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PRESERVAÇÃO E GESTÃO DO
PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO:
A CONTRIBUIÇÃO DO
HERITAGE INFORMATION SYSTEM
Salvador (BA),
Julho de 2013
Universidade Federal da Bahia – UFBA
Faculdade de Arquitetura
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
PRESERVAÇÃO E GESTÃO DO
PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO: A CONTRIBUIÇÃO DO
HERITAGE INFORMATION SYSTEM
Salvador - BA
Julho, 2013
Anna Karla Trajano de Arruda
PRESERVAÇÃO E GESTÃO DO
PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO: A CONTRIBUIÇÃO DO
HERITAGE INFORMATION SYSTEM
Salvador – BA
Julho, 2013
Faculdade de Arquitetura da UFBA - Biblioteca
À Socorro, minha mamãe, à Gladston, meu irmão e à Maria, minha bá, agradeço o
amor da família que existe entre nós, minha fortaleza para que eu realize todos os
meus projetos de vida.
Ao meu mestre e amigo Portugal, o meu eterno carinho e gratidão por, desde do
início da minha formação como arquiteta, ter acompanhado minha trajetória
profissional e acadêmica, sempre me incentivando a superar todos os obstáculos e
desafios, e compartilhando comigo as alegrias e vitórias.
Aos professores, Eugênio Lins, Gilberto Corso e José Luiz Portugal, por aceitarem
prontamente o convite de fazer parte da banca examinadora e pelas valiosas
contribuições ao trabalho na fase de qualificação da tese e a indicação de
referências bibliográficas relevantes ao longo da pesquisa. Ao professor Nivaldo
Vieira de Andrade Junior por também aceitar o convite de compor a banca
examinadora na defesa final da tese.
Ao IPAC, por gentilmente ter cedido suas instalações Cachoeira para a hospedagem
do grupo de pesquisa nas missões de campo para levantamento de dados.
Aos colegas arquitetos, Gabriela Sampaio e Nivaldo Andrade, que diante de suas
experiências profissionais junto ao IPHAN, dedicaram parte de seu tempo a discutir
comigo e fazer reflexões sobre as questões de preservação e gestão do patrimônio,
ampliando minha visão a respeito do tema.
RESUMO
ABSTRACT
While always associated with identity and memory, cultural heritage has undergone
semantic transformations over the years. The understanding of heritage has widened
beyond the monument, today covering not only what is built, but also intangibles
such as traditions, knowledge and practices, and the landscape itself. Looking
specifically at constructed heritage represented by buildings and historical sites, note
that the way cultural inventories are documented has undergone significant changes
due to the employment of digital technologies in the identification and understanding
of cultural property as a tool for protection. In this context, agencies such as
UNESCO and ICOMOS, along with research centers in several countries, currently
emphasize the use of Geographic Information System (GIS) technology as an
important tool for the acquisition, storage, management, analysis, and visualization of
data. The sites historical development is entered into a system of cultural
georeferenced information available on the web, internationally known as the
Heritage Information System (HIS), to be used in the development of programs,
plans and projects aimed at the preservation and management of built heritage. This
paper discusses the modeling and implementation of HIS for Historical Sites of
Bahia. The sites are documented with Architectural and 3D urban geometric models
are generated in conformance with the standards of CIDOC CRM, and CityGML,
respectively. The conceptual model of HIS was developed by observing techniques
used in the discipline of Project and Systems Analysis. In order to empirically validate
the model, we chose to work with a case study on the Architecture and Landscape of
the city of Cachoeira, a declared National Monument, using the development of a
prototype site called HIS Cachoeira. The first version of HIS Cachoeira allows for
queries in a spatial database of visualization of descriptive data and multimedia files
relating to buildings, in addition to performing spatial analysis on the historical site
through the production of thematic maps, reports and statistical charts. HIS
Cachoeira is available on the website (www.acevocachoeira.ufba.br) which, after
evaluation and consolidation, will be published to meet the needs of planners,
technicians and managers linked to protection agencies, and also the students,
teachers, researchers and tourists interested in learning about the heritage of
Cachoeira. Thus contributing to the civic education that ultimately influences the
preservation and conservation of the architecture and landscape of the city.
Keywords: Heritage Preservation. Monuments and Historical Sites. Architectural
Documentation. Digital Technologies. Geographic Information System. Heritage
Information System.
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System
RESUMEN
Con los años el patrimonio cultural, siempre estuvo asociado con la identidad y la
memoria de un lugar; sin embargo, ha sufrido transformaciones semánticas, que
ampliaron el conocimiento de la herencia más allá del monumento, y que hoy abarca
no sólo lo que se construye, sino también los valores intangibles como las
tradiciones, conocimientos, prácticas, y el propio paisaje. Considerando
específicamente el patrimonio representado por los edificios y sitios históricos, se
observa que la documentación, a través de los inventarios culturales, también ha
sufrido cambios significativos debido a la posibilidad de emplear las tecnologías
digitales en la identificación y comprensión de los bienes culturales, como una
herramienta para su protección. En este contexto, en la actualidad, los organismos
como la UNESCO y el ICOMOS, y centros de investigación de varios países, hacen
hincapié en el uso de la tecnología de Sistema de Información Geográfica (SIG)
como una herramienta importante para la adquisición, el almacenamiento, la gestión,
el análisis y la visualización de datos sobre sitios históricos, para el desarrollo de un
sistema de información cultural georeferenciada, disponibles en la web,
internacionalmente conocido como Sistema de Información del Patrimonio (HIS); con
la finalidad de ser utilizado en el desarrollo de los programas, planes y proyectos
para la conservación y gestión del patrimonio construido. Por lo tanto, este trabajo
analiza el modelado y la implementación de un HIS de Sitios Históricos de Bahia,
teniendo en cuenta el CIDOC CRM y CityGML estándar respectivamente, en los
procesos de toda la documentación de los conjuntos arquitectónicos y de creación
de modelos urbanos 3D. El modelo conceptual del HIS se ha desarrollado mediante
la observación de los métodos y técnicas en el área de Sistemas de Proyectos y
Análisis. Para validar el modelo, como objeto empírico, se optó por trabajar con un
estudio de caso, siendo seleccionado el conjunto arquitectónico y paisajístico de la
ciudad de Cachoeira, declarada Monumento Nacional, mediante el desarrollo de un
prototipo llamado HIS Cachoeira. La primera versión del HIS Cachoeira está en
desarrollo y permite las consultas a una base de datos espaciales con la
visualización de información descriptiva y archivos multimedia de los edificios,
además de realizar el análisis espacial del sitio histórico al producir mapas
temáticos, informes y los gráficos estadísticos. HIS Cachoeira está disponible en el
sitio web www.acervocachoeira.ufba.br, después de su evaluación y consolidación,
será publicado para satisfacer no sólo a los planificadores, técnicos y directivos
vinculados a organismos de protección, sino también a los estudiantes, profesores,
investigadores y turistas interesados en conocer el patrimonio histórico de
Cachoeira. De este modo, también se contribuye a la educación cívica, que refleja
en última instancia en la preservación y conservación del conjunto.
AL Estado de Alagoas
AM Estado do Amazonas
BA Estado da Bahia
BD Banco de Dados
CA Código Aberto
CE Estado do Ceará
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System
ER Entidade-Relacionamento
GO Estado de Goiás
HiMAT History of Mining Activities in the Tyrol and Adjacent Áreas: Impact on
Environment & Human Societies
ICCROM International Centre for the Study of the Preservation and Restoration
of Cultural Property
MA Estado do Maranhão
OO Orientação a Objeto
PA Estado do Pará
PE Estado de Pernambuco
PI Estado do Piauí
SE Estado de Sergipe
TO Estado do Tocantins
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 12 - Ortofoto e elevação de uma quadra do Centro Histórico de Lençóis - BA, 102
obtidas por restituição fotogramétrica e vetorização em programas CAD
Figura 16 - Laser Scanner móvel para aplicações terrestres: (a) modelo Lynx Mobile 107
Mapper; (b) nuvem de pontos de edificação histórica e seu entorno
(localização não indicada)
Figura 25 - Arquitetura de sistema para Cloud GIS proposta por Bhat e colaboradores 119
(2011)
Figura 28 - Projeto Ancyra, Università Politecnica delle Marche - Itália: (a) formulário 128
para entrada de dados de inventário; (b) formulário para inserção de
metadados da fotografia
Figura 29 - Centro histórico de Cantù - Itália: 3D GIS com análises históricas, nível de 129
conservação e transformação dos edifícios
Figura 30 - Web GIS do Piano di Protezione del Comune di Manfredonia - Itália 129
Figura 32 - Templo de Augusto (Projeto Ancyra, Università Politecnica delle Marche - 131
Itália): (a) modelo geométrico visualizado no Google Earth; (b) modelo
publicado no 3D Warehouse Network
Figura 34 - Projeto HiMAT: (a) principais classes CRM; (b) propriedades CRM com 140
relacionamentos entre as classes; (c) Thesaurus com as atividades de
cada classe
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System
Figura 35 - Projeto HiMAT: (a) esquema da estrutura de dados; (b) interface para 141
entrada de dados e metadados
Figura 36 - Projeto HiMAT: (a) Interface Web GIS; (b) visualização simultânea da 142
recuperação de dados: atributos, gráficos estatísticos e imagem
Figura 37 - Ilustração dos cinco níveis de detalhes definidos pelo CityGML 145
Figura 42 - Modelo digital de terreno com sobreposição de imagem, usado como 155
backgroud para modelagem geométrica tridimensional sítio histórico de
Plaka, centro de Atenas - Grécia
Figura 43 - Representação tridimensional dos edifícios: (a) LoD 1; (b) LoD 2 e (c) 156
LoD 3, usando a ferramenta ArcScene - ESR; (d) LoD 4 em 3D Studio
Max
Figura 44 - Hiperlink dos modelos de edifícios a arquivos externos, via mapa base e 157
MDT
Figura 50 - Diagrama UML para modelagem de edifícios por nível de detalhes do HIS 181
de Sítios Históricos da Bahia, no padrão CityGML
Figura 61 - Gravura de Mello Moraes de 1866, da Igreja de Nossa Senhora D'Ajuda 202
Figura 63 - Convento de Santo Antônio do Paraguaçu, Cachoeira - BA: (a) estado de 204
conservação em 1982; (b) estado de conservação em 2010.
Figura 64 - Seminário de Nossa Senhora de Belém, Cachoeira - BA: (a) estado de 205
conservação em 1982; (b) estado de conservação em 2008
Figura 70 - Santa Casa de Misericórdia à esquerda, Igreja de São João ao centro e o 212
Chafariz Imperial à direita, Cachoeira - BA
Figura 73 - Ponte Imperial D. Pedro II, antigo cais do Manga, Cachoeira - BA 215
Figura 74 - Feira livre na Praça Dr. Milton, no início do século XX, Cachoeira - BA 216
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System
Figura 75 - Mercado Público, com feira livre em suas imediações, Cachoeira - BA 216
Figura 82 - Mapa das tomadas fotográficas para produção os panoramas do sítio 253
histórico de Cachoeira - BA
Figura 85 - Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Cachoeira - BA: (a) fotografia da 259
fachada; (b) ortofoto gerada com Photomodeler Scanner; (c) restituição
digitalizada no AutoCAD
Figura 86 - Igreja do Monte de Cachoeira - BA: (a) fotografia da fachada; (b) posição 261
das câmeras nas tomadas fotográficas; (c) construção do modelo,
visualização em wireframe; (d) modelo fotorrealístico, produto preliminar
Figura 87 - Imagens Panorâmicas de Cachoeira - BA: (a) Largo da Igreja da Ajuda; 263
(b) Rua Ana Nery, com a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário; (c)
Rua Dr. Simões Filho, ao fundo a Igreja do Monte
Figura 88 - Estação Ferroviária de Cachoeira - BA: modelo geométrico produzido com 264
Revit Architecture
Figura 89 - Interface temporária para entrada de dados multimídia do HIS Cachoeira 265
Figura 105 - Page MAPA, com funcionalidades GIS do HIS Cachoeira 280
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System
LISTA DE QUADROS
Quadro 24 - Síntese do conteúdo dos Relatórios Técnicos da CPL para o PDDU 231
de Cachoeira
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System
LISTA DE TABELA
Tabela 1 - Distribuição dos bens culturais da Bahia por território de identidade 170
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
RESUMEN
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO 31
1.1 Objetivos da Pesquisa 34
1.1.1 Objetivo Geral 34
1.1.2 Objetivos Específicos 34
1.2 Estrutura da Tese 35
1.3 Aspectos Metodológicos 36
REFERÊNCIAS 290
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 31
Anna Karla Trajano de Arruda
1 INTRODUÇÃO
introdução
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 32
Anna Karla Trajano de Arruda
Por outro lado, a complexidade das tarefas próprias à preservação e à gestão dos
sítios históricos de forma integrada ao planejamento urbano das cidades, leva os
planejadores e gestores a buscar a concepção de sistemas de informações capazes
de armazenar e gerenciar dados e informações de diferentes fontes, formatos e de
diversas naturezas como dados históricos, arqueológicos, ambientais,
arquitetônicos, urbanísticos, socioeconômicos e de proteção legal, visando dar
suporte ao planejamento de suas ações e auxiliando na tomada de decisões. Ao
mesmo tempo, para Pereira e Silva (2001), a visualização cartográfica da
documentação, a partir de uma base de dados digitais, possibilita uma grande
quantidade de análises e simulações indispensáveis aos arquitetos, urbanistas,
planejadores, técnicos e pesquisadores para localizar objetos geográficos,
comparar, separar, relacionar, representar valores e indicar tendências.
A diferença entre as duas tecnologias é que o GIS associa a cada registro do banco
de dados do CRM a informação sobre sua posição geográfica, atribuindo-lhe uma
introdução
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 33
Anna Karla Trajano de Arruda
introdução
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 34
Anna Karla Trajano de Arruda
1.1 Objetivos
introdução
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 35
Anna Karla Trajano de Arruda
A tese ora apresentada está estruturada em nove capítulos, onde o primeiro deles
faz a INTRODUÇÃO do trabalho, com a abordagem inicial sobre o tema, e os oito
seguintes abordam as questões inerentes ao desenvolvimento da pesquisa, tal qual
descrito a seguir.
introdução
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 36
Anna Karla Trajano de Arruda
Documentação indireta
introdução
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 37
Anna Karla Trajano de Arruda
Experimentação
Por fim, procedeu-se a análise dos resultados obtidos de forma a discutir os limites e
potencialidades da adoção do HIS como um instrumento para a preservação e a
gestão do patrimônio construído. O diagrama apresentado na Figura 1 representa
esquematicamente a metodologia adotada.
introdução
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 38
Anna Karla Trajano de Arruda
introdução
Capítulo 2
REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE
PATRIMÔNIO CULTURAL E O PAPEL DOS
INVENTÁRIOS NAS PRÁTICAS DE
PRESERVAÇÃO
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 40
Anna Karla Trajano de Arruda
Todo bem cultural, embora represente um passado, tem sua significação atribuída
no presente, seja pelas suas funções utilitárias ou simbólicas, que dá a ele um
caráter de objeto-portador-de-sentido, compreendido em um determinado contexto
histórico (BRASIL, 2005).
