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Fundação Lowtons de Educação e Cultura Nota

Sistema Educacional Funlec


Colégio Raul Sans de Matos
Assinatura Professor(a)
AVALIAÇÃO INTREGADA 1 – VOLUME 1 – AVALIAÇÃO INTREGADA 1 –
VOLUME 1 – CAPÍTULOS 5 E 6 – SUJEITO E PREDICADO- VOLUME 2 –
CAPÍTULOS 7 – PREDICADO

Aluno(a)
Ano 3º ano Turma Turno Data
Disciplina Língua Portuguesa Professor(a) Ana Cristina
PROVA A
Instruções: A avaliação deverá ser feita à caneta, sem rasura. Não é permitido portar ou usar o celular durante a
prova.
Leia o soneto “O caminho do morro”, do poeta parnasiano Alberto de Oliveira.

Guiava à casa do morro, em voltas, o caminho,


Até lhe ir esbarrar com as orlas do terreiro;
Dava-lhe o doce ingá1, rachado ao sol, o cheiro,
E um rumor de maré o cafezal vizinho.

(...)
(Sânzio de Azevedo (org.). Parnasianismo, 2006.)

1. Dê a classificação morfológica e sintática dos termos destacados no verso acima:


_______________________________________________________________________________________________

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Vó Rita me chamou à parte e me aconselhou levar Nega Tuína para o hospital. Sentiu que ela não estava bem. E falou
mesmo que era perigoso ficar aqui fazendo o parto sozinha. A barriga era de dois.
E se vê que Nega Tuína não está bem. Carecia de hospital. 1Qual foi o susto tamanho dela. 2Nunca tinha ido ao médico.
Nunca tomara remédio de farmácia. Nunca sentira nada, e agora, só porque ia parir, tinha de ir para o hospital? Ela iria
só se fosse à força, mas mesmo assim se agarraria na cama e em tudo que encontrasse pelo caminho, 3só sairia de
casa morta.

EVARISTO, Conceição. Becos da Memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2017. p. 132

2. No enunciado “, ... só sairia de casa morta” (ref. 3), o vocábulo sublinhado tem a função sintática de:
a) predicativo do sujeito em estrutura de predicado verbo-nominal
b) adjunto adverbial de modo em estrutura de predicado nominal
c) complemento nominal em estrutura de predicado nominal
d) predicativo do objeto em estrutura de predicado verbal
e) adjunto adnominal em estrutura de predicado verbo-nominal

1
Carducci saía do atelier. Sandro tentou seguir adiante, 2mas o fotógrafo já o 3chamava.
– E comigo?
– Sim. Não 4gostaria, de 5conhecer meu estabelecimento?
Sandro ia dar uma desculpa, 6mas o 7gesto do outro, imperioso e afável, acabou por vencê-lo.
Dentro do estúdio 8vagava um 9cheiro de 10líquidos perigosos. Sandro 11conhecia 12__________ o método
fotográfico, apenas o que entrevia no 13indigente estúdio de Paolo 14Pappalardo, em Ancona. O que Nadar 15ocultara,
Carducci 16hoje mostrava. Abriu a tampa de uma 17caixa-baú organizada em compartimentos 18quadrangulares. Ali
estavam, acomodados, vidros transparentes de diversos 19tamanhos, com rótulos em francês. Continham pôs e
soluções. Também 20__________ funis, tubos milimetrados, 21pequenos cálices em formato de sino e uma balança. No
verso da tampa, um carimbo oval, em pirogravura: 22Charles Chevalier – Paris.
– E meu material – disse Carducci. – Essa caixa já vem pronta, da França, pelo porto de Montevidéu.
Acompanha uma câmara portátil e um pequeno manual para os amadores. Claro que os pós e os líquidos acabam, mas
ali – e 23mostrava uma sucessão de 24garrafas numa prateleira – está a reposição que eu mesmo providencio. 25Agora
vou lhe explicar como isso funciona. E 26colocou um vaso com flores de tule sobre a sua mesinha de trabalho. fotografou-
o, revelou a 27chapa e copiou-a.
28
– Que tal? Não parece um quadro? Em preto e branco, mas um quadro.
29
– Bonito.
30
– Quer que lhe tire uma foto?
31
– Não sou bom modelo. Foi um desastre, a última vez que e tiraram.
A cara decepcionada de Carducci, 32entretanto, fez com que 33concordasse. E posou, inquieto.
Já com a foto na mão, teve uma sensação de alívio. Guardou-a.
34
– Está ótima. Quanto lhe 35devo?
36
– Esqueça. Venha para conversar. Afinal, temos o mesmo trabalho, embora cada qual a seu modo. – Carducci
tossiu de modo preocupante. – Desculpe: como o senhor vê, a idade não traz sô experiência. Que me diz? Não devemos
criar inimizades. Somos patrícios. A cidade e tão pequena. Ademais, esse boato que corre a seu respeito é uma infâmia.
Inventarem uma coisa dessas...
Sandro tornou-se sensível 37__________ generosidade.
– 38Virei qualquer dia desses. Aguarde.

