05 - Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo - Lista Complementar

Pacotes
2024
AULA 05
Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo – Lista Complementar
Professora Luana Signorelli
65
Profa. Luana Signorelli
Lista Complementar de Questões – Parnasianismo, Simbolismo

e Pré-Modernismo
Lista Complementar sem Comentários
1. (Estratégia Militares 2021 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – 3º Provão de Bolsas
EsPCEx) Acerca do Parnasianismo, assinale a alternativa correta sobre as suas características, autores
e obras.
a) Apresenta traços em comum com o Neoclassicismo, como a valorização pela paganismo
representado pela mitologia greco-romana.
b) É um movimento literário que marca o retorno pelo interesse aos latinismos árcades, como "carpe
diem" e "fugere urbem".
c) Foi uma vanguarda artística do fim do século XIX, utilizada por Raul Pompeia, em "O Ateneu", na
representação distorcida de Aristarco.
d) O principal autor foi Alberto de Oliveira, que escreveu a obra "Tarde", um conjunto de poemas sobre
o decadentismo do fim de século.
e) O lema desse movimento foi "ridendo castigat mores" (rindo, corrigem-se os costumes), que
simbolizava seu lado tragicômico.
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EsPCEx) Entre as obras pré-modernistas abaixo, assinale aquela que trata diretamente da figura
histórica de Floriano Peixoto, Ministro da Guerra do Brasil e segundo presidente.
a) "Canaã", de Graça Aranha.
b) "Os sertões", de Euclides da Cunha.
c) "Urupês", de Monteiro Lobato.
d) "Triste fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto.
e) "Eu", de Augusto dos Anjos.
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EsPCEx) Leia a estrofe abaixo para responder ao que se pede.
"Quisera ser a serpe veludosa

Para, enroscada em múltiplos novelos,
Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa
E babujá-los e depois mordê-los..."
AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 2

LISTA COMPLEMENTAR
Entre as características simbolistas abaixo, as que são mais evidentes a partir da análise literária do
trecho são as seguintes:
a) musicalidade e catacreses.
b) subjetividade e metáforas.
c) erotismo e aliterações.
d) objetividade e ironia.
e) crítica e metalinguagem.
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EsPCEx) Quanto ao Simbolismo no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) Poetas como Cruz e Souza e Alphonsus Guimaraens foram importantes pela contestação da ordem.
b) O poema "Catedral" de Alphonsus Guimaraens é conhecido pelas aliterações e pelo culto religioso.
c) O livro "Flores do mal" de Charles Baudelaire é símbolo do decadentismo e abandono do idealismo.
d) O poema "Ismália" de Raimundo Correia simboliza uma mulher que se suicida e depois se torna anjo.
e) A obra "Missal" de Cruz e Sousa consiste em uma reunião de textos escritos em prosa poética.
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5. (Estratégia Militares 2021 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Último Provão de Bolsas
EsPCEx) Um dos temas parnasianos é a representação de cenas do cotidiano, como a descrição de
vasos, estátuas e objetos, até mesmo de maneira minuciosa. Usando isso como critério, assinale entre
as opções abaixo a que NÃO é parnasiana.
a) "Esta de áureos relevos, trabalhada /De divas mãos, brilhante copa, um dia, /Já de aos deuses servir
como cansada, /Vinda do Olimpo, a um novo deus servia."
b) "Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, /Casualmente, uma vez, de um perfumado /Contador sobre o
mármor luzidio /Entre um leque e o começo de um bordado."
c) "Ó Musa, cujo olhar de pedra, que não chora, /Gela o sorriso ao lábio e as lágrimas estanca! /Dá-me
que eu vá contigo, em liberdade franca, /Por esse grande espaço onde o impassível mora."
d) "No vaso impuro corrompeu-se o néctar, /A argila da existência desbotou-me... /O sol de tua glória
abriu-me as pálpebras, /Da nódoa das paixões purificou-me!"
e) "Aqui, perpétuo dia ardente e louro /Fulgura; e, na torrente e na cascata, /A água alardeia toda a
sua prata, /E os laranjais e o sol todo o seu ouro..."
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6. (Estratégia Militares 2020 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – SPRINT EsPCEx 2021)

