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Colégio Estadual de Tempo Integral Olavo Alves Pinto


Rua Joana Angélica, 538. Centro Retirolândia – BA
Tel. (75) 3202-1507

Nome____________________________________________________________________________________
Série- _________ Data- _____/_____/2023 Professor(a) – Joana Dark Moraes
Componente Curricular- ____________________________________________ Unidade _I_________

Arte étnica: expressão e intencionalidade

A identidade brasileira é proveniente do nascimento da nação, representado pelo


idioma, etnias, bem como através do solo, clima, vegetação e relevo. Uma etnia ou um
grupo étnico é uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais.

Etnia indígena brasileira

A cultura indígena é diversa e cada etnia tem seus hábitos próprios e um jeito Índios
Pataxós de se relacionar com o mundo. Ainda assim, muitas tribos compartilham modos
de vida, rituais, e organização social semelhante.
A arte indígena é extremamente rica e se manifesta na música, dança, arte plumária,
cestaria, cerâmica, tecelagem e pintura corporal. O uso das cores e de certos materiais
estão relacionados aos ritos de passagem, celebrações agrícolas e do cotidiano.
A cerâmica é um exemplo de arte que não está presente em todas as tribos
indígenas, sendo ausente entre os Xavantes, por exemplo. É possível notar os costumes
diversos dos povos indígenas através da observação desse tipo de arte. A cerâmica é
produzida principalmente pelas mulheres, que criam recipientes, bem como esculturas.
Para torná-las mais bonitas, costumam usar a pintura com padrões gráficos próprios.
Observem os padrões gráficos da peça de cerâmica ao lado. O grafismo está muito
presente na arte indígena e é sempre inspirado na natureza, principalmente em animais.
A cerâmica do povo Marajoara, cujo nome advém do local onde ela teve origem (a
Ilha de Marajó) é conhecida no exterior e foi a primeira arte de cerâmica brasileira.

Máscaras Indígenas
As máscaras indígenas apresentam um simbolismo sobrenatural. Elas são feitas de
cascas de árvores ou outros materiais como palha e cabaças e podem ser enfeitadas com
plumagem.
Normalmente, são utilizadas em ritos cerimoniais. Um exemplo é a tribo dos Karajá,
que se serve das máscaras durante a dança do Aruanã com o objetivo de representar
heróis que conservam a ordem mundial. Diz a lenda que as máscaras indígenas, de um
modo geral, representam as entidades que conflitavam com os índios no passado. Deste
modo, as festas e danças são feitas para alegrar e acalmar essas mesmas entidades. Há
máscaras grandes, feitas com palhas compridas, que chegam a cobrir o corpo todo. A
máscara de cerâmica é exclusiva dos índios da etnia Mati.

Pintura Corporal Indígena


A pintura corporal é usada em certos rituais e de acordo com o gênero e a idade.
Sua finalidade é indicar os grupos sociais ou a função de cada indivíduo na tribo.
As tintas usadas nessa arte são naturais, ou seja, são feitas de plantas e frutos. O
jenipapo é o fruto mais utilizado para fazer tinta. Os índios o utilizam para escurecer a
pele, enquanto o urucum, por sua vez, dá o tom vermelho. Já o branco é conseguido
através da tabatinga.
São as mulheres que pintam os corpos, cujos desenhos carregam valor simbólico,
visando retratar um momento ou um sentimento específico.
Os padrões gráficos mais elaborados fazem parte da cultura Kadiwéu. Observe as
imagens abaixo:
Cestaria Indígena
Os cestos são utilizados para uso doméstico, na manutenção e transporte de
alimentos. É mais confeccionado pelas mulheres, que desenvolvem variadas formas de
trançados em diferentes formatos, sempre utilizando grafismos geométricos.