Dentro desse novo conceito, tem-se uma distinção entre patrimônio material e
imaterial, ou, respectivamente, tangível e intangível: o primeiro diz respeito à
natureza física de edifícios, esculturas, quadros, móveis, acervos museológicos,
documentos, livros e outros objetos; o segundo é mais subjetivo, referindo-se a
manifestações culturais como representação própria dos costumes ou
conhecimentos considerados saberes e fazeres inéditos de personalidades de um
lugar. No período atual, segundo Fonseca (2005 apud LUCKOW, 2010), a UNESCO
tem desenvolvido uma série de iniciativas para a ampliação do conceito de
patrimônio cultural, mais especificamente o imaterial, dando ênfase à valorização do
patrimônio natural e da paisagem cultural.
A partir do século XIX, com a instituição dos diplomas legais em países da Europa
vinculados ao planejamento urbano para proteção dos monumentos, sítios e
paisagens naturais, o (re)conhecimento dos bens patrimoniais passou a ser feito
através de inventários em que os edifícios de interesse foram listados, selecionados
Sykes (1984) traça uma metodologia de comparação analítica dos inventários entre
si, considerando os campos indicados no Quadro 2. Note-se que, ao final a autora
apresenta como resultado da análise um diagrama comparando a natureza de cada
inventário e um gráfico em forma de grid, de difícil interpretação do seu significado
(SYKES, 1984). Entende-se que esse manual acabou por se configurar em um
Quadro 2 - Campos adotados por Sykes para comparação analítica entre inventários
CAMPOS SUBCAMPOS
Nome
Tipologia e utilização
Identificação
Endereço
Localização
Coordenadas cartográficas e registro de propriedade
Propriedade
Importância
Significado
Designação oficial e outros
Designação
Legalidades
Data
Data
Comentários históricos
História
Autoria
Área e configuração
Magnitude
Descrição geral
Estilo
Descrição
Materiais e técnicas
Elementos de construção
Características imóveis
Características móveis
Bibliografia publicada
Armazenamento do inventário
Sistematização
Sistematização do inventário
1
Da sua criação aos dias de hoje, a denominação da instituição já passou por várias mudanças ao
sabor das conjunturas políticas do governo federal, conforme indicado por Santos (2012), quais
sejam: Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), 1937 – 1946; Diretoria do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN), 1946 – 1970; Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN), 1970 – 1979; Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(SPHAN), 1979 – 1990; Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural (IBPC), 1990 – 1994; Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 1994.
Em agosto de 1930, um novo projeto de lei federal foi apresentado à Câmara por
Wanderley Pinho, agora deputado federal pela Bahia. Entretanto, sua discussão e
votação foram impedidas pelos acontecimentos políticos de outubro, que
desaguaram na Revolução de 30 e na instalação do governo provisório de Getúlio
Vargas, iniciando um processo de centralização política que levaria a formação de
um Estado de viés nitidamente autoritário.
2
Dois outros projetos foram encaminhados à Câmara dos Deputados em 1924 e 1925 por
parlamentares mineiros, Augusto de Lima e Jair Lins, respectivamente, ambos sem sucesso.
histórico e artístico nacional como princípio constitucional, nos termos do seu Art.
148:
"Cabe à União, aos Estados e aos Municípios favorecer e animar o
desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em
geral, proteger os objetos de interesse histórico e o patrimônio artístico
do país, bem como prestar assistência ao trabalhador intelectual."
O texto elaborado por Mário de Andrade era bastante avançado para a época, de
caráter inovador e visionário, pois incorporava ao conceito de patrimônio artístico as
manifestações populares e os bens culturais imateriais. Ao ser apresentado, o texto
original sofreu injunções políticas no Ministério da Educação e somente parte dele
foi posteriormente aproveitado na formulação do Decreto-Lei no 25/37, já no contexto
ditatorial do Estado Novo (1937-1945).
A fase heróica do SPHAN, liderada por Rodrigo Mello Franco de Andrade, embora
prestigiada politicamente e tendo o concurso de profissionais qualificados e
engajados na tarefa de preservar e conservar, principalmente, o acervo
colonial/barroco brasileiro, foi condicionada por um processo estrutural, cujas forças
eram poderosas e velozes: a urbanização. Apesar das centenas de tombamentos,
desde pequenas capelas a conjuntos urbanos e cidades inteiras, e de terem sido
protegidas centenas de milhares de bens móveis de grande valor histórico e
artístico, muito se perdeu. No final do século XIX e primeiras décadas do século XX,
presenciou-se a remodelação de algumas cidades como Salvador, Recife, São
Paulo e Rio de Janeiro, que provocou o desaparecimento de significativas
edificações coloniais.
No que toca ao CNRC, com sua criação promove-se uma revisão das noções de
preservação e patrimônio e agrega-se novos conceitos, como os de referência e
bem cultural. A idéia de referência cultural admite que diferentes visões possam
coexistir acerca de um bem, e que os valores e as práticas sociais a ele atribuídos o
tornem uma representação coletiva reconhecida por um grupo ou mais, pelo sentido
de identidade que desperta, transformando-o em um bem cultural. São conceitos
que foram incorporados a noção de patrimônio cultural, capazes de reconhecer
significados e de promover a salvaguarda e o acautelamento de uma variedade de
manifestações que não encontravam respaldo nos instrumentos de gestão, então
vigentes, como o tombamento. A adoção de conceito antropológico de cultura e de
referência cultural, bem como a ampliação dos objetos de especulação criativa,
oriundos das ideias e formulações do CNRC, permitiram a valorização e a releitura
dos saberes e dos fazeres tradicionais, como o artesanato, a cerâmica e a
tecelagem, mediante o conhecimento e o fomento das cadeias produtivas.
A Carta Magna, em seus artigos 215 e 216 que tratam da cultura no âmbito
constitucional, promoveu importante atualização conceitual com o reconhecimento
da dimensão imaterial do patrimônio cultural através de inclusão dos diversos
segmentos sociais e manifestações culturais no universo identitário nacional:
incorpora-se a noção de representatividade ao conceito de patrimônio cultural e
passam a ser protegidas também às manifestações populares, indígenas e afro-
brasileiras. No que toca aos instrumentos de salvaguarda, além do inventário, o
tombamento e a desapropriação já correntes, especificamente, o Art. 216 estabelece
a criação de novos instrumentos como o registro para a proteção daqueles valores
reconhecidos como patrimônio imaterial.
Neste mesmo sentido, Lúcio Costa em seu Plano de Trabalho para a Divisão de
Estudos e Tombamento da DPHAN (como passou a ser chamado o SPHAN de 1946
a 1970), escrito em 1949, ano no qual assume a direção da citada divisão, aponta
3
GAZZOLA, Pietro. L'inventario di protezione del patrimonio culturale. Settore dei beni immobili.
IPCE. Scopo e norme di esecuzione. Verona, 1970. Ver: AZEVEDO, Paulo Ormindo. “Inventário
como Instrumento de Proteção: A Experiência Pioneira do Ipac-Bahia”, In: MOTTA, Lia; SILVA,
Maria Beatriz Resende (org.) 1998, p. 64.
4
A Confrontação A, foi o primeiro – de um total de cinco – dos encontros convocados pelo Conselho
da Europa, para discutir-se a implementação da Recomendação 365, editada pelo citado
Conselho, em 1963, para orientar a "defesa e valorização dos sítios e conjuntos históricos
europeus". Idem, p. 61.
adotadas pelo IPAC - BA/SIC: a ficha de imóveis e a ficha para sítios. No total, a
coleção completa do IPAC BA/SIC é formado por sete volumes:
Volume I - Monumentos do Município de Salvador - Bahia, 1975;
Volume II - Monumentos e Sítios do Recôncavo - I Parte, 1978;
Volume III - Monumentos e Sítios do Recôncavo - II Parte, 1982;
Volume IV - Monumentos e Sítios da Serra Geral e Chapada Diamantina,
1980;
Volume V - Monumentos e Sítios do Litoral Sul, 1988;
Volume VI - Monumentos e Sítios das Mesorregiões Nordeste, Vale São
Franciscano e Extremo Oeste Baiano 1999 e
a pesquisa histórica;
os levantamentos físico-arquitetônicos e
Por outro lado, considera-se que nos três volumes publicados, o inventário superou
o seu papel prospectivo para conhecimento do acervo arquitetônico e histórico do
sítio, por apresentar propostas para proteção e intervenções no seu espaço urbano,
desempenhando nesse caso um papel de instrumento para proposição de políticas
de preservação. Lastima-se que, até o momento, a base de dados de todos os
inventários até então realizados pelo IPHAN não esteja ainda disponível para o
público na web, assim como é declarado nos tópicos introdutórios dos citados
volumes.
Com os avanços das tecnologia digitais ao longo dos anos 1990, o INBI-SU e seus
complementares acima citados seguiram a tendência de adotar o ambiente
computacional como suporte para gerenciar e armazenar os inventários culturais e
de consolidação de procedimentos como a inserção de desenhos digitalizados, o
uso de fotografia digital e a confecção de modelos geométricos (Figura 5). Assim, as
27 superintendências regionais do IPHAN receberam um conjunto de sistemas de
banco de dados, cada sistema correspondendo a um dos módulos dos inventários,
todos desenvolvidos com o software MS Access, tendo passado por uma etapa de
capacitação para o uso dos mesmos.
Contudo, cita Nogueira (2010), esta proposta que pretendia “[...] diferir das formas
tradicionais de documentação pelo seu caráter dinâmico de atualização, participação
e disponibilização dos dados”, na prática não atendeu a estas expectativas, uma vez
que, manteve o formato de fichas, subutilizando as potencialidades das tecnologias
digitais (Figura 6).
Dos dezesseis sítios citados, até 2007, o IPHAN havia concluído os inventários de
apenas três sítios, quais sejam: INBI-SU de Parati, INBI-SU de São Luís e INBI-SU
de Tiradentes. Tais inventários foram publicados em uma coletânea, pelo Senado
Federal, sob o título de "Série Cidades Históricas, Inventário e Pesquisa".
dados resumidos dos imóveis (endereço, uso atual, uso anterior, gabarito,
área do lote, área de projeção da edificação e estado de conservação)
acompanhados de planta de localização, fotografia preto e branco ou colorida,
e, eventualmente, a planta da cobertura.
Traz uma abordagem sistemática do patrimônio cadastrado e protegido, estimulando estratégias de M201: Pré-setorização
gestão e valorização. Busca a articulação do processo de conhecimento, presente no Módulo 1, com
M202: Caracterização dos Setores
as necessidades de gestão do patrimônio cultural com as quais os técnicos e gestores se deparam
diariamente. Suas fichas estão voltadas para a coleta das informações necessárias à gestão do bem, M203: Averiguação e Proposição Local
seja auxiliando nas rotinas de fiscalização, na construção de normatizações e planos de
preservação, ou de diagnósticos urbanos visando a reabilitação total ou parcial de fatias dos centros M204: Diagnóstico Urbano - Lote
Gestão
históricos. M205: Diagnóstico Urbano - Quadra
O enfoque das fichas desse módulo são as áreas já protegidas, ou seja, sobre as quais o IPHAN ou M206: Diagnóstico Conservação
os demais órgãos de preservação do patrimônio cultural – nas esferas estadual e/ou municipal – têm Arquitetura Religiosa
obrigação de fazer a gestão através de normatização, ações de fiscalização, da construção de
planos e preservação, de reabilitação, entre outros. M207: Relatório Fotográfico
1.3. Identificação do Bem (denominação oficial, denominação popular, outras 1.4. Código Identificador
denominações) Iphan
11.DADOS COMPLEMENTARES
11.1.Informações Históricas (síntese)
Até o momento, este sistema, segue o mesmo padrão das iniciativas anteriores e os
mesmos problemas de atualização dos dados (NOGUEIRA, 2010). Todavia, George
Alex da Guia, atual Coordenador Técnico do SICG, comenta que há fortes
diferenças conceitual e metodológica entre esse e o Sistema de Inventários:
O Sistema de inventários desenvolvido ao longo da década de 90 e metade
da de 2000 teve como foco o inventário de bens tombados. Nesta
perspectiva, o objetivo era a documentação dos bens imóveis, móveis e
integrados com vistas a ter informações necessárias para o conhecimento
do bem e subsídios para as ações de gestão. Contudo, a realidade do
“estoque” de bens protegidos não abrangia conceitualmente e
territorialmente a nova definição de patrimônio cultural estabelecida pela
Constituição Federal/88. O que se observou foi uma dificuldade de se
cadastrar bens de proteção recente como é o caso da arquitetura moderna
e até aqueles que não são artefatos urbanos como é o caso da arquitetura
indígena. Para além destas relações, a necessidade de se ampliar a
significância do patrimônio cultural em termos de representatividade e
aspectos territoriais e temáticos levou-nos a considerar outros tempos
históricos, sociais e econômicos como passíveis de proteção como é o caso
da arquitetura da imigração teuto-brasileira além dos movimentos das artes
visuais contemporâneos, como a arte moderna e contemporâneo.
O SICG introduz nas ações de identificação, proteção e gestão o conceito
de redes de proteção, onde a produção do conhecimento passa a ter um
caráter estratégico na articulação federativa de proteção e preservação do
5
patrimônio cultural.
Ainda segundo George, a expectativa é que o SICG interaja com o Sistema Nacional
de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), previsto pelo Ministério da Cultura
(MinC), dentro do Sistema Nacional de Cultura (SNC).
Do ponto de vista tecnológico, a solução adotada optou pelo uso de uma ferramenta
de Sistema de Informações Geográficas (SIG) do tipo software livre como o i3Geo6,
obedecendo ao Decreto Federal no 6.666/2008, de 27 de novembro de 2008, que
institui a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE)7 e as Resoluções da
5
GUIA, George Alex da. Entrevista concedida a Anna Karla Trajano de Arruda. Salvador, em 10 de
junho de 2012.
6
i3GEO é um aplicativo desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente para o acesso e análise de
dados geográficos. Baseado em software livre, principalmente o Mapserver, utiliza como plataforma
de funcionamento, navegadores comuns, como o Internet Explorer e o Firefox. Seu objetivo é
difundir o uso de geoprocessamento e implementar uma interface genérica para acesso aos dados
geográficos existentes em instituições públicas.
7
Este Decreto instituiu, no âmbito do Poder Executivo Federal, a Infraestrutura Nacional de Dados
Espaciais (INDE), com o objetivo de:
8
A esse respeito, ver IPHAN (1995) , Silva (2005), Oliveira ( 2009).
9
O Congresso de Veneza entendeu que a conservação e restauro dos monumentos constituem uma
disciplina que reclama a colaboração de todas as ciências – influência da Teoria do Restauro
Científico de Gustavo Giovannoni, e do momento metodológico de Cesare Brandi.
