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Criança e adolescente
FLORIANÓPOLIS
2019
AGRADECIMENTOS
Acredito que conquistas são alcançadas co- A todas as pessoas que se fizeram importan-
letivamente e, a vivência que me trouxe até tes e presentes, especialmente ao meu orien-
esse momento, legitimou minha opinião. tador Cristiano pela empatia e suporte, meu
muito obrigado.
Com minha mãe compreendi o real signifi-
cado de relações e a importância destas em
minha jornada. Ao meu pai, reconheço hoje
com mais clareza seus ensinamentos. Eterna
gratidão a vocês pela oportunidade e co-
laboração, para que fosse possível, atingir
meus sonhos.
08 INTRODUÇÃO
09 LOCALIZAÇÃO
10 OBJETIVOS
10 - Objetivo geral
10 - Objetivos específicos
11 METODOLOGIA
12 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
12 - A criança e o adolescente no Brasil
15 - A situação em Florianópolis
18 - Conceitos gerais
24 - Modelo atual de acolhimento institucional
28 ESTUDO DE CASO
30 - Conceituação
32 - Implantação e programa de necessidades
44 ANÁLISE DA ÁREA
46 - Mapa localização e bairros
48 - Mapa Plano diretor
50 - Mapa equipamentos
52 PARTIDO ARQUITETÔNICO
54 - O terreno
58 - Introdução ao projeto
60 - Implantação
62 - Programa de necessidades
64 - Corte esquemático
66 - Estrutura
68 - Moodboard
69 - Plantas e maquete eletrônica
78 CONSIDERAÇÕES FINAIS
79 REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
8
LOCALIZAÇÃO Figura 1 - Localização em escala
de cidade e bairro
Florianópolis
Fonte: Adaptado de
JARDIM ATLÂNTICO,
([2019]).
9
OBJETIVOS
GERAL ESPECÍFICOS
10
METODOLOGIA
12
ACOLHIDOS POR ESTADO ACOLHIDOS POR SEXO ACOLHIDOS POR IDADE
17
CONCEITOS GERAIS
Possui diversos tópicos demonstrando a im- Já o órgão responsável pelas políticas públi-
portância e os deveres dos serviços de acolhi- cas em defesa da integridade e do bem-estar
mento, como os citados nos artigos a seguir: dos menores é o Conselho Municipal dos Di-
reitos da Criança e do Adolescente.
Art. 19
§ 1º Toda criança ou adolescente que Possui funções como o registro dos serviços
estiver inserido em programa de acolhi- de acolhimento não governamentais, escolha
mento familiar ou institucional terá sua
situação reavaliada, no máximo, a cada dos membros tutelares e controle do fundo
6 (seis) meses, devendo a autoridade municipal. Seus representantes são compos-
judiciária competente, com base em re- tos por 50% oriundos do poder público e
latório elaborado por equipe interprofis- a outra metade pela sociedade civil. A sua
sional ou multidisciplinar, decidir de for- atuação juntamento com o ECA e com ou-
ma fundamentada pela possibilidade de
reintegração familiar ou colocação em tros programas é excepcional, pois garante o
família substituta, em quaisquer das mo- melhor proveito das potencialidades de cada
dalidades previstas no art. 28 desta Lei. um. (DIGIÁCOMO, 2013)
18
No ano de 2006 foi apresentada uma reso- O SGDCA, divide suas estratégias em três ei-
lução, através da necessidade de um sistema xos:
que articulasse as organizações, públicas e
privadas, referentes a defesa dos direitos. - Defesa dos direitos humanos
Art. 1º O Sistema de Garantia dos
Acesso jurídicos de proteção legal dos direi-
Direitos da Criança e do Adolescente tos reservados.
constitui-se na articulação e integra- - Promoção dos direitos humanos
ção das instâncias públicas governa- Abrange as políticas focadas na educação,
mentais e da sociedade civil, na apli- lazer, segurança, cultura, assistência social e
cação de instrumentos normativos e
no funcionamento dos mecanismos
saúde.
de promoção, defesa e controle para - Controle dos direitos humanos
a efetivação dos direitos humanos da É realizado no âmbito organizacional e parti-
criança e do adolescente, nos níveis cipativo pela sociedade civil.
