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d e z
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informe
apresentação
A Raimunda é uma revista anárquica, o que significa
que ela não visa abrir espaço para opressão e que ela tende a
publicar obras não-opressivas. Contudo, determinar um
limiar entre o opressivo e o não-opressivo é um mistério:
não cabe a opressor algum dizer se o outro está ou não
oprimido. Sendo assim, como editar/integrar uma
publicação e ter a certeza de que o material nela veiculado
não oprime algum leitor? Impossível ter certeza. Por isso
reconhecer que se trata de uma tentativa e considerar a
publicação de materiais não-opressivos como uma
t e n d ê n c i a d a r e v i s t a : s e r í a m o s o p r e s s ivo s s e
defendêssemos que a Raimunda é absolutamente
anárquica, que ela é totalmente não-opressiva. Não nos
cabe tal feito, mas nos cabe a tentativa de fazer uma revista
não-opressiva. Essa tentativa envolve, através da arte,
expor e lutar contra o que oprime. Esse é o objetivo e a
motivação da revista Raimunda.
Editores:
Bruno Nepomuceno
Clayton Marinho
Diego Guimarães
Jéssica Barbosa
na pele 7
danilo ferreira da fonseca
resistir/poeira/dizer/potência 19
clayton marinho
em todo
bruno nepomuceno
Em todo o canto, o que virá
Será visto, revisto, tragado,
E talvez digerido.
É visita! Dirão alguns.
É assalto! Calarão outros.
Nada demais ou nada de menos
Tudo com o que já nos acostumamos
Nem é surpresa!
É rotina.
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na pele
danilo ferreira da fonseca
Não sinto na pele
a cor da minha pele
Não passo pela violência do estado
Que assassina a juventude negra brasileira
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secao
tematica
manual de
poética
urbana
Como pensar uma poética em tempos que exigem
nosso silêncio? Como fazer uma poética com o que
não há? A página em branco responde a isso. Se nada
há a dizer, deixemos que o veículo seja o dito. A
página em branco não é simplesmente uma página em
branco. É um espaço de latência, à espera de que se dê
qualquer coisa que a tire de não-potência e
transforme-a em potência (de vida, de não, de basta,
de grito apenas). A página em branco é uma boca
arreganhada pronta a engolir os incautos, a rir, a
morder ou a gritar.
pelos de todo corpo em
pote de geleia de jabuticaba
diego guimarães
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a hora dos assassinos
jéssica barbosa
A vida pede coragem
Admita o que queres
Admita isso em que estás se tornando
[ – Monstruoso
quem sabe
Monstruoso mesmo é se esconder novamente
Os índios que morrem aos montes
E você se escondendo
Também encobertando
Sim,
Todos os covardes são assassinos
Pois a vida
A vida mesma
Não é para os covardes
O que ela quer é coragem
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resistir/poeira/
dizer/potência
clayton marinho
RESISTIR
Poeira suspensa,
Poeira sobre as coisas,
Poeira, marca do tempo,
Poeira, matéria do ar.
POEIRA
Resiste à vassoura,
Resiste à vida burguesa,
Resiste ao enquadramento,
Resiste à força.
RESISTIR
DIZER
Resistir ao silêncio,
Resistir ao ódio,
Resistir ao medo,
Resistir ao poder.
RESISTIR
Potência de viver,
Potência de alegrar-se,
Potência de fazer amigos,
Potência de pensar.
POTÊNCIA
Resistir ao axioma,
Resistir à reatividade,
Resistir ao fechamento,
Resistir ao individualismo.
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artistas (?)
bruno nepomuceno. uma tentativa de promo(ver) a
vida leve pela filosofia, teatro e poesia. Professor por
insistência, artista por coragem e youtuber por modinha.
@brunoluftballon
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chamada para
material artístico
Encarte Raimunda Manifesta
Editores
Bruno Nepomuceno
Clayton Marinho
Diego Guimarães
Jéssica Barbosa
Diagramação e arte
Clayton Marinho
Capa e contra-capa
Clayton Marinho sobre obra Seabrook, Justine in Mask;
atribuída a Man Ray e Jacques-André Boiffard.
Sedes
Belo Horizonte – Minas Gerais
Natal - Rio Grande do Norte
João Pessoa - Paraíba
Site
revistaraimunda.wix.com/revistaraimunda
Contato
revistaraimunda@gmail.com