10
"Para os efeitos da presente recomendação, a expressão bens culturais aplica-se a:
a) Bens imóveis, como os sítios arqueológicos, históricos ou científicos, edificações ou outros
elementos de valor histórico, científico, artístico ou arquitetônico, religiosos ou seculares, incluídos
os conjuntos tradicionais, os bairros históricos das zonas urbanas e rurais e os vestígios de
civilizações anteriores que possuam valor etnológico. Aplicar-se-á tanto aos imóveis do mesmo
caráter que constituam ruínas ao nível do solo como os vestígios arqueológicos ou históricos
descobertos sob a superfície da terra. A expressão bens culturais se estende também ao entorno
desses bens.
b) Bens móveis de importância cultural, incluídos os que existem ou tenham sido encontrados
dentro dos bens imóveis e os que estão enterrados e possam vir a ser descobertos em sítios
arqueológicos ou históricos ou em quais quer outros lugares.
A expressão bens culturais engloba não só os sítios e monumentos arquitetônicos, arqueológicos e
históricos reconhecidos e protegidos por lei, mas também os vestígios do passado não
reconhecidos e protegidos, assim como os sítios e monumentos recentes de importância artística ou
histórica". (UNESCO, Recomendação Paris, 1968, p. 4)
ETAPAS DESCRIÇÃO
Note-se que, a partir dessa carta, tem-se uma mudança na abordagem dada a
documentação. A ênfase não é mais quanto à sua relevância para a proteção e
preservação do patrimônio cultural. Tal ideia já está consolidada. A atenção volta-se
ao meio em que ela é tratada e disponibilizada, como pode ser observado no teor
das Cartas de Quebéc (2008) e de Londres (2009) apresentadas a seguir.
11
O conceito de arqueologia virtual foi proposto pela primeira vez por Paul Reilly, em 1990,
descrevendo-o como "[...] um conjunto de técnicas computacionais que permitem a visualização
em 3D e representação virtual realística de objetos e edifícios dos quais não há mais vestígios ou
encontram-se em mau estado de conservação dificultando ou mesmo impedindo a sua
interpretação." (GRANDE; LOPEZ-MENCHERO, 2011, p. 2).
Por outro lado, como discute Amorim (2007, 2012), o registro documental é um
aspecto importante na salvaguarda do patrimônio existente e na preservação de sua
memória, diante da impossibilidade de preservação física de todos os exemplares
arquitetônicos significativos, seja em virtude de ações humanas decorrentes de
negligência (frequentes incêndios em edificações históricas), imperícia (ações de
conservação inadequadas) ou vandalismo (destruição de edificações inteiras), que
não são de forma alguma ocorrências raras ou isoladas; seja, ratificando a ideia
posta acima por Zanirato, em virtude de acidentes ou catástrofes naturais como o
que ocorreu com a cidade histórica de Áquila (Itália) em 2009, com o centro histórico
do porto de Valparaíso (Chile) e com a cidade de São Luiz de Paraitinga (Brasil), em
2010, apenas para citar alguns casos mais recentes. Tais fatos impõem a
necessidade de produção da documentação detalhada e precisa dos monumentos,
que passa a desempenhar um papel decisivo na preservação da memória, além de
se constitui em instrumento básico nas ações e projetos de conservação e restauro,
reitera Amorim (2012).
Por outro lado, a complexidade das tarefas próprias à preservação e gestão de sítios
históricos leva planejadores e gestores à busca de sistemas de informações para
gerenciar os monumentos, as intervenções sobre estes, e o acervo documental dos
mesmos, considerando dados de natureza histórica, arqueológica, ambiental,
arquitetônica, urbanística, econômica, social e legal, a fim de, através da construção
de uma base de dados consistentes, promoverem suas ações de maneira eficiente e
eficaz.
De acordo com Moura (2003), as últimas décadas do século XX foram marcadas por
grandes modificações no âmbito da inovação tecnológica, refletindo positivamente
na disponibilização de recursos computacionais que auxiliam planejadores nas
tarefas de aquisição, armazenamento, análise e visualização de dados relativos ao
ambiente urbano.
Indo ao encontro de tais questões, o CIPA enfatiza o uso da tecnologia GIS quer
seja em projetos voltados para a documentação arquitetônica, quer seja em
intervenções que demandam análise espacial, representação e visualização das
estruturas urbanas para preservação e gestão do patrimônio construído. Petrescu
(2007) em relatório apresentado ao CIPA, aponta várias experiências empregando
GIS para o gerenciamento do patrimônio cultural realizadas em diferentes países
como, por exemplo: Austrália, Áustria, Alemanha, África do Sul, Eslováquia,
Espanha, Grécia, Iraque, Itália, Japão, Marrocos, Reino Unido, República Tcheca,
România, entre outros, que vão desde o nível local, contemplando o regional até o
nacional.
Com sua gênese nos Estados Unidos, durante as duas últimas décadas do século
passado, fundamentos e teorias sobre GIS foram formulados e difundidos por
estudiosos, pesquisadores e profissionais, notadamente, ligados ao National Center
for Geographic Information and Analysis (NCGIA) e ao University Consortium for
Geographic Information Science (UCGIS). Nos dias atuais, essas instituições
mantêm-se como expoentes nas pesquisas e trabalhos de níveis mais avançados
em relação ao GIS, envolvendo temas como sistemas complexos de simulação de
dinâmica geográfica; computação e visualização geoespacial; ontologia e web-
semântica, GIS de alto desempenho para arquiteturas distribuídas e/ou
colaborativas; GIS de código aberto e aplicações de Cyber GIS.
12
A AGILE surgiu das discussões empreendidas pela EGIS Conferences e do European Science
Foundation GISDATA Scientific Programmes.
(a) (b)
GIS GIS
ATRIBUTOS
ATRIBUTOS
MAPAS BDE
Dos tradicionais mapas, listas e tabelas impressos, convertidos para meio digital e
utilizados como fontes para aquisição de dados na década de 80, passou-se, diante
dos avanços tecnológicos da década de 90, para o uso de dados adquiridos a partir
de levantamentos fotogramétricos, topográficos e geodésicos com equipamentos
digitais, incluindo receptores GPS/GNSS, imagens orbitais de sensoriamento remoto
e de radar.
Hoje, todas as fontes de dados anteriormente citadas são utilizadas e a elas já está
consolidado também o uso de dados adquiridos a partir das tecnologias 3D Laser
Scanning e com dispositivos móveis, além dos pacotes de dados disponíveis na
web, que configuram o estado da arte para aquisição de dados a ser utilizada em
GIS. A este respeito, apresenta-se a seguir uma descrição dessas tecnologias com
exemplos do seu uso para documentação arquitetônica.
13
Software de código aberto, também chamados de software livre, permitem a modificação de suas
estruturas de indexação e o conhecimento de todo o seu código, para sua adequação a fim de
atender a aplicação a ser desenvolvida. Dentre as ferramentas livres, as mais conhecidas estão o
Linux, Apache, Mozzila e a família Google.
14
Software proprietário é aquele cuja cópia, redistribuição ou modificação são em alguma medida
restritos pelo seu criador ou distribuidor. Normalmente, a fim de que se possa utilizar, copiar, ter
acesso ao código-fonte ou redistribuir, deve-se solicitar permissão ao proprietário, ou pagar para
poder fazê-lo: será necessário, portanto, adquirir uma licença, tradicionalmente onerosa, para
cada uma destas ações. Alguns dos mais conhecidos programas proprietários são o Microsoft
Windows, o Microsoft Office, o RealPlayer, o Adobe Photoshop, o Mac OS, o WinZip, algumas
versões do UNIX, entre outros.
Fotogrametria Digital
Sobre este tema, Groetelaars (2004) faz uma ampla revisão dos sistemas
fotogramétricos e seu estado da arte, o qual foi adotado como uma das principais
referências nessa pesquisa. Para uma compreensão geral, a autora esclarece que,
no desenho arquitetônico das fachadas, a restituição fotogramétrica digital
compreende o cadastramento de seus elementos arquitetônicos, mediante a
produção de fotos retificadas, ortofotos e desenhos (2D) executados a partir de
fotografias. Este processo corrige as deformações perspectivas, decorrentes das
projeções cônicas, existente nas fotografias, em uma imagem com as mesmas
propriedades de uma vista ortográfica, como as provenientes das projeções
cilíndricas ortogonais. A partir da identificação de características geométricas ou de
pontos homólogos nas várias fotografias é possível obter coordenadas (x, y, z), fotos
retificadas e ortofotos que, uma vez inseridas como pano de fundo em um editor de
desenho vetorial a exemplo do AutoCAD, traçam-se as feições de interesse para o
desenho de elevações e modelos geométricos 3D (Figuras 12 e 13).
Uma vez criado o modelo geométrico, é possível a aplicação de texturas a cada uma
das superfícies. A textura pode ser obtida diretamente do objeto fotografado,
aumentando o grau de realismo e permitindo uma simplificação da modelagem
geométrica do objeto. A aplicação de texturas dispensa, a depender da finalidade, a
modelagem de parte dos detalhes do objeto. O modelo geométrico (3D) criado pode
(a)
(b)
15
Palavra que deriva do inglês: rendering, termo genérico que designa acabamento.
(a)
(b)
(c)
Todo esse processo, ainda segundo Groetelaars e Amorim (2012), tornou-se mais
simples com o surgimento da técnica Dense Sterero Matching16, realizada por
programas como o PhotoModeler Scanner e o Autodesk 123D Catch, dentre outros,
que trabalham com o princípio da estereoscopia para criação de nuvens de pontos e
consequente geração de outros tipos de modelos.
Figura 15 - Modelo de nuvem de pontos de edificações do Pelourinho (Salvador - BA),
gerado a partir de fotografias tomadas com Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT)
16
Dense Stereo Matching (HULLO et al., 2009) é uma técnica de obtenção de nuvens de pontos por
processamento digital de imagens fotográficas mais recente que o 3D Laser Scanning. Também
conhecida como Dense Surface Modeling (DSM) ou Photo-based Scanning (WALFORD, 2009).
O princípio de funcionamento do DSM consiste na correlação automática de conjuntos de pixeis
homólogos em fotos distintas para obtenção das coordenadas tridimensionais de pontos contidos na
superfície dos objetos fotografados, gerando assim, o modelo geométrico de nuvem de pontos. Para
a realização desse processo é necessário que a superfície a ser representada tenha alguma textura
ou que ela seja sinalizada com alvos artificiais, para possibilitar ao algoritmo fazer a correlação dos
pixeis nas várias fotografias e encontrar as coordenadas tridimensionais dos mesmos, gerando as
nuvens de pontos. O estudo do DSM faz parte do universo de pesquisa da tese de doutorado da
professora Natalie Johanna Groetelaars, ora em desenvolvimento no PPG-AU/FAUFBA.
3D Laser Scanning
17
Sensoriamento Remoto pode ser definido de maneira geral, como uma tecnologia empregada para
estudar as características dos objetos usando dados obtidos de um ponto de observação remoto.
Em um contexto mais específico, é a extração de informações da superfície terrestre a partir de
imagens obtidas de vários tipos de sensores transportados em aeronaves e satélites (WOLF;
DEWITT apud SOUZA, 2001).
18
O ALS é um sistema aerotransportado, apoiado por um Sistema de Posicionamento Global (Global
System Position – GPS) e por um Sistema de Medição Inercial (Inertial Measurement Unit – IMU).
Uma imagem de varredura a laser é obtida sobrevoando a região de interesse e redirecionando o
feixe laser transversalmente à direção do voo, de maneira a obter uma cobertura da área. Por meio
da medição da trajetória do pulso do sistema laser, e adicionando as medições dos sistemas GPS e
IMU, são obtidas as coordenadas de cada pulso no instante em que o alvo foi atingido, seja um
Uma variação do TLS muito utilizada atualmente é o 3D Laser Scanning móvel, para
levantamentos topográficos e mapeamento de aglomerados urbanos, cujo sistema
composto por laser scanner, GPS e sistema inercial, com todos os sensores é
terreno, uma edificação, árvores, ou qualquer tipo de feição terrestre (WEHR; LOHR, 1999). O TLS
é um sistema similar ao ALS, em que a principal diferença entre eles refere-se a plataforma sob a
qual repousa o equipamento. O equipamento laser scanner terrestre é composto basicamente por
três unidades: o próprio scanner – geralmente fixado em um tripé; um microcomputador portátil que
funciona como unidade de controle, e uma bateria que fornece energia para o scanner (WEHR;
LOHR, 1999). Para mais detalhes sobre os fundamentos da tecnologia 3D Laser Scanning ver
Bradalise (2008), Optech (2005), Wutke (2006).
Figura 16 - Laser Scanner móvel para aplicações terrestres: (a) modelo Lynx Mobile Mapper; (b)
nuvem de pontos de edificação histórica e seu entorno (localização não indicada)
(a)
(b)
19
Disponível em: <http://archive.cyark.org/salvador-da-bahia-intro>. Acesso em: 18 abr. 2011.
(c) (d)
20
Patrocinado pela Kacyra Family Foundation e apoio da empresa Santiago e Cintra.
Figura 18 – Nuvem de pontos da Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém - Israel: (a) 3D laser
scanner e nuvem de pontos resultante; (b) interior da Capela do Gólgota; (c) exterior da Capela de
Santa Elena; (d) interior e detalhe das estruturas da Capela de Santa Elena
(a)
(b) (c)
(d)
Nos dias atuais, o estado da arte em GIS não reside tanto nas discussões teórico-
conceituais, mas nos avanços ocorridos com as tecnologias adotadas para produção
dos dados espaciais em todas as suas etapas: aquisição, processamento,
modelagem, análises, visualização e disponibilização, de forma a extrair o máximo
de informações e otimizar seu uso para as mais variadas aplicações. Nesse sentido,
confirmando a tendência apontada por Rocha (2007), destacam-se o 3D GIS, o
WebGIS e a Cloud GIS, abordados a seguir.
4.3.1 3D GIS
Por outro lado, nos últimos anos viu-se o surgimento das primeiras soluções
operacionais baseadas na web para a visualização de modelos geométricos de
cidades. Soluções avançadas de software, juntamente com poderosos
processadores gráficos 3D para computadores pessoais e redes de comunicação de
dados em alta velocidade, gradualmente, transformaram a geovisualização, antes
apenas ao alcance de especialistas, em uma aplicação de grande acesso para
usuários dos mais diversos perfis.
21
Uma abordagem mais detalhada sobre o CityGML é apresentada no Capítulo 5.
O Web GIS, também conhecido como Web-based GIS, é uma ferramenta GIS que
usa a internet como um importante componente para acessar, distribuir, analisar e
visualizar dados com diferentes módulos. Tem-se uma arquitetura cliente-servidor
(Figura 22) usando, comumente, um banco de dados relacional espacial onde todos
os dados são reunidos e geridos diretamente pela aplicação implementada em um
browser HTML na web (RINAUDO et al., 2007). Os usuários não precisam de
software específico para utilizar esses sistemas, que podem ser acessados desde
computadores de mesa e notebooks a uma variedade de dispositivos móveis e sem
fio, como telefones celulares, Personal Digital Assistant (PDA), Ultra Mobile PC e
receptores GPS/GNSS (KOKALJ et al., 2006).
