnicos em Software 3D.

Fonte: Autoras, 2016.

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Figura 6. Mockup.

Fonte: Autoras, 2016.

O cobogó é concebido como um módulo, sua estrutura é em formato de um cubo


com medidas de 250x250x120mm, composto externamente por gesso cerâmico e
internamente possui uma chapa de acrílico com função giratória.
A forma de quadrado para a moldura externa do cobogó foi selecionada para
facilitar a instalação dos blocos em sistema alinhado, pois há a necessidade de argamassa
ou gesso cola entre as peças para a sua fixação, além de vergalhões de ferro para garantir
a estabilidade da parede.
Para concordar com o princípio de flexibilidade, e oferecer a sensação de
movimento de elemento dentro da peça de cobogó, foram necessários diversos estudos e
adequações para tornar possível a sua função giratória. O giro da chapa de acrílico contida
no interior da peça se dá devido a um sistema formado pela chapa de acrílico que contém
hastes nas duas extremidades da largura da peça, e estas recebem o encaixe de catracas
com dentes flexíveis que são encaixadas na região do orifício de uma das metades da
moldura externa, que posteriormente deverá receber e fixar, com o uso de cola gesso, a
outra metade da peça, completando a moldura externa (figura 7).

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Figura 7. Vista explodida do Cobogó Fluido.

Fonte: Autoras, 2016.

Como o principal diferencial do cobogó deste projeto é a flexibilização de um dos


seus elementos, desse modo foi possível oferecer ao cliente a possibilidade de movimento
pelo giro da chapa de acrílico algumas das posições conseguidas são mostradas na figura
8.
Através da intervenção na chapa de acrílico é possível intervir na permeabilidade
de luz, ventilação, som e formas. O uso de uma forma com dinâmica de movimento
giratório no interior da peça trouxe o conceito de fluidez de Bauman (2001), por meio da
flexibilização de um elemento que até então era estático. O conceito é aplicado quando
for rompida a rigidez da forma sendo possível atribuir movimentos a um elemento pela
interferência manual do cliente, de modo que suas posições divirjam do geométrico
retangular para o ondulado.

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Figura 8. Opções de Giros da Chapa de Acrílico.

Fonte: Autoras, 2016.

Sua forma externa de um quadrado permite a fixação do módulo de quatro formas


diferentes, podendo assim aplicar diversas operações. Para auxiliar na compreensão das
aplicações são utilizadas as seguintes representações do rapport (figura 9).

Figura 9. Rapport do Cobogó Fluido.

Fonte: Autoras, 2016.

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Com objetivo de visualizar os cobogós inseridos em ambientes arquitetônicos,


seguem abaixo o resultado de algumas simulações (figuras 10, 11, 12, 13 e 14).

Figura 10. Sistema alinhado multimódulo.

Fonte: Unsplash, Foto Norbert Levajsics como fundo, com interferência das autoras.

Figura 11. Sistema alinhado com operação de reflexão.

Fonte: Unsplash, Foto Breather como fundo com interferência das autoras.

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Figura 12. Sistema alinhado multimódulo.

Fonte: Unsplash como fundo, com interferência das autoras.

Figura 13. Sistema alinhado multimódulo.

Fonte: Unsplash como fundo, com interferência das autoras.

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Figura 14. Sistema alinhado multimódulo.

Fonte: Unsplash como fundo, com interferência das autoras.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, observado os resultados das pesquisas,
verifica-se a importância de a concepção do projeto ser pautado em referenciais teóricos
e filosóficos. As relações comportamentais e sociais pensadas por Bauman (2001) foram
essenciais para exploração do conceito de fluidez deste projeto.
O cobogó representa um elemento extremamente importante e de crescentes
inovações, há muito para ser explorado e transmitido em todos os campos de atuação do
design de superfície.
Os objetivos do projeto foram alcançados e a pretensão de flexibilizar um
elemento rígido propiciaram como resultado a interferência no cobogó, possibilitando
novas versões à sua forma. A atuação sobre determinado elemento com mobilidade para
giro, aprimora seus efeitos estéticos, funcionais e sensoriais, modificando sua atuação
sobre o espaço e a relação das pessoas com este objeto, tornando-o mais representativo e
passível de maiores transformações a partir da evolução de estudos e pesquisas.
As ideias e projetos de transformar este cobogó são cada vez mais crescentes,
podendo-se considerar sistemas magnéticos de movimento, materiais mais flexíveis, o
rompimento das fronteiras externas e internas e a utilização de sistemas de iluminação,
possibilitando alguns trabalhos diferenciados no futuro.

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