Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo Keywords
de reflexão técnica, gerencial e científica está cada da conferência proferida, adaptada para o formato
vez mais presente, principalmente no debate em de artigo. Pelo motivo, eventuais destaques e
torno da imagem em movimento. Destaque deve descrições detalhadas de propostas e ações de
ser dado à Biblioteca Nacional pelo belo trabalho conscientização, bem como discussões relativas a
que vem historicamente desenvolvendo, a duras políticas públicas e sua eficácia, ficarão para o futuro
custas, é verdade, para a organização e preservação próximo do compartilhamento em periódicos e
de seu acervo fotográfico. Mas mesmo o Ministério eventos extensionistas, lastreadas pela atualização
da Cultura não tem uma interface adequada com o dos resultados da pesquisa em desenvolvimento
Ministério da Justiça, no caso do Arquivo Nacional apoiada pelo CNPq.
no Brasil, para a salvaguarda de fato e para lidar
A técnica adotada para a construção do artigo
com o patrimônio cultural representado no que os
foi a da pesquisa bibliog ráfica sobre o tema,
documentos audiovisuais, fotográficos e sonoros
naturalmente visando à apresentação de um estudo,
comportam. No Poder Legislativo, também,
uma forma descritiva de apresentar os resultados
a atenção reser vada à questão é de somenos
daquela pesquisa bibliográfica, mas a abordagem
importância, ao que parece, pois a legislação
e os procedimentos metodológicos, de episteme
correlata não é adequada à salvaguarda de nosso
dialético materialista e visão científica materialista
patrimônio documental fotográfico, audiovisual e
histórica, resultam fundamentalmente do trabalho
sonoro. Toda essa documentação histórica e cultural,
acadêmico de ensino, pesquisa e extensão realizados
sem os devidos cuidados de salvaguarda, pode
nos últimos sete anos sobre o tema.
desaparecer para sempre.
Inicialmente abordamos aspectos conceituais
Este trabalho é uma adaptação da conferência de relativos à questão do patrimônio documental e
mesmo título apresentada em concurso para o a outros conceitos básicos para a reflexão sobre a
cargo de professor titular do Instituto de Ciência temática. Em seguida, tecemos considerações acerca
da Informação da Universidade Federal da Bahia da conscientização sobre este tipo de patrimônio e
(ICI-UFBA).1 Considerando-se a adaptação de de ações correlatas aos acervos audiovisuais, para
uma conferência, a temática será aprofundada nos então passarmos ao desafio das políticas públicas
próximos três anos, no âmbito do projeto Desafios e e podermos apresentar alternativas e propostas
alternativas digitais para salvaguarda e difusão do patrimônio de ação. Prosseguindo, à guisa de uma conclusão
público documental arquivístico audiovisual, contemplado que represente possibilidades de reinícios, são
com bolsa produtividade CNPq para o período compartilhadas algumas digressões que nos levem
de 2013-2016, quando a pesquisa certamente à reflexão sobre o tamanho de nossa ignorância,
destacará trabalhos mais recentes, teses, dissertações, hoje, acerca dos possíveis usos e das ações concretas
relatórios de pesquisas desenvolvidos em programas de salvaguarda desse patrimônio e desses meios
de pós-graduação em ciência da informação de de representação e comunicação audiovisual,
instituições como Unesp, Unicamp, UFMG, entre fotográfica e sonora, que nos levem à continuidade
outras. No momento, entendemos ser importante da pesquisa sobre o tema.
fazer prevalecer as características textuais originais
descobriu, assim, o que transforma o documento problemas (...) construções culturais” que nos
em monumento: a sua utilização pelo poder permitiram e nos têm permitido “compartilhar
(ZUMTHOR, apud LE GOFF, 1996, p.544-545) o desafio de entender e significar o mundo e sua
diversidade” (BARBOSA; CUNHA, 2006, p.8).
Poderíamos pensar, então, que a atual situação A possibilidade de contato visual com hábitos,
em que se encontram os acervos fotográficos, valores e comportamentos torna possível também a
audiovisuais e sonoros no Brasil, e em grande parte observação, o registro, a catalogação e a classificação.
do mundo, seja uma estratégia infeliz do poder de Toda uma série de questões de uma nova ordem
não transformar tais documentos em monumentos, epistemológica passa a influenciar profundamente
pois sua utilização iria além da linguagem do poder os fundamentos de muitas disciplinas científicas.
instituído, invadiria as consciências, sua linguagem A “ordenação epistemológica das informações” pelas
sígnica, a imagem, a linguagem de todos, colocaria possibilidades das “formas visuais do conhecer”
em risco o poder do texto. Foucault diz:
torna-se mais complexa, bem como a própria
produção do conhecimento (BARBOSA; CUNHA,
... a história é uma certa maneira de uma sociedade
2006, p. 33-45).
