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Instituição: Uni Goiás Centro Universitário de Goiás

Disciplina: Fundamentos da Arquitetura

Docentes: Ana Isabel Oliveira Ferreira

Mariangela Vinciguerra

Aluna: Daniela Cristina Ardigueire da Silva

N2A – IDENTIDADE PROJETUAL


ARQUITETA: KAZUYO SEJIMA
OBRAS ESCOLHIDAS:
 Museu Louvre Lens – Lens, França
 The River – New Canaan, CT, EUA
Museu Sumida Hosukai, Sumida-Ku, Tokio

ARQUITETA: KAZUYO SEJIMA

Kazuyo Sejima nasceu em Ibaraki, Japão, em 1956. Formou-se em arquitetura


na Universidade de Mulheres do Japão em 1981. Após a sua graduação, estagiou
no escritório de Toyo Ito até 1987. Quando em 1995, fundou seu próprio escritório
Sejima And Nishwaza and Associetes (SANAA) juntamente com seu ex-funcionário
Ryue Nishwaza.

OBRAS ESCOLHIDAS: USO E CONTEXTO

As obras escolhidas para essa análise foram de anos diferentes:


 O Museu Louvre Lens é um projeto de 2006, que foi um concurso onde o
escritório de Kazuyo Sejima foi o vencedor, no entanto a obra só foi finalizada
em 2012. É um projeto bem interessante, pois está localizado na cidade de
Lens da França, em um terreno de aproximadamente 200.000m2 e uma
construção de aproximadamente 28.000m2. O local foi escolhido, ainda que
esteja em uma cidade relativamente pequena, mas com um grande
significado, pois o local que foi instalado abrigava antigamente uma mina de
carvão, em uma região marcada pelos montes da escória mineral em sua
periferia. Foi eleita para receber a nova sede do museu por estar dentro da
esfera de influência de Inglaterra, Bélgica, Holanda e Alemanha.

É um museu de arte, que possui aproximadamente 3.000m2 com acervos


permanentes e pavilhões para exposições temporárias, além de um auditório,
restaurante e espaço verde com área para piquenique.

A edificação foi pensada em integrar a cidade e possui 11 estradas ligadas a


cidade com acesso aos visitantes de moradores da cidade, com um parque
de 20hct.

 O The River está localizado na cidade de New Canaan, CT, EUA. Trata-se
de um projeto de 2010 e foi inaugurado em 2014. É um projeto que eu,
Daniela, fiquei pessoalmente encantada com os objetivos e valores pelos
quais o edifício foi encomendado e o motivo da escolha da arquiteta em
especial. Em uma área de 80 acres, que significa mais ou menos 323,700
m2 (eu não consigo imaginar uma área tão grande!). E um edifício da
Fundação Grace Farms com o objetivo e executar sua visão de um lugar
vibrante e um edifício multifuncional onde os visitantes pudessem vivenciar a
natureza, buscar a justiça, promover a comunidade e explorar a fé. Com o
objetivo que a arquitetura do rio se integrasse na paisagem sem chamar a
atenção para si, demonstrando um grau de sensibilidade à paisagem e à sua
topografia.

 Natureza: silêncio, passeio, observação, apicultura...


 Arte: música, jazz, dança, alegria, empatia, oficinas...
 Justiça: crimes ambientais, escravidão moderna, violência gênero
 Comunidade: espaços para reuniões, recreação, mulheres...
 Fé: biblioteca, diálogo e reflexão, vida com propósito

Analisando o uso do edifício, os cinco tópicos acima foram escolhidos de forma


especial, podendo permitir ao usuário uma interação com o meio e condigo
mesmo. No tópico natureza, o objetivo é levar o usuário a contemplação da
natureza com passeios em caminhadas, contato com animais, um apiário,
árvores frutíferas e plantações diversas. A prática do silêncio e observação.
Dentro do edifício, o visitante e frequentador pode apreciar apresentações
musicais com estilos diversos como concertos e jazz. Ainda episódios de dança
diversas. O edifício ainda conta com um departamento voltado para a defesa do
cidadão e meio ambiente no que tange a crimes ambientais, racismo
estruturado, defesa da criança e mulher, escravidão moderna e todo tipo de
violência de gênero. Possui ainda espaços para vivência em comunidade e
prática da fé. A vivência em comunidade está na disponibilização de seus
espaços para palestras, cursos e outros com temas diversos, reuniões e
recreação, tudo com o objetivo de ressaltar a proteção e empatia. Os ambientes
da estrutura também contemplam manifestações de fé, ressaltando sempre uma
fé estruturada e não a religiosidade. O prédio foi desenvolvido destacando a
característica de lugar de paz, alegria, beleza e empatia.