LISTA COMPLEMENTAR
“Aceitemos o labéu, e corrompamos de cabeça erguida o idioma luso, na certeza de estarmos a

elaborar obra magnífica.”
(Monteiro Lobato, “A Língua Brasileira”)
Nesse trecho, verifica-se uma postura de

a) submissão à metrópole europeia.
b) resignação diante da colonização.
c) mero sentimentalismo exacerbado.
d) representação do indígena brasileiro.
e) afirmação de uma identidade nacional.
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TRISTEZA
Ai! quanta vez – pendida a fronte fria
– Coberta cedo do cismar p'los rastros _
Deixo minh'alma, na asa da poesia,
Erguer-se ardente em divinal magia
À luminosa solidão dos astros!...
Infeliz mártir de fatais amores

Se ergue – sublime – em colossal anseio,
Do alto infinito aos siderais fulgores
E vai chorar de terra atroz as dores
Lá das estrelas no rosado seio!
CUNHA, Euclides da. Ondas e Outros Poemas Esparsos.
Disponível em: https://tinyurl.com/y55o87m9. Acesso em: 30 jul. 2020.
Euclides da Cunha, nesse poema, compartilha de um traço com seu contemporâneo Augusto dos Anjos,
no sentido de
a) expressar uma visão de mundo desiludida.
b) ressaltar uma paisagem pastoril e bucólica.
c) criticar os costumes burgueses da sociedade.
d) retomar valores românticos condoreiros.
e) vislumbrar o fracasso da ciência moderna.
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“Determinou-a incidente desvalioso.

LISTA COMPLEMENTAR
Antônio Conselheiro adquirira em Juazeiro certa quantidade de madeiras, que não podiam
fornecer-lhes as caatingas paupérrimas de Canudos. Contratara o negócio com um dos representantes
da autoridade daquela cidade. Mas ao terminar o prazo ajustado para o recebimento do material, que
se aplicaria no remate da igreja nova, não lho entregaram. Tudo denuncia o distrato foi adrede feito,
visando rompimento anelado”.
CUNHA, Euclides. Os sertões. 39. ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora; Publifolha, 2000 (p. 186).
Das partes que compõem a obra “Os sertões”, pode-se afirmar que o excerto foi extraído de:
a) A terra.
b) O homem.
c) A luta.
d) A verdade.
e) O embuste.
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Os militares estavam contentes, especialmente os pequenos, os alferes, os tenentes e os capitães.

Para a maioria a satisfação vinha da convicção de que iam estender a sua autoridade sobre o pelotão
e a companhia, a todo esse rebanho de civis; mas, em outros muitos havia sentimento mais puro,
desinteresse e sinceridade. Eram os adeptos desse nefasto e hipócrita positivismo, um pedantismo
tirânico, limitado e estreito, que justificava todas as violências, todos os assassínios, todas as
ferocidades em nome da manutenção da ordem, condição necessária, lá diz ele, ao progresso e
também ao advento do regime normal, a religião da humanidade, a adoração do grão-fetiche, com
fanhosas músicas de cornetins e versos detestáveis, o paraíso enfim, com inscrições em escritura
fonética e eleitos calçados com sapatos de sola de borracha!...
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/wn3taa3. Acesso em: 30 jul. 2020.
Nesse trecho, há uma crítica a um pensamento do final do século XIX. Nesse sentido, o termo destacado
pode ser compreendido como
a) crença desobstruída de valores nacionais orientados para o progresso científico.
b) paraíso terreno, em que os personagens criavam uma imagem à semelhança de Deus.
c) crítica ao sistema de produção capitalista cujo consumismo é exacerbado.
d) método de acepção filosófica criada por pensadores alemães como Max Weber.
e) justificação para tudo o que acontece, pois para tudo deve haver uma causa pré-determinada.
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Personagem de Monteiro Lobato que representou o traço típico pré-modernista do regionalismo foi:
a) Emília.

