Você está na página 1de 18

NORMALIZAÇÃO DE DESCRIÇÃO

relato de experiência
ARQUIVÍSTICA APLICADA NO FUNDO
DOCUMENTAL DA SECRETARIA DE
CULTURA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA

Eliandro dos Santos Costa*


Telma Campanha de Carvalho Madio**

RESUMO Este artigo apresenta o resultado de um estudo de caso realizado


junto à Secretaria de Cultura do Município de Londrina, órgão
vinculado à Prefeitura Municipal de Londrina e desenvolvido com
a adoção do software ICA-AtoM1 como recurso para aplicação das
normas de descrição arquivística. Para aplicação dessas normas, * Mestre em Engenharia da Produção
optou-se pela descrição da entidade produtora (1ª), da função pela Universidade Federal de Santa Ma-
ria, Brasil. Professor Assistente do Cur-
Registro do Patrimônio Arquitetônico e Histórico (2ª) e da série so de Arquivologia do Departamento de
documental Registros Arquitetônicos (3ª). Para essas descrições Ciência da Informação da Universidade
arquivísticas foram utilizadas, respectivamente, as seguintes Estadual de Londrina, Brasil. Doutoran-
do no Programa de Pós-Graduação em
normas: 1ª) ISAAR-CPF2 e ODA3; 2ª) ISDF4; e 3ª)NOBRADE5 Ciência da Informação da Universidade
e ODA. Adotou-se ainda pesquisa bibliográfica, documental, Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
Brasil.
exploratória e de natureza aplicada e qualitativa. As descrições E-mail: eliandrocosta@gmail.com.
obtidas foram registradas e difundidas no Portal Web ICA-AtoM
** Doutora em Ciências da Comuni-
PML6, disponíveis ao acesso do usuário. Essa prática descritiva cação pela Universidade de São Paulo,
permitiu encontrar uma forma de contribuir para a área de Brasil. Livre docência em Documento
arquivologia, com indicações que podem fornecer aos cidadãos fotográfico pela Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil.
locais e aos demais públicos interessados, um maior acesso ao Professora adjunta do Departamento de
registro arquivístico e à história da região, nesse caso específico, Ciência da Informação da Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
às informações sobre os prédios históricos da Cidade. Brasil. Docente permanente do Progra-
ma de Pós-Graduação em Ciência da
Informação da Universidade Estadual
Palavras-chave: Arquivologia. Descrição Arquivística. Normas de Descrição Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil.
Arquivística. ICA-AtoM. E-mail: telmaccarvalho@marilia.unesp.br.

1 INTRODUÇÃO 123456 cenário que se apresenta diariamente para o


exercício da profissão de arquivista. Assim,

C
onsidera-se pertinente, em princípio, observa-se a exigência para que esse profissional
abordar o contexto mais abrangente da atenda aos requisitos essenciais de uso de
sociedade, visando integrar o presente tecnologias de preservação, representação e
estudo em fatores de interação com o novo recuperação da informação produzida, registrada
e contida nos documentos em seus mais
diferenciados suportes, sempre relacionando
1 ICA-AtoM - É fundamentado em ambiente web, aplicativo de código
aberto baseado em padrões para a descrição arquivística num contexto princípios e técnicas adequados às necessidades
multilíngue, ambiente multiarquivos. Portal Web oficial do ICA-AtoM de seus usuários dentro dos seus espaços de uso
contém mais informações da sua origem e objetivos. Disponível em:
<https://www.ica-atom.org >. Acesso em: 27 Set. 2017. da informação.
2 Norma internacional de registro de autoridade arquivística para Agrega-se, ainda, que as organizações têm
entidades coletivas, pessoas e famílias.
3 Orientação para descrição arquivística. 2ª versão. Lisboa. Portugal.
convivido com bruscas e constantes mudanças
4 Norma internacional de descrição de funções. no seu processo produtivo e no desenvolvimento
5 Norma brasileira de descrição arquivística. de serviços, em decorrência de um mercado
6 Portal Web ICAATOM PML. Disponível em: <http://icaatom.londrina.
pr.gov.br>. Acesso em: 05 Dez. 2014. cada vez mais competitivo e inovador. Podem-

Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017 155
Eliandro dos Santos Costa e Telma Campanha de Carvalho Madio

se, por essa razão, identificar grandes desafios documentos, e suas respectivas informações,
para experimentações de antigos princípios e junto das ferramentas de difusão na web,
técnicas arquivísticas, antes baseados no universo fornecendo, desde datas de produção do
dos registros físicos tangíveis, passando agora registro, contexto documental, até a localização
a enfrentar um ambiente digital, com conteúdo do arquivo físico e do link de acesso virtual ao
instável, abstrato e sem forma fixa precisamente arquivo digital.
definida. Nesse contexto, podem-se incluir
Segundo Santos Neto e Cordeiro repositórios digitais (RDs) – conforme
(2015), crescentemente vêm sendo divulgados disponível no Porta Web do Instituto Brasileiro
instrumentos de pesquisa e as suas cópias de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT),
digitais dos documentos arquivísticos por meio como bases de dados online – reunidos de
da internet: observa-se o aumento da interação maneira organizada, referentes à produção
homem-máquina em inúmeros ambientes, científica de uma instituição ou de uma
incluída nos conhecimentos locais de informação determinada área temática. Os RDs podem
como os arquivos, bibliotecas e museus. Esses armazenar arquivos de diversos formatos e
autores ainda ressaltam que, desde os anos 2000, favorecem os pesquisadores, ao proporcionar
o Arquivo Nacional disponibiliza, para acesso maior visibilidade dos resultados de pesquisas
on-line no Sistema de Informações do Arquivo e manter preservada a memória científica da
Nacional (SIAN), informações relativas aos seus instituição. (BRASIL, 2017).
fundos arquivísticos. O tratamento da documentação e a
Na disponibilização de fundos de arquivos, maior eficiência na identificação e descrição
possibilita-se a identificação dos padrões dos metadados referentes aos documentos
pré-definidos por organizações com status arquivísticos armazenados nos repositórios
reconhecido na sociedade, como, por exemplo, digitais têm sido tema de inumeras pesquisas,
o Conselho Internacional de Arquivos (CIA), ao com o enfoque na preservação do patrimônio
indicar meios mais seguros e apropriados para documental e na difusão da memória
fundamentar as atividades de estruturação do institucional para os cidadãos. (FLORES;
conhecimento organizacional. As instituições HEDLUND, 2014).
buscam, cada vez mais, por regras, padrões e Por isso, nesse artigo, pretendeu-se
normalizações que permitam a melhoria no discutir e apresentar os resultados de um
desempenho de suas atividades, de modo a trabalho de descrição do fundo documental da
garantir o conjunto de documentos gerado Secretaria de Cultura do Município de Londrina
em cada uma dessas atividades, a hierarquia (SCML), unidade administrativa vinculada a
funcional de cada registro que vincula esses Prefeitura Municipal de Londrina (PML), acervo
documentos entre si, em cada fase da produção, que preserva os registros documentais das
uso e destinação das peças documentais e do atividades culturais da cidade de Londrina e
conhecimento organizacional. região metropolitana. Para o desenvolvimento
Os recursos informacionais que deste estudo, foi adotado o método de pesquisa
possibilitam a localização e a identificação rápida bibliográfica, considerando que se buscou em
e eficaz dos documentos armazenados nos fontes de informação como livros, artigos, anais
repositórios digitais revelam, claramente, um de eventos e demais trabalhos acadêmicos
campo ainda pouco explorado pelas pesquisas na (monografias, dissertações e teses), materiais que
ciência dos arquivos. Assim, podem-se aprimorar tratassem sobre o tema de descrição arquivística.
estudos e práticas para aproximar o usuário da Foram utilizados aplicativos web de software livre
informação registrada, fornecendo subsídios como o ICA-AtoM – International Council Archives
para pesquisas acadêmicas ou investigações - Access To Memory.
administrativas para tomada de decisão em O experimento foi conduzido usando os
estratégias de negócio. recursos web disponíveis para as organizações
Dentre as inúmeras organizações mantenedoras e custodiadoras de documentos,
públicas responsáveis por fazer a custódia de com o ICA-AtoM, recurso elaborado
acervos históricos, há as que vêm adotando especialmente para a descrição de documentos
procedimentos para melhor incluir os arquivísticos, e produzido pela parceria entre