Federal, Estadual, Distrital e Munici- (CONANDA, 2006)
pal.
(CONANDA, 2006)
23
MODELO ATUAL DE ACOLHIMENTO
INSTITUCIONAL
26
Legenda:
Volumetria do entorno
Volumetria Casa de Acolhimento
Uma diretriz de projeto era prever a entrada Diversos avanços já foram notados no campo
de iluminação natural, sem comprometer a do acolhimento voltado para crianças e ado-
eficiência térmica. Com temperatura média lescentes afastadas do convívio familiar. Até
de 9°C, foram empregadas paredes mais es- o surgimento do ECA em 1990 existiam os
pessas com pequenas aberturas. Já as maio- grandes orfanatos, instalados em casarões,
res que facilitam a entrada de iluminação, que acolhiam centenas de crianças em locais
são voltadas para o sul, fachada que recebe afastados da comunidade, onde as regras
maior incidência solar por estar no Hemis- eram impostas sem verificar as particularida-
fério Norte. Outro aspecto importante para des presentes em cada usuário. (HISTÓRIA,
questões de sustentabilidade é a presença de 2016).
painéis solares, localizados nos telhados. De-
talhes observados nas figuras 8 e 9. Eram classificadas como “Instituições totais”,
onde a educação, saúde e lazer eram ati-
Para os requisitos de acessibilidade, o proje- vidades realizadas dentro desses espaços,
to possui espaços apropriados para pessoas impossibilitando a convivência comunitária,
com deficiência (PCD), com acesso ao pri- pois a atual legislação presente era o Código
meiro pavimento realizado através de esca- de Menores, que não trabalhava na garantia
das e de plataformas de acessibilidade (BRA- dos direitos, mas sim na punição e exclusão
SIL, 2015). dos jovens classificados como delinquentes e
abandonados. (HISTÓRIA, 2016).
Ficha Técnica
28
Figura 10 - Fachada interna do centro de bem-estar.
Fonte: CENTRO... (2014).
29
CONCEITUAÇÃO
“Maison d’Accueil de l’enfance Eleanor Roo- Sua estrutura é de concreto armado, reali-
sevelt” é um centro de referência no atendi- zado por pilares e vigas, o que permitiu re-
mento de crianças e adolescentes afastados alizar o volume de sobreposições proposto.
do convívio familiar e que permanecem sob A fachada do projeto é composta por uma
tutela legal. Proporciona abrigo realizando estrutura de madeira revestida com placas
todo o apoio prático, educacional e psicoló- metálicas que preenchem os espaços entre o
gico a esses jovens (CENTRO..., 2014). peitoril e a viga, relacionando-se diretamente
com as esquadrias com acabamento na cor
Está inserido em uma região fortemente den- preta, demonstradas na figura 14.
sificada com uma diversidade de equipamen-
tos desenvolvidos por uma empresa semipú- Os elementos que marcam a horizontalidade
blica: Semavip. Já realizou no entorno um da volumetria, figura 15, são pré-moldados
circo, um cinema e um parque residencial, o de concreto, realizado com cimento branco
“Jardim Público Serge Gainsbourg”. de efeito fotocatalítico, ou seja, possui carac-
terísticas autolimpantes que preserva a cor e
Um centro de emergência é tanto
um abrigo para crianças, como um a qualidade visual no decorrer dos tempo.
lar de atendimento onde os jovens se
sintam acolhidos, protegidos e cui- Entre esses volumes de concreto estão pre-
dados. É também um lugar de transi- sentes, nas fachadas que recebem alta inso-
ção, onde os laços familiares, em vez
lação, diversas persianas em alumínio dou-
de ser cortados, são incentivados sob
uma supervisão calma e compassiva. rado, controlando a incidência solar através
(CENTRO..., 2014). da modulação das aberturas e tendo seu uso
benéfico na preservação da intimidade dos
usuários no interior do edifício.