LISTA COMPLEMENTAR
b) Diadorim.
c) Fabiano.
d) Marquês de Sabugosa.
e) Jeca Tatu.
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– Que será de mim, meu Deus?

Se "ele" a abandonasse, ela estava completamente desmoralizada, sem esperança de remissão,
de salvação, de resgate... Moça, na flor da idade, cheia de vida, seria como aquele céu belo,
sedutoramente iluminado pelas estrelas, que também tinha ao lado de tanta beleza, de tanta luz, de
não sabia que sublime poesia, aquela mancha negra como carvão. Cassi a teria de fato abandonado?
Ela não podia crer, embora há quase dez dias não a viesse ver. Se ele a abandonasse - o que seria dela?
Veio-lhe então perguntar a si mesma como se entregou. Como foi que ela se deixou perder
definitivamente?
BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/y5p3b43t. Acesso em: 30 jul. 2020.
Considerando as imagens da mulher nas manifestações literárias, pode-se inferir do trecho acima que
Clara dos Anjos
a) é bem resolvida e planeja um casamento.
b) sofre por um amor não correspondido.
c) foi retratada de maneira inatingível e casta.
d) pede conselhos para a sua própria mãe.
e) prepara-se para o retorno do namorado.
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MONÓLOGO DE UMA SOMBRA

Sou uma Sombra! Venho de outras eras,
Do cosmopolitismo das moneras...
Pólipo de recônditas reentrâncias,
Larva de caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Da substância de todas as substâncias!
ANJOS, Augusto. Eu. Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://tinyurl.com/ybtwrbj6.
Acesso em: 30 jul. 2020.
Entre os traços estilísticos constatados no poema acima, o que se destaca é

a) análise aguda do contexto social e político do país.

LISTA COMPLEMENTAR
b) linguagem que se aproxima mais do falar popular.

c) polifonia abordando vários pontos de vista.
d) o vocabulário ligado às ciências exatas e biológicas.
e) coletivização dos conhecimentos educacionais.
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“Desce por fim sobre o meu coração

O olvido. Irrevocável. Absoluto.
Envolve-o grave como véu de luto.
Podes, corpo, ir dormir no teu caixão.”
Os versos são
a) simbolistas e irregulares.
b) parnasianos e regulares.
c) árcades e regulares.
d) realistas e irregulares.
e) naturalistas e irregulares.
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Só eu, numa suprema hora de spleen, de esgotamento de forças psíquicas, em que me falte
extensamente o humor – essa bondade hilariante do Espírito – te idolatro e procuro, ó lascivo Feio!
que da luxúria pantagruélica dos vermes devoras na treva os sonhos – porque não os podes alimentar,
nem ver florir, nem crescer! Sem que a diabólica verdade flagrante esteja a rir de teu amor e a pintar
picarescamente caricaturas na quase apagada perspectiva da tua existência.
SOUZA, Cruz e. Missal. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/y6weu5dp. Acesso em: 30 jul. 2020.
O termo destacado assinala uma visão de mundo adotada pelos simbolistas, em que se concebe
a) a esperança.
b) a revolução.
c) o tédio.
d) a anarquia.
e) o inovador.
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Associe as informações da primeira coluna com as da segunda.

LISTA COMPLEMENTAR
(1) Olavo Bilac Sua obra está ligada ao misticismo e à religiosidade, tendo
escrito “A catedral”.
(2) Alberto de Oliveira Uma de suas obras mais importantes é “Vaso grego”,
focado principalmente na descrição de um objeto.
(3) Cruz e Souza Considerado um dos primeiros escritores negros
brasileiros, escreveu Missal e Broquéis.
(4) Alphonsus Guimaraens Escreveu o soneto “Língua Portuguesa” e também foi
autor do Hino à Bandeira.
A sequência de itens corretos é:

a) 2 – 1 – 3 – 4
b) 2 – 4 – 3 – 1
c) 4 – 3 – 2 – 1
d) 4 – 2 – 3 – 1
e) 4 – 2 – 1 – 3
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Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
GUIMARAENS, Alphonsus. Ismália. Disponível em: https://tinyurl.com/65pbo3. Acesso em: 1º ago. 2020.
Assinale a alternativa que traga a associação correta.

a) Em “Quando Ismália enlouqueceu”, o conectivo destacado denota tempo determinado.
b) O eu lírico deseja salvar Ismália de se jogar no mar, pedindo para que ela cante.
c) O poema é centrado em imagens de paz, conciliação e redenção.
d) A figura de linguagem predominante no texto são as hipérboles.
e) Um dos recursos expressivos do texto é a repetição.
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LISTA COMPLEMENTAR
Quanto ao Simbolismo europeu, julgue os itens a seguir.
I. Camilo Pessanha é um simbolista português que escreveu Clepsidra.

II. Charles Baudelaire e Stephane Mallarmé foram poetas malditos.
III. O decadentismo refletia o pessimismo do fim de século.

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I, II e III.
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Quanto ao Simbolismo brasileiro, julgue os itens a seguir.
I. Alphonsus Guimarães escreveu “O seminarista”.

II. Em “Violões que choram”, a musicalidade reside também no tema.
III. Olavo Bilac foi seu principal representante.

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I, II e III.
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Leia as estrofes abaixo para responder à questão.
“Infinitos espíritos dispersos,

Inefáveis, edênicos, aéreos
Fecundai o Mistério destes versos,
Com a chama ideal de todos os mistérios.
Do Sonho as mais azuis diafaneidades

Que fuljam, que na Estrofe se levantem

LISTA COMPLEMENTAR
E as emoções, todas as castidades

Da alma do Verso, pelos versos cantem.”
Nesse trecho, são observadas algumas das principais marcas simbolistas, que são:
a) catacreses e retrato do vago imaterial.
b) personificações e nativismo simplista.
c) assonâncias e crítica ácida à burguesia.
d) sinestesias e primazia da racionalidade.
e) aliterações e valorização do plano onírico.
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Poema simbolista em que a mulher perde o senso da realidade e enlouquece; em seguida, mostra-se
indecisa entre o terreno e o celeste, mas por fim acaba se suicidando:
a) “Missal”.
b) “As pombas”.
c) “Musa impassível”.
d) “A catetral”.
e) “Ismália”.
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Obra que introduziu o Parnasianismo no Brasil foi:
a) “Poesias” de Olavo Bilac.
b) “Fanfarras” de Teófilo Dias.
c) “Broquéis” de Cruz e Sousa.
d) “Suspiros poéticos e saudade” de Gonçalves de Magalhães.
e) “Memórias póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis.
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Leve em consideração o poema a seguir.
O PIOR DOS MALES

Baixando à Terra, o cofre em que guardados
Vinham os Males, indiscreta abria
Pandora. E eis deles desencadeados
À luz, o negro bando aparecia.

LISTA COMPLEMENTAR
O Ódio, a Inveja, a Vingança, a Hipocrisia,

Todos os Vícios, todos os Pecados
Dali voaram. E desde aquele dia
Os homens se fizeram desgraçados.
Mas a Esperança, do maldito cofre

Deixara-se ficar presa no fundo,
Que é última a ficar na angústia humana...
Por que não voou também? Para quem sofre

Ela é o pior dos males que há no mundo,
Pois dentre os males é o que mais engana.
Quanto ao soneto apresentado é correto afirmar que

a) no estado de espírito do eu lírico há vestígio de frustração e, depois de uma desilusão amorosa,
dirige-se à musa pedindo por auxílio.
b) o desespero do ser humano é um laivo simbolista, cuja desesperança conduz o indivíduo ao desvario,
sem possibilidade de conciliação.
c) a presença da figura mitológica de Pandora faz com que o texto se enquadre na estética neoclássica,
já que predomina a harmonia do início ao fim do texto.
d) malgrado o aparente pessimismo das primeiras estrofes ele consegue ser neutralizado nos tercetos,
pois o eu lírico fornece uma via possível de solução para os problemas humanos.
e) a chave de ouro expressa uma pacificação entre as forças opostas no mundo, sendo que o eu lírico
se certifica do destino auspicioso.
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Leve em consideração a estrofe abaixo para responder à questão.
Vive dentro de mim, como num rio,

Uma linda mulher, esquiva e rara,
Num borbulhar de argênteos flocos, Iara
De cabeleira de ouro e corpo frio.
A principal característica parnasiana nesse poema é:

a) rigor formal a partir do uso de decassílabos.
b) perfeccionismo por meio de rimas pobres.
c) cientificismo mediante descrição exata.
d) mitologia greco-latina por causa do folclore.
e) descrição objetiva via personificação.
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LISTA COMPLEMENTAR
Os simbolistas eram considerados os poetas malditos, já que não mais compartilhavam do entusiasmo
com a ciência que vigorava em seus precursores. Há várias reações no movimento, como rebeldia e
adoção de um modo de vida boêmio. Todos os versos abaixo indicam FUGA DA REALIDADE, com
EXCEÇÃO de:
a) “A mão que afaga é a mesma que apedreja. /Se alguém causa inda pena a tua chaga, /Apedreja essa
mão vil que te afaga, /Escarra nessa boca que te beija!”
b) “Ai! Como bom para nós dois seria /Se o bom Deus, dessas lendas milagrosas, / Cheio de amor, nos
concedesse um dia/ Dois brancos pares de asas vaporosas!”
c) “As Águias imortais da Fantasia /Deram-te as asas e a serenidade /Para galgar, subir a Imensidade
/Onde o clarão de tantos sóis radia.”
d) “Quando Ismália enlouqueceu, /Pôs-se na torre a sonhar... (...) As asas que Deus lhe deu /Ruflaram
de par em par... /Sua alma subiu ao céu, /Seu corpo desceu ao mar...”
e) “Sombra de névoa tênue e esvaecida, / E que o destino amargo, triste e forte, /Impele brutalmente
para a morte! /Alma de luto sempre incompreendida!...”
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Fizeram parte do agrupamento de prosadores pré-modernistas brasileiros, SALVO:
a) Lima Barreto.
b) Júlia Lopes de Almeida.
c) Augusto dos Anjos.
d) Monteiro Lobato.
e) Euclides da Cunha.
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Movimento que se predispôs a recuperar o interesse pela realidade, algo que havia caído em desuso,
por causa de reações como pessimismo e frustração. Entre os fatos históricos privilegiados pelos
escritores, estavam Primeira República e a imigração de várias nacionalidades.
a) Realismo.
b) Simbolismo.
c) Parnasianismo.
d) Pré-Modernismo.
e) Modernismo.
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LISTA COMPLEMENTAR
Quanto aos movimentos de transição do século XIX para o início do XX, associe as informações da
primeira coluna com as da segunda.
(1) Simbolismo Até podia haver nos poemas temas históricos, mas a preocupação
continuava sendo com a forma, pois o patriotismo costumava assumir
sentido idealista e heroicizado, marcando a visão superiora dessa
estética.
(2) Parnasianismo Foi a manifestação literária mais importante em Portugal no período,
sendo que os escritores principais foram Florbela Espanca, Camilo
Pessanha e Eugênio de Castro, e o que os une é a perspectiva soturna
da realidade.
(3) Pré-Modernismo Movimento exclusivamente brasileiro, o qual assinalou a posição
intelectual intermediária entre as vertentes passadistas e
conservadoras e agora o reconhecimento da cultura popular.
A ordem correta é:
a) 1 – 2 – 3
b) 2 – 1 – 3
c) 2 – 3 – 1
d) 3 – 2 – 1
e) 3 – 1 – 2
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Leia a estrofe abaixo para responder à questão.
Tal como Pigmalião, a minha ideia

Visto na pedra: talho-a, domo-a, bato-a;
E ante os meus olhos e a vaidade fátua
Surge, formosa e nua, Galateia.
Examinando as características do texto, é possível reconhecer nele exemplos da escola

a) parnasiana.
b) simbolista.
c) romântica.
d) barroca.
e) árcade.
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LISTA COMPLEMENTAR
O Pré-Modernismo representa uma ponte entre os movimentos do fim do século XIX e a Semana de
Arte Moderna. Nesse sentido, o romance “Canaã” (1901) de Graça Aranha é um ótimo representativo
disso, porque:
a) hesita em assumir uma perspectiva clara, ora defendendo a protagonistas, Dona Inácia, uma
bondosa senhora, ora criticando sua criada principal pelo desleixo.
b) assinala uma crítica ao nacionalismo exacerbado do protagonista, que se sente traído pela figura de
Floriano Peixoto, pois chegou a apoiá-lo em um primeiro momento, porém foi preso pelo mesmo.
c) marca o fim do romance histórico, porque depois da frustração do protagonista, Cassi Jones, não há
mais interesse pelo passado nacional e agora tudo se volta para a cultura popular.
d) representa a imigração alemã a partir de dois personagens com pontos de vista diferentes, sendo
que Milkau é liberal e sonhador, ao passo que Lentz é aristocrata e prussiano.
e) registra a luta entre dois irmãos míticos, Pedro e Paulo, que acabam por encarnar o destino nacional
por defenderem a República e a Monarquia respectivamente.
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Leia o trecho abaixo para responder à questão.
Intentamos esboçar, palidamente embora, ante o olhar de futuros historiadores, os traços atuais
mais expressivos das sub-raças sertanejas do Brasil. E fazêmo-lo porque a sua instabilidade de
complexos de fatores múltiplos e diversamente combinados, aliada às vicissitudes históricas e
deplorável situação mental em que jazem, as tomam talvez efêmeras, destinadas a próximo
desaparecimento ante as exigências crescentes da civilização e a concorrência material intensiva das
correntes migratórias que começam a invadir profundamente a nossa terra.
Por conta de alguns aspectos como o racismo científico e o regionalismo, essa pode ser considerada
como a nota preliminar da obra:
a) “Os sertões”, de Euclides da Cunha.
b) “O cortiço”, de Aluísio de Azevedo.
c) “Urupês”, de Monteiro Lobato.
d) “O ermitão de Muquém,” de Bernardo de Guimarães.
e) “Dona Mystica”, de Guimarães Rosa.
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Leia o trecho do poema a seguir para responder ao que se pede.
Ó minha amante, eu quero a volúpia vermelha

LISTA COMPLEMENTAR
Nos teus braços febris receber sobre a boca;

Minh'alma, que ao calor dos teus lábios se engelha
E morre, há de cantar perdidamente louca.
Alphonsus de Guimaraens é um poeta enquadrado no Simbolismo, mas que nesse poema apresenta
ligação com outro movimento, que é o:
a) Realismo, pela crítica da realidade imediata.
b) Romantismo, por causa do furor sentimental.
c) Pré-Modernismo, pois o considerava ultrapassado.
d) Parnasianismo, por valorizar a aura mitológica.
e) Byronismo, pela defesa do uso de entorpecentes.
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Resumindo os lemas dos movimentos de transição do século XIX para o início do XX, o que melhor se
aplica é:
a) Parnasianismo: frialdade inorgânica; Simbolismo: sonho vago e etéreo; Pré-Modernismo:
vanguardas.
b) Parnasianismo: metalinguagem; Simbolismo: misticismo e musicalidade; Pré-Modernismo: arte pela
arte.
c) Parnasianismo: esteticismo; Simbolismo; arte pela arte; Pré-Modernismo: cientificismo.
d) Parnasianismo: formalismo; Simbolismo: materialismo científico; Pré-Modernismo: apelo racional.
e) Parnasianismo: arte pela arte; Simbolismo: sombra tênue e esvanecida; Pré-Modernismo: mistura
de estilos.
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Embora a prosa pré-modernista valorizasse a linguagem popular, a poesia do mesmo movimento
assume-se técnica, até mesmo empregando vocabulário específico de algumas áreas do conhecimento,
como as ciências. Nesse caso, a partir dessa característica, é possível classificar como pré-modernistas
os versos:
a) “Tua boca voraz se farta e ceva /Na carne e espalhas o terror maldito, /O grito humano, o doloroso
grito /Que um vento estranho para és limbos leva.”
b) “Sobre um trono de mármore sombrio, /Em templo escuro, há muito abandonado, /Em seu grande
silêncio, austero e frio /Um ídolo de gesso está sentado.”
c) “Eu, filho do carbono e do amoníaco, /Monstro de escuridão e rutilância, /Sofro, desde a epigénesis
da infância, /A influência má dos signos do zodíaco.”