dar estatuto e elaboração a uma massa documental de
que se não separa (...) a história é o que transforma os Um importante antropólogo francês, atuante no
documentos em monumentos e o que, onde dantes se Brasil hoje, Ettiene Samain, destaca as formas
decifravam traços deixados pelos homens, onde específicas para a apreensão do mundo, os estilos
dantes se tentava reconhecer ... o que eles tinham cognitivos, os modos de apreensão, de interpretação
sido, apresenta agora uma massa de elementos que é próprios das linguagens audiovisuais, que nos
preciso isolar, reagrupar, tornar pertinentes, colocar trazem novas alternativas para construirmos novos
em relação, constituir em conjunto (FOUCAULT, modos de ver, de elaborar e de construir o
apud LE GOFF, 1996, p. 546). conhecimento, promovendo “matrizes gerativas
de uma outra maneira de pensar novos e velhos
O documento passa a ser pensado como um campos”, mostrando-nos novas direções para
composto de elementos que “funcionam como compreendermos o imaginário humano, individual
um ‘inconsciente cultural’ que assume papel e coletivo (SAMAIN, apud BARBOSA e CUNHA,
decisivo e intervém para orientar uma apreensão, 2006, p.53).
um conhecimento” (CLAVEL-LEVEQUE, apud
LE GOFF, 1996, p. 547). Para retomar sua origem A documentação fotográfica, audiovisual e sonora,
etimológica, docere, o documento é o ensinamento nesse sentido, é monumento e documento.
que ele traz. Monumento porque é um legado à memória coletiva;
documento porque é a prova, o fundamento
Também a riqueza etnográfica que as imagens em do fato histórico. Sua objetividade opõe-se à
movimento comportam fez com que a introdução intencionalidade do monumento. Mas, como já
de instrumentos fotográficos, cinematográficos disse, a fotografia, o filme, os registros sonoros,
e videográficos fosse impulsionada nas pesquisas esses documentos são o conhecimento que podem
sociais, abrindo espaço para a reflexão e para a nos trazer. Salvaguardá-los significa dar a eles o
ampliação das proposições para seu ingresso nas papel que devem desempenhar para que possamos,
ciências sociais. (PEIXOTO, 2011). As muitas de fato, formatar as políticas públicas com relação
aproximações metodológicas entre fotografia, à memória coletiva. A proteção do patrimônio
cinema, vídeo, ao longo da história destas linguagens, documental fotográfico, audiovisual e sonoro é uma
“expressaram formas de olhar e de construir questão cultural que nos afeta a todos, “para que
nossa imagem não se apague”, como disse Boris sendo a segunda a que mais provoca prejuízos aos
Kossoy, “para que não nos esqueçamos” (KOSSOY, acervos. A biodeterioração pode ser minimizada
2002, p.130). Extintos esses documentos, está consideravelmente “por meio da redução e do
extinta a memória visual e sonora de nossa história controle da umidade relativa do ar, deixando-se a
e de nossa cultura, está destruído o monumento. temperatura variar. Estudos recentes mostram que
é mais fácil e barato remover a umidade do que
baixar a temperatura do ar”. Mostram também que
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
“quando o invólucro é bem concebido, as chances de
Salvaguardar significa garantir, proteger, assegurar, biodeterioração por microorganismos são mínimas”
estando também associado à ação de copiar (TOLEDO, 2010, p.73-74). Naturalmente que os
a infor mação, para protegê-la. O conceito de controles ambientais dependem das características e
salvaguarda encontra amparo no art.23, III, da necessidades físicas do acervo documental; da idade,
Constituição Federal: É competência comum da União, dos do material de construção e do tipo de uso para o
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III- proteger qual foi construído o edifício onde está guardada
os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, a documentação; do clima local, mas também do
artístico e cultural .... (BRASIL, 1988). Encontra acesso aos documentos pelo usuário, pelo visitante,
amparo, também, na recente Lei 12.527, de 18 de a quantidade de pessoas e a frequência de consultas.
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação),
em seu Art. 6º, inciso II, quando determina que cabe O conceito fundamental para a salvaguarda de
aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas acervos históricos é o de conservação preventiva,
e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a (...) II - que é também “um marco ético na preservação do
proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, patrimônio cultural”. (GÜTHS; CARVALHO, 2007,
autenticidade e integridade...(BRASIL, 2011) p. 42). Conservação preventiva pode ser definida
como:
Desde 1992, com a criação do Projeto Memória do
Mundo, a Unesco reúne esforços para estimular a ... qualquer medida destinada a evitar ou reduzir as
preservação, a difusão de acervos e a consciência causas potenciais de danos. Fundamenta-se no
coletiva acerca do Patrimônio Documental da cuidado preventivo [dos acervos], na pesquisa e no
Humanidade. “Uma vez nomeado patrimônio, o tratamento. Diferentemente da acepção tradicional
acervo ou coleção documental não pode sofrer [de conservação-restauração], já não mais enfoca os
avarias ou ser desmembrado – o que contribui
objetos e tem como campo de ação preferencial o
para um esforço maior de preservação por parte
ambiente, os lugares ou espaços onde estão [esses
da instituição que o mantém.” (MEMÓRIA do
acervos], o comportamento das pessoas e as
mundo.)
manipulações que podem ser efetuadas tanto nos
Nesse sentido, há que nos preocuparmos com os objetos quanto no ambiente. Em termos práticos, o
processos que levam à deterioração dos acervos. manejo, o armazenamento e a administração [dos
Muitos são os agentes de deterioração, dentre eles a cer vo s ] , i n cl u i n d o o p l a n ej a m en to p a ra
os decorrentes do clima. Sabemos que em climas emergências, constituem elementos básicos de uma
quentes e úmidos, como o nosso, dois fatores são de estratégia dessa natureza. (CALLOL, 2010, p.78).
