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Design de

Mobiliário,
Objetos e
Embalagem
Prof.a Bruna Soares

Indaial – 2021
1a Edição
Elaboração:
Prof.a Bruna Soares

Copyright © UNIASSELVI 2021

Revisão, Diagramação e Produção:


Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI

S676d

Soares, Bruna

Design de mobiliário, objetos e embalagem. / Bruna Soares. –


Indaial: UNIASSELVI, 2021.

166 p.; il.

ISBN 978-65-5663-376-3
ISBN Digital 978-65-5663-372-5

1. Design do mobiliário. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo


da Vinci.

CDD 747
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático da disciplina de Design
de Mobiliário, Objetos e Embalagem. Este livro abarca conceitos fundamentais para o
desenvolvimento dos projetos de mobiliário, objetos e embalagens.

Para o desenvolvimento de um projeto de mobiliário, objetos e embalagens de


excelência, é fundamental a elaboração de diversos processos industriais, com ênfase
na conceituação dos estudos e aplicações dos materiais estruturais. A produção desse
processo parte do desenvolvimento da linguagem gráfica, interpretação e análise do
mobiliário, objetos e embalagem e dos elementos necessários para definir produtos
e projetos. O estudo deve ser desenvolvido por meio da padronização, normatização
técnica e parâmetros técnicos e de projeto.

Na Unidade 1 você encontrará temas que abordam os conceitos básicos,


os princípios de linguagem e estética do design do mobiliário, a história e teoria do
mobiliário, além da indústria moveleira sustentável. O estudo também é caracterizado
pelo desenvolvimento da produção do mobiliário, com enfoque nos seguintes temas:
mercadologia e tendência, gerenciamento de projeto e gestão da produção mobiliária. A
unidade finaliza com abordagem da criação projetual do mobiliário, a partir dos materiais
do processo de fabricação, ergonomia, percepção e conforto de mobiliário.

Na Unidade 2, o estudo se caracteriza na produção de objetos. O estudo parte


dos fundamentos de linguagem e estética do objeto, a história e a teoria do objeto, além
dos recursos e matérias-primas para o desenvolvimento de objeto sustentável. O estudo
também é caracterizado pelo desenvolvimento da produção do objeto, com enfoque
nos seguintes temas: mercadologia e tendência, gerenciamento de projeto e gestão da
produção de objetos. A unidade finaliza abordando a criação projetual do objeto a partir
dos materiais do processo de fabricação, ergonomia, percepção e conforto de objeto.

Na Unidade 3, conforme as unidades anteriores, seguindo a mesma metodologia,


os estudos partem dos fundamentos de linguagem e estética de embalagem, história e
a teoria da embalagem, além dos recursos e matérias-primas para o desenvolvimento
da embalagem sustentável. O estudo também é caracterizado pelo desenvolvimento
da produção da embalagem, com enfoque nos seguintes temas: mercadologia e
tendência, gerenciamento de projeto e gestão da produção de embalagem. A unidade
finaliza abordando a criação projetual da embalagem, a partir dos materiais do processo
de fabricação, ergonomia e percepção.

Espera-se que esses estudos contribuam para a sua formação profissional, e


que os conteúdos apresentados neste caderno de ensino possibilitem a aprendizagem
e o desenvolvimento dos mobiliários, objetos e embalagens.

Prof.a Bruna Soares


GIO
Olá, eu sou a Gio!

No livro didático, você encontrará blocos com informações


adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender
melhor o que são essas informações adicionais e por que você
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais
e outras fontes de conhecimento que complementam o
assunto estudado em questão.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos


os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada
também digital, em que você pode acompanhar os recursos
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que
também contribui para diminuir a extração de árvores para
produção de folhas de papel, por exemplo.

Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,


apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Preparamos também um novo layout. Diante disso, você


verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.

QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
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Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!

LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma dis-
ciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conheci-


mento, construímos, além do livro que está em
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,
por meio dela você terá contato com o vídeo
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de
auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que


preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


SUMÁRIO
UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO...................................... 1

TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO......................................3


1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................3
2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO....................3
2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO MOBILIÁRIO.......................................................................... 4
2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO............................................................................................. 5
3 HISTÓRIA E TEORIA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO............................................................ 10
3.1 HISTÓRIA DO MOBILIÁRIO.................................................................................................................. 10
3.2. DESIGN DE MOBILIÁRIO..................................................................................................................... 11
3.2.1 Mobiliário Egípcio.........................................................................................................................12
3.2.2 Mobiliário da Mesopotâmia......................................................................................................12
3.2.3 Mobiliário Grego......................................................................................................................... 13
3.2.4 Mobiliário Romano..................................................................................................................... 14
3.2.5 Mobiliário Bizantino................................................................................................................... 14
3.2.6 Mobiliário Gótico........................................................................................................................ 15
4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DE MOBILIÁRIO............................................................. 17
4.1 SUSTENTABILIDADE.............................................................................................................................17
4.2. INDÚSTRIA MOVELEIRA SUSTENTÁVEL........................................................................................17
RESUMO DO TÓPICO 1.......................................................................................................... 19
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 20

TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO.................................. 23


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 23
2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA....................................................................................... 23
2.1 MERCADO MOVELEIRO.......................................................................................................................24
2.2 TENDÊNCIAS MOBILIÁRIAS .............................................................................................................. 27
3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO................................................ 28
3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO MOBILIÁRIO.....................................................................28
3.1.1 Gerenciamentos de projeto mobiliário...................................................................................29
4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE MOBILIÁRIO........................................................................ 30
4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO.............................................30
4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS MOBILIÁRIOS..............................................................................32
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................... 33
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 34

TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO......................................................... 35


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 35
2 MATERIAL E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE MOBILIÁRIO........................................ 35
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA MOVELEIRA..................................................................36
2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DO MOBILIÁRIO........................................................................... 37
3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE MOBILIÁRIO............................................. 38
3.1 MOBILIÁRIO ERGONÔMICO.................................................................................................................38
3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS MÓVEIS............................................................................ 41
4 PROJETO DO MOBILIÁRO................................................................................................ 42
4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DO PROJETO MOBILIÁRIO ...............................................................43
4.2 PROJETO COM ÊNFASE NO MOBILIÁRIO.......................................................................................44
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................. 46
RESUMO DO TÓPICO 3.......................................................................................................... 51
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 52

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 54

UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO.......................................59

TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS........................................ 61


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 61
2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DO OBJETO......................... 61
2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO OBJETO..............................................................................62
2.2 ESTÉTICA DO OBJETO.......................................................................................................................64
3 HISTÓRIA E TEORIA DO OBJETO..................................................................................... 66
3.1 HISTÓRIA DO OBJETO.........................................................................................................................66
3.2 DESIGNERS DE OBJETOS................................................................................................................. 67
4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DO OBJETO...................................................................70
4.1 SUSTENTABILIDADE.............................................................................................................................71
4.2 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE OBJETO SUSTENTÁVEL.......................................71
4.3 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL PARA OBJETOS................................. 73
RESUMO DO TÓPICO 1..........................................................................................................75
AUTOATIVIDADE...................................................................................................................76

TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS........................................79


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................79
2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DO OBJETO...................................................................79
2.1 MERCADO DO DESIGN DE OBJETOS.............................................................................................. 80
2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE OBJETOS.................................................................................83
3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO DO OBJETO........................... 85
3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DOS OBJETOS................................................................86
3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE OBJETOS...........................................................................87
4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE OBJETO............................................................................... 89
4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DE OBJETOS.................................................90
4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS OBJETOS.....................................................................................90
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................... 92
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 93

TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS..............................................................95


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................95
2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETO..............................................95
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA OBJETO........................................................................96
2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETOS................................................................................ 97
3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE OBJETO....................................................97
3.1 OBJETOS ERGONÔMICO.....................................................................................................................98
3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS OBJETOS........................................................................99
4 PROJETO DO OBJETO.....................................................................................................100
4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE OBJETOS.......................................................................................101
4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE OBJETOS.........................................................................................102
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................107
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................108

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................109
UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS.............................. 113

TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS............................. 115


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 115
2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DA EMBALAGEM..................... 115
2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DAS EMBALAGENS................................................................ 117
2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DAS EMBALAGENS..................................................................................118
3 HISTÓRIA E TEORIA DA EMBALAGEM............................................................................ 121
3.1 HISTÓRIA DA EMBALAGEM...............................................................................................................121
3.2 DESIGNERS DE EMBALAGENS....................................................................................................... 123
4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DA EMBALAGEM.........................................................124
4.1 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS...................................................... 125
4.2 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL PARA EMBALAGENS....................... 127
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................129
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................130

TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM................................133


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................133
2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DA EMBALAGEM.........................................................134
2.1 MERCADO DO DESIGN DE EMBALAGENS....................................................................................134
2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE EMBALAGENS.......................................................................138
3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO DA EMBALAGEM................. 140
3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS........................................................140
3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE EMBALAGENS..................................................................141
4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM.....................................................................143
4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DE EMBALAGENS....................................... 143
4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DAS EMBALAGENS...........................................................................144
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................146
AUTOATIVIDADE................................................................................................................. 147

TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM......................................................149


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................149
2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DA EMBALAGEM....................................149
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS.....................................................150
2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE EMBALAGENS......................................................................151
3 CRIATIVIDADE, PERCEPÇÃO E FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS........................ 151
3.1 EMBALAGENS CRIATIVAS................................................................................................................ 152
3.2 FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS.......................................................................................... 153
4 PROJETO DA EMBALAGEM.............................................................................................154
4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE EMBALAGENS............................................................................. 155
4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE EMBALAGENS................................................................................ 156
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................ 157
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................ 161
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................162

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................164
UNIDADE 1 -

PRODUÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DE
MOBILIÁRIO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• aprender os conceitos de linguagem do mobiliário;

• diferenciar a história do mobiliário;

• entender a importância da sustentabilidade na indústria moveleira;

• conceituar as tendências mobiliárias;

• distinguir os princípios do planejamento e controle da produção;

• identificar materiais e processos de fabricação;

• compreender a importância da ergonomia e conforto de mobiliário;

• conhecer o processo de criação do projeto.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO


TÓPICO 2 – DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO
TÓPICO 3 – CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

1
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A TRILHA DA
UNIDADE 1!

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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE
EM MOBILIÁRIO

1 INTRODUÇÃO
O termo móvel é originalmente do latim mobilis, e o mobiliário origina-se de
uma palavra do Francês mobilier. A palavra surgiu no século XIX, abrangendo uma
série de conjuntos de objetos, móveis e várias funcionalidades para dar ao ser humano
condições confortáveis e práticas para o cotidiano, como trabalho, descanso e lazer
(CAVALCANTI, 2001).

A função do designer inserido no campo projetual tem como prioridade a


interação das relações do homem com o seu meio e para isso utiliza algumas ferramentas
metodológicas para nortear suas ideias (BORGES,2011).

Manzini e Vezzoli (2005), salientam a importância de práticas orientadas à


sustentabilidade no entretenimento empresarial e questionam determinados modelos
de desenvolvimento.

Dentro deste contexto, o designer emerge como um importante agente no


processo de transição para uma sociedade sustentável ao apresentar os cenários
factíveis e visões compartilhadas de futuros possíveis e sustentáveis para as
organizações e aplicando estratégias ambientais conscientes desde as fases iniciais do
projeto (FERREIRA, 2008).

A partir desses pressupostos, no Tópico 1, estudaremos os seguintes temas:


(1) a linguagem e a estética do design de mobiliário; (2) estudo e o entendimento dos
designers; e (3) a importância da sustentabilidade na indústria moveleira.

2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO


DESIGN DE MOBILIÁRIO
A estruturação do conteúdo inicia com a história e surgimento do Design de
mobiliário e a industrialização. A evolução do mobiliário tem seu marco histórico na Era
Industrial, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). Com os desdobramentos
sociais e industriais, fez-se a produção da padronagem. Com a dinâmica da vida
continuada, a mercadologia e tendências propiciam novas áreas de atuações ao
profissional Design de Mobiliário.

3
A História do Mobiliário remete ao momento inicial em que o homem
procura uma habitação para se proteger e conviver e se estende
aos dias atuais. A evolução do mobiliário perpassa pela história
sociopolítica, artística e cultural, por meio dos diversos períodos e
regiões. O móvel acompanha as necessidades dos habitantes e
das moradias, dos mais variados territórios; acompanha os estilos
e maneiras regionais, evolui e aperfeiçoa-se segundo o avanço
das técnicas; e se transforma, adaptando-se à modernidade e ao
conforto (MARTINI, 2016, p. 12).

Com os avanços econômicos e sociais, o desenvolvimento do design se destaca


nas atividades produtivas e também no ensino, qualificando ainda mais profissionais.

2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO MOBILIÁRIO


Caro acadêmico, você sabia que tão antiga quanto a arte da arquitetura, a
história do mobiliário surgiu ainda na antiguidade? O mobiliário tem uma linguagem
peculiar, ocasionando uma conjuntura do design de mobiliário e da arquitetura de
interiores modernos brasileiros (MORAES, 2006).

Há 5.000 anos os egípcios já utilizavam técnicas e ferramentas na produção


dos móveis. O crédito para o surgimento do móvel é frequentemente atribuído aos
antigos egípcios. Esses povos já decoravam suas pequenas cabanas com mobiliários
(cadeiras e mesas), pinturas, murais, esculturas e vasos (MARTINI, 2016). O mobiliário
egípcio é testemunho inicial das artes, mas a decoração de interiores, os móveis e os
acessórios fizeram-se notáveis nas civilizações em todo o mundo ao longo da História
(MORAES, 2006).

O design do mobiliário em frente aos acontecimentos históricos no período de


1947 a 1968, buscou a harmonização e uma identificação direta de objetos, ambientes
e edificações, valorizando os locais e as tradições da cultura brasileira (SANTOS, 2014).

4
FIGURA 1 – MOBILIÁRIOS BRASILEIROS

FONTE: <encurtador.com.br/lER18>; <encurtador.com.br/etTZ1>; <encurtador.com.br/juwA1>;


<encurtador.com.br/fjry2>. Acesso em: 6 jan. 2021.

No século XX, os arquitetos modernos desenvolveram um mecanismo no


processo de produção e criação do design de móveis, principalmente nos assentos,
priorizando o conforto e visualização (TEIXEIRA, 2010).

2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO


Nas décadas de 1950 e 1960, romperam-se muitas barreiras, iniciando como
ponto de partida um estudo de design histórico e teórico de um conceito de design
nacional, voltado às atividades profissionais.

Segundo Dantas (2005), é preciso investigar cuidadosamente um conjunto


histórico antes deste período, tendo uma acertabilidade típica do mobiliário nacional

Os móveis no Brasil, como mobílias e objetos decorativos, eram todos importados


até a década de 1940, sendo assim, nada era de produção nacional. Inspirados nos
modelos da Europa, algumas fábricas iniciaram sua própria produção, principiando o
mobiliário brasileiro (SANTOS, 2014).

Inicialmente, no século XX, eram utilizadas as madeiras escuras e curvadas


para revestimentos e acabamentos palhinhas (TEIXEIRA, 1996). Atualmente, é comum a
presença de palhas nos móveis, decorações e objetos.

5
FIGURA 2 – MÓVEL DE PALHINHA

FONTE: <http://ngrevista.com.br/wp-content/uploads/2019/11/P%C3%A1gina-20-768x427.jpg>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

O mercado nacional se destaca e cresce no pós-guerra, a produção dispara


e há um crescimento exuberante no mercado nacional, suprindo as necessidades do
crescimento e urbanização da sociedade (TEIXEIRA, 1996).

O clima e os materiais disponíveis no país, como madeiras e tecidos, é um


fato preocupante para a época na produção de móveis nacionais, adequando-se às
limitações aqui encontradas (SANTOS, 2014).

FIGURA 3 – MÓVEL DE MADEIRA E TECIDO

FONTE: <https://www.casasbahia-imagens.com.br/Control/ArquivoExibir.
aspx?IdArquivo=853199272>; <https://www.casasbahia-imagens.com.br/Control/ArquivoExibir.
aspx?IdArquivo=865587949>. Acesso em: 6 jan. 2021.

6
George Wachavchik criou um fato histórico na arquitetura e no mobiliário na
década de 1930, introduzindo casas altamente modernas no estado de São Paulo
(SANTOS, 2014).

Warchavchik, revolucionário da época, defende as ideias de móveis racionalistas


em suas obras, implantando materiais em metal, muito utilizados nas peças europeias
(SANTOS, 2014). A estética dos móveis nacionais abrange uma estrutura misturando
madeiras, metais e couros (TEIXEIRA, 1996).

FIGURA 4 - MÓVEL DE METAL

FONTE: <http://italianleather.com.br/wp-content/uploads/2019/04/bauhaus-brno-chair-sq-1-
1024x1024.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

INTERESSANTE
Conhecidos por desenvolver um estilo distinto e moderno construído com base no
princípio da simplicidade, professores e alunos da escola Bauhaus projetaram alguns dos
móveis mais emblemáticos do século XX.

Os móveis da Bauhaus foram projetados para serem funcionais acima


de todas as outras qualidades. Despojados de seus elementos básicos,
componentes fundamentais como mesas ou pernas foram tipicamente
reduzidos a formas geométricas simples.

Os designers da Bauhaus queriam criar objetos esteticamente agradáveis,


mas também queriam que seus produtos estivessem disponíveis para um
grande público – o design simples de cada peça tornava mais fácil produzi-
los com eficiência.

FONTE: <http://italianleather.com.br/10-designs-imperdiveis-da-bauhaus/>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

7
Ainda falando das décadas de 1940 e 1950, ocorreu uma grande utilização de
madeiras maciças e placas de compensado, em alguns casos, o couro é substituído pelo
tecido, utilizado em encostos e assentos, amenizando o custo (TEIXEIRA, 1996).

FIGURA 5 - MADEIRA MACIÇA DE 1940

FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/34/b6/fb/34b6fb87f6a8205c23a756ede9183e0b.jpg>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

O pioneiro do design moderno nacional é o ícone português Joaquim Tenreiro,


que defendia a qualidade moveleira e utilizava madeira de Jacarandá e palhinha como
revestimento, diferente da estética de mobiliário do brasileiro José Zanine Caldas,
que idealizava uma cultura específica e inovadora e utilizava chapas e recortes de
compensado (TEIXEIRA, 1996).

Zanine, além de dedicado as suas obras de arte, fazia um bom aproveitamento


de toda chapa, aderindo beleza, desperdício e racionalização (SANTOS, 2014).

8
FIGURA 6 - DESIGN JOAQUIM TENREIRO

FONTE: <http://www.iarq.com.br/wp-content/uploads/2017/02/1-2.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Obteve-se uma produção que conjugou o espírito moderno do


despojamento e da simplicidade ao uso de nossos materiais,
assegurando ao móvel então produzido, uma qualidade universal e
artisticamente elaborada, o que alterou de maneira significativa o
aspecto do mobiliário brasileiro. [...] houve uma concepção de conforto,
permitindo melhor ajustamento ao corpo, trazendo uma multiplicidade
de formas, recurvas e adelgaçadas (SANTOS, 2014, p. 117).

Após a Segunda Guerra Mundial (1945), com a inserção da Revolução Industrial,


foi inserido mais indústrias capacitadas e qualificadas nas produções de mobílias em
série, com o objetivo de preços mais acessíveis no mercado, atendendo como público-
alvo a classe média, e ainda mantendo a qualidade do produto.

Em 1951, notou-se uma carência de profissionais qualificados no mercado.


Lina Bo Bardi, coordenadora do Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em São Paulo,
insere o ensino de design. Por falta de verbas do governo, resistiu apenas três anos
(SANTOS, 2014).

João Batista Vilanova Artigas, professor, arquiteto, engenheiro e urbanista,


defende as necessidades em inserir o ensino de design na universidade. Em 1962, foi então
inserido o curso de design na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade
de São Paulo (FAU-USP), visto que desenho industrial é o estudo do objeto e do seu uso.
O resultado dessa intervenção deverá ser um designer caracteristicamente brasileiro,
ligado nitidamente ao nosso patrimônio artístico, popular e erudito (NIEMEYER, 1998).

9
FIGURA 7 – UNIVERSIDADE FAU-USP

FONTE: <https://imagens.usp.br/wp-content/uploads/FAU_Aula-Habit%C3%A1culos_Foto-
Cec%C3%ADlia-Bastos-121-506x337.jpg>; <https://www.causp.gov.br/wp-content/
uploads/2020/04/FAU_USP_Ana_Carolina_Coelho_229.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

No ano de 1963 nasceu o primeiro curso superior em design, a Escola Superior


de Desenho Industrial (ESDI), incentivado pela Escola de Ulm, da Alemanha, pelo corpo
docente de ex-alunos (MORAES, 2006). Em 1975, a escola foi anexada à Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), aderindo assim um ensino acadêmico.

3 HISTÓRIA E TEORIA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO


Com enfoque no conhecimento histórico dos estilos, os assuntos abordados
estão organizados para melhor familiarização de acordo com a ordem cronológica
tempo/espaço. Do mundo antigo a era da globalização, conheça um pouco da evolução,
técnicas e criações humanas relacionadas ao design de mobiliário.

Entender o panorama histórico dos estilos é fundamental para análise crítica


do contexto atual, uma vez que o reflexo de sua evolução consolida o profissional atual.
Contudo, saber o que é design e gostar de design é fundamental para a organização
do ambiente.

3.1 HISTÓRIA DO MOBILIÁRIO


A história do mobiliário adequa-se aos lares desde o período neolítico (7.000
a.C.), visados tecnicamente pela dinastia do antigo Egito (2680-2407 a.C.). Na Idade
Média e Renascença, os poucos móveis que existiam eram apenas utilizados pelos
nobres, como cama e arcos, encontrados em palácios e mosteiros (BORGES, 2007).

No século XVII, especificamente na França, surge um aperfeiçoamento de


cortes diferentes e criativos de móveis. Em 1662 a 1667, o rei Henrique Navarra iniciou
uma centralização mais realista, unificando o artesanato e arte (BORGES, 2007).

10
FIGURA 8 – MÓVEIS DO SÉCULO XVIII

FONTE: <https://pmiltonarquitetura.files.wordpress.com/2012/08/mobi_interior-3.
jpg?w=529&h=311>. Acesso em: 6 jan. 2021.

A academia de arte e ciências fundada por Jean Baptiste Colbert inseriu o


estilo barroco na época de Louis XIV, na Europa. Consequentemente a França ampliou,
levando os estilos de Louis XV e Louis XVI até o Empire e para toda a Europa. No século
XVIII, os alemães Abraham e David Roentgen, marceneiros e moveleiros, profissionais
excelentes da época, eram muito requisitados na Europa (ALBRECHT, 1992).

3.2. DESIGN DE MOBILIÁRIO


No início da história do Design de mobiliário, utilizava-se em excesso as
madeiras, mas com estudos e criatividade em ascensão na era pós-industrial, outros
materiais são explorados como metal e pedra, proporcionando a entrada do plástico.

Basicamente, o design de mobiliário buscava além do conforto, funcionalidade


e estética, sempre buscando fortemente uma tendência de projeto dentro da
arquitetura de interiores relacionado à cada época e local. Henrique Navarra iniciou uma
centralização mais realista, unificando o artesanato e arte (SANTOS, 2014).

11
3.2.1 Mobiliário Egípcio
No Egito, a inspiração eram os deuses. O mobiliário se resumia em tamboretes,
mesas e cadeiras. Pesquisadores firmavam que tais peças eram de restos originais
encontrados na tumba da rainha Heteferes. Os encostos e braços das cadeiras eram
talhados em alto relevo, simbolizando os deuses e cultos religiosos, os pés em forma de
patas de animais, revestidas em ouro, marfins e outros materiais luxuosos (FAZIO, 2011).

FIGURA 9 – CADEIRA REVESTIDA EM OURO

FONTE: <https://furniturecart.files.wordpress.com/2013/04/sitamun-throne.jpg>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

O design egípcio é caracterizado por cores vivas, pinturas, desenhos estilizados,


utilização de símbolos místicos, pirâmides, entre outros elementos. As pirâmides
arqueológicas tiveram início à medida que ocorriam os rituais religiosos, preocupados
com os rituais da morte (FAZIO, 2011). Os móveis resistentes eram “feitos para durar”
após a morte dos faraós.

Características do mobiliário egípcio:

• Materiais utilizados: couro, pedras preciosas e tecidos.


• Móveis desenvolvidos na época: cama, cadeira, bancos, vasos, arcas entre outros.
• Móveis baixos e formas de desenhos diversos.

3.2.2 Mobiliário da Mesopotâmia


O mobiliário da Mesopotâmia se resumia apenas em tronos sem encostos, os
assentos talhados e os pés retos, simples, os murais expostos com gravuras bem
trabalhadas de deuses e rainhas (FAZIO, 2011).

12
FIGURA 10 – TRONOS SEM ENCOSTO

FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_cQQHJj9j-d0/TVGxqXeX18I/AAAAAAAAA9M/irG6H5oWpnU/
s1600/mesopotamia.png>. Acesso em: 6 jan. 2021.

O povo mesopotâmico se desenvolveu ao longo dos séculos em terras férteis


localizadas nos rios Tigre e Eufrates.

3.2.3 Mobiliário Grego


No mobiliário da Grécia continental, segundo pesquisadores, há poucas peças
existentes da antiguidade, apenas anéis, pequenas peças em bronze, cerâmicas,
e algumas decorações que ornamentavam o salão do trono. Era baseada em uma
tendência ornamental em elementos arquitetônicos, a praticidade e a comodidade,
como a cama grega, utilizada para dormir e para comer, com uma parte horizontal
inclinando a altura da mesa, sem apoios para os pés (MOURA, 2015).

FIGURA 11 – MOBILIÁRIO GREGO

FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/_4ee9u1Xu2wI/SOgHO6IdyJI/AAAAAAAACFo/uvDdHn4bAxU/
s320/klismos.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

13
Enquanto os outros povos investiam em construções relacionadas à arquitetura
militar, religiosa e residencial, os gregos e romanos foram responsáveis por obras
arquitetônicas com enfoque aos espaços de manifestações e cidadania (MOURA, 2015).

3.2.4 Mobiliário Romano


O mobiliário romano na Era Cristã revela-se uma influência forte da Grécia,
o bronze e o mármore se destacam como tendência principal, decorações utilizadas
em mesas retangulares e redondas, facilitando a praticidade, as bases dobráveis para
melhor comodidade e versatilidade (GOMEZ, 2012).

FIGURA 12 – CADEIRA DOBRÁVEL

FONTE: <https://www.essenciamoveis.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/09/banco-
dobravel.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Os romanos foram os responsáveis por introduzir a “combinação” estética


e conforto (MOURA, 2015). Na época, as camas ficavam na sala principal e não no
dormitório.

3.2.5 Mobiliário Bizantino


Apesar de poucos mobiliários do período bizantino, há relatos e estudos, as
peças eram solicitadas por famílias poderosas, palácios e igrejas imperiais, ornamento
um espaço luxuoso (MOURA, 2015).

