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ARTE INDÍGENA BRASILEIRA

DADOS
Na época do descobrimento, havia em nosso país cerca de 3 milhões de índios.
A atual população indígena brasileira, segundo resultados preliminares do Censo
Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, é de 817.963 indígenas, dos quais
502.783 vivem na zona rural e 315.180 habitam as zonas urbanas brasileiras.
Este Censo revelou que em todos os Estados da Federação, inclusive do Distrito
Federal, há populações indígenas.
A Funai também registra 69 referências de índios ainda não contatados, além de
existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição
indígena junto ao órgão federal indigenista.
Além disso foram registradas no país 274 LÍNGUAS INDÍGENAS, destas apenas
17,5% dos índios falam português.
UMA ARTE UTILITÁRIA
Quando dizemos que um objeto indígena, tem qualidades artísticas,
estamos lidando com conceitos que são próprios da nossa civilização, mas
estranhos ao índio.
Para ele, o objeto precisa ser mais perfeito na sua execução do que sua
utilidade exigiria.
Nessa perfeição para além da finalidade é que se encontra a noção
indígena de beleza.
Desse modo, um arco cerimonial emplumado, dos Bororo, ou um escudo
cerimonial, dos Desana podem ser considerados criações artísticas
porque são objetos cuja beleza resulta de sua perfeita realização.

Outro aspecto importante a ressaltar: a arte indígena é mais


representativa das tradições da comunidade em que está inserida
do que da personalidade do indivíduo que a faz.

É por isso que os estilos da pintura corporal, do trançado e da


cerâmica variam significativamente de uma tribo para outra.
AS CULTURAS INDÍGENAS
Apesar de terem existido muitas e diferentes tribos, é possível identificar
ainda hoje duas modalidades gerais de culturas indígenas: a dos
silvícolas,que vivem nas áreas florestais, e a dos campineiros, que vivem
nos cerrados e nas caatingas.
OS SILVÍCOLAS
têm uma agricultura desenvolvida e diversificada que, associada às atividades
de caça e pesca, proporciona‑lhes uma moradia fixa.

Suas atividades de produção de objetos para uso da tribo também são


diversificadas e entre elas estão a cerâmica, a tecelagem e o trançado de
cestos e balaios.

OS CAMPINEIROS
são povos que vivem no cerrado e por essa vegetação não ser tão
diversificada como a florestal, sua agricultura não era tão diversificada e
complexa, como a dos silvícolas.

Seus artefatos tribais são menos diversificados, porém seus cestos estão
entre os mais bem trançados dos indígenas conhecidos
TRANÇADOS, TECELAGEM e
CESTARIA
A variedade de plantas que são apropriadas ao trançado no Brasil dá ao
índio uma inesgotável fonte de matéria-prima.

É trançando que o índio constrói a sua casa e uma grande variedade de


utensílios, como cestos para uso doméstico, para transporte de
alimentos e objetos trançados para ajudar no preparo de alimentos
(peneiras), armadilhas para caça e pesca, abanos para aliviar o calor e
avivar o fogo, objetos de adorno pessoal (cocares, tangas, pulseiras),
redes para pescar e dormir, instrumentos musicais para uso em rituais
religiosos, etc.
MÁSCARA
Apresentam um simbolismo sobrenatural. São feitas de cascas de
árvores ou outros materiais como palha e podem ser enfeitadas
com plumagem.
Elas são utilizadas em cerimônias, no momento das danças, com o
objetivo de afastar espíritos.
Diz a lenda que as máscaras representam as entidades que
conflitavam com os índios no passado. Deste modo, as festas e
danças são feitas para alegrar e acalmar essas mesmas
entidades.
Há máscaras grandes, feitas com palhas compridas, que chegam
a cobrir o corpo dos índios. A máscara de cerâmica é exclusiva dos
índios da etnia Mati.
ARTE PLUMÁRIA
Os índios utilizam as penas e plumas de aves para fazer flexas, cocar,
entre outros…

Os principais grupos indígenas que realizam esta arte, são: Xavante,


Waurá, Juruna, Kaiapó, Tukano, Urubus-Kaapor, Asurini, Karajá.