Com uma visão contemporânea sobre a for-
ma de tratamento que esses menores mere- Com a paleta de cores e texturas definidas,
cem, o centro não pode passar a sensação a missão era caracterizar esses elementos na
de urgência, mesmo sendo essa a tarefa. Ne- porção interna, trazendo um carácter ceno-
cessitam demonstrar que este é um espaço gráfico, a modo de gerar uma atmosfera pra-
seguro que irá proporcionar o apoio neces- zerosa e funcional que lembrasse aspectos de
sário (CENTRO..., 2014). uma casa acolhedora (CENTRO..., 2014).
30
Devido ao seu carácter público de livre aces- Legenda:
so, sua organização é alcançada por pavi-
mentos independentes com uma clara de- 1 Sala de armazenamento
marcação dos espaços de livre acesso e dos 2 Sala técnica
privados. Cada pavimento é interpretado 3 Enfermaria
como uma única unidade com singularida- 4 Sala de espera
des de uso e de normatização sobre saúde e 5 Sala de visitas
segurança. 6 Quarto individual (12 á 18 anos)
7 Sala coletiva (3 á 6 anos)
Apesar desses atributos de projeto que garan- 8 Sala de jantar
tem a individualidade de cada andar, visual- 9 Sala coletiva (6 á 12 anos)
mente possui uma compatibilidade que os 10 Berçário (0 á 3 anos)
une através de texturas e elementos, de for- 11 Alojamento funcionários
ma a não demonstrar essas funções. (CEN- (BRASIL, Archdaily 2014.)
TRO..., 2014).
10 0 a 3 anos
6 a 12 anos
9
3 a 6 anos
8 7
12 a 18 anos
6
Térreo
5 4 3
2 1 Subsolo (serviços)
31
IMPLANTAÇÃO E PROGRAMA
DE NECESSIDADES
O terreno possui uma forma irregular com Uma escolha de projeto chama muito a aten-
construções já solidificadas em seu entorno. ção por prever futuras mudanças que podem
Seu volume edificado é trabalhado em “L” surgir. A exemplo, as dimensões dos corre-
com diferenciação de área construída em dores são generosas, para que não auxiliem
cada pavimento, resultando em um amorte- apenas como passagem, mas de alguma
cimento da sua altura total e conquistando forma, possa empregar outros usos dando
diversos terraços direcionados ao lazer (CEN- margem a alterações conforme necessidade,
TRO..., 2014). comprovado nas plantas a seguir dos pavi-
mentos (CENTRO..., 2014).
Essa estruturação beneficiou a incidência so-
lar, mas ainda poderia ser insuficiente, pois
o programa de necessidades possui ambien-
tes demasiadamente compactos. Dessa for-
ma foi contemplado grandes jardins internos,
evidenciados na implantação, que permitem
a entrada de iluminação e ventilação natural,
resolvendo qualquer limitação desta catego-
ria (CENTRO..., 2014).
32
IMPLANTAÇÃO Legenda:
ESCALA INDICADA
1 Entrada principal
2 Acesso ao alojamento
3 Acesso de serviço
0 5 10m
Jardim
interno
Jardim
interno
2 1 3
Figura 12 - Implantação.
Fonte: Adaptado de CENTRO... (2014).
33
SUBSOLO Legenda:
ESCALA INDICADA
1 Cozinhas
2 Salas técnicas
3 Arquivo morto, armazenamento
4 Sala de reunião
5 Biblioteca pessoal
6 Ateliê
7 Lavanderia
8 Sala de jantar da equipe
9 Vestiários
9 6
Figura 13 - Planta baixa setorizada do subsolo.
Fonte: Adaptado de CENTRO... (2014).
Circulação vertical 5
Social
Íntimo
Serviços 2 3 4
Acesso restrito
3 1
9
2
2 3
34
Figura 14 - Ilustração dos elementos de fachada.
Fonte: CENTRO... (2014)..