14
FIGURA 13 – MÓVEL BIZANTINO

FONTE: <https://www.wdl.org/pt/item/641/view/1/1/>. Acesso em: 6 jan. 2021.

O estudo aponta que as peças eram confeccionadas com cobre retorcido,


com formatos de patas de animais, similar ao mobiliário romano, em uma forma mais
audaciosa, destacando a riqueza e glamour, além do cobre, havia uma junção de marfim
em relevos com a mistura de madeira nobre, ornamentando o estilo e poder do período
(GOMEZ, 2012).

Características projetuais do mobiliário bizantino.

• Utilização mosaicos.
• Revestimentos cromático.
• Escultura com marfim.

3.2.6 Mobiliário Gótico


O design gótico inseriu no mundo arquitetônico algo bem diferente dos
mobiliários citados, idealiza um diferente e arrojado móvel, além de praticidade, introduz
novas formas (MOURA, 2015).

Um móvel gótico identificado como aparador, com um espaço para apoiar


objetos, logo abaixo um espaço fechado com portas e prateleiras, para guardar peças,
louças e objetos pessoais, parecendo com uma cristaleira.

Pesquisadores afirmam que as decorações são talhadas na madeira (portas) com


desenhos folheados, arcos e colunas, verdadeiro mix arquitetônico, não esquecendo
das cadeiras com revestimento nos assentos com tapeçaria (MOURA, 2015).

15
FIGURA 14 – MÓVEL GÓTICO

FONTE: <https://i.pinimg.com/236x/37/48/aa/3748aa0547a57a40428e70d201be1cab.jpg>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

DICAS
A evolução dos estilos do design de interiores foi ocorrendo ao longo
dos grandes movimentos artísticos, como: Art Nouveau, Bauhaus, Le
Corbusier e Minimalismo (VELA et al. 2016). O design de interiores do
período moderno é mais simples, decorrente das mudanças e tendências.
Existe uma pluralidade de ideias de cunho individual e coletivo no período,
tendo diversas origens como a Bauhaus, na Alemanha; Le Corbusier, na
França e Frank Loyd Right nos Estados Unidos (BENEVOLO, 2004).

Caro acadêmico, após este estudo do início histórico dos primeiros


mobiliários, recomenda-se sua continuação para entendimento da
produção dos móveis contemporâneos. Segue link sugerido para estudos:
https://www.academia.edu/9102100/HISTORIA_DO_MOBILIARIO.

16
4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DE MOBILIÁRIO
Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de um equilíbrio, conforto,
deve presar à harmonia, acrescentando uma ótima estética e funcionalidades.

4.1 SUSTENTABILIDADE
A sustentabilidade não se limita apenas a utilização de matérias-primas naturais
e certificados, mas uma grande utilização de restos de produtos fabricados em
edificações, reaproveitamentos, como materiais alternativos, como bambu, juta, sisa e
pedras sintéticas (FERREIRA, 2008).

Um reaproveitamento bem interessante, arrojado e inovador, está no exemplo


de móveis de papelão recobertos com compensados de madeiras descartados em
madeireiras, aproveitando as sobras de couros para revestir em cadeiras e bancos
decorativos (FERREIRA, 2008).

FIGURA 15 – SUSTENTABILIDADE

FONTE: <http://sustentarqui.com.br/wp-content/uploads/2014/08/
HugoFrancaMontagem-e1408058920635.png>. Acesso em: 6 jan. 2021.

4.2. INDÚSTRIA MOVELEIRA SUSTENTÁVEL


A indústria moveleira precisa se preocupar com o meio ambiente e se adequar
à sustentabilidade, ou seja, reaproveitar os materiais necessários para cada artigo em
questão.

Existem madeiras de demolição, aproveitadas de forma direta no processo de


fabricação de móveis mais sustentáveis, reaproveitando resíduos que seriam enviados
para o aterro sanitário, mas com a criatividade e inteligência, de modo que os projetos
se concentram em reaproveitar todos os resíduos e lixos prováveis para decorações de
objetos estilizados conforme necessidade de cada obra em questão, atendendo assim
às exigências de cada arquiteto (OLIVEIRA et al., 2009) .

17
FIGURA 16 – INDÚSTRIA MOVELEIRA

FONTE: <http://www.sindimol.com.br/wp-content/uploads/2012/03/DSC_0110-640x425.jpg>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

A sustentabilidade dá-se no processo de fabricação de produtos que atendem


aos requisitos socioambientais, mantendo a qualidade e bom gosto, priorizando sempre
o bom senso da economia, falando também socialmente e ambientalmente.

18
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A história do design em mobiliários acentua-se na qualidade de cada época, se


adequando aos lugares e etnias, o estilo de uma linguagem que se adapta a cada
sistema de espaço e tempo em questão.

• O modernismo e a cultura vêm se estilizando com as expressões de designers de


épocas, tendo uma narrativa de atividade específica, buscando valorizar as origens,
linguagens, aspectos e produções, misturando materiais e formando uma arte
excepcional.

• Os designers se reinventam, diversificando criatividade com materiais, tanto naturais


como nativos, ou até industrializados, para uma composição incomum, aprimorando
as artes arquitetônicas e inserindo nas produções objetos e artesanatos idealizando
um diferencial.

• A sustentabilidade não se limita apenas a utilizações de matérias-primas naturais


e certificadas, mas uma grande utilização de restos de produtos fabricados em
edificações, reaproveitamentos.

• A sustentabilidade dá-se no processo de fabricação de produtos, que atende os


requisitos socioambientais, mantendo a qualidade e bom gosto.

19
AUTOATIVIDADE
1 A história é a maneira necessária para a abordagem do design de móveis. Basicamente,
o design de mobiliário busca além do conforto, funcionalidade e estética, sempre
buscando fortemente uma tendência de projeto dentro da arquitetura de interiores
relacionada à cada época e local. Henrique Navarra iniciou uma centralização mais
realista, unificando o artesanato e arte. A partir desses pressupostos, assinale a
alternativa CORRETA com as características do mobiliário egípcio:

a) ( ) Cores vivas, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos,


pirâmides entre outros elementos.
b) ( ) Cores frias, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos,
pirâmides entre outros elementos.
c) ( ) Cores vivas, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos e
construção imperial.
d) ( ) Cores vivas, pinturas, vidros, utilização de símbolos místicos, pirâmides entre
outros elementos.

2 O mobiliário romano na Era Cristã revela-se uma influência forte da Grécia: o bronze e
o mármore se destacam como tendência principal, decorações utilizadas em mesas
retangulares e redondas, facilitando a praticidade, as bases dobráveis para melhor
comodidade e versatilidade. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa
CORRETA com as características dos móveis na Era Romana:

a) ( ) Utilização de revestimentos cromáticos.


b) ( ) As salas eram integradas com a área de serviço.
c) ( ) As pirâmides eram as obras arquitetônicas relevantes da época.
d) ( ) As camas ficavam na sala principal e não no dormitório.

3 A indústria moveleira precisa se preocupar com o meio ambiente, se adequando à


sustentabilidade, ou seja, reaproveitamentos os materiais necessários para cada
artigo em questão. A sustentabilidade dá-se no processo de fabricação de produtos,
que atende os requisitos socioambientais, mantendo a qualidade e bom gosto,
priorizando sempre o bom senso da economia, falando também socialmente e
ambientalmente. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com
as características da indústria moveleira sustentável:

a) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de equilíbrio e conforto, deve


presar à harmonia, acrescentando desconforto visual.
b) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de equilíbrio e conforto, deve
presar à harmonia, acrescentando apenas funcionalidade.

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c) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de equilíbrio e conforto, deve
presar à harmonia, acrescentando uma ótima estética e funcionalidades.
d) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de desequilíbrio e conforto,
deve presar à harmonia, acrescentando uma ótima estética e funcionalidades.

4 Apesar de poucos mobiliários do período bizantino, há relatos que, as peças eram


solicitadas por famílias poderosas, palácios e igrejas imperiais, ornamento um
espaço luxuoso. A partir desses pressupostos, descreva características do mobiliário
bizantino.

5 A história do design em mobiliários acentua-se na qualidade de cada época, se


adequando com os lugares e etnias, o estilo de uma linguagem que se adapta a cada
sistema de espaço e tempo em questão. A partir desses pressupostos, descreva as
principais diferenças de cada época.

21
22
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO
DO MOBILIÁRIO

1 INTRODUÇÃO
Mundialmente, as organizações que atuam em diversos ramos da
economia priorizam na maioridade investimentos de capacitação de colaboradores
e gerenciamento, assimilando ótimos resultados e desempenho em cada setor
designado. O setor moveleiro atualmente possui grande participação na economia
mundial, fortalecendo a indústria de móveis, despertando um grande interesse nos
investidores e microempreendedores (SERRA, 2005).

Este setor engloba diversos tipos de matérias-primas, processos de produção,


equipamentos específicos, materiais em geral, maquinários e mão de obra capacitada
e qualificada, resultando um controle e planejamento eficiente na execução do produto.
Antecede uma organização formada por uma estrutura estratégica e operacional, muitas
vezes com deficiência, que ocasiona perdas e controle dos processos em questão
(OLIVEIRA et al., 2009).

Para um bom funcionamento e para e conter os desperdícios, é inserido


um Planejamento e Controle de Produção, fato que auxilia na geração de empregos,
aumentando a economia mundial e brasileira. O setor moveleiro vem conquistando seu
espaço e mostra como é imprescindível a implantação do Planejamento e Controle
de Produção e um bom gerenciamento para a excelência na produção dos materiais
(SERRA, 2005).

A partir desses pressupostos, no Tópico 2, estudaremos os seguintes temas: (1)


compreensão da tendência no mercado moveleiro; (2) a complexidade do processo de
desenvolvimento e o gerenciamento dos projetos na produção; e (3) a qualificação de
um planejamento e da gestão na produção do mobiliário.

2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA
O mercado é muito promissor inovando as tendências. As exigências dos
consumidores geram dinamismo e criatividade devido ao acesso facilitado às
informações, fazendo com que as empresas realizem pesquisas de mercado e ofereçam
produtos diferenciados e modernos.

23
O papel da indústria de móveis e mobiliários está se tornando cada vez
mais necessário, com atribuições que vão desde a criação de projetos
baseados nos princípios da sustentabilidade, conforto através de
estudo da ergonomia, funcionalidade, melhoria da qualidade e valor
estético, passando pela introdução de novos materiais (vime, bambu
etc.), desenvolvimento de embalagens, até a promoção dos produtos
com desenvolvimento de materiais gráficos, editoriais e criação de
web sites (SERRA, 2005, p. 12).

Devido ao aumento da concorrência, as empresas precisam se preparar com as


mudanças do mercado, trazendo assim a necessidade de analisar as futuras tendências
de mercado e satisfazer os desejos de cada cliente.

2.1 MERCADO MOVELEIRO


O setor moveleiro pode ser considerado um dos mais antigos a nível mundial,
pois deriva dos carpinteiros e artesãos produtores de móveis, que com a revolução
industrial passaram a utilizar máquinas e ferramentas, visando obter economias de
esforço e tempo.

Os avanços proporcionados pelo processo industrial permitiram a padronização


e os ganhos de escala, de maneira que os móveis deixaram de serem produtos artesanais
para se tornarem produtos industrializados e reproduzidos em séries (FERREIRA et al.,
2008). Segue quadro com o dinamismo concorrencial:

QUADRO 1 – DINAMISMO CONCORRENCIAL

Design: o design é o único fator de inovação próprio da indústria moveleira. O design é um bem
imaterial que se exterioriza na forma de um objeto, entretanto, não deve estar relacionado apenas
à aparência e à estética dos produtos. O design está vinculado a todos os aspectos relacionados
à concepção do produto que permitam a empresa se diferenciar e construir vantagens sobre os
concorrentes: manufaturabilidade, ergonomia, qualidade, durabilidade, conforto, utilização de
novos materiais, estratégias de distribuição e marketing, entre outros. Desta maneira, as inovações
em design propiciam a criação de uma “identidade própria” para os móveis de uma empresa,
se constituído em um dos elementos chave para as condições de concorrência nesta indústria.
Cabe destacar, que o design original é um bem passível de ser apropriado sendo protegido pelas
leis de propriedade industrial (TIGRE, 2006).
Máquinas e equipamentos: com relação ao padrão tecnológico das máquinas e equipamentos
utilizados por esta indústria, a grande mudança ocorrida nas últimas décadas foi a substituição
da base eletromecânica pela microeletrônica, o que permitiu maior aproveitamento dos materiais,
maior flexibilidade na produção e melhor qualidade nos produtos. Apesar de esta indústria ser
intensiva em mão de obra, as inovações tecnológicas estão permitindo uma redução em seu uso,
principalmente em segmentos que possam ser transformados em processos contínuos, como é
o caso da produção de móveis retilíneos seriados.

24
Materiais: com relação aos materiais, verificam-se grandes mudanças decorrentes das
inovações ocorridas nas indústrias química e petroquímica: materiais compostos, plásticos mais
resistentes, novas tintas etc. Entretanto, a principal tendência observada na indústria moveleira
mundial é a substituição das madeiras nativas, dado o aumento das restrições ecológicas. Estas
madeiras nativas estão sendo substituídas tanto pelas madeiras reflorestáveis, como o pinus e
o eucalipto, como pelas chapas e painéis de madeira reconstituída. Dentre as inovações trazidas
pela indústria de painéis, destaca-se o MDF – Medium Density Fiberboard –, que revolucionou
a indústria moveleira desde que foi introduzido no mercado europeu nos anos 1980. Este novo
tipo de chapa apresenta resistência mecânica e estabilidade dimensional, que a transformam
no substituto mais próximo da madeira maciça. Além do MDF, a indústria de painéis tem lançado
uma variedade de novos tipos de chapas de madeira reconstituída, para diferentes aplicações.
Cabe destacar que, na maioria dos móveis, é utilizada uma combinação de chapas e de madeiras
maciças, visando melhoria da qualidade e redução dos custos. Por fim, observa-se a crescente
utilização de outros materiais combinados com a madeira, como o vidro, os metais, as pedras,
os couros e os plásticos.

FONTE: FERREIRA et al. (2008, p. 2-3)

O setor moveleiro se destaca no uso da fabricação de matérias-primas, seguindo


uma classificação, como em residências, escritórios e instituições.

Na indústria moveleira, segue uma sequência de madeiras torneadas e ou em


linha reta, priorizando as matérias-primas como aglomerados, painéis e compensados.
No mundo moveleiro, as indústrias se adequam às ampliações de variedade de matérias-
primas, utilizando frequentemente madeiras maciças, madeiras como aglomerados,
MDF, MDP, OSB e compensado (SERRA, 2005).

O processo de execução de um móvel na produção necessita de maquinários


e equipamentos adequados para a finalização do produto, ornando uma parceria de
fornecedores de (SOUZA, 2017), como:

• Metais.
• Ferramentas adequadas como dobradiças, corrediças, articuladores, puxadores.
• Acessórios, incluindo ainda fornecedores de couro, indústria têxtil, compondo móveis
de excelência, de estilo, qualidade e conforto.

25
FIGURA 17 – INDÚSTRIA MOVELEIRA

FONTE: <https://esbrasil.com.br/industria-moveleira/>. Acesso em: 6 jan. 2021.

FIGURA 18 – MDF E MDP

FONTE: <encurtador.com.br/fgyHV>; <encurtador.com.br/htGM4>; <encurtador.com.br/hDHKT>.


Acesso em: 6 jan. 2021.

INTERESSANTE
Caro acadêmico, os principais produtores mundiais de móveis são China,
União Europeia e Estados Unidos, sendo estes também os maiores
consumidores mundiais. Na União Europeia, a Itália e a Alemanha se
distinguem como maiores produtoras e como centros de excelência em
design e tecnologia. No Brasil, as regiões Sul e Sudeste se destacam como
principais produtoras de móveis e observam-se também, nessas regiões,
as maiores áreas com plantios florestais, uma vez que na fabricação
de seus móveis, há predominância de madeira. Os móveis de madeira

26
são também segmentados em retilíneos e torneados. As principais matérias-primas dos
primeiros são os aglomerados, painéis e compensados. Os torneados têm como matéria-
prima principal a madeira maciça, podendo também incluir painéis. As indústrias de
processamento madeireiro têm ampliado o leque de seus produtos, de maneira que existe
uma grande variedade de matérias-primas derivadas da madeira (madeira maciça, chapas
de madeira reconstituída como aglomerado, MDF, MDP, OSB e compensado).

FONTE: <https://www.bnb.gov.br/documents/80223/3585904/moveis_34-2018.pdf/
f0e0657f-a6c2-db33-f139-04d95692453e>. Acesso em: 6 jan. 2021.

2.2 TENDÊNCIAS MOBILIÁRIAS


Tendência significa “seguir algo”, no sentido de se tratar de uma espécie de
mecanismo social. No mercado atual, a tendência é fundamental para a indústria
mobiliária, o design e o arquiteto inserem um processo criativo e inovador, seguindo um
protocolo de determinados mercados, priorizando os lançamentos de cada região em
ascensão (OLIVEIRA, 2006).

FIGURA 19 – TENDÊNCIA

FONTE: <https://digital.formobile.com.br/sites/formobile.com/files/styles/article_featured_retina/
public/jogo%20de%20cadeiras_0.jpg?itok=hXp6Pau7>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Na Alemanha surgiu um conceito chamado de Quarta Revolução, transformando


grandes processos produtivos, instigando a criatividade, customizando o produto
até a venda final. No mercado brasileiro, os designers se especializam em tendências
específicas, atendendo às demandas com produto acabado, escritórios, móveis
modulados, assim aproveitando melhor o espaço (DANTAS, 2005).

27
3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO
O gerenciamento de projetos é uma boa gestão projetual, com pessoas
capacitadas em conhecimento na área desejada, desempenhando assim uma boa
produtividade e finalização do produto.

O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos,


habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de
cumprir os seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado
através da aplicação e integração apropriadas dos processos de
gerenciamento de projetos identificados para o projeto (PMI, 2017,
p. 10).

INTERESSANTE
Todos sabemos que o mercado de trabalho tem se tornando mais
disputado e que o nível de exigência dos clientes tem aumentado
consideravelmente. Assim, aplicar as metodologias de gerenciamento de
projetos se torna imprescindível. Obviamente, cada empreendimento tem
suas próprias particularidades, necessitando de estratégias específicas. É
válido afirmar que gerir um projeto incorre na aplicação de conhecimentos,
ferramentas e técnicas para que os objetivos definidos sejam alcançados.

FONTE: <https://www.projectbuilder.com.br/blog/metodologias-de-
gestao-de-projetos/>. Acesso em: 6 jan. 2021.

3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO MOBILIÁRIO


O processo de desenvolvimento adere algumas áreas funcionais da empresa,
especificamente a produção eficiente, indo desde o início até a finalização do produto.
Cheng (2000) descreve o processo e as áreas funcionais envolvidas em cada etapa:

• Planejamento do produto, segmento e estabelecimento do conceito, Marketing.


• Projeto do produto, projeto do processo e preparação para a produção.
• Lançamento: Marketing, P & D, Manufatura, Venda e Logística.

Para uma produção eficaz, necessita-se a redução de tempo no processo


de desenvolvimento, tendo uma relevante importância, pessoas qualificadas
desempenhando uma enorme agilidade e eficiência na finalização do produto, obtendo
melhores resultados. O gerenciamento é feito através da identificação e desdobramento
das variáveis que compõem o desenvolvimento do produto, através de tabelas, matrizes
e procedimentos de extração, relação e conversão (CHENG et al., 1995).

28
A padronização é uma das estratégias no processo do desenvolvimento
mobiliário. Está inserida em qualquer indústria produtiva. É necessária a inclusão de
normalização, redução e sistema instigando a economia. A padronização intensifica as
atividades do processo do valor agregado, possibilitando melhorias no sistema produtivo
(CHENG et al., 1995).

FIGURA 20 – DIAGRAMA DE ISHIKAWA

Material Meio
Ambiente

Objetivo

Mão de
Método Máquina
obra

CAUSAS EFEITO

FONTE: <https://d1lc5plzz0mq74.cloudfront.net/wp-content/uploads/2015/08/21203011/
Ishikawa.png>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Goese (1999, p. 18), afirma que “antes de definir padrões, faz-se necessário
identificar os processos para melhorias e compreensão do funcionamento da
organização”. Campos (1992) compreende a identificação dos processos, resultando em
um relacionamento causa-efeito, tendo como facilitador a diferença de causa e seus
efeitos, como mostra o diagrama Ishikawa.

3.1.1Gerenciamentos de projeto mobiliário


O gerenciamento de projetos proporciona o desenvolvimento de competência
como liderança, estratégia, capacidade de planejamento e tomada de decisão,
habilidades fundamentais para uma boa gestão (PMI, 2017). Kerzner (2007, p. 30) pondera
“que são diversos os fatores externos, que podem forçar as empresas a adotarem o
gerenciamento de projetos como forma de realizarem os seus projetos”.

A execução de um projeto eficaz necessita de um gerenciamento e liderança


capacitada na área, determinando uma equipe preparada com critério de organização
e seleção de pessoas qualificadas, atingindo os objetivos e garantindo o sucesso. Os
critérios importantes a serem aplicados são (PMI, 2017).

29
• Realismo.
• Capacidade.
• Flexibilidade.
• Facilidade de uso.
• Custo.
• Facilidade de informatização.

O gerenciamento requer alguns fatores relevantes para a execução do projeto


solicitado, considerando precisamente possível a implementação de proposta de
trabalho como (CHENG et al., 1995).

• Responsável pela área de Marketing.


• Equipe qualificada e competente.
• Determinar metas e objetivos.
• Priorizar projetos de acordo com as metas e objetivos estabelecidos.

Os projetos coordenados pela gerência de pesquisa e desenvolvimento, durante


a execução do projeto, realizam reuniões com gerentes de outras áreas funcionais,
objetivando o alinhamento e um melhor desempenho e resultados, atingindo as metas
exigidas (CHENG, 1995).

4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE MOBILIÁRIO


A gestão da produção define as atividades fundamentais que as organizações
usam para realizar tarefas e atingir suas metas (RITZMAN; KRAJESWSKI, 2004).

As atividades desenvolvidas por uma empresa visam atender seus objetivos


de curto, médio e longo prazo, se relacionando, na maioria das vezes, de forma
complexa e transformando insumos e matérias-primas em produtos acabados.

4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DO


MOBILIÁRIO
O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de
modo que atenda aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico,
tático e operacional. Biazin e Godoy (2000) caracterizam esses níveis da seguinte forma:

• Nível estratégico: onde são definidas as políticas estratégicas de longo prazo da


organização e planejamento estratégico da produção, resultando em um Plano de
Produção (PP) suprindo todas as necessidades produtivas dentro de um período de
longo prazo.

30
• Nível tático: onde são definidos os planos de médio prazo para a produção, resultando
no Plano Mestre de Produção (PMP). O planejamento no nível estratégico é dividido
detalhes para facilitar do controle e operação.
• Nível operacional: onde são definidos programas de produção de curto prazo. O PCP
prepara a programação da produção com a administração de estoques, colocando em
ordem, emitindo e liberando ordens de compra, fabricação e montagem, executando
o acompanhamento e controle da produção.

O sistema de Planejamento e Controle da Produção (PCP) é aquele que planeja


e programa todas as operações e atividades da organização, controlando-as de modo
que consiga ser alcançado um aumento na eficiência de todo o sistema produtivo.

Em outras palavras, o sistema PCP é quem planeja as atividades necessárias


para a execução da produção, desde a aquisição de matérias-primas, mão de obra,
controle de processos produtivos e setores, movimentação de produtos e serviços até
o consumidor final. Utilizando informações sobre a capacidade produtiva e os estoques
de produtos existentes, pode ser determinado o tipo de produto a ser produzido e a
quantidade estimada de produção (ZOCCHE, 2011).

FIGURA 21 – PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

FONTE: <https://gmad.com.br/casa-do-mdf/wp-content/uploads/2019/07/lucro-2.jpg>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

O planejamento é uma função administrativa de otimização de recursos de


entrada, que determina o que deve ser realizado para atingir os objetivos traçados
(CHIAVENATO, 2004).

31
4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS MOBILIÁRIOS
Pozo (2010 apud REBOUÇAS; CAMPOS NETO; FERREIRA, 2015, p. 3) afirma que:

[...] as atividades de compras não são um fim em si próprio, mas sim


uma atividade de apoio fundamental no processo produtivo, suprindo
as demandas de materiais. Ainda segundo o autor, as atividades
de compras têm por sua finalidade manter a organização numa
posição competitiva no mercado através de ações de negociações
de preços, buscas de materiais alternativos e no incessante trabalho
de relacionamento com fornecedor.

FIGURA 22 – GESTÃO NA PRODUÇÃO

FONTE: <https://www.moveisdevalor.com.br/portal/cache/image/10769-sebrae-estrategias-setor-
moveleiro-770x499.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

O mercado moveleiro exige uma gestão capacitada, diferenciando uma redução


de custos de pedidos urgentes e a seleção de fornecedores adequados, garantindo
a qualidade no processo produtivo, incluindo compras com melhor preço, a entrega
rápida, qualidade e confiança (MOREIRA, 2008).

32
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Mundialmente, as organizações que atuam em diversos ramos da economia priorizam


na maioridade investimentos de capacitação de colaboradores e gerenciamento,
assimilando ótimos resultados e desempenho em cada setor designado.

• É necessária uma mudança e avaliação do desempenho dos profissionais, do


processo de desenvolvimento, da organização da equipe de trabalho e dos métodos
utilizados.

• O objetivo inicial de propor um novo procedimento do existente, que permite colmatar


as falhas atuais no processo de gestão dos projetos de moveleiros.

• A padronização é uma das estratégias no processo do desenvolvimento mobiliário.


Está inserida em qualquer indústria produtiva. É necessária a inclusão de normalização,
redução e sistema instigando a economia.

• O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo


que atenda aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico,
tático e operacional.

33
AUTOATIVIDADE
1 O designer e o arquiteto inserem um processo criativo e inovador no desenvolvimento
dos seus projetos e objetos, seguindo um protocolo de determinados mercados,
priorizando os lançamentos de cada região em ascensão. A partir desses pressupostos,
descreva o significado de Tendência Mobiliária.

2 O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo


que atenda aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico,
tático e operacional. A partir desses pressupostos, descreva as características dos
três níveis.

3 Na gestão de Produção de Mobiliário, existe um setor indispensável e eficiente para


o fluxo e organização dentro da empresa ou indústria. A partir desses pressupostos,
assinale a alternativa CORRETA.

a) ( ) PCP – Planejamento de Controle de Produção.


b) ( ) PDP – Planejamento de Desenvolvimento de Produção.
c) ( ) PMP – Plano Mestre de Produção.
d) ( ) PCB – Plano de Controle Básico.