156 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017
Normalização de descrição arquivística aplicada no fundo documental da secretaria de cultura do município de Londrina

o Conselho Internacional de Arquivos (CIA), região. Na tarde do dia 21 de agosto de 1929,


Unesco e a Empresa Artefactual, visando preservar chegou a primeira expedição dessa Companhia,
e difundir a memória do mundo. Quanto aos ao local denominado Patrimônio Três Bocas,
procedimentos metodológicos, optou-se pela no qual o engenheiro Dr. Alexandre Razgulaeff
pesquisa exploratória para suprir a necessidade fincou o primeiro marco nas terras onde surgiria
de informações ao campo de estudo, e identificar Londrina.
importantes dados que melhor evidenciem do O nome da cidade foi uma homenagem
que se trata a documentação escolhida e qual a prestada a Londres – “pequena Londres”, pelo
sua relevância para a organização produtora e Dr. João Domingues Sampaio, um dos primeiros
para a comunidade da região de Londrina. diretores da Companhia de Terras Norte do
A pesquisa exploratória permite maior Paraná. A criação do Município ocorreu cinco
familiaridade com a problemática trabalhada, anos mais tarde, através do Decreto Estadual n.º
com o intuito de torná-la mais explícita e 2.519, assinado pelo interventor Manoel Ribas,
aprimorar ideias. Essa classificação é bastante em 3 de dezembro de 1934. Sua instalação foi em
flexível, de modo que possibilita acesso aos mais 10 de dezembro do mesmo ano, data em que se
variados aspectos relativos ao fato abordado, comemora o aniversário da cidade. Atualmente,
envolvendo o levantamento bibliográfico na Londrina conta com uma população de 553.3938
produção da área (GIL, 2002). Explica Minayo, habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de
por outro lado, que a abordagem qualitativa se Geografia e Estatística (IBGE) em registro em 30
atenta à particularidade das informações para agosto de 2016. Excetuando as capitais, é a 18ª
responder às questões da pesquisa, e assim: cidade com mais de 500 habitantes do Brasil.
“[...] trabalha com o universo de significados, Conta ainda com uma região metropolitana que
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, soma mais de 25 municípios.
o que corresponde a um espaço mais profundo Para um estudo envolvendo descrição
das relações, dos processos e dos fenômenos que arquivística, certamente as informações que
não podem ser reduzidos a operacionalização de identificam o contexto e o documento de arquivo
variáveis.” (MINAYO, 1994, p. 21-22). apresentam-se como essenciais na busca do
O escopo ficou centrado no estudo desenvolvimento de um bom serviço descritivo.
descritivo da documentação da SCML a partir Para tanto, esse estudo foi desenvolvido
das normas de descrição arquivísticas, buscando, formando meios de representação do acervo
como resultado, apontar as características da documental, inicialmente pela descrição da
entidade produtora SCML, da função arquivística entidade produtora Secretaria de Cultura do
Registro do Patrimônio Arquitetônico e Histórico Município de Londrina (SCML), da função
(RPAH) e da série documental Registro Registro do Patrimônio Arquitetônico e
Arquitetônico (RA). Ambas são disponibilizadas Histórico (RPAH) e a série documental Registros
no ICA-AtoM da PML, para potencializar a Arquitetônicos (RA).
qualidade da informação disponível ao cidadão
da região londrinense e quaisquer outros
usuários. 3 DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA E
NORMALIZAÇÃO
2 LONDRINA, HISTÓRICO E Buscou-se no cenário internacional a
EVOLUÇÃO identificação de normas que melhor atendessem
as estruturas para a descrição dos documentos
A cidade de Londrina7 surgiu, arquivísticos, normas dentre as quais foram
inicialmente, em 1929, como primeiro posto desenvolvidas pelo Conselho Internacional de
avançado da Companhia de Terras do Norte do Arquivos (CIA) como normas internacionais de
Paraná (CTNP), filial da firma inglesa Parana descrição arquivística.
Plantations Ltd., para expansão e colonização da

7 Município de Londrina – Disponível em: <http://www.bonde.com. 8 Fonte: Bonde News. Disponível em: <http://www.bonde.com.br/
br/bondenews/londrina/populacao-de-londrina-chega-aos-553-mil- bondenews/londrina/populacao-de-londrina-chega-aos-553-mil-
habitantes-diz-ibge-420149.html>. Acesso em: 20 Dez. 2016. habitantes-diz-ibge-420149.html>. Acesso em: 14 Jan. 2017.

Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017 157
Eliandro dos Santos Costa e Telma Campanha de Carvalho Madio

Conta-se com inúmeras normas Alguns países têm utilizado essas


produzidas por organizações internacionais que estruturas e elaborado normas nacionais
abordam as práticas culturais, como o ICOM9, de descrição arquivística, observando as
ICOMOS10, UNESCO11, IPHAN12, entre outros. especificidades de cada governo, entidades
No entanto, destaca-se que esse estudo foi públicas, ambiente histórico, cultural, jurídico
direcionado à área de Arquivologia, por isso e contextual de produção de seu patrimônio
apenas serão apresentadas normas relacionadas documental, assim como as demandas exigidas
a esse campo. Dentre elas, têm-se (Quadro 1), a pela sociedade em relação a informação mantida
seguir: pelas instituições arquivísticas.
Segundo Gueguen, Fonseca e Pitti (2013),
o entendimento sobre a descrição arquivística
evoluiu desde que o CIA se envolveu no
Quadro 1 - Normas internacionais de descrição desenvolvimento de normas como parte de
arquivística sua missão, em 1989. Segundo esses autores,
no entanto, das quatro normas, apenas as duas
Norma Definição Vinculação primeiras – ISAD-G e ISAAR-CPF – já foram
ISAD-G Norma Documento revistas e revisadas, resultando em segundas
edições. A ISDF e a ISDIAH são recentes,
Internacional Arquivístico
porém já necessitam de revisão contando com
de Descrição a aplicação, nos respectivos países, com vistas a
Arquivística. melhor atender suas demandas.
ISAAR-CPF Norma Entidades Para Mundet (1994), a descrição
arquivística constitui parte essencial do trabalho
internacional produtoras,
arquivístico, e coincide, inclusive, com a
de Descrição de Instituições, própria finalidade da documentação: informar.
autoridades Pessoas e No instante que se obtêm informações que
famílias identificam um determinado documento, está-se
de posse do conteúdo suficiente para informar
ISDF Norma Funções e
ao usuário interessado em obter acesso ao seu
internacional de atividades conteúdo. Esse autor também ressalta que a
Descrição das arquivísticas normalização de descrição arquivística possibilita
funções o estabelecimento de um canal de comunicação
entre os produtores de documentos, gestores de
ISDIAH Norma Instituições informação e usuários.
internacional custodiadoras No estudo de Padrón (2011), identificaram-
de Descrição e se algumas normas nacionais de descrição
das Instituições mantenedoras arquivística (Quadro 2), as quais têm sido
referências para o campo de descrição
Custodiadoras arquivísticas arquivística, como:
Arquivísticas
Fonte: adaptado de Llannes Padrón (2011)

9 Conselho Internacional de Museus (International Council of Museums).


Disponível em: <http://icom.museum/>. Acesso em 30 Set. 2017.
10 Conselho Internacional de Monumentos e Sítios. Disponível em:
<https://www.icomosbr.org/>. Acesso em 30 Set. 2017.
11 Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/>. Acesso em
30 Set. 2017.
12 Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Disponível em: <
http://portal.iphan.gov.br>. Acesso em 30 Set. 2017.

158 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017
Normalização de descrição arquivística aplicada no fundo documental da secretaria de cultura do município de Londrina

Quadro 2 - Normas nacionais de descrição arquivística

Sigla Ano Denominação da Norma Bases adotadas País


APPM 1989 Archives, Personal, Papers or AACR2 Estados
Manuscripts Unidos
ARANOR 2008 Norma Aragonesa para La Descripción de ISAAR-CPF Aragón
Autoridades de Archivos (Espanha)
DACS 2013 Describing Archives a Content Standard ISAD-G, ISAAR- Estados
CPF, RAD, APPM Unidos
EDARA 2010 Estructura de Datos de los Archivos ISAD-G, ISAAR- Aragón
Aragoneses CPF (Espanha)
IGAD 2009 Irish Guidelines for Archival Description ISAD-G Irlanda
MAD 1989 Manual of Archival Description (3ª. ed.) ISAD-G, ISAAR- Reino
CPF, AACR2, EAD Unido
MAD YMAD2
NEDAI 2001 Norma Española de Descrición ISAD-G, ISAAR- Espanha
Arquivística CPF
NEPAN 2010 Norma para la Elaboración de los Puntos Normas nacionales Espanha
de Acceso de Nombres de Instituciones, para puntos
Personas, Familias, Lugares y Materiais elaboración de
em el Sistema de Descrición Archivística puntos de acceso
de los Archivos Estatales
NOBRADE 2006 Norma Brasileira de Descrição ISAD-G Brasil
Arquivística
MDM 2006 Manual de Descripción Multinivel ISAD-G, ISAAR- Espanha
CPF
NODAC 2007 Norma de Descripción Archivística de ISAD-G Espanha
Cataluña
NOGADA 2007 Norma Galega de Descrición Archivística ISAD-G Galícia
NUDA 2014 Norma Uruguaya de Descripción ISAD-G Uruguai
Archivística
ODA 2007 Orientação para Descrição Arquivística ISAD-G, ISAAR- Portugal
CPF
RCPPCN 1997 Rules for the Construction of Personal, ISAD-G, ISAAR- Reino
Place and Corporate Names CPF Unido
RAD 2008 Rules for Archival Description ISAD-G, ISAAR- Canadá
CPF,
AACR2
Fonte: adaptado de Llanes Padrón (2011)

Nesse estudo, conforme já comentado instrumento de pesquisa (catálogo) para sua


anteriormente, utilizou-se a ISAD-G por meio descrição. Por outro lado, foram também
de suas aplicações no Brasil e em Portugal, descritas a entidade produtora SCML com o uso
respectivamente, a NOBRADE e a ODA, da ISAAR-CPF e ODA, e a função arquivística
para descrever o acervo documental (Série RPAH por meio da norma ISDF.
Documental Registro Arquitetônico - RA). Essa A decisão pelo uso da ODA ocorreu
série documental RA contém, dentre outras, a por considerar-se que essa norma possui uma
tipologia documental denominada Inventário melhor apresentação no conteúdo dos elementos
Arquitetônico de Prédios Históricos (IAPH), o descritivos da ISAD-G, de modo que facilita e
qual será apenas ilustrado neste artigo. Não é agiliza a melhor identificação das descrições para
intenção trabalhar nessa tipologia documental cada ítem de representação, pelo arquivista. De
detalhadamente e não será elaborado o respectivo acordo com Costa, Madio e Padrón (2016) a ODA

Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017 159
Eliandro dos Santos Costa e Telma Campanha de Carvalho Madio

pode ser identifcada como tipologia de norma de 3.1


Descritiva arquivística em novos
estrutura, conteúdo e apresentação, pois contém contextos tecnológicos
informações sobre como devem ser incluídos os
metadados nos instrumentos de pesquisa e como
deve ser o formato dos elementos, ao passo que a Nessa seção, demonstra-se o escopo do
NOBRADE limita-se a apenas como tipologia de trabalho realizado partindo do ponto central da
estrutura e conteúdo. Cabe destacar que ambas proposta, a descrição da (1) Entidade Produtora
são aplicações da norma estrutural ISAD-G. Secretaria da Cultura de Londrina – SCML; da (2)
Dessa forma, partiu-se da aplicação das Função Registro do Patrimônio Arquitetônico e
respectivas normas de descrição arquivística, Histórico – RPAH e da (3) da Série Documental
identificando as informações na documentação e Registros Arquitetônicos-RA, usando o Portal
na instituição produtora, em busca de uma me- Web ICA-AtoM PML. Foram utilizadas as
lhor representação e recuperação dos documen- normas internacionais ISAD-G, ISAAR-CPF
tos arquivísticos. As normas de descrição arqui- e ISDF, as normas brasileiras e a portuguesa,
vística contribuem para a melhor representação respectivamente, NOBRADE e ODA, tendo
dos documentos de acordo com o seu contexto, sido aplicados os elementos de descrição no
tanto em organizações públicas ou privadas, fa- Fundo Documental da SCML por meio de uso
mílias e pessoas ou de qualquer outra natureza. do software ICA-AtoM. Assim, relacionando um
As normas internacionais de descrição ambiente de aplicação normativa e tecnológica,
arquivística podem ser classificadas quanto a sua altamente vinculados frente ao contexto atual
tipologia, como normas de estrutura, conteúdo, vivenciado nas organizações.
apresentação e codificação. Os quatro tipos Realizou-se a descrição de documentos
podem contribuir para a descrição de fundos arquivísticos produzidos SCML, disponibili-
documentais, ao fornecer a base para cada país
zando as respectivas descrições no Portal do
desenvolver a sua normalização de descrição
ICA-AtoM PML (FIGURA 1), como projeto pi-
de documentos de acordo com suas próprias
loto para implementar nas demais subunidades
características e influências culturais, históricas,
vinculadas à PML. Foram também incluídas as
geográficas, administrativas, entre outras.
demais séries documentais da SCML. Esse Por-
A série de documentos RA, pertencente ao
Fundo Documental da SCML/PML, foi criada es- tal Web foi desenvolvido e disponibilizado com
pecialmente para o desenvolvimento deste estudo, o apoio do Departamento de Gestão da Informa-
e cumpre esclarecer que até a execução do projeto, ção e Arquivo Público (DGIAP) e Departamento
ainda não tinha sido realizada nenhuma iniciativa de de Tecnologia da Informação (DTI) juntamente
descrição para o conjunto total e parcial do acervo. com a SCML.

