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XII
ORDENAMENTO E PLANEAMENTO
do território no contexto metropolitano
2. PDRL
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Mapa XII.1 Plano Director da Região de Lisboa de 1964
XII ORDENAMENTO E PLANEAMENTO DO TERRITÓRIO
Mapa XII.2 Redes viária e ferroviária, existentes e propostas, segundo o Plano Director da Região de Lisboa (Anteplano) de 1964
4. ANOS 90
3. O PLANEAMENTO MUNICIPAL
COMO INICIATIVA DAS AUTARQUIAS A obrigatoriedade dos PDM 5. OS PLANOS DIRECTORES DE LISBOA
O Decreto-Lei n.º 69/90 constitui um marco no planeamen-
A falta de reconhecimento, pela generalidade da Adminis- to do território ao tornar obrigatória a realização dos PDM num pra- Lisboa destaca-se no panorama do planeamento urbano
tração Pública, das dinâmicas de transformação instaladas e emer- zo limitado a dois anos, alargado, mais tarde, pela evidente impos- na área metropolitana por ter, desde os anos 40, planos abrangen-
gentes na região de Lisboa, não permitiu fazer a adequação das sibilidade do seu cumprimento. do a totalidade do território concelhio com vista à organização glo-
políticas e do planeamento da região à realidade territorial da futu- A década de 90 foi, por esta razão, rica na produção de bal da cidade e à sua articulação com o território envolvente.
ra área metropolitana. planos municipais. Toda a área metropolitana de Lisboa ficou re- Pode dizer-se que o primeiro plano director (De Groër) de-
Foi a nível local, após o “25 de Abril”, que a Administração gulada por planos de âmbito concelhio que, na ausência de pla- finiu a matriz de organização da cidade, a qual se manteve ao lon-
Pública democrática se confrontou com a necessidade de planear nos regionais e de orientações de nível supra-municipal, represen- go de quase cinquenta anos condicionando as decisões urbanís-
e gerir globalmente os territórios concelhios sob fortes pressões taram visões fragmentadas do espaço metropolitano e abordagens ticas e estabelecendo linhas de continuidade entre os três planos
sociais e políticas centradas nas carências de habitação condigna, localistas dos problemas urbanos e territoriais. realizados ao longo deste tempo. De facto, o Plano De Groër es-
de infra-estruturas, de equipamentos colectivos, de transportes, O mosaico constituído pelos PDM denota a falta de estra- tabelece os conceitos e o desenho da rede viária estruturante com
etc. tégias e de políticas integradoras e só os financiamentos comuni- base nas circulares e radiais da cidade, bem como os princípios
Na região de Lisboa, muitas das autarquias debateram-se, tários, que vieram a permitir concretizar infra-estruturas viárias da sua organização funcional, definindo a localização da zonas in-
além do mais, com os fenómenos da suburbanização e das ocu- estruturantes e a renovação da áreas como a da Expo’98, introdu- dustriais a Oriente, das zonas residenciais “organizadas em bair-
pações peri-urbanas de génese ilegal, onde a pressão social exi- ziram, a posteriori, alguns elementos de articulação e estruturação ros”, do Parque de Monsanto, e de grandes infra-estruturas de
gia a consolidação do direito de propriedade, através da legaliza- supra municipal. transporte de que se destaca a localização do aeroporto na Por-
ção dos loteamentos e das construções, e a integração urbanís- A diversidade tipológica da classificação dos solos que os tela.
tica dos Bairros. PDM apresentam mostra, por um lado, a falta de clarificação de Em 1967 é publicado o Plano Geral de Urbanização da Ci-
Na região de Lisboa, após uma primeira tentativa da Câ- conceitos e de nomenclatura técnica sistematizada e, por outro la- dade de Lisboa (PGUL), realizado na Câmara Municipal sob direc-
mara Municipal de Setúbal de realizar um plano global para o con- do, a complexidade do território metropolitano e a dificuldade de ção do arquitecto Maier-Heine, plano que, por um lado, “actualiza”
celho, foi o município da Moita que tomou a iniciativa de realizar uniformização de soluções e de processos de gestão. as propostas do plano De Groër e, por outro lado, articula o de-
um plano director de âmbito municipal. Trata-se de um “plano pio- Esta dificuldade é especialmente sentida nas áreas de tran- senvolvimento da cidade com a região através da integração com
neiro”, que acompanha as anteriores iniciativas de Évora, Oliveira sição urbano-rural, nas franjas dos espaços urbanos, onde a frag- o Plano Director da Região de Lisboa (PDRL) cuja realização foi si-
do Bairro e Mora, o qual enfrenta, pela primeira vez, os problemas mentação da classificação dos espaços é mais frequente e onde multânea.
