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ARTES II

ARTES II

ÍNDICE

ARTE AFRICANA.....................................................................................................................3

ARTE INDÍGENA BRASILEIRA...................................................................................................6

ARTE BARROCA......................................................................................................................9

NEOCLASSICISMO.................................................................................................................13

ROMANTISMO.....................................................................................................................15

IMPRESSIONISMO................................................................................................................17

EXPRESSIONISMO.................................................................................................................19

CUBISMO.............................................................................................................................22

ABSTRACIONISMO................................................................................................................24

O QUE É SOM?.....................................................................................................................26

INSTRUMENTOS MUSICAIS DE ORIGEM AFRICANA...............................................................30

REFERÊNCIAS........................................................................................................................35

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ARTE AFRICANA

Compreende-se por arte africana a totalidade de expressões artísticas presentes no


continente africano, sobretudo na região subsaariana.

A África é grandiosa, tanto em termos geográficos, como em diversidade cultural, pois


são muitos países que a compõe. Dessa forma, suas populações possuem particularidades e
costumes diferentes, o que, obviamente, se reflete na arte produzida por elas.

De qualquer maneira, existem algumas características que se mantém nas


manifestações artísticas desses povos.

Arte africana na história

Podemos dizer que os africanos conseguiram produzir uma arte bastante livre, mas
ainda assim preservando o rigor que suas tradições exigiam em busca de um entendimento da
espiritualidade e ancestralidade.

A história da arte africana originou-se no período pré-histórico, quando a humanidade


ainda não havia inventado a escrita.

Suas esculturas mais antigas encontradas, datam de 1.500 a.C., e foram produzidas
pela cultura Nok, na região onde hoje se localiza a Nigéria.

Na África subsaariana, o povo Igbo Ukwu realizou belos trabalhos em metais,


principalmente bronze, além de utilizar a terracota, marfim e pedras preciosas.

Mas o material mais utilizado pelos povos africanos certamente foi a madeira, com a
qual produziram máscaras e esculturas.

Infelizmente, grande parte dessas peças se perdeu, devido às intempéries climáticas e


também por conta da intolerância religiosa por parte dos muçulmanos e cristãos, que
entraram em contato com essas civilizações e destruíram parte de seus acervos culturais.

Máscaras africanas

As máscaras são recorrentes na maior parte dos povos da África.

Nas várias culturas que lá existem, elas fazem parte do universo artístico e expressivo,
além de serem fortes elementos de conexão entre os seres humanos e o mundo espiritual.

Máscara do povo africano Dogon (Mali)

Elas foram e são produzidas, na maior parte das vezes, como instrumento de rituais, de
maneira que se tornam também disfarces, representações de deuses, de forças da natureza,
antepassados e de seres de outro mundo, além de animais.

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Outra ponto importante é o fato de essas peças serem criações de uma pessoa
especial na comunidade. Lá, os artistas têm a responsabilidade de produzir máscaras que
representem toda a coletividade, e não apenas os anseios e inspirações individuais, como no
Ocidente.

A influência da África na arte moderna

No final do século XIX e início do século XX, novas bases para a arte ocidental estavam
sendo criadas, foram às chamadas vanguardas europeias.

Alguns artistas se depararam nesse período com a arte produzida pelos povos
africanos e ficaram impactados, incorporando assim elementos afros em suas produções.

O artista que usou a arte africana mais intensamente foi o espanhol Pablo Picasso. Esse
pintor incluiu referências diretas dessa arte em suas obras, sobretudo de máscaras tribais.

picasso e arte africana

À esquerda, autorretrato de Picasso, produzido durante sua "fase africana", que vai de
1907 a 1909. À direita, máscara tribal africana

Picasso foi um dos responsáveis pela criação do movimento cubista, que fragmentava
as figuras, trazendo uma nova maneira de enxergar o mundo e representá-lo.

Mas antes da fase cubista, o pintor esteve mergulhado em inspirações da arte da


África e produziu muitas obras com alusões africanas, o que o auxiliou a chegar às bases do
cubismo.

Certamente, o que impressionou os europeus foi a liberdade, imaginação e capacidade


dos povos africanos de relacionar o universo profano com o sagrado, o que foi ao encontro dos
interesses dos modernistas.

Arte africana em museus europeus

Em 2018, foi elaborado um documento que propõe que os museus franceses deverão
devolver o acervo artístico e cultural dos povos africanos para seu continente de origem.

Isso porque, a maior parte das peças de arte africanas encontra-se em museus na
Europa, pois foram levadas da África pelos povos colonizadores.

Estipula-se um período de cinco anos para que esse patrimônio volte aos seus países
de forma temporária ou permanente.

Arte africana contemporânea

Quando falamos em "arte africana" normalmente pensamos na história da arte


africana e nos artefatos produzidos pelas comunidades tribais há muitos anos.

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Entretanto, assim como no resto do mundo, a África continua produzindo arte e possui
também artistas contemporâneos com produções que trazem enorme contribuição para o
mundo atual.

Alguns nomes de destaque, suas nacionalidades e linguagens artísticas, são:

• Zanele Muholi (África do Sul) - fotografia


• Bili Bidjocka (Camarões) - instalações e vídeo
• George Osodi (Nigéria) - fotografia
• Kader Attia (Argélia) - fotografia e outros meios
• Kudzanai Chiurai (Zimbábue) - fotografia, audiovisual e pintura
• Kemang Wa Lehulere (África do Sul) - várias linguagens
• Guy Tillim (África do Sul) - fotografia, documentário
• Tracey Rose (África do Sul) - performance, fotografia
• Aïda Muluneh (Etiópia) – fotografia

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ARTE INDÍGENA BRASILEIRA

A arte indígena está presente na essência do povo brasileiro, sendo um dos pilares
para a cultura do país. Cultura que é resultado da mistura de vários grupos, dentre eles os
povos indígenas - os primeiros habitantes do território nacional.

Atualmente, existem cerca de 300 etnias indígenas no Brasil, cada uma com
comportamentos e costumes diferentes. Entretanto, existem várias características comuns
encontradas em diversas tribos.

Desta forma, cerâmica, máscaras, pintura corporal, cestaria e plumagem resultam em


uma arte tradicional compartilhada: a arte indígena.

Vale lembrar que a utilização de partes de animais no artesanato é exclusiva dos povos
das florestas, mas sua comercialização é proibida.

Além disso, é preocupante constatar que as expressões artísticas dos povos indígenas
vem sendo destruídas rapidamente, assim como sua própria população.

Cerâmica Indígena

A cerâmica é um exemplo de arte que não está presente em todas as tribos, sendo
ausente entre os Xavantes, por exemplo.

Importante destacar que os índios não utilizam a roda do oleiro e, ainda assim,
conseguem desenvolver impressionantes peças.

A cerâmica é produzida principalmente pelas mulheres, que criam recipientes, bem


como esculturas. Para torná-las mais bonitas, costumam usar a pintura com padrões gráficos
próprios.

A cerâmica do povo Marajoara, cujo nome advém do local onde ela teve origem (a Ilha
de Marajó) é conhecida no exterior e foi a primeira arte de cerâmica brasileira.

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Máscaras Indígenas

As máscaras indígenas apresentam um simbolismo sobrenatural. Elas são feitas de


cascas de árvores ou outros materiais como palha e cabaças e podem ser enfeitadas com
plumagem.

Normalmente, são utilizadas em ritos cerimoniais. Um exemplo é a tribo dos Karajá,


que usa máscaras na dança do Aruanã para representar heróis que conservam a ordem
mundial.

