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A ARTE DOS POVOS INDÍGENAS

Os povos nativos se diferenciam entre si em diversos aspectos: linguagem, ritos e cerimônias, confecção de objetos, construção de
moradias.
Outra diferença significativa que, inclusive, define sua identidade, são as pinturas corporais. As pinturas corporais indígenas podem
representar o grupo étnico ao qual pertencem, podem simbolizar a cerimônia que estão participando ou uma faixa etária e, ainda, comunicar
uma intencionalidade: desejo de boa caça, proteção espiritual.
Algumas vezes pintam seus corpos com estampas de peles de animais. Sobretudo, na arte gráfica dos indígenas, predomina os
padrões geométricos: Linhas retas, curvas, zigue-zagues, espirais, triângulos, círculos, quadrados.
As pinturas indígenas refletem a cultura de cada tribo, como também carregam significados, sentimentos e símbolos de grupos sociais.
Os desenhos são feitos com frutos encontrados na natureza, seja em pinturas no corpo, em cerâmicas, nas máscaras, cestos ou plumárias.
Dessa forma, cada marca tem um significado para cada ocasião e grupos diferentes, sendo que existem cerca de 300 etnias espalhadas pelo
Brasil. Sendo assim, vamos conhecer um pouco mais sobre essas pinturas indígenas, que podem sinalizar sentimentos, sendo eles felizes ou
não, de tal forma que podem representar uma indignação, revolta ou protestos dos povos nativos.

TIPOS DE ARTE E PINTURAS INDÍGENAS

As pinturas são mais do que uma arte estética, elas transmitem a história da ancestralidade indígena, além da ritualidade em expressar
os valores e símbolos mágicos de uma cultura. Além do mais, as marcas de cada tribo são diferentes, cada uma leva autenticidade e a força
da sua etnia.

Pinturas faciais e corporais


As pinturas corporais e faciais são utilizadas na cultura indígena para identificar os membros das tribos. Desse modo, os desenhos
são feitos de acordo com o gênero, a idade, a função na tribo, grupos sociais ou em rituais. As cores das tintas são de origem natural, derivados
de plantas e frutos. A cor vermelha é retirada do urucum, a cor escura é do jenipapo, já a cor branca vem da tabatinga. A Kadiwéu era
considerada a etnia indígena com os padrões gráficos mais bem elaborados, esta que conquistou os olhares dos colonizadores, em 1560. No
entanto, a tribo não faz mais pinturas corporais, apenas vendem pinturas em cerâmicas para turistas.

Arte em cerâmicas
A arte na cerâmica não é produzida por todas as tribos indígenas, visto que os costumes são divergentes. Os Xavantes, por exemplo,
não utilizam esse material. A propósito, a roda do oleiro é ignorada pelo índios, pois eles preferem desenvolver as peças manualmente. De
forma geral, as mulheres indígenas gostam de criar artes com cerâmicas, bem como esculturas, além de pintá-las no padrão próprio da cultura.

Máscaras indígenas
Os índios criam máscaras para rituais cerimoniais. Desse modo, elas são feitas de cascas de árvores, palha e cabaças. Ainda mais,
podem ser enfeitadas com plumagem ou pinturas indígenas. As tribos dos Karajás utilizam as pinturas indígenas, entre elas, as máscaras, na
dança de Aruanã. Isto é, os objetos são utilizados para acalmar as entidades que tinham conflitos com os índios no passado. Há estilos que
escondem o rosto inteiro, outras apenas partes. De fato, somente a etnia Mati pode utilizar as máscaras de cerâmica.
Pinturas indígenas em cestaria
A arte de cestaria é mais uma das produções indígenas, sendo utilizadas em tarefas domésticas, como carregar alimentos, guardar
materiais e peneirar alimentos. Os cestos são pinturas indígenas feitas em diferentes formatos, mas são trançados para manter a firmeza.
Além disso, representam pinturas elaboradas conforme a tribo. Os principais cestos são: coadores, tamises, recipientes e cargueiros.

Arte plumária
As plumas identificam os grupos étnicos dentro da cultura indígena. Nesse sentido, elas enfeitam pulseiras, braçadeiras, colares e
máscaras durante os rituais. Em suma, as plumárias são feitas de penas e caudas de aves, na maioria das vezes, produzidas pelos homens.
O processo de produção das plumárias passa pela caça, pelo tingimento e depois são cortadas nos formatos desejados. Por último, a
amarração é feita nos locais do corpo ou nos objetos. Por outro lado, algumas tribos preferem reservar as plumas para funerais, rituais e
comemorações importantes.

A MÚSICA INDÍGENA

A música é uma manifestação muito importante da cultura guarani. Para esse povo, o ato de cantar dá acesso às palavras de
Nhanderu, deus criador de tudo. Por isso, tradicionalmente, essa atividade está presente nas mais diversas situações do cotidiano desse povo.
Durante a caça, por exemplo, o canto é usado para libertar a alma dos animais e purificar seus corpos.
Assim, para os guaranis, o canto permiti a transformação e o movimento do mundo e, principalmente, o contato com seus deuses. A
palavra cantada ou falada é uma forma de manter os membros da aldeia em comunhão, além de transmitir as forças espiritual e corporal que
ajudam na manutenção da comunicação com os seres divinos.
Atualmente, também é uma das formas de os indígenas guaranis valorizarem sua cultura e reafirmarem sua identidade. A aldeia
Tenondé Porã, que fica localizada no distrito de Parelheiros, em São Paulo, mantém um coral formado por crianças e jovens. O repertório do
grupo inclui canções em guarani e em português e busca resgatar antigos cânticos indígenas, dos quais só alguns poucos idosos se
lembravam.

Características do canto indígena brasileiro


Além dos guaranis, vários outros povos indígenas brasileiros manifestam-se por meio de cânticos próprios, entoados e passados de
geração em geração há muitos séculos. Cada um desses cantos tem características e finalidades particulares. No entanto, assim como na
entonação e na articulação de alguns fonemas das línguas e dos dialetos desses povos, existem semelhanças entre suas formas de cantar.
Entre essas características comum podemos destacar algumas:
• As melodias cíclicas, entoadas repetidamente entre os cantos;
• O desenho melódico simples, ou seja, com pouca variação de altura nas sequências de notas cantadas.
• O pulso marcado com palmas batendo os pés no chão, uma especificidade dos cantos coletivos e em grupo;
• O timbre anasalado, como se fosse projetado pelo nariz e pela boca.

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