4 A execução de um projeto eficaz necessita de um gerenciamento e liderança


capacitada na área, determinando uma equipe preparada com critério de organização
e seleção de pessoas qualificadas, atingindo os objetivos e garantindo o sucesso.
A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com os critérios
importantes a serem aplicados:

a) ( ) Realismo, Desenvolvimento, Flexibilidade, Facilidade de Uso.


b) ( ) Planejamento, Qualificação, Flexibilidade, Facilidade de Uso.
c) ( ) Planejamento, Desenvolvimento, Flexibilidade, Facilidade de Uso.
d) ( ) Realismo, Capacidade, Flexibilidade, Facilidade de Uso entre outros.

5 O processo de desenvolvimento adere algumas áreas funcionais da empresa,


especificamente a produção eficiente, indo desde o início até a finalização do produto.
A partir desses pressupostos assinale a alternativa CORRETA com os critérios de
processo segundo Cheng (2000):

FONTE: CHENG, L. C. Caracterização da gestão de desenvolvimento do produto: delineando o


seu contorno e dimensões básicas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INOVAÇÃO E GESTÃO DE
DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO, 2., 2000, São Carlos. Anais [...]. São Carlos: IGDP, 2000.

a) ( ) Planejamento do produto, Projeto do produto e Lançamento.


b) ( ) Planejamento do produto, Lançamento do produto, Flexibilidade.
c) ( ) Planejamento do produto, Facilidade do produto, Flexibilidade.
d) ( ) Planejamento do produto, Desenvolvimento do produto, Flexibilidade.

34
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO

1 INTRODUÇÃO
Este Tópico trabalha o desenvolvimento e a criação do projeto do mobiliário e
compreende o papel do designer, partindo das primeiras ideias e desenhos iniciais até o
último item a ser finalizado (BONFIM 1995).

As fases do processo de produção são critérios estabelecidos pelo designer


e estão na maioria das vezes acompanhados de outros profissionais de grande
importância, como o marceneiro (CAVALCANTI, 2001).

O designer tem como prioridade a interação das relações do ser humano com
o seu meio, e para isso utiliza ferramentas metodológicas para formar as suas ideias
(DIJON,1999).

O estudo tem como objetivo demonstrar o processo projetual de um mobiliário


desenvolvido através do referido a um conjunto de informações.

“Na análise ergonômica, encontra-se a base de todo o desenvolvimento da


forma e das soluções desenvolvidas, e assim foram observados padrões e adequações
de medidas ergonomicamente adequadas para melhor adaptação ao conceito do móvel
multifuncional” (SOUZA et al., 2017, p. 14).

A partir desses pressupostos, no Tópico 3 estudaremos os seguintes temas:


(1) O estudo e compreensão de materiais e processos de fabricação de mobiliário; (2)
a ergonomia, percepção e conforto de mobiliário; e (3) o entendimento do projeto do
mobiliário.

2 MATERIAL E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE MOBILIÁRIO


Os designers, nas criações de projetos, direcionam a importância em saber
qual matéria-prima que o profissional irá trabalhar, pois cada material envolve um
maquinário específico.

35
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA MOVELEIRA
A produtividade no setor moveleiro representa uma ampla atividade e demanda
de muitos recursos de matérias-primas das florestas. Até a finalização dos móveis e
das madeiras processadas, amplia para outras atividades de produtos, associando o
fornecimento de insumos. (MARTINI, 2016).

A matéria-prima deriva de insumos de madeiras de reflorestamento, introduzindo


o aproveitamento econômico das florestas nativas e mudas de insumos para gerar as
madeiras, considerada o principal item para a extração florestal, alimentando grande
parte da indústria moveleira (MARTINI, 2016).

Os agentes de reflorestamento são empresas produtoras de celulose, siderurgia


e produtos sólidos de madeiras, como madeira serrada e chapas de madeiras, além de
governos estaduais, pequenos produtores e outras empresas do ramo de reflorestamento
(MARTINI, 2016).

O reflorestamento fornece madeira para as indústrias de móveis e para outras


atividades de produtos, separados e ou classificados como cadeia, uma delas o pinus
e eucalipto, destinado para indústrias de celulose e papel, siderurgia (carvão e vegetal)
(MARTINI, 2016).

A outra cadeia são os laminados, as esquadrias e os painéis, classificados


como principais insumos básicos na indústria moveleira, já os blocos de madeira sólida
(compensados e lâminas) e os reconstituídos (aglomerados, MDF, chapas, OSB e HDF)
são considerados os produtos mais importantes (MARTINI, 2016).

FIGURA 23 – MATÉRIAS-PRIMAS

FONTE: <https://www.moveisdevalor.com.br/portal/cache/image/7860-Industria_em_Rondonia-
770x499.jpg> Acesso em: 6 jan. 2021.
36
Concluindo a cadeia principal de insumos necessários para a presença de tubos,
fibras, pregos, colas, vidros, vernizes e tintas, elementos necessários para a fabricação
de móveis, dependendo de cada estilo de móveis produzidos (MARTINI, 2016).

2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DO MOBILIÁRIO


O processo de fabricação é uma transformação inicial da matéria-prima
até a finalização do produto acabado, engloba um conjunto de ideias, projetos,
matérias-primas, seguido de um sistema(plano) de organização para a montagem ou
industrialização (MOREIRA, 2004).

O processo de fabricação ordena uma sequência, aderindo os maquinários


adequados para o objetivo, contando com reforço do processo de conformação
mecânica, forjamento e estampagem, incluindo tecnologia e equipamentos modernos
e permitindo um controle eficaz no processo produtivo, que garante a qualidade do
produto (MOREIRA, 2004).

De acordo com Pinheiro (1999 apud TEIXEIRA, 2010, p. 17), “o setor moveleiro
nacional é recente e encontra-se em fase de crescimento, adaptação ao mercado e o
aperfeiçoamento de seu parque fabril”.

FIGURA 24 – LAYOUT

Parametri-
zação do Progra-
Carrega-
sistema mação da CORTE Laminação Furação Expedição
mento
contrutivo produção
Produção

Duplagens Pré-
Pintura
montagem

FONTE: <https://www.gabster.com.br/marcenaria/producao/3-passos-para-definir-um-layout-
ideal-na-marcenaria/>. Acesso em: 6 jan. 2021.

No processo de fabricação, inicialmente é necessária uma coordenação


competente, contratando pessoas qualificadas e adequadas para as operações. Além
disso, é necessário planejar sequências operacionais e definir o fluxo baseado nos
recursos disponíveis. É importante implantar um layout, conforme Figura 24.

37
3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE MOBILIÁRIO
Caro acadêmico, lembre-se: sem ergonomia não existe projeto de mobiliário
para o ser humano. O projetista design deve pensar nas características físicas e nas
atividades das pessoas que utilizaram o mobiliário.

3.1 MOBILIÁRIO ERGONÔMICO


A ergonomia é uma prioridade na concepção dos espaços e no design de
mobiliário, garantindo conforto, segurança e o bem-estar necessário. A Associação
Internacional de Ergonomia (2000 apud GUÉRIN et al., 2001) define que é necessário
que a ergonomia esteja no foco do desenvolvimento de todo e qualquer projeto,
definindo uma disciplina científica relacionada a uma aplicação de teorias, princípios,
dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho
global do sistema.

IMPORTANTE
Compreender as características dos corpos humanos é uma
das principais tarefas de quem busca na ergonomia da forma
humana uma ferramenta útil para alcançar a perfeição no
projeto de mobiliário. Interessante notar que as etnias das
pessoas representam um fator determinante para compreender
a ergonomia humana previamente. Por exemplo, os orientais
possuem tendência a serem baixos e magros, ao ponto que norte-
americanos são marcantes em virtude da altura e largura.

FONTE: <https://www.vivendodecoracao.com.br/por-que-sem-
ergonomia-nao-existe-projeto-de-mobiliario/>. Acesso em: 6 jan. 2021.

38
FIGURA 25 – PARÂMETRO DA ERGONOMIA

FONTE: <https://vivendodecoracao.com.br/old/wp-content/uploads/2016/05/ergonomia-
humana-2-1030x793.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

INTERESSANTE
Um bom começo para atender os requisitos de ergonomia em prol dos colaboradores
dentro dos ambientes de trabalho são as cadeiras de escritório. Elas devem dispor de
características como:

1- Apoio para os braços: eles auxiliam na função de sustentação com objetivo de aliviar
a tensão dos ombros e coluna cervical, principalmente em postos de trabalho onde o
tampo da mesa não permita o apoio dos braços do usuário;
2- Regulagem de altura: é importante para que os pés estejam apoiados
no chão e o assento não esteja numa altura que comprima as coxas e
prejudique a circulação sanguínea. Caso isso não seja possível, deve-
se utilizar o apoio para os pés;
3- O encosto com apoio da curvatura da coluna vertebral, com possibilidade
de regulagem de altura do apoio lombar, proporcionando liberdade
de movimentos e adequando-se a postura de cada usuário.
4- Profundidade máxima do assento e borda frontal arredondada que
não pressione a área posterior dos joelhos. Uma cadeira de porte
maior que será compartilhada por usuários de estaturas diferentes
deve ter dispositivo de regulagem dessa profundidade de assento.
5- Para uso contínuo no computador: regulagens independentes de
inclinação do encosto e do assento.

39
6- Assento que faça a devida distribuição do peso do corpo, sem ser excessivamente
profundo e macio e nem mesmo duro e plano.
7- As espumas do estofamento devem ter alta resiliência, ou seja, com pouca ou nenhuma
deformação no seu uso.

FONTE: <https://funcional.com.br/ergonomia-qual-a-sua-importancia-no-mobiliario-
corporativo/>. Acesso em: 6 jan. 2021.

FIGURA 26 – CADEIRA ERGONÔMICA

FONTE: <https://funcional.com.br/wp-content/uploads/2019/03/ergonomia-funcional-235x300.jpg>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

Definições de ergonomia tem o objetivo de ressaltar o caráter interdisciplinar


e seu objeto de estudo, a interação entre o homem e o trabalho, focando em
uma das áreas da ergonomia, que trata das características da anatomia humana,
antropometria, fisiologia e biomecânica, no âmbito da ergonomia física, objetivando
melhorar o uso do produto, máquina ou sistema através de alterações de características
físicas do produto, como dimensões, pesos, formas, resistências (GUÉRIN et al., 2001).

40
FIGURA 27 – ERGONOMIA NO PROJETO DE MOBILIÁRIO E MOBILIZAÇÕES

FONTE: <https://vivendodecoracao.com.br/old/wp-content/uploads/2016/05/ergonomia-
humana.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

A definição de ergonomia estabelece requisitos e parâmetros do mobiliário,


além dos estudos e adequações, e faz necessária a análise de tarefas para o
cumprimento de medidas e dimensões exigidas. Utilizada por Lima e Torres (2014), por
se tratar de mobiliário multifuncional, faz-se analisar as diversas formas do uso de um
determinado objeto.

3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS MÓVEIS


O design de um móvel exige uma perfeita junção, unindo o conforto e a
funcionalidade, atualizando no passar dos anos, evoluindo assim estes quesitos (GUÉRIN
et al., 2001).

41
Cavalcanti (2001) complementa que somente após os anos 1970 o móvel se
ajustou completamente às novas exigências de moradia contemporânea. Período
marcado principalmente por móveis característicos e que se adequaram às novas
dimensões dos ambientes, pelo acúmulo de múltiplas funções e pela utilização de uma
mesma peça para diversas funções. “Conforto significa muito mais que algo físico;
conforto de verdade é tão cultural quanto físico, e tem significado diferentes coisas para
diferentes pessoas em diferentes tempos” (CONFORTO [...], 2018, s. p.).

FIGURA 28 – CONFORTO E FUNCIONALIDADE

FONTE: <encurtador.com.br/EMYZ5>. Acesso em: 6 jan. 2021.

O móvel funcional consiste na praticidade, beleza, qualidade e principalmente o


conforto. Um móvel funcional é considerado como aspecto de organização e otimização
do ambiente projetado.

Um móvel ergonômico significa conforto e adere bem-estar ao espaço, além de


idealizar um ambiente personalizado.

4 PROJETO DO MOBILIÁRO
O Projeto do Mobiliário possui uma grande importância a respeito da configuração
do espaço na habitação, pois influencia e serve como um estudo do ambiente, das
características de moradia e das transformações.

Os projetos podem ser entendidos como uma série de procedimentos


sequenciais que visam buscar a solução de um problema (GIBBS, 2015).

42
O mobiliário possui grande importância para uma configuração de espaço na
habitação, uma vez que influencia como objeto de estudo do ambiente e transforma a
redução dos espaços e as alterações na caracterização com inovações tecnológicas. Ao
buscar móveis mais versáteis e úteis, o ambiente terá características como flexibilidade,
mobilidade e multifuncionalidade.

4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DO PROJETO MOBILIÁRIO


Ao projetar um mobiliário, o designer precisa estar consciente da relevância
das emoções que envolvem tanto o ambiente construído quanto o usuário. Os
produtos são meios de comunicação que transmitem significados, valores e funções
(KRIPPENDORFF, 2006).

FIGURA 29 – PROCESSO DE CRIAÇÃO

FONTE: <http://www.uniesp.edu.br/sites/institucional/curso.php?id_curso=177>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

No processo criativo, a metodologia de design é inserida para uma estrutura


composta por etapas. Segundo Gomes (2001), essas etapas devem compreender o
processo criativo não como uma receita a ser seguida, mas como fases e etapas que
permitam conhecer as variáveis do problema de projeto.

As etapas apresentam como macro e microestruturas:

• A macroestrutura é a subdivisão do processo de desenho em


etapas, ou fases, que dão orientação ao procedimento do método.
• Microestrutura se entende por procedimentos empregados em
cada uma das etapas. Ela oferece técnicas e métodos que podem
ser empregados em certas fases (DE BRITO, 2004, p. 37).

Veja no Quadro 2 as características de cada item:

43
QUADRO 2 – ESTRUTURAS

O elemento formação profissional permite identificar a formação acadêmica em design


ou áreas afins. Essa informação permite analisar as diferenças ou similaridades durante o
processo de criação de cada profissional.
Processo Criativo é o passo a passo do processo de cada profissional para a concepção da
peça; que partido ele utiliza e de que maneira ele dá início ao seu processo de criação.
Modos de Produção é o processo de produção propriamente dito, incluindo a infraestrutura
produtiva. As técnicas construtivas que utilizadas, uso correto da matéria-prima, utilização ou
não de outros materiais para prototipia.
Matéria-prima que o profissional trabalha, pois para cada material envolve
consequentemente um maquinário específico.
A tipologia apresenta quais produtos aquele profissional desenvolve e consequentemente
comercializa no mercado seja nacional ou internacionalmente.
A proposta estética é vista como sendo de grande importância, pois a peça traduz o estilo
do designer. A forma em que a peça acabada se apresenta está intrinsecamente ligada a todo
um aprendizado que o profissional adquiriu durante seu processo de formação.
As influências que cada profissional tem como referência projetual.

FONTE: (ALENCAR; CAVALCANTI, 2016, p. 109).

“Cada designer apresenta sua peculiaridade durante o processo de criação,


assim como o modo e a maneira de desenvolvimento de cada peça na sua maneira de
trabalhar” (ALENCAR; CAVALCANTI, 2016, p. 104). Segundo os autores, alguns critérios
analisados no processo são:

• Formação.
• Processo criativo.
• Modos de produção.
• Matéria-prima.
• Tipologia.
• Proposta estética.
• Influências.

4.2 PROJETO COM ÊNFASE NO MOBILIÁRIO


O Design planeja, idealiza e realiza projetos de espaço atendendo a requisitos de
funcionalidade e qualidade. Esta profissão requer a união e principalmente o bom senso
com decoradores, engenheiros e arquitetos, compondo assim um projeto com ênfase
no mobiliário.

Munari (2002) define metodologia de projeto como sendo uma série de exercícios
em uma ordem, ditada pela experiência que são necessárias para se obter o melhor
resultado com o menor esforço.

44
O planejamento se associa às necessidades estabelecidas pelas metas do
projeto até o desenvolvimento, controlando os processos operacionais, passando pelas
etapas de análise, criação e geração de alternativa, especificando o detalhamento.

Muito frequentemente, a indústria tende a inventar falsas


necessidades para poder produzir e vender novos produtos. Nesse
caso, o designer não deve deixar-se envolver numa operação que se
destina ao lucro exclusivo do industrial e ao prejuízo do consumidor
(MUNARI, 2002, p. 30).

A metodologia de projeto proporciona a organização de ideias e informações,


possibilitando uma visão geral das metas estabelecidas, sistematizando o desenvolvimento,
prevenindo prováveis erros, adequando uma definição eficaz de um problema.

FIGURA 30 – PROJETO FINALIZADO

FONTE: <https://www.worksolution.ws/o-que-considerar-em-um-projeto-mobiliario-para-
aproveitar-espacos/>. Acesso em: 21 6 jan. 2021.

Munari (2002) insiste em dizer que o design deve manter uma conduta de
organização e articulação de decisões para o desenvolvimento e realização do processo
projetual, adotando a metodologia como um suporte para o designer no momento da
criação e no desenvolvimento do produto.

45
LEITURA
COMPLEMENTAR
LEVEZA E BELEZA NO DESIGN DE MOBILIÁRIO DO LAR MODERNO:
ALGUNS SUBSÍDIOS

Marina Kosovski Maluf


Jorge Lucio de Campos

INTRODUÇÃO

Com o intuito de situar melhor a ideia de leveza no design de mobiliário


doméstico – a fim de caracterizá-la como um aspecto de elegância, beleza e bom gosto
no contexto do lar – propomos aqui uma abordagem histórica apoiada no quadro geral
de mudanças ocorridas na sociedade moderna, principalmente, a partir do século XVIII.

Levando em conta que “as noções do que é apropriado e, portanto, belo no lar,
deram forma ao design de artigos para uso doméstico” (FORTY, 2007, p. 132), destacamos
um período – que vai de meados do século XIX até o início do século XX – caracterizado
pela busca de uma leveza na estética do mobiliário doméstico das casas europeias e
norte-americanas, difundida tanto por designers quanto por arquitetos e decoradores, e
incorporada, de modo geral, pela classe média.

Nesse sentido, nos atemos a dois de seus aspectos mais significativos: 1) a


concepção do lar como um espaço de expressão do caráter dos indivíduos que nele
habitam (ECO, 2004; FORTY, 2007; DENIS, 2000); e 2) a incorporação das ideias higienistas
no ambiente doméstico (FORTY, 2007; DENIS, 2000; LUPTON e MILLER, 1996).

Para melhor abordá-los, enfatizamos a noção de lar moderno, assim como


uma série de sentimentos que com ele surgem – como a intimidade, a privacidade,
a domesticidade, o conforto, a identidade, o bom gosto, o bem-estar, a higiene e a
eficiência – todos plenamente representados na decoração de seus interiores
(RYBCZYNSKI, 1969).

1 O BELO E O BOM NO LAR

1.1 LAR E INTIMIDADE

A noção do lar – tal como conhecemos hoje, como um espaço privado e íntimo
– é resultante de uma mudança que começou a ocorrer na Idade Média, mas que só se
consolidou com a Revolução Industrial, a saber: a separação entre a casa e o local de trabalho.
Rybczynski lembra que, na Paris do século XVII, embora muitos donos de loja, mercadores e

46
artesãos ainda trabalhassem e morassem no mesmo lugar (sobreloja), já havia burgueses
– advogados, construtores, funcionário públicos – para quem a casa era apenas uma
residência, o que implicava em transformações nos sentimentos nela presentes:

A consequência dessa separação foi que – com relação ao mundo


exterior – a casa estava se tornando um local mais privado. Com
essa privatização da casa, surgiu um maior senso de intimidade,
que identificava a casa, exclusivamente, com um senso familiar
(RIBCZYNSKI, 1969, p. 51).

No século seguinte, tal separação entre casa e local de trabalho se instituiu,


definitivamente, uma vez que o surgimento das fábricas levava os trabalhadores e os
proprietários a trabalharem fora de seu ambiente domiciliar. Forty é afirmativo quanto à
institucionalização desse processo “É óbvio que as fábricas são resultado da revolução
industrial, mas raramente pensamos que os lares, tal como os conhecemos hoje, são uma
criação da mesma revolução” (FORTY, 2007, p. 137).

Conforme este autor aponta, a fábrica e o escritório não apenas separavam,


fisicamente, o trabalho do lar. Suas características estimularam as pessoas a manter os
espaços, mentalmente, separados. Se as primeiras representavam lugares da opressão –
tanto para a classe operária, a “oprimida”, quanto para os empregadores, os “opressores”),
o último deveria conter todas as virtudes positivas que o transformavam num abrigo
onde era possível resgatar o respeito por si mesmo. O lar, que já vinha adquirindo um
senso de intimidade familiar, passou a representar, assim, o amor-próprio, o resgate
da autoestima, adquirindo o caráter de um lugar de ficção, de dissociação, que deveria
estar isento de qualquer sentimento ruim: uma espécie de lugar ideal.

É nesse contexto, ou seja, do lar como um lugar de refúgio e intimidade, que


a decoração da casa, de seus objetos e móveis começaram a adquirir maior
importância.

A domesticidade é um conjunto de emoções sentidas, e não um


único atributo. Ela está relacionada à família, à intimidade, a devoção
ao lar, assim como uma sensação da casa como incorporadora – e
não somente abrigo – destes sentimentos [...] O interior não era só
um ambiente para as atividades domésticas – como sempre havia
sido – mas os cômodos, os seus objetos, agora adquiriam vida própria
(RYBCZYNSKI, 1969, p. 85).

1.2 BELEZA, SOLIDEZ E CONFORTO

“Fazer do lar um lugar totalmente virtuoso exigia trabalho duro e os vitorianos


adotaram várias estratégias para satisfazer essas ilusões” (FORTY, 2007, p. 214), dentre
as quais o desenvolvimento de padrões especiais de gosto e de um design voltado para
o lar. Já que o ambiente de trabalho não oferecia um modelo a ser seguido nos interiores
domésticos, os vitorianos buscaram uma metáfora – acerca de como um lar deveria
parecer – que pudesse lhes servir de inspiração: “os descreviam, frequentemente, suas
casas como um céu” (FORTY, 2007, p. 142), isto é, partir da imagem de algo sereno,
calmo e alegre, sem nenhum resquício daquele outro ambiente.

47
Mas o céu tampouco ofereceria um modelo satisfatório (e concreto) de decoração
a ser seguido. A fonte mais disponível de inspiração para os decoradores passou a ser
as casas da aristocracia, lugares totalmente livres da associação com o trabalho, e que
a burguesia admirava em função de sua vida de ócio e conforto. Assim, até a década
de 1860, muitas casas burguesas buscaram imitar o gosto aristocrático (FORTY, 2007;
DENIS, 2000), o que resultou em interiores que prezavam o conforto e o luxo, repletos
de móveis, cortinas, estampas, motivos decorativos, papéis de parede, carpetes, enfim,
de objetos, tecidos e ornamentos.

Dessa forma, embora tenha sido possível identificar, naquele momento, uma
aproximação entre a noção de lar e uma busca pela leveza, metaforizada na imagem do
céu, pode-se dizer que esse sentido não se materializou na aparência dos interiores. Ao
contrário: a casa era a quintessência do mundo burguês, pois nela, e nela apenas, se
podia esquecer ou suprimir, artificialmente, os problemas e as contradições da sociedade.
Aqui e somente aqui, as famílias burguesas [...] podiam manter uma ilusão de felicidade
harmoniosa e hierárquica, circundadas pelos manufaturados que eram a demonstração
dessa felicidade e que, ao mesmo tempo, a tornavam possível.[...] A impressão mais
imediata de um interior burguês da metade do século é de super aglomeração e
dissimulação: uma quantidade de objetos, no mais das vezes mascarados por almofadas,
tecidos drapeados, tapeçarias e sempre, qualquer que seja a sua natureza, elaborados.
Nenhum quadro numa moldura dourada, entalhada, marchetada, até listrada de veludo;
nenhuma cadeira sem estofamento; nenhum tecido numa borda.

Vale lembrar que a opulência dos interiores vitorianos se deu num momento
em que as questões de aparência e identidade ganhavam importância numa sociedade
marcada pelo crescimento e expansão da classe média e pela transformação nos
hábitos de consumo pessoal e domésticos. Denis (1999, p. 56) resume com precisão
esse momento:

O surgimento das classes medias na Europa e nos estados Unidos


[...], trouxe uma relativa democratização da noção de individualidade,
ou seja, uma nova disposição de diferenciar e expressar a identidade
de cada um do grupo através de opções de leitura, de vestuário, de
decoração, enfim, de consumo. Segundo Richard Sennet, no seu
já clássico O declínio do homem público, o século XIX foi marcado
por uma transformação profunda nas relações sociais em que
mercadorias e hábitos de consumo passam a ser vistos como
verdadeiros “hieróglifos sociais”, simbolizando a personalidade e
demarcando identidades.

Assim, a beleza e o bom gosto, expressos através do excesso e da opulência


dos objetos domésticos, não só representavam o conforto, como também eram uma
forma de diferenciação social:

É na moradia de classe média; na intimidade do lar; nas mesas, estantes,


gavetas e armários da burguesia grande e pequena que se encontra
um dos primeiros focos históricos importantes para a personalização
do design. A preocupação com a aparência – primeiramente, da
própria pessoa e, por extensão, da moradia – como indicador do
status individual, serviu de estímulo para a formação de códigos
complexos de significação (DENIS, 2000, p. 57).

48
Será com bases nessa identificação entre o sujeito e seus objetos, assim como
na noção de que o lar expressa o caráter de seus habitantes, que, na segunda metade
do século XIX, sua aparência se transformará, sobretudo a partir de uma reação, por
parte de arquitetos e designers, à opulência do gosto vitoriano.

1.3 APARÊNCIA E IDENTIDADE

No livro Cultura e sociedade, Raymond Williams discute os contrastes existentes


entre algumas ideias de forte influência – os embates sobre questões políticas, a
democracia e o novo industrialismo, a oposição entre indivíduo e massa, a salvação da
indústria doméstica frente à industrialização das manufaturas, o ataque ao utilitarismo,
entre outras – próprias da Inglaterra do início do século XIX, sob os efeitos da Revolução
Industrial e no clima de grandes mudanças de ordem social.

Não cabe aqui se estender demais sobre um assunto já tão amplamente


abordado, mas apenas apontar que, concordando com Williams, essa “tradição de crítica
à sociedade industrial” integrava as bases da transformação que estabelecerá a ideia de
uma estreita relação entre a cultura e a sociedade, e deu ensejo às principais convicções
de William Morris (1834-96) e de John Ruskin (1819-1900), responsáveis pela fundação
do Arts & Crafts. O fato de, pela primeira vez, arquitetos e designers projetarem um
móvel – com a consciência de que aquele objeto inevitavelmente refletirá o seu tempo
– carregou o design com um sentimento de moralidade, a partir do qual se desenvolverá
uma crítica aos modos de produção e à estética vigentes.