22
Ambiente desktop ou standalone é aquele em que o usuário desenvolve uma aplicação, trabalha
exclusivamente com o software instalados em seu computador de mesa ou notebook.
23
Ambiente de desenvolvimento é aquele em os analistas responsáveis pela produção de software
ou aplicações, geralmente conectados em rede, combinam um conjunto de outras ferramentas
como componentes de função individuais para criar novos produtos.
Além das funcionalidades comuns a um desktop GIS, uma aplicação web ainda deve
prever os serviços de metadados e de suporte a multiusuários, considerando que há
uma variação tanto no nível de conhecimento e de interesse do usuário, como na
política de segurança para os diferentes conjuntos de dados acessados, de acordo
com cada perfil de usuário. Por exemplo, de um lado, há os usuários comuns,
precisando de informações gerais sobre a região ou objetos de interesse, e, de
outro, há usuários experientes cujo trabalho diário está ligado a informações mais
técnicas que de um website de mapeamento da internet pode proporcionar. Kokalj e
colaboradores (2006), sugere que, a partir de uma página principal (home page) haja
uma página webGIS distinta para cada um dos níveis de usuários, em que se
diferem em relação ao conjunto de ferramentas disponíveis, o grau de
disponibilidade de dados (escala, conjunto de camadas), o grau de generalização
24
Segundo o W3C (World Wide Web Consortium) um web service define-se como: um sistema de
software projetado para suportar a interoperabilidade entre máquinas sobre rede. Tem uma relação
descritiva em um formato machine-processable, especificamente WSDL (Webservice Description
Language). Web Service é uma solução utilizada na integração de sistemas e na comunicação
entre aplicações diferentes. Com esta tecnologia é possível que novas aplicações possam interagir
com aquelas que já existem e que sistemas desenvolvidos em plataformas diferentes sejam
compatíveis. Cada aplicação pode ter a sua própria "linguagem", que é traduzida para uma
linguagem universal, o formato XML (eXtensible Markup Language). A sintaxe XML usada nas
tecnologias web services especifica como os dados são representados genericamente, definindo
como e com que qualidades de serviço os dados são transmitidos, pormenoriza como os serviços
são publicados; eles decodificam as várias partes do XML para interagir com as várias aplicações.
É uma tentativa de organizar um cenário cercado por uma grande variedade de diferentes
aplicativos, fornecedores e plataformas. O W3C, OASIS são as instituições responsáveis pela
padronização dos web services. Empresas como a IBM e a Microsoft, duas das maiores do setor
de tecnologia da informação, apoiam o desenvolvimento deste padrão.
dos dados, o grau de precisão e acurácia dos dados, escalas mínima e máxima
disponíveis, o número de categorias de dados disponíveis, o conjunto de atributos
de exibição e medidas de segurança diferentes (acesso público ou proteção de login
e senha).
Em linhas gerais, o processamento dos dados que ora era realizado separadamente
em cada estação de trabalho de uma arquitetura stand alone, agora concentra-se
em um serviço com uma infraestrutura computacional de comunicação entre o centro
de processamento de dados e os usuários finais, partindo de um único lugar e
distribuído a toda internet.
Até então, a cloud era um recurso somente utilizado entre serviços de profissionais
da própria área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Hoje, porém, de
forma global, mostra-se eficaz as mais diversas aplicações cujos serviços são
intermediados virtualmente na web a partir de plataformas computacionais
centralizadas. Bhat e colaboradores (2011 apud ARAÚJO et al., 2012), afirmam que
por ser um tipo de aplicação que consome grandes quantidades de recursos
computacionais, tanto no armazenamento quanto no processamento dos dados
geográficos, o GIS se beneficia muito da tecnologia cloud computing.
Figura 25 - Arquitetura de sistema para Cloud GIS proposta por Bhat e colaboradores (2011)
Interface Lógica Cloud GIS - esta camada atua como o "coração" do sistema
Cloud GIS e contem toda a lógica que forma a base do sistema, ou seja, para
Por fim, haja vista que esta tecnologia ainda está em estágio de consolidação, até o
momento, não foram identificadas experiências nacionais ou internacionais voltadas
ao patrimônio cultural empregando a Cloud GIS, para um melhor entendimento de
seus limites e potencialidades na preservação e gestão de edifícios e sítios
históricos.
Figura 26 - Projeto Antakya - Turquia, interfaces do HIS, desenvolvido com a ferramenta ArcGIS:
(a) overlay de mapas históricos (b) modelo geométrico do sítio; (c) consulta espacial;
(d) fotografia associada a base de dados
(a) (b)
(c) (d)
Ainda tomando como referência os trabalhos acima citados, são discutidos nos
tópicos a seguir as características inerentes ao HIS, quanto a seu metamodelo,
infraestrutura de implementação, requisitos a serem atendidos, padrões de
modelagem e critérios de avaliação de eficiência do sistema.
Para cumprir o seu papel, o HIS caracteriza-se por uma estrutura modular de
subsistemas interligados entre si, a partir do Número de Referência do Patrimônio
(NRP) dos bens cadastrados em sua base de dados, conforme apresentado na
Figura 27 (NAGLIC, 2003).
26
Corresponde ao Object_ID de uma feição, entidade ou objeto em um sistema de informações, e
serve de chave primária quando trabalha-se com banco de dados espaciais.
Figura 28 - Projeto Ancyra, realizado pela Università Politecnica delle Marche - Itália: (a) formulário
para entrada de dados de inventário; (b) formulário para inserção de metadados da fotografia
(a)
(b)
Para a realização das tarefas citadas, especialistas e usuários comuns lançam mão
do HIS para efetuar mapeamentos temáticos, análises espaciais a partir de objetos
bidimensionais e tridimensionais, gerar e visualizar modelos geométricos urbanos
(3D), divulgar dados e informações utilizando webservices (Figura 31), e
compartilhar dados via internet como, por exemplo, para aplicações do tipo Google
Maps, Google Earth e 3D Warehouse Network, conforme apresentado na Figura 32
(GABRIELLI; MALINVERNI, 2006; SARI; KARABORK, 2011). Embora ao longo da
pesquisa não tenham sido identificadas experiências do tipo, nota-se a tendência
atual de compartilhamento de dados e aplicações sobre o patrimônio cultural em
cloud imprimindo um caráter colaborativo ao HIS, haja vista ser este o tema de uma
das sessões especiais do XXIV Simpósio Internacional da CIPA, que ocorrerá em
setembro de 2013, em Strasbourg - França (www.cipa2013.org).
Fonte: Portal ZRC SAZU. Disponível em: <http://www.zrc-sazu.si/en>. Acesso em: 17 mar. 2012.
Figura 32 - Templo de Augusto (Projeto Ancyra, Università Politecnica delle Marche - Itália): (a)
modelo geométrico visualizado no Google Earth; (b) modelo publicado no 3D Warehouse Network.
(a)
(b)
Requisitos Não-Funcionais:
a. compilar dados do inventário para a base de atributos dos dados
espaciais, para fins de análises espaciais;
b. controlar o acesso e a edição dos dados dos inventários e arquivos
multimídia, conforme perfil do usuário.
27
Requisitos são objetivos ou restrições estabelecidas por clientes e usuários do sistema que definem
as suas diversas propriedades. Os requisitos de software são, obviamente, aqueles dentre os
requisitos de sistema que dizem respeito a propriedades da ferramenta computacional utilizada. Um
conjunto de requisitos pode ser definido como uma condição ou capacidade necessária que o
software deve possuir para que o usuário possa resolver um problema ou atingir um objetivo, ou
para atender as necessidades ou restrições da organização ou dos outros componentes do sistema.
Os requisitos funcionais são a descrição das diversas funções que clientes e usuários querem ou
precisam que o software ofereça. O termo função é usado no sentido genérico de operação que
pode ser realizada pelo sistema, seja através comandos dos usuários, ou seja, pela ocorrência de
eventos internos ou externos ao sistema. Requisitos não-funcionais são as qualidades globais de
um software, como manutenibilidade, usabilidade, desempenho, custos e várias outras.
Normalmente estes requisitos são descritos de maneira informal, de maneira controversa (por
exemplo, o gerente quer segurança, mas os usuários querem facilidade de uso) e são difíceis de
validar.
Requisitos Funcionais:
28
Para mais detalhes sobre cada um dos padrões citados, ver Digital Cultural Content: guidelines for
geographic information, em Zakrajsek e Vodeb (2011).
Quadro 7 – Ontologia CIDOC CRM: hierarquia de propriedades para documentação do patrimônio construído
PROPERTY ID PROPERTY NAME ENTITY – DOMAIN ENTITY - RANGE
P1 is identified by (identifies) E1 CRM Entity E41 Appellation
P48 - has preferred identifier (is preferred identifier of) E1 CRM Entity E42 Identifier
P78 - is identified by (identifies) E52 Time-Span E49 Time Appellation
P87 - is identified by (identifies) E53 Place E44 Place Appellation
P131 - is identified by (identifies) E39 Actor E82 Actor Appellation
P2 has type (is type of) E1 CRM Entity E55 Type
P137 - exemplifies (is exemplified by) E1 CRM Entity E55 Type
P4 has time-span (is time-span of) E2 Temporal Entity E52 Time-Span
P5 consists of (forms part of) E3 Condition State E3 Condition State
P14 - - carried out by (performed) E7 Activity E39 Actor
P16 - used specific object (was used for) E7 Activity E70 Thing
P33 - - used specific technique (was used by) E7 Activity E29 Design or Procedure
P20 had specific purpose (was purpose of) E7 Activity E5 Event
P21 had general purpose (was purpose of) E7 Activity E55 Type
P44 has condition (is condition of) E18 Physical Thing E3 Condition State
P46 is composed of (forms part of) E18 Physical Thing E18 Physical Thing
P56 - bears feature (is found on) E19 Physical Object E26 Physical Feature
P49 has former or current keeper (is former or current keeper of) E18 Physical Thing E39 Actor
P50 - has current keeper (is current keeper of) E18 Physical Thing E39 Actor
P55 - has current location (currently holds) E19 Physical Object E53 Place
P58 has section definition (defines section) E18 Physical Thing E46 Section Definition
P62 depicts (is depicted by) E24 Physical Man-Made Thing E1 CRM Entity
P67 refers to ( is referred to by) E89 Propositional Object E1 CRM Entity
P70 - documents (is documented in) E31 Document E1 CRM Entity
A indicação do CIDOC CRM para modelagem do HIS reside no fato de que os dados
espaciais, ao qual estão associados os dados históricos dos edifícios, monumentos
e sítios, estão incluídos no nível conceitual "Lugares" e estabelece conexões com as
classes “Entidades Físicas” e “Entidades Temporiais”. Por princípio, "Objetos
Físicos" estão localizados em "Lugares" e "Entidades Temporiais" ocorre em
"Lugares". Daí, é possível estabelecer as relações espaço-temporais necessárias ao
HIS para atender requisitos como o de produção de modelos preditivos e simulação
dinâmica de cenários urbanos.
A universalidade do CIDOC CRM são cada vez mais aceitas pelos profissionais do
patrimônio, que estão tomando conhecimento da existência desse padrão
internacional (GÉNÉREUX; NICCOLUCCI, 2006). Algumas aplicações, estão
disponíveis no website (http://cidoc.ics.forth.gr/uses_applications.html) do CIDOC
CRM. No que toca as aplicações voltadas ao patrimônio construído, poucas
experiências foram identificadas ao longo da pesquisa, a saber: Hiebel e
colaboradores (2010), Myers e colaboradores (2012) e English Heritage (2012).
Figura 34 - Projeto HiMAT: (a) principais classes CRM; (b) propriedades CRM com relacionamentos
entre as classes; (c) Thesaurus com as atividades correspondentes a cada classe
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
Figura 36 - Projeto HiMAT: (a) Interface Web GIS; (b) visualização simultânea da
recuperação de dados: atributos, gráficos estatísticos e imagem
(a)
(b)
30
Dentre as normas que formam a série ISO 19100, são adotadas pelo CityGML as seguintes:
ISO/TS 19103/2005 - Conceptual schema language (units of measure, basic types);
ISO 19107/2003 - Spatial schema (spatial geometry and topology);
ISO 19108/2002 - Temporal schema (temporal geometry and topology, temporal reference)
ISO 19109/2005 - Rules for application schemas (features);
ISO 19115/2005 - Metadata;
ISO 19111/2007 - Spatial referencing by coordinates (coordinate reference systems);
ISO 19123/2003 - Schema for coverage geometry and functions (coverages, grids).
LoD 0
LoD 1 LoD 2
LoD 3 LoD 4
31
Para acesso aos diagramas Unified Modeling Language (UML) de cada módulo temático do
CityGML, ver "CityGML UML Diagrams as Contained in CityGML Encoding Standard Version 1.0.0,
OGC Doc. No. 08-007r1".
WaterBody LoD 0 – 4
WaterGroundSurface LoD 2 – 4
Water Body
WaterClosureSurface LoD 2 – 4
WaterSurface LoD 2 – 4
SolitaryVegetationObject
Vegetation LoD 0 – 4
PlantCover
CityFurniture CityFurniture LoD 1 – 4
LandUse LandUse LoD 1 – 4
Group CityObjectGroup LoD 0 – 4
GenericCityObject
Generics LoD 0 – 4
GenericAttribute
No que toca ao modelo semântico, o CityGML adota a série ISO 19100 no processo
de modelagem das informações geográficas, incluindo tanto as propriedades
espaciais e não-espaciais dos objetos nele definido. Tais objetos constituem
abstrações do mundo real, modelados por classes em um formalismo usando
diagramas UML para descrever os modelos conceituais das feições que os
compõem32. Com a UML criam-se as hierarquias de especialização e de agregação
dessas feições e de suas classes para cada um dos níveis de detalhes (Figura 39).
32
Para uma apresentação completa sobre detalhes de CityGML, incluindo as classes, diagramas
UML e esquemas XML para todos os modelos semânticos com ilustrações e exemplos, ver
GRÖGER e colaboradores, 2012.
LoD 0
LoD 1
LoD 2
LoD 3
LoD 4
33
CompositeSurface é uma das classes de geometrias previstas na ISO 19107. Nela, as superfícies
devem ser isomorfas e estar topologicamente conectadas a uma primitiva da mesma dimensão,
fechando completamente o volume. Para mais detalhes, ver Kolbe (2008).
Por outro lado, a modelagem de edifícios e seu interior é também o objetivo das
tecnologias BIM e CAAD. Para troca de dados relativos aos modelos produzidos por
essas tecnologias e o CityGML, adota-se o padrão ISO chamado Industry
Foundation Classes (IFC), em sua versão 2x (ISO, 2005b).