Figura 1 - Portal ICA-AtoM PML – Página Principal

Fonte: Portal ICA-AtoM PML (2014)

160 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017
Normalização de descrição arquivística aplicada no fundo documental da secretaria de cultura do município de Londrina

Este trabalho possibilita a realização de 3.1.1


A Descrição da Entidade Produtora:
muitos outros projetos relacionados a descrição Secretaria da Cultura de Londrina - SCML
e difusão de arquivos. No entanto, para cada
novo trabalho, ainda será necessário firmar Apresenta-se, especificamente, a descrição da
cooperação com a Arquivologia da UEL, tendo entidade produtora SCML, com base nos elemen-
em vista que a PML ainda não conta com equipe tos da ISAAR-CPF e ODA. Inicialmente, é relevan-
especializada para essas atividades específicas. te identificar a SCML como responsável pela ges-
Pode-se, por exemplo, observar na Figura 1, tão cultural nessa cidade, existindo desde 1992. Sua
acima, que a interface gráfica web ainda não atuação é determinada pelas diretrizes apontadas
estava bem aprimorada para disponibilizar e pelas Conferências Municipais de Cultura que são: o
publicar oficialmente as informações dos fundos estabelecimento de uma política municipal de cultu-
documentais. Para isso, seria ainda necessária ra, a consolidação da participação social com os me-
uma maior adequação das cores, letras e layout canismos dos Conselhos e Conferências Municipais
para ser melhor compreendido e facilmente de Cultura e a criação/manutenção do Programa
acessível pelo usuário. Municipal de Incentivo à Cultura – PROMIC.
O Portal foi desenvolvido e Para a descrição da entidade produtora, uti-
disponibilizado online por meio de lizaram-se os elementos da ISAAR-CPF e da ODA,
compromisso firmado entre a SCML e a DTI, pois são normas especificas para a estrutura, conteú-
ambos pertencentes a PML. Considerando do e apresentação para as entidades geradoras de
que todo o portal disponibilizado pela PML documentos. Limitou-se a elementos básicos obriga-
necessita de uma resolução que subsidia a sua tórios recomendados pela ISAAR-CPF e ODA, con-
existência e fornece garantia legal para seu siderando-se também, que não foram obtidas mais
funcionamento, foi necessário encaminhar informações para incluir nos campos junto a SCML.
termo de convênio entre a PML e a UEL para Tal descrição assumiu um papel de pro-
estabelecer e manter online o Portal Web ICA- jeto piloto para a continuidade da aplicação das
AtoM PML. Esse convênio, atualmente ainda normas arquivísticas para descrição das demais
se encontra em tramitação interna na PML, entidades produtoras vinculadas a PML. Consi-
aguardando aprovação. dera-se ainda que, há muitos benefícios propicia-
Este trabalho arquivístico foi desenvolvido, dos pela descrição da entidade produtora, como
desde o princípio relacionando a função a melhor identificação para o contexto histórico
arquivística de descrição de documentos e a do Município e da comunidade londrinense e re-
adoção da ferramenta ICA-AtoM. No próximo gião. O papel da SCML é representado por meio
subtópico, pode-se visualizar a descrição dos elementos de descrição da ISAAR-CPF no
desenvolvida para a entidade produtora SCML, respectivo Portal Web ICA-AtoM PML. A descri-
onde utilizou-se a ISAAR-CPF e a ODA. ção da SCML é visualizada na Figura 2, a seguir:

Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017 161
Eliandro dos Santos Costa e Telma Campanha de Carvalho Madio

Figura 2 - Descrição da Entidade Produtora SCML

Fonte: Portal ICA-AtoM PML (2014)

Apresentada13 a descrição da entidade históricos de Londrina, para a identificação dos


produtora SCML, o próximo subtópico destina-se elementos que compõem a estrutura predial,
a demonstrar a descrição da função arquivística desde a inclusão de uma fotografia do prédio,
de Registro do Patrimônio Arquitetônico e identificação com os dados de endereço completo,
Histórico vinculada a entidade produtora SCML, caracterização do tipo de imóvel, condições
bem como sua relação com o Grupo de Fundos físicas na data do inventário, grau de significado
Documentais custodiado e gerenciado pelo APL. para a região onde está localizado e respectiva
descrição em detalhes. Incluem-se, ainda, a
planta, fotografias das partes internas, mapa de
3.1.2 Descrição da Função Registro do Patrimônio
localização e fontes de pesquisas utilizadas para
Arquitetônico e Histórico - RPAH elaboração do respectivo documento.
Considerando a importância desse
Para melhor identificar e descrever o documento para o registro do patrimônio
contexto referente ao documento arquivístico arquitetônico da Cidade, identifica-se como a
(IAPH) para essa pesquisa, é essencial que se função de “Registro do Patrimônio Arquitetônico
identifique qual função ou atividade deu origem e Histórico”, é devidamente descrita no ICA-
a esse documento, o qual justifica a existência AtoM da PML, conforme a norma ISDF. Adota-
do registro, cumprindo determinado prazo, se, portanto, a norma ISDF por ser um padrão
conforme a importância dessa atividade dentro criado específicamente para descrição de funções
da gestão dos documentos da Organização. / atividades arquivísticas, pelo Conselho
O IAPH é o documento criado para Internacional de Arquivos (CIA).
o registro das informações sobre os prédios Os elementos dessa função estão descritos
por meio da imagem a seguir, (Figura 3), obtida
13 O campo “história” dentro da área de descrição apresentada na Figura do Portal Web ICA-AtoM PML. Observa-se,
2 e também nas demais figuras que tratam de descrição, onde constam
“...” trata-se de que as imagens foram obtidas no período em que o
ainda, que os itens documentais correspondentes
Portal ainda se encontrava disponível online, porém não foi obtido os ao IAPH encontram-se armazenados na fase
seus conteúdos integralmente com antecedência. No entanto, assim que corrente, ou seja, na própria entidade produtora
for estabelecido o convênio essas informações poderão ser visualizadas
novamente pelos usuários na web. (SCML).