Em reação às transformações provocadas pelo utilitarismo e pelo novo


industrialismo (FORTY, 2007; DENIS, 2000), este movimento buscou, como pode,
resgatar e preservar valores como honestidade e simplicidade. Desse modo, a beleza de
um móvel passou a ser considerada como intimamente relacionada ao método como
ele foi feito e aos valores por ele carregados, resultando num padrão formal que se
opunha à aparência pesada, até então cultivada pelos vitorianos. Desse modo:

A mesma abundância de mercadorias baratas, que era percebida


pela maioria como sinônimo de conforto, de luxo e de progresso,
passou a ser condenada por alguns como indicativa do excesso e
da decadência dos padrões de bom gosto e, mesmo, de padrões
morais. Ao mesmo tempo que a nova fartura industrial ampliava as
possibilidades de consumo para a multidão, para alguns ela gerava
preocupações inéditas sobre a natureza do que era consumido
(DENIS, 2000, p. 69).

A estética do mobiliário produzido durante a vigência do Arts & Crafts foi,


rapidamente, incorporada ao gosto de arquitetos e decoradores, dando origem a um
outro movimento chamado mobília de arte. Segundo Forty, “à medida que os ambientes
domésticos passaram a ser considerados sinais do caráter de seus ocupantes, as
pessoas começaram a se esforçar para apresentar uma imagem satisfatória de si

49
mesmas.” (FORTY, 2007, p. 148). O objetivo era, fundamentalmente, “estabelecer toda
uma forma de beleza que correspondesse, aproximadamente, às virtudes morais que,
(segundo pensavam Morris e Ruskin), deveriam ser representadas no lar”. (FORTY, 2007,
p. 153), passando os manuais de decoração a repudiar o mau gosto do excesso e a
enfatizar a simplicidade.

FONTE: Adaptado de <http://www.bocc.ubi.pt/pag/maluf-campos-leveza-e-beleza-no-design-de-


mobiliario.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2021.

50
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A produtividade no setor moveleiro representa uma ampla atividade e demanda de


muitos recursos de matérias-primas das florestas. Até a finalização dos móveis e
das madeiras processadas, amplia para outras atividades de produtos, associando o
fornecimento de insumos.

• O processo de fabricação é uma transformação inicial da matéria-prima até a


finalização do produto acabado, engloba um conjunto de ideias, projetos e matérias-
primas, seguido de um sistema(plano) de organização para a montagem ou
industrialização.

• Sem ergonomia não existe projeto de mobiliário para o ser humano. O projetista
deve pensar nas características físicas e nas atividades das pessoas que utilizaram
o mobiliário.

• O design de um móvel exige uma perfeita junção, unindo o conforto e a funcionalidade,


atualizando no passar dos anos, evoluindo assim estes quesitos.

• Cada designer apresenta sua peculiaridade durante o processo de criação, assim


como o modo e a maneira de desenvolvimento de cada peça na sua maneira de
trabalhar.

• Ao projetar um mobiliário, o designer precisa estar consciente da relevância de


emoções que envolvem tanto o ambiente construído quanto o usuário. Os produtos
são meios de comunicação que transmitem significados, valores e funções

51
AUTOATIVIDADE
1 Um bom começo para atender aos requisitos de ergonomia em prol dos colaboradores
dentro dos ambientes de trabalho são as cadeiras de escritório. Descreva as
características para o desenvolvimento de uma cadeira de escritório.

2 Cada designer apresenta sua peculiaridade durante o processo de criação, assim como
o modo e a maneira de desenvolvimento de cada peça na sua maneira de trabalhar.
Descreva as características dos critérios de processo para o desenvolvimento de
uma peça.

3 No processo criativo, a metodologia de design é inserida para uma estrutura composta


por etapas. Essas etapas devem compreender o processo criativo não como uma
receita a ser seguida, mas como fases e etapas que permitam conhecer as variáveis
do problema de projeto. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA
com as etapas de metodologia.

a) ( ) Macroestrutura e Microestrutura.
b) ( ) Ergonomia e Microestrutura.
c) ( ) Design e Macroestrutura
d) ( ) Funcionalidade, Macroestrutura e Microestrutura.

4 Quando se trata do processo de criação, cada designer possui suas individualidades.


Além disso, o modo de trabalho e de desenvolvimento de componentes também
apresenta a peculiaridade de cada designer. A partir desses pressupostos, assinale a
alternativa CORRETA com as características do modo de produção.

a) ( ) É o passo a passo do processo de cada profissional para a concepção da peça;


que partido ele utiliza e de que maneira ele dá início ao seu processo de criação.
b) ( ) Apresenta quais produtos aquele profissional desenvolve.
c) ( ) Que o profissional trabalha, pois para cada material envolve consequentemente
um maquinário específico.
d) ( ) As técnicas construtivas que utilizadas, uso correto da matéria-prima, utilização
ou não de outros materiais.

52
5 Ao projetar um mobiliário, o designer precisa estar consciente da relevância de
emoções que envolvem tanto o ambiente construído quanto o usuário. Os produtos
são meios de comunicação que transmitem significados, valores e funções. A partir
desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características da
metodologia Macroestrutura.

a) ( ) Técnicas e métodos que podem ser empregados em certas fases.


b) ( ) Ergonomia das peças.
c) ( ) Subdivisão do processo de desenho em etapas, ou fases, que dão orientação ao
procedimento do método.
d) ( ) Design e criatividade projetual.

53
REFERÊNCIAS
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COENP_2011_2_06.pdf. Acesso em: 6 jan. 2021.

57
58
UNIDADE 2 —

PRODUÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DE
OBJETO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• entender os conceitos de linguagem do objeto;

• diferenciar a história do objeto;

• entender a importância da sustentabilidade do objeto;

• conceituar as tendências do objeto;

• distinguir os princípios do planejamento e controle da produção;

• identificar materiais e processos de fabricação;

• compreender a importância da ergonomia e conforto do objeto;

• conhecer o processo de criação do projeto.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS


TÓPICO 2 – DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS
TÓPICO 3 – CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

59
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!

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60
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE
EM OBJETOS

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, com a história e a evolução das sociedades, surge a utilização de
grafismo como forma de expressão do homem. Anos mais tarde, no período Paleolítico,
também conhecido como Idade da Pedra, iniciaram as produções de objetos. Os objetos
eram feitos de utensílios achados, como chifres, dentes e madeiras.

Naquela época não existiam as inúmeras técnicas encontradas no mercado.


Atualmente, os objetos são muito utilizados na decoração, que une as ideias e
criatividade dos profissionais designers de objetos, móveis, embalagens, entre outros.

O designer compreende e trabalha a técnica visual, estabelecendo as relações


entre a estética e a funcionalidade. Assim, o profissional consegue relacionar os aspectos
materiais e projetuais do objeto, além de inserir um conjunto de experiência humana,
harmonizando o espaço a ser desenvolvido.

A partir desse pressuposto, no Tópico 1 estudaremos os seguintes temas: 1) estudo


da linguagem e a funcionalidade do objeto; (2) estudo e a compreensão dos designers;
(3) a importância da sustentabilidade das matérias-primas na indústria do objeto.

2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO


DESIGN DO OBJETO
Estudos de linguagem e estética requerem uma pesquisa do objeto de design
específico, tendo como propósito a análise de todos os tipos de objetos (KUBISCH e
SEGER, 2007).

A função estética ocupa um campo de ação muito mais amplo que


a arte propriamente dita. Qualquer objeto e qualquer ação (seja um
processo natural ou uma atividade humana) podem chegar a ser
portadores da função estética” (MUKAROVSKY, 1993, p. 22).

Conforme Kubisch e Seger (2007), a estética tem como base o desenvolvimento


e a finalização do produto, relacionando o entretenimento de usos necessários. Além disso,
ainda visa unir o conforto e a valorização do ambiente.

61
FIGURA 1 – OBJETOS DE DESIGN

FONTE: <encurtador.com.br/oMU18>; <encurtador.com.br/wyGX9>; <encurtador.com.br/


nqOTV>. Acesso em: 7 jan. 2021.

Segundo Kubisch e Seger (2007), a estética é fundamental, principalmente na


aparência do objeto, pois proporciona soluções e estratégias de projeto, produção e
venda final, além de definir um produto de qualidade.

2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO OBJETO


Na longa história da humanidade, surge a utilização de grafismo como forma de
expressão do homem. No período da Idade da Pedra (30.000 a.C.), os objetos já eram
feitos de utensílios achados, como chifres e dentes. Também eram feitos desenhos em
pedras ornamentais (KUBISCH e SEGER, 2007).

Os padrões têm ocorrido dentro e fora dos estilos ao longo de séculos,


e provavelmente, nunca irão desaparecer. O fascínio que exercem
sobre os seres humanos, seja mística, psicológica ou sensorial, nunca
realmente vacilou, simplesmente existem momentos em que é mais
aceitável do que outros (SAVOIR, 2007, p. 7).

Já no período modernista, é notória a existência de uma grande essência de


forma e textura natural dos materiais, que valoriza os objetos em madeiras, pedras,
vidros, ferros, aços e padronagens nos papéis de paredes, que ornamentam uma junção
decorativa e específica (MUNARI, 1997).

62
FIGURA 2 – OBJETOS NATURAL

FONTE: <encurtador.com.br/jDKOS>; <encurtador.com.br/azGNO>; <encurtador.com.br/djvFM>.


Acesso em: 30 ago. 2020.

GIO
Grafismo é a arte em que são mais relevantes as formas, as cores e detalhes
do que a figura ou representação.

Pode ser também uma forma mais sucinta de representar um objeto ou


composição de objetos, contanto que os impactos de cor e forma façam
sentido com a proposta do artista.

A arte do grafismo é simples e exuberante das cores, criando conceitos


como a repetição, ritmo, equilíbrio e escala. O grafismo pode mostrar uma
ideia estática ou com a sensação de movimento.

FONTE: <https://tiatatimaluquinha.blogspot.com/2014/08/tipos-de-
linhas-e-grafismo-artes-visuais.html>. Acesso em: 6 jan. 2021.

63
2.2 ESTÉTICA DO OBJETO
Ao longo da história, considerando os produtos elaborados e ou preparados pelo
homem, estes exercem as funções que envolvem objetos e peças práticas, estéticas e
simbólicas, predominando uma funcionalidade e atendendo às expectativas idealizadas
ao objeto. Ainda sobre as funções do objeto, estas atribuem-se às superfícies, aos objetos
em si e aos ambientes decorados, o que evidencia e auxilia algumas características
específicas do projeto (LÖBACH, 2001).

A seleção da padronagem é pessoal. Os padrões são simbólicos e são


imbuídos de significados culturais. Estão intrinsecamente ligados com
estilo e cor, com textura e com a memória. O reconhecimento de uma
padronagem é uma hierarquia cognitiva de definições, momentos
e detalhes, como um quebra-cabeça no design de interiores, a
padronagem deve fazer parte do projeto (RODERMANN, 1999).

A padronagem se resume em estampas e pode tanto ser aplicada na


superfície dos tecidos como trabalhadas na própria estrutura dele durante a
produção (LÖBACH, 2001).

As padronagens são elementos muito fortes nas decorações, interpretando e


harmonizando uma composição com objetos dentro do ambiente (LÖBACH, 2001).

FIGURA 3 – OBJETO DE DECORAÇÃO EM PADRONAGEM

FONTE: <encurtador.com.br/fmtMN>; <encurtador.com.br/mEST4>. Acesso em: 6 jan. 2021

64
IMPORTANTE
O uso da padronagem em objetos decorativos confere mais estilo
e personalidade a uma casa.  Com o auxílio de conceitos decorativos
básicos e bom senso, utilizando objetos adequados, compondo uma
combinação de recurso com um mobiliário adequado para garantir um
ambiente charmoso e harmônico. Apesar de serem conceitos um pouco
parecidos é importante entender as diferenças entre a padronagem
e a estampa. Enquanto o primeiro é a repetição de desenhos no
próprio tecido durante a fabricação, as estampas são uma pintura ou
uma adesivação sobre o tecido liso.

FONTE: <https://blog.lartex.com.br/padronagem-na-decoracao/>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

A estética do objeto é o resultado final da aparência e deve estar condizente


com alguns tópicos, como:

• Atributos do exterior.
• Estilo.
• Organização.
• Visual do objeto.
• Funcionalidade.
• Função ergonômica.

FIGURA 4 – OBJETOS FUNCIONAIS

FONTE: <encurtador.com.br/twxL1>; <encurtador.com.br/jBIQY>; <encurtador.com.br/bdixX>.


Acesso em: 7 jan. 2021.

Segundo Gomes Filho (2002), ainda sobre a estética do objeto, pode-se dizer
que a arte é também uma prioridade no conceito de estudo em questão, que envolve
vários atributos na composição final, como já citado, nas decorações em metais, em
ferro, em cerâmicas, as padronagens, e assim por diante, atendendo e priorizando as
questões de cada época e registrando o tempo ao qual está vinculado.

65
3 HISTÓRIA E TEORIA DO OBJETO
A história e teoria do objeto torna-se viável e mais conhecida por análises dos
projetos mobiliários e dos modos de mediação e comunicação tecnológica. Abrange os
mais diversos ideais e caracteriza uma teoria geral da sociedade humana com base em
um sentindo existencial, uma compreensão total do mundo (BAUDRILLARD, 2003).

3.1 HISTÓRIA DO OBJETO


Segundo estudos já vistos anteriormente, o design surgiu no século XIX,
na revolução industrial, e o objetivo inicial era unir a função e a forma do objeto, de
forma a otimizar a funcionalidade e a beleza estética do ambiente conforme projeto. A
intenção era de sistematizar o discurso que os objetos de design manifestam ao serem
consumidos, aquilo que escapa de essencial ao designer e que, nos objetos, adquire
(simbolicamente) vida própria: “...hoje os objetos tornaram-se mais complexos que o
comportamento do homem a eles relativo” (BAUDRILLARD, 2008, p. 62)

FIGURA 5 – OBJETOS SÉCULO XIX

FONTE: <encurtador.com.br/ghpsx>; <encurtador.com.br/lqHKO>; <encurtador.com.br/oGM27>.


Acesso em: 7 jan. 2021.

Apresentamos, ainda, um conjunto de reflexões sobre o caráter dos objetos em


um nível que transcende ao funcional. Em linhas gerais, parte-se do pressuposto de
que os objetos de Design estão ligados de forma direta ao homem e são portadores de
significados que mediam as relações humanas (BAUDRILLARD, 2008).

66
FIGURA 6 – OBJETOS FUNCIONAIS

FONTE: <http://www.megaartigos.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/03/objetos-de-casa-e-
o-design.jpg>. Acesso em: 7 jan. 2021.

Considera-se ao longo da história os produtos desenvolvidos pelo


homem, possuindo funções práticas, estéticas e simbólicas, e que a
predominância de uma função não elimina as demais, todas fazem
parte do objetivo a que se destina o objeto (LÖBACH, 2001).

O objeto possui um significado de longa duração e seu próprio significado


funcional e não apenas a finalidade dos objetos, mas também a uma capacidade de
fazer parte de um conjunto de relações (BAUDRILLARD, 2008).

3.2 DESIGNERS DE OBJETOS


Designers designam um desenvolvimento de objetos conceituais, dando ênfase
à decoração de interiores e paisagismo e consolidando uma atividade e um campo
de conhecimento em que os designers estão presentes na vida de toda a sociedade.
Assim, suprem as necessidades dos projetos, unificam e compõem estruturas e
ambientes harmoniosos, com objetos de decoração conforme a moda atual de cada
época (ESCOREL, 2004).

67
FIGURA 7 – DECORAÇÕES DE INTERIORES E PAISAGISMO

FONTE: <encurtador.com.br/dftA7>; <encurtador.com.br/bEJT4>; <encurtador.com.br/cpvMZ>.


Acesso em: 6 jan. 2021

INTERESSANTE
Você sabia que o pós-modernismo se caracteriza por uma série de
mudanças que vêm ocorrendo na sociedade desde 1950? A essência da
pós-modernidade vem através das cópias e imagens de objetos reais e a
reprodução técnica do real, significando apagar a diferença entre real e
o imaginário, a essência e a aparência, ou seja, um real, mais real e mais
interessante que a própria realidade, chamado por alguns autores como
hiper-realidade.

FONTE: <http://editor.ifpb.edu.br/reitoria/pro-reitorias/prpipg/revista-
principia/edicoes-da-revista/Revista_Principia16-1.pdf#page=68>. Acesso
em: 6 jan. 2021.

68
Os designers definem os objetos em seus projetos, que devem ter duas
funções essenciais:

• Objeto de utilização: prático e funcional, objeto utilitário.


• Objeto de possessão: subjetivamente um objeto de coleção.

FIGURA 8 – OBJETO UTILITÁRIO E DE COLEÇÃO

FONTE: <encurtador.com.br/FQWY4>; <encurtador.com.br/puGOS>; <encurtador.com.br/


gmoKW>; <encurtador.com.br/ceGP3>. Acesso em: 6 jan. 2021

Fundamentalmente, as lojas, as revistas e mostras das indústrias da


decoração transformam a ambiência num objeto de consumo, no
símbolo de desejo, transformando os espaços em signos, implicando
uma modificação simultânea da relação humana com o consumo
do ambiente. Tenta-se, com isso, de jogar com o desejo do bem-
estar, do conforto e da geração de um estilo de vida baseado numa
suposição de funcionalidade, de bom gosto e refinamento, como se
o morar bem não fosse necessário a todos, mas apenas a um grupo
privilegiado de pessoas (BENJAMIM, 1991).

69
Segundo Debord (1997), fica uma prática de decorações, mesclando objetos
funcionais e objetos de coleção, contribuindo uma produção específica de objetos de
decoração de uso doméstico e de uso nos diversos ambientes.

4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DO OBJETO


Ultimamente, cresceu o interesse na questão do design de produtos sustentáveis,
ainda com uma perspectiva adotada pelo profissional. Instiga-se uma atenção especial
relativa à competência criativa essencial dos designers, que foca em uma análise
específica do ciclo de vida e uso de materiais reciclados (FEATHERSTONE, 1995).

FIGURA 9 – SUSTENTABILIDADE

FONTE: <encurtador.com.br/cgO24>; <encurtador.com.br/JMOZ6>; <encurtador.com.br/


Q1456>. Acesso em: 6 jan. 2021

70
NOTA
Ao reutilizar, é possível ressignificar muitas coisas que não são mais úteis para você. Em
inglês, essa prática se chama “upcycle”. Você pode transformar garrafas em vasos, enfeites
e um monte de outras coisas. Dá para usar restos de madeira ou
caixas de feira para construir seu próprio móvel, como uma estante,
prateleira ou mesinha. Você consegue encontrar várias inspirações de
upcycle no Google, é bem bacana! Além disso, também tem o sentido
mais comum de se reutilizar que é apenas usar novamente, com a
mesma função já usada. Por exemplo, você pode reutilizar potes de
vidro de alimentos para guardar outras coisas dentro. É bem prático,
econômico e sustentável.

FONTE: <http://reciclagemsemescandalo.com.br/2018/06/10-dicas-
sustentabilidade-dia-a-dia/>. Acesso em: 6 jan. 2021

4.1 SUSTENTABILIDADE
O conceito de sustentabilidade está em alta no mundo todo e em todas as
áreas. A indústria da moda foi aderindo esta ideia para estimular o consumo. Não muito
diferente é o que acontece com o mundo das decorações, design de interiores e nas
edificações (MANZINI; VEZZOLI, 2002).

4.2 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE OBJETO


SUSTENTÁVEL
O desenvolvimento e os recursos sustentáveis deram-se na definição das
necessidades do presente e do futuro, dando prioridade a três princípios básicos que
devem ser compridos:

• Desenvolvimento econômico.
• Proteção ambiental.
• Equidade social.

71
FIGURA 10 – OBJETO SUSTENTÁVEL

FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/-qc7c-3qFkDo/UHBxT01c14I/AAAAAAAAAZs/5JlJOq_kUlg/
s1600/porta+lapis+de+garrafa.jpg>; <https://acasadopedrinho.com/blog/wp-content/
uploads/2014/08/image125.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021

O processo de desenvolvimento sustentável está relacionado ao crescimento e


objetividade à conservação do uso racional dos recursos naturais, que são:

• Crescimento renovável.
• Mudança de qualidade do crescimento.
• Satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento e
saneamento básico.
• Garantia de um nível sustentável da população.
72
• Conservação e proteção da base de recursos.
• Reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco.
• Reorientação das relações econômicas internacionais (CMMAD, 1991).

4.3 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL


PARA OBJETOS
Muitos produtos são considerados sustentáveis por proporcionar menos perdas,
por serem recicláveis ou mais duráveis e outros são porque contêm menos substâncias
prejudiciais ou tóxicas (CHEHEBE, 1997).

Vamos conhecer, a seguir, algumas matérias-primas que não poluem, que


beneficiam ao meio ambiente, e principalmente são econômicas:

• Vidros.
• Tijolos de solo cimento.
• Cortiça reciclada.
• Tinta natural.
• Cola a base de água.
• Madeiras de demolição.
• Sedas artesanais etc.

IMPORTANTE
Materiais sustentáveis podem ser de origem artesanal ou
industrializados, que não  sejam poluentes nem tóxicos e que
beneficiem o meio ambiente e a saúde dos usuários e dos
trabalhadores. Embora se pareçam em conceito, um material
sustentável não é necessariamente igual a um material
ecológico, enquanto o primeiro analisa todo o ciclo econômico
e socioambiental, o segundo a preocupação é somente com o
impacto ao meio ambiente.

FONTE: <https://sustentarqui.com.br/saiba-como-escolher-um-
material-sustentavel/>. Acesso em: 6 jan. 2021.

73
FIGURA 11 – MATÉRIA-PRIMA AMBIENTAL DO OBJETO

FONTE: <https://storage.googleapis.com/eureciclo-blog/1/embalagens-1.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Segundo Chehebe (1997), um produto sustentável é o que apresenta o melhor


desempenho ambiental, com função, qualidade e nível de satisfação. Ao comparar
com um produto padrão, as matérias-primas têm um recurso proveniente do manejo
sustentável e respeitam os critérios ambientais e sociais, que garantem a renovação
natural dos ecossistemas.

74
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A história e teoria do objeto torna-se viável e mais conhecida por análises dos projetos
mobiliários e dos modos de mediação e comunicação tecnológica, acentuando o
estilo, qualidade, funcionalidade e estética de cada época.

• Design do objeto se remete especificamente à moda, à decoração de interiores e


ao paisagismo, consolidando um conhecimento de campo em estudo, suprindo
as necessidades dos projetos, unificando e compondo estruturas e ambientes
harmoniosos, com objetos de decoração conforme a moda atual.

• A sustentabilidade no mundo todo e em todas as áreas já está virando uma mania


necessária, por exemplo: a indústria da moda foi aderindo esta ideia, estimulando
o consumo. Não muito diferente inseriu-se no mundo das decorações, design de
interiores e nas edificações.

• O desenvolvimento e os recursos sustentáveis se definem nas necessidades do


presente e do futuro, estabelecendo um grande aumento no setor econômico, além
de tudo proteção ambienta.

• A estética é fundamental, principalmente na aparência do objeto, proporcionando


soluções e estratégias de projeto, produção e venda final, definindo também um
produto de qualidade.

75
AUTOATIVIDADE
1 Na longa história da humanidade, surge a utilização de grafismo como forma de
expressão do homem. No período da Idade da Pedra (30.000 a.C.), os objetos já eram
feitos de utensílios achados, como chifres e dentes. Também eram feitos desenhos
em pedras ornamentais (KUBISCH; SEGER, 2007). A partir desse pressuposto, assinale
a alternativa CORRETA com as características do mobiliário egípcio.

FONTE: KUBISCH, N.; SEGER, P. A. Ornaments: patterns for interior decoration (based on “The
Practical Decorator and Ornaments by George & Maurice Ashdown Audsley, 1892”), Berlin: H.F.
Ullmann, 2007.

a) ( ) Chifres, dentes e, também eram feitos desenhos em pedras ornamentais.


b) ( ) Desenhos de símbolos místicos e ornamentais, pirâmides entre outros elementos.
c) ( ) Pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos e construção
imperial.
d) ( ) Cores vivas, vidros, utilização de símbolos místicos, pirâmides entre outros
elementos.

2 Estética do objeto é o resultado final da aparência, devendo, assim, estar condizente


com alguns tópicos. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA com os
tópicos condizentes:

a) ( ) Ferramentas, estilos, pedras, funcionalidade.


b) ( ) Estilo, vidros, funcionalidade, função ergonômica.
c) ( ) Ferramentas, estilos, visual do objeto.
d) ( ) Atributos do exterior, estilo organização, visual, funcionalidade, função ergonômica.

3 Os designers definem os objetos em seus projetos, que devem ter duas funções
essenciais. Segundo Debord (1997), assim definidos, fica uma prática de decorações,
mesclando objetos funcionais e objetos de coleção. A partir desse pressuposto,
assinale a alternativa CORRETA com os tópicos condizentes:

FONTE: DEBORD, G. A sociedade do espetáculo: comentários sobre a sociedade do espetáculo.


Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

76
a) ( ) Contribuindo uma produção específica de objetos de decoração de uso doméstico
e de uso nos diversos ambientes.
b) ( ) Não aderindo uma produção específica de objetos de decoração de uso
doméstico e de uso nos diversos ambientes.
c) ( ) Contribuindo uma produção específica de objetos de decoração de uso doméstico
e de uso nos diversos carros.
d) ( ) Contribuindo um desfile de moda específica de objetos de decoração de uso
doméstico e de uso nos diversos ambientes.

4 O conceito de sustentabilidade está em alta no mundo todo e todas as áreas, a


indústria da moda foi aderido esta ideia, para estimular o consumo, não muito
diferente para o mundo das decorações, design de interiores e nas edificações. A
partir desse pressuposto, descreva características o conceito da sustentabilidade

5 O desenvolvimento e os recursos sustentáveis deram-se na definição as necessidades


do presente e do futuro, dando prioridade a três princípios básicos. A partir desses,
pressupostos descreva os princípios básicos.

77
78
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO
DE OBJETOS

1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de objetos possui participação na economia em nível
mundial, pois interessa o mundo dos investidores e microempreendedores, que lucram
através de sua exploração (SERRA, 2005).

Ainda sobre esse desenvolvimento em ascensão, ele globaliza e envolve uma


variedade de matérias-primas, processos de produção, equipamentos específicos,
materiais em geral, maquinários e mão de obra capacitada e qualificada, o que resulta
um controle e planejamento eficiente na execução do produto (OLIVEIRA et al., 2009).

Para uma empresa desempenhar com eficiência e qualidade no seu


funcionamento, é necessário conter os desperdícios com um Planejamento e Controle
de Produção (PCP).

O PCP auxilia na geração de empregos e melhora a economia mundial, além de


desempenhar uma produção eficaz.