35
TÉRREO Legenda:
ESCALA INDICADA
1 Lobby
2 Recepção
3 Escritório da equipe
4 Sala de espera educacional
5 Sala de visitas para pais e filhos
6 Escritório de serviço social
7 Enfermaria
8 Sala de reunião
9 Direção e administração de escritórios
10 Escritório responsável pelos serviços
10
Circulação vertical
Social
9
Íntimo
Serviços
Acesso restrito
5 3
1
4
7 6 2 4 8
36 A B C
1º PAVIMENTO Legenda:
ESCALA INDICADA
1 Unidade (Sirroco) 8 Sala de jogos
2 Unidade (alizé) 9 Sala de ginástica
3 Unidade (Mistral) 10 Sala de aula
4 Quarto individual 11 Midiateca
5 Quarto adaptado 12 Lavanderia
6 Escritório educador 13 Escritório
7 Sala de jantar
0 1 5m
4 3
4
Figura 17 - Planta baixa setorizada do 1º pavimento.
Fonte: Adaptado de CENTRO... (2014).
6
10
Circulação vertical 9
Social 11
Íntimo
Serviços
Acesso restrito 8
7
4 8 6 13
6
1 2
8 4 7 12 4 5
37
2º PAVIMENTO Legenda:
ESCALA INDICADA
1 Unidade (Kapia) 8 Sala de leitura
2 Unidade (Dupio) 9 Sala psicomotora
3 Quarto com 1 á 3 camas 10 Jardim de infância
4 Banheiro compartilhado 11 Escritório
5 Escritório equipe educacional 12 Terraço de jogos
6 Sala de jantar
7 Sala de jogos
0 1 5m
Circulação vertical
Social
Íntimo
Serviços
Acesso restrito 9
11 5
3 6 7
2
1 8
3 4 3 4 6 7
38
Figura 19 - Terraço de jogos arborizado.
Fonte: CENTRO... (2014)..
39
3º PAVIMENTO Legenda:
ESCALA INDICADA
1 Unidade (Chamallow) 8 Sala de jogos
2 Unidade (Dragibus) 9 Sala de aula
3 Quarto com 1 á 3 camas 10 Biblioteca de mídia
4 Banheiro feminino 11 Escritório
5 Banheiro masculino
6 Escritório equipe educacional
7 Sala de jantar
0 1 5m
Circulação vertical 4
10 9
Social
Íntimo
Serviços 7
Acesso restrito
8
11
5 3 8
2
1 3
3 4 3 7 6 5
40
4º PAVIMENTO Legenda:
ESCALA INDICADA
1 Unidade (Libellule) 8 Escritório multiuso
2 Unidade (Lutins) 9 Sala de visitas
3 Unidade (Petit mousse) 10 Depósito carrinhos de passeio
4 Unidade (Bout”chou) 11 Sala preparação de mamadeiras
5 Jardim de infância (oasis) 12 Escritório
6 Escritório educacional 13 Terraço de jogos
7 Sala de escuta
0 1 5m
13
Circulação vertical
Social
Íntimo
Serviços
5
Acesso restrito
8
12
4 3 2
9
11
7
10
6 1
41
COBERTURA Legenda:
ESCALA INDICADA
1 Alojamento funcionários
2 Passarela ao ar livre
3 Telhado não acessível
0 1 5m
Circulação vertical
Social
Íntimo
Serviços
Acesso restrito 3
1 1 1
3
2
42
Figura 24 - Volumetria concebida.
Fonte: CENTRO... (2014)..
43
ANÁLISE DA ÁREA
Através dos mapas apresentados a seguir, é A região continental iniciou seu parcelamento
possível verificar a ocupação urbana da re- do solo, de maneira mais itensa, a partir da
gião insular e continental de Florianópolis metade do século XX, sendo Mariano Vieira,
no ano de 2014. Possui um traçado carac- quem mais instituiu loteamentos. Na década
terístico, não só por questões de relevo e ve- de 1960 o crescimento é intensificado após
getação, mas pelo processo de colonização a construção da BR-101, criação da UFSC,
que direcionou os imigrantes para os atuais entre outros equipamentos que realizaram o
adensamentos. A população foi crescendo e convite ao aumento populacional, gerando
decorrente de diversos fatores político-admi- dessa forma diversos centros de assentamen-
nistrativos, esse cenário atual foi construído tos informais (NASPOLINI, [2017]).
(NASPOLINI, [2017]).
44
Figura 26 - Região continental, 1957. Figura 27 - Região continental, 1977.
Fonte: Adaptado de PMF (2019). Fonte: Adaptado de PMF (2019).