162 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017
Normalização de descrição arquivística aplicada no fundo documental da secretaria de cultura do município de Londrina

Figura 3 - Descrição da função arquivística RPAH – Zona de Identificação

Fonte: Portal ICA-AtoM PML (2014)

Os elementos incluidos na área de • A “Data” que se identificou como período


identificação da função (FIGURA 3) mostram inicial de uso dessa função no ano de 2014,
os dados básicos da função de Registro do por se tratar do ano em que teve início a
Patrimônio Arquitetônico e Histórico (RPAH). atividade de identificação dos prédios
Essa área foi descrita por meio de informações históricos e monumentos da Cidade,
transmitidas por entrevista informal dos seguindo planejamento da gestão da
funcionários da SCML, e observação direta SCML, desse período;
junto à subunidade responsável pela Diretoria • O campo “Descrição” contém informações
Patrimônio Artístico Histórico-Cultural (DPAH) apresentadas pela função identificada
pertencente à SCML. no instrumento, que trata do registro
A interação e proximidade com a entidade dos prédios tombados como patrimônio
produtora permitiu a obtenção dos dados para histórico cultural e artístico de Londrina;
a identificação da função arquivística RPAH. • O elemento “Legislação” apresenta as
Observa-se que há outras funções que serão informações que fornecem respaldo para a
criadas a partir da tomada de conhecimento da existência da unidade adminstrativa SCML
SCML como um todo, desde o atendimento aos dentro do contexto organizacional da PML,
cidadãos, até a criação e implementação dos como missão e campo de atuação na esfera
projetos de extensão para a comunidade e para municipal. Faltou apenas a identificação
a realização de eventos culturais na Cidade de das regulamentações correspondentes, não
Londrina. No entanto, optou-se por manter esse disponíveis pela entidade no período da
trabalho limitado à função RPAH pela referência descrição, que pode ser complementada no
ao objeto adotado. momento de publicação de nova versão da
Na sequência, apresesenta-se a Figura descrição de função.
4, contendo as demais áreas de descrição da
função RPAH, respectivamente, a área de Também se apresentam, na Figura 4,
contextualização, área de controle e área de os elementos correspondentes às áreas de
relacionamento. Primeiramente, podem-se controle, como código de identificação da
identificar alguns elementos de descrição para a função arquivística, código de identificação
área de contextualização sendo eles: da entidade produtora, denominação da

Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017 163
Eliandro dos Santos Costa e Telma Campanha de Carvalho Madio

norma adotada (ISDF), o estatuto final Inclui-se, ainda, a área de relacionamento para
correspondente à versão concluída do fornecer elementos que identificam a função
respectivo instrumento de pesquisa publicado e a sua relação com as demais descrições
no Portal Web ICA-AtoM PML disponível com a entidade produtora e com outras
ao usuário, bem como os demais elementos séries documentais (registro de monumentos
dessa área (nivel de detalhe, idioma e data). históricos de Londrina).

Figura 4 - Descrição da função arquivística RPAH – Área de contextualização, Área de relacionamento


e Área de controle

Fonte: Portal ICA-AtoM PML (2014)

164 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017
Normalização de descrição arquivística aplicada no fundo documental da secretaria de cultura do município de Londrina

3.1.3 A Descrição da Série Documental Registros e Índices (registra e ordena os elementos


Arquitetônicos - RA descritores e os títulos documentais e suas
referências).
No contexto da descrição da massa Assim optou-se por criar um instrumento
documental da PML, são poucas as classificações de pesquisa para a série documental “Registros
desenvolvidas para os documentos produzidos Arquitetônicos”, identificado a parte daqui
e acumulados, tanto pelo APL, como os somente como RA. Possibilita-se, desse modo,
armazenados nos arquivos correntes e a construção inventário da série documental RA a
intermediários das unidades administrativas da partir de uma classificação para o documento
Prefeitura. A exaustividade da descrição pode IAPH, observando-se qual seria a atividade que
ser variável, conforme o número de elementos originou sua produção, e qual sua relação no
de descrição, bem como o grau de detalhamento contexto da missão da SCML.
com que são preenchidos, desde que os critérios Na sequência, consta apenas a primeira
e as orientações seguidas sejam as mesmas página do IAPH (Figura 5), com os dados do
(DIRECÇÃO GERAL DE ARQUIVOS, 2007). Prédio Histórico da Antiga Estação Ferroviária
Padrón (2011, p. 536) ressalta que “os de Londrina, local onde funciona, atualmente,
elementos dos instrumentos de descrição estão o Museu Histórico de Londrina. No IAPH
vinculados com alguns conceitos relacionados constam: a ilustração do prédio, os dados de
com as diversas tipologias de instrumentos endereço, do número da quadra e lote, nome
existentes nas instituções arquivísticas.” Essa da organização que utilizava o prédio na época
mesma autora defende que os instrumentos mais da elaboração do documento (2003), assim
utilizados e representativos são: Guias (grupo de como uma caracterização da estrutura predial
fundos e fundos); Inventários (séries ou classes e descrição das suas condições físicas. As duas
documentais); Catálogos (unidade documental páginas seguintes, são relacionadas à planta do
– dossiês, processos ou ítens documentais); prédio e ao mapa para localização do endereço.

Figura 5 - IAPH do Atual Museu Histórico de Londrina – Antiga Estação Ferroviária

Fonte: Acervo da SCML (2014)

Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017 165
Eliandro dos Santos Costa e Telma Campanha de Carvalho Madio

Essa descrição de documento limita-se a ex- mato eletrônico Portable Document Format – (Formato
trair os elementos da série documental a ser deno- de Documento portátil - PDF), gravados em mídias
minada como Registros Arquitetônicos (RA), que Compact Disc (Disco Compacto - CD) e no Hard Disk
contém o tipo documental IAPH. Leva em conside- (Disco Rígido - HD) do computador da Seção de Ar-
ração a ação produtora vinculada às atividades-fim quitetura da SCML e na Central de Dados da PML.
da SCML, envolvendo a preservação do patrimô- O documento original é o gerado em
nio histórico e a memória da Cidade de Londrina, digital desenvolvido em software específico
referente à estrutura arquitetônica ainda resistente de CAD (Computer Aided Design) (Autocad) e
na disposição atual dessa região. Inclui, ainda, exis- impresso em papel sulfite para melhor manuseio
pelos funcionários quando necessitam consultar
tência do documento Inventário dos Monumentos
as informações de cada prédio histórico.
(IM), que foi investigado por outra pesquisa. Dessa
Na descrição arquivística, aprimorou-se a se-
forma, resulta a seguinte disposição de estrutura de paração da descrição dos arquivos em relação a des-
classificação arquivística para o IAPH (Quadro 3): crição dos contextos, sem limitar-se ao uso da ISAD-
-G, adicionando a adoção das normas ISAAR-CPF e
Quadro 3 - Estrutura de Classificação do IAPH ISDF, principalmente para os desafios gerados dos
Fundo: Secretaria de Cultura do Município de documentos considerados multifuncionais e de múlti-
Londrina – SCML plos criadores. (YEO, 2016). Para possibilitar a melhor
Série: Registros Arquitetônicos – RA descrição do IAPH, optou-se por descrever, primeira-
Tipo Inventário Arquitetônico de Prédio mente, a Serie Documental, considerando o contexto a
documental: Histórico – IAPH ser representado para comprovar a sua proveniência,
Fonte: Autores (2014) ou seja, a relação com a sua atividade original ou mo-
tivo que gerou a respectiva produção documental.
Os primeiros IAPH’s foram produzidos no Dessa forma, trazendo para o cenário na-
ano de 2003, somando 131 (cento e trinta e um) itens cional, utilizou-se dos elementos de descrição da
documentais. No entanto, conforme relatado pelos NOBRADE e também da ODA para descrever a
funcionários da SCML, havia vários prédios na cida- Série Documental RA. Optou-se também pelo
de de Londrina que ainda não estavam documenta- uso da ODA por essa norma possuir a melhor
dos. Esses documentos se encontram armazenados, apresentação ou exposição dos elementos descri-
em suporte papel, em uma pasta com folhas plásti- tivos em relação a NOBRADE. Assim, obtém-se o
cas, bem como gravados em suporte digital, no for- seguinte resultado mostrado na Figura 6:

Figura 6: Descrição da Série Documental Registros Arquitetônicos – Áreas de identificação e contextualização

Fonte: Portal ICA-AtoM PML (2014)

166 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017
Normalização de descrição arquivística aplicada no fundo documental da secretaria de cultura do município de Londrina

Na sequência, Figura 7, encontra-se e a relação orgânica de cada tipo documental


a descrição da série documental “Registros armazenado, assim como a respectiva
Arquitetônicos”, onde podem ser visualizadas: descrição, correspondendo ao registro das
Zona de Conteúdo e Estrutura; Zona de estruturas prediais históricas que fizeram parte
Condições de Acesso e Utilização; e Zona de do início da Cidade de Londrina. São os locais
Documentação Associada. Nessas três zonas ou que serviram de sede para os fatos históricos
áreas, podem ser identificadas informações que e pioneiros da formação da região norte do
destacam o objetivo desse acervo documental Estado do Paraná.

Figura 7 - Descrição da Série Documental Registros Arquitetônicos – Áreas de conteúdo e Estrutura,


Área de condições de acesso e utilização e Área de documentação associada

Fonte: Portal ICA-AtoM PML (2014)

Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017 167
Eliandro dos Santos Costa e Telma Campanha de Carvalho Madio

Descrevem-se, também, as áreas de elas o documento de IAPH e o documento


condições de acesso e utilização, o que evidencia de IM, ambos responsáveis por registrar,
que os documentos classificados, nessa série, respectivamente, os prédios históricos e os
são de acesso público ou ostensivos, não monumentos de Londrina.
necessitando nenhum critério para acessá-los. Na Figura 8, identificam-se as demais áreas
Da mesma forma, podem ser reproduzidos sem de descrição, as quais incluem elementos já disponí-
necessitar de solicitação formal a SCML. veis no Portal Web ICA-AtoM PML, como a Área de
Também está descrita, na Figura 7, a Área Notas a qual não contém nenhuma nota informada;
de Documentação Associada, com informações a de pontos de acesso com as palavras-chave que
sobre a documentação que está relacionada ou relacionam a documentação dessa série, o local e o
está contida nessa série documental, dentre nome da entidade produtora dessa documentação.

Figura 8 - Descrição da Série Documental Registros Arquitetônicos – Áreas de Notas, Pontos de


Acesso e controle de descrição

Fonte: Portal ICA-AtoM PML (2014)

Verifica-se, ainda, na Figura 8, acima, muitos documentos e classes/subclasses a serem


a área de controle da descrição, contendo os tratados, desde o levantamento, classificação,
códigos identificadores da unidade de descrição avaliação e descrição.
e da instituição produtora, o nível de estatuto As entidades custodiadoras de acervos
da descrição para publicação online, a data da documentais são importantes instituições de
criação do instrumento descritivo, o idioma preservação da memória da humanidade;
utilizado, as fontes que, para este estudo, foram para tanto, representam excelentes locais para
as entrevistas com os funcionários e também aplicação de estudos de descrição e difusão
os próprios documentos que continham arquivística. As relações entre as entidades
informações para incluir no processo descritivo. produtoras, claramente definidas por meio de
Constam, também, informações sobre a fase uma descrição pluridimensional, é facilmente
de desenvolvimento do projeto, na nota do consultada pelo usuário adotando o software ICA-
arquivista, com a ressalva de que ainda há AtoM. A aproximação do uso de tecnologias,

168 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017
Normalização de descrição arquivística aplicada no fundo documental da secretaria de cultura do município de Londrina

conjuntamente, das entidades custodiadoras num percurso dessa natureza. Está implicada a
e das entidades produtoras apoia a melhoria recuperação dos documentos arquivísticos no
contínua na gestão dos documentos. acervo das unidades administrativas da Institui-
Tendo em vista que a pesquisa deste ção e na limitação de acesso dos cidadãos londri-
estudo foi realizada em meados do ano de 2014, nenses aos itens documentais armazenados.
pode-se presumir que o ICA-AtoM já tenha Anteriormente, a SCML encontrava-se
passado por alterações e agora conta com novos com os documentos de IAPH apenas em suporte
recursos, sendo conhecida a nova denominação papel e digital, ambos armazenados nas suas
como AtoM14 (Access To Memory). Gava, Ferrari subunidades administrativas. Com a participação
e Oliveira (2016), apresentam em um relato de deste projeto, adquiriu condições (ainda
experiência do uso do AtoM nas disciplinas de iniciais, mas que podem ser permanentemente
Práticas em Arquivos no Curso de Arquivologia melhoradas) de incluir, no ambiente virtual,
da Universidade Federal do Espírito Santo todas as informações referentes à tipologia
(UFES), pelo qual afirmam a necessidade de documental com a qual relaciona. Os ganhos para
inclusão do AtoM no ensino da disciplina de o usuário se traduzirão na facilidade de acesso,
Arranjo e Descrição do respectivo Curso. e num sentido mais amplo, serão atendidas,
Além de trabalhos de aplicação do ICA-A- com maior eficácia, as expectativas de difusão
toM (ou AtoM, atualmente), ainda inclui-se pro- dos registros da memória e do patrimônio
duções científicas que tratam sobre o assunto de documental de Londrina, no que diz respeito aos
descrição e de normalização de descrição de docu- seus prédios históricos.
mentos arquivísticos, como se verifica em Padrón A informação descrita por meio das nor-
(2011); Paixão (2012). No entanto, ainda são limi- mas arquivísticas e divulgada no Portal Web ICA-
tadas as propostas de trabalhos com a finalidade -AtoM PML certamente possibilita uma maior
de demonstrar o fazer de uma descrição de docu- aproximação entre a comunidade e a instituição
mentos arquísticos (fundo, subfundo, grupo, série, pública produtora e mantenedora pelo acervo do-
dossiê, documento), da descrição de uma entidade cumental da cidade, considerado como patrimô-
produtora, descrição de uma entidade custodiado- nio a ser preservado para a manutenção da me-
ra ou ainda a descrição de uma função / atividade mória de sua população. Tratou-se de um projeto
arquivística. O que se pretendeu, neste trabalho, piloto, em que se identificou um caso específico
foi ampliar a contribuição neste campo. de documento que apresenta muita relevância
para a instituição SCML e APL, e que pode ser
replicado para as demais tipologias documentais,
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS observando as respectivas particularidades sobre
as restrições de acesso e divulgação, conforme
Apresentou-se, neste artigo, o resultado seu conteúdo e natureza documental.
da realização de três descrições: da (1) Entidade Os resultados obtidos foram satisfatórios
Produtora Secretaria da Cultura de Londrina por atender um contexto, e ter permitido elaborar
– SCML; da (2) Função Registro do Patrimônio uma descrição para a SCML, entidade produtora
Arquitetônico e Histórico – RPAH e da (3) da com grande representatividade na cidade de
Série Documental Registros Arquitetônicos - RA, Londrina e região. Da mesma forma, organizou
como experiências arquivísticas para aprimorar o uma descrição para a função arquivística RA
cenário profissional e acadêmico na Arquivologia e série documental RPAH, da qual se poderá
Brasileira e relatar como experiência para os decidir uma continuidade por ações e medidas
demais países que tem trabalho essa área. extensionistas.
O estudo pode ser compreendido como A descrição de documentos arquivísticos
uma iniciativa advinda de preocupação no senti- por meio de normas internacionais e nacional
do de encontrar abordagens aptas a servir como torna mais padronizada a representação da
base para a implantação de políticas arquivísticas informação institucional e permite, a partir
junto à PML, sem deixar de levar em considera- dessas descrições, uma maior interoperabilidade
ção as incontáveis dificuldades que se interpõem entre as organizações de preservação da memória
e do patrimônio histórico documental da
14 AtoM – Disponível em: <https://www.accesstomemory.org/pt-br>.
Acesso em 04 Abr. 2017.
humanidade.

Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017 169
Eliandro dos Santos Costa e Telma Campanha de Carvalho Madio

Artigo recebido em 07/06/2017 e aceito para publicação em 03/10/2017

APPLICATION OF THE ICA-ATOM IN THE ARCHIVAL DESCRIPTION OF THE


DOCUMENTARY FUND OF THE DEPARTMENT OF CULTURE OF THE CITY OF
LONDRINA

ABSTRACT This paper aims to describe the results of a case study held at Secretaria de Cultura do Municipio
de Londrina, an organ linked to the City Hall administration de Londrina. It has been developed
with the support of the ICA-AtoM software as a resource for the application of the rules of archival
description of the agency producing archival documents. For the purposes of their application, the
documents were archived in the Patrimony Architectural and Historic Registry and in a documentary
Series Architectural Records. For these archival descriptions, the following standards were used,
respectively: NOBRADE and ODA, ISAAR-CPF, ISDF. Bibliographic, documentary, exploratory and
applied and qualitative research was also adopted. Its results were not found in any ICA-AtoM Web
Portal. This descriptive practice fostered a contribution to the area of ​​archiving, where it can help local
citizens and other interested publics to gain greater access to the archival record and history of the
region, in this case, to the Buildings and historical monuments of the city.

Keywords: Archivology. Archival Description. Archivistic Description Standart. ICAAtoM.

REFERÊNCIAS description software. Disponível em: < https://


www.ica-atom.org/>. Acesso em: 05 Abr. 2017.
ARANOR: Norma Aragonesa para la descripción
de Autoridades de Archivos. [en línea]. [s.l.]: Go- CONSELHO INTERNACIONAL DE
bierno de Aragón, Departamento de Educación ARQUIVOS. ISAD-G: Norma geral internacional
Cultura y Deporte, 2008. 206 p. Disponível em: < de descrição arquivística: segunda edição,
http://www.anabad.org/admin/archivo/doc- adotada pelo Comitê de Normas de Descrição,
dow.php?id=506 > . Acesso em: 04 Abr. 2017. Estocolmo, Suécia, 19-22 de setembro de 1999,
versão final aprovada pelo CIA. – Rio de Janeiro:
BONI, P. C.; UNIFRIED, R. R.; BENATTO, O. Arquivo Nacional, 2000. 119p. Disponível em:
Memórias fotográficas: a fotografia e fragmentos <http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/
da história de Londrina. Ed. Midiograf: Londrina. Media/publicacoes/isad_g_2001.pdf >. Acesso
2013. 222p. em: 05 Abr. 2017.

BRASIL. Conselho Nacional de Arquivos. ______. ISAAR-CPF: norma internacional


NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição de registro de autoridade arquivística para
Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, entidades coletivas, pessoas e famílias/tradução
2006. 124p. Disponível em: <http://www.conarq. de Vitor Manoel Marques da Fonseca. 2. ed., Rio
arquivonacional.gov.br/Media/publicacoes/ de Janeiro: Arquivo Nacional, 2004. 99 p.; 30 cm.
nobrade.pdf>. Acesso em: 05 Abr. 2017. – (Publicações Técnicas; no 50). Disponível em:
<http://www.arquivonacional.gov.br/Media/
CANADIAN COUNCIL OF ARCHIVES.
ISAAR%20Brasil%20final.pdf >. Acesso em: 05
CANADIAN COMMITTEE ON ARCHIVAL
Abr. 2017.
DESCRIPTION – Rules for archival description.
2nd ed. [s.l.]: CCA, 2004. Disponível em: <http:// ______. ISDF: Norma internacional para
www.cdncouncilarchives.ca/rad2.html>. Acesso descrição de funções. Tradução de Vitor
em: 05 Abr. 2017. Manoel Marques da Fonseca. 1. ed. Rio de
Janeiro: Arquivo Nacional, 2008. 76 p.; 30 cm.
CONSELHO INTERNACIONAL DE
– (Publicações Técnicas; nº 52). Disponível em:
ARQUIVOS. ICA-AtoM: open source archival

170 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017
Normalização de descrição arquivística aplicada no fundo documental da secretaria de cultura do município de Londrina