Os objetos de decoração demostram a conquista no espaço de um ambiente.


Assim, se torna essencial a implantação do setor de Planejamento e Controle de Produção
e um bom gerenciamento para a excelência na produção dos materiais (SERRA, 2005).

A partir desse pressuposto, no Tópico 2 estudaremos os seguintes temas: (1) o


entendimento da tendência no mercado de objetos; (2) O processo de desenvolvimento
e o gerenciamento dos projetos na produção; (3) a qualificação de um planejamento e
da gestão da produção de objetos.

2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DO OBJETO


Mercadologia é o conjunto de atividades e estratégias que significam “estudo do
mercado”. A mercadologia expressa sua relação com o ambiente de negócios e atende
ao mercado por meio da pesquisa, planejamento e distribuição de produtos e serviços.
Empresas utilizam essa abordagem para satisfazer as necessidades dos consumidores
e conquistar seu espaço no mercado requisitado de forma mais ampla para seus
negócios (MATTAR, 1999).

79
FIGURA 12 – MERCADO DO OBJETO

FONTE: <https://neilpatel.com/wp-content/uploads/2019/10/profissionais-estudando-formas-de-
mercadologia.jpeg>; <https://neilpatel.com/wp-content/uploads/2019/10/grafico-com-simbolo-
crescente-e-box-de-check.jpeg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Conforme Mattar (1999), com o dinamismo do mercado surgem novas ideias e


tendências. Um dos fatores que contribui é o aumento de exigência dos consumidores.
As empresas que pretendem atuar neste mercado competitivo necessitam realizar
pesquisas para prever as tendências e oferecer novos produtos que atendam às
necessidades e os desejos dos seus consumidores.

2.1 MERCADO DO DESIGN DE OBJETOS


Iniciamos este estudo com algumas considerações, dando prioridade
ao público-alvo, às tendências econômicas e a alguns elementos macro e micro
ambientais. A partir dessas informações, há uma avaliação dos objetos criados pelo
designer sobre a possibilidade de como inserir no mercado (KOTLER, 2000).

80
FIGURA 13 – OBJETOS DESENVOLVIDOS PARA O MERCADO

FONTE: <encurtador.com.br/jvyQ1>; <encurtador.com.br/qsuBO>; <encurtador.com.br/dnBX9>.


Acesso em: 6 jan. 2021.

Para um bom diagnóstico, o objeto elaborado, ou seja, a mercadoria, propõe


estratégias para aumentar o volume de vendas, levando em conta as melhores táticas
para comercialização, precificação, promoção e distribuição de produtos. Em outras
palavras, o conhecido Marketing (KOTLER, 2000).

O marketing está por toda parte. Formal oi informalmente, pessoas


e organizações envolvem-se em um grande número de atividades
que poderiam ser chamadas de marketing. O bom marketing tem se
tornado um ingrediente cada vez mais indispensável para o sucesso
dos negócios. E o marketing afeta profundamente nossa vida
cotidiana. Ele está em tudo o que fazemos, das roupas que vestimos
aos sites em que clicamos, passando pelos anúncios que vemos
(KOTLER, KELLER, 2006, p. 2).

Segundo Kotler (2000), a mercadologia determina quais produtos devem ser


lançados no mercado, como devem ser vendidos e para qual público-alvo.

81
GRÁFICO 1 – EXEMPLO DE GRÁFICO DE MARKETING

FONTE: <https://blog.workana.com/wp-content/uploads/2019/02/REDES-SOCIALES-NEGOCIO-
WORKANA-1.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Existe um conceito de que a mercadologia e marketing tem o mesmo


significado, mas estudos e opiniões apontam que é considerada mercadologia a
análise voltada para dentro da empresa, que busca informações relevantes para a
atuação do marketing.

Já o marketing é uma estratégia voltada “para fora”, que mira nos consumidores
e mercados-alvo (KOTLER, 2000).

82
FIGURA 14 – MERCADOLOGIA E MARKETING

FONTE: <https://i0.wp.com/mktsemsegredos.com/wp-content/uploads/2017/01/
MERCADOLOGIA.png?w=700>. Acesso em: 6 jan. 2021.

O mercado transforma dados em informações, enquanto o marketing usa essas


informações para criar conteúdo. Há uma confirmação a ser feita de quais teorias são as
corretas e que aproximam os significados de cada uma.

Existe cinco formas de identificar as estratégias em uma empresa:

• Análise de concorrência.
• Geração de novos clientes.
• Escolha de canais e distribuição.
• Redução de riscos.
• Identificação de oportunidades.

2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE OBJETOS


O objeto é uma forma de artesanato que respeita a cultura de uma região ou
comunidade. É possível encontrar diversas formas de artesanato feito com matérias-
primas regionais.

83
FIGURA 15 – TENDÊNCIA DE OBJETOS

FONTE: <https://henn.com.br/images/uploads/blog/espelhos-na-decoracao.jpg>;
<https://decoretti.pl/images/galerie/42-635.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

O Conselho Mundial de Artesanato define artesanato como sendo “toda atividade


produtiva que resulte em objetos e artefatos acabados, feitos manualmente ou com
a utilização de meios tradicionais, com habilidade, destreza, qualidade e criatividade”
(SEBRAE, 2010, p. 12).

A atividade predominantemente manual de produção de um bem que


requeira criatividade e/ou habilidade pessoal, podendo ser utilizadas
ferramentas e máquinas; O resultado da montagem individual de
componentes, mesmo anteriormente trabalhados e que resulta em
novos produtos (CARVALHO, 2001, p. 16).

ATENÇÃO
A tendência de objetos na indústria permite mais produção com menor
custo e torna as fábricas mais competitivas e eficientes. De maneira
prática, os projetos criativos também podem ser aplicados para melhorar
o monitoramento do tempo dos ciclos de produção, da quantidade de
material utilizado e fornecer informações para reorganizar a linha de
produção da forma mais eficiente possível.

FONTE: <https://cio.com.br/7-tendencias-tecnologicas-para-a-industria-
em-2019/>. Acesso em: 6 jan. 2021.

84
FIGURA 16 – TENDÊNCIA NA PRODUÇÃO

FONTE: <https://cdn.shopify.com/s/files/1/0923/3684/products/11b5f09f-0392-422d-bdef-
cab50f96e6b5_750x500.jpg?v=1600699357>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Ainda sobre tendências na produção de objetos, Monçores (2010) explora uma


análise específica que busca a história da pesquisa de tendências no campo de Design
com ênfase nas indústrias e nas produções, hoje empregados nos termos “tendência”
e “moda”.

“Um número crescente de pesquisadores tem se debruçado sobre as práticas,


métodos e relevância da pesquisa de tendências nos campos da moda e do design,
com interseções nas áreas da antropologia, do marketing e da economia” (MONÇO-
RES, 2010, p. 107).

Enquanto isso, Rech e Morato (2010) trouxeram os termos adequados e


desempenho dentro do sistema de pesquisa de tendências complementados por
Monçores (2010).

3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO


DO OBJETO
O gerenciamento e o desenvolvimento de projeto do objeto devem possuir um
objetivo direto e claro, conforme citação a seguir:

A aplicação dos conceitos de Gerenciamento de Projetos deve ser


precedida do entendimento completo do que é um projeto. Inúmeras
definições podem ser encontradas na bibliografia especializada, “esforço
temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado
exclusivo”, assim, um projeto é qualquer atividade com início, meio e fim
e cujo resultado deve ser único (CANDIDO et al., 2012, p. 13).

Os projetos demandam uma organização necessária para a produção, pois cada


projeto é único porque depende de situações e partes interessadas diferentes.

85
3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DOS OBJETOS
O processo de desenvolvimento dos objetos exige muitas áreas funcionais de uma
empresa, indo desde a elaboração de um layout de produção para cada departamento,
onde se inicia o projeto, até a finalizando o produto. Cheng (2000) descreve alguns
processos e as áreas funcionais envolvidas em cada etapa:

• Planejamento do produto.
• Projeto do produto.
• Lançamento: Marketing, P & D, Manufatura, Venda e Logística.
• Logística.
• Vendas.

FIGURA 17 – PROCESSO DE PRODUÇÃO

FONTE: Agostini, Decker e Silva (2002, p. 183)

O processo de produção e desenvolvimento dos objetos inicia com a formação


de uma equipe adequada para a execução do projeto. A equipe deve ser qualificada
e composta por gerente, colaboradores especializados, monitores de programação
específica (CHENG, 2000).

Um projeto envolve sempre alguns processos de extrema importância para sua


conclusão e nenhum desses processos pode ser dispensado:

• Inicialização.
• Planejamento.
• Execução.
• Controle e monitoramento.
• Finalização do produto.

86
IMPORTANTE
É importante ressaltar que um processo não deve ser confundido com
um projeto. Os processos são trabalhos contínuos que produzem
resultados padronizados e definidos. Já um projeto é algo temporário,
que é elaborado progressivamente e gera um resultado único (que
provavelmente não será repetido da mesma maneira).

FONTE: <https://www.eosconsultores.com.br/gestao-de-projetos/>.
Acesso em: 6 jan. 2021

3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE OBJETOS


Atualmente, se ouve sobre o Gerenciamento de Projetos, que dá uma falsa
impressão de que este assunto é novidade no mercado. No entanto, ele vem sendo
estudado há mais de 60 anos (VARGAS, 2005).

O conjunto de mecanismos organizados por acompanhamento de processos


necessariamente precisa ser desenvolvido com qualidade, preço e prazo competitivos,
visando a satisfação dos clientes (VARGAS, 2005).

FIGURA 18 – PRODUÇÃO DE UM OBJETO

FONTE: <https://fmnews.com.br/wp-content/uploads/2018/09/revolucao-industrial-1024x682.
jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021

87
O gerenciamento se especializa na importância de um projeto, desenvolvendo e
determinando equipes multidisciplinares (VALERIANO, 1998).

[...] é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou


significativamente melhorado, ou um novo processo, ou um novo
método de marketing, ou um novo método organizacional nas
práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas
relações externas (OCDE, 2005 apud DEGRAF, 2018, p. 4).

A complexidade do projeto ocorre na divisão das tarefas entre profissionais de


diferentes setores. Os especialistas de cada área devem ser orientados e é necessário
o acompanhamento de um profissional (gerente) para garantir a finalização do objeto
(VALERIANO, 1998).

NOTA
De acordo com o PMBOK (Project Management Body of Knowledge),
projeto  é um esforço temporário empreendido para criar um
produto, serviço ou resultado único e exclusivo. O PMBOK é o guia
mais relevante quando se trata de projetos. Ele é elaborado pelo PMI
(Project Management Institute), a instituição mais renomada do mundo
nessa área. Dessa forma, pode-se caracterizar um projeto como algo
temporário que necessita de planejamento, execução e controle. Tudo
isso serve para entregar produtos ou serviços de maneira exclusiva
através de etapas determinadas previamente e com recursos limitados.

FONTE: <https://www.eosconsultores.com.br/gestao-de-projetos/>.
Acesso em: 6 jan. 2021

O gestor precisa conhecer o processo técnico e administrativo, ter habilidades


para gerenciar equipes. As principais atribuições do gerente de integração são:

• Desenvolvimento do plano – documento de planejamento.


• Execução do plano – executar com sucesso o projeto.
• Controle geral de mudanças – registrar cada mudança, dentro do prazo determinado.

88
FIGURA 19 – GERENCIAMENTO DE PROJETO

FONTE: <encurtador.com.br/btEFL>; <encurtador.com.br/fgxX9>. Acesso em: 6 jan. 2021

Gerenciar projetos é uma atividade complexa e que depende de recursos,


requisitos específicos definidos pelo cliente e sincronia de ações em seu desenvolvimento,
controle e negociação (VALERIANO, 1998).

4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE OBJETO


A gestão de projetos tem que garantir o resultado obtido e satisfazer a
demanda da empresa, com relação aos prazos e custos estabelecidos (RITZMAN;
KRAJESWSKI, 2004).

89
4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DE OBJETOS
Planejamento e controle da produção envolvem um conjunto de decisões na
finalidade de definir o que produzir, a quantidade e para quando comprar os insumos e
entregar (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010).

Essas decisões são determinadas com antecedência, e basicamente são


baseadas em previsões, visando alcançar um plano de produção para cada grupo
de famílias de produtos e utilizando os recursos de produção de maneira eficaz
(FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010).

Existem várias maneiras, perspectivas e parâmetros distintos na implantação de


um sistema produtivo no PCP, desde os mais amplos até as mais detalhadas funções.
Uma classificação bastante conhecida dos sistemas produtivos é feita com base na
atividade econômica à qual este pertence, conforme segue (SLACK et al., 2008):

a) Primária: agropecuária, extrativismo;


b) Secundária: indústria, transformação;
c) Terciária: serviços.

O Planejamento Controle de Produção em uma empresa, auxilia o


bom funcionamento da produção, sendo que é por meio dele que
o sistema produtivo é ajustado para atender as necessidades dos
clientes; devendo estar alinhado com os demais setores da empresa,
para que a mesma seja capaz de alcançar suas metas e objetivos
(LINKE et al., 2013, p. 308).

Segundo Chiavenato (2004), o planejamento é essencial para uma boa


administração e para a otimização de recursos de entrada em uma empresa, pois
determina o que deve ser realizado para atingir os objetivos designados.

4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS OBJETOS


Para uma boa Gestão de produção, o principal desafio é evitar o desperdiço.
São aplicados conceitos e sistemas em processos produtivos, estabilidade das
atividades dos processos e das operações, que nivelam a cadeia produtiva e exigem
uma padronização eficiente (PASQUALINI, 2010).

90
FIGURA 20 – GESTÃO NA PRODUÇÃO

FONTE: <https://e-millennium.com.br/wp-content/uploads/2018/02/post-erp-gestao-producao-
1024x538.png>. Acesso em: 6 jan. 2021

Umas das principais características na Administração da Produção é gerenciar


e controlar as operações de uma organização e profissionais competentes.

Empregam alguns tipos de atividades e tarefas aplicadas ao processo produtivo


de uma empresa em prestação de serviços e focam em aumentar a produtividade do
homem e melhorar a eficiência dos maquinários (PASQUALINI, 2010).

91
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Os setores organizacionais priorizam os diversos ramos da economia. Eles investem


em capacitações de seus colaboradores e inserem cursos de gerenciamento na
busca de resultados eficazes. Com isso, desempenham resultados positivos para
cada setor designado.

• A mudança e a avaliação do desempenho dos profissionais são importantes para o


processo de desenvolvimento.

• O objetivo inicial é propor um novo procedimento do existente, que permite colmatar


as falhas atuais no processo de gestão dos projetos de moveleiros.

• A padronização é uma das estratégias no processo do desenvolvimento mobiliário.

• A estratégia está inserida em qualquer indústria produtiva e é necessária para a


inclusão de normalização, redução, sistema instigando a economia.

• O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos, de modo


que atendam aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico,
tático e operacional.

92
AUTOATIVIDADE
1 A mercadologia é o conjunto de atividades e estratégias, significando o “estudo do
mercado”, expressando sua relação com o ambiente de negócios. A partir desse
pressuposto, descreva o significado de mercadologia.

2 O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo que


atendam aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico, tático e
operacional. A partir desse pressuposto, descreva as características dos três níveis.

3 Existem várias maneiras, perspectivas e parâmetros distintos na implantação de um


sistema produtivo no PCP, desde os mais amplos até as mais detalhadas funções.
Uma classificação bastante conhecida dos sistemas produtivos é feita com base na
atividade econômica à qual este pertence (SLACK, 2008). A partir desse pressuposto,
assinale a alternativa CORRETA:

FONTE: SLACK, N. et al. Administração da Produção. 2.ed. São Paulo: Altas, 2008.

a) ( ) Primária: agropecuária, extrato; Secundária: mercado, transformação; Terciária:


serviços ecumênicos
b) ( ) PMP – Plano Mestre de Produção.
c) ( ) PCB – Plano de Controle Básico.
d) ( ) Primária: agropecuária, extrativismo; Secundária: indústria, transformação;
Terciária: serviços.

4 O gestor precisa conhecer o processo técnico e administrativo, ter habilidades para


gerenciar equipes. Existem algumas principais atribuições do gerente de integração.
A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA com os critérios
importantes a serem aplicados.

a) ( ) Controle, Desenvolvimento, Flexibilidade, Facilidade de Uso.


b) ( ) Planejamento, Controle, Flexibilidade, Facilidade de Uso.
c) ( ) Planejamento, Desenvolvimento, Execução de planos, Facilidade de Uso.
d) ( ) Desenvolvimento do plano, execução do plano, controle geral de mudanças.

93
5 O processo de desenvolvimento dos objetos exige muitas áreas funcionais de uma
empresa, elaborando um layout de produção para cada departamento, alguns
processos e as áreas funcionais envolvidas em cada etapa. A partir desse pressuposto,
assinale a alternativa CORRETA com os critérios de processo segundo as etapas.

a) ( ) Planejamento do produto, Projeto do produto, Lançamento, Logística e Vendas.


b) ( ) Planejamento do produto, Lançamento do produto, Flexibilidade, Vendas e
Pontualidade
c) ( ) Planejamento do produto, Facilidade do produto, Flexibilidade, Venda e Qualidade
d) ( ) Planejamento do produto, Desenvolvimento do produto, Flexibilidade, Logística
e Comunicação.

94
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS

1 INTRODUÇÃO
Estudaremos neste Tópico o desenvolvimento e a criação dos projetos do
objeto. A função de um designer insere o projeto e tem como prioridade a integração
das relações do ser humano com o meio em que vive, e, para isso, utiliza ferramentas
metodológicas para formar as suas ideias (DIJON,1999).

A função de um designer insere o projeto e tem como prioridade a integração


das relações do ser humano com o meio em que vive, e para isso, utiliza ferramentas
metodológicas para formar as suas ideias (DIJON,1999).

O estudo tem como objetivo demonstrar o processo projetual de um objeto


desenvolvido através do referido com a reunião de informações. Ergonomicamente
falando, encontra-se a base de todo o desenvolvimento da forma e das soluções
desenvolvidas, e assim foram observados padrões e adequações de medidas para
melhor adaptação ao significado de um objeto multifuncional (MUNARI, 1997).

A partir desse pressuposto, no Tópico 3 estudaremos os seguintes temas: (1) o


desenvolvimento e estudo da compreensão de materiais e processos de fabricação dos
objetos; (2) a ergonomia, a funcionalidade do conforto de objeto; (3) a compreensão do
projeto do objeto.

2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETO


O processo de fabricação conceitua-se em um procedimento que transforma a
matéria-prima em um produto bem acabado, que especifica planos bem organizados e
resulta na manufatura e economia das indústrias (KALPAKJIAN, 1985).

Segundo Kalpakjian (1985), nos projetos que os designers desenvolvem, já se


sabe a importância de qual matéria-prima que o profissional irá trabalhar.

95
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA OBJETO
Um dos setores produtivos responsáveis por suprimentos é o de minerais
industriais ou não-metálicos. Os principais tipos de matérias-primas utilizados pelos
mais diversos setores que compõem as indústrias podem ser classificados em:

• Matérias-primas naturais: utilizadas por meio extração da natureza ou que foram


submetidas a algum tratamento físico para eliminação de impurezas indesejáveis.
• Matérias-primas sintéticas: são as que puras ou misturadas foram submetidas a um
tratamento térmico, que pode ser calcinação, sinterização, fusão e fusão/redução e
as produzidas por processos químicos.

FIGURA 21 – MATERIAIS PARA FABRICAÇÃO

FONTE: <encurtador.com.br/loqI2>; <encurtador.com.br/ilAB4>; <encurtador.com.br/uyOT0>.


Acesso em: 6 jan. 2021

A produtividade utilizada para os objetos de decoração representa uma ampla


atividade e consome diversos recursos e matérias-primas da natureza até a finalização
dos objetos (MUNARI, 2002).

96
2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETOS
O processo de fabricação de objetos inicia-se principalmente na transformação
da matéria-prima. Com isso, pode-se finalizar o produto com qualidade, sem deixar de
obedecer a uma sequência de conjunto de ideias, projetos, matérias-primas e seguir
uma ordem de organização de montagem e industrialização (MOREIRA, 2004).

Os objetos artesanais, apresentam características de retoques


do seu criador, que acontecem na fase final de acabamento do
produto, isto não acontece nos produtos industrializados, que são
anônimos, produzidos em série pelas máquinas (LEITE; SOARES;
SILVA, 2007, p. 2).

A arte é o homem acrescido à natureza, sendo fruto da liberdade e


da razão humana, visa a produção, a habilidade e a utilização de
técnicas para satisfazer um sentimento estético ou artístico, ou seja,
a evolução humana é consequência da metamorfose das estruturas
naturais em artificiais (DUROZOI, 1942 apud LEITE; SOARES; SILVA,
2007, p. 2).

FIGURA 22 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

FONTE: <encurtador.com.br/uMOS9>; <encurtador.com.br/lpqFV>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Segundo Moreira (2004), um conjunto de sistemas é considerado como uma


integração para um processo de fabricação, operações e para o gerenciamento de uma
empresa. Este conjunto visa um possível controle de recursos de fabricação e aumenta
a produtividade, qualidade do produto, confiabilidade e reduz custos.

3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE OBJETO


Caro acadêmico, lembre-se: sem ergonomia não existe projeto de um objeto
e móveis adequados para cada ambiente na vida do ser humano. O projetista designer
deve pensar nas características físicas e nas atividades das pessoas que utilizam o
ambiente, se moldando aos objetos.

97
3.1 OBJETOS ERGONÔMICO
A ergonomia é um conceito muito utilizado e requisitado no design, pois
proporciona objetos e ambientes favoráveis aos seres humanos. A nosso ver, o design
é a ferramenta com a qual se pode contar para melhoria do padrão de qualidade dos
objetos em geral (GOMES FILHO 2003).

A ergonomia está presente nas vestimentas escolhidas, na xícara onde o café


é bebido, na geladeira, na escova de dentes, no transporte para o trabalho etc. (GOMES
FILHO 2003).

INTERESSANTE
Existem grupos de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
dentro de empresas que supervisionam o cumprimento de diversas
leis que asseguram o trabalhador. Os chamados “cipeiros” fazem com
que as regras ergonômicas da empresa sejam cumpridas, por exemplo,
lembrando os funcionários do uso de óculos de proteção, capacetes,
abafadores de ruído, máscaras protetoras, botas e luvas especiais para
o cuidado com a saúde.

FONTE: <https://www.researchgate.net/publication/311609477_
AVALIACOES_ERGONOMICAS_REALIZADAS_NO_ENSINO_DA_
ERGONOMIA_NO_CURSO_DE_DESIGN>. Acesso em: 6 jan. 2021.

FIGURA 23 – OBJETOS ERGONÔMICOS

FONTE: <encurtador.com.br/blwTX>; <encurtador.com.br/fitxI>; <encurtador.com.br/yW069>.


Acesso em: 6 jan. 2021.

98
NOTA
Ergonomia física trata da relação entre as atividades físicas executadas
e as características da anatomia do ser humano, sua fisiologia,
antropometria e biomecânica. Os principais tópicos analisados
nesse tipo são: a postura no trabalho; a forma como os materiais são
manuseados; a presença de  movimentos repetitivos; a projeção dos
postos de trabalho; os possíveis distúrbios musculoesqueléticos; a
segurança e a saúde do trabalhador.

FONTE: <https://beecorp.com.br/blog/conheca-os-tipos-de-
ergonomia/>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Segundo Gomes Filho (2002), existem muitos programas de ergonomia que


são bastante eficazes na busca pelo bem-estar e saúde do ser humano, que permitem
minimizar os impactos das atividades por meio do cuidado com a saúde física e mental
e garantem o uso de objetos com mais conforto e segurança.

3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS OBJETOS


Os objetos utilizam como fonte tendência do homem para a troca e para
o comércio. Esses objetos têm um fim lucrativo e prático de uso e de consumo,
compreendendo que a origem dos objetos é o valor de troca, sendo assim, é a função
social para a qual o objeto se comporta (BAUDRILLARD, 2008).

O objetivo dos objetos funcionais, além do conforto, é atender às exigências e


necessidades do cotidiano do ser humano (BAUDRILLARD, 2008).

A partir do momento em que o homem fabrica o primeiro objeto,


institui-se uma relação duradoura entre eles que, consequentemente,
os torna um par. O objeto torna-se o mediador entre o homem e o
meio natural, desencadeando a evolução cultural humana. Os objetos
são como testemunhas, pois por meio deles é possível reconstruir
a evolução das sociedades humanas (POIRIER, 1999 apud CORRÊA;
SILVA, 2013, p. 12).

A compreensão que se tem dos objetos, portanto, é de que, além de serem bens
de troca, são usados com a finalidade de concederem estabilidade ao homem, mesmo
que por vezes essa finalidade seja ultrapassada, como afirma Baudrillard (2008).

99
FIGURA 24 – CONFORTO E FUNCIONALIDADE

FONTE: <encurtador.com.br/gAUW8>; <encurtador.com.br/JNS02>; <encurtador.com.br/ixGH6>.


Acesso em: 6 jan. 2021.

O objeto de função tanto social quanto pragmática compõe um conforto no


nosso cotidiano, e tudo o que é utilizado em nosso dia a dia são objetos que funcio-
nam como meios agradáveis e usuais, para usufruirmos na vida de modo geral (POI-
RIER, 1999).

4 PROJETO DO OBJETO
O projeto de objeto necessita de alguns estágios de desenvolvimento, em que
há uma continuidade direta, com a mesma notação utilizada em cada estágio:

• Pesquisa de tendência a um estágio anterior.


• Adição de detalhes às classes de objetos existentes.
• Criação de novas horizontes para fornecer funcionalidade adicional.

Os projetos de objetos são contextualizados e entendidos numa sequência


de procedimentos e buscam uma resolução de problemas existentes, evitando assim
danos na fabricação (LÖBACH, 2001).

100
4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE OBJETOS
No processo da criação de objetos, o designer precisa se conscientizar de que o
alvo da relevância de suas emoções que envolvem o ambiente em questão, envolvem
também uma concordância requisitada. Os objetos são as identidades e transmitem
significados, valores e funções (KRIPPENDORFF, 2006).

FIGURA 25 – PROCESSO DE CRIAÇÃO

FONTE: <https://parel.co/v3/wp-content/uploads/2018/06/3-960x600.jpg>; <https://cdn1.


vintepila.com.br/arquivos/2020/12/18202230/images-11-711x405.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021.

Os aspectos da criação incluem a necessidade de padronização dos processos


inerentes à produção de objetos, destacando uma evidência do grau de complexidade
dos requisitos envolvidos na produção de vários artefatos. Com isso, tem-se a
necessidade de contar com diferentes profissionais que possam responder, de forma
coerente, pelo caráter e personalidade (KRIPPENDORFF, 2006).

Falando ainda sobre criação de objeto, o design de projetos insere a


padronização dos processos e a qualidade dos objetos. Assim, adere uma proposta de
desenvolvimento em um processo de produção eficaz (KRIPPENDORFF, 2006).