Diz a lenda que as máscaras indígenas geralmente representam entidades que


conflitavam com os índios no passado. Deste modo, as festas e danças são feitas para alegrar e
acalmar essas entidades.

Há máscaras grandes, feitas com palhas compridas, que chegam a cobrir o corpo todo.
A máscara de cerâmica é exclusiva dos índios da etnia Mati.

Pintura Corporal Indígena

A pintura corporal é usada em certos rituais e de acordo com o gênero e a idade.


Indicam os grupos sociais ou a função de cada indivíduo na tribo.

As tintas usadas são naturais, ou seja, são feitas de plantas e frutos. O jenipapo é o
fruto mais usado. Os índios o utilizam para escurecer a pele, enquanto o urucum dá o tom
vermelho. Já o branco é conseguido através da tabatinga.

São as mulheres que pintam os corpos e os desenhos têm valor simbólico, retratando
um momento ou um sentimento.

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Os padrões gráficos mais elaborados são da cultura Kadiwéu. Já em 1560, essa pintura
impactou os colonizadores, que ficaram deslumbrados com tamanha técnica e beleza.

Infelizmente, hoje em dia essa tribo não realiza mais essa pintura corporal,
empregando os padrões em peças de cerâmicas para vender aos turistas.

Cestaria Indígena

Os cestos são utilizados para uso doméstico, na manutenção e transporte de


alimentos. É produzido normalmente pelas mulheres, com variadas formas de trançados em
diferentes formatos.

Os tipos mais comuns de utensílios são:

• Cestos-coadores - para coar líquidos;


• Cestos-tamises - para peneirar farinha;
• Cestos-recipientes - para guardar diferentes materiais;
• Cestos-cargueiros - para transportar cargas.

Arte Plumária Indígena

As plumas são usadas em rituais e coladas diretamente no próprio corpo. Servem


também para ornamentar máscaras, colares, braçadeiras, brincos, pulseiras e cocares, que são
feitos de penas e de caudas de aves.

Assim como a pintura corporal, a arte plumária serve também para indicar os grupos
sociais.

Na maior parte são os homens que desenvolvem a arte plumária. Essa arte passa por
um ritual: primeiro a caça, passando pelo tingimento (a chamada tapiragem), pelo corte nas
formas desejadas, e por fim, a amarração.

Há tribos que destinam as pinturas ao uso cotidiano, deixando as plumas para as


comemorações e rituais indígenas, inclusive funerais.

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ARTE BARROCA

A Arte Barroca é conhecida pelos detalhes, requinte e elegância exagerados.

Desenvolveu-se no século XVII em uma época bastante significativa para a civilização


no Ocidente, pois nesse momento ocorriam grandes transformações que revolucionaram a
sociedade vigente.

Surgiu primeiramente na Itália e logo espalhou-se para os outros países europeus.


Mais tarde, desenvolveu-se também no Brasil e no restante do continente americano com a
vinda dos colonizadores portugueses e espanhóis.

Portanto, é um movimento que está fortemente relacionado com as circunstâncias


históricas em que se insere.

Surge no contexto da Contrarreforma e também no cenário colonialista, com as muitas


riquezas das realezas em novos territórios. Suas obras incluem, sobretudo, temas religiosos.

Principais Características da Arte Barroca

Por ter se desenvolvido em diversos lugares, o estilo barroco não possui um caráter
homogêneo. Existem várias diferenças entre a produção realizada por cada artista em
localidades distintas.

Apesar disso, algumas características marcantes se repetem:

• Predomínio de temas religiosos;


• Riqueza nos detalhes e formas;
• Expressões dramáticas das personagens retratadas;
• Preferência pelas curvas e contornos em detrimento das figuras geométricas;
• Importância da iluminação e o jogo de luzes e sombras;
• Uso de contrastes a fim de evidenciar a proximidade do divino com o humano.

Arte Barroca no Brasil

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Estudiosos afirmam que foi no estilo barroco quando surgiram as primeiras expressões
de arte verdadeiramente brasileiras.

No Brasil, o Barroco tem seu apogeu no século XVIII e perdurou até o século XIX. No
nosso país, em virtude da riqueza do período colonial, temos um acervo marcante de obras de
expressão barroca.

Aqui, esse estilo está fortemente relacionado ao catolicismo. Existem muitas igrejas
barrocas, entretanto, também é possível encontrar outros projetos arquitetônicos com tais
características, por exemplo, câmaras municipais, penitenciárias e residências de pessoas
ilustres.

O maior ícone da arte barroca no Brasil foi o escultor Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho (1730-1814). Sua produção varia de trabalhos em madeira entalhada, pedra-sabão,
altares e igrejas e tem como características o uso das cores e a maneira simples e dinâmica de
retratar as cenas.

Vertentes do Barroco no Brasil

Há duas vertentes dentro da arte barroca produzida em solo nacional.

A mais requintada ocorreu nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e
Bahia, onde a economia era baseada na cana-de-açúcar e mineração. Nessas regiões são
encontradas igrejas com trabalhos em madeira, nos quais os relevos eram cobertos por
camadas de ouro. Há também janelas e portas que exibem minuciosas produções em
escultura.

Nas regiões menos abastadas do país, onde não havia a produção de açúcar nem o
ouro, o estilo arquitetônico barroco era mais simplificado. As igrejas não possuíam trabalhos
tão elaborados, pois eram realizados por artistas menos experientes e renomados.

Cidades Brasileiras e o Barroco

Ouro Preto, localizada no estado de Minas Gerais, mantém uma riqueza cultural
decorrente desse período. É a cidade brasileira que mais se destaca no que respeita ao estilo
barroco.

O ouro havia sido descoberto em Minas Gerais, o que propiciou que fossem feitas
construções riquíssimas.

Passos da Paixão, de Aleijadinho

A cidade de Salvador é outro exemplo de expressão do Barroco. Nessa altura, ela era a
capital do Brasil (até 1763). Por esse motivo, além de pinturas e esculturas, abriga belas obras
arquitetônicas. É exemplo o Palácio do Governador.

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Arte Barroca na Europa

No continente europeu as obras barrocas são mais requintadas do que no Brasil.

Na Itália, tem destaque o trabalho de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680). Ele é


considerado o artista inaugurador do Barroco. Teve grande importância por ser arquiteto,
urbanista, escultor, decorador e pintor. Suas obras podem ser vistas em Roma.

A obra O Êxtase de Santa Teresa é uma de suas esculturas mais impactantes e enaltece
o sentimento e dramaticidade. Nela, é representada Santa Teresa no momento em que um
anjo desfere golpes com uma flecha em seu peito, o que teria causado dor intensa, mas
despertado uma experiência mística de amor à Deus.

Destacam-se na pintura, Tintoretto (1515-1549), Andrea Pozzo (1642-1709),


Michelangelo Caravaggio (1571-1610) e Annibale Carraci (1560-1609).

O pintor Caravaggio teve uma produção fortemente marcada por temas mais comuns.
Ele interessava-se por retratar pessoas do povo, como músicos, vendedores e ciganos. Esse
artista foge do conceito de beleza clássica proposto pelo Renascimento, que relacionava a
beleza com a aristocracia.

Mais tarde, o estilo barroco foi expandindo-se para outros territórios europeus e em
cada um dele, ganhou novos contornos, mais alinhados com a cultura local.