 O Museu Sumida Hosukai está localizado em Sumida-Ku, Tokio. Em um


terreno de 1254,14m2 e uma construção de 699,97m2. É um edifício para
celebrar o trabalho de Katsushika Hokusai, artista que viveu no bairro de
Sumida, onde está localizado o museu. Foi concebido como um chamariz e
é um marco cultural no Japão. Katsushika Hokusai foi um prolífico artista
ukiyo-e. Nascido em 1760, ele viveu em Sumida Ward durante a maior parte
dos 90 anos, capturando a beleza do Japão da Era Edo em suas gravuras
coloridas. Muitos de seus primeiros trabalhos apresentam cenas ao redor de
sua casa, oferecendo um vislumbre do período Edo de Tóquio (1603-1867).
Painéis interativos, vídeos e jogos divertidos relacionados à arte com
explicações em inglês proporcionam entretenimento suficiente por algumas
horas ou uma tarde inteira para os fãs mais devotos da arte.

 Painéis que refletem o céu;


 Entradas estratégicas
 Visual espacial e se destaca entre as casas do bairro
 O edifício foi desenhado a partir da réplica de uma obra do artista
homenageado e sua filha, com temas robóticos
 Tecnologia
RELAÇÃO COM O ENTORNO

 O Museu do Louvre foi instalado na cidade de Lens por alguns motivos em


especial. Um deles, já foi citado acima, pela rota entre países estratégicos
para visitantes da Europa. Mas o motivo em especial para a região, era de
revitalizar esta antiga cidade industrial do norte da França.

A decisão de implantar a estrutura em um terreno onde até os anos 1960


operava uma mina de carvão ilustra a intenção da renomada instituição
museológica francesa de participar ativamente na reconversão das áreas
industriais abandonadas da cidade. O Louvre Lens está localizado em um
terreno de mais de 20 hectares que, abandonado por mais de meio século,
havia sido tomado pela natureza. A sua topografia, como resultado da
atividade de mineração, apresenta uma ligeira elevação.

A abordagem proposta pelos arquitetos busca minimizar a presença do


massivo edifício do museu na paisagem, optando por uma estrutura
horizontal e intimamente enraizada em seu contexto específico. As fachadas
exteriores foram acabadas em chapas de alumínio polido, as quais refletem
a exuberante natureza do entorno transformado em parque público,
garantindo uma perfeita fusão entre arquitetura e paisagem. Parcialmente
coberto por painéis de vidro, o edifício reflete a luz natural de forma que
parece ter uma aura própria e sobrenatural, permitindo ainda banhar os
espaços interiores com uma suave e onipresente luz difusa.

 O The River é um edifício multifuncional, polivalente e com projeto


paisagístico para Grace Farms, ambiente natural de 32 hectares em New
Canaan, Connecticut que a Fundação Grace Farms vem preservando como
um espaço aberto de presente às pessoas a experienciarem a natureza, o
encontro com as artes, a busca por justiça, fomentando a comunidade e
explorando a fé. As instalações do edifício são disponibilizadas pela
Fundação à Igreja local e outros grupos sem fins lucrativos e comunitários
selecionados. É um local para programas públicos que vão desde cafés,
debates, concertos intimistas e aulas de arte e atletismo para uma série
multidisciplinar de projetos e eventos culturais. Cerca de 31 dos 32 hectares
do terreno são mantidos perpetuamente como prados, bosques, pântanos e
lagoas. O projeto de OLIN preserva e melhora o habitat existente para a flora
e fauna nativa, integrando uma horta comunitária, pistas de atletismo, trilhas
e um parque infantil projetado por SANAA. As árvores que foram cortadas
para a construção foram moídas no local para construir o mobiliário, que inclui
mesas comunitárias de 5,5 metros de comprimento. Cinquenta e cinco poços
geotérmicos de 150 metros de profundidade foram perfurados no terreno
para aquecimento e refrigeração.

O objetivo da SANAA era fazer com que a arquitetura do edifício, batizado


de Rio, se tornasse parte da paisagem, sem chamar a atenção para si
mesmo, ou até mesmo sem ser sentido como um edifício. A esperança era
que aqueles que estivessem na propriedade tivessem uma maior fruição do
bonito ambiente e da mudança das estações através dos espaços e
experiências criadas por ele.
Situado em uma paisagem ondulante, o edifício surge em uma colina e, em
seguida, desce uma encosta longa e suave com uma série de curvas,
formando meandros em sua jornada.

 O Museu Sumida Hosukai é um edifício no meio da cidade, e foi escolhido


estrategicamente no bairro de Sumida, justamente porque seu homenageado
viveu nesse bairro. O prédio em si é digno de atenção. Possui dois acessos
laterais e sua entrada fica na parte central. Coberto por painéis espelhados
que refletem o céu, o museu e seu visual de era espacial se destaca entre as
casas mais tradicionais do bairro.
 A relação entre as três obras de Kazuyo, embora cada uma possua suas
particularidades, mas é inegável que ela possui como característica própria
as formas limpas, hora retas e retangulares, em outras formas curvas, mas
sempre com estilo leve e fluido, e esse estivo não está somente no desenho
da fachada, mas na disposição dos ambientes. Os espaços são flexíveis,
podendo receber diferentes eventos, com diversas funcionalidades, e para
que o ambiente seja dividido sem marcações de concreto, as formas e os
vidro é uma utilização sábia da Sejima. Outra característica marcante são as
formas esbeltas e elegantes, e os espações que se integram com grande
harmonia. Terrenos grandes por exemplo que abrigam as obras dessa
arquiteta se integram com a natureza com muita leveza, e mesmo um edifício
tão imponente quanto museu Sumida, que está no meio a uma cidade, se
integra com seus vidros e suas formas leves.

