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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

ARQUITETURA E URBANISMO
PATRIMÔNIO CULTURAL EDIFICADO 2023/01

PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA:


Educação Patrimonial e Conscientização Infantil

ANÁPOLIS
JUNHO DE 2023
ARQUITETURA E URBANISMO
TURMA DE PATRIMÔNIO CULTURAL EDIFICADO 2023/01

PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA:


Educação Patrimonial e Conscientização Infantil

Atividade de extensão apresentada à professora


Milena D’ayala, como requisito para concluir a
disciplina Patrimônio Cultural Edificado do curso
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Estadual de Goiás.

ANÁPOLIS
JUNHO DE 2023
RESUMO

Esta iniciativa visa ampliar o conhecimento sobre patrimônio cultural edificado e


sensibilizar a comunidade acadêmica e a sociedade em geral sobre o assunto, uma
vez que facilmente pode-se notar a falta de interesse ou de conhecimento sobre os
patrimônios tombados na cidade de Anápolis. Compreender a história, a arquitetura e
o significado social dos edifícios que nos cercam é essencial para a valorização de
nossa identidade cultural. A alternativa escolhida para começar a transformar este
cenário foi a de atuar no público infantil, possibilitando que as crianças despertem o
interesse em relação ao patrimônio cultural edificado, tornando-se adultos capazes de
resgatar a memória coletiva e a participação ativa na sua preservação.

Palavras-chave: patrimônio cultural; tombamento; memória coletiva; educação


patrimonial; educação infantil; monumento, monumento histórico, identidade cultural,
história.
ABSTRACT

The objective of this initiative is to increase knowledge about built cultural heritage and
to sensitize the academic community and society in general on the subject, since it is
easy to notice the lack of interest or knowledge about heritage sites in the city of
Anápolis. Understanding the history, architecture and social significance of the
buildings that surround us is essential for valuing our cultural identity. The alternative
chosen to start transforming this scenario was to work with children, enabling children
to arouse interest in the built cultural heritage, becoming adults capable of rescuing
collective memory and active participation in its preservation.

Keywords: cultural heritage; overturning; collective memory; heritage education; child


education; monument, historical monument, cultural identity, history.
CRÉDITOS

Turma de Patrimônio Cultural Edificado 2023/1

Universidade Estadual de Goiás

EUIPE

Orientadora
Professora Milena D’Ayala Valva

Alunos da disciplina Patrimônio Cultural Edificado 2023/01 do curso de Arquitetura e


Urbanismo

Grupo 1 - Levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e produção de material


(fotos, vídeos)
Estação ferroviária prof. J. Fernandes Valente e "Antigo fórum" Casa de Cultura
Ulisses Guimarães
Adriel Pereira Prado
Alana Araújo de Moura
Carlos Antonio Alves Moreira Leite

Grupo 2 - Levantamento bibliográfico, pesquisa de campo, produção de material


(fotos, vídeos) e narração do vídeo
Museu histórico Alberico Borges de Carvalho e Mercado Municipal
Ana Quéren Fraga Oliveira
Geovanna Eunice Soyer de Oliveira
Jennifer Tamyres da Silva Souza
Miriã Kelly Costa Nascimento

Grupo 3 - Levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e produção de material


(fotos, vídeos)
Colégio Couto Magalhães, Fonte luminosa da praça Bom Jesus e Coreto praça James
Fanstone
Giovanna de Melo Morais
Jaqueline Baldoino Costa
Maria Luiza de Oliveira Torres
Monique Ferreira da Silva

Grupo 4 - Levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e produção de material


(fotos, vídeos)
Casa JK
Marília Rodrigues Imamura

Grupo 5 - Levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e produção de material


(fotos, vídeos)
"Antiga casa de câmara e cadeia" Escola de Artes Oswaldo Verano
Thamirys Cirqueira Moura

Grupo 6 - Edição, correção e diagramação do trabalho, produção do roteiro para o


vídeo e edição do vídeo.
Fernanda de Morais Souza
Isadora Aquino Silva
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO

2. METODOLOGIA

3. O PATRIMÔNIO EM ANÁPOLIS
3.1. O que é patrimônio
3.2. O que é tombamento
3.3. A história da cidade de Anápolis
3.4. Os edifícios tombados na cidade de Anápolis
3.4.1. Estação ferroviária pref. J. Fernandes Valente
3.4.2. "Antigo fórum" Casa de Cultura Ulisses Guimarães
3.4.3. Museu histórico Alberico Borges de Carvalho
3.4.4. Mercado Municipal
3.4.5. Colégio Couto Magalhães
3.4.6. Fonte luminosa da praça Bom Jesus
3.4.7. Coreto praça James Fanstone
3.4.8. Casa JK
3.4.9. "Antiga casa de câmara e cadeia" Escola de Artes Oswaldo
Verano
3.4.10. Colégio Antensina Santana

4. A PROPOSTA DO PROJETO DE EXTENSÃO


4.1. O público alvo
4.2. Objetivos
4.3. O objeto e a ação
4.3.1. Roteiro para edição do vídeo
4.3.2. Apresentação do vídeo

5. CONCLUSÃO

6. REFERÊNCIAS CONSULTADAS
1. APRESENTAÇÃO

A cidade de Anápolis possui alguns edifícios protegidos pelo instituto jurídico


do tombamento. Embora grande parte da população desconheça a relevância destas
edificações, elas representam transformações históricas na cidade e possuem
valores intrínsecos à suas estruturas, elementos construtivos, à sua documentação e
à sua paisagem. Elas representam registros intangíveis que deveriam perdurar na
memória dos anapolinos e das suas tradições. Entretanto, é fácil notar o quanto os
moradores desconhecem as histórias destes tombamentos, o que contribui para a não
transmissibilidade da memória cultural para as gerações futuras. Assim, é necessário
desenvolver ações a fim de que este cenário possa ser revertido, para que estes
edifícios sejam capazes de permanecer ao longo dos tempos na memória da cidade
e em sua história.
Este trabalho trata-se de uma proposta para um projeto de extensão, com o
objetivo de aumentar o conhecimento e despertar o interesse da comunidade pelos
patrimônios tombados na cidade de Anápolis. Aqui eles serão expostos e uma
proposta de ação desenvolvida pelos alunos de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Estadual de Goiás será apresentada.
2. METODOLOGIA