LISTA COMPLEMENTAR
d) “Imagens que passais pela retina /Dos meus olhos, porque não vos fixais? /Que passais como a água
cristalina /Por uma fonte para nunca mais!...”
e) “Quem volta da região assustadora /De onde eu venho, revendo, inda na mente, /Muitas cenas do
drama comovente /De guerra despiedada e aterradora.”
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34. (Estratégia Militares 2021 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Premonição EsPCEx
2022) O Simbolismo é um movimento literário de transição do século XIX para o início do XX. Associe
os trechos da coluna A com as análises na coluna B.
(1) “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras /De A dor e o sofrimento se expressam na
luares, de neves, de neblinas!... /Ó Formas sensualidade da experiência vivida, o que
vagas, fluidas, cristalinas... /Incensos dos contribui para ressaltar a subjetividade do eu
turíbulos das aras..”. lírico, expressando sua sentimentalidade.
(2) Nessas radiantes e profundas guerras... /As O sagrado feminino considera a mulher como
minhas carnes se dilaceraram /E vão, das llusões ser divino e supremo. Ismália, mulher que
que flamejaram, /Com o próprio sangue enlouqueceu, suicida-se, aproximando-se do
fecundando as terras... plano celeste.
(3) “E como um anjo pendeu /As asas para voar... A sinestesia é endossada pela mistura dos
/Queria a lua do céu, /Queria a lua do mar... /As sentidos da visão e do olfato, bem como há
asas que Deus lhe deu /Ruflaram de par em presença de aliteração por causa da repetição
par...” de plurais.
A sequência correta é:
a) 1 – 2 – 3
b) 1 – 3 – 2
c) 3 – 1 – 2
d) 2 – 3 – 1
e) 2 – 1 – 3
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35. (ITA – 2013) O poema abaixo traz a seguinte característica da escola literária em que se insere:
Violões que Choram...

Cruz e Sousa
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,

LISTA COMPLEMENTAR
bocas murmurejantes de lamento.
Noites de além, remotas, que eu recordo,

noites de solidão, noites remotas
que nos azuis da Fantasia bordo,
vou constelando de visões ignotas.
Sutis palpitações à luz da lua,

anseio dos momentos mais saudosos,
quando lá choram na deserta rua
as cordas vivas dos violões chorosos.
[...]
a) tendência à morbidez.
b) lirismo sentimental e intimista.
c) precisão vocabular e economia verbal.
d) depuração formal e destaque para a sensualidade feminina.
e) registro da realidade através da percepção sensorial do poeta.
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36. (ITA – 2003)
Gosto de sentir a minha língua roçar

A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala, Mangueira!
Flor do Lácio, Sambódromo
Lusamérica, latim em pó.
O que quer
O que pode
Esta língua?
(...)