45
MAPA LOCALIZAÇÃO Terreno do projeto
Av. Marinheiro Max Schramm
E BAIRROS Av. Atlântica
Av. Juscelino Kubitscheck de Oliveira (PC3)
BR-282 (Via Expressa)
1 Angeloni Jardim Atlântico
2 Estádio Orlando Scarpelli
3 Big Capoeiras
1
BALNEÁRIO
JARDIM ATLÂNTICO
2
MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ
CANTO
COLONINHA ESTREITO
MONTE CRISTO
CAPOEIRAS
46
Com o auxilio dos mapas da evolução do se- Ao entorno do terreno esta presente o bair-
tor continental de Florianópolis, desde 1957, ro da Coloninha, Canto e Balneário, in-
com um intervalo de aproximadamente 20 terligados pela Avenida Marinheiro Max
anos entre cada imagem apresentada, é pos- Schramm que leva até o acesso as pontes
sível identificar desde o início um traçado ur- Colombo Salles e Pedro Ivo pelo região do
bano que se permaneceu, se intensificando estreito. A Avenida Juscelino Kubitscheck de
ao passar dos anos. Nas proximidades da Oliveira (PC3) segundo o Plano diretor de
atual BR-282, mais conhecida como via ex- Florianópolis possui uma projeção para ex-
pressa, o adensamento demorou mais para tensão até a Via Expressa, onde atualmente
ocorrer, por se tratarem de terras mais distan- não possui grande utilidade por não reali-
tes do mar e da região insular. zar ligação com nenhuma outra área.
Com o aumento do fluxo migratório, prin- Possui como ponto de referência o Está-
cipalmente por famílias que deixam o cam- dio Orlando Scarpelli, localizado no Bairro
po para residir em cidades e/ou por busca Canto, o Big as margens da Via Expressa e
de mais oportunidade e qualidade de vida, o supermercado Angeloni.
mais acentuado a partir da década de 1970,
o crescimento do número de assentamentos A região apresentada no mapa possui
informais aumentou. O bairro Monte cristo é uma diversidade de estrutura, apresentan-
um exemplo deste processo que de acordo do locais com usuários de poder aquisitivo
com CANELLA (2013) surgiu de movimentos maior, como é o caso do Balneário, pas-
sem-teto e atualmente possui o maior aden- sando por locais em crescimento da espe-
samento comparado com outras regiões que culação imobiliária e surgimento de novos
possuem as mesmas configurações. empreendimentos no Jardim Atlântico, até
lugares desassistidos pelo poder público
O bairro Jardim Atlântico, aonde está inseri- com grande concentração de pobreza.
do o terreno para projeto, e o Monte Cristo,
fazem a divisa com o município de São José,
pertencente a região da grande Florianópolis.
47
MAPA PLANO DIRETOR Terreno do proejto
Área Mista Central (AMC)
Área verde de lazer(AVL)
Área Comunitária Institucional (ACI)
Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)
Área Residencial Mista (ARM)
Área Residencial Predominante (ARP)
8.5
4.5 8.5
12.5
8.5
48
EDIFÍCIO EEB ROSA TORRES CRECHE CELSO
MULTIFAMILIAR CREAS DE MIRANDA PAMPLONA
49
MAPA Terreno do projeto
Área verde de lazer (PC3)
EQUIPAMENTOS Ponto de ônibus
1 Associação dos Moradores Jardim Atlântico
2 Centro de Referência Especializado de Assistência Social
3 EEB Rosa Torres de Miranda
4 Creche Celso Pamplona
5 Centro de saúde Jardim Atlântico
6 Unidade de Pronto atendimento continente
7 Terminal de Integração do Jardim Atlântico
3 4
1 2
6
7
Av
.J
us
ce
lin
o
Ku
bits
ch
ec
kd
eO
liv
eir
a
Figura 33 - Mapa equipamentos
Fonte: Adaptado de JARDIM ATLÂNTICO, ([2019]).