Através de pesquisas e visitas nos edifícios tombados em questão, foi


desenvolvido um material de estudo sobre cada um deles, para ser usado no objeto
final deste projeto. Os alunos se dividiram em equipes responsáveis por coletar
informações, documentos, fotos e vídeos sobre os patrimônios tombados em
Anápolis. Serão utilizados artigos, trabalhos acadêmicos e textos e livros de autores
pertinentes ao assunto como fontes de informações, bem como visitas in loco.
Após a finalização do levantamento de informações dos edifícios, acerca de
sua história, função, data e motivo do tombamento, será desenvolvido por outra
equipe um roteiro base para que um vídeo seja editado, configurando o resultado final
deste projeto. Um vídeo explicativo será construído, contendo áudio e vídeo, com as
informações sobre o patrimônio tombado em Anápolis, e, após ser apresentado em
escolas, fortalecerá a relevância histórica e cultural dos edifícios tombados para a
cidade de Anápolis. Os anapolinos desconhecem a história destas edificações e não
sabem o que a arquitetura e a história dos prédios tem para contar. A intenção é
despertar nas crianças o interesse pelo patrimônio edificado na cidade, para que elas
se tornem adultos capazes de passar para as próximas gerações o conhecimento
sobre os edifícios que representam marcos importantes para os anapolinos. Afinal,
compreender a história, a arquitetura e o significado social dos edifícios que nos
cercam é essencial para a valorização de nossa identidade cultural.
3. O PATRIMÔNIO EM ANÁPOLIS
3.1. O que é patrimônio

O patrimônio histórico é um conjunto de bens culturais que possuem


importância histórica, artística, arquitetônica, científica, social ou simbólica para uma
determinada sociedade. Esses bens representam vestígios e testemunhos do
passado, proporcionando uma conexão com as gerações anteriores e contribuindo
para a construção da identidade e memória coletiva de um povo.
A noção de patrimônio histórico surgiu no século XIX, com o advento do
movimento de preservação cultural e histórica. A partir desse período, diversas
nações começaram a valorizar e reconhecer a importância de conservar seus bens
culturais, a fim de proteger e transmitir o legado histórico para as futuras gerações.
O patrimônio histórico pode abranger uma ampla variedade de elementos,
como edificações, sítios arqueológicos, monumentos, objetos, documentos, pinturas,
esculturas, artefatos industriais, entre outros. Esses bens podem ser de natureza
tangível, ou seja, fisicamente palpáveis, como um castelo medieval, ou intangível,
como uma festividade tradicional ou uma expressão cultural transmitida oralmente ao
longo do tempo.
Além de sua importância intrínseca, o patrimônio histórico possui também um
valor educativo e turístico. Ele é capaz de proporcionar conhecimento sobre o
passado, promover a valorização da cultura e estimular o desenvolvimento de
atividades econômicas ligadas ao turismo cultural.
A preservação do patrimônio histórico envolve ações de conservação,
restauração, documentação, pesquisa e difusão. É necessário um trabalho
multidisciplinar que envolva arquitetos, historiadores, arqueólogos, museólogos,
conservadores, entre outros profissionais, que atuem de forma integrada para garantir
a salvaguarda desses bens.
No entanto, o patrimônio histórico enfrenta diversos desafios, como a
deterioração natural, o vandalismo, as catástrofes naturais, a especulação imobiliária,
a falta de recursos financeiros e a falta de conscientização da população sobre sua
importância.
Diante desses desafios, é fundamental promover políticas públicas de
preservação e incentivar a participação da sociedade na proteção do patrimônio
histórico. É necessário conscientizar a população sobre o valor desses bens, estimular
o envolvimento das comunidades locais e estabelecer parcerias entre governos,
instituições públicas e privadas, e a sociedade civil para garantir a sua salvaguarda.
O patrimônio histórico é uma expressão viva da cultura e da história de um
povo. Sua preservação e valorização são fundamentais para a construção de
identidades, a promoção da diversidade cultural e o fortalecimento das raízes
históricas de uma sociedade. Ao protegermos e valorizarmos o patrimônio histórico,
estamos preservando a nossa própria história e legado para as futuras gerações.

3.2. O que é tombamento

O tombamento é um instrumento legal utilizado para preservar e proteger bens


culturais e históricos de valor significativo para uma sociedade. Esse processo
consiste em reconhecer a importância de um bem e estabelecer medidas de
salvaguarda para sua conservação, garantindo que ele seja preservado para as
gerações futuras.
O tombamento é uma prática amplamente adotada em diversos países e possui
fundamentos jurídicos específicos. No Brasil, por exemplo, o tombamento é regido
pela legislação federal, estadual ou municipal, dependendo da esfera de competência.
O órgão responsável pelo processo de tombamento é o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a nível federal, e instituições similares em
níveis estaduais e municipais.
O processo de tombamento geralmente envolve a identificação e a análise
criteriosa dos bens candidatos a serem tombados. São considerados diversos
critérios, tais como o valor histórico, artístico, arquitetônico, cultural, simbólico,
científico e social dos elementos em questão. O objetivo é reconhecer e proteger bens
que tenham relevância para a memória e a identidade de uma comunidade ou do país
como um todo.
Após a identificação, o bem passa por um processo de estudo e análise,
envolvendo pesquisas históricas, avaliação técnica, pareceres de especialistas e
consulta pública, quando necessário. Esse processo visa estabelecer embasamento
sólido para a decisão de tombamento. Uma vez que um bem é tombado, ele passa a
ser considerado patrimônio histórico e adquire um status legal de proteção.
A partir do tombamento, diversas obrigações são estabelecidas, tanto para o
poder público quanto para os proprietários dos bens. Essas obrigações podem incluir
restrições quanto a intervenções físicas, necessidade de manutenção adequada,
permissão prévia para obras ou alterações e responsabilidades específicas para
garantir a integridade e a conservação do bem.
É importante ressaltar que o tombamento não implica necessariamente na
desapropriação do bem ou na sua perda de propriedade privada. O objetivo principal
é a preservação do patrimônio, conciliando o direito à propriedade com o interesse
público de conservação.
O tombamento desempenha um papel crucial na preservação da história e da
cultura de uma sociedade. Ao proteger bens relevantes, ele contribui para a
valorização do patrimônio, a manutenção das raízes históricas e o fortalecimento da
identidade coletiva. Além disso, o tombamento também estimula o turismo cultural e
promove o desenvolvimento sustentável das comunidades que abrigam esses bens.
Em resumo, o tombamento é um processo jurídico que reconhece e protege
bens culturais e históricos de valor, estabelecendo medidas para sua preservação e
conservação. É um instrumento fundamental na salvaguarda do patrimônio,
garantindo que ele seja transmitido às gerações futuras como testemunho da história
e da identidade de uma sociedade.

3.3. A história da cidade de Anápolis

A cidade de Anápolis está localizada no estado de Goiás, na região Centro-


Oeste do Brasil. Sua história remonta ao final do século XIX, quando a região era
ocupada por fazendas e pequenos povoados. A cidade teve seu desenvolvimento
impulsionado principalmente pela construção da estrada de ferro que ligava Brasília a
Goiânia.
No ano de 1872, o padre Jesuíno José de Matos liderou um grupo de
desbravadores na região conhecida como "Tapera de Anápolis". Eles fundaram um
povoado às margens do córrego Antas, e deram o nome de Santana das Antas em
homenagem à padroeira, Sant'Ana, e ao córrego.
No entanto, foi somente em 1887 que ocorreu o reconhecimento oficial da
cidade com a criação do distrito de Santana das Antas. O desenvolvimento começou
a ganhar impulso com a chegada da estrada de ferro em 1907, que ligou a região às
cidades vizinhas e facilitou o escoamento da produção agrícola.
Em 1908, ocorreu a mudança do nome para Anápolis, em homenagem a Ana
das Dores, esposa do fundador do povoado. A cidade começou a receber imigrantes
vindos principalmente de Minas Gerais e de outros estados do Brasil, contribuindo
para o crescimento populacional e a diversificação cultural da região.
Na década de 1940, a construção da Base Aérea de Anápolis trouxe novo
impulso ao desenvolvimento da cidade. A presença da base militar e do Aeroporto de
Cargas de Anápolis contribuíram para o crescimento econômico e a consolidação de
Anápolis como um importante polo logístico e industrial do país.
Atualmente, Anápolis é reconhecida como a "Capital do Brasil Central" e possui
uma economia diversificada, com destaque para setores como indústria farmacêutica,
automobilística, de alimentos, metalúrgica e logística. A cidade também se destaca
como polo de ensino superior e pesquisa, abrigando universidades e institutos de
renome.
Além de sua importância econômica, Anápolis preserva sua história e cultura
por meio de museus, igrejas e eventos tradicionais. A cidade possui diversos pontos
turísticos, como o Parque Ipiranga, a Catedral de Santana, o Museu Histórico de
Anápolis e a Feira Hippie, uma das maiores feiras de artesanato do Brasil.
Com sua história rica e seu desenvolvimento constante, Anápolis se destaca
como uma das cidades mais importantes do estado de Goiás, contribuindo para o
progresso da região Centro-Oeste e preservando suas raízes históricas e culturais.

“Quanto ao subsídio para a construção de Brasília destacam-


se os seguintes objetos patrimoniais: o Mercado Municipal Carlos de
Pina, a Estação Ferroviária Prefeito José Fernandes Valente, os
Colégios Couto Magalhães e Antensina Santana, bem como o antigo
Fórum da cidade” (OLIVEIRA JÚNIOR, 2022, p. 9).

“Outro fator, que também foi afetado pelo crescimento da


cidade, foi a área educacional. A educação é representada pelo
Colégio Couto Magalhães, fundado em 1932, e o Colégio Antensina
Santana, fundado em 1945. Os prédios dos colégios foram tombados
com a Lei n° 3.171, de 07 de dezembro de 2005. O Colégio Couto
Magalhães, começou em casa alugada no centro da cidade no largo
da matriz Santana. No ano de 1936, se tornou um internato de
estudantes vindos de outras cidades e passou a oferecer, em 1939, a
formação secundária (denominada na época de ginásio). Na década
de 1960, o colégio foi transferido para novo local com arquitetura
moderna, no bairro Boa Vista. (COUTO; LEONEL; MORAIS, 2019).”
(OLIVEIRA JÚNIOR, 2022, p. 10).

“Por meio dos patrimônios Mercado Municipal Carlos de Pina,


as Estações Ferroviárias,os Colégios Couto Magalhães e Antensina
Santana e antigo Fórum da cidade de Anápolis, foi possível
compreender aspectos importantes quanto aos subsídios oferecidos
por Anápolis para construção de Brasília, com destaque para
elementos materiais, profissionais e sua localização estratégica que
favoreceu toda a logística.” (OLIVEIRA JÚNIOR, 2022, p. 15).

3.4. Os edifícios tombados em Anápolis

3.4.1. Estação Ferroviária Pref. J. Fernandes Valente

A Estação Ferroviária de Anápolis, que funcionou como ponto de embarque e


desembarque de passageiros e mercadorias de 1935 a 1976. Após sua desativação,
os trilhos foram removidos, restando apenas o edifício e suas plataformas. O
embarque foi transferido para uma estação em uma área mais afastada do centro da
cidade.
O edifício foi construído em estilo eclético, utilizando tijolos cozidos, alvenaria
autoportante e cobertura com telha francesa. Ao longo dos anos, foram realizadas
várias alterações, como a substituição do forro original de madeira por forro de gesso
e a substituição do piso de ladrilho hidráulico por cimento queimado e granitina.
Atualmente, a edificação requer intervenções de conservação e restauração.
O edifício foi tombado como patrimônio histórico municipal em 1991, o que
proíbe sua destruição ou mutilação. No entanto, o acesso e a visibilidade da estação
foram comprometidos pela construção de um terminal de ônibus ao redor do edifício,
obstruindo sua visualização e descaracterizando sua importância histórica.
Houve um impasse entre a prefeitura e a empresa de transportes urbanos
responsável pelo terminal em relação à demolição da ampliação do terminal.
Enquanto o Ministério Público determinou a demolição, a prefeitura e a empresa
alegaram a necessidade de finalizar um processo de licitação e realizar modificações
estruturais no sistema de transporte antes de demolir a ampliação.
A cidade de Anápolis possui poucos edifícios tombados como patrimônio
histórico, e a Estação Ferroviária, mesmo sendo tombada, não recebeu a mesma
atenção e preservação. A ocupação e uso contínuo são fatores importantes para a
conservação de edifícios históricos, mas a estação encontra-se vazia há mais de uma
década, isolada fisicamente e com acesso limitado.
O Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Anápolis tem
realizado levantamentos e esforços para a conservação do patrimônio histórico da
cidade, mas a falta de pessoal técnico especializado e a falta de implementação de
políticas públicas têm dificultado essas ações, resultando em perdas significativas de
edificações.
Elane Ribeiro Peixoto faz uma reflexão sobre o conceito de monumento e sua
preservação, no texto Estação Ferroviária de Anápolis: Monumento
Histórico/Patrimônio Abandonado, abordando que os monumentos são essenciais
para a compreensão da cultura e identidade social, e sua conservação deve levar em
consideração valores históricos e artísticos. A história da preservação de patrimônios
ferroviários em outras cidades é mencionada como exemplo de lutas contra a
especulação imobiliária e interesses particulares para garantir a preservação desses
bens.

3.4.2. "Antigo fórum" Casa de Cultura Ulisses Guimarães


O texto em questão discute o Antigo Fórum de Anápolis, um edifício construído
em 1938 com o objetivo de abrigar a sede da Prefeitura Municipal e do Fórum. O artigo
aborda o contexto histórico em que o edifício foi idealizado, destacando a importância
da chegada da ferrovia para a modernização do município e a busca por uma
identidade moderna na administração pública local.
O autor menciona que a construção do Antigo Fórum representou um marco
na memória histórica de Anápolis e explora as etapas cronológicas do seu
desenvolvimento. O texto segue um percurso que discute o contexto da construção
do edifício e suas implicações.
Inicialmente, é mencionado que o desejo do município de Anápolis era se
conectar ao mercado nacional por meio da ferrovia. A entrada desse meio de
transporte em Goiás ocorreu em 1912, mas somente em setembro de 1935, durante
a Era Vargas, a ferrovia chegou a Anápolis. A demora se deveu à falta de interesse
do Governo Federal e à resistência de certos segmentos sociais ligados à economia
tradicional de Goiás.
A chegada da ferrovia representou a necessidade de mudança de hábitos e um
novo padrão de cultura, com a transição de um comportamento mais sertanejo para
um estilo de vida mais urbano. A prefeitura municipal e a intelectualidade local
impulsionaram essas mudanças, preparando a cidade para receber a estrada de ferro.
A autora Polonial destaca a importância desse evento para Anápolis, que se
tornou um centro comercial significativo. A cidade teve participação importante na
história do Estado de Goiás devido à ampliação do mercado interno nacional e ao
prolongamento dos trilhos da ferrovia. Anápolis chegou a ser chamada de "Ribeirão
Preto Goiana" e "Manchester Goiana", refletindo seu dinamismo econômico.
Além disso, o autor Maria França menciona que Anápolis possuía uma rede
bancária além de seus limites municipais, com cinco agências bancárias e um
escritório do Banco do Brasil em 1949. Dois desses estabelecimentos eram matrizes
fundadas com capital local.
O edifício do Antigo Fórum começou a ser construído em 1938, conforme
registros encontrados no Museu Histórico de Anápolis. O prefeito José Fernandes
Valente demonstrava grande interesse em dotar a cidade de melhorias, e a construção
do edifício do Fórum seria um marco para mostrar o progresso e a confiança da
administração municipal.
No entanto, a conclusão da construção do Antigo Fórum ocorreu apenas na
gestão do prefeito Joaquim Câmara Filho. Durante seu mandato, houve uma
preocupação crescente com o aspecto urbano da cidade, e diversas obras foram
realizadas. O prédio do Fórum foi inaugurado na Praça do Bom Jesus, e a sede da
Prefeitura Municipal foi transferida para lá.

3.4.3. Museu histórico Alberico Borges de Carvalho

De acordo com Leonel e Ribeiro (2019), a construção teve como destaque


servir de moradia e estabelecimento comercial para a família de José da Silva Batista.
A parte destinada ao comércio ocupava a fachada principal, enquanto a residência
ocupava os fundos. A família habitou o local até 1930, quando a edificação foi vendida
à igreja católica, passando a ser utilizada como casa paroquial. Posteriormente,
tornou-se sede do colégio paroquial Dom Bosco.
Em 1940, transformou-se em uma residência para aluguel, tendo como
inquilinos os primeiros frades franciscanos norte-americanos a assumir a igreja de
Santana (1943-1946), bem como o ex-prefeito professor Eli Alves.
Em abril de 1959, o neto materno do Cel. Batista adquiriu o imóvel do Cônego
José Trindade da Fonseca e Silva, com o objetivo de transformá-lo em um centro de
preservação da memória de sua avó e do município.
Em 1971, a instalação do museu no local foi realizada pela lei municipal nº 261,
em 24 de setembro de 1971, através da Fundação Educacional e Cultural de Anápolis.
Em julho de 1985, o museu passou a se chamar Museu Histórico Alderico
Borges de Carvalho, em homenagem ao seu doador, e neste mesmo ano a escritura
definitiva do local foi transferida para a prefeitura. (LEONEL; RIBEIRO, 2019)
O acervo do Museu Histórico Alberico Borges de Carvalho é composto por uma
vasta coleção de objetos, documentos, fotografias, obras de arte e outros artefatos
relacionados à história da cidade e da região. Cada item exposto no museu conta uma
história, permitindo aos visitantes viajar no tempo e compreender os acontecimentos
que moldaram o local ao longo dos anos. A
importância do Museu Histórico Alberico Borges de Carvalho na preservação da
história local é inestimável. Ele serve como um guardião da memória coletiva,
preservando a herança cultural para as gerações futuras. Através do museu, é
possível reconstruir e recontar a história da cidade, destacando eventos, personagens
e transformações que contribuíram para sua formação e desenvolvimento.
Além disso, o museu desempenha um papel fundamental na pesquisa histórica,
fornecendo acesso a fontes primárias e documentos que são fundamentais para a
produção do conhecimento acadêmico. Historiadores, pesquisadores e estudantes
encontram no acervo do museu um valioso recurso para suas investigações e
estudos.

3.4.4. Mercado Municipal

Fundado em 1951, tornou-se o marco inicial da cidade reconhecido como


patrimônio histórico em 1984. Ao longo das décadas de 50 e seguintes, Anápolis
consolidou-se como um renomado polo de comércio atacadista do interior do Brasil.
Simultaneamente a isso, ocorreram as construções de Brasília e Goiânia, nas
quais o Mercado desempenhou um papel crucial como o principal ponto de
abastecimento, sendo um catalisador fundamental para o comércio em Anápolis.
Inicialmente planejado como uma feira coberta, com o objetivo de manter a
organização no espaço urbano em relação à venda de produtos hortifrutigranjeiros, o
Mercado é caracterizado pelo estilo Art Déco. (LEONEL; RIBEIRO, 2019)
Hoje, em registro, constam 108 comerciantes atuando no mercado municipal,
por onde passam aproximadamente 1,5 mil pessoas todos os dias. As áreas mais
fortes do comércio são carnes, frios e laticínios (cerca de 40%); seguido pela
alimentação como lanchonetes, pamonharias e restaurantes (30%); produtos naturais
como cereais, grãos, doces e castanhas (15%); e diversos (15%).Fundado em 25 de
dezembro de 1951, o Mercado Municipal Carlos de Pina foi tombado como patrimônio
histórico em 1984 e, recentemente, teve sua fachada revitalizada em ação entre a
Prefeitura de Anápolis, a Associação dos Permissionários e Comerciantes do Mercado
Municipal Carlos de Pina, além do Conselho Municipal de Cultura, com consentimento
do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Anápolis (COMPHICA).
Ao longo dos anos, o Mercado Municipal passou por modificações e
adaptações para atender às necessidades da comunidade. No entanto, esforços têm
sido feitos para preservar sua estrutura original e destacar seu valor histórico. A
preservação do mercado como patrimônio cultural é fundamental para a manutenção
da identidade local e para transmitir às futuras gerações as memórias e as tradições
ligadas ao espaço. (PREFEITURA DE ANÁPOLIS)
Em suma, o Mercado Municipal de Anápolis desempenha um papel
fundamental na vida da cidade, tanto como um centro de comércio quanto como um
patrimônio histórico. Sua história e arquitetura carregam a memória coletiva da
comunidade e é um ponto de encontro para a troca de produtos, ideias e experiências.
Preservar e valorizar o Mercado Municipal é essencial para a manutenção da
identidade cultural e para a promoção do turismo e desenvolvimento sustentável da
cidade.(PREFEITURA DE ANÁPOLIS)

3.4.5. Colégio Couto Magalhães

“As transformações no eixo rodoviário que potencializam


Anápolis como entreposto comercial também exigem a reordenação
urbana que impacta na localização de determinados objetos técnicos,
como é o caso da Escola Couto Magalhães, que na década de 1960 é
transferido para uma localidade privilegiada quanto ao fluxo de
deslocamento. Esse patrimônio cultural está situado no norte da
cidade, mas precisamente na Avenida Universitária que culmina no
cruzamento da BR 414 com BR 153 que conecta a cidade de
Pirenópolis e Anápolis, fato que realça a antiga conexão entre
Anápolis e o município do qual se desmembrou. Futuramente, essa
rodovia também se tornaria estratégica com a construção da base
aérea, ponto de defesa nacional.” (OLIVEIRA JÚNIOR, 2022, p. 14).

Segundo consta em seu site, a criação do Couto Magalhães surgiu com a ideia de
estabelecer uma escola destinada às crianças de Anápolis, com um foco especial nos filhos
dos evangélicos. Em 1º de fevereiro de 1932, de maneira solene, o colégio Couto Magalhães
foi oficialmente inaugurado na residência do Dr. Carlos Pereira de Magalhães. O nome da
escola foi escolhido em homenagem a José Vieira Couto de Magalhães, um mineiro ilustre do
Segundo Reinado, reconhecido como desbravador, cientista, escritor, historiador, poeta,
astrônomo e sociólogo, cuja figura foi de grande importância. Inicialmente, a instituição
educacional foi estabelecida em uma residência alugada localizada no centro de Santana. No
seu ano inaugural, a escola registrou a matrícula de 46 alunos, e em 15 de fevereiro de 1932,
ocorreu a primeira jornada escolar. Em 1948, o Reverendo Arthur Wesley Archibald assumiu
a liderança, e é graças a ele que o Colégio adquiriu a propriedade na qual está localizado até
hoje, sendo reconhecido por essa conquista. Sob sua gestão, o sistema de internato foi
implementado e um novo modelo educacional foi estabelecido, priorizando a formação
intelectual e espiritual dos estudantes. Ele permaneceu como diretor e professor até 1957.
Desde então até os tempos atuais, diversos indivíduos notáveis, dedicados a uma educação
séria e de qualidade, têm assumido a direção da instituição, deixando sua valiosa
contribuição. A partir de 2000 até 2018, a Professora Aélia Cavalcante ocupou o cargo de
diretora. Desde 2019, o Professor Paulo Alberto dos Santos assumiu a liderança do colégio.
Os resultados obtidos ao longo de 88 anos de trabalho nessa área reforçam a convicção da
escola de que investir em educação vale a pena.
3.4.6. Fonte Luminosa da Praça Bom Jesus

A Fonte luminosa presente na praça Bom Jesus em Anápolis foi inaugurada no


aniversário de 60 anos da cidade, no ano de 1967, sob o mandato do prefeito Raul Balduíno
de Souza, foi criada como um símbolo da força da cidade, tendo suas luzes como
representação da alegria e o amor do povo anapolino.
A mesma foi considerada como parte integrante do Patrimônio Histórico e Cultural da
cidade de Anápolis em 2007 pela Lei N° 3230, que foi aprovada pela Câmara Municipal e
pelo então prefeito Pedro Fernando Sahium.
É válido mencionar que a Praça Bom Jesus é considerada um cartão postal da cidade,
passou por uma reforma em 2012, bem como a fonte que foi revitalizada, mas que manteve
seu traçado original.

3.4.7. Coreto praça James Fanstone

Na atual Praça James Fanstone, antiga Praça João Pessoa, está o coreto, que
antes havia sido demolido. O primeiro coreto da praça era de estilo neoclassico com
dois andares sendo construído em abril de 1922 como homenagem ao hospital que
fora construído em frente a praça, o hospital Evangélico de Goiás construído por
James Fanstone sendo o primeiro hospital de Anápolis. O coreto foi demolido em 1940
para construir o atual coreto no estilo art déco. O atual correto foi tombado em 05 de
abril de 2001 pela lei municipal nº 2.725/2001. O coreto antigamente servia de palco
para artistas e músicos locais se apresentarem, e também por vezes de palanque
político. Atualmente no coreto há um uso exclusivo comercial, contando com um único
estabelecimento alimentício. Sua materialidade atualmente é de concreto, contando
com vitrais de vidro com grades. Tem aberturas de fora a fora com portas de aço de
enrolar, o piso de cerâmica e no teto tem uma caixa d'água e um exaustor eólico.

3.4.8. Casa JK

Localizado no Aeroporto de Anápolis no setor industrial está o Memorial Casa


JK, essa casa foi tombada pelo fato de ter sido o local em que, em 18 de abril de 1958,
o então presidente Juscelino Kubitschek assinou o documento com o pedido ao
congresso para construção da nova capital, Brasília.(Oliveira Júnior, 2022)
JK, que dá o nome ao monumento, é um dos presidentes mais lembrados pelos
brasileiros, não só pela construção da capital, mas como o “presidente dos anos
dourados” que promoveu a industrialização e a construção de rodovias que ligavam
as áreas, que até então estavam mais isoladas. Com essas atitudes, em seu governo,
houve uma intensa migração dos campos para a cidade, configurando a distribuição
da população que encontramos atualmente no Brasil, em que a maior parte da
população está no meio urbano. (MONTENEGRO, 2017)
A história contada era que JK estava em um avião a caminho de Goiânia, mas
devido ao mal tempo, tiveram que pousar em Anápolis. O presidente foi recebido por
diversos políticos da cidade, incluindo o prefeito da época, Carlos de Pina, e se esse
nome parece familiar, é pelo fato de que outro patrimônio, o Mercado Municipal, foi
nomeado em sua homenagem. Esse grupo convenceu JK a assinar o importante
documento na cidade de Anápolis, nessa casa que em 2001 seria tombada pela lei nº
2.732. Até então esse edifício já teria sido residência, restaurante, escritório. Hoje em
dia, o museu conta com uma grande escultura em sua entrada com as letras JK e
cartazes que contam a história da importante assinatura que levaria a construção da
nova capital e da trajetória do político. (Fonte: Site da prefeitura de Anápolis)
3.4.9. “Antiga casa de câmara e cadeia” Escola de artes Oswaldo Verano

Oswaldo Verano nasceu em Paracatu – MG no dia 25 de dezembro de 1909, e


mudou para Goiás em 1925. Ele é o artista plástico que fundou a vanguarda da arte
em Anápolis, sendo o mestre ou grande influenciador dos outros cinco artistas. Verano
estudou pintura no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, no qual teve contato
com a tradicional Escola Nacional de Belas Artes. E foi um dos fundadores da Colmeia
de Pintores do Brasil, que se localizava na Quinta da Boa Vista – RJ. O estilo dele é
caracterizado pela arte de cunho tradicional e acadêmico, no qual predomina o
paisagismo como sua principal vertente. Foi o organizador e idealizador do 1º Salão
Coletivo de Artistas Anapolinos e primeiro professor de Artes Plásticas de Anápolis.
Em 1968 foi convidado para lecionar Artes Plásticas na Escola Municipal de
Belas Artes da Cidade, no qual foi o primeiro diretor da escola que carrega seu nome
como uma homenagem. Em 29 de junho de 1986 Verano faleceu em decorrência de
um edema pulmonar aos seus 78 anos de idade, deixando seus grandes
ensinamentos e seu nome, como um clássico da arte anapolina, goiana e brasileira.
ESCOLA DE ARTES OSWALDO VERANO Antiga cadeia pública, funcionava
primeiramente, em uma edificação próxima a igreja Santana, é demolida no final dos
anos 30 para dar lugar ao colégio estadual Colégio Estadual Antensina Santana
(1926), de modo que a partir disso, a cadeia é transferida para o perímetro urbano da
época, sendo erguida uma nova construção no ano de 1947 em estilo Art déco, em
1990 a escola de artes é transferida para o endereço antiga cadeia, atualmente no
edifício em aditividade, funciona a escola de artes Oswaldo Verano.

3.4.10. Colégio Antensina Santana

o Colégio Estadual “Antensina Santana” foi o primeiro ginásio escolar de


Anápolis e foi construído no centro da cidade num estilo Art Déco, onde antes
funcionava a antiga cadeia pública de Anápolis. Foi inaugurado em 1947 e ganhou
esse nome pra homenagear uma professora da época.
Esse investimento na educação da cidade mostra que Anápolis também
conseguiu formar profissionais da educação que atenderiam as demandas iniciais de
Brasília.
4. A PROPOSTA DO PROJETO DE EXTENSÃO

4.1. O público alvo


O público-alvo desta ação são as crianças e adolescentes que estão no ensino
fundamental II e Ensino Médio. Nesta fase, é importante desenvolver o olhar das
crianças e adolescentes, a fim de que se tornem adultos mais sensíveis a este
contexto de memória e patrimônio e sejam capazes de transmitir os conhecimentos e
valores relacionados à história da cidade e suas relevâncias, que ajudam a contar a
própria história dos moradores. É muito importante que as gerações futuras tenham
para onde se voltar, para compreender as transformações da cidade, sua evolução e
cada etapa do seu desenvolvimento. Por isso a importância de começar esse trabalho
na infância, para que os adultos tenham outra consciência em relação à realidade que
hoje predomina.

4.2. Objetivos
4.3. O objeto e a ação
4.3.1. Roteiro para edição do vídeo

ROTEIRO – VÍDEO INFORMATIVO

TÍTULO: DESCOBRINDO O PATRIMÔNIO CULTURAL DE ANÁPOLIS


DURAÇÃO: 12 min

O vídeo será composto por imagens ilustrativas referente ao áudio que será gravado
segundo o texto abaixo:

“Olá, expectadores! Os estudantes da faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da


Universidade Estadual de Goiás resolveram produzir este vídeo informativo em um
projeto de extensão da disciplina de Patrimônio Cultural Edificado, para apresentar e
divulgar os monumentos históricos tombados na cidade de Anápolis.

Vocês sabem o que é um edifício tombado? Se você pensou em uma construção


destruída ou um prédio caindo, parabéns, você está completamente errado! O
processo de tombamento é praticamente o contrário disso! Significa que um prédio,
um monumento ou outra coisa importante para a história e memória cultural é
protegida pela instância jurídica do tombamento, podendo ser municipal, estadual,
federal e até mundial. Ou seja, por lei, não pode ser destruída de jeito nenhum! É
como se eles fossem colocados em uma "lista VIP" dos monumentos, sabe?

Inclusive, aqueles prédios antigos, praças bonitas ou até mesmo estátuas famosas
que a gente vê por aí… É isso, alguns deles são tão especiais que merecem ser
preservados para sempre! E é aí que entra o tombamento, para reconhecer o valor
histórico, artístico, arquitetônico ou até simbólico daquele monumento.

Aliás, há diversas coisas que podem ser tombadas, como edifícios históricos, igrejas,
templos, praças, parques, sítios arqueológicos, pontes, estátuas, obras de arte,
equipamentos urbanos e até mesmo a tradição de uma cultura, um modo de fazer ou,
pirem: uma receita culinária, o que caracteriza aquilo como patrimônio imaterial.
Então, quando um monumento é tombado, significa que ele está protegido por um
conjunto de normas e leis para preservar suas características originais e evitar danos,
demolições ou sua descaracterização. Essas medidas são para garantir a
conservação da estrutura física, o uso adequado do espaço, a proibição de alterações
sem autorização prévia, entre outras paradas mais específicas. Ou seja, o objetivo é
proteger o patrimônio cultural e valorizar a identidade e memória de uma comunidade,
cidade ou país, garantindo que esses tesouros não se percam ao longo do tempo.

E vocês? Tem ideia do que pode ser tão importante aqui na nossa cidade? Pra terem
uma noção, Anápolis hoje conta com 8 edifícios e 2 equipamentos urbanos tombados!
Que tal conhecer e aprender um pouco sobre cada um deles?

Muitos dos elementos do patrimônio cultural de Anápolis são ligados ao contexto da


construção de Brasília. Graças à sua localização estratégica entre as principais
cidades de Goiás, características climáticas favoráveis, e grandes investimentos
políticos e setoriais que recebeu, Anápolis se tornou um ponto referencial de extrema
importância para a constituição de Brasília. Dizem por aí que Brasília só existe por
causa de Anápolis, hein!

Alguns objetos patrimoniais serviram de subsídio para a construção de Brasília e se


destacam em Anápolis.

O Mercado Municipal “Carlos de Pina” foi construído em 1951 e, de início, foi planejado
para funcionar como uma feira coberta, para manter a organização no espaço urbano
durante a venda de produtos hortifrutigranjeiros. Ao longo das décadas de 50 e
seguintes, Anápolis tornou-se um renomado polo de comércio atacadista do interior
do Brasil. Enquanto isso, ocorriam as construções de Brasília e Goiânia, e o Mercado
desempenhou um papel crucial como o principal ponto de abastecimento.
Caracterizado pelo estilo Art Déco, ao longo dos anos, o Mercado Municipal passou
por modificações e adaptações para atender às necessidades da comunidade, mas
sempre tentando preservar sua estrutura original e destacar seu valor histórico. Foi
tombado como patrimônio histórico pela Lei Municipal nº 25 de 10 de julho de 1984.