Na Espanha, desenvolveu-se na decoração de portas de edifícios civis e religiosos. Na


pintura, teve influência do estilo italiano - sobretudo no uso da luz e sombra - mas manteve o
realismo e domínio técnico característicos.

Os pintores de maior destaque nesse país foram El Greco (1541-1614) e Diego


Velázquez (1599-1660). Sendo que na obra de El Greco, a verticalidade tem um forte apelo, as
figuras são alongadas e traçam um paralelo com as imagens espiritualizadas do período
bizantino.

O pintor Velásquez, tem um produção fortemente marcada pela retratação da realeza


espanhola do século XVII. Entretanto, também buscou registrar o cotidiano de pessoas comuns
durante certo período.

Nos Países Baixos, a pintura barroca foi marcada por um caráter descritivo, com cenas
da vida cotidiana doméstica e zelo pelo realismo nas representações.

Os maiores expoentes dessa vertente foram: Rubens (1577-1640), Frans Hals (1581-
1666), Rembrandt (1606-1669) e Vermeer (1632-1675).

O artista holandês Rembrandt é um nome famoso pelo uso expressivo da luz e sombra
nas composições, conhecido por estilo luminista. Ele explorava todos os aspectos que a
luminosidade pode oferecer, como os contrastes, meio-tons, penumbras e luzes fortes.

Já Vermeer, trabalhava mais a iluminação intensa. As cenas retratadas em suas telas


costumavam ter bastante claridade e tinham como mote a vida da burguesia holandesa.

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barroco holandês

Em Portugal,esse estilo também marcou presença e vigorou de 1580 até 1756, ano de
inauguração da Arcádia Lusitânia e quando surge um novo estilo. O escultor português de
maior destaque dentro da arte barroca foi Machado de Castro (1731-1822).

Pintura e Escultura Barroca

A pintura também focou nos temas sacros, sendo que muitos tetos de igrejas foram
pintados com o estilo barroco.

Na escultura, grande parte das obras barrocas são sacras, as quais privilegiaram o usos
de materiais como barro cozido, cedro e pedra-sabão.

A característica que mais se destaca em termos de pintura é a do jogo de luz e sombra.


A presença de um foco de luz sobre a figura principal da obra é feita propositalmente para
direcionar a atenção dessa figurada iluminada.

Tanto na pintura quanto na escultura, o cotidiano é retratado de forma real e


comovente onde são observadas as expressões dramáticas faciais.

No barroco brasileiro, não podemos deixar de citar Manuel da Costa Ataíde (1762-
1830), considerado o maior pintor na área no período colonial. Na escultura, Aleijadinho ocupa
o papel de maior representante.

Igreja de São Francisco de Assis

Em decorrência da Contrarreforma, nesse período a arquitetura barroca destacou-se


pela construção de várias igrejas. O objetivo era propagar o catolicismo e, ao mesmo tempo,
reafirmar seu poder. Isso era alcançado mediante a ostentação das obras construídas.

No Brasil, a Igreja São Francisco de Assis é considerada a obra-prima de Aleijadinho.


Seu teto foi pintado por Manuel da Costa Ataíde. O início da sua construção data de 1776, mas
apenas foi concluída 18 anos depois, em 1794.

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NEOCLASSICISMO

O Neoclassicismo (novo classicismo) representa um movimento artístico e cultural que


envolveu a literatura, a pintura, a escultura e a arquitetura.

Surgiu no século XVIII na Europa se espalhando pelo mundo, permanecendo até


meados do século XIX.

Recebe esse nome uma vez que esteve baseado nos ideais clássicos. Trata-se de um
movimento de oposição aos exagero, rebuscamento e complexidades do Barroco.

Ele surge após a Revolução Francesa (1789), o início da Revolução Industrial e no


contexto do Iluminismo chamado de “Era da Razão”.

Características do Neoclassicismo

• Valorização do passado histórico


• Influência da arte clássica (greco-romana)
• Baseado nos ideais iluministas
• Oposição ao Barroco e ao Rococó
• Temas mitológicos e cotidianos
• Racionalismo, academicismo e idealismo
• Harmonia e beleza estética
• Simplicidade e equilíbrio das formas
• Uso da Proporção e da clareza
• Imitação da natureza
• Arquitetura Neoclassicista

Neoclassicismo

A arquitetura neoclássica foi fundamentada nos ideais clássicos e nas construções


erigidas durante o período do Renascimento.

O "Panteão de Paris" é um dos maiores exemplos da arquitetura desse período


localizada na França. Além dele, o "Portão do Brandemburgo", em Berlim, demostra a forte
presença desse estilo em outros países europeus.

A pintura apresenta diversas características desse período, o qual buscava a pureza e a


harmonia das formas.

Inspirados na artes greco-romana e renascentista, o realismo, o racionalismo das obras


e o equilíbrio das cores foram essenciais para disseminar esse estilo nas artes plásticas.

Merecem destaque os pintores neoclássicos franceses: Jacques-Louis David (1748-


1825) e Jean Auguste Dominique Ingres (1780-1867).

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Escultura Neoclassicista

A Escultura Neoclássica vem unir diversos elementos baseados na escultura clássica,


donde o uso do mármore é sua mais forte característica.

Busca-se a harmonia das proporções e das formas com a exploração de temas


relacionados a mitologia e personagens heroicos.

Roma foi o grande e importante centro irradiador desse estilo com destaque para o
escultor italiano: Antonio Canova (1757-1822).

Neoclassicismo Brasileiro

No Brasil, o Neoclassicismo começa no século XIX. Ainda que não tenha tido tanta
representatividade no país, alguns monumentos, artes plásticas e obras literárias demostram
sua influência.

A Casa França-Brasil é um dos exemplos arquitetônicos do desenvolvimento desse


estilo no país. Os pintores europeus que estiveram no Brasil durante esse período apresentam
obras com características neoclássicas, a saber: Rugendas (1802-1858), Taunay (1755-1830) e
Debret (1768-1848).

Na literatura, o arcadismo no Brasil teve como marco inicial a publicação de “Obras


Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), em 1768.

Além dele destacam-se os escritores: Santa Rita Durão (1722-1784), Basílio da Gama
(1741-1795) e Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).

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ROMANTISMO

O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas por
acontecimentos do final do século XVIII pela Revolução Industrial, que gerou novos inventos
com o objetivo de solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de produção,
provocando a divisão do trabalho e o início da especialização da mão-de-obra, e pela
Revolução Francesa, que lutava por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos
individuais fossem respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos do
homem e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se mais complexa.

Um dos primeiros movimentos artísticos que surge em reação ao Neoclassicismo do


século XVIII é o Romantismo e historicamente situa-se entre 1820 e 1850. Os artistas
românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da
personalidade do artista.

O termo romântico foi empregue pela primeira vez na Inglaterra para definir o tema
das novelas pastoris e de cavalaria que existiam nessa época. Romântico significava pitoresco:
expressão de uma emoção que é definida e que foi provocada pela visão de uma paisagem.

O termo romântico passou depois a ser adotado no movimento artístico-filosófico


Romantismo, que seguiu as ideias políticas e filosóficas do século das luzes (liberdade de
expressão e afirmação dos direitos dos indivíduos) e também as ideias de um movimento
alemão chamado – Strürm und Drang (que tinha como principais elementos o sentimento e a
natureza).