101
4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE OBJETOS
O Design tem o objetivo de criar, idealizar e realizar projetos baseados nas
tendências, além de atender requisitos de funcionalidade e qualidade. Esta profissão
requer a união e, principalmente, o bom senso com profissionais específicos e criativos
(MUNARI, 2002).

FIGURA 26 – PROJETO DE OBJETOS

FONTE: <http://casa-decoracao.cotanet.com.br/img/site/produtos/projeto-de-play-ground.jpg>.
Acesso em: 6 jan. 2021.

O planejamento faz parte das necessidades estabelecidas, do objetivo do


projeto até o desenvolvimento (MUNARI, 2002).

O design deve manter uma conduta de organização e articulação


de decisões para o desenvolvimento e realização do processo
projetual, adotando a metodologia como um suporte para o designer
no momento da criação e no desenvolvimento do produto (MUNARI,
2002, p. 80).

Caro acadêmico, conforme citado, o planejamento se adequa e controla


os processos operacionais, passando pelas etapas, criação, qualidade geração,
especificando cada detalhe e desempenhando na qualificação do produto.

102
LEITURA
COMPLEMENTAR
SUSTENTABILIDADE NO DESIGN DE OBJETOS DO LAR MODERNO:
ALGUNS SUBSÍDIOS

Letícia Pimentel
Marieli Moreira Gurgacz

1 INTRODUÇÃO

Este artigo concentra-se em alertar a sociedade para algumas mudanças


de hábito em seus lares, de forma a incluir o uso da sustentabilidade na decoração de
interiores, através de artifícios como peças decorativas, mobiliários, acessórios, iluminação
e reutilização de objetos e materiais já consumidos para fins decorativos e outros.

Para a organização das Nações Unidas (ONU), o conceito de desenvolvimento


sustentável é definido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias
necessidades” (WCED, 1887, p. 43), ou seja, conciliar o uso de recursos naturais para
atender as nossas necessidades, sem prejudicar as próximas gerações, visando sempre
a preservação da natureza.

Com base nesta teoria, hoje podemos encontrar no Brasil diversas lojas de
móveis e decoração e até mesmo empresas fabricantes de matéria-prima para estes
com conceito 100% sustentável, utilizando madeiras reflorestadas, materiais reciclados,
placas de bananeira e couro ecológico. Serão abordados temas como artesanato,
Ecodesign e reutilização, sempre tendo como palavra-chave a sustentabilidade.

2 REFERENCIAL TEÓRICO OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Alcançar o bem-estar em nossos lares envolve muitas vezes mudanças de


atitude que estão diretamente ligadas à forma de decoração em nosso lar. Buscamos
muitas vezes usar em nossa decoração objetos que nos remetam bem-estar e boas
recordações.

Estes ambientes nos servem como abrigo, descanso, esperança, lembranças


e muitas vezes como demonstração do nosso poder aquisitivo e de estilo de vida,
ostentação, através de objetos e tipo de decoração que compõe cada ambiente.

A decoração demonstra e muito a personalidade do usuário, por isso a decisão


de como iremos compor um ambiente, no qual teremos contato diariamente, acaba
tendo grande influência na nossa vida cotidiana. No livro Terapia do apartamento, o

103
designer de interiores Maxwell Gillingham-Ryan percebe a sensibilidade de seus clientes
ao espaço e constata: quando entra num ambiente, você absorve tudo o que está a sua
frente como uma esponja seca absorvendo água.

O seu corpo pode percorrer apenas uma pequena distância, mas seus olhos
percorrem o cômodo inteiro, captando todas as partes, incluindo o teto, os cantos e o
chão sob seus pés. O que você toca e sente, assim como o que você vê, invade você e
o afeta.

Em resultado, um ambiente pode fazê-lo se sentir distraído e pouco à vontade


ou então confortável e bem-vindo. Um ambiente pode inspirar ou confundir. Pode fazê-
lo sentir-se pequeno ou grande. Os ambientes têm um grande poder. (GILLINGHAM-
RYAN, 2007, p. 14).

Então se faz necessário o uso de mobiliários e acessórios decorativos para que


o ambiente tenha sentido, pois é através destes que conseguimos definir um ambiente.
Quanto ao estilo, muitas vezes este está ligado à cultura, religião, personalidade,
moda, classe social e a busca por melhor qualidade de vida. Este último extremamente
necessário tanto para o usuário, quanto para o meio ambiente, pois ao atermos uma
consciência ambiental passamos a utilizar produtos que possuam “selos verdes” e
também praticar o reaproveitamento do que não se utiliza mais ou que ainda podemos
encontrar sem uso para a criação de objetos, peças decorativas, luminárias, pufes,
sapateiras e tantos outros.

Na visão do arquiteto Glaucus Cianciardi (2010), a respeito da decoração de um


ambiente, uma casa por si só, não é um lar. É um objeto arquitetônico inanimado, destinado
ao abrigo do ser humano. Somente após um processo etológico de domínico territorial tal
espaço se transforma em lar. A decoração faz parte dessa apropriação espacial.

Decorar é, com a mediação de objetos, conferir sentidos a um lugar, tornando-o


mais significativo que um simples abrigo; é tornar público de modo privado de ser de
cada indivíduo, é apropriar-se do espaço, submetendo-os aos desígnios de quem o
habita, de forma que o reflita tal qual um espelho a sua imagem e semelhança.

Os móveis são elementos fundamentais para a composição de um ambiente,


os acessórios como vasos, cortinas, tapetes, luminárias e outros também tem grande
importância na decoração. Alguns acessórios podem dar uma “nova cara” ao ambiente
e torná-los, além de agradáveis, um espaço ecologicamente correto.

2.1 A RELAÇÃO ENTRE DECORAÇÃO DE INTERIORES E SUSTENTABILIDADE

Visando a busca de possíveis novos caminhos para o desenvolvimento susten-


tável, aconteceu em junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, o evento Rio+20, re-
alizado pela Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento.

104
Uma das propostas do evento foi discutir a relevância da proposição de novos
paradigmas para Arquitetura e o Design. Para o Design de interiores, esta questão vem a
ser um fator importante, pois a proposta de se buscar alternativas que associe o menor
impacto ambiental possível sem renunciar a tecnologia pode ser a principal diferença em
projeto de interiores. Em 1987, através do Relatório Brundtland ou nosso futuro comum
(Our Common Future), foi formada uma comissão composta por ONGs e cientistas do
mundo inteiro, que defendem o desenvolvimento sustentável.

O relatório também aponta a incompatibilidade existente entre produção,


consumo e desenvolvimento sustentável, lembrando-se da necessidade do homem em
ter uma nova relação com meio ambiente.

Baseado neste princípio, o relatório defende que o atendimento das


necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem as suas próprias necessidades (WCED, 1991). A decoração de interiores, de
um modo geral, está relacionada à escolha de cores, iluminação, materiais ou mobiliários
mais adequados para cada ambiente, e também revelam nossa personalidade e a forma
como pensamos.

Podem ser aplicados tanto para o ambiente interno como para ambientes
externos (terraço e sacadas). Quando se pensa em decoração de interiores sustentável,
vem em mente uma decoração como custo elevado dos produtos, mas com criatividade
e alternativas simples como uso do artesanato local para peças de decoração, reciclagem
ou reaproveitamento do objeto que já temos em casa.

O reaproveitamento de alguns objetos ou a utilização de itens feitos de materiais


reciclados, além de econômico, é sinônimo de sustentabilidade, pois ao se optar por
um projeto de interiores sustentável estaremos não só contribuindo para a redução do
impacto ambiental, mas também estaremos melhorando a qualidade de vida do usuário
e das gerações futuras.

3 METODOLOGIA

Neste trabalho, busca-se apresentar os aspectos relevantes para a reutilização


de materiais na decoração de interiores, nas suas diversas formas, buscando de forma
sustentável e econômica suprir todas as necessidades do indivíduo, bem como seu
conforto, satisfação, bem-estar e respeito para com o meio ambiente, visando diminuir
o descarte incorreto de materiais na natureza.

Este estudo tem caráter dissertativo e bibliográfico, visando expor o tema e seus
desdobramentos através de concepções iniciais, reflexivas e efetivas, bem como busca
na literatura já publicada analisar e discutir tais contribuições para um embasamento
prático e teórico que habilitam a produção e discussão do trabalho.

105
4 ANÁLISES E DISCUSSÕES

O trabalho teve como objetivo demonstrar como a decoração de interiores pode


ser harmoniosa e criativa com diversos meios sustentáveis, usando diversas maneiras
de reutilização de materiais.

Para isso, foram pesquisadas técnicas e materiais utilizados e seus diversos


usos na decoração de interiores.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebemos que a questão da sustentabilidade é fundamental para nós e para


as gerações futuras.

É evidente que a decoração de interiores, assim como a construção civil, tem


uma grande contribuição nos danos causados ao meio ambiente. Por estes motivos o
presente artigo espera esclarecer que decorar sem agredir o meio ambiente não pode ser
considerado somente como tendência, mas práticas a serem seguidas daqui em diante.
A criatividade de profissionais do ramo e de nossas atitudes aliada a sustentabilidade
em nossos lares, através do reaproveitamento do que seria jogado no lixo, pode tornar
qualquer ambiente agradável, confortável e sofisticado. Mais do que inovar, temos que
ter um “novo olhar”, um olhar que se preocupa com o futuro do planeta em que vivemos.

Atualmente, existem esforços por meio de empresas para produzir produtos


com conceito 100% sustentáveis, além de termos a opção de optar pelo artesanato
e/ ou reaproveitamento do que já não utilizamos mais ou que iríamos jogar no lixo. O
Ecodesign vem para contribuir com as questões ecológicas de muitas empresas e do
planeta, pois o impacto ambiental provocado pelas indústrias é bem menor quando se
trabalha com os princípios de um projeto Ecodesign.

Apesar de todos os princípios apresentados nesse artigo, na busca de um


planeta mais sustentável, os métodos de redução dos impactos ambientais devem
ser utilizados de acordo com a necessidade de cada ambiente e de acordo com a
possibilidade econômica do usuário.

Conclui-se que a decoração produz em cada um de nós sensações diferentes,


mas ao termos a consciência de que a decoração voltada para um mesmo objetivo, ou
seja, um planeta melhor, mais sustentável, a sensação se torna algo encantador, pois
sabemos que estamos fazendo bem para nó e para o planeta.

As alternativas mostradas neste artigo são apenas uma pequena contribuição


para minimizar os impactos ambientais, mas que servem como reflexão para ações
sustentáveis dentro e fora dos nossos lares.

FONTE: Adaptado de <https://www.fag.edu.br/upload/ecci/anais/5b8d77607abe6.pdf>.


Acesso em: 6 jan. 2021.

106
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A matéria-prima utilizada na indústria de objetos representa uma variedade de


recursos na finalização do produto, proporcionando a produtividade e desempenho
dos materiais utilizados. Assim, amplia outras atividades, que resulta na escolha
adequada para o fornecimento de insumos.

• Nos projetos que os designers desenvolvem, já se sabe a importância de qual matéria-


prima que o profissional irá trabalhar.

• Os objetos utilizam como fonte a tendência do homem para a troca e para o comércio.

• O objeto tem função tanto social quanto pragmática.

• Os objetos compõem um conforto no nosso cotidiano, e tudo o que é utilizado em


nosso dia a dia são objetos que funcionam como meios agradáveis e usuais, para
usufruirmos na vida de modo geral.

• Os projetos de objetos são contextualizados e entendidos numa sequência de


procedimentos e buscam uma resolução de problemas existentes, evitando assim
danos na fabricação.

107
AUTOATIVIDADE
1 A ergonomia é um conceito muito utilizado e requisitado no design, proporcionando
objetos e ambientes. Descreva as características para o desenvolvimento de um
objeto ergonômico.

2 Os designers apresentam suas próprias personalidades durante o processo de criação,


cada qual na sua maneira de desenvolvimento das peças e sua maneira de trabalhar.
Descreva as características dos critérios de processo para o desenvolvimento de
uma peça.

3 Alguns setores das indústrias são responsáveis por suprimentos para o desenvolvi-
mento de um produto, em específico como de minerais industriais ou não metálicos.
Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Matérias-primas naturais e matérias-primas sintéticas.


b) ( ) Ergonomia e Materiais industriais.
c) ( ) Design e materiais não metálicos.
d) ( ) Funcionalidade, Ergonomia e Design.

4 Cada designer apresenta um projeto de objeto visando uma tendência para troca e
para o comércio A partir desse conceito, assinale a alternativa CORRETA conforme o
modo de apresentação.

a) ( ) A tendência não está relacionada ao processo de cada profissional para a


concepção da peça, na utilização, dando início ao seu processo de criação.
b) ( ) A tendência está relacionada à apresentação dos produtos ao cliente final.
c) ( ) A tendência está relacionada ao maquinário necessário para finalização.
d) ( ) O objetivo dos objetos funcionais, além do conforto, é atender às exigências e
necessidades do cotidiano do ser humano.

5 Alcançar o bem-estar em nossos lares envolve, muitas vezes, mudanças de atitude


que estão diretamente ligadas à forma de decoração em nosso lar. Buscamos
muitas vezes usar em nossa decoração objetos que nos remetam bem-estar e boas
recordações. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA relacionada
a função do ambiente:

a) ( ) Estão relacionadas às técnicas e métodos que podem ser empregados nos espaços.
b) ( ) Servem-nos apenas para o processo de descanso.
c) ( ) Nos servem como abrigo, descanso, esperança, lembranças e muitas vezes
como demonstração do nosso poder aquisitivo e de estilo de vida, ostentação,
através de objetos e tipo de decoração que compõe cada ambiente.
d) ( ) Nenhuma alternativa está correta.

108
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MONÇORES, A. M. Estudo de tendências: uma disciplina além da moda. In: COLÓQUIO


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Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/107/106. Acesso
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MORAES, D. De. Análise do Design brasileiro: entre mimese e mestiçagem. São


Paulo: Edgard Blücher, 2006.

MUKAROVSKY, J. Escritos sobre estética e semiótica da arte. Lisboa: Estampa, 1993.

MUNARI, B. Design e comunicação visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997.


MUNARI, B. Das coisas nascem coisas. Tradução José Manuel de Vasconcelos. São
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OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO.


Manual de Oslo: proposta de diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre
inovação. 3. ed. 2005. Rio de Janeiro: FINEP, 2005. Disponível em: http://www.finep.
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OLIVEIRA, E. B. et al. Desenvolvimento Sustentável e Produção Mais Limpa:


Estudo de Caso em uma Empresa do Setor Moveleiro. Revista ConTexto. Porto
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B. de; SILVA, J. (orgs.). Design, arte e tecnologia: DAT 5. 5. ed. São Paulo: Editora Rosari,
2010. p. 27-40.

RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. 2. ed.


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RODERMANN, P. Patterns in interior environments: perception, psychology, and


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SAVOIR, L. A. Pattern design: applications & variations. Toms River: Rockport


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SERRA, A. de C. Q. Sumário executivo: indústria de móveis. Banco do Nordeste de


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SLACK, N. et al. Administração da Produção. 2.ed. São Paulo: Altas, 2008.

VALERIANO, D. L. Gestão de projetos: pesquisa, desenvolvimento e engenharia. São


Paulo: Makron Books, 1998.

VARGAS, R. V. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos.


6. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2005.

112
UNIDADE 3 —

PRODUÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DE
EMBALAGENS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• aprender os conceitos de linguagem das embalagens;

• diferenciar a história das embalagens;

• entender a importância da sustentabilidade das embalagens;

• conceituar as tendências das embalagens;

• distinguir os princípios do planejamento e controle das embalagens;

• identificar materiais e processos de fabricação;

• compreender a importância da ergonomia e conforto das embalagens;

• conhecer o processo de criação das embalagens.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS


TÓPICO 2 – DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM
TÓPICO 3 – CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM

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113
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A TRILHA DA
UNIDADE 3!

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114
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE
NAS EMBALAGENS

1 INTRODUÇÃO
A embalagem é originalmente e necessariamente um dos itens principais
no mercado do consumidor, que une as ideias e a criatividade dos designers de
embalagens. Ela possui várias funcionalidades para facilitar o armazenamento e
proporcionar condições favoráveis na utilização e práticas do cotidiano, como transporte
e conservação do produto (MESTRINER, 2001).

O designer tem como papel fundamental colocar a sua criatividade no campo


projetual, tendo como prioridade a integração das relações do consumidor no mundo
do mercado, além de hostilizar ferramentas metodológicas para novas ideias no setor e
alcançar as metas designadas (MESTRINER, 2001).

Mestriner (2001) admite a importância de práticas adequadas à sustentabilidade


no setor de embalagens e no entretenimento empresarial, questionando determinados
modelos e inovações no desenvolvimento de produtos.

A partir desses pressupostos, no Tópico 1 estudaremos os seguintes temas:


(1) a compreensão da linguagem e da estética, funcionalidade das embalagens; (2)
estudo dos elementos compositivos da criatividade dos designers; (3) identificação e
abordagem da importância e da necessidade da sustentabilidade das embalagens.

2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN


DA EMBALAGEM
Neste subtópico estudaremos a história e o processo de desenvolvimento
da linguagem das embalagens específicas e na relação com o homem, abordaremos
a importância da ferramenta do marketing e a necessidade específica do suporte da
comunicação visual (MESTRINER, 2001).

Contextualizando o material de informação, podemos entender como a


linguagem visual da embalagem tem um papel fundamental de atração frente ao
consumidor, revertendo em valores importantes ao consumo (FANTONI, 2003).

115
FIGURA 1 – OBJETOS DE EMBALAGENS

FONTE: <encurtador.com.br/tJKTU>; <encurtador.com.br/bLNV4>; encurtador.com.br/eluO2>.


Acesso em: 8 jan. 2021.

A estética de uma embalagem é muito relevante e fundamental para um produto,


também é um fator essencial na apresentação, pois apresenta as estratégias de projeto,
produção e venda final, além de definir um produto de qualidade (FANTONI, 2003).

116
2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DAS EMBALAGENS
A linguagem da embalagem é entendida como uma competência na relação
entre a produção, o consumidor e o designer, já que abrange as questões estruturais,
estéticas, na economia e na mercadologia (FANTONI, 2003).

As competências de uma embalagem aliam-se a um bom projeto na elaboração


do designer, com a intenção de causar uma boa impressão de formas, cores, dimensões
e prováveis movimentos. Com isso, aderem-se determinados valores (MESTRINER, 2001).

Os designers precisam evoluir cada vez mais para uma visão


abrangente do processo, indo além das questões relacionadas
exclusivamente com o desenho como a forma, as cores, imagens
e letras que são sua especialidade para, no caso do design de
embalagem, atuarem também como geradores de ideias, sentimentos
e percepções que se incorporem ao produto constituindo ao mesmo
tempo expressão e atributo de seu conteúdo. Isto representa uma
nova fronteira para a atuação dos designers e eles terão neste campo
de atuação muito mais a contribuir com sua sensibilidade e sua
expertise (MESTRINER, 2001, p. 74).

FIGURA 2 – FUNDAMENTOS DAS EMBALAGENS

FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/05/0d/60/050d60864f5991e6b56329fbc7416246.jpg>;
<https://i2.read01.com/SIG=k8itp8/3049774f42694458414c.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021.

117
Na construção de uma linguagem propriamente dita de uma embalagem, de-
vem ser incorporadas funções específicas, que identifiquem com mais facilidade seu
conteúdo por meio de uma forma adequada (SUDJIC, 2010).

Uma árvore tem coerência: o contorno de sua silhueta, a forma


da folha, os anéis de seu tronco, a forma de suas raízes, tudo isso
é formado pelo mesmo DNA; e tem a mesma categoria. E, num
certo nível, queremos que os objetos feitos pelo homem reflitam,
ou imitem, essa propriedade. Quando vemos que não a possuem,
ficamos decepcionados (SUDJIC, 2010, p. 17).

Visto isso, a identificação de um design estrutural é necessária para diferenciar


os produtos por meio de sua forma, sendo uma ferramenta poderosa, a fim de permitir
uma rápida identificação entre determinados produtos (SUDJIC, 2010).

2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DAS EMBALAGENS


Estudos apontam que é fundamental uma proposta inteligente para uma
embalagem, ou seja, um design bem elaborado, com atributos visuais, que constroem e
proporcionam algo desejável e atraente, tanto para o produto como para o consumidor
(cliente) (MATOS, 2005).

Além da estética visual do produto, atribui-se também a um bom atrativo, como a


qualidade e as especificações nas embalagens, iniciando uma provável apropriação ou
não do produto pelo consumidor (MATOS, 2005).

118
FIGURA 3 – A ESTÉTICA DA EMBALAGEM

FONTE: Adaptada de <http://www.portubrasil.com.br/35-exemplos-de-embalagens-criativas/>.


Acesso em: 8 jan. 2021.

INTERESSANTE
Por definição, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) enumera as características
e significados da embalagem e seus componentes:

• Embalagem – Invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível


ou não, destinada a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter, especificamente
ou não, os produtos.
• Embalagem externa – Embalagem destinada a conter a embalagem interna.
• Embalagem interna – Embalagem que está em contato direto com o produto.
• Embalagem primária – Acondicionamento que está em contato direto com o produto e
que pode se constituir em recipiente, envoltório ou qualquer outra forma de proteção,
removível ou não, destinado a envasar ou manter, cobrir ou empacotar matérias-
primas, produtos semielaborados ou produtos acabados.
• Embalagem secundária – A que protege a embalagem primária para o transporte,
armazenamento e distribuição.
• Rótulo – Identificação impressa, litografada, pintada, gravada a fogo,
a pressão ou autoadesiva, aplicada diretamente sobre recipientes,
embalagens, invólucros ou qualquer protetor de embalagem externo
ou interno, não podendo ser removida ou alterada durante o uso do
produto e durante o seu transporte ou armazenamento.

FONTE: <http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/
NTY0MQ==>. Acesso em: 8 jan. 2021.

119
FIGURA 4 – EMBALAGENS E RÓTULOS

FONTE: Adaptada de <http://www.abre.org.br/premio_2018/vencedores_bronze.php>.


Acesso em: 8 jan. 2021.

A estética da mercadoria cumpre sua função somente no tocante


às necessidades. No caso de determinadas mercadorias, ela precisa
aguçá-las e coagi-las com toda intensidade. Seu sucesso está
em uma determinada necessidade de exigir imperiosamente a
apropriação da mercadoria anunciada. A forma da apropriação fica
em aberto. Ela pode apenas colocar no mundo imagens para as quais
os seus destinatários afluem, ansiosos por mercadorias. Desse modo,
o sinal de sucesso deve ser visto não só no volume de vendas (HAUG,
1997, p. 50-51).

120
A estética no design de embalagem é uma imagem remetida como linguagem
visual, necessariamente com várias informações que compõem uma característica
individual e apresentam ao consumidor experiências sensoriais. Com isso, promove-
se uma dependência do seu repertório, em que a ilustração bem posta é primordial
(MESTRINER, 2001).

3 HISTÓRIA E TEORIA DA EMBALAGEM


Desde o início da humanidade, já era decorrente a necessidade de proteger
e transportar alimentos. Na Grécia antiga, por volta do ano 1000 a.C., por exemplo, os
médicos embalavam os remédios em recipientes de bambu e jarros de barros (MOURA;
BANZATO, 2003).

No decorrer do avanço de cada época, exigia-se uma corporação cada vez com
mais recurso e efeitos visuais, e em 1830, os rótulos de identificação de uma cor eram
usados em todas as embalagens para diversos tipos e formas de produtos (MOURA;
BANZATO, 2003).

Em 1850, George Baxter inventou o método de cromolitografia, que permitia criar


impressões coloridas. Com esta ideia e técnica inovadora, as imagens proporcionam
a possibilidade de uma visualização coerente, que torna os produtos mais atraente e
vendáveis (EVANGELISTA, 2001).

3.1 HISTÓRIA DA EMBALAGEM


A história da embalagem surgiu há milhares de anos, tendo como sua base
as necessidades do homem primitivo para transportar seus alimentos. Como caçador
e a procura de abrigos novos, o homem daquela época sentia a necessidade de algum
recipiente, como artefatos da natureza, para o transporte de alimentos e água, para suas
longas e intermináveis viagens (EVANGELISTA, 2001).

FIGURA 5 – RECIPIENTES NATURAIS

FONTE: <encurtador.com.br/vBHU5>; <encurtador.com.br/jrsv1>. Acesso em: 8 jan. 2021.

121
A natureza, por sua eficiência, proporcionava a conservação de alimentos,
como cascas ou películas do reino vegetal e animal, como: bananas, noz, amendoim,
vagens etc., já no mundo animal seriam os ovos, conchas, cascos de tartaruga etc.
(EVANGELISTA, 2001).

Geram um mundo experimental, de um pensar e agir em hipóteses –


do que seria possível, se nem sempre provável. O que da amplitude
à imaginação é essa nossa capacidade de perfazer uma série de
atuações, associar objetos e eventos, poder manipulá-los, tudo
mentalmente, sem precisar de sua presença física (OSTROWER,
2009, p. 20).

FIGURA 6 – EMBALAGENS DE VIDROS

FONTE: <http://cmykdigest.com/wp-content/uploads/2020/03/Global-Embalagens-de-vidro-
Market.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021.

Com a necessidade de mais conservação de alimentos, surgiu um dos modelos


mais antigos, utilizado até hoje, que é o vidro. O vidro surgiu nos anos 3.000 a.C., criado
pelos egípcios. Com o vidro, aprimoravam e conservavam os alimentos, além de servir
também como objeto de decoração (MOURA, 2003).

Já no Século XVIII, devido à Revolução Industrial, a produção de embalagens


alterou um comportamento de mercado, exigindo uma inovação de embalagens
mais conservadoras de alimentos a um preço acessível. Assim, desenvolveu-se uma
produção em escala de vidros. (MOURA, 2003).

122
3.2 DESIGNERS DE EMBALAGENS
Conforme o trecho anterior, o desenvolvimento das embalagens vem
acompanhando a história da sociedade desde que o homem percebeu a necessidade
de transportar e conservar alimentos e objetos para suas viagens, surgindo alguns
recipientes (CAMARGO, NEGÃO, 2007).

Os designers entram nesse mundo das embalagens como criadores


fundamentais dos projetos, exercendo um papel importante, com pesquisas para cada
produto específico, estética e valores. As primeiras embalagens foram desenvolvidas
de modo artesanal e cumpriam basicamente as funções de contenção, proteção e
transportes de alimentos (CAMARGO, NEGÃO, 2007).

FIGURA 7 – DESIGNERS DE EMBALAGENS

FONTE: <https://www.flexoglobal.com/graphics/press-releases/2019/dalim-05.png>.
Acesso em: 8 jan. 2021.

O papel dos designers de embalagens como princípio fundamental é projetar e


desenvolver uma atividade multidisciplinar que envolve várias áreas do conhecimento:

• Marketing (ferramenta de comunicação).


