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AD-NEER: ARQUIVO DIGITAL DO NÚCLEO DE ESTUDOS ÉTNICO RACIAIS -

BANCO DE DADOS

Área Temática: Cultura.

Autores: Sandy Aparecida Pereira dos Santos, sandyap.dossantos@gmail.com (PIBIS –


Fundação Araucária), Danilo Ferreira da Fonseca (daniloffonseca@gmail.com, DEHIS).

RESUMO: O Arquivo Digital do Núcleo de Estudos Étnico-Raciais (AD-NEER) se refere a


proposta de elaboração de um Banco de Dados dos materiais produzidos pelo NEER e
também dos materiais selecionados a partir de levantamentos que possam ser arquivados e
posteriormente utilizados como fontes para novas pesquisas e ações diversas. Com o advento
da internet, as formas com que os registros são feitos passam a receber novas formas,
caminhos e perspectivas, contracenando com as já existentes, havendo ainda, de forma mais
pulsante, a necessidade do registro, podemos encontrá-los de maneira abundante com as
características atuais que a internet propõe, sendo a flexibilidade, interatividade e facilidade.
Pensando dessa maneira, o NEER buscou em forma de Arquivo Digital, construir e gerir um
acervo no qual a disseminação seja favorecida pelo meio virtual, mas não se reduzindo a isso.

PALAVRAS-CHAVE: Arquivo Digital; NEER; Documentos; Banco de Dados.

1. INTRODUÇÃO/CONTEXTO DA AÇÃO

O Núcleo de Estudos Étnico-Raciais, NEER, é um dos laboratórios de pesquisas


vinculados ao Departamento de História da Unicentro, campus Irati (DEHIS/I). Deu início em
suas atividades em 2011, e desde lá, proporcionou um expressivo aumento no número de
pesquisas e eventos relacionados a temática que aborda no campus, como também levando
essas discussões para além da universidade, com as atuações em escolas do município de Irati,
Paraná, e outros espaços na comunidade.
A iniciativa de um arquivo digital se deu a partir da busca de uma forma acessível para
fomentar produções e discussões acerca da temática em que o laboratório opera na instituição,
reunindo os resultados de trabalhos que foram realizados na universidade, sobretudo os
elaborados com o apoio do núcleo, assim como a gestão de um acervo organizado a partir de
levantamentos de documentos digitais para compor esse banco de dados em questão de fontes,
sendo vídeos, filmes, livros, blogs, entrevistas, jornais, revistas, etc.
A proposta do Arquivo Digital se desenvolveu entre a segunda metade de 2018 até o
primeiro semestre de 2019, tendo como ponto de partida a ação de extensão Projeto Aylan:
Observatório de Relações Étnico Raciais, que era fundamentado acerca de questões sobre a
História do Tempo Presente.
Portanto, a relevância desse acervo criado a partir de documentos digitais se apoia na
transmissão dos resultados e produções que acontecem dentro do grupo de estudo, assim
como tornar o núcleo um espaço de interações, desde disseminações, ou seja, o
compartilhamento de produção de conhecimento historiográfico, fontes digitais primárias e
secundárias, bibliografia por ele levantadas, até a utilização desses materiais e informações
por estudantes da graduação, professores da rede básica de ensino, tendo em vista a temática
Anais do 12º Encontro Anual de Extensão e Cultura, EAEX – ISSN 2236-7098
28 de outubro a 1º de novembro de 2019, UNICENTRO.
proposta pelo laboratório, estimulando pesquisas nessa linha, produções de aulas para a
disciplina de Estágio Supervisionado, oficinas, etc. No entanto, pretendemos abranger um
público mais amplo que apenas o acadêmico por meio da disponibilização do acervo de forma
aberta, tendo em vista as interações com a comunidade.

2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES E/OU DA METODOLOGIA

Foram realizados estudos sobre História Digital, centros de documentação, arquivos


e elaboração de banco de dados, questões básicas e necessárias para a gestão do acervo, sendo
possível então gerenciar um banco de dados de fácil acesso para qualquer público,
pesquisadores, professores, estudantes, etc. Dessa forma, optamos por, logo após os estudos
metodológicos que envolvem um acervo, sobretudo em plataforma digital, organizar os
materiais levantados em um centro de dados online, onde a viabilização de compartilhamento
desses materiais ocorresse de forma descomplicada por meio de links.
A seleção dos documentos ocorreu a partir das demandas do Projeto Aylan, assim
como das discussões sobre a temática que o núcleo aborda, dando maior ênfase às culturas
afro-brasileiras e indígenas. A maior parte dos materiais levantados tinham como base a
utilização sobretudo no campo da educação, pensando nas ações que o Projeto Aylan realizava
em escolas até o final de 2018, no entanto, também foram feitas verificações bibliográficas.
O arquivamento dos materiais levantados se dava de forma totalmente digital,
mantendo a perspectiva da viabilidade por meio da internet, sendo a flexibilidade de formatos,
facilidade de acesso, interatividade das fontes, mas buscando também manter a qualidade das
disponibilizações, além da confiabilidade, sem esquecer da autoria (ALMEIDA, ANO, P. 25.).