PERSPECTIVAS, VOLUMES, PLANTA E FLUXO

 O Museu do Louvre possui dois pavimentos, cinco blocos com uma


geometria retangular, embora cada lateral possua suave curvatura. Os
envoltórios de tais blocos causam efeitos de leveza, compostos de vidro
ou de revestimento em alumínio anodizado. Assim, as superfícies de todo
o edifício se confundem ao contexto ao formar imagens desfocadas
através dos reflexos das arvores, no exterior, e das obras de arte, no
interior. De vidro, metal e luz, o edifício que se integra com a paisagem.
Espaços amplos, finas vigas metálicas, desafia a lógica visual. A estrutura
é coberta de alumínio polido e anodizado (camada de oxido) e suas
paredes de vidro curvo. Forros perfurados no Hall e no Pavilhão de vidro,
que permite a visualização tanto da estrutura metálica quanto das redes
de dutos e ramais de instalações. A planta separa bem os ambientes,
deixando um espaço considerável para a exposição permanente e
espaços flexíveis para exposições temporárias. Um espaço separado e
privado para a administração e demais trabalhadores do museu, que, pela
estrutura não são poucos, desde equipes permanentes com diretores,
curadores, gestores de exposição, conservação, jurídico, cenógrafos e
serviços gerais; além de equipes temporárias com restauradores,
informática, marketing, professores etc.

 O The River é um edifício que estruturalmente, o edifício de vidro,


concreto, aço e madeira é, em essência, uma única cobertura, que parece
flutuar acima da superfície do solo, girando e rotacionando em toda a
paisagem. As passarelas, pátios e volumes envoltos em vidro que formam
sob o teto são extremamente transparentes e convidam as pessoas a
envolver-se com o ambiente natural expansivo.

 O Museu Sumida Hosukai conta com um espaço para uma exposição


permanente que examina a relação entre o artista e a região, além de espaços
para exibições temporárias, salas de leitura e seminários e área para oficinas
que oferecerão a oportunidade de estudos mais aprofundados sobre a obra do
artista. A estrutura angular, o edifício possui 4 pavimentos, com obras culturais
importantes para o Japão. Fendas angulares na fachada reflexiva do edifício
levam a luz natural para dentro das galerias, onde obras como A Grande Onda
de Kanagawa serão expostas. As geometrias angulares se prolongarão nos
interiores sob a forma de passarelas e aberturas.

CONSIDERAÇÕES

. Pessoalmente, gostei muito de aprender com uma arquiteta com uma


linguagem tão fluida, é algo que me chama muito a atenção. Procurei escolher
obras que tivessem características próprias, por isso escolhi edifícios em países
diferentes, sabendo que cada local tem sua legislação própria, no entanto,
percebi que uma das principais semelhanças das obras de Kazuyo Sejima está
nos seus valores que são empregados em seus projetos, e percebi que os dois
museus analisados possuem em comum a integração com a comunidade e o
que uma grande área pode trazer de valor para um local. De um lado do Museu
Lens na França que buscava ressignificar o passado de um local abandonado e
até marginalizado por um passado, de outro, uma grande área preservada por
uma fundação que se preocupa com a população e disponibiliza essa área para
convivência, certamente valores que vieram de encontro com a arquiteta. Não
menos importante, o Museu Sumida, que vem homenagear um artista
expressivo em Tokio, com obras significativas, mas que até no desenho da
edificação existiu a forma de integração com a comunidade, no entanto em um
contexto diferente, uma obra consideravelmente menor comparada das outras
duas, mas que nossa arquiteta consegue trazer seus traços de leveza.

Outra característica marcante em todos os projetos da Kazuyo, é a integração


das edificações com o ambiente, principalmente tratando de obras tão
grandiosas, com áreas verdes tão grandes, onde as edificações se integram com
a natureza de forma tão natural. No caso do Museu Louvre Lens, foi feita toda
uma revitalização devido ao passado industrial do local onde existia uma mina
de carvão desativada, e que foi valorizado através do projeto paisagístico de
Catherine Mosbach, que fez com que o terreno ao redor do edifício se
transformasse em um grande parque com 11 estradas que liga a cidade.

Por fim, separei algumas palavras chaves que definem características


marcantes da arquiteta:

Volumes soltos, transparência, branco, formas orgânicas, espaços lives,


geometria, pilares e vigas finas, arquitetura se mistura com a paisagem, luz,
fluidez, flexibilidade, necessário, mínimo, abstrato, clara, simplicidade, precisão,
aberto, clareza, formas tênues, contínuos.

Adorei fazer esse trabalho!!!

OBS: DENTRO DAS 4 CARACTERISTICAS A SEREM ANALISADAS, EU


MESCLEI AS INFORMAÇÕES.

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