Neste caso em particular, o HIS também está sendo usado para a gestão dos
imóveis de propriedade do Ministério da Cultura, com o acompanhamento da
situação atual e tomada de decisão quanto às medidas adequadas de intervenção
para salvaguardar os edifícios. Para compor a base de dados espaciais da
aplicação, foram tomados como referência medições de campo e imagens aéreas e
terrestres do local, tanto na produção do mapa base (Figura 41) como do MDT que
serviu como background para a criação do modelo virtual 3D (Figura 42).
Figura 42 - Modelo digital de terreno com sobreposição de imagem, usado como backgroud
para modelagem tridimensional sítio histórico de Plaka, centro de Atenas - Grécia
(a) (b)
(c)
(d)
Figura 44 - Hiperlink dos modelos de edifícios a arquivos externos, via mapa base e MDT
Buscando suprir essa lacuna, Vilella (2003) – partindo dos parâmetros utilizados em
três estudos básicos e de metodologias de outros autores – fez uma uniformização
da linguagem de tais estudos, adequando-os às sub-características da usabilidade,
funcionalidade e conteúdo, constantes na NBR 13.596/96. Para cada dimensão, a
autora elaborou um quadro contendo os parâmetros com os critérios e seus
respectivos pesos, aplicando a estudos de casos para a avaliação de portais
estaduais de Governo Eletrônico na web34.
34
Nos estudos de Vilella (2003) foram avaliados os portais dos estados do Amapá, Bahia, Mato
Grosso, Rio de Janeiro e Paraná.
PARÂMETRO CRITÉRIOS
1. Existe uma adequação de estilos de fonte e outros atributos de
formatação de texto, como tamanhos, cores, etc. ao conteúdo da página;
2. Os caracteres encontram-se o mais legíveis possível, levando-se em
conta a utilização de contraste e cores de plano de fundo;
3. A área de navegação principal está alocada em um local bastante
destacado, permitindo sua imediata identificação;
4. Os termos utilizados para definir as opções de navegação de categorias
são claros, sendo as categorias diferenciáveis entre si;
5. Os ícones de navegação são utilizados de forma a efetivamente ajudar os
usuários a reconhecer imediatamente uma classe de itens;
Inteligibilidade 6. Os links são claramente diferenciados, de forma a tornar fácil a
compreensão de seu conteúdo;
7. Instruções genéricas, que não são reveladoras para a navegação, a
exemplo de “Clique aqui”, ou “Veja mais”, ou “Mais links”, no lugar de um
nome de link não estão presentes;
8. A presença de links é indicada claramente;
9. Caso um link acione um aplicativo de áudio ou vídeo, de mensagens de e-
mail ou outro aplicativo qualquer, há indicação explícita do que acontecerá;
10. Componentes da interface com o usuário como por exemplo, menus,
caixas de texto ou listas de seleção são utilizados respeitando-se as suas
características funcionais.
1. Recursos para facilitar a navegação como por exemplo, mapas do
website,
indicadores de novas informações disponíveis, ferramentas de busca etc.,
estão disponíveis e são facilmente identificáveis;
2. Recursos para facilitar a apreensão do funcionamento da aplicação como
por exemplo, seções de ajuda e FAQ estão disponíveis e são facilmente
identificáveis;
Apreensibilidade
3. Instruções de uso são fornecidas: instrução sobre necessidade de uso de
browser específico, por exemplo;
4. Instruções essenciais aparecem antes que os links requeiram a interação
do usuário;
5. Existe indicação da existência de uma interface humana disponível para
dar
suporte à utilização, caso necessário.
1. A rolagem horizontal da página a 800 x 600 (tamanho de janela
predominante na época da execução deste trabalho), é evitada;
2. Os elementos mais críticos da página estão visíveis na primeira tela de
Operacionalidade conteúdo, sem rolar verticalmente, no tamanho de janela predominante (800
x 600);
3. O layout permite o ajustamento do tamanho da homepage a diversas
resoluções de tela;
PARÂMETRO CRITÉRIOS
4. Os logotipos são utilizados criteriosamente;
5. Itens estão agrupados na área de navegação, de modo que as categorias
semelhantes ou relacionadas estão próximas entre si;
6. Não estão disponíveis áreas de navegação diferentes para o mesmo tipo
de links, fato que cria dificuldades para o estabelecimento de significado;
7. São permitidos links coloridos para indicação dos estados visitados e não
visitados;
8. O acesso direto às tarefas de alta prioridade é oferecido na homepage;
9. A URL é clara ou não apresenta dificuldade de digitação para o usuário;
10. O conteúdo do portal pode ser acessado através de outras mídias, como
celulares ou palm-tops, informando isso aos usuários;
12. O portal oferece recursos especiais para acesso de pessoas portadoras
de deficiência.
Fonte: Vilella (2003).
PARÂMETRO CRITÉRIOS
1. O portal oferece informações e viabiliza a prestação de serviços públicos
on-line;
2. O portal funciona como um ambiente de promoção da comunicação em
dois sentidos;
i. (Por comunicação em dois sentidos entende-se o real diálogo entre
governo e cidadãos, com verdadeira possibilidade de participação,
através de soluções a exemplo de fóruns, etc.).
3. O portal oferece espaços de cooperação, a exemplo de salas de discussão
e chats;
4. O portal incentiva a criação de comunidades de interesses específicos, que
Adequação ajudem os usuários a interagir em conversações e negociações com outros
usuários e com o governo;
5. Estão disponíveis aplicações colaborativas para compartilhamento de
documentos;
6. O usuário pode criar uma visão personalizada do conteúdo do portal;
7. O portal agrega recursos de CRM, oferecendo uma interface adequada às
demandas mais frequentes do usuário;
8. O portal destina espaço para a disseminação de notícias sobre as
atividades do Governo;
9. O portal destina espaço para a disseminação de informações sobre
políticas públicas
PARÂMETRO CRITÉRIOS
PARÂMETRO CRITÉRIOS
1. Uma visão geral do portal é oferecida: propósito/missão do portal,
apropriados à missão geral da entidade/órgão;
Por analogia, os conceitos e dimensões formulados por Vilella (2003) podem ser
considerados no caso de aplicações Web GIS. Bernardo e Hipólito (2000 apud
SCHIMIGUEL et al., 2005) realizaram testes de usabilidade sobre a interface do
Sistema Nacional de Informações Geográficas do governo de Portugal (SNIG), para
adequá-lo a usuários especialistas e não-especialistas. Schimiguel e colaboradores
(2005) avaliaram a usabilidade das aplicações Web GIS dos portais do Sistema de
Monitoramento Agrometeorológico (Agritempo), da Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) e do Sistema Meteorológico do
Paraná (SIMEPAR) da perspectiva do usuário, verificando que o design das
interfaces não atendem a diversidade de usos e os perfis dos usuários na internet.
Já Dias e Genilhu (2007), utilizaram para analisar a pertinência de construtos de
usabilidade para os websites que oferecem funcionalidades comuns ao GIS, como o
34
O método já foi adotado pela autora em sua dissertação de mestrado para o desenvolvimento de
uma aplicação voltada à análise do ambiente construído (ARRUDA, 2003), publicada como capítulo
do livro "Sistemas de Información Geográfica aplicados a Estudios Urbanos: Experiências
Latinoamericanas", pelo Lincoln Institute of Land Policy (2006). A validade dessa técnica ficou
comprovada mediante inúmeros experimentos realizadas em dissertações e teses defendidas por
pesquisadores e professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas e
Tecnologias da Geoinformação (http://www.ufpe.br/cgtg/index.html), do Departamento de
Engenharia Cartográfica da Universidade Federal de Pernambuco.
Em vista disso, sempre foi objeto de intervenção das políticas federais e estaduais
para sua preservação. As primeiras iniciativas de inventariação foram tomadas pela
antiga SPHAN para proteção do patrimônio através do tombamento e o
levantamento realizado em toda a sua extensão pelo IPAC-BA/SIC; na sequência,
houveram as ações de recuperação de monumentos integrada às políticas de
desenvolvimento econômico e regional, com ênfase no turismo, promovidas pelo
Programa de Cidades Históricas e pela instituição dos inventários culturais do INBI-
SU; e, nesses últimos anos, tem recebido atenção do Programa Monumenta e do
Programa de Aceleração do Crescimento de Cidades Históricas (PAC Cidades
Históricas).
No Quadro 12, são indicados os sítios e conjuntos urbanos da Bahia e sua posição
na ordem de prioridade em relação aos demais núcleos do território nacional.
ORDEM DE
PRIORIDADE
MUNICÍPIO CLASSIFICAÇÃO DENOMINAÇÃO PARA
CONSERVAÇÃO
Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de o
Cachoeira Sítio histórico 8 lugar
Cachoeira
o
Salvador Sítio histórico Centro Histórico de Salvador 10 lugar
o
Salvador Conjunto Urbano Pilar (Igreja Pilar) 10 lugar
Praça Cairú (Forte São Marcelo/Alfândega à o
Salvador Conjunto Urbano 10 lugar
Praça Cairú)
Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de o
Lençóis Sítio histórico 26 lugar
Lençóis
o
Porto Seguro Sítio histórico Município de Porto Seguro 30 lugar
Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e o
Monte Santo Sítio histórico 35 lugar
Paisagístico da serra do Monte Santo
Jaguaripe (Igreja Matriz Nossa Senhora
o
Jaguaripe Conjunto Urbano Ajuda/Casa de Câmara e Cadeia/Casa do 44 lugar
Ouvidor)
o
Rio de Contas Sítio histórico Conjunto Arquitetônico de Rio de Contas 51 lugar
Santa Cruz Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da o
Sítio histórico 56 lugar
Cabrália Cidade Alta de Santa Cruz Cabrália
Nazaré (Igreja Matriz Nossa Senhora
o
Nazaré Conjunto Urbano Nazaré/Igreja Nossa Senhora Conceição/Igreja 59 lugar
Nossa Senhora de Camamu)
Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de o
Mucugê Sítio histórico 63 lugar
Mucugê
Mont Serrat (Forte Mont Serrat/Igreja e Mosteiro o
Salvador Conjunto Urbano 68 lugar
Mont Serrat)
Santo Amaro (Igreja Matriz Nossa Senhora da
o
Santo Amaro Conjunto Urbano Purificação/Casa de Câmara e Cadeia/Santa 71 lugar
Casa)
Barra (Forte Santo Antônio da Barra/Forte o
Salvador Conjunto Urbano 73 lugar
Santa Maria/Igreja Santo Antônio da Barra)
Penha (Igreja Nossa Senhora da Penha/Antigo o
Salvador Conjunto Urbano 74 lugar
Palácio Verão)
o
Salvador Conjunto Urbano Bonfim (Igreja Senhor do Bonfim/casario) 78 lugar
Maragogipe (Igreja Matriz São o
Maragogipe Conjunto Urbano 81 lugar
Bartolomeu/Casa de Câmara e Cadeia)
Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e o
Itaparica Sítio histórico 82 lugar
Paisagístico de Itaparica
São Joaquim (Casa Pia e Colégio dos Órfãos o
Salvador Conjunto Urbano 92 lugar
de São Joaquim/casa à Av. Frederico Pontes)
Por outro lado, com os com vistas à implantação do Sistema Estadual de Cultura, o
IPAC também em conjunto com o IPHAN, mapeou o patrimônio histórico baiano
distribuindo-o nos 26 territórios de identidade35, quantificando o número de
municípios que possuem bens tombados e bens registrados, pelo Estado e pela
União (Tabela 1). O mapa resultante desse trabalho encontra-se publicado no
website do Instituto (http://www.ipac.ba.gov.br/wp-content/uploads/2012/04/mapa_
pat_cult.pdf). Observar que o patrimônio material da Bahia esta distribuído, onde 127
(cento e vinte e sete) municípios possuem sítios arqueológicos; 172 (cento e setenta
e dois) bens entre monumentos, edifícios isolados e conjuntos são tombados pelo
Estado e 187 (cento e oitenta e sete) são tombados pela União. Apesar de
protegidos e da disponibilidade de recursos pelo governo federal, não significa que
todos esses bens sejam apropriadamente preservados, haja vista o estado de
degradação, falta conservação ou mudanças expressivas da sua forma arquitetônica
ou mesmo da paisagem do sítio, como pode ser visto em vários casos, seja na
capital ou nas cidades do interior do estado.
35
Na Bahia, em um processo iniciado em 2003, foram revelados 26 territórios de Identidade. Essa
territorialização do estado foi construída com a participação efetiva da sociedade civil, de
representantes dos governos Estadual e Federal e de organização sociais e não governamentais.
Atualmente, os territórios baianos buscam estruturar-se enquanto unidade de planejamento das
políticas nos diferentes níveis de governo. O território de Identidade é entendido como um espaço
físico, geralmente continuo, caracterizado por elementos sociais, econômicos, ambientais e
políticos que definem um importante grau de coesão entre os que vivem e trabalham nesse
espaço, favorece uma visão integradora dos atores sociais, dos mercados e das políticas públicas
e, por consequência, uma valorização dos recursos e dos potenciais das populações locais nos
processos de desenvolvimento (Coordenação Executiva dos Territórios de Identidade da Bahia -
CET, on-line: <http://www.territoriosdabahia.org.br/index.php>. Acesso: 5 maio 2013).
Muito embora todo o acervo dos sítios históricos e conjuntos urbanos acima citado
tenha sido objeto do IPAC-BA/SIC e do conjunto de inventários culturais do INBI-SU,
observa-se que os bens culturais que formam os sítios históricos e conjuntos
urbanos da Bahia, semelhante aos demais do países, seguem hoje sem uma
documentação sistematizada que permita, efetivamente, não só a sua identificação,
mas também a utilização de tal conhecimento para promover políticas de
preservação e gestão, "com a participação de todos os atores sociais" - discurso
recorrente no escopo das políticas públicas federais, como o Sistema Nacional de
Cultura (citado no Capítulo 3), e seus subsistemas estaduais e municipais, e dos
programas voltados a conversação do patrimônio como o Programa Monumenta e o
PAC Cidades Históricas, e porque não citar também os Planos Diretores de
Desenvolvimento Urbano (PDDU) municipais.
O sistema tem suas funções globais definidas pelos dados de entrada, dados de
saída, recursos computacionais, funcionalidades mínimas, restrições e
pressupostos, cuja descrição tem-se a seguir.
I. Dados de Entrada
O HIS para os Sítios Históricos da Bahia deverá possuir uma base de dados
multimídia constituída por dados coletados em fontes primárias e secundárias, a
partir de levantamentos in loco e junto a órgãos públicos ligados ao patrimônio,
quais sejam:
No que toca aos programas acima indicados, estes foram escolhidos pela
disponibilidade de licenças, know-how da equipe de pesquisadores do LCAD
em sua operação e, principalmente, no caso da ferramenta GIS com o objetivo
de utilizar apenas um pacote de software para evitar um grande número de
conversões, reduzindo a possibilidade de perda da qualidade dos dados.