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO

A noção de documento, que por muito tempo foi associada às produções oficiais e em
maioria, materializada em papel, aqui se estende a um caráter de registro de informação
(PAES, 2004), independente do material ou suporte pelo qual esteja ou tenha sido gerado.
Com isso, o conceito de documento passou e vem passando por uma série de reformulações e
sentidos, sobretudo em meio digital, gerando uma nova gama de fontes. O historiador Fábio
Chang de Almeida, define como documento digital “aquele documento – de conteúdo tão
variável quanto os registros da atividade humana possam permitir – codificado em sistema de
dígitos binários”. (ALMEIDA, 2011, p. 10).
Com o advento da internet, as formas com que os registros são feitos passam a receber
novas formas, caminhos e perspectivas, contracenando com as já existentes. No entanto,
havendo ainda a necessidade do registro, podemos encontra-los de maneira abundante com as
características atuais que a internet propõe, sendo a flexibilidade, interatividade e facilidade,
dessa forma:
“Tal como a administração pública, a comunidade tem a responsabilidade de
proteger o patrimônio cultural, tendo em vista que a memória de todos é registrada e
perpetuada em meio aos bens culturais, refletindo o conjunto de indivíduos
[...].Portella (2012, p. 20) define patrimônio cultural como “elo entre o passado e o
presente de um grupo ou de uma nação que permite a identificação e a continuidade
de sua história”. Pode-se, então, remeter este mesmo sentido à preservação do
patrimônio documental (como patrimônio cultural), onde a ligação que a sociedade
possui com as formas de registro de seu passado gera uma identidade, pois, por meio
dos registros acessíveis, os indivíduos podem rememorar sua história.” (MERLO,
KONRAD, 2015, P. 31)
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Pensando dessa maneira, o NEER busca em forma de Arquivo Digital, construir e
gerir um acervo no qual a disseminação seja favorecida pelo meio virtual, mas não se reduz a
isso. A documentação de fontes orais, textuais também são preocupações, sobretudo em
questão de estudos de povos tradicionais e pesquisas desenvolvidas a partir da História do
Tempo presente, e serão também envolvidas nesse contexto do arquivo digital. Nessa
perspectiva, o acervo em gestão pode ser considerado como uma forma de armazenamento da
memória.
Pensando o NEER como um núcleo de estudos que propõe ações além do meio
acadêmico, a relevância do projeto visa aproximar a produção e o saber acadêmico de demais
públicos, aproximando teoria e prática e possibilitando o acesso a diferentes temáticas sociais
e culturais, como também promover o núcleo como um instrumento de fomento de pesquisas
e ações.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão de um acervo, sobretudo o digital, requer grande embasamento metodológico


pouco difundido no Brasil, a proposta demanda profundo estudo acerca das discussões sobre
seleção, tratamento, arquivamento, organização e disponibilização de materiais digitais,
sobretudo em relação às fontes digitais.
Independentemente do suporte, o tratamento das fontes digitais por parte do
historiador necessita da mesma atenção e problematização que uma fonte manuscrita ou oral,
por exemplo, no entanto, tendo suas próprias especificações, tanto metodologicamente quanto
teórica, sendo submetidas a processos de análise.
Considerando os atuais debates sobre questões étnico-raciais e as lutas dos povos
tradicionais, acreditamos que com um arquivo digital poderemos contribuir de maneira
significativa, reunindo bibliografias e documentos a serem utilizados para ampliar as
pesquisas sobre assuntos que emergem como discussões fundamentais na sociedade atual,
fornecendo, a partir da acessibilidade que o campo virtual oferece, espaços para fomentar
discussões em espaços que não acadêmicos.

AGRADECIMENTOS

Fundação Araucária – órgão financiador.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA. Fábio Chang de. O historiador e as fontes digitais: uma visão acerca da internet
como fonte primária para pesquisas históricas. Revista do corpo discente do PPG-História
da UFRGS. Num.8, vol. 3. Rio Grande do Sul, 2011. p. 9-30

DOSSE, François. História do tempo presente e historiografia. Revista Tempo e Argumento.


Num. 1, vol. 4. Florianópolis, 2012. p. 5-22.

GERMINARI, Geyso Dongley, FONSECA, Danilo Ferreira da. A África na Aula de História:
experiências e possibilidades no Brasil e na América Latina. Revista TEL, Irati, v. 10, n.1, p.
04-07, jan. /jun. 2019.

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LUCCHESI, Anita. Por um debate sobre história e historiografia digital. Boletim Historiar,
n. 02, mar. /abr. 2014, p. 45-57.

MAYNARD, Dilton Cândido Santos. Passado Eletrônico: notas sobre história digital. Acervo,
Rio de Janeiro, v. 29, n. 2, p. 103-116, jul./dez. 2016.

MERLO, Franciele; KONRAD, Glaucia Vieira Ramos. Documento, História e Memória: a


importância da preservação do patrimônio documental para o acesso à informação. Inf. Inf.,
Londrina, v. 20, n. 1, p. 26 - 42, jan./abr. 2015.

PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio
Vargas, 2004.

PAVANATI, Iandra, SOUZA, Richard Perassi Luiz de. História Digital, Ensino de História e
Tecnologias de Comunicação Digital. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História –
ANPUH, São Paulo, julho 2011.

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