Características:

• Cultivo da emoção, da fantasia, do sonho, da originalidade, evasão para mundos


exóticos onde se podia fantasiar e imaginar;
• Exaltação da natureza;
• Gosto pela Idade Média (porque tinha sido o tempo de formação das nações);
• Defesa dos ideais nacionalistas (liberdade individual, liberdade do povo);
• Panteísmo (doutrina segundo a qual Deus não é um ser pessoal distinto do mundo,
Deus e o mundo seriam uma só substância);
• Individualismo, visão de mundo centrada nos sentimentos do indivíduo.
• Subjetivismo, o artista idealiza temas, exagerando em algumas das suas características
(por exemplo, a mulher é vista como uma virgem frágil; a noção de pátria também é
idealizada).

É na Alemanha que se manifesta pela primeira vez a estética da interioridade, que


considera a arte como um instrumento para se atingir o cerne da criação, para se entrar em
contato com a natureza infinita, através do sentimento sublime.

É o início da pintura moderna de paisagem, capaz de exprimir, melhor do que outro,


certos aspectos da sensibilidade do homem oitocentista.

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O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas por
acontecimentos do final do século XVIII pela Revolução Industrial, que gerou novos inventos
com o objetivo de solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de produção,
provocando a divisão do trabalho e o início da especialização da mão de obra, e pela
Revolução Francesa, que lutava por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos
individuais fossem respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos do
homem e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se mais complexa.

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IMPRESSIONISMO

O impressionismo foi uma tendência artística francesa com ênfase na pintura que
ocorreu no momento da chamada "Belle Époque" (1871-1914).

Essa vertente teve um papel muito importante para a renovação da arte do século XX,
sendo a grande propulsora das chamadas vanguardas europeias.

O termo "Impressionismo" é fruto da crítica a uma obra de Claude Monet, "Impressão,


nascer do sol", de 1872.

Pintura impressionista

Os pintores da arte impressionista costumavam produzir suas telas ao ar livre. A


intenção era capturar as tonalidades que os objetos refletiam segundo a iluminação solar em
determinados momentos do dia.

Esse movimento foi um divisor de águas para a pintura. Seus artistas não se prendiam
aos ensinamentos do realismo acadêmico.

No entanto, foram influenciados pelas correntes positivistas da segunda metade do


século XIX, as quais primavam pela precisão e o realismo.

Esse novo estilo artístico concorria com produções acadêmicas. Para isso, havia locais
fora dos circuitos tradicionais da arte, como era o caso dos Salons, onde os pintores
impressionistas realizavam exposições exibindo suas telas.

Vale citar que as orientações estéticas impressionistas estão presentes nas produções
gráficas, na propaganda e noutras formas de comunicação de massa. Até os dias atuais elas
seguem influenciando novas estéticas.

Características do Impressionismo

• registro das tonalidades das cores que a luz do sol produz em determinados
momentos;
• figuras sem contornos nítidos;
• sombras luminosas e coloridas;
• misturas das tintas diretamente na tela, com pequenas pinceladas.

Os pintores impressionistas buscaram reproduzir as sombras de modo luminoso e


colorido. O ponto de partida era a composição de efeitos visuais para a fixação do instante, tal
qual a impressão visual que nos causam.

Portanto, a tonalidade preta é evitada em obras impressionistas plenas. De modo


semelhante, a presença dos contrastes e de transparências luminosas auxiliam no
desvanecimento da forma, percebida agora sem contornos.

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Os impressionistas aboliram as temáticas históricas e mitológicas, bem como as
religiosas, buscando momentos cotidianos fugazes.

Ademais, procuravam uma expressão artística que estivesse focada nas impressões da
realidade em detrimento da razão e da emoção.

Como perceberam a fonte das cores nos raios solares, buscaram captar a mudança no
ângulo dos mesmos e na implicação disso na alteração de cores. Procuravam também realizar
as misturas cromáticas na própria tela, fixando as tintas em pequenas manchas de cor.

Isso porque a luz para os impressionistas construía a forma, captava a mesma


paisagem nos diversos momentos do dia e nas várias estações do ano.

Principais artistas do Impressionismo

No grupo original dos pintores impressionistas estavam:

• Édouard Manet (1832-1883)


• Alfred Sisley (1839-1899)
• Camille Pissarro (1830-1903)
• Edgar Degas (1834-1917)
• Auguste Renoir (1841-1919)
• Claude Monet (1840-1926)

Impressionismo no Brasil

Após se consagrar no exterior, o Impressionismo chega ao Brasil. Nesse momento, o


nacionalismo está a constituir uma “Escola Brasileira de Artes", daí não ter surtido muito
impacto a princípio.

No Brasil, podemos citar como representante mais importante do impressionismo o


italiano Eliseu Visconti (1866-1944), radicado no país. Atualmente, há também o pintor
Washington Maguetas (1942).

Também notamos tendências impressionistas nos trabalhos de Almeida Júnior (1850-


1899), Anita Malfatti (1889-1964), Georgina de Albuquerque (1885-1962) e João Timóteo da
Costa (1879-1932).

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EXPRESSIONISMO

Expressionismo é o nome de uma vanguarda artística europeia do início do século XX.

Esse movimento artístico está entre os primeiros representantes das vanguardas


históricas e talvez, o primeiro a focar em aspectos subjetivos, valorizando a expressão
emocional do ser humano.

Origem do Expressionismo

Devemos destacar que o Expressionismo não possui uma localização geográfica


definida e sua duração é imprecisa.

Entretanto, o consenso é de que tenha surgido na Alemanha em meados de 1905.


Nesse ano se deu a criação do grupo Die Brücke (A Ponte), pelos artistas Ernst Kirchner (1880-
1938), Erich Heckel (1883-1970) e Karl Schmidt-Rottluff (1884-1976), entre outros. Por isso,
essa corrente é também chamada de Expressionismo alemão.

A primeira vez que o termo surgiu foi em 1911, na revista Der Sturm (A Tempestade).
O periódico alemão era o veículo de comunicação mais importante do movimento.

Outro grupo com grandes tendências expressionistas foi o Der Blaue Reiter (O
cavaleiro azul), formado em 1911 por Franz Marc (1880-1916) e Wassily Kandinsky (1866-
1944).

Edvard Munch é considerado o precursor do Expressionismo, tendo influenciado essa


corrente artística com suas obras impactantes e cheias de carga emocional.

Sua obra mais importante é O Grito (1893). Ela representa uma das telas mais
emblemáticas do movimento expressionista.

Outro artista essencial para o surgimento da vertente foi o holandês Vincent Van
Gogh, integrante do pós-impressionismo.

Ele foi um homem que viveu intensamente a arte e transmitia em suas obras os
sentimentos de maneira dramática e sem preocupar-se tanto com os efeitos técnicos da
iluminação em suas composições. Uma de suas grandes obras é A Noite Estrelada (1889).

O Expressionismo constituiu-se como um campo multidisciplinar e interdisciplinar ao


entrecruzar os saberes de várias áreas do universo das artes.

Este movimento cativou os círculos artísticos e intelectuais alemães durante as duas


primeiras décadas do século XX.

Surgiu como uma reação ao positivismo do movimento impressionista, que visava


exibir obras com um caráter mais técnico acerca das percepções e estudos de luzes e cores,
sem dar importância à subjetividade e complexidade humanas.

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Características do Expressionismo

Com uma visão trágica do ser humano, muito por conta do contexto histórico da
Primeira Guerra Mundial, o Expressionismo, como o próprio nome sugere, busca ser uma
expressão dos sentimentos e das emoções.

Assim, os artistas exageram e distorcem os temas em seu processo de catarse,


revelando, sobretudo, o lado pessimista da vida.