V. Usuários do Sistema
Diante disso, foi definido o escopo do sistema protótipo proposto para o HIS, sendo
este composto por três subsistemas, a saber:
Consulta dados
HIS SÍTIOS HISTÓRICOS patrimônio
Solicita dados do arquitetônico
IPAC - BA/SIC DA BAHIA
m
Sistema de Informações Culturais do
Patrimônio Construído Solicita dados
IPAC patrimônio
arquitetônico
Solicita
Compartilha dados espaciais
Fornece dados do dados espaciais
IPAC - BA/SIC
Fornece
arquivos
USUÁRIOS
Solicita Solicita multimídia CLOUD GIS
dados arquivos Fornece
espaciais multimídia Atualiza dados espaciais
dados
LCAD / UFBA
BASE DE DADOS ESPACIAIS
ACERVO MULTIMÍDIA
Figura 46 – HIS para os Sítios Históricos da Bahia: Diagrama de Contexto - Subsistema Registro
Geral do Patrimônio
IPHAN
USUÁRIOS
WEBSITE
Atualiza Fornece Solicita dados
dados os dados do INBI SU, Solicita
IPAC INCEU e documentação
Solicita dados das edificações
SICG
do IPAC - BA/SIC Disponibiliza
Fornece documentação
os dados
SUBSISTEMA
REGISTRO GERAL DO PATRIMÔNIO
(DOCUMENTAÇÃO ARQUITETÔNICA)
Atende a
Solicita dados solicitação
cadastrais Solicita mapa de
das edificações localização da
Atende a
solicitação edificação
Solicita SUBSISTEMA
PREFEITURA arquivos Responde a ANÁLISE ESPACIAL
MUNICIPAL multimída solicitação
Atualiza
dados
LCAD/ UFBA
Figura 47 – HIS para os Sítios Históricos da Bahia: Diagrama de Contexto - Subsistema Operação
Defini perfil
de usuário USUÁRIOS
WEBSITE
Solicita visualização
SUBSISTEMA dos dados espaciais
Autoriza acesso
ANÁLISES ESPACIAIS aos dados Solicita acesso
a dados
SUBSISTEMA
OPERAÇÃO
Solicita visualização
dos arquivos
Solicita download
dos arquivos
Disponibiliza arquivos
para visualização
SUBSISTEMA
Disponibiliza arquivos REGISTRO GERAL DO
para download PATRIMÔNIO
(DOCUMENTAÇÃO ARQUITETÔNICA)
Figura 48 – HIS para os Sítios Históricos da Bahia: Diagrama de Contexto - Subsistema Análises
Espaciais
Visualiza
SUBSISTEMA dados espaciais
OPERAÇÃO USUÁRIOS
Solicita WEBSITE
dados
Analisa sítio
Solicita dados de histórico
PREFEITURA zoneamento -PDDU Responde a
solicitação Produz mapas
MUNICIPAL temáticos
Fornece os Disponibiliza
modelos urbanos
dados solicitados SUBSISTEMA
ANÁLISES ESPACIAIS
Solicita
dados espaciais Solicita
Compartilha
dados espaciais
Atualiza dados
dados espaciais
LCAD/ UFBA
Solicita USUÁRIOS
dados descritivos CLOUD GIS
da edificação Responde a
solicitação
Fornece
dados espaciais
SUBSISTEMA
REGISTRO GERAL DO PATRIMÔNIO
(DOCUMENTAÇÃO ARQUITETÔNICA)
Na Figura 49, tem-se o modelo conceitual das classes que formam a base de dados
do HIS para os Sítios Históricos da Bahia, definidas conforme o padrão CityGML.
<<importar>>
Figura 50 - Diagrama UML para modelagem de edifícios por nível de detalhes do HIS para os Sítios
Históricos da Bahia, no padrão CityGML
Edificações
+Codigo : char
LoD 0 +Uso : char LoD 1
tic: gml: superfície +No_Paviment : int sd: gml: sólido
+Estado_Conserva : char
+Epoca_Construc : char
+Tombamento : char
su5: gml:multisuperfícies
d: Porta w: Janela
+Dimensão_BIM : decimal +Dimensão_BIM : decimal
+Área_BIM : decimal +Área_BIM : decimal
+Material_BIM : char +Material_BIM : char
Subclasse:
E74 Group - IPHAN, IPAC, MONUMENTA, Prefeitura Municipal, LCAD/FAUFBA
a
E40 Legal Body - 7 Superintendência Regional do IPHAN
Figura 51 - Termos e relações das classes e subclasses inerentes ao processo de documentação do patrimônio construído, a partir do padrão CIDOC CRM
Legenda
LimiteMunic
1
1 +Geocodigo : int
* +Perimetro : float *
+Area : float
ZonePDDU +NomeMunic : string
Parametros Perimetros
+ZonaCod_ID : char
+ZonaCod_ID : char 1 +Perimet_ID : char
+ZonaDenomina : char Modelos 3D
+CoefUtil : decimal 1 +Perimetro : float
+Perimetro : float
+TxOcup : decimal 1 1 +Denomina : char +Modelo_ID : int
+Area : float
+Rfront : decimal +LoD1 : char
MDT
+RLesq : decimal +LoD2 : char
+Curvas_ID : int *
+RLdir : decimal +LoD3 : char
+Rpost : decimal +Hierarquia : char +LoD4 : char
1
+Gabarito : int +Cota : decimal
*
+LimNPav : int
Edificações DadosSICG
+Edif_ID : int
1 *
Quadras +Perimetro : float
1 +Area : float DadosINBISU
1 1 +Quadra_ID : int +IPAC_ID : char
* +Perimetro : float 1 *
* +INBISU_ID : char
+Area : float 1 +INCEU_ID : char DadosINCEU
EixosVias +AnoInicio : Date +SICG_ID : char 1 1 *
1 +CodLog_ID : int +AnoFim : Date +Uso : char
+LogradNome : char +Periodo : char DadosIPAC
+NumPavim : int
+Perimetro : float
CAD_LOGRADOUROS +EstadoConserv : char
+NomeAntigo : char 1 * +EpocConstr : char
+CodLog_ID : int +TipoVia : char Subtipo Multimidia
+StausTombo : char
+Pavim : char 1 * +Codigo : char
Lotes +LivroTombo : char
+IluminPulic : char +Fotografia : int
Praças +GrauProtIPAC : char
+AbastAgua : char +Lote_ID : int
+NumIPAC : char +Ortofoto : int
+RedeEsgoto : char +Quadra_ID : int +Perimetro : float
+CodMultimidia : char +Desenho : int
+Drenagem : char +Denomina : char +Area : float
+Modelo : int
+ColetaLixo : char +Endereco : char
1 1 +Panorama : int
+LimopaPublica : char +Bairro_Local : char
+Video : int
+AnoInicio : Date +Ocupacao : char 1
CAD_IMOBILIARIO +Texto : int
+AnoFim : Date CAD_IMOBILIARIO +Fechamento : char
+Periodo : char +CadImo_ID : int +NumEdifica : int +CadImo_ID : int
LIMITE MUNICIPAL:
Descrição: classe abstrata delimita a área do município, comporta-se como
fronteira em relação aos municípios adjacentes.
Quadro 14 - Atributos da classe Limite Municipal do HIS para os Sítios Históricos da Bahia
Nome Tipo Tamanho Descrição
Código identificador do município definido pelo
Geocodigo Inteiro 10
IBGE
Perimetro Float Variável Valor correspondente ao perímetro do município
Valor correspondente à área territorial do
Area Float Variável
município
Nome Munic Texto Variável Nome do município
Fonte: Elaborado pela autora.
ZONEPDDU:
Descrição: Classe abstrata formada pelos objetos Zonas Urbanas, que
armazenam e atualizam os atributos correspondentes aos parâmetros
urbanísticos de cada zona urbana definida no PDDU.
PERÍMETROS:
Descrição: classe abstrata formada pelos objetos Perímetros de Proteção,
delimita as áreas do sítio histórico com diferentes níveis de proteção,
conforme definidas pelo IPAC e pelo IPHAN.
QUADRAS:
Descrição: classe concreta formada pelo conjunto de lotes e edificações. Sua
representação é uma poligonal fechada delimitada pelo alinhamento das
edificações ou pelo meio-feio. Tem como subtipo a classe Praça.
LOTES:
Descrição: classe concreta representada por uma poligonal fechada que
delimita a área do imóvel, seja ele com ou sem construção.
EDIFICAÇÕES:
Descrição: classe concreta representada por uma poligonal fechada que
delimita a porção construída do imóvel.
TERRENO (MDT):
Descrição: classe concreta representa o relevo do sítio, a partir de uma
superfície TIN (Triangular Irregular Network).
EIXOS DE VIA:
Descrição: classe abstrata formada pelo traçado do sistema viário, armazena
dados da hierarquia viária e dos indicadores de serviços urbanos.
Quadro 22 - Atributos da classe Eixos de Via do HIS para os Sítios Históricos da Bahia
Nome Tipo Tamanho Descrição
CodLog_ID Inteiro Variável Código identificador da via
Perimetro Float Variável Valor correspondente ao perímetro da via
Largura Inteiro longo Variável Valor correspondente à largura da via
LogradNome Texto Variável Nome atual do logradouro
NomeAntigo Texto Variável Nome antigo do logradouro
AnoInicio Data 4 Ano de conformação da via no tecido urbano
AnoFim Data 4 Ano de mudança do traçado da via
Periodo Texto 10 Período histórico correspondente
TipoVia Texto Variável Classificação hierárquica da via
Pavim Texto Variável Tipo de pavimentação
IluminPublic Texto Variável Existência de iluminação pública
AbastAgua Texto Variável Existência de rede de abastecimento d´água
RedeEsgoto Texto Variável Existência de rede de esgoto
Drenagem Texto Variável Existência de drenagem de águas pluviais
ColetaLixo Texto Variável Existência de coleta de lixo
LimpaPublica Texto Variável Existência de limpeza pública
TÍTULO DO WEBSITE
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(Enfoques, Acervo Digital, Mapas, News, etc)
APRESENTAÇÃO
TEXTO (Informações Gerais/Histórico)
Créditos
Base de Dados Base de Dados OUTROS
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GERENTE – Responsável pelo conteúdo do site
TÉCNICO – De órgãos de patrimônio com foco em planejamento, preservação e gestão de edifícios e sítios históricos
USUÁRIOS
ACADÊMICO – Pesquisadores, professores e estudantes, com foco em documentação arquitetônica e educação patrimonial
VISITANTE – Interessados em geral, em conhecer o patrimônio cultural da cidade. Foco no turismo e empreendimentos
Uma vez concluída a elaboração do projeto do HIS, segue-se então nos Capítulos 7
e 8, relativos à sua implementação, apresentando um estudo de caso para o sítio
histórico de Cachoeira, como forma de validar o modelo concebido. As etapas
adotadas no processo de modelagem são interdependentes, e apesar de
consecutivas, não são consideradas como acabadas, prontas. Isso porque durante a
construção de qualquer sistema de informações, muitas vezes, faz-se necessário
ajustes e revisões devidas, em um processo iterativo até que se tenha condição para
proceder, finalmente, a sua implementação. Além disso, o modelo aqui proposto
permite também que o HIS seja desenvolvido em etapas, conforme uma ordem de
prioridade pré-estabelecida ou a disponibilidade de dados e recursos
computacionais de cada sítio histórico documentado.
LEGENDA
REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR
REGIÃO DO RECÔNCAVO SUL
CACHOEIRA
Fonte: Acervo LCAD - Imagem Quick Bird, 2012. Elaborado pela autora.
Tal forma de ocupação deu-se não só pelo significado simbólico de controle e poder
político-econômico desses espaços em relação ao terrapleno do restante da cidade,
como também para proteger tais construções e todo o casario das recorrentes
enchentes que acabam sempre por danificá-las (Figura 59), e pela necessidade de
conquistar terras para crescimento da cidade configurando, ao longo dos séculos, o
seu processo de expansão.
Por volta de 1561, Adôrno foi contemplado com a sesmaria que compreendia a
região ribeirinha do rio Paraguaçu, com terras que ficam entre os riachos Caquende
e Pitanga. Homem de posses, logo deu início à cultura açucareira, em um terrapleno
à margem esquerda do rio, onde sem dificuldades poderiam aportar as embarcações
para o carregamento do açúcar, que era levado para Salvador a fim de ser
exportado. Logo o canavial começou a desenvolver-se no solo massapê e em pouco
tempo foram feitas as primeiras colheitas, e com elas a instalação de engenhos para
a produção do açúcar. Assim, teve início o povoamento da Freguesia do Porto de
Cachoeira, que começou a crescer para tornar-se mais tarde, a cidade de
Cachoeira, uma das mais tradicionais na história do Brasil.
Figura 61 - Gravura de Mello Moraes de 1866 da Igreja de Nossa Senhora D'Ajuda, Cachoeira - BA
Além dos fidalgos com seus engenhos, os jesuítas também contribuíram para a
ocupação do território, que ainda era habitado pelos índios, com a criação do
povoado de Santiago do Iguape e o início das obras de catequese.
(a)
(b)
Fora dos muros do convento, foi construído pequeno hospital para prestar
assistência aos desamparados. O hospital recebeu o título de Hospital de Nossa
Senhora de Belém e prestou grande assistência durante a epidemia de febre
amarela, em 1686, que, iniciada em Salvador, espalhou-se pelo Recôncavo. Após o
falecimento de Frei Bernardo da Conceição, seu idealizador, em setembro de 1727,
e não havendo quem o substituísse, o hospital foi transferido para a sede de
Cachoeira e entregue aos religiosos de São João de Deus, recebendo o título de
Hospital São João de Deus, estando até hoje conservado.
Outra incursão foi a dos jesuítas que ocorreu em 1686, quando foi fundado pelo
padre Alexandre de Gusmão, o Seminário de Belém, no distrito de Belém de
Cachoeira, local escolhido pelo seu clima aprazível. Com esmolas que recebera de
diversas partes, o padre jesuíta construiu também a Igreja de Nossa Senhora de
Belém (Figura 64).
Figura 64 - Seminário de Nossa Senhora de Belém, Cachoeira - BA:
(a) estado de conservação em 1982; (b) estado de conservação em 2008
(a) (b)
Além da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (Figura 67), cuja construção
iniciou-se no final do século XVII e se estendeu até a metade do século XVIII, outro
marco da arquitetura religiosa que se destaca nesse período é o Conjunto do
Carmo, formado pela Igreja da Ordem Primeira, o Convento e a Ordem Terceira,
construído entre os anos de 1715 e 1722 (Figura 68).
Além disto, a partir de 1700 partiam de Cachoeira estradas com destino ao Sul do
País e também para outras regiões da Bahia, dando à cidade a condição de
entreposto privilegiado naquela época, transformando-a em um núcleo dos mais
importantes de todo o estado. Ao final do século XVII, três caminhos terrestres
partiam ou convergiam para Cachoeira: o caminho de Belém de Cachoeira; o
caminho para a região das Minas passando pela Chapada Diamantina; e a Estrada
Real do Gado, passando por Feira de Santana, até chegar ao Piauí, principal fonte
de abastecimento de gado do Nordeste (FONSECA, 2006).