<http://www.arquivonacional.gov.br/media/ DESCRIÇÃO EM ARQUIVO; GRUPO DE


ISDF%20ATUAL.pdf>. Acesso em: 05 Abr. 2017. TRABALHO DE NORMALIZAÇÃO DA
DESCRIÇÃO EM ARQUIVO – Orientações para
______. ISDIAH: Norma internacional para a descrição arquivística. 2.ª v. Lisboa: DGARQ,
descrição de instituições com acervo arquivístico/ 2007. 325 p. Disponível em: <http://www.aefp.
Conselho Internacional de Arquivos; tradução org.es/NS/Documentos/NormasDescriptivas/
de Vitor Manoel Marques da Fonseca. - Rio de oda1-2-3%282vers.%29.pdf>. Acesso em: 05 Abr.
Janeiro: Arquivo Nacional, 2009. 88 p.; 30 cm. 2017.
– (Publicações Técnicas; n. 54). Disponível em:
<HYPERLINK “http://www.arquivonacional. FLORES, D.; HEDLUND, D. C.. Análise e
gov.br/media/ISDF ATUAL.pdf”http:// aplicação do ICA-AtoM como ferramenta para
www.arquivonacional.gov.br/media/ISDF%20 descrição e acesso ao Patrimônio Documental
ATUAL.pdf>. Acesso em: 05 Abr. 2017. e Histórico do município de Santa Maria –
RS.  Informação & Informação, [S.l.], v. 19, n. 3,
COMISIÓN INTERISTITUCIONAL PARA LA p. 86 - 106, dez. 2014. ISSN 1981-8920. Disponível
ELABORACIÓN DE LA NORMA URUGUAYA em: <http://www.uel.br/revistas/uel/
DE DESCRIPCIÓN ARCHIVÍSTICA. NUDA: index.php/informacao/article/view/14892>.
Norma uruguaya de descripción archivística. Acesso em: 05 Abr. 2017. doi:10.5433/1981-
Montevideo: Archivo General de la Nación, 8920.2014v19n3p86.
2014. Disponível em: <http://www.universidad.
edu.uy/prensa/renderItem/itemId/36575/ GAVA, T. B. S.; FERRARI, L. I.; OLIVEIRA, V.
refererPageId/447 >. Acesso em: 04 Abr. 2017. C. de. Uso do Atom no Processo de Descrição
Arquivística: experiência em um curso de
COSTA, E. S.; MADIO, T. C. C.; LANNES graduação. In: CONGRESSO NACIONAL DE
PADRÓN, D. Normalização de Descrição ARQUIVOLOGIA - CNA, 7., 2016, Fortaleza.
Arquivística: estudo comparativo entre a Anais... Revista Analisando em Ciência da
NOBRADE e a ODA. In.: CONGRESSO Informação - RACIn, João Pessoa, v. 4, n. especial,
NACIONAL DE ARQUIVOLOGIA - CNA, 7., p. 526-544, out. 2016. Disponível em: <http://
2016, Fortaleza. Anais ... Revista Analisando racin.arquivologiauepb.com.br/edicoes/v4_
em Ciência da Informação - RACIn, João nesp/racin_v4_nesp_artigo_0526-0544.pdf>.
Pessoa, v. 4, n. especial, p. 446-460, out. 2016. Acesso em 03 Abr. 2017.
Disponível em: <http://racin.arquivologiauepb.
com.br/edicoes/v4_nesp/racin_v4_nesp_ GUEGUEN, G.; FONSECA, V. M. M. da; PITTI,
artigo_0446-0460.pdf>. Acesso em: 04 Abr. 2017. D. V.; GRIMOÜARD, C. S. Para um modelo
conceitual internacional de descrição arquivística.
MUNDET. J. R. C. Manual de Archivistica. Acervo, [S.l.], v. 26, n. 2, p. 100-116, dez. 2013.
Madrid. Fundacion Germán Sánchez Ruipérez; ISSN 22378723. Disponível em: < http://
Madrid; Pirámide. 1994. 408p. revista.arquivonacional.gov.br/index.php/
revistaacervo/article/view/517>. Acesso em: 05
EDARA: Estructura de Datos de los Archivos Abr. 2017.
Aragoneses. [en línea]. Disponível em: <http://
www.dehuesca.es/~sipca/IMAGEN/ GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa
documentos_web/Norma_edara_v1.0_caratula. social. 6. ed. São Paulo: Altas, 2002.
pdf>. Acesso em: 04 Abr. 2017.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Informação em
EAC (Encoded Archival Context). Documents Ciência e Tecnologia (IBICT). Disponível em:
from earlier projects. [en línea]. Disponível em: <http://www.ibict.br>. Acesso em: 05 Abr. 2017.
<http://www.library.yale.edu/eac/history.
htm>. Acesso em: 04 Abr. 2017. LLANES PADRÓN, D.; La Representación
normalizada de los documentos. Estudio
DIRECÇÃO GERAL DE ARQUIVOS. comparado de normas de descripción
PROGRAMA DE NORMALIZAÇÃO DA archivística.-- Dunia Llanes Padrón; dirigida por

Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017 171
Eliandro dos Santos Costa e Telma Campanha de Carvalho Madio

Manuela Moro Cabero, José Luis Bonal Zazo.-- Cataluña, Departamento Cultura y Medios
Salamanca: Universidad de Salamanca, 2011. 766 de Comunicación, 2007. Disponível em:
p. <http://www.aefp.org.es/NS/Documentos/
NormasDescriptivas/NODACesp.pdf>. Acesso
MINAYO, M. C. de S. (Org). Pesquisa social: em: 04 Abr. 2017.
teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes,
1994. PAIXÃO, R. A. G.. Para a normalização
da descrição arquivística: proposta de um
NEDA (Norma Española de Descripción modelo de referência. Mestrado em Ciências
Archivística).1ra versión. [en línea]. Madrid: da Documentação e Informação (Arquivística).
Ministerio de Cultura, Subdirección General Programa de Ciências da Documentação e
de Archivos Estatales, 2005. Disponível em: Informação. Faculdade de Letras. Universidade
<http://www.aefp.org.es/NS/Documentos/ de Lisboa. 2012. Disponível em: <http://
NormasDescriptivas/NOGADAcas_ repositorio.ul.pt/bitstream/10451/6983/1/
v1%28febrero2010%29.pdf> . Acesso em: 04 Abr. ulfl122542_tm.pdf> . Acesso em: 04 Abr. 2017.
2017.
Rules for Archival Description. [en línea].
Norma para la Elaboración de Puntos de Acceso Ottawa: Bureau Canadien des Archivistes.
Normalizados de Nombres de Instituciones, 2008. 698 p. Disponível em: <http://www.
Personas, Familias, Lugares y Materias en el cdncouncilarchives.ca/archdesrules.html>.
Sistema de Descripción Archivística de los Acesso em: 04 Abr. 2017.
Archivos Estatales. [en línea]. Madrid: Ministerio
de Cultura, Subdirección General de Archivos Rules for the Construction of Personal, Place
Estatales, 2010. Disponível em: <http://www. and Corporate Names. [en línea]. UK: National
mecd.gob.es/cultura-mecd/dms/mecd/ Council on Archives, 1997. 134 p. Disponível em:
cultura-mecd/areas-cultura/archivos/recursos- <http://anws.llgc.org.uk/ncarules/title.htmv> .
profesionales/normas-archivisticas/Norma_ Acesso em: 04 Abr. 2017.
puntos_acceso2010.pdf> . Acesso em: 04 Abr.
2017. SANTOS NETO, A. L.; CORDEIRO, R. I.
N. Contribuições para Análise, Descrição e
Norma Gallega de Descripción Archivística Representação Arquivística da Informação dos
(NOGADA): propuesta inicial. [en línea]. Cinejornais da Agência Nacional. Inf. & Soc.:
[s.l.]: Grupo de Arquiveiros de Galicia, 2008. Est., João Pessoa, v.25, n.2, p. 51-63, maio/ago.
Disponível em: < http://www.aefp.org. 2015. Disponível em: < http://www.ies.ufpb.
es/NS/Documentos/NormasDescriptivas/ br/ojs2/index.php/ies/article/view/51/13743>.
NOGADAcas_v1%28febrero2010%29.pdf >. Acesso em: 07 Abr. 2017.
Acesso em: 04 Abr. 2017.
YEO, G. Debates em torno da descrição. In:
Norma de Descripción Archivística de Cataluña: Organizadores: EASTWOOD, T; MACNEIL, H.
NODAC. [en línea]. Barcelona: Generalitat de Correntes Atuais do Pensamento Arquivístico.
Belo Horizonte. Editoria UFMG. 2016. cap. 5. p.
135-170.

172 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 155-172, set./dez. 2017

Você também pode gostar