Esta escola utilizou a arte enquanto forma de refletir a angústia existencialista do


indivíduo alienado, fruto da sociedade moderna, industrializada.

Dessa forma, podemos destacar como importantes características desse movimento:

• contraste e intensidade cromática;


• valorização do universo psicológico, sobretudo de sentimentos densos, como a
angústia e solidão;
• dinamismo e vigor;
• técnica abrupta e "violenta" na pintura, com grossas camadas de tinta;
• valorização de temas sombrios, trágicos.

Expressionismo no Brasil

No Brasil, Cândido Portinari (1903-1962) destacou-se no estilo expressionista. O artista


representou intensamente em suas obras as mazelas do povo nordestino.

Além dele, Anita Malfatti (1889-1964), que na Alemanha teve contato com artistas do
Expressionismo, também foi fortemente influenciada por essa corrente.

Outros nomes que beberam da fonte foram Oswaldo Goeldi (1895-1961), Lasar Segall
(1891-1957) e, posteriormente, Flávio de Carvalho (1899-1973) e Iberê Camargo (1914-1994).

Principais artistas do Expressionismo

Selecionamos alguns dos principais representantes da arte expressionista e do pós-


impressionismo (que foram os grandes inspiradores e precursores do Expressionismo). Veja:

• Marc Chagall (1887-1985)


• Paul Klee (1879-1940)
• Wassily Kandinsky (1866-1944)
• Amedeo Modigliani (1884-1920)
• Egon Schiele (1890-1918)
• Edvard Munch (1863-1944)
• José Orozco (1883-1949)
• Constant Permeke (1886-1952)

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• Cândido Portinari (1903-1962)
• Anita Malfatti (1889-1964)
• Diego Rivera (1886-1957)
• Georges Rouault (1871-1958)
• Chaim Soutine (1893-1943)
• David Siqueiros (1896-1974)
• Vincent Van Gogh (1853-1890)

Arte Expressionista

Com dito anteriormente, o Expressionismo foi um estilo artístico utilizado por diversas
categorias da arte, expresso na arquitetura, escultura, pintura, literatura e música.

Arquitetura Expressionista

Vista exterior e interior da Torre Einstein Potsdam (1921), de Erich Mendelsohn

A arquitetura expressionista empreendeu o uso de novos materiais. Com isso, ampliou


as possibilidades de fabricação em larga escala de materiais de construção como o tijolo, o aço
ou o vidro.

Pintura Expressionista

Mulher reclinada com meias verdes (1917), de Egon Schiele

A pintura expressionista deu grande ênfase nas cores como forma de criar efeito de
dinamismo e o sentimentalismo fruto de suas emoções e sentimentos mais profundos.

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CUBISMO

O cubismo foi uma vanguarda artística europeia marcada pelos uso de formas
geométricas. Surgido no início do século XX na França, esse novo estilo rompeu com os
modelos estéticos que só valorizavam a perfeição das formas.

Esse movimento pode ser considerado o primeiro a se caracterizar pela incorporação


do imaginário urbano industrial em suas obras. Abrangeu sobretudo as artes plásticas e
influenciou a literatura.

Origem do Cubismo

O marco para o surgimento do cubismo foi em 1907, com a tela Les Demoiselles
d'Avignon (As damas d'Avignon), do pintor espanhol Pablo Picasso.

Essa obra apresenta influências visíveis das esculturas africanas e das pinturas do pós-
impressionista francês Paul Cézanne.

Ao lado de Picasso, o pintor e escultor francês Georges Braque também foi fundador
do movimento cubista.

Principais Características do Cubismo

Com o cubismo teremos um tratamento geométrico das formas da natureza. Assim,


elas passam a ser representadas pelos objetos em todos os seus ângulos no mesmo plano,
constituindo uma figura em três dimensões.

Predominam as linhas retas, modeladas basicamente por cubos e cilindros, dada a


geometrização das formas e volumes. Essa técnica que renuncia à perspectiva, assim como
ao "claro-escuro", causa uma sensação de pintura escultórica.

No plano conceitual, o cubismo pode ser considerado como uma arte que privilegia o
exercício mental como maneira de expressão das ideias. Ao romper com a perspectiva
consagrada das linhas de contorno, a natureza passa a ser retratada simplificadamente. Isso
permite maior abstração sobre os atributos estéticos da obra, ao mesmo tempo em que recusa
a ideia de arte enquanto pura imitação da natureza. Sobre isso, Georges Braque afirmou:

Não se imita aquilo que se quer criar.

Vale citar que este estilo abandona distinções entre forma e fundo ou qualquer noção
de profundidade. Os temas como naturezas mortas urbanas e retratos são utilizados pelos
pintores cubistas como recursos para experimentar e criar baseados nas particularidades dessa
vertente.

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Cubismo e Ciência

No início do século XX houve uma admirável convergência de saberes e interesses de


vários campos do conhecimento.

Nesse momento, a arte irá se colocar, especialmente com o cubismo, em sintonia com
investigações científicas de ponta que ocorriam na física e na geometria.

Quando o cubismo rompeu com séculos de prioridade do uso da perspectiva na


representação pictórica, acabou por conduzir às noções geométricas de hiper poliedros e
multidimensionalidade.

Isso permitiu aos artistas cubistas a formulação de um conceito espacial até então
inédito, a saber, a "quarta dimensão". Nela, as propriedades espaço-temporais estão em
afinidade com a "Teoria da Relatividade" (1905) de Einstein.

Cubismo no Brasil

À esquerda, São Paulo (1924), de Tarsila do Amaral. À direita, Pietà (1966), de Rego Monteiro

No Brasil, somente após a Semana de Arte Moderna de 1922 é que o movimento


cubista irá ganhar força.

Ainda que os artistas brasileiros não tenham se entregado às características


exclusivamente cubistas, é possível perceber influências claras dessa vertente.

A artista Tarsila do Amaral foi umas personalidades que utilizou características cubistas
em suas telas. Nelas, notamos a influência dessa vanguarda europeia pelo uso das formas
geométricas.

Ainda nas artes plásticas, vale ressaltar os trabalhos de outros artistas brasileiros: Anita
Malfatti, Rego Monteiro e Di Cavalcanti.

Já a literatura cubista no Brasil teve como destaque as obras dos escritores: Oswald de
Andrade, Raul Boop e Érico Veríssimo. Note que a literatura cubista teve como foco a
"destruição da sintaxe", pondo fim à linearidade.

Principais Pintores Cubistas

Os maiores representantes da pintura cubista foram:

• Pablo Picasso (1881-1973)


• Georges Braque (1882-1963)
• Juan Gris (1887-1927)
• Fernand Léger (1881-1955)
• Diego Rivera (1886-1957)

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ABSTRACIONISMO

O Abstracionismo, ou arte abstrata, é um estilo artístico moderno das artes visuais que
prioriza as formas abstratas em detrimento das figuras que representam algo da nossa própria
realidade.

Dessa forma, podemos dizer que esse tipo de arte é uma obra “não representacional”,
ao contrário da arte figurativa, expressa por meio de figuras que retratam a natureza.

O pintor russo Wassily Kandinsky é considerado o precursor da arte abstrata com suas
obras Primeira Aquarela Abstrata (1910) e a série Improvisações (1909-14).

Principais características do abstracionismo

As principais características da arte abstrata são:

• Arte não representacional;


• Ausência de objetos reconhecíveis;
• Arte subjetiva;
• Oposição ao modelo renascentista e à arte figurativa;
• Valorização de formas, cores, linhas e texturas.