Nesse sentido, Milton Santos (1998, apud FONSECA, 2006) afirma que, por sua
condição de nó de confluência entre diversas rotas de entrada para o sertão do país,
Cachoeira destacava-se do ponto de vista da hierarquia urbana com reflexos inter-
regionais, estabelecendo-se assim a primeira geração de sub-regiões hierárquicas
do Recôncavo, tendo base o transporte fluvial. Por tudo isso, entende-se que tais
aspectos imprimiram nesse período a condição de centralidade a Cachoeira, que
perdurou até meados do século XX.
Diante do quadro de progresso que vivia a Vila de Cachoeira, refletido não somente
pelo movimento crescente no seu porto, mas também pelas evidências de uma
aristocracia rural com fazendas, de opulento empório com diversos gêneros de
negócios e pelos sobrados residências de ricos portugueses, urgia a necessidade da
construção do cais na Vila. Diante desses fatos, em outubro de 1702, o Senador da
Câmara da Vila fixou o prazo de 30 dias, ao Capitão João Rodrigues Adôrno, para
que iniciasse a construção do cais, com o apoio de uma ponte para embarque e
O século XIX foi sem dúvida a continuidade do apogeu da Vila de Nossa Senhora do
Rosário do Porto da Cachoeira, registrando-se a existência de dezenas de
engenhos, um fluxo crescente de pessoas em busca de aquisição de mercadorias
perante a sua condição de importante empório de abastecimento para longínquas
Os séculos XVIII e XIX foram de muita prosperidade para Cachoeira, razão pela qual
foram construídos solares, conventos, igrejas e sobrados, tendo a influência do
barroco nos seus traços característicos. Isto contribuiu para formar, no Recôncavo,
um dos conjuntos arquitetônicos mais apreciáveis, caracterizando-se como o mais
antigo complexo urbano do Brasil, decorrente da cultura do açúcar e de sua
exportação, e do apogeu da recém introduzida cultura do fumo. Nesse período, a
Vila ganha o Hospital São João de Deus da Santa Casa de Misericórdia e, com ele,
o surgimento de mais uma praça, a Praça do Hospital (atual Praça Dr. Milton)
(Figura 80).
o Abatedor, que era um quilombo chamado de Galinheiro, pois era ocupado por
negros da nação Bruce que aqui no Brasil se chamavam “Galinhas”.
Figura 74 - Feira livre na Praça Dr. Milton, no início do século XX, Cachoeira - BA
Figura 75 - Mercado Público, com feira livre em suas imediações, Cachoeira - BA.
Por outro lado, iniciando a segunda metade do século XX, fatores internos e,
principalmente, externos fizeram com que o quadro de riqueza e desenvolvimento da
cidade mudasse completamente. Em 1940 surgiu a economia petrolífera na Bahia,
com ações produtivas concentradas nos municípios adjacentes à capital do Estado.
Sua crescente vitalidade atingiu diretamente o Recôncavo Sul e também Cachoeira,
que teve sua dinâmica econômica reduzida em função do fechamento de diversas
fábricas e do declínio das culturas açucareira e fumageira (FLEXOR, 2007). Com a
implantação da BR-324, no início da década de 30, ligando Salvador a Feira de
Santana, por sua vez, faz com que Cachoeira não seja mais o elo de comunicação
do norte de Minas ao sul do Piauí. Na década de 70, a construção da BR-101 e a
ligação, por ferry-boat, de Salvador com a ilha de Itaparica desviam da cidade todos
os trajetos rodoviários até então efetuados com a região sul do Estado. Enfim, a
navegação e a ferrovia que foram, no passado, os meios de comunicação e forças
motrizes do desenvolvimento de Cachoeira foram encerrados definitivamente em
1967, passaram a ser superados pelo incremento do transporte rodoviário.
Muito embora até hoje não haja uma delimitação oficial do seu perímetro, na área
que encerra núcleo original da cidade, foram tombados isoladamente 27 bens
imóveis (Quadro 23), que junto com os povoados quilombolas e os terreiros de
Candomblé formam o seu patrimônio material. Além disto, Cachoeira possui também
importante patrimônio imaterial reconhecido internacionalmente, como a Irmandade
da Boa Morte, como as chulas e as filarmônicas, entre outros.
O
N DE
TIPOLOGIAS DENOMINAÇÃO
TOMBAMENTO
A profunda crise financeira que se abateu sobre o país na década de 1980 impediu a
continuidade do PCH, que só foi retomado em 1999, com a implantação do
Programa Monumenta, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e
apoiado tecnicamente pela UNESCO. A proposta foi de agir de forma integrada,
promovendo obras de restauração e recuperação dos bens tombados e imóveis
privados, localizados em 26 (vinte e seis) sítios históricos tombados 36. Objetivo a ser
alcançado com a geração de recursos para o equilíbrio financeiro das atividades
desenvolvidas e que mantenham conservados os imóveis da área do projeto,
tornando mais fácil a manutenção das características originais dos bens, sem que
fossem necessários futuros aportes de recursos públicos. Uma das estratégias para
atingir essa meta foi estabelecer novos usos para os imóveis e monumentos
recuperados. Além disso, o Monumenta também contemplou atividades de
capacitação de mão-de-obra especializada em restauro, formação de agentes locais
36
As cidades escolhidas para participar do Programa Monumenta de acordo com a
representatividade histórica e artística, levando em consideração a urgência das obras de
recuperação. Foram: Alcântara (MA), Belém (PA), Cachoeira (BA), Congonhas (MG), Corumbá
(MS), Diamantina (MG), Goiás (GO), Icó (CE), Laranjeiras (SE), Lençóis (BA), Manaus (AM),
Mariana (MG), Natividade (TO), Oeiras (PI), Olinda (PE), Ouro Preto (MG), Pelotas (RS), Penedo
(AL), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Cristóvão (SE), São
Francisco do Sul (SC), São Paulo (SP), Serro (MG). Entre o acervo selecionado estão centenas
de monumentos como museus, igrejas, fortificações, casas de câmara e cadeia, palacetes,
conjuntos escultóricos, conventos, fortes, ruas, logradouros, espaços públicos e edificações
privadas em todas as áreas tombadas pela União.
37 a
Dados apresentados pela diretora do CAHL, Prof Georgina Gonçalves em palestra proferida em
22 de agosto de 2012, no Auditório Mastaba da FAUFBA.
7.4.1 Antecedentes
Outro fato importante foi o convênio firmado com o IPHAN, em 1972, no qual ficou o
Departamento III da FAUFBA encarregado da elaboração do Plano Urbanístico de
Cachoeira, enquanto o CEAB ficou responsável pelos estudos da Evolução Histórica
da Cidade. O Departamento III da FAUFBA confiou ao Grupo de Restauração e
Renovação Arquitetônica e Urbana (GRAU) a realização do Plano Urbanístico. Para
o cumprimento de suas atribuições, o GRAU buscou a colaboração de outros órgãos
da UFBA, especialmente o Departamento de Geografia do Instituto de Geociências,
que realizou as análises referentes ao meio físico e socioeconômico da cidade e de
seu território. Os estudos tiveram início em janeiro de 1973, após a liberação dos
recursos, sob a coordenação do arquiteto e professor Paulo Ormindo David de
Azevedo.
38
Infelizmente, não obteve-se êxito durante o levantamento bibliográfico quanto à identificação da
planta semi-cadastral de Cachoeira, citada no texto.
39
O Estatuto da Cidade regulamenta o capítulo "Política Urbana" da Constituição brasileira, que
estabelece, em seu artigo 41, que todas as cidades com mais de 20.000 habitantes (inciso I) ou
aquelas integrantes de áreas de especial interesse turístico (inciso IV) devem obrigatoriamente ter
um plano diretor, tendo por princípios básicos o planejamento participativo e a função social da
propriedade.
Quadro 24 - Síntese do conteúdo dos Relatórios Técnicos da PCL para o PDDU de Cachoeira
PRODUTO DESCRIÇÃO
Das cinco minutas de lei que compunham o PDU de Cachoeira, a mais importante,
abrangente e complexa era inquestionavelmente a Lei do Plano Diretor Urbano, que
estabelecia as diretrizes, estratégias e objetivos que norteariam todo o
desenvolvimento urbano do município, além de definir um zoneamento para a
cidade, estabelecendo respectivos índices urbanísticos, instrumentos de política
urbana permitidos e outros parâmetros.
Tal indicação foi também proposta no “Anexo IV da Lei do Plano Diretor Urbano –
Desenvolvimento Espacial – Modelagem Urbana – Cachoeira”, onde na planta
intitulada “Zoneamento”, consta uma “Zona do Centro Histórico – Proteção Rigorosa”
reduzida a uma pequena mancha do tecido urbano, e uma “Zona Mista –
Preservação Simples”, correspondente a outra ainda menor. A questão torna-se
ainda mais grave, chama a atenção o arquiteto Nivaldo Andrade, pois não foram
definidos índices urbanísticos para a “Zona do Centro Histórico”, o que é
fundamental para preservar a configuração arquitetônica e paisagística responsável
pelo tombamento de Cachoeira como patrimônio nacional.
Após a análise técnica acima descrita, uma 2 a minuta da Lei do PDU foi elaborada
pela CPR-PDU e pelos técnicos do IPHAN, retificando os vários equívocos
encontrados na 1a minuta, e contemplando as diversas contribuições coletadas nas
reuniões e audiências públicas. A nova minuta da Lei foi entregue e apresentada à
Câmara de Vereadores de Cachoeira e à população em geral, em reunião aberta
realizada na sede do Legislativo Municipal, em de 5 de outubro de 2006, tendo sido
votada e aprovada, cumprindo assim os prazos estabelecidos pelo Estatuto da
Cidade.
Outro aspecto que se quer discutir, por estar também diretamente relacionado ao
escopo dessa tese, é quanto a proposição pela PCL no Relatório 2, de implementar
um "Balcão de Informações", como ponto de partida para a implementação de um
Sistema Municipal de Informações (SMI), composto pelo conjunto de dados
coletados e processados durante a elaboração do PDU assim pelo seus produtos
sítio histórico da cidade de Cachoeira - Bahia, Brasil
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 236
Anna Karla Trajano de Arruda
Em linhas gerais, para definir a estrutura do SMI, a consultoria faz uma explanação
sobre Sistemas de Informações Geográficas (SIG) como uma tecnologia derivada da
combinação das tecnologias CAD e Banco de Dados, citando em seu texto como
exemplo a ferramenta AutoCAD Map, da empresa Autodesk. Embora coloque como
elementos importantes do SMI as informações, a constituição e a montagem das
bases de dados, para cada um desses elementos não faz mais do que observações
superficiais, sem nenhuma recomendação mais criteriosa sobre as questões
técnicas a eles inerente, como pode-se verificar nos trechos transcritos a seguir.
INFORMAÇÃO
O grau de utilização e o potencial do sistema de geoprocessamento
dependerá dos dados inseridos no banco de dados e da possibilidade
dos mesmos serem transformados em informações. É importante
chamar a atenção para o fato de que as informações disponíveis e o seu
grau de atualização dependerão de como será alimentado o sistema. Ou
seja, é fundamental a definição de rotinas de coleta de dados para que
se traduza a realidade da forma mais fiel possível. Outro fato importante,
refere-se ao acesso a informações, que seria totalmente controlada,
fazendo com que cada tipo de cliente do sistema tenha acesso apenas a
determinados tipos de informações.
Os únicos pontos que tangenciam a questão técnica são o que toca nos
procedimentos para montagem da base de dados, fazendo referência à digitalização
e georreferenciamento de dados; e o que toca na configuração dos recursos
computacionais necessários (hardware, software, rede de transmissão de dados)
para implementação do SMI. Acredita-se que, a época, os recursos de hardware
especificados atenderiam do desempenho desejado e estariam dentro da
capacidade de investimento da prefeitura. Quanto ao software recomendado como
ferramenta GIS, foi indicado o AutoCAD Map, sob a justificativa de que o corpo
técnico da prefeitura já possuía um conhecimento prévio da ferramenta, frente ao
uso do AutoCAD "padrão"; que teria menor custo comparado ao ArcView e melhor
performance comparado ao MapInfo e ao Spring. Ainda usa o argumento de que o
AutoCAD Map seria uma ferramenta adotada pela EMBASA e pela COELBA,
respectivamente, as concessionárias responsáveis pelos serviços de abastecimento
d'água e coleta de esgoto sanitário, e energia elétrica do Estado, identificadas como
possíveis parceiras na implantação do SMI.
Independente do tema, o mapa base tem apenas e tão somente as feições que
representam a malha urbana (quadras) e a hidrografia, conforme o caso, do distrito
ou localidade que está sendo estudado. Para os estudos urbanísticos que tratam de
uso do solo, equipamentos sociais e tipologias habitacionais é imprescindível a
representação das edificações. Isto é mais uma lacuna encontrada.
Especificamente, para o tema de "Avaliação do estado de conservação e das formas
arquitetônicas das edificações de Cachoeira", verifica-se uma incoerência no uso do
mapa base associado ao que se pretendia ser um mosaico fotográfico de cada face
de quadra. Esse "mosaico" é utilizado para a classificação das edificações dentre 12
classes, onde foram reunidas a um só tempo variáveis quantitativas e qualitativas
definidas em uma tabela a parte, e representadas por símbolos completamente
esdrúxulos a simbologia cartográfica conhecida. Para o distrito sede Cachoeira, o
mapa base foi dividido em 28 poligonais, sem indicação dos critérios de sua
delimitação, com o estudo temático feito por face de quadra, resultando em uma
visão fragmentada do estado de conservação do conjunto urbano.
Por fim, entende-se que foi perdida uma grande oportunidade de prover o município
de um instrumento com dados e informações relevantes a serem utilizadas na
análise de processos de intervenções no seu conjunto arquitetônico e urbanístico,
seja pela própria prefeitura, seja pelo o IPHAN e o IPAC. E mais, estabelecer uma
maior interação com a população, que teria um meio mais efetivo de conhecimento
das possibilidades de conservação do patrimônio em solicitações como projetos de
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 243
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 244
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Frente aos problemas acima relatados, buscou-se outra fonte de dados cartográficos
disponível. Em contato com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais
da Bahia (SEI), que está realizando e atualizando a cobertura cartográfica do
estado, a partir de aerofotogrametria. Em virtude dos habituais problemas de forte
nebulosidade que ocorre nas áreas litorâneas do Nordeste Brasileiro, verificou-se
em março de 2011 que o recobrimento ainda não havia contemplado a cidade de
Cachoeira. Diante da desatualização da planta cadastral, e não havendo outra fonte
de dados disponível, decidiu-se então pela aquisição de imagens orbitais de alta
resolução para produção de um mapa base que atenda a finalidade do HIS
Cachoeira.
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 245
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Figura 78 - Imagem de alta resolução da cidade de Cachoeira e arredores, capturada pelo satélite
Quick Bird, em maio de 2012
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 246
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40
Os perímetros indicados no mapa não têm caráter normativo, fazem parte de um estudo propositivo
desenvolvido no âmbito do IPAC-BA/SIC.