• Projeto (estética).
• Produção (material e conhecimento técnico).

123
FIGURA 8 – PROJETO DE EMBALAGEM

FONTE: <http://blog.indumak.com.br/projeto-de-desenvolvimento-de-embalagem/>.
Acesso em: 8 jan. 2021.

O desenvolvimento da embalagem necessariamente passa por várias etapas,


incluindo o estudo de cada produto para a execução de um projeto. É essencial que
todos os envolvidos na cadeia produtiva tenham um comprometimento neste processo,
conheçam cada aspecto e compartilhem informações e responsabilidades para que o
resultado em uma embalagem seja eficiente (ROMANO, 1996).

4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DA EMBALAGEM


Embalagens sustentáveis são uma forma de reduzir os danos causados pelos
descartes, considerando como principalmente o uso de material orgânico ou recicláveis,
que não demandam muita energia e recursos naturais em sua produção e que, após o
seu descarte, tenham impactos ambientais reduzidos, podendo ser medidos por meio
da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) de produtos (MANZINI, 2008).

124
INTERESSANTE
As embalagens de alumínio podem ser consideradas  sustentáveis, pois
são infinitamente recicláveis. Além disso, o alumínio não é tóxico para o
organismo (mas é preciso tomar cuidado com o bisfenol, um tipo de plástico
que reveste latas de alimentos e age como um disruptor endócrino).

FONTE: <https://www.ecycle.com.br/6316-embalagens-sustentaveis.html>.
Acesso em: 8 jan. 2021.

FIGURA 9 – SUSTENTABILIDADE

FONTE: <https://semeandoautores.com.br/sustentabilidade-reciclagem/>. Acesso em: 8 jan. 2021.

A sustentabilidade é um tópico muito explorado no mundo todo e em todas as


áreas. A indústria produtiva foi aderindo a essa ideia para estimular o consumo, não
muito diferente para o mundo dos designers, nas suas criações e desenvolvimento,
para o uso correto de matérias-primas (MANZINI; VEZZOLI, 2002).

4.1 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS


A complexidade dos projetos de embalagens é fundamental para o desenvolvi-
mento no desempenho e na finalização do produto, atendendo à necessidade do merca-
do físico e virtual (ZAVADIL; SILVA, 2013).

125
Os requisitos importantes para uma metodologia no desenvolvimento de
embalagens, segundo Rotandaro, Miguel e Gomes (2010), sugerem uma priorização de
algumas relevantes etapas:

• aspectos do produto, focando as informações como aparência, necessidade de


proteção, detalhamento de distribuição etc.;
• projeto do transporte;
• material adequado, especificando o tipo de proteção necessária;
• avaliação do projeto, cujo foco principal recai sobre os custos da embalagem.

FIGURA 10 – EMBALAGENS ESPECÍFICAS

FONTE: <http://www.portubrasil.com.br/wp-content/uploads/2017/04/018.jpg>.
Acesso em: 8 jan. 2021.

No processo de desenvolvimento de embalagens, os designers responsáveis


devem estabelecer uma pesquisa e unir informações, avaliando a relação do consumidor
com o produto, aderindo um processo específico de comunicação efetiva.

126
4.2 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL PARA
EMBALAGENS
As matérias-primas utilizadas nas embalagens são muito variadas. As pesquisas
de desenvolvimento estão avançando nos estudos mais aprofundados para que novos
produtos e insumos cheguem ao mercado consumidor.

A matéria-prima, especificamente as sustentáveis, são uma excelente


ferramenta no desempenho de uma embalagem, atuando como um “vendedor oculto”
nas gôndolas, pois assume um papel importante de novas personalidades, como beleza
e sofisticação (EVANGELISTA, 2001).

Citaremos alguns dos materiais e insumos mais tradicionais utilizados para


elaboração de embalagens sustentáveis:

• Os adesivos termoplásticos, desenvolvidos para a aplicação por equipamentos


automáticos.
• O metal, como folhas de flandres, alumínio e fibra de lata.
• A madeira, considerada a primeira embalagem modernas, utilizada para transportes
de produtos.
• O papel cartão, uma folha de papel espessa e rígida, formada de pasta de celulose.
• O papel kraft, um papel resistente, em tons de marrom, dependendo da origem da
celulose.
• O plástico, que é utilizado em diversas embalagens como filmes, sacos, tubos,
engradados e frascos.
• Vidro, que é um dos materiais mais antigos usados na fabricação de embalagens.

INTERESSANTE
Uma das iniciativas de preservação do meio ambiente é a reciclagem dos itens que
consumimos, entre eles as latas de aço. Material 100% reciclável, as latas de aço podem
ser revalorizadas infinitas vezes e virar ferramentas, automóveis, geladeiras, dobradiças,
maçanetas, vigas para construção civil e novas embalagens.

“A lata de aço pode ser facilmente separada de outros materiais por meio
de um processo magnético, que facilita a triagem para a reutilização. A
sustentabilidade do aço ainda pode ser comprovada em seu processo de
fabricação, pois as embalagens de aço pós consumo são fundamentais
para a fabricação de novo aço”, comenta Thais Fagury, presidente
da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço). Segundo dados
mais recentes do Instituto Aço Brasil, 8,9 milhões de toneladas de sucata
de aço foram recicladas em 2017.

FONTE: <https://www.temsustentavel.com.br/10-curiosidades-sobre-
latas-de-aco/>. Acesso em: 8 jan. 2021.

127
FIGURA 11 – MATÉRIA-PRIMA SUSTENTÁVEL

FONTE: <https://observatorio3setor.org.br/noticias/escola-implanta-projeto-com-foco-na-gestao-
sustentavel-lixo/>. Acesso em: 8 jan. 2021.

A demonstração do avanço na pesquisa e desenvolvimento de embalagens


de baixo impacto ambiental, especificamente, apresenta os principais insumos ou
matérias-primas das embalagens sustentáveis, expondo como principal caraterística
serem úteis, ativas e inteligentes (LAKATOS e MARCONI, 2008)

128
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Na história da embalagem que se torna viável um estudo de grande conhecimento por


análises dos projetos desenvolvidos e sobre os modos de mediação e comunicação
tecnológica, acentuando cada estilo, qualidade, funcionalidade e estética do produto
de cada época.

• A embalagem requer a criatividade de um designer de embalagens, remetendo


um desempenho em pesquisas, informações e aderindo a estudos para compor as
necessidades necessárias para idealizar o produto

• A sustentabilidade e reciclagem de matérias-primas em todas as áreas produtivas


aderiram à necessidade de eliminar lixos para evitar uma agressão ao meio ambiente,
além de estimular e incentivar o consumo de embalagens sustentáveis.

• O desenvolvimento e os recursos sustentáveis se definem nas necessidades do


presente e do futuro, pois estabelece um grande aumento no setor econômico, além
da proteção ambiental.

• A estética é fundamental, principalmente na aparência da embalagem, pois


proporciona soluções e estratégias de projeto, produção e venda final, além de definir
também um produto de qualidade.

129
AUTOATIVIDADE
1 Na história e o processo de desenvolvimento da linguagem das embalagens específicas
na relação com o homem é abordada a importância da ferramenta do marketing e
a necessidade específica do suporte da comunicação visual (MESTRINER, 2001). A
partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características de
abordagem da história da embalagem:

FONTE: MESTRINER, F. Design de embalagens – curso básico. São Paulo: Makron Books, 2001.

a) ( ) Importância da ferramenta do marketing e suporte da comunicação visual.


b) ( ) Importância da ferramenta do marketing e comunicação da moda.
c) ( ) Comunicação visual da moda e do design projetual.
d) ( ) Importância da ferramenta do marketing e comunicação da mídia.

2 A estética no design de embalagem é uma imagem que insere a linguagem de


elementos visuais. A partir desses pressupostos assinale a alternativa CORRETA com
os tópicos condizentes:

a) ( ) Não remete como linguagem visual.


b) ( ) Remete como linguagem visual, mas não é necessário informações
c) ( ) Remete como linguagem virtual, necessariamente com várias informações, que
não compõe uma característica individual.
d) ( ) Remete como linguagem visual, necessariamente com várias informações,
compondo uma característica individual.

3 Os designers entram neste mundo das embalagens como criadores fundamentais


dos projetos, exercendo um papel importante, com pesquisas para cada produto
específico, estética e valores. As primeiras embalagens foram desenvolvidas de modo
artesanal e cumpriam basicamente as funções de contenção, proteção e transportes
de alimentos (CAMARGO, NEGÃO, 2007). A partir desses pressupostos, descreva o
papel principal dos designers.

4 O papel dos designers de embalagens, como princípio fundamental, é de projetar e


desenvolver uma atividade multidisciplinar que envolve várias áreas do conhecimento.
A partir desses pressupostos, descreva quais são as atividades principais que
envolvem as áreas do conhecimento do designer.

130
5 Os requisitos importantes para uma metodologia no desenvolvimento de embalagens.
Segundo Rotandaro, Miguel e Gomes (2010), sugerem uma priorização de algumas
relevantes etapas. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA de
algumas etapas de priorização:

FONTE: ROTANDARO, R. G.; MIGUEL, P. A. C.; GOMES, L. A. V. Projeto do produto e do processo.


São Paulo: Atlas, 2010, 193p.

a) ( ) Aspectos do produto, projeto do transporte; material adequado, avaliação do projeto.


b) ( ) Material especifico, transporte por terra, avaliação do projeto.
c) ( ) Marketing, material específico, aspecto do projeto.
d) ( ) Ferramentas adequadas, materiais adequados, aspecto do produto.

131
132
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO
DA EMBALAGEM

1 INTRODUÇÃO
Nos tempos atuais de consumo, a competividade tem sido algo que as
empresas estão enfrentando diariamente, quando o mercado está desenvolvendo
cada vez mais produtos semelhantes, com características idênticas e mesmo preço
ou até com menor valor.

A inovação e a criatividade solucionam necessariamente um propósito de que


um produto possa continuar no mercado. Há milênios de anos, a embalagem surgiu
para conservar, armazenar e principalmente para o transporte de produtos. Com a
inovação nos dias de hoje e com a criatividade, as embalagens se tornaram um produto
de consumo essencial para o mercado consumidor (TASCHNER, 2010).

O desenvolvimento de embalagens possui uma atualidade no mundo, com


grande participação na economia. Assim, fortalecem o mercado dos produtos, instigam
um interesse no mundo dos investidores e microempreendedores e os envolvidos no
negócio tiram seus lucros (TASCHNER, 2010).

As empresas especializadas em desenvolvimento de embalagens têm como


papel fundamental desempenhar os produtos com eficiência e qualidade no seu
funcionamento. É necessário conter os desperdícios e inserir um setor específico de
Planejamento e Controle de Produção (PCP).

O PCP é um setor que planeja e auxilia na gestão operacional das empresas,


adquirindo o envolvimento das operações e a consolidação eficaz. A implementação
deste setor visa a garantia de qualidade e produtividade, desempenhando e designando
funções para cada profissional envolvido (TASCHNER, 2010).

A partir desses pressupostos, no Tópico 2 estudaremos os seguintes temas:


(1) a tendência no mercado das embalagens e sua evolução; (2) Os processos de
desenvolvimento de uma embalagem e o gerenciamento dos projetos na produção; (3)
a qualificação de um planejamento e da gestão da produção das embalagens.

133
2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DA EMBALAGEM
A mercadologia tem como compromisso importante a dominação das empresas,
priorizando medidas de desenvolvimento econômico e social e obtendo uma visão direta
com a possibilidade de criação efetiva noa mercado de embalagens nas indústrias e
suas tenências (BOYO; WESTFALL, 1984).

FIGURA 12 – MERCADO DE EMBALAGEM

FONTE: <encurtador.com.br/diDGO>; <encurtador.com.br/bcgSV>. Acesso em: 8 jan. 2021.

O mercado exige uma pesquisa do produto já existente, com o intuito de identificar


quais os diferenciais competitivos entre os concorrentes, como uma aceitação e o
potencial para novos produtos. Com isso, é possível ter determinados valores, qualidade,
cores, design da embalagem e seus conceitos (SAMARA; BARROS, 2007).

2.1 MERCADO DO DESIGN DE EMBALAGENS


O designer é um profissional com um papel importante para o mercado das
embalagens, além de estar presente desde o início da construção da embalagem
até a entrada no mercado, e, consequentemente, na valorização do consumidor
(TASCHNER, 2010).

134
FIGURA 13 – DESIGN DE EMBALAGENS

FONTE: < https://www.dezin.info/wp-content/uploads/2020/10/Patterns-for-packaging-cdr-file-


free-6.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021.

Uma das funções do designer é poder criar novas ideias, sugerir mudanças e
questionar a maneira de como as embalagens são utilizadas, produzidas e descartadas
pelos consumidores (MANZINI; VEZZOLI, 2008)

Nossa relação com as coisas está repleta de significados, construídos


a cada experiência que temos. Neste sentido, é fundamental recordar
o papel como agente de mediação, entre nós e o mundo em que
vivemos. Através das coisas, materializamos nossas convicções,
ideais, sonhos e sentimentos. Desta maneira, o design tem um
papel fundamental na construção de valores em nossa sociedade
(FUENTES, 2006, p. 35).

O designer pesquisa e rotula no mercado uma inclusão nas embalagens de


informações, fazendo assim com que o material promova o seu descarte ideal em
locais adequados, além de incentivar a reciclagem das embalagens e direcionar ao
desenvolvimento sustentável (TASCHNER, 2010).

135
FIGURA 14 – DESIGN MERCADOLÓGICO

FONTE: <encurtador.com.br/cfoSX>; <encurtador.com.br/ikDP0>; <encurtador.com.br/syFKU>.


Acesso em: 8 jan. 2021.

As embalagens no mercado têm a função de distribuir a utilização no seu uso


e aderir um design favorável e atrativo. Com esse propósito, foram acrescidas pelas
empresas alguns relevantes itens, que melhoram o consumo excessivo no mercado:

• Facilitar a armazenagem: a embalagem deve ser projetada para redução de custos.


• Proteger e conservar o produto: a embalagem deve servir, também, para a proteção
do produto nos pontos de venda.
• Posicionar o produto: posicionar o produto nas gôndolas ou prateleiras.
• Facilitar o uso do produto: a embalagem deve ser adequada ao tipo de uso do
produto.
• Mercadológica: tem a função e obrigação de seduzir o consumidor através de um
design atrativo e chamativo.

136
FIGURA 15 – ARMAZENAMENTO

FONTE: <https://www.diariodepetropolis.com.br/Conteudo/Dados_DRPTR14/acervo/1/202005/
fotos/0640_x_0439_20200526152448_7MU1Q.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021.

A embalagem se tornou uma arma poderosa para a mídia de marketing, pois


acarreta uma carga consigo: a marca, a qualidade e valores dos produtos (KOTLER;
ARMSTRONG, 1998).

As decisões sobre embalagens sempre se basearam em fatores como custo


e produção, e sua função primordial era conter e proteger o produto. Recentemente,
porém, numerosos fatores tornaram-na uma importante ferramenta de marketing.
Com o crescimento do autosserviço, as embalagens hoje têm várias tarefas de venda
– desde atrair a atenção dos consumidores até descrever o produto e realizar a venda.
Hoje se conhece o poder de uma boa embalagem para suscitar no consumidor um
reconhecimento imediato da empresa ou da marca (KOTLER; ARMSTRONG, 1998).

ATENÇÃO
Pode ser que o ambiente em que a sua embalagem vai estar seja agressivo. É imprescindível
que você conheça toda a cadeia de distribuição, os veículos, os transbordos de carga e os
espaços usados para estocagem. Alguns cuidados devem ser tomados para a especificação
da embalagem para transporte:

• Não pode ser pesada demais: o peso total deve ser adequado para ser
carregada por uma pessoa.
• Quando os produtos são objeto de roubo sistêmico, pode-se codificar
a identificação deles, sempre com o conhecimento do cliente.
• Podem ser usados fechamentos que inibam a abertura e o roubo do
conteúdo.
• Podem ser dotadas de detalhes para facilitar a abertura no ponto de
venda.

FONTE: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/tecnicas-
para-embalagens-de-produtos,d0da347ea5b13410VgnVCM100000b272
010aRCRD>. Acesso em: 8 jan. 2021.

137
Percebe-se que a embalagem possui outros meios de comunicação utilizados
pelas empresas nas campanhas publicitárias e propagandas, com as características de
contato direto, sensorial, tátil e intelectual com o consumidor (KOTLER; ARMSTRONG, 1998).

2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE EMBALAGENS


A tendência na produção de embalagens tem uma relação entra as imagens
feitas pelo olhar do consumidor, formando um caminho que percorre toda a face
da embalagem em si. “[...] o olho completa as conexões que faltam, mas relaciona
automaticamente, e com maior força as unidades semelhantes” (DONDIS, 2007, p. 45).
“No mundo do design, tendemos a associar emoção com beleza. Construímos coisas
atraentes, coisas mimosas, coisas coloridas. Por mais importantes que sejam esses
atributos, não são eles que impulsionam as pessoas em sua vida quotidiana” (NORMAN,
2008, p. 67-68).

FIGURA 16 – TENDÊNCIA DE EMBALAGENS

FONTE: <https://www.des1gnon.com/wp-content/uploads/2014/02/Des1gnon_tendencia_
embalagem_thumb.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021.

A tendência das embalagens é uma propensão que segue um determinado


movimento significativo da atualidade. Trata-se de uma inovação para os tempos atuais
de cada época, que seguem um caminho de aceitação e inspiram padrões de diversos
projetos com algumas características criativas como (NORMAN, 2008):

• Formas geométricas: cores vivas.


• Transparências e brancos: expressão simples e clareza.
• Papel Kraft: inovação do material.

138
• Alto contraste: com preto e branco.
• Toque de aquarela: colorido.
• Branco como a tela: minimalista com letras coloridas.
• Ilustrações curiosas: divertidos e explicativos.

FIGURA 17 – TENDÊNCIAS CRIATIVAS

FONTE: Adaptada de <https://www.des1gnon.com/2014/02/7-tendencias-aplicadas-nas-


embalagens/>. Acesso em: 8 jan. 2021.

139
3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO
DA EMBALAGEM
O desenvolvimento e gerenciamento de um projeto de embalagem exige uma
atividade considerável, especificamente de em uma empresa, e qualquer que seja
a organização, uma corporação pode gerenciar problemas que se tornam rotinas,
baseadas em ideias conclusivas. (PMI, 2017).

Tendo em vista que os projetos podem variar de complexidade,


duração ou tamanho, eles devem ser notados pelas empresas como
distintos entre si. Desse modo, cada projeto deve ser administrado
de tal maneira a adequar-se as suas especificidades, atividades,
incertezas e ambientes interno e externo (JUNIOR; PLONSKI, 2011
apud RAMOS, 2017, p. 12).

3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS


O processo no desenvolvimento de embalagens inclui exclusivamente o pensar
e o sentir, consciente e inconsciente do produto em questão. Para um bom desempenho
de desenvolvimento de embalagens, deve-se considerar alguns momentos significativos
como (TORRANCE, 1974):

• Insight: que é o momento de captação e estruturação de possibilidades, indagando


as ideias necessárias.
• Elaboração: questionamento, levantando e testando as ideias.
• Inspiração: ideias flexíveis, pesquisando o mercado atual.

FIGURA 18 – DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS

FONTE: <http://www.kubos.com.br/wp-content/uploads/2013/08/etapas_embalagem1.png>.
Acesso em: 8 jan. 2021.

140
INTERESSANTE
A concepção de uma embalagem deve levar em conta o prazer da desembalar. A dificuldade
de desembalar um produto pode lhe conferir aspectos negativos, bem como se deve
considerar esse ritual tão ou até mais importante que o design ou o material da embalagem.
Um exemplo claro da importância do desembalar são as embalagens japonesas. Na
cultura oriental, embalar um produto é um ato de amor, de demonstração
de carinho; um dos canais encontrados para extravasar sentimentos é
justamente a embalagem. A especialidade dos japoneses na área da
embalagem se desenvolveu principalmente nas tradicionais lojas onde
depuravam suas técnicas baseadas nos métodos herdados de gerações
anteriores. As características das embalagens tradicionais japonesas são
o trabalho manual e o emprego de materiais naturais para sua confecção.

FONTE: <https://www.eosconsultores.com.br/gestao-de-projetos/>.
Acesso em: 12 set. 2020.

O desenvolvimento de embalagens requer uma atenção especial para um


processo com atividade multidisciplinar envolvendo várias áreas de conhecimentos
indispensáveis (TORRANCE, 1974):

• Marketing: ferramenta de comunicação.


• Projeto da embalagem: estética e funcionalidade.
• Produção: matéria-prima e conhecimento técnico do processo produtivo.

3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE EMBALAGENS


O gerenciamento de projeto de embalagens inclui muitos fatores essenciais na
execução de um processo e atividades com sucesso, pois identifica, define e coordena
uma equipe eficaz e qualificada para finalizar o produto (FUENTES, 2006).

FIGURA 19 – GERENCIAMENTO DE EMBALAGENS

FONTE: <https://www.moultonlogistics.com/hs-fs/hub/285195/file-1310146389-jpg/
images/164355102.jpg?width=294&height=196&name=164355102.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021.

141
No gerenciamento existem alguns processos para um desempenho eficaz, que
aplicam uma apresentação dentro do grupo de desenvolvimento, que são:

• Desenvolver o termo de abertura do projeto.


• Desenvolver o plano de gerenciamento de projeto.
• Orientar e gerenciar o trabalho do projeto.
• Monitorar e controlar o trabalho do projeto.
• Realizar o controle integrado de mudanças.
• Encerrar o projeto ou fase.

IMPORTANTE
Para gerenciar um projeto é necessário ter uma certificação na área
de gerenciamento de projetos, é uma discussão frequente entre
profissionais do setor. Ela não garante um bom emprego, aumento
salarial ou promoção, mas funciona como uma comprovação de que
o profissional tem habilidades técnicas para atuar como gerente de
projetos. A certificação auxilia na tomada de decisão de quem está
contratando, mas não garante a competência do profissional. Quem
tem interesse em obter uma certificação deve ficar atento às opções
existentes no mercado.

FONTE: <https://gdeprojetos.wordpress.com/category/curiosidades/>.
Acesso em: 8 jan. 2021.

O objetivo de gerenciamento é fornecer aos colaboradores da empresa as


informações indispensáveis para o acompanhamento de tarefas e o desenvolvimento
do seu desempenho. As instruções verbais e descritas aos funcionários devem ser bem
interpretadas, evitando erros de comunicação que podem acarretar um aumento de
custo do projeto (PINTO, 2003).

FIGURA 20 – GERENCIAMENTO DE PROJETO

FONTE: <https://bsbr.com.br/gerenciamento-integracao-projeto>. Acesso em: 8 jan. 2021.

142
Segundo Valeriano (1998), o gerenciamento de projetos é uma complexidade
de atividades em que necessariamente depende-se de recursos, itens específicos
definidos pelo cliente e harmonização de sincronia de ações em seu desenvolvimento,
controle e negociação.

4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM


A gestão de produção da embalagem é fundamental para o processo de
qualquer organização. Surgiu para controlar e administrar toda a entrada e saída dos
materiais (BALLOU, 2012).

Segundo Ballou (2012), um gerente competente é essencial para as gestões


atuais e futuras. O controle dos estoques de matérias-primas é essencial para as grandes
necessidades das empresas no que diz respeito a administrar melhor seus materiais.

4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


DE EMBALAGENS
A importância do Planejamento e Controle da Produção (PCP) nas indústrias
de embalagens enfatiza uma competência através da visão profissional, por meio da
demonstração dos impactos positivos da administração da produção e os efeitos de um
planejamento não coerente (CHIAVENATO, 2005).

O projeto contextualiza as principais vertentes do Planejamento e Controle da


Produção (PCP), rebatendo no mercado a produtividade crescente das indústrias das
embalagens (CHIAVENATO, 2005).

Para produzir e bem é necessário planejar, organizar, dirigir e controlar.


Para atender os requisitos de eficiência e eficácia, a produção precisa
repousar em um sistema de planejamento e controle confiável. Há
muita atividade a ser planejada, organizada e coordenada para que
a produção ocorra da melhor maneira possível. A complexidade
do sistema produtivo exige necessariamente um esquema de
planejamento e controle [...] (CHIAVENATO, 2005, p. 101).

A função do PCP é aumentar a eficiência e desenvolvimento do processo


produtivo da empresa. Consiste em manter a finalidade de atuar sobre os meios de
produção a fim de aumentar a eficiência e cuidar para que os objetivos de produção
sejam alcançados. As funções são:

• Planejar a produção: planejar o processo produtivo, programando materiais, máquinas


e estoques.
• Monitorar e controlar a produção: monitorar e controlar o desempenho da produção
em relação ao que foi planejado.
• Direcionar áreas distintas da empresa: o PCP mantém uma rede de relações com as
demais áreas da empresa.

143
FIGURA 21 – PCP

Produção

RH Finanças

Contabilidade
PCP Vendas
e Custos

Almoxarifado Engenharia

Compras

FONTE: <https://www.portalchambril.com.br/media/2018/04/img-1-3.png>. Acesso em: 8 jan. 2021.

Segundo Chiavenato (2005), o planejamento de uma produção deve ser bem


administrado, principalmente para uma otimização de recursos de entrada e saída de
uma empresa para se alcançar determinados objetos designados.

4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DAS EMBALAGENS


A Gestão de produção de embalagens exige uma administração de produções
e operações que diz respeito às atividades orientadas. Com isso, evita-se o desperdício,
além de aplicar processos produtivos necessários na finalização (MOREIRA, 1998).

Na gestão de produção é essencial a consciência de saber o que fazer e como


executar, de maneira eficiente e econômica. O processo de gestão segue um propósito,
princípios e valores pré-estabelecidos, com o intuito de alcançar os objetivos e metas
(MOREIRA, 1998).

144
FIGURA 22 – CICLO GESTÃO NA PRODUÇÃO

FONTE: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Imagens%20SebraeNA/
xpg12,P20,P285,P29.png.pagespeed.ic.xrQyZ4Muby.webp>. Acesso em: 8 jan. 2021.

Segundo Mayer (1992), em um sistema de produção é necessária a transformação


de insumos em bens e em serviços, através da inserção de alguns principais tipos de
sistema de produção:

• Produção contínua: fluxo em linha de produção, apresentando sequências lineares.


• Produção em posição fixa: facilidade na execução de grandes projetos, exigindo a
posição fixa como escolha.
• Produção em lotes: associada a cada característica específica do produto, aguardando
a finalização de padronagem, até o início de outro lote.

145
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• As organizações empresariais focam e atuam em setores de embalagens, priorizando,


em investimentos capacitando colaboradores e gerenciando, aderindo resultados e
desempenhos excelentes em cada setor designado.

• A gestão de produção da embalagem é fundamental para o processo de qualquer


organização.

