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Compreende-se por arte africana a totalidade de expressões artísticas presentes no continente africano,
sobretudo na região subsaariana.
A África é grandiosa, tanto em termos geográficos, como em diversidade cultural, pois são muitos países
que a compõe. Dessa forma, suas populações possuem particularidades e costumes diferentes, o que,
obviamente, se reflete na arte produzida por elas.
De qualquer maneira, existem algumas características que se mantém nas manifestações artísticas
desses povos.
Na África subsaariana, o povo Igbo Ukwu realizou belos trabalhos em metais, principalmente bronze,
além de utilizar a terracota, marfim e pedras preciosas.
Mas o material mais utilizado pelos povos africanos certamente foi a madeira, com a qual produziram
máscaras e esculturas.
Infelizmente, grande parte dessas peças se perdeu, devido às intempéries climáticas e também por conta
da intolerância religiosa por parte dos muçulmanos e cristãos, que entraram em contato com essas
civilizações e destruíram parte de seus acervos culturais.
Características
Uma das características da arte africana é o fato de ser produzida em pequena escala dentro de
sociedades tradicionais. Embora os estudiosos se refiram a uma arte africana em geral, a unidade deve
ser relativizada pela coexistência de estilos diferentes de cada grupo social.
Suas formas artísticas mais antigas são as pinturas, gravações em pedra e esculturas de argila e bronze,
que refletem fielmente histórias, mitos, crenças e costumes desses povos. Para produzir os objetos
artísticos, eram usados marfim, madeira, ouro e bronze, com temas do cotidiano e temas religiosos.
A escultura é a mais importante manifestação artística desses povos, que utilizam, para confeccionar suas
peças, madeira associada a outras técnicas, como pintura, colagem e cestaria. Entre os objetos
produzidos, as máscaras são as formas mais conhecidas e são usadas em rituais carregados de
misticismo e crenças.
Atualmente, tem-se a falsa impressão de que a arte africana se resume às esculturas. Na realidade,
desde os tempos pré-coloniais, a arquitetura predominou como forma de arte. Exemplo dessa arquitetura
são as magníficas mesquitas de argila de Mopti, em Mali, e as igrejas esculpidas em rocha na Etiópia.
A pintura também se desenvolveu no continente. Os temas são variados. Algumas formas são
geométricas, outras reproduzem cenas de caça ou de guerra.
Máscara Mbuya, do Zaire, coleção particular. Máscara do povo africano Dogon (Mali)
As máscaras são trabalhadas em vários materiais, como argila, marfim e metais. Mas a madeira é a
principal matéria-prima. Além do valor artístico, as máscaras têm significados simbólicos. Muitos africanos
acreditam que elas protegem quem as carrega. Elas também teriam a faculdade de captar a força vital de
um ser humano (ou animal) no momento da morte e redistribuí-la à sociedade.
Esse valor simbólico perdeu-se no Ocidente, que, no entanto, deixou-se fascinar por seus mistérios.
As máscaras africanas tiveram grande impacto sobre a produção de artistas europeus de vanguarda.
Pablo Picasso deixou clara a influência da arte africana em seu trabalho. O cubismo, movimento que
liderou a partir de 1907, tem elementos de máscaras e esculturas africanas que ele conheceu poucos
anos antes.
Mas antes da fase cubista, o pintor esteve mergulhado em inspirações da arte da África e produziu muitas
obras com alusões africanas, o que o auxiliou a chegar às bases do cubismo.
Certamente, o que impressionou os europeus foi a liberdade, imaginação e capacidade dos povos
africanos de relacionar o universo profano com o sagrado, o que foi ao encontro dos interesses dos
modernistas.
Também nascido em Salvador, Rubem Valentim foi autodidata. No início dos anos 1950 fazia uma pintura
não-figurativa de base geométrica, num tempo e numa cidade em que o abstracionismo não era bem-
aceito. Mais tarde, morou no Rio e na Europa. Valentim trilhou a fronteira entre o popular e o erudito,
atento à ancestralidade africana. Dizia que sua fonte era afro-ameríndia-nordestina-brasileira.