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 247
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Município
Distrito
Denominação
Endereço
Sobre o lote:
- dimensões aproximadas: largura e profundidade
- áreas: área ocupada e área permeável
- ocupação
- número de edificações
- fechamento do lote
Sobre as edificações:
- uso
- número de pavimentos
- estado de conservação
- época construção
Da proteção do bem:
- nível de tombamento
- grau de proteção IPAC
- IPAC no BR (número de cadastro do imóvel inventariado)
- inscrição no livro de tombo do IPHAN
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 248
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Para atualização dos dados dos inventários citados, foi criada uma ficha simplificada
com os campos selecionados, para ser utilizada no levantamento feito in locu, onde
basicamente foram coletados dados de uso do solo, estado de conservação e
número de pavimentos. Em relação aos demais dados acima listados, esses foram
coletados nos próprios inventários.
A coleta dos dados foi realizada com a participação de alunos das disciplinas ARQ
A46 - Planejamento Urbano e Regional (Oficina de Projeto V) e ARQ A50 – Estudos
Socioambientais, acompanhados dos seus professores Arivaldo Leão de Amorim e
Jacileda Cerqueira Santos, e ARQ A75 – Introdução ao Geoprocessamento
(ministrada pela doutoranda), todas integrantes da grade curricular do Curso de
Graduação em Arquitetura e Urbanismo (noturno) da FAUFBA. A ideia por trás da
participação dos estudantes foi unir a experiência de documentação do patrimônio
arquitetônico, desenvolvida no LCAD, de modo a dotar estas disciplinas do
conhecimento teórico e uso aplicado de seu ferramental tecnológico de última
geração, haja vista que o GIS foi adotado nessas disciplinas para desenvolvimento
de seus conteúdos.
Muito embora tenham sido feitos vários contatos, no período de julho a dezembro de
2012, e solicitado oficialmente dados dos Cadastro de Logradouros (CADLOG) e do
Cadastro Imobiliário (CADIMO) à Prefeitura Municipal de Cachoeira, até então as
41
Para mais detalhes, ver Arruda; Santos; Amorim (2012).
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 249
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únicas informações disponibilizadas foram uma listagem impressa com o nome dos
logradouros e o modelo do Boletim de Cadastro Imobiliário (BCI).
Diante disso, optou-se por incluir nos atributos das feições lotes e edificações um
campo correspondente a sua inscrição municipal, a fim de que, em momento
oportuno, possa ser usado como indexador junto a base de dados do CADIMO,
importando seus campos para o HIS. Medida semelhante tomou-se em relação aos
dados do CADLOG, para alimentar a base de dados da feição eixo de vias.
Textos
Desenhos arquitetônicos
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 252
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42
A participação da missão alemã se deu em virtude de um convênio de cooperação universitária
entre o LCAD/UFBA e o IPF/KIT, no âmbito do PROJETO PROBRAL 311/09 – CAPES/DAAD –
Patrimônio Arquitetônico, Documentação e Tecnologias Digitais.
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 253
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I. Dados Cartográficos
O mapa base do HIS será utilizado na produção dos mapas temáticos, a partir dos
quais comumente se faz a leitura da morfologia urbana, análises das transformações
que o espaço urbano sofre ao longo do tempo e eventos dos eventos que nele
ocorre; como referência espacial na elaboração dos modelos geométricos urbanos
e, complementando, para indexação dos arquivos multimídia a base de dados
espaciais. Principalmente, em função da produção dos mapas temáticos, que
necessitam de uma representação bidimensional para a sua visualização adequada,
entendeu-se que era pertinente georreferenciar a planta cadastral do IPHAN à
imagem orbital e partir daí proceder a uma atualização de suas feições.
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 254
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Para o processamento dos dados foi utilizado o software Ashtech Solutions. Com os
pontos de controle, em um procedimento conduzido pelo Prof. Mauro Alexandrini,
usando o software Envi para identificar na imagem os pontos homólogos, efetuou-se
o georreferenciamento da banda pancromática, que tem melhor resolução espacial
em relação às multiespectrais (Red, Green, Blue). O mesmo processo foi efetuado
em relação à planta cadastral.
43
Todos os equipamentos e software utilizados são de propriedade do Laboratório de Geomensura
Theodoro Sampaio (LABGEO) da Escola Politécnica da UFBA.
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 255
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 257
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não possuem a precisão necessária para esse fim, além de divergirem daquelas
registradas no cadastro imobiliário municipal, instrumento importante para a gestão
da cidade.
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Figura 85 - Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Cachoeira - BA: (a) fotografia da fachada;
(b) ortofoto gerada com Photomodeler Scanner; (c) restituição digitalizada no AutoCAD
(a)
(b)
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(c)
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Figura 86 - Igreja do Monte de Cachoeira - BA: (a) fotografia da fachada; (b) posição das
câmeras nas tomadas fotográficas; (c) construção do modelo, visualização
em wireframe; (d) modelo fotorrealístico, produto preliminar
(a) (b)
(c)
(d)
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Panoramas
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(a)
(b)
(c)
Após a construção dos panoramas, foi montado o tour virtual, sobre o mapa
base, onde foram destacadas as edificações tombadas, localizadas e
identificadas as estações das tomadas fotográficas, correspondentes aos
panoramas previamente processados. A resolução final dos panoramas foi
reduzida para possibilitar a integração destes ao tour virtual. O programa
utilizado na construção do tour virtual foi o Tourweaver da Easypano (SANTOS;
AMORIM, 2010). Um exemplo de um tour virtual de Cachoeira pode ser visto no
website do LCAD (http://www.lcad.ufba.br/cachoeira/).
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 264
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Em relação aos filmes, vídeos e áudios coletados, não foi necessário proceder a
nenhum tipo de processamento, sendo feita a sua entrada direta no banco de
dados já vinculando-o com o registro correspondente a feição gráfica a partir da
inserção do seu código identificador, além do seu endereço na internet e dos
seus metadados (Figura 89). Para garantir a disponibilidade permanente dessas
mídias, foi feito o download dos arquivos e armazenado no banco de dados
como backup, tendo os devidos cuidados em relação ao copywright.
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Textos
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Fonte: IPAC (1982); Acervo LCAD (2012). Elaboração: Agenor Simões e Paulo Oliveira.
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Este requisito é atendido pelo recurso Hyperlink que estabelece uma ligação entre
um arquivo multimídia armazenado externamente a base de dados e a feature class
no mapa. No estudo em questão, foram estabelecidos hyperlinks entre os imóveis e
fotografias de suas fachadas, indicando o “caminho” em que os respectivos arquivos
estão armazenados no computador. Uma vez ativa essa ferramenta, ao clicar sobre
a feature com o mouse, é exibida a fotografia do imóvel (Figura 94).
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f) Imprimir mapas
Para impressão dos mapas produzidos, utiliza-se o display de layout que possui uma
interface com um conjunto de funções voltadas à produção de arquivos para
impressão, constando todos os elementos básicos de um documento cartográfico: a
legenda, as escalas gráfica e numérica, a indicação do norte geográfico, a
quadrícula de coordenadas e o carimbo (Figura 97).
Para o projeto do website no qual será vinculado o HIS Cachoeira foi contratado um
webdesigner, para quem foi apresentado o modelo conceitual elaborado. Ao
profissional foi especificado que o website tem como pressuposto que o mesmo
deve estar adequado para navegação nos browsers Internet Explorer, Google
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 273
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Na page HOME, tem-se uma apresentação geral do website com informações sobre
o sítio histórico de Cachoeira, complementadas por um slideshow que mostra pontos
de destaque do seu conjunto arquitetônico e de sua paisagem, e por um mapa com
a localização de Cachoeira em relação a capital. Nesse mapa, também são
indicados os sítios históricos de Lençóis e Rio de Contas, já contemplados pelo
Programa Permanente de Documentação Arquitetônica, com link direto para os seus
respectivos websites. Além disso, esclarece que tipos de dados e ferramentas o
website oferece, e a que público está direcionado; e ainda traz no rodapé a
indicação sobre quem é o responsável, endereço e contatos, e oferece a opção do
usuário receber newsletters (Figura 98). Na HOME estão disponíveis os links para
acesso direto as demais pages do website.
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Figura 102 - Tela de busca avançada da interface Documentação Arquitetônica do HIS Cachoeira
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 279
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Ainda nessa mesma interface, tem-se o menu GERENCIAR - opção DADOS, que
direciona a tela CADASTRO para a inserção de novo registro com o seu código
identificador, preenchimento dos dados descritivos e indexação dos arquivos
multimídia (Figura 104).
implementação do heritage information system para o sítio histórico de Cachoeira - HIS Cachoeira
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 280
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Passando para a page MAPA, tem-se o work frame do ArcGIS Online, onde estão
disponíveis as funcionalidades para as consultas e análises espaciais, produção e
visualização dos mapas temáticos (Figura 105), semelhantes ao modo desktop
apresentado no tópico anterior. O ArcGIS Online possui algumas limitações em
relação aos webservices, o que no momento está limitando o desenvolvimento de
todas as funcionalidades e customização final da interface, a exemplo da
visualização da imagem orbital e restrição na quantidade de features class (no
máximo 1000 feições) por plano de informação. Para solucionar esses problemas,
foi solicitado a Imagem Geosistemas LTDA, representante da Esri no Brasil, a
disponibilidade de uma licença educacional do ArcGIS Sever (aplicativo para
provedor de dados espaciais e webservices) usado para o desenvolvimento de
aplicações dedicadas como o HIS Cachoeira.
implementação do heritage information system para o sítio histórico de Cachoeira - HIS Cachoeira
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 281
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o Web GIS - está sendo desenvolvido, inicialmente, com o ArcGIS Online com
uma interface para visualização, consultas e produção de mapas temáticos.
Contudo, a versão default disponibilizada gratuitamente pela Esri apresentou
as seguintes limitações: restringe a publicação de imagens raster, a exemplo
44
O HTML (abreviação para a expressão inglesa HyperText Markup Language, que significa
Linguagem de Marcação de Hipertexto) é uma linguagem de marcação utilizada para produzir
páginas na web.
45
O MySQL é um sistema de gerenciamento de base de dados (SGBD), que utiliza a linguagem SQL
(Linguagem de Consulta Estruturada, do inglês Structured Query Language) como interface.
46
O PHP - Hypertext Preprocessor, é uma linguagem de programação interpretada em livre,
comumente utilizada para gerar conteúdo dinâmico para páginas web.
47
O JQuery é uma biblioteca JavaScript cross-browser desenvolvida para simplificar os scripts client
side que interagem com o HTML.
48
JavaScript é uma linguagem para escrita ou programação de scripts, baseada em ECMAScript
padronizada pela Ecma International nas especificações ECMA-262[2] e ISO/IEC 16262, e é
atualmente a principal linguagem para programação client-side em navegadores web.
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Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 282
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Para publicação e divulgação deste website, foi criado o domínio virtual www.
acervocachoeira.ufba.br, seguindo o padrão definido para o Portal ArqDoc Bahia, e
está hospedado CPD da UFBA, onde fica armazenada toda a base de dados do HIS
Cachoeira, bem como as ferramentas as soluções para o seu funcionamento.
implementação do heritage information system para o sítio histórico de Cachoeira - HIS Cachoeira
Capítulo 9
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 284
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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Da análise feita a partir da fundamentação teórica desta tese, coloca-se como crítica
que apesar de tomar como referência os modelos europeus para a produção de
inventários culturais, as orientações postas nas Cartas Patrimoniais e as propostas
metodológicas difundidas pela UNESCO, ICOMOS e o Conselho da Europa, mesmo
considerando que os avanços tecnológicos ocorridos contribuem significativamente
para documentação do patrimônio e a longa experiência do IPHAN, não entende-se
porque até hoje no Brasil os dados e informações sobre os monumentos e sítios
históricos (que são coletados, recoletados, compilados e recompilados) são
predominantemente disponibilizados em publicações impressas que dificilmente
chegam as escolas, bibliotecas e arquivos públicos, universidades e centros de
pesquisas, museus e livrarias. Nem mesmo suas versões digitais são de fácil acesso
considerações finais
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 285
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Outro aspecto que se observa é de que, além dos institutos legais como o
tombamento de bens materiais e o registro de bens imateriais, as ações de
preservação se concentram prioritariamente em vultuosos investimentos financeiros
aplicados em obras de conservação, restauração ou revitalização, que são por
deveras relevantes, mas é preciso não esquecer que os administradores e
planejadores em nível nacional, regional ou local, devem exercer políticas de
preservação e tomar decisões bem fundamentadas, a partir de dados e informações
atualizadas e o mais precisa possível. Para isso é que foram realizados o INBI-SU
e seus congêneres, e que vem sendo formulado o SICG, sem ainda uma perspectiva
mais concreta de sua implementação. Enquanto isso, vai se fazendo "as coisas a
moda antiga...".
Por outro lado, a execução de obras não são suficientes para manter e preservar o
patrimônio arquitetônico. O envolvimento e interação com o público oferecendo-lhe o
acesso à informação a fim de que se identifique com a importância cultural do
patrimônio e crie com ele uma identidade é outro meio de valorizar e preservar a
memória. Isso pode acontecer não só através da educação patrimonial que, além de
trabalhar o patrimônio ainda fisicamente presente nos espaços urbanos, deve
também reportar-se ao acervo bibliográfico a respeito desse patrimônio, bem como
daquele não mais existente. Além disso, é necessário disponibilizar um meio efetivo
para a disseminação dos dados e informações sobre edificações e sítios históricos à
população, a fim de que essa possa reconhecer os valores culturais e interagir com
os órgãos de proteção, contribuindo de forma efetiva nos processos decisórios
quanto à gestão do patrimônio construído. Dessa forma, cumprir-se-ia os princípios
colocados na XI Assembléia do ICOMOS (1996), destacados no Capítulo 3 dessa
tese.
considerações finais
Preservação e Gestão do Patrimônio Construído: a contribuição do Heritage Information System 286
Anna Karla Trajano de Arruda
Como contribuição desse trabalho, pode-se citar que com o desenvolvimento do HIS
Cachoeira, tem-se armazenado em um único sistema de informações os dados
históricos, os dados cadastrais atuais e os dados de zoneamento urbano, com suas
respectivas representações espaços-temporais. Com isso, produtos como mapas
temáticos, tabelas e gráficos estatísticos resultantes de análises espaciais, podem
ser produzidos para auxiliar a tomada de decisão quando da elaboração de
programas, planos e projetos urbanísticos de forma integrada aos planos de
preservação do conjunto arquitetônico e paisagístico de Cachoeira, e no processo
de revisão do Plano Diretor e da legislação urbanística do município. Mas,
sobretudo, entende-se que o sistema aqui proposto e parcialmente implementado,
deverá ser uma ferramenta a serviço do desenvolvimento urbano e cultural da
cidade de Cachoeira.
considerações finais
Referências
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