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Abstract: In Brazil the success of several museums on the use of technological resources brought
about the consolidation of the "museum maker" (pie-museums) that do not necessarily have training in
Museology, but has an excellent knowledge of the curatorship of exhibitions and technological
projects applied to expographic. More specifically, the term was used to designate the curator Marcello
Dantas, responsible for projects of the Museum of the Portuguese Language in São Paulo (SP), and the
Museum of the People of Sergipe, Aracaju (SE). In Italy, the MUMA-Indian Missionary Museum in
Assisi – which dates back to 1973, as the Museum's heritage of the Indians of the Amazon designed by
Fr. Luciano Matarazzi, after recasting your digital was reopened on February 4 2011. Riccardo Mazza,
the museum's contemporary MUMA maker founded the Interactive Sound Studio in Turin, a visual
and sound research laboratory specializing in artistic design for exhibitions. Consecrated as curator
and consultant for creative use of technology, multimedia and real objects in museums. So, this article
presents a brief reflection on the role of the museum makers and your way to erect digital expografias.
Doutora em História Social (UFRJ); Professora Adjunta da Universidade Federal de Sergipe (UFS), ganhadora
do Prêmio Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente na categoria Economia
Criativa, em 2016, com projeto de Museu de Território.
Introdução
A atração dos olhos na contemporaneidade move-se do smartphone para os grandes
painéis tecnológicos nas grandes cidades do mundo. Cada vez mais, instituições culturais
aprendem o valor do uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTICs) no
processo de concepção, montagem e divulgação de suas exposições.
O uso dinâmico de ideias que seduzem seus usuários, trazendo uma linguagem cada
vez mais familiar e necessária no cotidiano, ressignifica o museu da tradicional apreensão do
senso comum de “lugar de coisas velhas” para um “espaço de experimentação digital e
sensorial”. São projeções de filmes, jogos de luzes e sombras, sensores que fazem funcionar
determinado elemento da exposição conforme a aproximação do visitante, hologramas,
música ambiente e mesas digitais interativas que aprofundam o conhecimento comunicado na
exposição.
Assim, esse artigo apresenta uma breve reflexão sobre o papel dos museums makers e
seu modo de erigir expografias digitais.
Em terra de cego, quem tem um olho só é rei
Integrando a área das Ciências Sociais Aplicadas, a grande maioria dos museólogos
formados no país não está familiarizada com o domínio pleno das NTICs, ao contrário,
possuem às vezes algumas noções básicas que mal lhes confere conhecimento para dialogar
com programadores e projetistas digitais. São escassos os museólogos que saem da teoria e
aplicam na prática conhecimentos tecnológicos na expografia como produto ofertado ao
mercado.
Entrevistado pela Revista Clarín (2012), por ocasião de sua participação nas Jornadas
sobre “Museos y Cultura participativa”, Marcello Dantas afirmou “Hay que crear nuevos
museos para una sociedad atravesada por la revolución digital, convertir la inmaterialidad
de la cultura en nuevos lenguajes expressivos”.
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“Um sistema autoguia interativo é projetado para fornecer informações relevantes para cada antiguidade de
acordo com o perfil e seleções do visitante. Isto faz os turistas se divertirem e aproveitarem as histórias por trás
de cada antiguidade, deixando-os imaginar e gostar de viver essa era do tempo” (Tradução Livre).
Alguns “quartos” especiais apresentam características específicas e evocativas. O
Wonders Room é uma homenagem às viagens mundiais por Light Operators; A “Sala do
Duce” desenha uma antologia imperfeita da retórica e silêncio de Mussolini, e se opõe à sala
real, uma viagem em movimento aos rostos dos italianos na década de 1930. Finalmente, o
último espaço do show é inteiramente dedicado ao Cinema: com centenas de fotos de
diretores, atores, set e uma seleção preciosa de trailers de filmes e bastidores (MAZZA,
2017).
A perspectiva da Internet das Coisas (IoT) contida no desenho dos smart museums cria
espaços de diálogo sensível entre a máquina e o ser humano, mas sem deixar de envolver toda
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O comportamento de uma pessoa/visitante, quando imerso dentro de um espaço e consequentemente entre
vários objetos, deve ser analisado para projetar o mais apropriado a arquitetura e estabelecer a relação entre
pessoas e ferramentas tecnológicas que não precisam ser invasivas. Por esta razão e para melhor avaliar e
promover a Cultura Patrimônio, deve ser preferível fornecer objetos culturais com a capacidade de interagir com
pessoas, ambientes, outros objetos e transmissão dos conhecimentos relacionados aos usuários através de
instalações multimídia (Tradução Livre).
uma complexa arquitetura de serviços integrados fornecidos por um amplo ecossistema digital
capaz de tornar dinâmicos os antigos espaços culturais estáticos. Assim, objetos inteligentes
comunicam-se entre si e com os usuários alinhando-se em rede (sensores, aplicativos,
smartphones, tablets, projeções 360°, telas e mesas touch screen, etc.).
Grande parte dos museólogos não está preparada para lidar com o desenvolvimento
das linguagens tecnológicas dos novos ou renovados museus em sua expografia. E entende-se
“desenvolvimento” pela criação dos projetos com recursos necessários. A maioria sequer está
apta para dialogar com um desenvolvedor de App e isso termina por limitar ainda mais seu
mercado de trabalho e conferir a outros profissionais um espaço privilegiado na produção da
cultura contemporânea e gerador de um alto valor de renda por serviços prestados.
Não adianta mais usar a desculpa de que são os outros que devem se ocupar dessas
funções, mas sim buscar a apropriação dessas ferramentas digitais para que seu ofício não se
torne superado e rapidamente substituído por aqueles que demonstrem maior domínio nas
habilidades tecnológicas cada vez mais requisitadas.
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