grande risco para os acervos documentais, de todos os
tipos de suportes, devendo ser considerados quando Pensar os acervos fotográficos, audiovisuais e
do desenvolvimento de políticas de preservação: sonoros como monumento-documento requer que
a deterioração química e a deterioração biológica, identifiquemos, ainda, como patrimônio audiovisual,
gerenciamento de riscos, acesso e preservação, se a qualquer forma de uso do acervo, dos serviços
incluindo aí o que adjetivamos como preservação ou do conhecimento de uma instituição, incluindo
digital. Daremos um enfoque maior ao universo a apresentação e visualização de um filme ou
dos acervos audiovisuais, pois além de incluírem o sonorização e referências a fontes de informação
sonoro, podem incluir fotografias de cena e outros sobre fotografia, som ou filmes e sobre os assuntos
documentos em outros suportes. que eles representam (EDMONDSON, 2004, p. 20).
considerando também outras dimensões associadas alguns elementos de informação sobre o contexto
à questão, como a preservação lógica, a preservação da conscientização acerca da preservação de acervos
intelectual, a preservação dos metadados e o audiovisuais.
monitoramento e a instrumentalização da audiência
a que predominantemente se dirige a informação CONSCIENTIZAÇÃO E AÇÕES
(THOMAZ, 2004). Como diz Sayão, “Até o C O R R E L A TA S A O S A C E RV O S
presente momento - e provavelmente até um futuro AUDIOVISUAIS
indefinido - não teremos disponível uma estratégia
única capaz de dar conta de todo o espectro de Nas primeiras décadas da conscientização acerca da
problemas relacionados à preservação digital.” necessidade de preservação dos filmes, o desafio de
(SAYÃO, 2007, p.193). atender à prioridade de então, de salvar versões
comerciais que se encontravam abandonadas desde
E aqui outro conceito fundamental é o de
os primeiros anos da produção cinematográfica, foi
gerenciamento de riscos, cuja principal ação
encampado por pequeno grupo de instituições
técnico-científica nesse campo, no Brasil, vem sendo públicas e sem fins lucrativos. Elas desenvolveram
realizada por José Luiz Pedersoli, conforme podemos técnicas para duplicar, em películas de segurança, os
constatar na entrevista publicada pelo Arquivo filmes de nitrato em processo de deterioração, que
Nacional. O risco é “a chance de algo acontecer ar mazenados inadequadamente tornam-se
causando perda de valor para o patrimônio cultural” autoinflamáveis. Os resultados desse trabalho
(ENTREVISTA, 2010, p. 10). O gerenciamento de eram, então, mostrados em projeções em museus e
riscos, então, passa a ser, de acordo com Pedersoli, festivais especializados.
... uma ferramenta de gestão eficaz para otimizar a A International Federation of Film Archives
tomada de decisões dirigidas à conservação e uso do (FIAF) foi instituída em 1938, por esses pioneiros,
patrimônio cultural. Sua utilização fornece uma visão p a r a t r o c a r i n f o r m a ç õ e s e p r o m ove r o
abrangente e simultânea dos diversos tipos de risco desenvolvimento de padrões para a prática
para o patrimônio, desde eventos emergenciais e profissional. Ao longo de muitos anos não houve
catastróficos ... até os diferentes processos de reconhecimento amplo do valor de muitos tipos de
filmes, como os realizados por museus, bibliotecas,
degradação que ocorrem de forma mais lenta e
arquivos, obras únicas, demasiadamente frágeis
contínua ... A partir da identificação e análise desses
para serem exibidas ou mesmo esquecidas em
riscos, é possível estabelecer prioridades de ação e
pilhas nunca consultadas. Nas três últimas décadas,
alocação de recursos para mitigá-los. Estratégias
no entanto, nos países desenvolvidos, graças ao
sustentáveis podem então ser estabelecidas para
trabalho de preservação esses filmes estão
minimizar impactos negativos sobre o nosso começando a ser vistos, permitindo uma imagem
objetivo comum de transmitir o patrimônio cultural mais inclusiva do cinema e enriquecendo nossa
para as gerações futuras com a menor perda de valor compreensão sobre a história cultural (NFPF,
possível. (ENTREVISTA, 2010, p. 8). 2004). “Pouco mais de um século após o advento
dos registros sonoros e da imagem em movimento,
Vimos, até aqui, conceitos fundamentais de e pouco menos de um século de transmissão à
salvaguarda, preservação, agentes de deterioração, distância de sons e imagens em movimento ..., estas
acesso, preservação digital e gerenciamento de tecnologias passaram a dominar a comunicação, a
riscos, básicos para se refletir sobre patrimônio arte e o registro da história.” (EDMONDSON,
fotográfico, audiovisual e sonoro. Importa reunir 2004, p.66).