Agora vamos para a Estação Ferroviária “Prefeito José Fernandes Valente”. que se
localiza no centro da cidade de Anápolis. Sua inauguração ocorreu no dia 07 de
setembro de 1935, e por meio dela, Anápolis se tornou “o maior centro comercial de
Goiás”. Teve grande importância na construção de Brasília, pois levava mão de obra
e mercadorias para as obras da nova capital. Com estilo eclético, foi tombada em
homenagem ao Prefeito José Fernandes Valente pela Lei número 2.736 de 21 de
junho de 2001. Atualmente, a estação ferroviária preserva sua estrutura original e
abriga um museu ferroviário, onde os visitantes podem conhecer mais sobre a história
do transporte ferroviário em Anápolis e sua importância para o desenvolvimento da
região. Já passou por lá?

Vejamos agora o "Antigo fórum" Casa de Cultura Ulisses Guimarães. Com o


desenvolvimento de Anápolis ao longo do tempo, surgiu a necessidade de arranjar um
lugar maneiro para a organização das questões institucionais. Então, em 1938,
construíram o Fórum de Anápolis com uma pegada Art Déco, coladinho na Praça Bom
Jesus, com o objetivo de abrigar a Prefeitura Municipal e o Fórum. O prédio era
imponente e representava as mudanças que estavam acontecendo em Anápolis. O
fórum era o point onde se regulavam as coisas comerciais que ajudaram a construir o
novo Distrito Federal. O Fórum também queria ser o símbolo da modernidade que a
cidade sonhava, e ficou lá a administração pública até 1975. Ele foi tombado em 2001
e, atualmente, sob o nome em homenagem a Ulisses Guimarães, um dos principais
políticos opositores à ditadura militar, nele rólam exposições artísticas e culturais. Foi
tombado como patrimônio histórico pela Lei Municipal nº 1.824 de 03 de janeiro de
1991.

Outro fator, que também foi afetado pelo crescimento da cidade na época, foi a área
educacional. A educação é representada pelo Colégio Couto Magalhães, fundado em
1932, e o Colégio Antensina Santana, fundado em 1945. Os prédios dos colégios
foram tombados com a Lei número 3.171, de 07 de dezembro de 2005. O lance dos
Colégios é que eles foram os primeiros a dar conta do recado quando a cidade de
Anápolis apresentava grande crescimento. A cidade crescia rápido demais e, óbvio, a
população também estava aumentando, daí teve que investir em escolas novas para
suprir a demanda da região.

O Colégio Couto Magalhães começou numa casa alugada no centro da cidade, lá no


largo da matriz Santana. Aí, em 1936, virou um internato pra galera de outras cidades
e, em 1939, começou a oferecer ensino médio (naquela época chamavam de ginásio).
Nos anos 60, o colégio mudou pra um lugar novo, com uma arquitetura moderna, lá
no bairro Boa Vista.

Já o Colégio Estadual “Antensina Santana” foi o primeiro ginásio escolar de Anápolis


e foi construído no centro da cidade num estilo Art Déco, onde antes funcionava a
antiga cadeia pública de Anápolis. Foi inaugurado em 1947 e ganhou esse nome pra
homenagear uma professora da época.

Esse investimento na educação da cidade mostra que Anápolis também conseguiu


formar profissionais da educação que atenderiam as demandas iniciais de Brasília.
Legal né?

Seguimos para o Museu Histórico “Alderico Borges de Carvalho”, que foi construído
em 1951 e inicialmente servia como moradia para a família de José da Silva Batista.
Depois teve diversas ocupações, servindo como casa paroquial, sede do colégio
paroquial Dom Bosco, residência para aluguel e enfim, em 1971, ocorreu a instalação
do local como museu pela lei municipal nº 261, através da Fundação Educacional e
Cultural de Anápolis. Hoje, o acervo do museu contém uma vasta coleção de objetos,
documentos, fotografias, obras de arte e outros artefatos relacionados à história da
cidade e da região. A importância do Museu Histórico Alberico Borges de Carvalho na
preservação da história local é gigante, pois ele é tipo um guardião da memória
coletiva, preservando a herança cultural para as gerações futuras. O museu foi
tombado como patrimônio histórico pela Lei Municipal nº 1.824 de 03 de janeiro de
1991.

Outro patrimônio Anapolino é a Fonte Luminosa da Praça Bom Jesus. Ela foi
inaugurada no ano de 1967, no aniversário de 60 anos de Anápolis. O objetivo é que
suas luzes representem a alegria e o amor do povo anapolino, sendo um símbolo de
força na cidade. Já passou por reformas em 2012, revitalizando a fonte, mas
mantendo seu traçado. Foi tombada como patrimônio histórico pela Lei Municipal n.
3230 de 2007.

Também temos o Coreto da praça James Fanstone. Inicialmente havia um coreto


construído em 1922, que foi demolido para que o atual e tombado coreto da praça
fosse construído no estilo Art Déco em 1940. Antigamente servia de palco para artistas
e músicos locais se apresentarem e às vezes como palanque político. Atualmente no
coreto há um uso comercial. Nele funciona uma lanchonete, você já comeu lá? O
coreto fica em frente o Hospital Evangélico, no centro. Foi tombado como patrimônio
histórico em 05 de abril de 2001 pela lei municipal nº 2.725 de 2001.

O próximo é a Casa JK. Localizada no Aeroporto de Anápolis no setor industrial está


o Memorial Casa JK, essa casa que já teria sido residência, restaurante, escritório e,
hoje em dia, museu, é o local em que, em 18 de abril de 1958, o então presidente
Juscelino Kubitschek assinou o documento com o pedido ao congresso para
construção da nova capital, Brasília. Tá aí de novo a importância de Anápolis para a
construção de Brasília, fica a dica hein! A história contada era que JK estava em um
avião a caminho de Goiânia, mas devido ao mal tempo, tiveram que pousar em
Anápolis. O presidente foi recebido por diversos políticos da cidade, incluindo o
prefeito da época, Carlos de Pina, e se esse nome parece familiar, é pelo fato de que
aquele outro patrimônio, o Mercado Municipal, foi nomeado em sua homenagem. Esse
grupo convenceu JK a assinar o importante documento na cidade de Anápolis nessa
casa. A casa JK foi tombada como patrimônio histórico em maio de 2001 pela lei nº
2.732.

Agora sobre a Escola de Artes Oswaldo Verano. Ela foi construída na década de 1930
para abrigar a primeira cadeia pública de Anápolis e em 1990 a escola de artes foi
transferida para onde era a antiga cadeia, um edifício de estilo Art Déco. Foi tombada
como patrimônio histórico pela lei nº 1.824 de 03 de janeiro de 1991.