Arte Plumária Indígena


As plumas são utilizadas nos rituais e coladas diretamente no próprio corpo. Elas
servem também para ornamentar máscaras, colares, braçadeiras, brincos, pulseiras e
cocares, os quais são feitos de penas e de caudas de aves.
Tal como a pintura corporal, a arte plumária serve também para indicar os grupos
sociais.
Na maior parte são os homens que desenvolvem a arte plumária. Essa arte passa
por um ritual: primeiro a caça, passando pelo tingimento (a chamada tapiragem), pelo
corte nas formas desejadas, e por fim, a amarração.
Há tribos que destinam as pinturas ao uso cotidiano, deixando as plumas para as
comemorações e rituais indígenas, inclusive funerais.
Cultura Afro-Brasileira
A cultura afro-brasileira remonta ao período colonial, quando o tráfico
transatlântico de escravos forçou milhões africanos a virem para o Brasil. Assim, foi
formada a maior população de origem africana fora da África. Esta cultura está marcada
por sua relação com outras referências culturais, sobretudo indígena e europeia a qual
está em constante desenvolvimento no Brasil.
Ela compõe os costumes e as tradições: a mitologia, o folclore, a língua (falada e
escrita), a culinária, a música, a dança, a religião, enfim, o imaginário cultural brasileiro.
Dentro das manifestações artísticas podemos destacar a capoeira. É uma dança de
luta, ritualizada e estilizada, que tem sua própria música e é praticada principalmente na
cidade de Salvador, estado da Bahia. É uma das expressões características da dança e
das artes marciais brasileiras. Evoluiu a partir de um estilo de luta originário de Angola.
O conjunto musical que acompanha a capoeira inclui o berimbau, um tipo de
instrumento de madeira em forma de arco, com uma corda metálica que vai de uma
extremidade à outra. Na extremidade inferior do berimbau há uma cabaça pintada, que
funciona como caixa de som. O músico sacode o arco e, enquanto ressoam as sementes
da cabaça, toca a corda tensa com uma moeda de cobre para produzir um tipo de som
único, parecido com um gemido.

Danças, festas e instrumentos musicais de origem bantu


Dos instrumentos musicais negro-brasileiros, que reconhecem a procedência da
África bantu, temos em primeiro lugar os tambores, um pouco diferentes dos atabaques
iorubas. Os tambores de origem angola-congolense não têm o couro distendido por cordas
e cunhas. A sua fabricação é mais simples.
A cuíca, já tão conhecida hoje em quase todo o Brasil, entrando mesmo na
constituição de nossos conjuntos orquestrais típicos, é a mesma puíta angola-congolense,
que toma outros nomes como roncador, fungador e socador, no Maranhão e Pará.
São temas muito extensos, tanto a arte indígena quanto a africana e suas
influências na construção da cultura brasileira.
Falando de música...
A musicalidade brasileira é resultado da mistura, não só da cultura indígena e
africana, como também da europeia.
A música indígena foi e é essencialmente religiosa, ligada às cerimônias e às
atividades da vida da tribo: cantos e danças de guerra, de caça, de pesca, de invocação e
homenagem às entidades sobrenaturais, animais e celebração dos fatos sociais e ritos de
passagem. Era uma prática coletiva, geralmente marcada pelo ritmo, com poucas notas,
melodias repetitivas, acompanhada da dança e do canto. Os instrumentos usados pelos
nossos indígenas eram confeccionados por eles com materiais conseguidos no seu habitat.
Eram feitos com bambus, cascas de árvores, ossos de animais e de guerreiros vencidos
em lutas, caroços, sementes, barro, pele de animal e pena de ave.
Como reflexos marcantes da cultura indígena na música brasileira, podemos
observar o timbre anasalado no canto sertanejo, alguns instrumentos musicais e algumas
danças como caboclinho e catira.
Instrumentos indígenas
Maracá– cabaça oca, colocada na extremidade de um pau, cheia de pedrinhas,
caroços ou sementes.
Tambor– os indígenas possuíam tambores diversos e originais.
Flauta- construída de madeira, osso ou barro, podendo ter o formato cilíndrico ou
o formato de concha. Predominavam as flautas verticais, mas também eram utilizadas
embocaduras laterais e nasais.
Flauta de Pã- formada pelo conjunto de tubos, com diferentes tamanhos.
Apito- feito de coco, folha de palmeira, chifre, concha, madeira.

A influência afro-brasileira está patente em expressões como Samba, Jongo, Carimbó,


Maxixe, Maculelê, Maracatu. Eles utilizam instrumentos variados, com destaque para Afoxé,
Atabaque, Berimbau e Tambor, como já vimos anteriormente.
Não podemos perder de vista que estas expressões musicais são também corporais. Elas
refletem nas formas de dançar, como no caso do Maculelê, uma dança folclórica brasileira, e do
samba de roda, uma variação musical do samba.
Temos outras expressões de música e dança como as danças rituais, o tambor de crioula,
e os estilos mais contemporâneos, como o samba-reggae e o axé baiano.

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