Origem do abstracionismo

A origem da arte abstrata está intimamente relacionada com as vanguardas artísticas


europeias do final do século XIX, a também chamada arte moderna.

Tais vanguardas representaram movimentos de ruptura artística, sobretudo em


relação aos moldes renascentistas, tradicionalistas e academicistas. Esses moldes eram
pautados no modelo da arte greco-romana, onde o conceito de “belo” é sua principal
característica.

Movimentos como o surrealismo, cubismo, dadaísmo, expressionismo e futurismo


buscaram o rompimento com os antigos valores estéticos.

Abstracionismo no Brasil

A proposta das vanguardas despertou e inaugurou novas formas estéticas, as quais


atravessaram fronteiras, de maneira que no Brasil influenciaram a estética modernista dos
anos 20.

Superfície Modulada (1958), de Lygia Clarck

Mais tarde, as vanguardas inspiraram outras correntes da arte nacional, como a arte
abstrata, que passou a ser produzida no país em torno da década de 40.

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Dentre os maiores representantes da arte abstrata no Brasil estão:

• Alfredo Volpi (1896-1988)


• Ivan Serpa (1923-1973)
• Cícero Dias (1907-2003)
• Luiz Sacilotto (1924-2003)
• Antônio Bandeira (1922-1967)
• Manabu Mabe (1924-1997)
• Tomie Ohtake (1913-2015)
• Lygia Clark (1920-1988)
• Hélio Oiticica (1937-1980)
• Iberê Camargo (1914-1994)

Abstracionismo geométrico

Influenciada pelo cubismo e o futurismo, essa vertente está pautada na geometria das
formas e no racionalismo.

Os elementos que caracterizam esse estilo artístico são:

• Racionalidade;
• Valorização de reflexão intelectual;
• Organização e uso de formas geométricas;

Principais artistas da arte abstrata

Os maiores representantes do abstracionismo no mundo foram:

• Wassily Kandinsky (1866-1944): artista plástico russo


• Piet Mondrian (1872-1944): pintor holandês
• Paul Klee (1879-1940): artista suíço
• Willem de Kooning (1904-1997): pintor holandês
• Robert Delaunay (1885-1941): artista francês
• Hans Hartung (1904-1989): pintor alemão
• Pierre Soulages (1919): pintor e escultor francês
• Jean Fautrier (1898-1964): pintor e escultor francês
• Jean Dubuffet (1901-1985): pintor francês
• Antoni Tàpies (1923-2012): pintor catalão
• Jackson Pollock (1912-1956): pintor estadunidense

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O QUE É SOM?

O som é um fenômeno acústico. Sons são ondas produzidas pela vibração de um corpo
qualquer, transmitida por um meio (gasoso, sólido ou líquido), por meio de propagação de
frequências regulares ou não, que são captadas pelos nossos ouvidos e interpretadas pelos
nossos cérebros.

Como os sons são produzidos?

Todos os sons conhecidos são produzidos por vibrações. Quando agitamos ou tocamos
algum instrumento, uma parte dele vibra. As vibrações produzidas se deslocam formando
ondas sonoras que são captadas por nossos ouvidos. Essa propagação é semelhante às
ondulações que se formam na água de um lago quando jogamos uma pequena pedra.

Cada instrumento possui uma característica diferente, por isso são tocados de formas
diferentes. Os instrumentos podem ser dedilhados, percutidos, sacudidos, soprados.ou
produzidos por interferência eletrônica.

Elementos Formais

Os elementos formais são características próprias que dão forma à música, percebidas
pelos nossos ouvidos. São cinco os elementos formadores do som, e é articulando esses cinco
elementos que se criam músicas:

Composição

As composições são baseadas no conhecimento sonoro que o compositor adquiriu no


local onde vive. A música que cada um compõe depende do lugar e da época em que vive dos
sons que conhece e dos quais tem acesso, enfim, da sua história pessoal escolhendo e
articulando de formas diferentes a imensa variedade de sons aos quais tem acesso.

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Timbre

O Timbre é a “cor” do som. Aquilo que distingue a qualidade do tom ou voz de um


instrumento ou cantor, por exemplo, a flauta do clarinete, o soprano do tenor.

Cada objeto ou material possui um timbre que é único, assim como cada pessoa possui
um timbre próprio de voz, tão individual quanto as impressões digitais.

Intensidade

A intensidade é à força do som, também chamada de sonoridade. É uma propriedade


do som que permite ao ouvinte distinguir se o som é fraco (baixa intensidade) ou se o som é
forte (alta intensidade) e ela está relacionada à energia de vibração da fonte que emite as
ondas sonoras. Ao se propagar, as ondas sonoras transmitem energias que se espalham em
todas as regiões. Quanto maior é a energia que a onda transporta, maior é a intensidade do
som que o nosso ouvido percebe. É semelhante ao que habitualmente chamamos de volume.

A intensidade sonora é a força com que as ondas sonoras empurram o ar e é medida


em uma unidade chamada bel, em homenagem ao cientista inglês Granham Bell, o qual fez
estudos que culminaram com a invenção do telefone. No entanto, os submúltiplos do bel são
mais utilizados: 1 decibel = 1dB = 0,1 bel. A partir de 140db aparece o chamado limite da dor
ao ouvido humano: o som é dificilmente suportável pelo ouvido e pode causar lesões no
sistema auditivo.

O que é intensidade?

Altura

É por meio da altura que podemos distinguir um som agudo (fininho, alto), de um
grave (grosso, baixo). A altura de um som musical depende do número de vibrações. As
vibrações rápidas produzem sons agudos e os lentos sons graves. São essas vibrações que
definem cada uma das notas musicais: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si; assim, a velocidade da onda
sonora determina a altura do som, por isso cada nota tem sua frequência (número de
vibrações por segundo). A altura de um som pode ser caracterizada como definida ou
indefinida. Em ambos os casos, os sons podem ser agudos ou graves. Os instrumentos de
altura indefinida são incapazes de produzir uma melodia, visto que a maioria deles emite um
só som, que a voz humana ou outro instrumento de altura definida não conseguem imitar.

Densidade

A densidade sonora é a qualidade que estabelece um maior ou menor número de sons


simultâneos. Quando ouvimos um grande conjunto de timbres simultaneamente dizemos que
a música em questão tem uma grande densidade sonora.

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Duração

A duração é o tempo que o som permanece em nossos ouvidos, isto é, se o som é


curto ou longo. É a característica que revela o tempo de emissão de um som. Depende do
tempo que duram as vibrações do objeto que os produz. As diversas durações são utilizadas
em combinação com uma regularidade básica chamada de pulso ou pulsação. Essas variações
são comumente chamadas de ritmo.

Alguns sons possuem ressonância curta, isto é, continuam soando por um breve
período de tempo, como o som dos tambores, e outros tem ressonância longa, como os sons
dos sinos que permanecem soando por um período de tempo maior.

Entenda o que é harmonia, melodia e ritmo

É muito comum que alguns músicos acabem se confundindo no momento de definir o


que é e o que representa a harmonia, melodia e ritmo. Apesar do fato de que esses
elementos, quando juntos, induzirem algo muito parecido, cada um deles possuem as suas
diferenças. Se você, assim como muitos, também tem dúvidas sobre esse tipo de assunto, não
se preocupe.

O que é harmonia?

Como o próprio nome já diz, a harmonia está relacionada à arte de combinar os sons,
de fazer com que diferentes sons soem em “harmonia” entre si. Musicalmente falando, a
harmonia é o estudo dessa combinação de sons e a relação dos intervalos que existe entre
eles.

Portanto, dependendo de como você mistura cada uma das notas musicais, a
sonoridade dessa combinação pode expressar sensações e emoções subjetivas como
felicidade, tristeza, medo, etc.

Por exemplo: um acorde maior é considerado alegre e um acorde menor, é


considerado triste.

Na prática, quando falamos da harmonia de uma música, nos referimos ao universo de


acordes que estão sendo formados para conduzir a canção.

O estudo da harmonia é muito importante para você aprender como montar os


acordes, como combiná-los durante o acompanhamento e principalmente como usá-los para
transmitir suas ideias e emoções. Por esta razão, a harmonia se torna um dos principais
responsáveis por despertar emoções no ouvinte.

As músicas usadas em filmes de suspense, que te prendem na tela, ou aquela moda de


viola, que traz lembranças de uma época específica da sua vida, fazem isso por conta da
harmonia. Esse é o pilar principal para compor a base de uma música e, dessa forma,
possibilita ao músico variar entre diferentes sonoridades.

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Uma música pode soar mais triste e melancólica ou alegre e tranquilizante graças à
combinação dos acordes presentes na música.

Em resumo, a harmonia se baseia em notas que são tocadas ao mesmo tempo e o


comportamento dessa interação.

O que é a melodia?

Em suas origens, a palavra melodia vem do grego “meloidia”, que quer dizer “canto
(em grupo, coral)”. Trata-se da junção dos melos (canção) e oidé (poema feito para ser
cantado).

A melodia é o componente mais memorável de uma música. Esse é o som que você
cantarola ou assobia quando se lembra de uma canção. De uma forma bem resumida, a
melodia é considerada a essência de uma música.

Existem instrumentos específicos para que uma melodia seja feita, que também são
chamados de “instrumentos melódicos”.

A gaita, o saxofone, a flauta – instrumentos de sopro, em geral – são exemplos de


instrumentos melódicos.

No campo da teoria musica, a melodia é a sequência de notas sem sair do tom e


obedecendo a escala. Por exemplo, se a canção está na tonalidade de Sol maior, a melodia vai
ter como base as notas da escala de Sol maior. Além disso, as notas que constroem a melodia
precisa de duração, pausa e ritmo.

O que é ritmo?

A música é uma arte que acontece no tempo. Assim como um pintor possui sua tela, o
músico tem o compasso, do qual irá determinar o tamanho de tempo para os sons
acontecerem.

O ritmo é a organização de cada som ao longo do tempo, isto é, ele determina a


sucessão de tempos dentro de uma música, sequenciando os sons temporalmente e
possibilitando o progresso da harmonia, melodia e de todos os outros elementos percussivos.

Ou seja, o ritmo nos diz a ordem e em quais momentos cada som deve ser tocado, de
acordo com a marcação do tempo (pulsos) e o andamento que o ritmo determina dentro de
cada música.

Além disso, ele também transmite sensações e intenções para uma música como
deixar ela mais agitada, mais lenta ou mais dançante. O ritmo está ligado não apenas à música,
mas também a outras expressões artísticas, como a poesia e a literatura.

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INSTRUMENTOS MUSICAIS DE ORIGEM AFRICANA

São claras as influencias da África sobre a cultura brasileira, a maior parte da


população brasileira é negra, e até mesmo as pessoas que não são negras, têm origens
africanas, isso por que o povo brasileiro é um dos mais miscigenados do mundo, muitas vezes
ocorre de pessoas brancas, terem grande parte de seus antepassados negros, a miscigenação é
um efeito muito interessante.

A capoeira é uma dança que surgiu no Brasil, sendo uma mistura de lutas e passos de
dança africanos, apesar de que muitos acreditam que a capoeira surgiu na África, ela surgiu
pela necessidade dos escravos de manterem sua cultura e treinarem seu corpo. A capoeira
usou instrumentos africanos para dar ritmo a dança. Ela utiliza principalmente o berimbau,
que consiste em um arco feito de uma vara de madeira (verga) de comprimento aproximado
de 1,50m a 1,70m e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Em uma das
extremidades do arco é fixada uma cabaça que funciona como caixa de ressonância. O tocador
de berimbau utiliza uma pedra e uma vareta.

Há outros instrumentos de origem africana, apesar de não serem utilizados na


capoeira, são eles;

Afoxé– instrumento percussivo composto de uma cabaça coberta com uma rede de contas ao
redor de seu corpo. O som é produzido quando se giram as contas em um sentido, e a
extremidade do instrumento (o cabo) no sentido oposto.

Agogô – instrumento percussivo composto de duas a quatro campânulas de tamanhos


diferentes, ligadas entre si pelos vértices. Para se tirar som desse instrumento usa-se uma
baqueta de madeira.

Caxixi – instrumento de percussão que consiste em um pequeno cesto de palha contendo


sementes que se entrechocam quando sacudido. É usado, no Brasil, em conjugação com o
berimbau.

Chocalho de pé – instrumento percussivo feito de pequenas peças (cascas secas de frutas,


unhas de cabra, búzios) presas a um fio ou tecido, que produzem um som achocalhado ao
baterem entre si, conforme o movimento das pernas de quem o usa.

Clava – instrumento percussivo correspondente a duas peças de madeira na forma de cilindro


que são percutidas uma na outra. Os pigmeus usam clavas rústicas – tocos de madeira.

Cuíca – espécie de tambor com uma haste de madeira presa no centro da membrana de couro,
pelo lado interno. O som é obtido friccionando-se a haste com um pedaço de tecido molhado e
pressionando a parte externa da cuíca com os dedos, produzindo um ronco característico,
variando entre graves e agudos.

Djembê – tipo de tambor cujo corpo é um tronco de madeira escavado em forma de cálice. A
pele que é percutida, é tensionada na parte mais larga.

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Kalimba – instrumento feito de lâminas de metal presas a uma cabaça que serve como caixa
de ressonância . É tocado com as duas mãos, sendo as lâminas beliscadas pelos polegares.
Também conhecido como sanza, quissange, likembe ou piano de polegar.

Kora – instrumento de cordas. Tem uma caixa de ressonância feita de cabaça e suas cordas
eram originalmente feitas de pele de antílope. O instrumentista usa somente o polegar e o
indicador de ambas as mãos para dedilhar as cordas da Kora, sendo que os dedos restantes
seguram o instrumento.

Maraca – instrumento de percussão constituído por uma cabaça com cabo, contendo no seu
interior, sementes secas, grãos, arroz ou areia grossa.

Reco-reco – instrumento feito de bambu ou madeira com ranhuras transversais que são
friccionados por uma vareta.

Tambor falante – tambor em forma de ampulheta com as duas extremidades cobertas com
couro e amarradas entre si por tiras tensionadas. Seus sons podem ser regulados e por isso é
chamado o “tambor de comunicação”. O tocador coloca o tambor embaixo do braço e levanta
ou abaixa o tom do tambor falante, ao apertar ou ao liberar as cordas.

Udo – também chamado “udo drum” ou moringa de percussão é um pote de cerâmica com
um furo na “barriga”, no qual se bate com a palma da mão, obtendo-se um som oco. O resto
do corpo é tocado com os dedos. Os timbres assemelham-se a sons de água.

Xequerê – instrumento de percussão que consiste de uma cabaça cortada em uma das
extremidades e envolta por uma rede de contas. O som é produzido pelo instrumentista
puxando e soltando essa rede.