E aí, o que vocês acharam? Quais desses locais em Anápolis você já visitou? Aposto
que a maioria você nem conhecia, não é mesmo? Que tal contar para seus amigos e
familiares sobre os monumentos históricos tombados em Anápolis e marcar uma
visitinha para ver tudo de perto? Afinal, manter os monumentos vivos nos ajuda a
contar nossa própria história para as próximas gerações! Contamos com vocês nesta
tarefa, hein! Bye!”

4.3.2. Apresentação do vídeo

Assim que for finalizado, o vídeo estará pronto para ser veiculado dentro da
UEG e também nas escolas, para os alunos do Fundamental II e ensino médio. Ele
também será publicado no Youtube e terá o link divulgado para professores, diretores
e para toda a comunidade que atua na área da educação em Anápolis.

link provisório do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=tp0jPyBH8-o


5. CONCLUSÃO

A realização de atividades de extensão nas universidades desempenha um


papel fundamental no fortalecimento da relação entre a academia e a sociedade,
contribuindo para a formação integral dos estudantes e para o desenvolvimento social,
econômico e cultural das comunidades. Essas atividades promovem a troca de
conhecimentos e experiências entre a academia e a sociedade, permitindo que o
conhecimento produzido nas universidades seja aplicado e compartilhado de forma a
beneficiar a sociedade como um todo.
Através das atividades de extensão, os estudantes têm a oportunidade de
colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, desenvolvendo
habilidades e competências essenciais para sua formação profissional e pessoal.
Além disso, a interação com a comunidade proporciona uma visão mais ampla e
realista dos desafios enfrentados pela sociedade, estimulando o engajamento cidadão
e a consciência social dos estudantes.
Diversos estudos têm destacado a importância da extensão universitária. Por
exemplo, o relatório da UNESCO intitulado "O Papel da Universidade na Sociedade"
(2012) enfatiza que a extensão universitária é um meio de retribuição à sociedade e
de estabelecer parcerias para enfrentar os desafios sociais. Além disso,
pesquisadores como Paulo Freire (2009) e Anísio Teixeira (2015) argumentam que a
extensão universitária é uma forma de democratizar o acesso ao conhecimento,
rompendo as barreiras entre a universidade e a comunidade.
No contexto brasileiro, a extensão universitária é valorizada e incentivada pelo
Ministério da Educação (MEC) e pelas universidades. A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional - LDB (1996) estabelece a extensão como uma das três funções
da universidade, ao lado do ensino e da pesquisa.
Portanto, desenvolver atividades de extensão na universidade é de suma
importância para promover a interação entre a academia e a sociedade, fortalecer a
formação dos estudantes e contribuir para o desenvolvimento sustentável das
comunidades. Essa integração entre teoria e prática, entre a universidade e a
sociedade, é fundamental para criar um ambiente de aprendizagem enriquecedor,
gerando impacto social positivo.
6. REFERÊNCIAS CONSULTADAS

UNESCO. O Papel da Universidade na Sociedade: A Extensão Universitária.


2012. Recuperado de
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001925/192507POR.pdf

Freire, Paulo. Extensão ou Comunicação? (15ª ed.). Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2009.

Teixeira, Anísio. Educação é um Direito. Brasília: Edições Câmara, 2015.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - Lei nº 9.394/96.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

OLIVEIRA JÚNIOR, Geraldo. De Anápolis à Brasília: A constituição do


patrimônio cultural de Anápolis e sua relação com a construção de Brasília.
Trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais, Instituto
Federal de Goiás, Campus Anápolis, p. 29. 2022. Disponível em:
https://repositorio.ifg.edu.br/bitstream/prefix/1436/1/Artigo%20Geraldo.pdf.

ANÁPOLIS. Lei Nº 3.171, de 07 de dezembro de 2005. Determina o tombamento


dos prédios da sede do Colégio Estadual Antesina Santana e da sede do Colégio
Couto Magalhães e designa o órgão responsável pelo registro e fiscalização dos
tombamentos de bens de interesse do município no patrimônio histórico e artístico
municipal. Anápolis, GO: Câmara Municipal, 2005.

PREFEITURA DE ANÁPOLIS, Museu Histórico de Anápolis Alderico Borges de


Carvalho, 2023. Prefeitura municipal de Anápolis.
https://www.anapolis.go.gov.br/turismo/museu-historico-de-anapolis-alderico-borges-
de-carvalho/

LEONEL, Wilker Kenio Moreira; RIBEIRO, Gabriel Couto. Patrimônio Histórico e


Cultural de Anápolis: Acessibilidade e sustentabilidade, 2019. Orientadora: Prof.
Dra. Julia Bueno de Morais Silva. Disponível em:
https://www.academia.edu/43571717/PATRIM%C3%94NIO_HIST%C3%93RICO_E_
CULTURAL_DE_AN%C3%81POLIS_ACESSIBILIDADE_E_SUSTENTABILIDADE_
Mercado_Municipal_Carlos_de_Pina_Museu_Hist%C3%B3rico_Alderico_Borges_de
_Carvalho

MONTENEGRO, Rosilene Dias. Juscelino Kubitschek: Trajetórias. Anais do XXIX


Simpósio Nacional de História, 2017. Disponível em:
https://anpuh.org.br/index.php/documentos/anais/category-items/1-anais-simposios-
anpuh/35-snh29?start=1140. Acesso em: 26/06/2023.

DOCUMENTÁRIO ANÁPOLIS (SESSENTÃO), (minuto: 10:07-10:44) (Acesso:


https://www.youtube.com/watch?v=ucXF_gxITKg)

Memorial Casa JK. Disponível em: https://www.anapolis.go.gov.br/turismo/memorial-casa-jk/.


Acesso em: 26/06/2023.
https://leismunicipais.com.br/a/go/a/anapolis/lei-ordinaria/2007/323/3230/lei-
ordinaria-n-3230-2007-considera-como-patrimonio-historico-e-cultural-da-cidade-de-
anapolis-a-fonte-luminosa-localizada-na-praca-bom-jesus-nesta-cidade-e-determina-
outras-providencias

https://www.anapolis.go.gov.br/turismo/museu-historico-de-anapolis-alderico-borges-
de-carvalho/

https://portal6.com.br/2020/10/16/ultima-chance-para-se-inscrever-em-evento-com-
aulas-exclusivas-de-preparacao-para-o-enem-em-anapolis/

https://anapolis.colegiocoutomagalhaes.com.br

https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-
catalogo?id=440523&view=detalhes

https://portalcontexto.com/escola-de-artes-oswaldo-verano-comemora-50-anos/
https://www.academia.edu/43571717/PATRIM%C3%94NIO_HIST%C3%93RICO_E_CULTU
RAL_DE_AN%C3%81POLIS_ACESSIBILIDADE_E_SUSTENTABILIDADE_Mercado_Munici
pal_Carlos_de_Pina_Museu_Hist%C3%B3rico_Alderico_Borges_de_Carvalho

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