Uma das dimensões das políticas públicas No Brasil, conforme nos ensina Eliana Mattar (2203,
informacionais está nas políticas relativas ao p. 16-17),
patrimônio documental arquivístico. Entendemos
por políticas públicas arquivísticas, em acordo com ... o documento só ganha relevância jurídica ... com a
Jardim (2003, p.38-39), Constituição de 1946, que o inclui entre os bens de
valor histórico e artístico que ficam sob a proteção do
“o conjunto de premissas, decisões e ações – poder público, corrigindo omissão da Carta anterior.
produzidas pelo Estado e inseridas nas agendas
É certo, entretanto, que a organização da proteção do
governamentais em nome do interesse social – que
contemplam os diversos aspectos (administrativos, patrimônio histórico nacional, em 1937, que
legal, científico, cultural, tecnológico etc) relativos à estabelece a figura do tombamento, aplica-se
produção, uso e preservação da informação também aos documentos, embora não os defina
arquivística de natureza pública e privada”. expressamente no rol dos bens móveis e imóveis que
integram este patrimônio. José Honório Rodrigues,
Aqui abordamos o caso de uma documentação
[que dirigiu o Arquivo Nacional entre 1958 e 1964],
setorial (pelas suas características de produção,
observa que os documentos manuscritos não
guarda, tipologia, utilização etc), de configuração
estavam resguardados pelo decreto de 1937, e o
nacional, que apresenta alto grau de transversalidade,
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
de interseção com outras políticas públicas.
Nacional, criado em 1936, hoje Instituto do
Por exemplo, uma política pública na área da
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),
documentação fotográfica, audiovisual e sonora
passa a cuidar, também, por dispositivo legal, da
deve contar “como um dos fatores a influenciar ...
catalogação sistemática e da proteção dos arquivos
resultados” (JARDIM, 2003,p.39). Não se trata de
estaduais, municipais, eclesiásticos e particulares...
ações de caráter técnico-científico exclusivamente,
[Em 1968, com a Lei 5471,] outra tentativa dispersa
mas de ações que visem à solução de problemas
políticos da área dos arquivos. Mas ambos os de defesa é a que proíbe a exportação, sob qualquer
tipos de ação estão imbricados, pois um plano de forma, destes acervos documentais, bem como de
conservação preventiva, preservação e salvaguarda bibliotecas, constituídos de obras brasileiras ou sobre
do patrimônio documental audiovisual, fotográfico o Brasil, editadas nos séculos XVI a XIX.
e sonoro exigirá conhecimentos técnico-científicos
para a decisão acerca de uma política, desde a sua Mas foi somente com a chamada Lei de Arquivos,
concepção. em 1991, que se garantiu ao documento sua
autonomia como bem tutelado.
A legislação brasileira relativa à salvaguarda e
proteção do patrimônio cultural tem-se desenvolvido Hoje, com a já citada lei 12.527 de acesso à
desde, pelo menos, a primeira metade do século XX. informação, que entrou em vigor em 16 de maio
Para usar a expressão de Vianna (s/d, s.p.), essa de 2012, fomos além, num avanço da legislação
legislação “nasceu quando a melancolia perante brasileira, ao determinar aos órgãos e entidades
a ameaça de desaparecimento das tradições e do poder público a proteção da informação (Art.6º, I),
identidades culturais frente à cultura de massa ... mas o regimento do Arquivo Nacional, aprovado
foi sendo substituída pela pragmática moderna de em 1975 por Portaria do Ministro da Justiça, já
criação de jurisprudência e políticas com o objetivo utilizava a expressão patrimônio documental , que
de desenvolver meios de controlar e encaminhar vai se consolidar no Art. 216 da Constituição de
solução para as questões, tensões e conflitos de 1988, como espécie do gênero patrimônio cultural
interesses na área.” (MATTAR, 2003).
A Constituição Brasileira de 1988, no Art. 216, ordem no cenário arquivístico, a da proteção especial aos
estabelece um conceito de patrimônio cultural, e documentos de arquivos”: é dever do poder público
é notável, no teor dos incisos do artigo, o quanto protegê-los. Se a proteção especial aos documentos
os acervos fotográficos, audiovisuais e sonoros se passa a ser uma obrigação estatal, daí advirão direitos
inserem, a saber: individuais “como apoio à informação, à prova, ao
desenvolvimento científico e à cultura”.
Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de
natureza material e imaterial, tomados O ordenamento jurídico nacional determina, na seção
individualmente ou em conjunto, portadores de relativa à cultura, do título VIII – Da Ordem Social, da
referência à identidade, à ação, à memória dos
Constituição Federal, que é dever da Administração
diferentes grupos formadores da sociedade
Pública gerir a documentação governamental e
facilitar sua consulta a todos, aproximando os
brasileira, nos quais se incluem: I – formas de
arquivos da cultura, tipificando-se, inclusive, desde
expressão; II- Os modos de criar, fazer e viver; III –
1998, com a Lei 9605, de 12 de fevereiro de 1998, e o
As criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV –
Decreto 3179, de 21 de setembro de 1999, o crime
As obras, objetos, documentos, ... destinados às
contra o patrimônio cultural causado pela sua destruição,
manifestações artístico-culturais.
inutilização ou (e aqui é importante frisar) deterioração.
(MATTAR, 2003, p.22-27).
Constata-se, com Silva (2011, p. 34), que o conceito
de patrimônio cultural, “deixando de lado a antiga
divisão entre Patrimônio Histórico e Artístico, Ainda de acordo com a Constituição Federal,
passou a incluir o documental, o arqueológico, o “cabe a todos os entes administrativos o dever de
bibliográfico, e o etnográfico”. preservação dos bens de valor histórico e cultural,
... indicando que o inciso III do Art 23 determina
A política nacional de arquivos públicos e privados ser competência comum da União, dos Estados, do Distrito
c o m e ç a , p o r t a n t o, c o m a C a r t a d e 1 9 8 8 . Federal e dos Municípios a proteção aos documentos, às
A gestão adquire papel fundamental, assim como obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural...”
a aplicação de técnicas arquivísticas, a seleção, a (SCHIMIT, s/d, s.p.).
eliminação, a guarda dos documentos considerados
de valor permanente, evitando-se a preservação Concordo com Eliane Mattar quando considera
indiscriminada e altamente custosa. Sua implantação que “o direito à cultura permanece mais obscuro
ocorre na década de 1990, com a Lei 8.159, de 8 de que o direito à informação” (2003, p. 28). De fato,
janeiro de 1991, a lei de arquivos, e o Conarq (criado a cultura revela-se
pela própria Lei). Bem... determina a Lei que todos ...importante instrumento para o desenvolvimento
os documentos permanentes produzidos e recebidos da personalidade, motivo pelo qual se dá destaque
pelo Poder Executivo federal devem ser guardados atualmente à satisfação das necessidades de cultura e
no Arquivo Nacional ... um descompasso com o de arte, que no plano objetivo representam
expressões dos valores ideais do mundo e das coisas.
cotidiano por nós conhecido...comprometendo Necessidades que, satisfeitas, constituem condição
a eficácia da Lei. da 'autoconsciência da humanidade', resultado de sua
memória histórica, que dignifica o [ser humano],
Bem... determina a lei que todos os documentos retira-o de seu estado subalterno, que o impede de
permanentes produzidos e recebidos pelo Poder apropriar-se do aspecto qualitativo do mundo
Executivo federal devem ser guardados no Arquivo refletido nesses bens. (MATTAR, 2003, p.29).
Nacional ... um descompasso com o cotidiano por
nós conhecido...comprometendo a eficácia da lei. O senso de missão e de urgência e o confronto
Ainda que com esse tipo de problemas, os cotidiano com as implicações de suas próprias
documentos agora passam a viver sob uma “nova ações, inações e limitações impõem aos arquivos
audiovisuais e aos profissionais que trabalham com faz sentido nem curatorialmente nem
a preservação documental a necessidade constante economicamente. Ao invés disso, os arquivos devem
de convencer, de mudar atitudes e moldar seus gerenciar uma crescente e complexa equação que
ambientes. Isso se dá em função de diferentes permita prover a viabilidade física de seu acervo em
fatores associados aos suportes audiovisuais, balanço com suas habilidades de manter as
entre eles sua fragilidade, natureza fugidia e o tecnologias e o legado tecnológico e as competências
rápido desenvolvimento da paisagem tecnológica associadas que permitam o acesso e a manutenção.
e organizacional, o pioneirismo desse tipo de Criar cópias em formatos digitais, enquanto se
arquivamento, a falta de recursos e o pequeno mantêm cópias de preservação em formatos mais
número de instituições para realizar uma tarefa antigos, é parte dessa equação. (EDMONDSON,
gigantesca (EDMONDSON, 2004). 2004, p.46).
Como exemplo, podemos lembrar os filmes de Nesse sentido, de acordo com Edmondson (2004),
nitrato de celulose. A ideia geral de fabricantes de para que possamos reunir os elementos típicos
filmes de nitrato de abandonar a produção nos anos para uma política bem articulada, precisaremos
1950, por questões práticas e econômicas, resultou referir a missão do arquivo, invocar autoridades
na percepção desses filmes como “coisas perigosas”, exter nas relevantes ou pontos de referência
gerando ampla síndrome de reações institucionais (como a Unesco ou federações de arquivos AV),
e oficiais, quase beirando o pânico, que acabou explanar sobre os princípios relevantes e, baseados
por favorecer a destruição dos estoques de nitrato. nesses fundamentos, explanar também sobre as
Entendia-se que todos os filmes de nitrato iriam estar intenções do arquivo, suas posições e escolhas. Os
destruídos por volta do ano 2000 e, portanto, dever- detalhamentos são necessários, mas evitando-se as
se-ia investir na sua migração como uma espécie de ambiguidades, sendo simples e breves o suficiente
cruzada para a sobrevivência desse patrimônio. As para permitir o desenvolvimento de linhas gerais, em
práticas e as políticas encorajaram tanto os arquivos separado, para as diversas ações da equipe.
quanto as companhias de filmes a destruírem seus
acervos de nitrato após fazerem cópias em acetato, Nesse ponto, é preciso retomar a questão do
evitando assim custos de armazenamento. Agora gerenciamento de riscos, como elemento
sabemos que essa destruição foi um erro. inovador em políticas públicas:
Por volta dos anos 1980, os filmes de triacetato Arquivos, bibliotecas, museus e outras instituições
começaram a revelar sua própria forma de patrimoniais frequentemente têm que decidir
autodestruição, a chamada síndrome do vinagre, e entre diferentes opções para a proteção de seus
isso tornou aparente que o filme de nitrato, bem acervos, por exemplo, entre a instalação de
armazenado e gerenciado, durava muito mais tempo controle climático, de um sistema de vídeo-
do que o de acetato (ainda há rolos com mais de 100 vigilância, ou de equipamento de detecção e
anos em boas condições). (...) A percepção pública combate a incêndio. O que fazer primeiro? Quais
sobre a viabilidade do filme de nitrato – a mensagem, as prioridades do acervo? A metodologia do
de boa fé, de que 'o nitrato não pode esperar', até gerenciamento de riscos permite definir essas
recentemente utilizada por arquivistas – precisa ser prioridades e, assim, maximizar o uso efetivo dos
modificada (...) a questão corrente hoje para muitos recursos disponíveis. (ENTREVISTA, 2010, p.8).
arquivistas é: 'você ainda não digitalizou seu acervo?'
... a migração de grandes volumes em acervos não Diante de tantos desafios aqui expostos, algumas
apenas se torna uma impossibilidade física: ela não alternativas podem ser consideradas...
Uma alternativa muito básica, ainda, está no interessadas, orientada para os problemas da
cumprimento da Lei de Arquivos, como bem lembra preservação do acesso e da longevidade digital,
Eliane Mattar (2010, p.32), criando-se as Unidades alinhada com as principais iniciativas internacionais”.
Regionais do Arquivo Nacional, já que hoje só existe
a do DF. Como diz Sayão,
Seria também fundamental, ainda com base É preciso lembrar que garantir o acesso à informação
nos estudos de Eliane Mattar, conceder poder digital é um compromisso profundo e duradouro,
fiscalizador ao Arquivo Nacional (como os cujo prazo é indefinido, e no qual tomam parte
inspetores de arquivos na França e o inspetor geral muitos atores. É fundamental, portanto, estabelecer
nos EUA), através de arquivistas especializados pactos de cooperação entre governo, editores,
nas diversas espécies de documentos, incluídos os indústria de TI, bibliotecas, arquivos, museus,
digitais (MATTAR, 2010, p. 32). universidades, institutos de pesquisa, dentre outros.
Sem alianças e cooperação os programas mais
Talvez seja oportuno, também, pensar sobre a amplos não serão absolutamente possíveis. (SAYÃO,
viabilidade de se criar uma fonte de recursos para 2007, p.201).
os arquivos, bibliotecas, museus e outros centros
de documentação e informação, que seria advinda
DIGRESSÕES À GUISA DE UMA
de algo em torno de 10% do preço do ingresso de
CONCLUSÃO QUE CONDUZA À
cinema, destinada à salvaguarda dos acervos sonoros,
CONTINUIDADE DA PESQUISA SOBRE
fotográficos e audiovisuais do país, algo parecido
O TEMA...
como a “taxa especial adicional”, a TSA adotada
pela administração André Maulraux no Ministério São muitos os desafios, de fato, mas aqui foi
da Cultura francês, no final de década de 1950, apresentado um conjunto de alternativas que,
destinada ao Centro Nacional de Cinematografia transfor madas em ação pela universidade,
(ROME, 2010, p.127-128). pela sociedade, pelas instituições arquivísticas,
biblioteconômicas e museológicas, e pelo Estado,
Com base em Sayão (2007, p.200-201), destacamos
certamente nos colocarão em melhor posição
também alternativas para o patrimônio digital
para a salvaguarda de nossos acervos fotográficos,
fotográfico, audiovisual e sonoro. Faz-se necessário:
audiovisuais e sonoros. Certamente nos tornaremos
a) “promover o uso de padrões e protocolos abertos, melhores homens e mulheres, melhores cidadãos e
estáveis e de uso amplo”; cidadãs.
do homem. Wiener observou que mesmo uma Cinematográficos, em Brasília, em 1981, afirmou:
máquina que possa aprender e tomar decisões com “Numa sociedade em transformação, num país
base em conhecimentos adquiridos não será que já nesse momento tem responsabilidade de
obrigada a decidir no mesmo sentido que nós, nem a uso de tecnologia, na medida em que já adotamos
tomar decisões que nos sejam aceitáveis: 'Para quem tecnologias, já não podemos recuar, nem querer
não tem consciência disso, [escreveu Wiener em The ficar na posição de ignorar o uso dessas formas
Human use of Human Beings, de 1950], deixar suas de representação e comunicação. Qual o tamanho
responsabilidades a cargo da máquina ... significará dessa posição e onde ficar?” (MAGALHÃES, 1985,
confiar suas próprias responsabilidades ao vento e p.169).
vê-las de volta entre os turbilhões da tempestade'
(ABAGNANO, 1998, p.135-136).
Bem ... passaram-se já mais de 60 anos da obra
que citei de Wiener, mais de 80 anos do teorema
de Gödel, e mais de 50 anos da obra de Ruyer.