As penas e plumas, quando coletadas, geralmente são tingidas.

Eles possuem significados e marcações, cada arte transmite uma


mensagem, pode ser por exemplo: Sexo, idade, filiação, posição social…

A arte plumária é mais utilizada por homens, pois eles possuem um grau
de importância maior do que o das mulheres em suas culturas.
PINTURA
CORPORAL
A pintura corporal utiliza tintas naturais, provindas de árvores e frutos. A
mais utilizada é preparada através do jenipapo, uma fruta muito
apreciada pelos índios. Ela é coletada ainda verde, retira-se então seu
líquido, que quando entra em contato com a pele, transforma-se em uma
tinta preta que pode durar até 2 semanas(durando no mínimo 1 semana).

A semente do urucum também é muito utilizada. Ela solta uma tinta


avermelhada na pele, porém, existem outras maneiras de realizar a
pintura corporal. Cada tribo possui um modo e uma técnica, há por
exemplo, tribos que utilizam um tipo de tinta em crianças e outro tipo de
tinta em adultos.
Os desenhos e as formas também possuem distinções, por
exemplo, existem desenhos feitos para comemorações, outros
para rituais…

A arte corporal com pintura é individual e única de cada grupo


indígena, possuindo diversos significados e motivos pelo seu uso.
CERÂMICA
A cerâmica é um exemplo de arte que não está presente em
todas as tribos indígenas. Os índios que a desenvolveram
fizeram com tal exemplaridade que suas formas e pinturas são o
resultado dessa qualidade.
Importa referir que os índios não utilizam a roda do oleiro e,
mesmo, assim, conseguem desenvolver belas peças.
A cerâmica é praticada principalmente pelas mulheres, que criam
recipientes, bem como esculturas e para as tornar mais bonitas,
costumam pintá-las.
A FASE MARAJOARA
A fase Marajoara produção cultural dos povos da Ilha de
Marajó, PA. Sofreu declínio e desapareceu por volta de 1350.
Os povos dessa fase (a quarta na sucessão das culturas da
ilha) vieram do noroeste da América do Sul e chegaram à Ilha
de Marajó, por volta de 400 d.C.. Na região centro-oeste do
local, a qual ocuparam; construíram habitações, cemitérios e
locais de ritualísticos.

Nessa fase destacamos as cerâmicas, que podiam ser de


uso doméstico, cerimonial ou funeral e se diferem entre si
quanto suas características.
Cerâmica doméstica: como serviam apenas para guardar
mantimentos, eram simples e não apresentavam a superfície
decorada.
Cerâmica cerimonial: como estas eram para uso festivo ou
homenagens fúnebres, eram bem decorados, caracterizados
por apresentar desenhos ou policromático (com duas ou
várias cores) com cortes na cerâmica ou em alto relevo.
 Cerâmica funeral: também chama das de igaçabas, essas
urnas mortuárias eram decoradas com desenhos labirínticos.
CULTURA SANTARÉM
Considerada umas das mais expressivas e antigas, a Cultura
Santarém é um complexo de culturas como a Marajoara que foram
encontrados na área amazônica.
A cerâmica santarena apresenta uma decoração bastante complexa,
pois além da pintura e dos desenhos, as peças apresentam
ornamentos em relevo com figuras de seres humanos ou animais
(ZOOMORFICAS).
Um dos recursos ornamentais da cerâmica santarena que mais
chama a atenção é a presença de cariátides, isto é, figuras humanas
que apoiam a parte superior de um vaso.
Além de vasos, a cultura Santarém produziu ainda cachimbos, cuja
decoração por vezes já sugere a influência dos primeiros colonizadores
europeus, e estatuetas de formas variadas.
Diferentemente das estatuetas marajoaras, as da cultura Santarém
apresentam maior realismo, pois reproduzem mais fielmente os seres
humanos ou animais que representam.

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