das novas periferias no ordenamento municipal, nomeadamente a se procura compatibilizar a permanência de espaços rurais e a pre- Este novo plano director, aprovado com algumas adap-
integração metropolitana, as carências básicas de infra-estruturas servação de estruturas com valor paisagístico e ecológico com ou- tações em 1977, visava enquadrar o crescimento e expansão da
e equipamentos colectivos, a dispersão urbana gerada pelos “clan- tros usos de carácter urbano. cidade de Lisboa para as áreas periféricas do Concelho adoptan-
destinos”, e a falta de critérios para a gestão dos espaços rurais Esta situação reflecte uma evidente dificuldade em planear do um processo de planeamento baseado no macro-zonamento
peri-urbanos. e gerir as áreas de expansão e/ou reestruturação urbana, bem co- funcional da cidade e na definição de Unidades de Ordenamento
A realização dos Planos Directores Municipais (PDM) na mo áreas peri-urbanas onde a divisão entre solo urbano e solo para a realização de planos de urbanização mais detalhados.
década de 80 constituiu um vasto e importante campo de pesqui- rural, imposta pela Lei, não funciona como conceito de ordena- Em 1990 a Câmara Municipal de Lisboa decide realizar o
sa sobre o planeamento e a gestão do território na procura de mento metropolitano. novo PDM, de acordo com o Decreto-Lei n.º 69/90, tendo em con-
soluções que permitissem às autarquias intervir nos processos ur- Entretanto, surgem novos temas que adquirem expressão sideração que “este conjunto de instrumentos de difícil utilização
banísticos e territoriais num quadro em que não dispunham de con- em alguns planos municipais como o Turismo (Cascais, Sintra, Lou- não traduz uma política urbanística coerente para a cidade. A sua
dições políticas, legislativas, ou financeiras para introduzirem rup- res, Almada, Palmela, Sesimbra), o Património e a Arqueologia (Ma- desadequação à situação actual de Lisboa, sobretudo numa épo-
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AMADORA
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AZAMBUJA
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CASCAIS
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LISBOA
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LOURES
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MAFRA
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OEIRAS
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SINTRA
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VILA FRANCA DE XIRA
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ALCOCHETE
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ALMADA
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BARREIRO
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MOITA
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MONTIJO
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PALMELA
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SEIXAL
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SESIMBRA
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SETÚBAL
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Mapa XII.21 Ordenamento dos PDM compatibilizado segundo as classes de espaço do PROTAML de 1992
Mapa XII.22 PROTAML de 1992
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FONTES CARTOGRÁFICAS
AML (2001) - “Carta do Plano Director da Região de Lisboa de 1964”. Sistema
Metropolitano de Informação Geográfica. Lisboa: Área Metropolitana de
Lisboa.
AML (2001) - “Carta do Plano Regional de Ordenamento do Território
da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML) de 1992”. Sistema Metro-
politano de Informação Geográfica. Lisboa: Área Metropolitana de Lisboa.
AML (2001) - “Cartas de Ordenamento dos Planos Directores Municipais”
(várias datas). Sistema Metropolitano de Informação Geográfica. Lisboa:
Área Metropolitana de Lisboa.
CCRLVT (1992) - Plano Regional de Ordenamento do Território da Área
Metropolitana de Lisboa (PROTAML). Lisboa: Comissão de Coordenação
da Região de Lisboa e Vale do Tejo.
CCRLVT (1999) - Plano Estratégico da Região de Lisboa, Oeste, Vale do
Tejo, 2000-2010. Lisboa: Comissão de Coordenação da Região de Lisboa
e Vale do Tejo.
CCRLVT (2001) - Plano Regional de Ordenamento do Território da Área
Metropolitana de Lisboa (PROTAML). Lisboa: Comissão de Coordenação
da Região de Lisboa e Vale do Tejo.
MOP (1964) - Plano Director da Região de Lisboa (Anteplano). Lisboa: Minis-
tério das Obras Públicas, Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização.