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AULA 6 – PLANO DIRETOR E

LUOS DE MOC

PROFA. CABRIELLA NOVELLO DE ANDRADE


A elaboração do primeiro Plano
Diretor e de Urbanização da
cidade, se deu através da Lei 247
de 11 de março de 1955.

Esse plano tinha como objetivo


principal estabelecer as diretrizes
norteadoras do crescimento
urbano.

Dada às dificuldades da época, o


plano só foi aprovado em 1970.

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Na evolução da cidade reconhecemos a sucessão de cinco períodos do ponto
de vista da população:
1º - uma fase inicial, independente da
1ª) Fase inicial
atividade regional da cidade, em que
apenas funcionam os papéis de centro
administrativo religioso, até o final do
século XIX. A população estimada nesta
época é de 5.000 habitantes;
2ª) Fase
2º - Um período de crescimento lento,
até 1926, que reflete os primeiros
esforços de valorização de uma área em
expansão. De acordo com o Anuário de
Minas Gerais de Nelson Senna, em 1909
3ª) Fase a cidade possuía 9.000 habitantes;

3º - Um período de expansão acelerado,


caracterizado pelo envolvimento da
estrada de ferro e de uma aglutinação em
torno da estrada de rodagem que conduz
a Bahia. Em 1940 o censo estabelece
13.768 habitantes na cidade.
Um período de expansão contido, mas de
4ª) Fase
crescimento populacional rápido na escala
brasileira. Em 1950 o censo dá 20.370
habitantes e em 1955 a população pode
ser estimada em 28.500;

5º - o período de 55 até hoje, 1969


5ª) Fase apresenta um crescimento violento,
trazendo consequências para a vida
urbana e um aumento populacional
advindo de um êxodo rural sempre
crescente. Em 1964 o censo escolar
reconhece 51.002, e em outubro de 69 a
população é de 85.931.
Um gráfico extraído do I
Plano Diretor mostra o
avanço de Montes
Claros, nas últimas
décadas (1960-1970),
quando comparadas a
outro município mineiro
com características
parecidas, à época.
GRÁFICO 1 - Quadro comparativo de crescimento urbano.
Fonte: MONTES CLAROS, I Plano Diretor Urbano, 1970, p. 51.
Na década de 1960, Montes Claros foi incluída na área de atuação da
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
O processo de industrialização no município impulsionou também a
expansão urbana.
“cidade sem nenhuma tradição industrial,
Montes Claros se viu escolhida para sede
de uma área industrial, na qual convivem
indústrias de vários tipos, o que veio a
provocar profundas alterações na estrutura
econômica, social e urbana da cidade.”

Ainda nessa década começa a ser elaborado o I Plano Diretor que e é concluído
em 1970, visa corresponder a necessidade de orientar o uso do solo e a ocupação
do espaço urbano.

Segundo Fonseca (2010, p.92) “característica normativa e visando modernizar vem


acompanhado das leis de ‘urbanismo e zoneamento’, ‘classificação de uso de solo’
e ‘código de obras’, a fim de regulamentar as edificações existentes”.
A setorização da cidade beneficia as condições de deslocamento da cidade, mas na
maioria das vezes os investimentos públicos aliados à iniciativa privada,
especulação imobiliária, constroem beneficiando a burguesia, conforme aponta
Silva (2008, p.72) que o I Plano diretor da cidade de Montes Claros “serviu como
uma espécie de oficialização ou carta de intenções da elite dirigente local aos
organismos nacionais e internacionais responsáveis pela modernização do país e
das cidades brasileiras.” O que gerou assim, novos ideais modernos baseados nos
moldes burgueses europeus.

Na década de 1980 foi implantado, na região oeste da cidade, o loteamento


Ibituruna e simultaneamente foi construído o primeiro condomínio fechado
de classe alta e classe média alta em áreas servidas por toda infraestrutura
surgindo assim uma periferia privilegiada, enquanto que a classe de baixa
renda foi sendo afastada para a região leste da cidade carente de
serviços públicos.
A década de 1990 Montes Claros recebe uma grande população de
cidades vizinhas, o que ocasionou um grande crescimento periférico
caracterizando por um processo de intensa segregação, de acordo
com Leite e Pereira (2008, p.69) na década de 1990, ocorre um
crescimento periférico e horizontalizado na cidade de Montes Claros,
principalmente por uma população de baixa renda proveniente de
cidades vizinhas, sendo que a contribuição da zona rural para esse
fluxo de imigrantes é pequena.