Adaptado de: ASSIS BRASIL, L. A. O pintor de retratos. Porto Alegre: L&PM, 2002.

3. Várias passagens do texto apresentam sujeitos não expressos cuja referência pode ser recuperada pelo contexto.

No bloco abaixo, assinale 1 para as formas verbais cujo sujeito se refere ao personagem Carducci; e 2 para as formas
verbais cujo sujeito se refere ao personagem Sandro.

( ) gostaria (ref. 4).


( ) mostrava (ref. 23).
( ) colocou (ref. 26).
( ) concordasse (ref. 33).
( ) devo (ref. 35).

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) 1 – 2 – 1 – 1 – 2.
b) 1 – 2 – 2 – 2 – 1.
c) 2 – 1 – 1 – 1 – 2.
d) 1 – 1 – 2 – 1 – 1.
e) 2 – 1 – 1 – 2 – 2.

4. Em Defesa dos Adjetivos

Muitas vezes nos mandam cortar nossos adjetivos. O bom estilo, conforme dizem, sobrevive perfeitamente sem eles;
bastariam o resistente arco dos substantivos e a flecha dinâmica e onipresente dos verbos. Contudo, um mundo sem
adjetivos é triste como um hospital no domingo. A luz azul se infiltra pelas janelas frias, as lâmpadas fluorescentes
emitem um murmúrio débil.
Substantivos e verbos bastam apenas a soldados e líderes de países totalitários. Pois o adjetivo é o imprescindível
avalista da individualidade de pessoas e coisas. […]
O adjetivo está para a língua assim como a cor para a pintura. […]
[…]
Vida longa ao adjetivo! Pequeno ou grande, esquecido ou corrente. Precisamos de você, esbelto e maleável adjetivo que
repousa delicadamente sobre coisas e pessoas e cuida para que elas não percam o gosto revigorante da
individualidade. […]
[…] A memória é feita de adjetivos. Uma rua comprida, um dia abrasador de agosto, o portão rangente que dá para um
jardim e ali, em meio aos pés de groselha cobertos pelo pó do verão, os teus dedos despachados… (tudo bem, teus é
pronome possessivo).

Adam Zagajewski
Poeta, ensaísta e romancista polonês, publicou Another Beauty, sem edição no Brasil.

Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/em-defesa-dos-adjetivos/

O adjetivo pode exercer diferentes funções sintáticas. Assinale a alternativa em que o adjetivo destacado está
corretamente classificado.
a) “Um mundo sem adjetivos é triste como um hospital no domingo.”(Adjunto adnominal)
b) Aquele rapaz triste foi ao hospital no domingo. (Predicativo do sujeito)
c) “A luz azul se infiltra pelas janelas frias” (Adjunto adnominal)
d) As noites frias são agradáveis. (Predicativo do sujeito)
5. Há sujeito simples em qual alternativa?
a) “Mais ao longe, numa volta da estrada, uma esperança havia.”
b) “Nenhuma pedra poderia haver no caminho da felicidade.”
c) “Nunca houve cometa igual, assim tão terrível, desdenhoso e belo.”
d) “No lombo do cavalo baio, havia partido minha esperança de felicidade.”