50
O mapa plano diretor de Florianópolis com- Pronto Atendimento. No contexto social há
parado com a situação atual do recorte rea- presença da Associação dos Moradores re-
lizado são distintos. Prevê uma verticalização presentando o bairro Jardim Atlântico e um
acentuada, com 4 pavimentos em área resi- Centro de Referência Especializado de Assis-
dencial predominante mas podendo alcançar tência Social que gera apoio a toda diversida-
até 12 pavimentos em área mista central. É de de público que tem seus direitos violados.
visível na imagem da elevação existente que
possui predominância em residências unifa- Outra particularidade é a presença do Ter-
miliares com até 2 andares com comércios minal de Integração que desde a sua cons-
pontuais e alguns blocos de edifícios multi- trução nunca exerceu suas funções, estando
familiares. atualmente abandonado. De alguma forma,
podem surgir diretrizes para um novo uso que
O terreno está inserido em uma Área Comu- possa trazer benefícios para a comunidade,
nitária Institucional fragmentada em 5 partes, já que demonstrou ineficiência para o trans-
que possui diversos equipamentos públicos porte público.
importantes para complementar as atividades
desenvolvidas por um abrigo institucional. As Com a presença de uma área de lazer, con-
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS (2009), comen- tendo academia ao ar livre, parque infantil,
tam sobre a importância dessa articulação pistas de skate, gramado de futebol e espa-
intersetorial, que auxilia nas atividades liga- ço de convivência, o setor ainda possui dois
das a educação, saúde e lazer. grandes espaços destinado para Área Verde
de Lazer. Estes locais se encontram paralelos
O entorno imediato do local escolhido para a Av. Juscelino Kubitscheck de Oliveira, atu-
desenvolvimento do projeto possui as carac- almente sem uso com a presença crescente
terísticas citadas acima. No âmbito de educa- de assentamentos irregulares em uma área
ção contém uma creche e uma escola a nível em que não é destinada para residências.
fundamental com apoio de quadras polies-
portivas, biblioteca, entre outros equipamen-
tos. Representando a saúde a região detém
de um Centro de saúde e uma Unidade de
51
CENTRO DE ACOLHIMENTO E ATENÇÃO SOCIAL
52
PARTIDO ARQUITETÔNICO
53
O TERRENO
0 10 25m
O projeto está inserido em um terreno com A oeste, seu entorno imediato se faz com
grande variação altimétrica, sendo sua tes- edifícios de 4 pavimentos e com o Centro
tada na região de maior altitude, cota de 26 de saúde Jardim Atlântico representados no
metros, voltada para a rua Manoel Pizalati, e corte “AA”. A leste, a presença de um grande
seu outro extremo no nível 17. muro faz a divisa com outro edifício de mes-
mo gabarito e residências unifamiliares. Pos-
Atualmente possui uma rua sem saída de sen- sui também diversos equipamentos públicos,
tido duplo, que possibilita o acesso a Unida- por estar inserido em uma ACI .
de de Pronto Atendimento, interligada pelo
interior do lote a rua Gualberto Senna.
B A
R. Manoel Pizolati
03
R. Aleixo A. de Souza
01
C C
D D
R. Gualberto Senna
02
54
Terminal de Integração Edifício Edifício
Jardim Atlântico multifamiliar Centro de saúde multifamiliar R. Manoel Pizolati
Limites do terreno
CORTE AA
SEM ESCALA
Limites do terreno
CORTE BB
SEM ESCALA
Limites do terreno
CORTE CC
SEM ESCALA
Limites do terreno
Figura 36 - Cortes esquemáticos CORTE DD
Fonte: Elaboração própria (2019). SEM ESCALA
55
Com uma topografia marcante e um poten- Apropriando-se das curvas de nível, seria
cial visual favorável, surgiram os pontos de possível resultar de um pavimento frontal
partida para as primeiras intenções de pro- (Rua Manoel Pizolati) para mais andares na
jeto. medida que as cotas de fossem diminuindo.