A partir da década de 2000, percebe-se o setor de Serviços em Montes Claros em grande


expansão, conforme Leite e Pereira (2008, p. 72) o processo de expansão urbana a partir de
2000 gerou novos tipos de segregação, devido a um maior adensamento da área urbana de
Montes Claros, com a ocupação dos vazios dentro da malha urbana. Isto se deve ao
processo migratório da atualidade, que pode ser configurado pela demanda das
localidades vizinhas à procura pelo comércio, pelo atendimento na área da saúde e,
Pela existência de diversos núcleos educacionais, inclusive de formação superior e
profissionalizante, recebe estudantes das cidades de Januária, São Francisco,
Pirapora, Bocaiuva e demais regiões por possuir o maior número de instituições
de ensino infanto-juvenis, cursinhos e faculdades do Norte de Minas, por isso
é considerada um polo estudantil.
Montes Claros teve vários Planos para orientação de crescimento da
cidade:

- O Plano Diretor de 1970;

- o Programa de Aplicações em Desenvolvimento Urbano de 1974;

- o Plano de Desenvolvimento Local Integrado (PDLI) de 1977;

- o Projeto Especial Cidade de Porte Médio (PECPM de 1980); estes definidos por órgãos
federais;

- Plano de Desenvolvimento de Montes Claros (PDMC) de 1991,

- o Plano Diretor elaborado em 1995, que não chegou a ser aprovado;

- o Plano Diretor de 2001;

- Lei Complementar nº 53, de 01 de dezembro de 2016 - Instituiu o plano diretor do


Município de Montes Claros e da outras providências.
Obs: nestes últimos houve uma maior descentralização das ações do poder público
deixando a cargo da prefeitura as ações mais diretas sobre o planejamento da
cidade, tornando o processo de elaboração desses planos
mais democráticos.
No entanto, esses planos não possuem uma concepção holística da
cidade, no intuito de manter a cidade com “ares de moderna” não
assegurou a participação efetiva da diversidade social, mesmo no
que diz respeito às relações de gênero, o que significa que ações do
poder público continuavam pontuais e setorizadas, sem obedecer ao
planejamento de forma efetiva, aliado a isso o intenso crescimento
da cidade sobrecarregou a estrutura urbana existente e as tentativas
de planejamento existente ficaram, como na fala das pessoas da
cidade, “engavetados”, de acordo com Fonseca (2010, p. 119)
“ (...) O contexto de Montes Claros,
ainda não teve efetivas suas
políticas de ação democrática em
favor da população.


Curiosidade: Montes Claros e seus Muros

...A urbanista Regina Meyer, professora do Departamento


de História da Arquitetura e Estética do Projeto da FAU da
USP diz sobre os muros. "Eles estabelecem uma não-
comunicação entre as casas e a rua. São perniciosos, pois
você não enxerga a rua de dentro de casa e os passantes
não te enxergam. A rua perde sua função de lugar de
encontro e, vazia, torna-se mais perigosa.

...O urbanista Hector Vigliecca engrossa o coro: "Qualquer policial


sabe que, para se defender, você precisa saber onde está seu
inimigo. E, para defender um território privado, antes de mais
nada, você precisa defender o território público. Para isso você
tem que 'ocupar', ver e tomar conta do espaço público, da rua. Da
sua casa você precisa enxergar o que está acontecendo na rua,
chamamos isso de policiamento social".
Trabalho em grupo de 4 pessoas

Sobre o Plano diretor de Montes Claros :


1) Quais as diretrizes do Plano Diretor de Montes Claros?
2) Existe uma ideia positiva nessas diretrizes? E negativas? Justifique
3) Consegue perceber a participação coletiva no processo de construção do Plano
Diretor de Moc? Como podemos perceber isso no documento?

Sobre a Lei de Uso e Ocupação de solos de Montes Claros – Nº4198 de 23/12/2009


4)Como se subdivide o zoneamento de Montes Claros? O que comprende cada
classificação?
5) Explique uso conforme e uso não conforme
6) conceitue o que são assentamentos na Luos de Moc e quais as possibilidades
7) Sobre o Capitulo IV – quais disposições não conhecia
8) Como consultar a lei Nº 4198 de Moc e identificar que tipo de construção é
possível para um determinado lote?

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