MÚSICA E POESIA
Luciano Cavalcanti

A relação entre música e poesia vem desde a antiguidade. Na cultura da Grécia Antiga, por exemplo, poesia e
música eram praticamente inseparáveis: a poesia era feita para ser cantada. 1De acordo com a tradição, a música e a
poesia nasceram juntas. De fato, a palavra “lírica”, de onde vem a expressão “poema lírico”, significava, originalmente,
certo tipo de composição literária feita para ser cantada, fazendo-se acompanhar por instrumento de cordas, de
preferência a lira.
A partir de então, configuraram-se muitos momentos em que a música e a poesia se uniram. 2Segundo Antônio
Medina Rodrigues, “a grande poesia medieval quase que foi exclusivamente concebida para o canto. 3O Barroco,
séculos além, fez os primeiros ensaios operísticos, que iriam recolocar o teatro no coração da música. 4Depois Mozart,
com a Flauta mágica ou D. Giovanni, levaria, como sabemos, esta fusão ao sublime”.
Durante muito tempo, a poesia foi destinada à voz e ao ouvido. Na Idade Média, “trovador” e “menestrel” eram
sinônimos de poeta. 5Seria necessário esperar a Idade Moderna para que a invenção da imprensa, 6e com ela o triunfo
da escrita, acentuasse a distinção entre música e poesia. A partir do século XVI, a lírica foi abandonando o canto para se
destinar, cada vez mais, à leitura silenciosa.
Entretanto, mesmo separado da música, o poema continuou preservando traços daquela antiga união. Certas
formas poéticas, ainda vigentes, como o madrigal, o rondó, a balada e a cantiga aludem diretamente às formas musicais.
Se a separação de poetas e músicos dividiu a história de um gênero e outro, a poesia não abandonou de vez a música
tanto quanto a música não abandonou de vez a poesia.
[...]

(Disponível em e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/ 2993/2342. Acesso: terça-feira, 12 de novembro de


2013) [adaptado]

6. “Seria necessário esperar a Idade Moderna (...)” (referência 5)

A oração subordinada substantiva sublinhada exerce, em relação à anterior, a seguinte função sintática:
a) complemento nominal
b) objeto direto
c) predicativo do sujeito
d) sujeito

Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
7. Exerce a função de........o termo em destaque na frase "Ninguém ficou SATISFEITO com aquela medida".
a) complemento verbal
b) adjunto adverbial
c) predicativo do sujeito
d) sujeito
e) complemento nominal

CONSIDERAÇÃO DO POEMA
(Fragmento)
Não rimarei a palavra sono
com a incorrespondente palavra outono.
Rimarei com a palavra carne
ou qualquer outra, que TODAS ME convêm.
As palavras não nascem amarradas,
ELAS saltam, se beijam, se dissolvem,
no céu livre por vezes um desenho,
são PURAS, largas, autênticas, indevassáveis.

8. Observe as palavras indicadas no texto: "todas" (verso 4); "me" (verso 4); "elas" (verso 6) e "puras" (verso 8).
Assinale a alternativa em que a função sintática destes termos esteja corretamente analisada:
a) sujeito - predicativo do sujeito - objeto - sujeito
b) predicativo do sujeito - objeto - sujeito - objeto
c) objeto - sujeito - objeto - predicativo do sujeito
d) objeto - predicativo do sujeito - sujeito - objeto
e) sujeito - objeto - sujeito - predicativo do sujeito

9. Observe o verso:
"As palavras não nascem amarradas"
Assinale a alternativa em que o sujeito e o predicado da oração estejam corretamente analisados:
a) sujeito composto e predicado nominal
b) sujeito simples e predicado verbo-nominal
c) sujeito composto e predicado verbal
d) sujeito simples e predicado nominal
e) sujeito simples e predicado verbal

A CADEIRINHA

Naquele fundo de sacristia, escondida ou arredada como se fora uma imagem quebrada cuja ausência do altar o
decoro do culto exige, encontrei a cadeirinha azul, forrada de damasco cor de ouro velho. Na frente e no fundo, dois
pequenos painéis pintados em madeira com traços finos e expressivos. Representava cada qual uma dama do antigo
regime. A da frente, vestida de seda branca, contrastava a alvura do vestido e o tênue colorido da pele com o negrume
dos cabelos repuxados em trunfa alta e o vivo carmim dos lábios; tinha um ar desdenhoso e fatigado de fidalga elegante
para quem os requintes da etiqueta e galanteios dos salões são já coisas velhas e comezinhas. A outra, mais antiga
ainda, trazia as melenas em cachos artísticos sobre as fontes e as pequeninas orelhas; um leque de marfim semiaberto
comprimia-lhe os lábios rebeldes que queriam expandir-se num riso franco; os olhos grandes e negros tinham mais
paixão e mais alma. Esta contemporânea de La Vallière, que o artista anônimo perpetuou na madeira da cadeirinha, não
se parecia muito com aquela meiga vítima da régia concupiscência; ao contrário, um certo arregaçado das narinas, uma
ponta de ironia que lhe voejava na comissura da boca breve e enérgica – tudo isso mostrava estar ali naquele painel
representada uma mulher meridional, ardente e vivaz, pronta ao amor apaixonado ou à luta odienta. [...]
Sem querer acrescentar mais ao já dito sobre as damas, perguntava de mim para mim se o pintor do século
passado, ao traçar com tanta correção e finura os dois retratos de mulher, transmitindo-lhes em cada cabelo do pincel
uma chama de vida, não estaria realmente diante de dois espécimens raros de filhas de Eva, de duas heroínas que por
serem de comédia ou de ópera nem por isso deixam de o ser da vida real?
– Quem sabe se a Fontagens e a Montespan?
– Qual! Impossível!
– Impossível? não! Porque a cadeirinha podia perfeitamente ter sido pintada em França e era até mais natural
crê-lo; porquanto a finura das tintas e a correção dos traços pareciam indicar um artista das grandes cortes da época.
E assim, em tais conjeturas pus-me a examinar mais detidamente o velho e delicado veículo, relíquia do século
passado, sobrevivendo não sei por que na sacristia da igreja de um modesto arraial mineiro. Os varais, conformes à
moda bizarra do tempo, terminavam em cabeças de dragões com as faces abertas e sanguentas e os olhos com uma
expressão de ferocidade estúpida. O forro de cima formava um pequeno docel de torno senhorial; e o ouro velho do
damasco que alcatifava também os dois assentos fronteiriços não tem igual nas casas de modas de agora.
Qual das matronas de Ouro Preto, ou das cidades que como esta alcançam mais de um século, não terá visto,
ou pelo menos ouvido falar com insistência, quando meninas, nas cadeirinhas conduzidas por lacaios de libré, onde as
moçoilas e as damas de outrora se faziam delicadamente transportar?
Quem não fará reviver na imaginação uma das cenas galantes da cortesia antiga em que, através da portinhola
cortada de caprichosos lavares de talha, passava um rostozinho enrubescido e dois olhos de veludo a pousarem de leve
sobre o cavalheiro de espadim com quem a misteriosa dama cruzava na passagem?
Também, ó pobre cadeirinha, lá terias o teu dia de caiporisnio: havia de chegar a hora em que, em vez dos
saltos vermelhos de um sapatinho de cetim calçando um pezinho delicado, teu fundo fosse calcado pela chanca
esparramada de alguma cetácea obesa e tabaquista. [...]
Nem foram desses os teus piores dias, ó saudosa cadeirinha! Já pelos anos de tua velhice, quando, como agora,
sobrevivias ao teu belo tempo passado, quando, perdidos teus antigos donos, alguém se lembrou de carregar-te para a
sacristia da igreja, não te davam outro serviço que não o de transportares, como esquife, cadáveres de anjinhos pobres
ao cemitério, ou semelhante às macas das ambulâncias militares, o de conduzires ao hospital feridos ou enfermos
desvalidos.
Que cruel vingança não toma aquela época longínqua por lhe teres sobrevivido! Coisa inteiramente fora da
moda, o contraste flagrante que formas com o mundo circundante é uma prova evidente de tua próxima eliminação, ó