Essas ações acarretariam em um ganho de
Inserido em uma Área Comunitária Institucio- área verticalizada tendo mais espaços livres
nal, as normativas de uso e ocupação são re- do terreno para locais de lazer, disfarçando a
ferentes ao zoneamento do seu entorno. Con- altura final da edificação.
forme as orientações do CONANDA; CNAS
(2009) sobre a tipologia arquitetônica, esse Destacar o potencial visual direcionado ao
documento comenta sobre a importância da sul, de maneira que o maior numero de usuá-
semelhança de abrigos com seu entorno. rios pudesse usufruir desta paisagem, foi ide-
alizado através de espaços de lazer privados,
Foi admitido intenções para o lançamento do pois já seriam necessários em decorrência do
volume e o princípio foi gerar uma forma que tema proposto. Esse aspecto se torna mais
não transmitisse emponderamento sobre as positivo quando analisado a impossibilidade
demais edificações presentes no entorno, que de construção que poderiam barrar esse visu-
não fosse grandioso e não perdesse a rela- al, pois os espaços próximos que ainda não
ção com o pedestre na testada do lote. Dessa estão ocupados são Áreas Verdes de Lazer,
maneira surgiram os primeiros esboços, de- segundo o Plano diretor de Florianópolis.
monstrados na figura 37, que conseguem se-
guir as diretrizes propostas.
56
Figura 38 - Vista 01
Fonte: Elaboração própria (2019).
57
INTRODUÇÃO AO PROJETO
58
ACESSO ACESSO
RESTRITO PÚBLICO
ATINGIMENTO VIÁRIO
ATENÇÃO SOCIAL
COBERTURA VERDE
CAMADA VEGETATIVA
CAMADA VEGETATIVA
RUA COMPARTILHADA
ESPAÇO
ABRIGO ESTAR
INSTITUCIONAL
ESPAÇO
LAZER
LAZER
PRIVADO
59
IMPLANTAÇÃO Legenda:
Entrada público 5 - Área verde sombreada
Entrada abrigo 6 - Quadra esportes
1 - Rua compartilhada 7 - Parque infantil privado
2 - Estacionamento 8 - Cobertura verde
3 - Espaço verde livre
4 - Praça seca
Com base nos estudos anteriores, a diretriz acessos aos espaços verdes e ao edifício.
principal era conceber espaços que promo- Com piso cimentício, trazem o verde em can-
vessem a vivência e atividades no contraturno teiros e junto com o mobiliário, criando uma
escolar, e não possuísse uso exclusivo como conexão com o restante da implantação. Nas
moradia. duas laterais do lote a camada vegetativa
serve como amortecimento dos grandes mu-
O volume a frente , voltado a norte, repre- ros existentes, que suavizam o visual “vestin-
senta o convite ao uso, não apenas dos mo- do” os extremos com o verde tão esquecido
radores, mas de toda a comunidade, com nas cidades.
equipamentos geradores de atenção social.
Possui também uma entrada privada para as A rua compartilhada vem como resultado de
crianças, trazendo uma individualidade de uma característica já existente, que gera a
acesso de modo a buscar a semelhança de conexão com a Unidade de Pronto Atendi-
uma residência. mento, onde foi verificado seu uso nas visitas
ao local. Via com velocidade máxima de 20
A topografia foi planejada para criar uma km/h, com concreto drenante de coloração
composição entre taludes e platôs. As áreas avermelhada, com presença de vagas que
de transição através dos taludes se estendem foram distribuídas ao longo da via, com es-
a uma porção maior no terreno, para que paços de lazer e vegetação entre elas, com
desta forma seja possível reduzir ao máximo mesmo nível e piso da calçada.
a inclinação entre os níveis. Com vegetação
rasteira pisoteável, os espaços poderão ser Com a pequena dimensão do terreno e o in-
ocupados, de forma singular por cada usuá- tuito de criar mais espaços livres, a cobertura
rio, pois são livres e apenas sombreadas em foi utilizada como extensão do solo, tornando
alguns locais. Essa característica prevê que útil um espaço muitas vezes esquecido. Seu
os usos podem ser transformados com o tem- acesso acontece através do vazio no centro
po e não restringe a apenas uma atividade do edifício, por escada e elevador. Espaços
pré definida. O edifício também carrega esse privados também foram projetados, direcio-
conceito, que será exemplificado nos tópicos nados para o potencial visual a sul. As gran-
a seguir. des sacadas nos níveis superiores e o parque
infantil no interior do lote configuram esses
Os platôs são concebidos para marcarem os atributos.