Xilofone – instrumento musical classificado como de percussão de altura definida ou de som


determinado. Consiste de várias lâminas de madeira dispostas em uma caixa de ressonância. O
instrumentista usa duas baquetas para a produção do som.

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MÚSICA BRASILEIRA

No Brasil, a música é uma das mais importantes manifestações da Arte e da Cultura


nacional. A música brasileira é respeitada e apreciada nacional e internacionalmente. A música
do Brasil reflete a diversidade cultural do país. Há um número praticamente incontável de
nomes e estilos que fazem parte da história da música brasileira. Surgem novas tendências
musicais e os ritmos se renovam, mas a criatividade musical característica do Brasil sempre se
mantém.

A música brasileira foi muito influenciada pelos povos africanos e europeus. Ao longo
do tempo, houve a mistura dos sons indígenas, africanos e europeus. Estes se misturaram e
influenciaram a música brasileira atual. Cada grupo influenciou a música brasileira, com seus
instrumentos, danças e ritmos.

A história da música brasileira se inicia com os indígenas e os jesuítas. O encontro


entre a música dos jesuítas e dos indígenas constituiu o início da música popular brasileira. A
evolução desses ritmos, como o cateretê ou o cantochão, evidencia-se ainda hoje, pois são
tocados em festas populares.

A música popular brasileira cresceu significativamente apenas no final do século XVII e


durante o século XVIII, com o aparecimento dos primeiros centros urbanos.

A chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, transformou a produção musical e


mudou os parâmetros estéticos brasileiros. A Coroa Portuguesa se estabeleceu no Rio de
Janeiro e essa cidade recebeu a biblioteca musical da família Bragança – uma das melhores
bibliotecas da Europa na época.

A música brasileira floresceu principalmente a partir do século XX. O Brasil, que tem
pouco mais de 500 anos, é um país relativamente jovem, mas conseguiu desenvolver diversos
ritmos diferentes. Alguns dos gêneros musicais populares que se originaram no país são o
Samba, o Choro, a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira.

Estilos Brasileiros

Há diversos tipos de música brasileira: Axé, Baião, Bossa Nova, Choro, Forró, Frevo,
Funk Carioca, Gospel, Lambada, MPB, Pagode, Samba, Sertanejo e o Xote.

Choro

O Choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero musical, uma música


popular e instrumental brasileira que já existe há mais de 130 anos. O choro é considerado a
primeira música popular urbana típica do Brasil.

Esse gênero de música foi criado a partir da mistura de elementos das danças de salão
da Europa e da música popular portuguesa, com influências africanas. Inicialmente, era
considerado nada mais que uma forma abrasileirada de os músicos tocarem os ritmos

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estrangeiros que eram populares na época, como o xote, valsa e polca (ritmos europeus) e o
lundu (ritmo africano).

Os conjuntos que executam esse gênero de música são chamados de regionais. Os


músicos, compositores ou instrumentalistas denominados chorões. Apesar do nome, o gênero
costuma ser de ritmo agitado e alegre. É caracterizado pelo virtuosismo e pelo improviso dos
participantes, que precisam ter muito conhecimento e técnica, pois é um gênero difícil de ser
executado. O choro utiliza instrumentos como a flauta, o bandolim, o cavaquinho, o violão e o
pandeiro.

Entre os chorões, destacam-se os seguintes nomes: Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga,


Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Altamiro Carrilho.

Samba

O Samba, cujo ritmo descende do lundu, é a principal forma de música de raízes


africanas que surgiu no Brasil. O nome “samba” provavelmente origina do nome angolano
semba, um ritmo religioso.

O samba se tornou um dos grandes símbolos do Brasil. O samba cresce continuamente


e se reinventa. Hoje, há muitas variações do samba, como o samba canção, o samba de
breque, o samba de roda, o samba enredo, o samba rock e o samba reggae. Os instrumentos
mais utilizados no samba são o cavaquinho, o pandeiro e o violão.

O samba enredo é o estilo cantado pelas escolas de samba durante os desfiles de


carnaval. Essa variante de samba foi originada no Rio de Janeiro, na década de 1930, com o
desfile das escolas de samba. O samba enredo é caracterizado por apresentar canções com
temas de caráter histórico, cultural ou social. A letra do samba enredo serve de enredo para o
desenvolvimento da apresentação da escola de samba. A música é geralmente cantada por um
homem e é sempre acompanhada por um cavaquinho e pela bateria da escola de samba. Isso
produz uma textura sonora complexa e densa, conhecida como batucada. O carnaval é, sem
dúvida, uma das festas de maior destaque para o samba.

Carnaval

O samba de roda surgiu por volta de 1860 entre os escravos na Bahia. Essa variante de
samba está ligada ao culto de orixás e caboclos e à capoeira. O samba de roda é uma forma de
preservação da cultura dos negros africanos que foram escravizados no Brasil. É caracterizado
por palmas e cantos e por instrumentos como a viola, o pandeiro, o chocalho e o berimbau.
Geralmente, esse tipo de samba é iniciado apenas após a conclusão das rodas de capoeira,
visando ao entretenimento dos espectadores. Os sambistas formam um círculo e se alternam,
dançando dentro da roda uma dança que é semelhante à capoeira, com gingados e rodopios.

Levou tempo para que o samba fosse reconhecido como um dos mais genuínos ritmos
brasileiros. Por ter surgido entre os escravos, havia certo preconceito contra ele. Contudo, no

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início do século XX, o samba foi adotado por compositores como Noel Rosa, Ernesto Nazareth,
Cartola e Donga, que o legitimaram na cultura oficial. Há vários sambistas famosos, entre eles,
Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila.

Bossa Nova

A Bossa Nova adveio do samba. A Bossa Nova é um estilo original de samba brasileiro,
originado no final da década de 1950. Inicialmente, era apenas uma forma diferente de cantar
o samba, mas logo incorporou elementos do jazz e desenvolveu um contorno baseado na voz e
no piano ou no violão.

Diferentemente do samba, não originou nas favelas, e sim, nos bairros de luxo do Rio
de Janeiro. A palavra “bossa” era uma gíria carioca, que, no final da década de 1950, significava
“maneira “, “modo” ou “jeito”. A Bossa Nova foi lançada por João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius
de Moraes e por jovens compositores de classe média da Zona Sul carioca.

A Bossa Nova se caracteriza por uma maior integração entre melodia, harmonia e
ritmo e por letras mais elaboradas e uma maneira de cantar mais despojada do que o estilo
que havia vigorado até então. A Bossa Nova era mais refinada, alegre e otimista. Ela surgiu em
um momento singular da cultura brasileira, em uma época em que havia muita esperança
quanto ao futuro do Brasil. Esse sentimento de esperança e euforia foi simbolizado pela
construção da nova capital do Brasil – Brasília.

Hoje, a Bossa Nova é um dos estilos mais comuns em todo o país. É tocada em festas,
restaurantes, etc. Entre os maiores nomes da Bossa Nova estão Nara Leão, Carlos Lyra, João
Gilberto, Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Algumas das músicas mais renomadas são Chega de
Saudade, Garota de Ipanema e Desafinado.

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REFERÊNCIAS

https://www.todamateria.com.br/

https://brasilescola.uol.com.br/

https://www.coladaweb.com/

https://mundoeducacao.uol.com.br/

https://www.geekie.com.br/

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https://www.suapesquisa.com/

https://beduka.com/

https://www.pravaler.com.br/

https://descomplica.com.br/home/a/

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