velha cadeirinha dos tempos mortos!
Mas é assim a vida: as espécies, como os indivíduos, vão desaparecendo ou se transformando em outras
espécies e em outros indivíduos mais perfeitos, mais complicados, mais aptos para o meio atual, porém muito menos
grandiosos que os passados. Que figura faria o elefante de hoje, resto exótico da fauna terciária, ao lado do megatério?
A de um filhote deste. E, no entanto, bem cedo, talvez nos nossos dias, desaparecerá o elefante, por já estar em
desarmonia com a fauna atual, por constituir já aquele doloroso contraste de que falamos acima e que é o primeiro
sintoma da próxima eliminação do grande paquiderme. Parece que o progresso marcha para a dispersão, a
desagregação e o formigamento. Um grande organismo tomba e se decompõe e vai formar uma Inumerável quantidade
de seres ávidos de vida. A morte, essa grande ilusão humana, o início daquela dispersão, ou antes a fonte de muitas
vidas. E que grande consoladora!
Lembra-me ter visto, há tempos, um octogenário de passo trôpego e cara rapada passeando em trajes
domingueiros a pedir uma caricia ao sol. Dirigi-lhe a palavra e detivemo-nos largo espaço a falar dos costumes, das
coisas e dos homens de outro tempo. Nisso surpreendeu-nos um magote de garotos que escaramuçou o velho a vaias.
O pobre do ancião já ia seguindo seu caminho quando o abordou a meninada; não apressou o passo nem perdeu aquela
serenidade de quem já tinha domado as fúrias das paixões com o vencer os anos. Vi-o ainda voltar-se com o rosto
engelhado numa risada tristíssima, a comprida japona abanando ao vento e dizer, em tom de convicção profunda: “Ai
dos velhos, se não fosse a morte!" Parecia uma banalidade, mas não era senão o apelo supremo, a prece fervente que
esse exilado fazia a Deus para que pusesse termo ao seu exílio, onde ele estava fora dos seus amigos, dos seus
costumes, de tudo quanto lhe podia falar ao coração. [...]
Por que, pois, a pobre cadeirinha, esse mimo de graça, esse traste casquilho, essa fiel companheira da vida de
sociedade, da vida palaciana, da vida de corte com seus apuros e suas intrigas, suas vinganças pequeninas, seus
amores, todavia sobrevive e por que a não pôs em pedaços um braço robusto empunhando um machado benfazejo? Ao
menos evitaria esse dolorosíssimo ridículo, essa exposição indecorosa de nudez de velha!
Já tiveste dias de glória, cadeirinha de outros tempos! Pois bem: desaparece agora, vai ao fogo e pede que te
reduza a cinzas! É mil vezes preferível a essa decadência em que te achas e até mesmo à hipótese mais lisonjeira de te
perpetuarem num museu. Deves preferir a paz do aniquilamento à glória de figurares numa coleção de objetos antigos,
exposta à curiosidade dos papalvos e às lorpas considerações dos burgueses, mofada e tristonha. Morre, desaparece,
que talvez – por que não? – a tua dona mais gentil, aquela para quem tuas alcatifas tinham mais delicada carícia ao
receber-lhe o corpinho mimoso, aquela que recendia um perfume longínquo de roseira do Chiraz te conduza para
alguma região ideal, dourada e fugidia, inacessível aos homens... [...].

ARINOS, Affonso. Pelo Sertão. Minas Gerais: Itatiaia, 1981. (Texto adaptado)

10 Assinale a opção que apresenta a correta função sintática do termo destacado.


a) "[...] Que figura faria o elefante de hoje, resto exótico da fauna terciária, ao lado do megatério? (12º parágrafo) -
objeto direto.
b) "Naquele fundo de sacristia, escondida ou arredada como se fora uma imagem quebrada cuja ausência do altar o
decoro do culto exige, encontrei a cadeirinha azul, [...]" (1º parágrafo) - predicativo do sujeito.
c) "[...] tinha um ar desdenhoso e fatigado de fidalga elegante para quem os requintes da etiqueta e galanteios dos
salões são já coisas velhas e comezinhas." (1º parágrafo) - predicativo do objeto.
d) "[...] Deves preferir a paz do aniquilamento à glória de figurares numa coleção de objetos antigos, [...]" (15º parágrafo)
- complemento nominal.
e) "Representava cada qual uma dama do antigo regime." (1º parágrafo) - sujeito.

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