60
Figura 42 - Implantação
Fonte: Elaboração própria (2019).
26,0
A
32,0
2
3
22,0 4
A 7 18,0
5 15 30 50
61
PROGRAMA DE NECESSIDADES
62
Figura 43 - Programa de necessidades
Fonte: Elaboração própria (2019).
63
CORTE ESQUEMÁTICO AA
O projeto desenvolve espaços que possam acolher crianças e adolescentes entre 0 a 18 anos
de idade, pelo período necessário. A setorização e o número de vagas vão seguir da seguinte
maneira:
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Idade Número de vagas
0a3 6
3a6 6
6 a 12 15
12 a 18 15
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Figura 45 - Malha estrutural
ESTRUTURA Fonte: Elaboração própria (2019).
A estrutura faz parte do lançamento das dire- O restante das divisórias internas serão em
trizes, pois independente das funções que a Drywall com espessura média de 9cm, re-
arquitetura desempenhar, ela deve ser con- sultando em um melhor conforto acústico e
dizente com a proposta. Os espaços e seus térmico se comparado com bloco cerâmico
usos são alterados com o tempo, mesmo furado.
mantendo sua atividade principal os usuários
são variados, transformando o ambiente da 80
forma que melhor o representa.
10
50
O sistema estrutural escolhido foi a compo- 40
sição de pilares de concreto armado com
laje nervurada, de forma a gerar uma malha
com o menor numero de apoios, com vão
máximo de 15 metros. A altura da laje foi 40
escolhida com base no pré-dimensionamen-
to de Rebello (2000), e cubetas disponíveis Figura 46 - pré-dimensionamento Laje e cubeta
no mercado, representada na figura 46 com Fonte: Elaboração própria (2019).
dimensões em centímetros.
75
A partir dessas escolhas foi possível modular
todo o edifício (múltiplos de 80) para não 60
haver a necessidade de usar meia fôrma e
45
para todos os maciços externos ficarem com
ALTURA EM CM
67
MOODBOARD
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PLANTAS E MAQUETE ELETRÔNICA
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NÍVEL 26 E 28 Legenda:
ESCALA 1:500 1 Espaço pequenos eventos 11 Espaço jantar e estar
2 Recepção 12 Escritório e lavabo funcionários
3 Sala de visitas 13 Jardim interno
4 Biblioteca 14 Demi suíte
5 Salas psicologia 15 Demi suíte PcD
6 Sala psicologia em grupo 16 Espaço jantar e estar
7 Sala visitas (0 a 3 anos) 17 Escritório, lavabo func. e depósito
8 Banheiros 18 Academia
9 Quartos compartilhados 19 Sacada
10 Brinquedoteca
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NÍVEL 24 E 22 Legenda:
73
NÍVEL 18 Legenda:
ESCALA 1:500
1 Sala arquivos e armaz. 8Copa/sala de jantar
2 Depósito (Geral/DML) 9 Sala de TV
3 Cozinha 10 Sala de jogos
4 Lavanderia 11 Escritório e lavabo funcionários
5 Espaço descanso 12 Demi suítes compartilhadas
6 Escritório direção/Adm 13 Suíte compartilhada
7 Banheiro/vestiário 14 Espaço jantar e estar
12
11 14
13
Figura 58 - Planta baixa nível
18
Fonte: Elaboração própria (2019).
74
Figura 59 - Fachada sul
Fonte: Elaboração própria (2019).
75
Figura 61 - Perspectiva implantação
Fonte: Elaboração própria (2019).
76
Figura 63 - Composição laje nervurada com brises de
madeira e guarda-corpo em vidro
Fonte: Elaboração própria (2019).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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existentes no DF que recebem apoio financeiro do governo para ajudar no custeio dos servi-
ços prestados. 18 jul. 2017. 1 fotografia. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.
br/2017/05/21/abrigos-infantis-recebem-acoes-para-minimizar-impacto-do-abandono/. Aces-
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tps://www.archdaily.com.br/br/760562/casa-de-acolhimento-para-menores-cebra?ad_me-
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violência. Para isso, dá visibilidade ao tema; influencia mudanças na legislação e nas políticas
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