• O objetivo de qualificar um profissional é uma proposta eficaz para uma empresa,


inserindo assim novos procedimentos de gerenciamento, que permitem evitar as
falhas atuais no processo de gestão dos projetos de embalagens.

• O processo de gestão segue um propósito, princípios e valores pré-estabelecidos,


com o intuito de alcançar os objetivos e metas

• Para produzir e bem é necessário planejar, organizar, dirigir e controlar. Para atender
os requisitos de eficiência e eficácia, a produção precisa repousar em um sistema de
planejamento e controle confiável.

146
AUTOATIVIDADE
1 O designer é um profissional com um papel importante para o mercado das
embalagens, além de estar presente desde o início da construção da embalagem até
a entrada no mercado, e, consequentemente, na valorização do consumidor. A partir
desses pressupostos, descreva o significado de um designer como profissional.

2 A função do PCP é aumentar a eficiência e o desenvolvimento do processo produtivo


da empresa, consistindo em manter a finalidade de atuar sobre os meios de produção
a fim de aumentar a eficiência e cuidar para que os objetivos de produção sejam
alcançados. A partir desses pressupostos, descreva com as suas palavras as
características de eficiência.

3 A função do PCP é aumentar a eficiência e desenvolvimento do processo produtivo


da empresa. Consiste em manter a finalidade de atuar sobre os meios de produção
a fim de aumentar a eficiência e cuidar para que os objetivos de produção sejam
alcançados. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA das funções:

a) ( ) Desenvolvimento do produto, monitorar e controlar a produção, direcionar áreas


distintas da empresa.
b) ( ) Planejar insumos, monitorar as horas, direcionar áreas distintas da empresa.
c) ( ) Planejar a produção, monitorar e controlar a produção, direcionar áreas distintas
da empresa.
d) ( ) Projeto do produto, controle de produção, direcionar áreas distintas da empresa.

4 A tendência das embalagens é uma propensão que segue um determinado


movimento significativo da atualidade. Trata-se de uma inovação para os tempos
atuais de cada época, que seguem um caminho de aceitação e inspiram padrões
de diversos projetos com algumas características criativas como (NORMAN, 2008):
A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com os critérios
importantes a serem aplicados:

a) ( ) Formas geométricas, transparências, papel comum.


b) ( ) Formas geométricas, transparências e brancos, alto contraste, toque de aquarela,
ilustrações curiosas.
c) ( ) Transparências e brancos, papel kraft, alto contraste, toque de aquarela, branco,
ilustrações curiosas.
d) ( ) Formas geométricas, transparências e brancos, papel Kraft, alto contraste, toque
de aquarela, branco, ilustrações curiosas.

147
5 Segundo Mayer (1992), em um sistema de produção é necessária a transformação
de insumos em bens e em serviços, através da inserção de alguns principais tipos de
sistema de produção: A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA
com os critérios importantes a serem aplicados:

a) ( ) Produção contínua, Produção em posição fixa, Produção em lotes


b) ( ) Planejamento do produto, Produção em posição fixa, Produção em lotes.
c) ( ) Produção contínua, Facilidade do produto, Flexibilidade, Venda e Qualidade.
d) ( ) Planejamento do produto, Produção contínua, Flexibilidade, Logística e
Comunicação.

148
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM

1 INTRODUÇÃO
Este trabalho estuda o desenvolvimento e a criação do projeto e o processo
integrado. Assim, damos vida a uma embalagem e compreendemos o desempenho do
designer, além de instigarmos a criatividade, a funcionalidade e os desenhos criativos até
o último item a ser finalizado (LIRA; CARVALHO, 2006).

O designer tem o papel fundamental de inserir no projeto as tendências do


mercado. Este processo deve ser feito através de uma pesquisa, união de ideias e a
integração das relações do consumidor com o meio em que vive. É necessário utilizar as
ferramentas metodológicas para formar o produto ideal (LIRA; CARVALHO, 2006).

A embalagem tem como objetivo o desenvolvimento de um projeto inicial, que


resulta em um item que tem como um intuito de cativar possíveis consumidores do
próprio produto. (MOREIRA, 1998).

A partir desses pressupostos, no Tópico 3 estudaremos os seguintes temas: (1)


O desenvolvimento e compreensão de materiais no processo de fabricação das
embalagens; (2) a ergonomia, funcionalidade e conforto da embalagem; (3) Compreendes
e analisar o desenvolvimento do projeto da embalagem.

2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DA


EMBALAGEM
Necessariamente, é fundamental conhecer os passos iniciais do projeto para
que durante o desenvolvimento seja possível minimizar transtornos ou contratempos,
nas escolhas adequadas de materiais, inserindo um processo produtivo eficaz para cada
tipo de produto (OSTROWER, 1998).

No processo de produção tradicional, por exemplo, o papel e a madeira são as


principais fontes de celulose utilizada. A madeira em si é composta de água e a fração
sólida dela mesma, consiste com alguns componentes como: celulose, hemicelulose,
lignina e materiais orgânicos e inorgânicos (AMARAL, 2008).

149
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS

Definir quais materiais utilizados na indústria de embalagens em um produto é


um passo importante para a finalização de um projeto. Há uma ampla variedade disponível
no mercado, de metais e de plásticos inovadores (NAVARRO; NAVARRO, 2007).

FIGURA 23 – MATERIAIS PARA EMBALAGENS

FONTE: <encurtador.com.br/jtAO1>; <encurtador.com.br/ceqxS>; <encurtador.com.br/iMNX0>.


Acesso em: 8 jan. 2021.

Segundo Navarro e Navarro (2007), são classificados alguns principais materiais


de embalagens:

• Embalagens metálicas: umas das embalagens mais antigas e modernas, e os mais


utilizados são o alumínio, o aço inox e a folha de flandres (um composto de ferro e
estanho).
• Embalagens de vidros: fabricado há milênios de anos, o vidro apresenta ima
capacidade de proteção do conteúdo contra odores e contaminantes externos.
• Embalagens plásticas: são extremamente versáteis e maleáveis, além de ser mais
barato, são utilizados em transporte, por serem mais leves e práticos.
• Embalagens de papéis: podem ser recicláveis, também com um baixo custo e fáceis
de serem produzidas, embalagens de papel são extremamente populares para
produtos não perecíveis ou como segunda embalagem.
• Embalagens bioplásticas: sustentável, tem um grande impacto ambiental, criados a
partir de vegetais, como milho, batata e mandioca.

150
2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE EMBALAGENS
O processo de fabricação de embalagens e a produção transformam a matéria-
prima até na finalização do produto, sempre obedecendo uma sequência de qualidade,
de ideias, criatividade e projetos (LIRA; CARVALHO, 2006).

FIGURA 24 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE EMBALAGEM

FONTE: <https://exame.com/wp-content/uploads/2019/07/prima-1-1-1.
jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453>. Acesso em: 8 jan. 2021.

Segundo Lira e Carvalho (2006), a gerência recebe o pedido, repassa para cada
área específica, emite uma ordem de produção com as especificações do produto,
separa as matérias-primas a serem utilizadas, suas respectivas quantidades e o total a
ser produzido do produto.

3 CRIATIVIDADE, PERCEPÇÃO E FUNCIONALIDADE DE


EMBALAGENS
Caro acadêmico, como é de se esperar, a funcionalidade da embalagem é um
fator muito importante para o produto, sendo adequado para cada mercado. O design
cria as características físicas e as funcionalidades ergométricas das embalagens,
além de se adaptar à utilização dos conteúdos (MESTRINER, 2012).

151
3.1 EMBALAGENS CRIATIVAS
O processo criativo das embalagens tem como papel fundamental do designer
trabalhar exclusivamente em um mundo complexo que envolve o produto, a indústria
e o marketing. Isso faz com que este profissional fique atento a todas as etapas do
processo que envolve a vida das embalagens (MESTRINER, 2012).

ATENÇÃO
Se você tem um produto que muitas outras pessoas também produzem,
tente mostrá-lo de maneira inovadora. Uma embalagem de mel deu
um passo na direção certa ao usar uma caixa feita de cera de abelha,
deixando de lado o típico recipiente de plástico ou de vidro. E o melhor
de tudo: após usar o produto, você pode virá-lo de ponta-cabeça e usá-lo
como vela. Você pode queimar o pacote, fazendo com que o produto se
torne completamente livre de desperdícios.

FONTE: <https://www.cbd.org.br/artigos/design-de-embalagens-50-
embalagens-criativas/>. Acesso em: 8 jan. 2021.

FIGURA 25 – EMBALAGENS CRIATIVAS

FONTE: Adaptada de <https://br.qr-code-generator.com/qr-codes-on/food-packaging/>.


Acesso em: 8 jan. 2021.

152
IMPORTANTE
Ser criativo e humorado nas embalagens e ser também um pouco
brincalhão com sua embalagem é divertido. Se você pode fazer
alguém sorrir ao olhar para o seu produto, por que não fazer isso?
Por exemplo, pincéis que atuam como pelos faciais nas embalagens
com rostos ilustrados. As embalagens devem ser divertidas de olhar e,
definitivamente, diferenciando de outros pincéis.

FONTE: <https://www.cbd.org.br/artigos/design-de-embalagens-50-
embalagens-criativas/>. Acesso em: 8 jan. 2021.

Segundo Mestriner (2012), o design de embalagens tem como principais


atributos um diferencial no conhecimento dos hábitos e atitudes dos consumidores que
relaciona os produtos, apontando como uma poderosa ferramenta para o marketing e
sendo essencialmente um suporte de vendas, principalmente nas pequenas empresas
que não dispõem de outro tipo de comunicação com o cliente.

3.2 FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS


Hoje em dia, a funcionalidade e a aparência das embalagens têm um papel muito
mais importante do que apenas proteger o produto ou promovê-lo. A funcionalidade e a
versatilidade se tornaram ferramentas estratégicas para as empresas, assim, a embalagem
passou a fazer parte do produto que é comercializado (CAMARGO; NEGÃO, 2007).

FIGURA 26 – FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS

FONTE: Adaptada de <https://designdeembalagem.com.br/funcionalidades-das-embalagens>.


Acesso em: 8 jan. 2021.

153
Existem alguns exemplos de funcionalidade de embalagens inovadoras:

• O uso da embalagem à vácuo.


• Novas bisnagas de creme dental.
• Maioneses de potes de vidro para potes de plástico.
• Long necks de alumínio ao invés de vidro.
• Rótulos para informar o consumidor.
• Garrafas de vinhos, cervejas e outras bebidas com tampa de rosca.
• Versões de embalagens menores de diversos produtos combatendo o desperdício.

FIGURA 27 – FUNCIONALIDADE INOVADORAS

FONTE: <encurtador.com.br/bILP0>; <encurtador.com.br/rvAIR>. Acesso em: 8 jan. 2021.

Segundo Camargo e Negão (2007), a funcionalidade de embalagens insere uma


ergonomia específica e os valores dos produtos, pois reforça as marcas, aprimora a
produtividade e aumenta a capacidade de rendimentos. A tecnologia de embalagens
entra neste ciclo ao dar o poder de modificar o mercado e aumentar as vendas.

4 PROJETO DA EMBALAGEM
Para um projeto de embalagem ser um sucesso, adquire-se a necessidade de
se ter alguns estágios de desenvolvimento, tendo em vista uma expressão cognitiva
direta, com noção de utilidade em cada estágio:

• Pesquisa de tendência do produto no mercado.


• Adição de detalhes específicos e informações nas embalagens existentes.
• Criação e ideias inovadoras, com funcionalidade adicional.

Segundo Moura (2003), com o projeto concluído, providencia-se amostras


da embalagem para garantir a qualidade, a funcionalidade e solicita a análise de
conformidade dos aspectos dimensionais, até a aprovação do produto.

154
4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE EMBALAGENS
Na criação de embalagens, inicialmente surge a necessidade de proteger os
produtos de insetos e roedores, com o intuito de manter a conservação do produto no
transporte por longas distâncias. Surge assim a evolução do processo de criação de
embalagens junto à sociedade e o mercado (ABRENEWS, 1997)

Para um processo na criação de embalagem seja executado com sucesso, é


indispensável e interessante seguir várias etapas:

• Estudo de público: estudar e entender o público consumidor e seu comportamento,


para iniciar a criação da embalagem.
• Estudo de mercado: entender o mercado, seus concorrentes e os pontos de venda.
• Estudo de logística: entender o fabricante do produto, de como é fabricado, embalado
e distribuído.
• Definição de códigos e legislação: rotular e seguir as regras específicas do produto, como
valores nutricionais, validade, código de barra, pesos, e muitas outras.
• Design de embalagem: estudo do público, produto, mercado e normas, depois do
estudo, inicia-se a criação, designando o processo.

FIGURA 28 – PROCESSO DE CRIAÇÃO

FONTE: <http://www.elizegarcia.com/o-processo-de-criacao-de-um-site/>. Acesso em: 8 jan. 2021.

Abrenews (1997) enfatiza que a criação de embalagens deve levar em conta


todo um processo para desenvolver as embalagens que protegem o produto durante a
fabricação e transporte.

155
4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE EMBALAGENS
O projeto de embalagens conta com a eficiência de um designer, que se baseia
em estudos de tendências, enfatiza ideias e instiga a criação na finalização do projeto,
atendendo assim aos requisitos da funcionalidade, conforto e qualidade do produto
(MOURA, 2003).

FIGURA 29 – PROJETO DE OBJETOS

FONTE: <encurtador.com.br/jqS07>; <encurtador.com.br/svBW5>. Acesso em: 8 jan. 2021.

Segundo Moura (2003), o planejamento é fundamental e necessário para o


estabelecimento do objetivo de um projeto até o desenvolvimento final. Ele adequa e
controla os processos operacionais, além de passar pelas etapas de funcionalidade,
criação, qualidade, e estética especificando cada detalhe do produto.

156
LEITURA
COMPLEMENTAR
GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÃO DE PROJETOS EM UMA INDÚSTRIA DE
EMBALAGENS

Marciano Ramos

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, com a crescente concorrência entre as empresas, os setores de


desenvolvimento de novos produtos estão sendo cada dia mais exigidos. Este ambiente
de competitividade amplia a demanda por produtos diferenciados e com maior
excelência em seus níveis de qualidade.

Mundim (2002) aponta que a vantagem competitiva de uma empresa está


ligada a sua capacidade de introduzir novos produtos no mercado, sendo estes
tecnologicamente atualizados e com características que atendam o grau de exigência
do consumidor.

Entretanto, o desenvolvimento de novos produtos se caracteriza por ser um


processo complexo e dinâmico que requer o envolvimento de várias áreas, contando com
a participação de pessoas de várias funções e especialidades. De acordo com Brettel
et al. (2011), o desenvolvimento de novos produtos é reconhecido como um empenho
multidisciplinar que abrange a integração e interconexão de diferentes departamentos.

Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou


resultado exclusivo. A natureza temporária dos projetos indica que eles têm um início e um
término definidos (PMI, 2017). Em outras palavras, todo projeto tem um tempo prefixado
para criar um produto, um serviço ou um resultado singular (VALERIANO, 2005).

A principal característica de qualquer tipo de projeto é que ele é arriscado e, por


isso, a gestão de projetos (ou gerenciamento de projetos) oferece instrumentos para
contornar tantas incertezas, encontrando maneiras de limitar os riscos (CARVALHO,
2012). Ou seja, os processos dessa área de conhecimento permitem o cumprimento dos
prazos de acordo com o planejado (CARVALHO, 2015).

Conforme Baxter (2011), para que sejam minimizadas as falhas no produto final
e este apresente total satisfação do cliente, é necessário avaliar todas as escolhas feitas
durante a fase do projeto. Nesse sentido de interconexão entre os departamentos,
devem apresentar uma excelente sinergia para que essas escolhas sejam feitas de
maneira mais correta.

157
Diante disso, percebe-se que o processo deve ser conduzido de maneira
sistemática, e para que isso ocorra faz-se necessário o auxílio de ferramentas de gestão
de vários processos envolvidos.

Compreendendo a complexidade do desenvolvimento de projetos e sabendo


da importância de um bom gerenciamento da informação, o presente estudo tem
como objetivo avaliar a informação e suas ferramentas de gerenciamento, para auxílio
do processo no processo de desenvolvimento de novos produtos em uma empresa de
embalagens localizada na região sudoeste do Paraná.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 PROJETOS

Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado exclusivo. Embora elementos


repetitivos possam estar presentes em algumas entregas do projeto, essa repetição
não muda a singularidade fundamental do trabalho do projeto e podem ser tangíveis
ou intangíveis, por exemplo, prédios de escritórios são construídos com os materiais
idênticos ou similares ou pela mesma equipe, mas cada um é exclusivo – com diferentes
projetos, circunstâncias, fornecedores, etc. (PMI, 2008). Ou seja, as atividades são
consideradas específicas em uma empresa, e qualquer que seja a organização, uma
corporação pode gerenciar problemas que se tornam rotinas, baseadas em amostras
históricas. Na verdade, é que nenhuma empresa no mercado atual não quer ser apenas
mais uma, e para alavancar a concorrência, usam do desafio de gerenciar atividades
nunca realizadas no passado, e que jamais possam vir a se repetir no futuro.

Diante da literatura sobre gerenciamento de projetos, é possível alinhar


um conjunto de problemas de gestão com o conjunto de habilidades consideradas
necessárias para resolvê-los, assim, a natureza complementar dessas perspectivas
ficam explicitas. A questão não é discutir se primeiro há o problema e depois é
necessária a habilidade para resolvê-lo ou oposto, o foco é destacar que diante desse
emparelhamento há um apelo lógico inerente à importância das competências do
gerente de projetos (MEREDITH; MANTEL, 2003).

De acordo com a norma ISO 10006 (1997), um projeto é definido como sendo
um processo único, consistindo em um grupo de atividades coordenadas e controladas
com datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme
requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos. Assim, podem-
se perceber dois conceitos essenciais desta definição: um referente à temporalidade,
ou seja, todo projeto tem um começo e um fim bem determinado e outro que se refere
à singularidade, ou seja, que o produto ou serviço é, de algum modo, diferente de todos
os similares feitos anteriormente.

158
2.1.1 Gestão de projetos

Os projetos são de suma importância para a gestão estratégica de negócios,


pois trazem para as empresas vantagens competitivas. Mesmo tendo conhecimento
dessa importância, várias organizações descuidam-se no que se refere à gestão e
acabam não desempenhando as atividades de acordo com o planejado, assim, um dos
maiores desafios das organizações é justamente entregar projetos que atendam aos
prazos, custos e especificações (JUNIOR; PLONSKI, 2011).

Projeto é um empenho temporário (de curto, médio ou longo prazo) dirigido


por pessoas a fim de realizar tarefas ou atividades inter-relacionadas com o objetivo
de designar um produto ou serviço único. Para alcançar seu objetivo são utilizados
recursos limitados e necessário atender as especificações determinadas no escopo do
projeto com o prazo, custos e padrões de qualidade.

Tendo em vista que os projetos podem variar de complexidade, duração ou


tamanho, eles devem ser notados pelas empresas como distintos entre si. Desse modo,
cada projeto deve ser administrado de tal maneira a adequar-se as suas especificidades,
atividades, incertezas e ambientes interno e externo (JUNIOR; PLONSKI, 2011).

Segundo Clemente e Ghido (2013) um projeto abrange certo grau de incerteza,


pois é planejado um objetivo baseando-se apenas em algumas hipóteses atreladas a
estimativas, que devem ser arquivadas devido a sua significativa influência no projeto.
Essa ligação de hipótese e estimativa implica na incerteza de conclusão total do projeto.
Enfim, a gestão de projetos é, resumidamente, o bom 13 emprego de conhecimentos,
planejamento, controle de recurso e técnicas que garantam a eficiente e eficaz execução
de projetos.

2.1.2. Planejamento do projeto

As atividades do planejamento do projeto, de forma genérica, devem empreender


esforços no sentido de identificar todas as atividades, recursos e a melhor forma de
integrá-los para que o projeto siga em frente com o mínimo de erros, o planejamento
deve prever a necessidade de integração de informação e decisões entre as áreas
funcionais e outros projetos da empresa, construindo para a melhor coordenação e
comunicação no projeto Rozenfeld et al.; (2006).

Diversas pesquisas (DAI; WELLS, 2004; MULLALY, 2006; JULIAN. 2008)


demonstram que a percepção de desempenho em custos, prazo e qualidade dos
projetos gerenciados em organizações que contam com PMO é mais positiva que em
organizações sem tais estruturas. Adicionalmente, pesquisas têm demonstrado que os
PMO não são estruturas estáticas, nem com um conjunto fixo de funções independentes
da organização onde atuam. Ao contrário, os PMO são fortemente determinados pelo
negócio da empresa e pelos objetivos de desempenho dos projetos (AUBRY et al, 2010).

159
2.1.3. Ciclo de vida do projeto: fases

Keeling (2002) afirma que qualquer projeto possui diversas fases, e cada
uma delas tem suas próprias características e necessidades. Essas diversas fases
caracterizam o ciclo de vida do projeto. O mesmo autor afirma que o entendimento
do ciclo de vida é imprescindível para obter sucesso no gerenciamento de projetos.
Basicamente 4 (quatro) fases compõem esse ciclo as quais serão descritas a seguir, sob
a visão de Clemente e Ghido (2013):

• Iniciação: nessa fase é identificada a necessidade do projeto, que é usualmente


considerada como parte de um processo de planejamento estratégico da organização,
pois nessa etapa são realizadas algumas avaliações importantes tais como o limite
de recursos que serão disponíveis, viabilidade e perspectivas. Após consolidada a
ideia ou necessidade do projeto, o mesmo deve ser aprovado 14 por gestores então
serão definidas as datas de início e conclusão, bem como os objetivos, os benefícios
esperados, análises exigidas.
• Planejamento: antes de começar o projeto a equipe envolvida deve possuir um
determinado tempo para elaborar um planejamento detalhado, de maneira que seja
possível cumpri-lo. Isso permite que ao longo da execução do projeto não ocorram
falhas, caos ou mesmo frustrações. São envolvidas no planejamento as seguintes
questões: o que deve ser feito; como será feito; quem o fará; quanto tempo será
necessário; quanto custará; e quais são os riscos. O planejamento torna-se crucial
para uma realização bem-sucedida.
• Execução: depois de elaborado o plano-base, a terceira etapa a ser seguida é a
execução. A equipe, que será liderada por um gestor do projeto, irá desempenhar as
atividades que fazem parte do plano, as quais devem ser concluídas no tempo que
foi determinado no escopo. Para tanto é preciso que tal equipe, realize suas tarefas
com determinação, eficiência, eficácia e controle, a fim de alcançar seus objetivos e
atender as especificações.
• Encerramento: por fim, a fase de encerramento do projeto é composta por diversas
ações como: coletar e fazer pagamentos finais; avaliar e reconhecer o trabalho
das pessoas; realizar uma avaliação pós-projeto onde deve-se identificar lições
aprendidas e recomendações relevantes para futuros projetos bem como arquivar
documentos. É de suma importância ter um feedback do cliente e do patrocinador do
projeto para determinar se os benefícios deste foram alcançados, além de avaliar o
grau de satisfação de todos os envolvidos.

Neste contexto, para que o processo de desenvolvimento de novos projetos


seja aperfeiçoado, faz-se necessário a utilização de recursos que tornem as fases do
projeto e sua gestão mais simplificadas e rápidas, visto o grau de complexidade que esse
processo possui. Sendo assim, as utilizações de ferramentas de gestão da informação
tornam-se indispensável para se alcançar esse objetivo.

FONTE: RAMOS, M. Gerenciamento de informação de projetos em uma indústria de


embalagens. 2017, 29 f. Trabalho de Conclusão de curso (Especialização em Engenharia de Produção)
– Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2017. Disponível em: http://repositorio.
roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/9918/1/PB_ESEP_II_2017_15.pdf. Acesso em: 8 jan. 2021.

160
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A produção e o processo dos materiais utilizados na indústria de embalagens


representam uma atividade de recursos de matérias-primas até a finalização do
produto.

• A funcionalidade é necessária e fundamental ao projeto das embalagens, incentivando


o consumo final.

• O projetista designer estuda e pesquisa as características físicas e as atividades dos


clientes que utilizarão as embalagens.

• O entendimento da produtividade da indústria e do mercado somam um estímulo


de desejo do consumidor dos materiais adequados para cada embalagem projetada
e suas funções.

• Na criação de embalagens, inicialmente surge a necessidade de proteger os


produtos de insetos e roedores, com o intuito de manter a conservação do produto
no transporte por longas distâncias.

161
AUTOATIVIDADE
1 Definir quais materiais utilizados na indústria de embalagens em um produto é
um passo importante para a finalização de um projeto. Há uma ampla variedade
disponível no mercado, de metais e de plásticos inovadores. Descreva os materiais
de embalagens.

2 Hoje em dia, a funcionalidade e a aparência das embalagens têm um papel muito


mais importante do que proteger o produto ou promovê-lo. A funcionalidade e
a versatilidade se tornaram ferramentas estratégicas para as empresas, assim
a embalagem passou a fazer parte do produto que é comercializado. Descreva as
características da funcionalidade das embalagens.

3 A funcionalidade de embalagens insere uma ergonomia específica e os valores dos


produtos, reforçando as marcas, aprimorando a produtividade e aumentando a
capacidade de rendimentos. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A tecnologia de embalagens entra neste ciclo dando o poder de modificar o


mercado e aumentando as vendas
b) ( ) A moda nas embalagens entra em um ciclo, dando o poder de modificar o
mercado e aumentando as vendas.
c) ( ) As embalagens não precisam de um ciclo, só o poder de modificar o mercado,
aumentando as vendas.
d) ( ) A tecnologia dentro da moda entra neste ciclo dando o poder de modificar o
mercado e aumentando as vendas.

4 Segundo Moura (2003), com o projeto concluído, providencia-se amostras da


embalagem para garantir a qualidade e a funcionalidade. A partir desses conceitos,
assinale a alternativa CORRETA com o que deve ser feito após:

a) ( ) Informação de design de moda e de conformidade dos aspectos dimensionais,


até a aprovação do produto.
b) ( ) Solicitação de materiais para pinturas, acentuando os aspectos dimensionais,
até a aprovação do produto.
c) ( ) Criar uma análise de conformidade dos aspectos tridimensionais, até o início da
produção do produto.
d) ( ) Solicitar a análise de conformidade dos aspectos dimensionais, até a aprovação
do produto.

162
5 O projeto de embalagens conta com a eficiência de um designer, que se baseia em
estudos de tendências, enfatiza ideias e instiga a criação na finalização do projeto,
atendendo assim aos requisitos da funcionalidade, conforto e qualidade do produto.
A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características
do projeto de um objeto.

a) ( ) Informações e métodos que podem ser empregados em certas fases.


b) ( ) Ergonomia das embalagens.
c) ( ) O projeto atende a uma tendência no mercado com os requisitos da funcionalidade,
conforto e qualidade do produto.
d) ( ) Processo e comportamento das embalagens.

163
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