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Fundação de Arte de Ouro Preto

Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade


Curso Técnico em Conservação e Restauro | FAOP
Núcleo de Conservação e Restauração | NCR

Ciência da Conservação Preventiva:


uso da tecnologia assistiva no acesso ao bem patrimonial

Aluna: Karine Resende Castro


Professor: Gustavo Nascimento Paes
Turma: 56
O que é a conservação preventiva?
Ela é crucial para prolongar a vida útil de bens culturais, evitando danos antes que eles ocorram. Isso inclui
manuseio cuidadoso, armazenamento apropriado, planos de gestão de emergências, pesquisa e documentação. Essa
abordagem promove a preservação a longo prazo, minimizando riscos e protegendo bens culturais para as gerações
futuras.

Porque a conservação preventiva limita o acesso à públicos


não videntes?
Devido à restrições de toque, a maioria dos objetos culturais são sensíveis ao
toque e podem ser danificados pelo contato direto, pode também haver
presença de materiais pontiagudos e medidas de segurança restritivas. Para
superar esses desafios, instituições culturais podem adotar práticas inclusivas
Fonte: IBGE, Censo Demográfico (2010)
e ferramentas estratégicas.
Objetivos

O presente trabalho tem como objetivo avaliar o emprego de tecnologias digitais e


ferramentas de reconstrução 3D a fim de conectar memória, preservação e
inclusão.

Museus são espaços nos quais a visão prevalece em relação aos demais sentidos e é
muito comum que se associe acessibilidade a rampas, banheiros e barras de apoio.
Entretanto, um museu inclusivo, segundo Salazar (2019), é aquele que possui
tecnologia assistiva relacionada a acessibilidade voltada à pessoa com deficiência,
as ações culturais ainda permanecem concentradas na exploração da visão,
Fonte: Ricardo Shimosakai (2016)
deixando de lado a riqueza da necessidade do pensamento inclusivo.

O patrimônio cultural do espaço vai além do que está evidente.


–Ricardo Shimosakai
Desenvolvimento

Tocar em uma obra de arte trás danos a obra e consequências ao indivíduo que
pratica o ato. Embora a manipulação seja geralmente proibida, pinturas,
fotografias e impressões seriam difíceis de se traduzir para os deficientes
visuais. Como meio de evitar danos e tornar o acesso livre a todos, a
impressão 3D permite a preservação e a conservação das artes, além de
divulgar e transmitir a memória e a história do acervo.

Imagine ouvir falar sobre o misterioso sorriso da Monalisa, o envolvente beijo


de Klimt ou dos famosos girassóis de Van Gogh sem nunca poder conhecer
essas criações. Para deficientes visuais, o acesso a obras de arte não é simples
(SOARES, 2016).
Fonte: Gazeta do Povo (2023)
O mesmo ocorre com artes sacras, patrimônio histórico não é pra ser
tocado, mas o uso do tato nos permite conhecer detalhes importantes
que a visão do objeto exposto em um expositor de vidro e com
distanciamento não permitiria.

Diante do uso da tecnologia, com as pontas dos dedos, é possível tocar


o objeto, sentir os contornos, desbravar as texturas e conhecer as
feições das obras.

Diante disso empresas como a 3DPhotoworks e Unseen Art, com o


uso de tecnologia, ajudaram com a iniciação para tornar os
Fonte: Viviene Lozi (2022)
museus mais inclusivos utilizando-se de impressoras 3D.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-49670379
Pontos positivos encontrados:

O benefício do serviço da materialização de imagem por meio de impressora 3D, além de se criar réplicas
muito coerentes às originais, permite que a peça original que também possui uma grande importância
arqueológica, fique bem conservada. Em algumas situações é possível o “resgate” de uma memória perdida,
de um bem desaparecido ou danificado.

Não podemos dizer que um objeto materializado por meio da tecnologia substitui a experiencia do objeto
original, uma vez que não é possível com exatidão reproduzir técnicas, materiais, texturas e características
adquiridas pela ação do tempo em que o valor histórico se perdeu. Mas ao mesmo tempo as réplicas (em
impressões em 3D de modelos digitais) podem ser utilizadas para fins de memória e para fins didáticos.
Pontos negativos encontrados:
A disseminação de itens culturais por meio da impressora 3D apresenta desafios relacionados a:
• Direitos autorais: Muitos objetos culturais estão protegidos por leis que regulamentam sua reprodução e
distribuição;
• Autenticidade: A impressão 3D pode criar réplicas precisas, mas não necessariamente autênticas, de itens
culturais. Ela não captura detalhes históricos, nem materiais específicos;
• Comercialização não autorizada: A capacidade de imprimir cópias de itens culturais pode levar à
comercialização não autorizada e à exploração comercial desses bens. Isso pode prejudicar instituições
culturais, artistas e comunidades que têm direitos sobre esses itens;
• Possíveis usos ilícitos: A disponibilidade de tecnologia de impressão 3D pode facilitar a produção de
réplicas de itens culturais para usos como falsificação de arte ou a criação de artefatos falsos para ludibriar
colecionadores e instituições;
A reprodução digital levanta questões éticas e legais, exigindo considerações sobre permissões, preservação
da autenticidade e envolvimento de partes interessadas para garantir práticas éticas e respeitosas.
Quais as dificuldades da pesquisa?
A pesquisa foi voltada para aspectos relacionados a acessibilidade em museus para pessoas com deficiência
visual.

Os critérios de busca da bibliografia foram inicialmente voltados à impressoras 3D e seus usos na arte, para
que o tema fosse incluído com a conservação preventiva da arte, posteriormente busquei artigos e
publicações com temas correlatos à pesquisa de acessibilidade visual em museus.

Viviane Sarraf foi fundamental para a pesquisa por aprofundar seus estudos voltados para o tema
acessibilidade.

Para completar a busca foi realizada uma pesquisa em sites de museus que proporcionaram a experiencia
como um meio atrativo e diferencial.
Conclusão

A tecnologia permite aprimorar a experiência em museus, seja ela do ponto de vista criativo, educacional ou
acessível.

Nesse contexto, a impressão 3D é uma ferramenta estratégica para assegurar que os tesouros do passado
permaneçam acessíveis às futuras gerações.

Concluiu-se, que o uso da tecnologia assistiva é de fundamental importância para a inclusão de todos. Ao
mesmo tempo que ela é de extrema importância para que se mantenha viva a memória e a conservação de
acervos culturais.
Referências bibliográficas
BBC. Como cegos apreciam os mistérios da Mona Lisa e outras obras-primas. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-49670379. Acesso em: 10 dezembro 2023.

SOARES, Jessica. Projeto usa impressão em 3D para que deficientes visuais “vejam” obras de arte pela primeira vez. Disponível
em: https://super.abril.com.br/cultura/projeto-usa-impressao-em-3d-para-que-deficientes-visuais-vejam-obras-de-arte-pela-primeira-
vez/. Acesso em: 21 novembro 2023.

SHIMOSAKAI, Ricardo. Museu e acessibilidade. Como o museu de arte sacra de São Paulo torna acessível as ações educativas?.
Disponível em: https://ricardoshimosakai.com.br/museu-e-acessibilidade-como-o-museu-de-arte-sacra-de-sao-paulo-torna-acessivel-as-
acoes-educativas/. Acesso em: 10 dezembro 2023.

SALASAR, Desirée Nobre. Um museu para todos: manual para programa de acessibilidade. Pelotas: UFPel, 2019, 13 p.
Disponível em: https://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4390. Acesso em: 21 novembro 2023.

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