Gödel (1906-1978), em seu teorema da incompletude, Nos processos que tipificam as sociedades que se
ou teoremas da indecidibilidade (publicado em 1931, caracterizam por fazer uso cotidiano do universo
quando tinha 25 anos) expressou a impossibilidade digital, conceitos como os de tempo, espaço,
das possibilidades ilimitadas. Nessa expressão causalidade tornam-se peculiares precisamente
já clássica da matemática e da filosofia, uma das porque implicados nos processos de interação
implicações está a de que “não é possível construir mediados pelas tecnologias de infor mação e
uma máquina que resolva todos os problemas” ... Está comunicação. “A concepção de tempo, a vivência do
em Gödel a exclusão da possibilidade da matemática espaço, a percepção da causalidade, são modalidades
como sistema único e total (ABAGNANO, 1998, do ser que se viram modificadas, em suas bases
p.645). O Teorema de Gödel insiste na “diferença mesmas, na raiz das transformações incorporadas
entre o homem e a máquina, em vista da presença, no [por estas] tecnologias...” (SCHULTZ, 2006, p.63).
homem, do fator consciência” (apud ABAGNANO,
1998, p.135). O fundamento, então, deste artigo, só pode estar no
que Aristóteles chamou de causa essencial, “aquilo
O filósofo francês Raymond Ruyer (1902-1987), que um ser não pode não ser” (ABAGNANO, 1998,
que, entre outras filosofias, escreveu uma filosofia p.663). O fundamento deste artigo está na razão
da informática e uma teoria da consciência – tendo de ser da salvaguarda do patrimônio documental
influenciado pensadores como Deleuze e Guattari –, fotográfico, audiovisual e sonoro: salvaguardar,
afirmou que “‘sem consciência não há informação’ mais que preservar, é manter a memória viva,
e que, por isso, se o mundo físico e o mundo a consciência ativa, é manter a informação em
das máquinas ficassem entregues a si mesmos” – processo para a ampliação da consciência.
conforme registrou em seu livro La cybernetique et
l’origine de l’information, de 1954 – “‘espontaneamente Nos campos de ações culturais, acadêmicas,
tudo se tornaria desordem e essa seria a prova científicas e técnicas caracterizadoras da área da
de que nunca houve ordem verdadeira, ordem ciência da informação, e nos campos tangenciais a
consistente, ou em outros termos, que nunca houve essa área, ainda cabem perguntas advindas da reflexão
informação’” (apud ABAGNANO, 1998, p.135). de Aloísio Magalhães, mais de 30 anos passados de
seu discurso, especialmente se levarmos em conta
Aloísio Magalhães (1927-1982), ex-secretário novas formas de imagens, fixas e em movimento,
geral do MEC, ex-diretor do Iphan, em discurso sendo produzidas originalmente digitais, como as
de abertura do Encontro de Documentaristas linguagens de modelagem de realidade virtual: Qual
o tamanho de nossa ignorância, hoje, acerca dos CONWAY, Paul. Preservação no universo digital . Rio
possíveis usos e das ações concretas de salvaguarda de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em
desse patrimônio e dessas formas de representação Bibliotecas e Arquivos, 2001. 34p.
e comunicação audiovisual, fotográfica e sonora?
Onde estamos? Qual nossa posição? Onde EDMONDSON, Ray. Audiovisual archiving :
queremos ficar com relação à salvaguarda desse philosophy and principles. Paris: UNESCO, 2004.
patrimônio documental?
ENTREVISTA com José Luiz Pedersoli. Acervo:
revista do Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, v.23, n.2,
As respostas precisam ser formuladas, mas não
jul/dez.2010, p.7-12
apenas isso, sob pena de não sairmos do lugar ... as
ações precisam ser realizadas. Como afirmei, há GÜTHS, Saulo; CARVALHO, Cláudia S.R.
uma década (SILVA, 2002), a informação não pode Conservação preventiva: ambientes próprios para
ser pensada apenas como um produto, ou como um
coleções In: MUSEU DE ASTRONOMIA E
processo técnico; a informação deve ser pensada
CIÊNCIAS AFINS. Conservação de Acervos. Rio de
como um processo capaz de ampliar nossa
Janeiro: MAST, 2007. p.25-43. (Mast Colloquia, v. 9)
consciência acerca das possibilidades de conhecer e
de agir. Só a ampliação de nossa consciência pode JAMBEIRO, Othon. Informatas ou infogestores?
a m p l i a r o c o n h e c i m e n t o, e d e p o i s d o Nova ordem mundial, novas tecnologias e novos
conhecimento só pode vir a ação, ou nada fará profissionais da informação. In: JAMBEIRO,
sentido. Nesse sentido, a continuidade da pesquisa
O.; GOMES, H.F.; LUBISCO, N;M;L. (Orgs).
sobre o tema, agora com o apoio de bolsa de
Informação: contextos e desafios. Salvador: ICI-
produtividade do CNPq, nos dará as condições de
POSICI, 2003, p.173-183.
prosseguir com a ação.
JARDIM, José M. O inferno das boas intenções:
Data de submissão: 01-07-2012 Data de aceite: 17-04-2013 legislação e políticas arquivísticas. In: MATTAR,
Eliana (Org.). Acesso à informação e política de arquivos.
Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003, p.37-45.
REFERÊNCIAS
KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica.
ABAGNANO, Nicolas. Dicionário de filosofia . São
São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.
Paulo: Martins Fontes, 1998.
LE GOFF, Jacques. História e memória . Campinas:
ADCOCK, Edward P. IFLA principles for the care
UNICAMP, 1996.
and handling of library material. Washington, D.C. :
International Federation of Library Associations MAGALHÃES, Aloísio. E Triunfo? A questão dos
and Institutions, Core Programme on Preservation bens Culturais no Brasil. Rio de Janeiro: Nova
and Conservation, 1998. Fronteira: Fundação Nacional Pró-Memória, 1985.
BARBOSA, Andréa; CUNHA, Edgar T. Antropologia MALSSEN, Kara van. Disaster Planning and Recovery:
e imagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. Post-Katrina Lessons for Mixed Media Collections.
[2007?] Masters Thesis - Moving Image Archiving
CALLOL, Milagros Vaillant. Conservação preventiva
and Preservation Program, New York University.
para instituições cariocas que custodiam bens
culturais. Revista Acervo , v.23, n.2, jul/dez.2010, MATTAR, Eliana (Org.). Acesso à informação e política
p.77-88. de arquivos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003.
MEMÓRIA do Mundo. Revista de História da SILVA, Leuda R. O centro histórico de Fortaleza e seu
Biblioteca Nacional. Disponível em: < http://www. patrimônio cultural arquitetônico. 2011. Trabalho de
revistadehistoria.com.br/secao/nota/memoria-do- Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de
mundo-do-brasil>. Acesso em: 5 abr. 2012. Turismo, Faculdade Evolutivo (FACE). Fortaleza,
2011. Disponível em:< http://pt.scribd.com/
NUNO, Fontes Ferreira. Evolução legal dos doc/60450040/MONOGRAFIA-LEUDA-
arquivos audiovisuais e sonoros em Portugal. Revista REINALDO>. Acesso em: 1 abr. 2012
Ponto de Acesso, v.6, n.1, 2012, p.156-171
SILVA, Rubens R.G. Digitalização de acervos fotográficos
PEIXOTO, Clarice Ehlers. Antropologia e imagem: públicos e seus reflexos institucionais e sociais: tecnologia
os bastidores do filme etnográfico. Rio de Janeiro: e consciência no universo digital. 2002, 269 f.
Garamond, 2011, v.2 Tese (Doutorado em Ciência da Informação) -
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de
ROME, Marianne Kalili. Política cultural e
Comunicação; Instituo Brasileiro de Informação em
transmissão do cinema na França. In: SERAFIM et
Ciência e Tecnologia , Programa de Pós-Graduação
al. Perspectivas em informação visual: cultura, percepção
em Ciência da Informação, Rio de janeiro, 2002.
e representação. Salvador: EDUFBA, 2010, p.123-
Disponível em: <http://tede-dep.ibict.br/tde
129.
busca/arquivo.php?codArquivo=15>. Acesso em:
SAYÃO, Luiz F. A ameaça da amnésia digital. In: 24 jun. 2012.
MUSEU DE ASTRONOMIA E CIÊNCIAS
TASK Force on Archiving of Digital Information.
AFINS. Conservação de Acervos.Rio de Janeiro: MAST,
Preserving digital information : report of the Task Force
2007. p. 181-204. (Mast Colloquia, v. 9)
on Archiving of Digital Information commissioned
SCHMITI, Fernanda. Tombamento: Proteção do by the Commission on Preservation and Access and
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional à Luz da the Research Libraries Group. Washington, D.C. :
Constituição Federal, Dec.-Lei n. 25 de 30/11/37 e Commission on Preservation and Access, [c1996].
Lei n. 3.924 de 20/07/61. Disponível em: http:// Disponível em: <http://www.oclc.org/research/
www.ufsm.br/direito/artigos/administrativo/ activities/past/rlg/digpresstudy/final-report.pdf>.
tombamento.htm. Acesso em : 01.04.2012 Acesso em: 24 jun. 2012
SCHMITI, Fernanda. Tombamento : proteção do THE FILM preservation guide: the basics for archives,
patrimônio histórico e artístico nacional à luz da libraries, and museums. San Francisco, California:
Constituição Federal, Dec.-Lei n. 25 de 30/11/37 National Film Preservation Foundation, 2004.
e Lei n. 3.924 de 20/07/61. Disponível em: http://
THOMAZ, Kátia. A preser vação de documentos
www.sedep.com.br/?idcanal=24376. Acesso em :
eletrônicos de caráter arquivístico: novos desafios, velhos
18 abr. 2013.
problemas. 2004. Tese (Doutorado) – Escola de
SCHULTZ, Margarita. Filosofía y producciones digitales. Ciência da Informação, Universidade Federal de
Buenos Aires: Alfagrama, 2006. Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.
SILVA, Jaime Antunes. Apresentação. In: MATTAR, TOLEDO, Franciza. Controle ambiental para
Eliana (Org.). Acesso à informação e política de arquivos. instituições cariocas que custodiam bens culturais.
Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003, p.9-10. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v.23, n.2, , jul./
dez.2010, p.71-76.