LISTA COMPLEMENTAR
A expressão “Flor do Lácio” também faz parte de um famoso poema da Literatura Brasileira, intitulado
“Língua Portuguesa”, produzido na segunda metade do século XIX. Assinale a alternativa que apresenta
características pertencentes ao estilo da época em que foi produzido esse poema.
a) Subjetivismo, culto da forma, arte pela arte.
b) Culto da forma, misticismo, retorno aos motivos clássicos.
c) Arte pela arte, culto da forma, retorno aos motivos clássicos.
d) Culto da forma, subjetivismo, misticismo.
e) Subjetivismo, misticismo, arte pela arte.
_____________________________________________________________________________________
37. (ITA – 2002) Assinale a alternativa que rotula adequadamente o tratamento dado ao elemento
indígena, nos romances "O Guarani", de José de Alencar, e "Triste fim de Policarpo Quaresma", de Lima
Barreto, respectivamente:
a) Nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural.
b) Idolatria nacionalista, derrotismo nacional.
c) Aversão ao colonizador, aversão ao progresso.
d) Aversão ao colonizador, derrotismo nacional.
e) Nacionalismo exaltado, aversão ao progresso.
_____________________________________________________________________________________
38. (ITA – 1998) Leia com atenção as, duas estrofes a seguir e compare-as quanto ao conteúdo e à
forma.
I
"Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo que a ninguém fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego."
II
"Do Sonho as mais azuis diafaneidades
que fuljam, que na Estrofe se levantem
e as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem."
Comparando as duas estrofes, conclui-se que:

a) I é parnasiana e II, simbolista.
b) I é simbolista e II, romântica.
c) I é árcade e II, parnasiana.
d) I e II são parnasianas.

LISTA COMPLEMENTAR
e) I e II são simbolistas.
_____________________________________________________________________________________
39. (IME – 2021) Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra

encomendado pelo jornal "A Província de São Paulo" o engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo
da Escolar Militar da Praia Vermelha (atualmente, o Instituto Militar de Engenharia), a obra "Os
Sertões" aborda os acontecimentos da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um
movimento popular messiânico e o Exército Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia.
Uma leitura obrigatória para a compreensão da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a
descoberta pelo autor de um "Brasil profundo", desconhecido pela elite intelectual e política do litoral,
e se tornou obra canônica de expressão dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, "Os
Sertões" se caracteriza pelo encontro do estilo com os conceitos científicos, que são estetizados e
transfigurados para estabelecer um novo plano de realidade humana, por meio de uma escritura
tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica adjetivação e reinvenção lexical. Após a
leitura do texto a seguir apresentado, responda às próximas 3 questões.
CAPÍTULO 3
A guerra das caatingas
Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a ciência,
perturbando-lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes — e formulam leis para a guerra,
pondo em equação as batalhas, têm definido bem o papel das florestas como agente tático precioso,
de ofensiva ou defensiva. E ririam os sábios feldmarechais — guerreiros de cujas mãos caiu o
franquisque heroico trocado pelo lápis calculista — se ouvissem a alguém que às caatingas pobres cabe
função mais definida e grave que às grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importância
para a defesa do território — orlando as fronteiras e quebrando o embate às invasões, impedindo
mobilizações rápidas e impossibilitando a translação das artilharias — se tornam de algum modo
neutras no curso das campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, aos dois beligerantes
oferecendo a ambos a mesma penumbra às emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou
todos os desdobramentos em que a estratégia desencadeia os exércitos. São uma variável nas fórmulas
do problema tenebroso da guerra, capaz dos mais opostos valores. Ao passo que as caatingas são um
aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo modo na luta. Armam-se para
o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multívias,
para o matuto que ali nasceu e cresceu.
E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível...
As caatingas não o escondem apenas, amparam-no.
Ao avistá-las, no verão, uma coluna em marcha não se surpreende. Segue pelos caminhos em
torcicolos, aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam
no inimigo. Reagindo à canícula e com o desalinho natural às marchas, prosseguem envoltos no vozear
confuso das conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais
mal sofreados.
É que nada pode assustá-los. Certo, se os adversários imprudentes com eles se afrontarem, serão
varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-ão em estilhas a um breve choque de espadas e não

LISTA COMPLEMENTAR
é crível que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E lá se vão, marchando,
tranquilamente heroicos...
De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro...
A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas,
outras, passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores,
volvem-se, impacientes, em roda. Nada veem.
Há a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras.
E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela
frente agora, irrompendo de toda a banda.
Então estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que vê e não é
visto. Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhões
constritos na vareda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um
turbilhão de balas rola estrugidoramente dentro das galhadas...
Mas constantes, longamente intervalados sempre, zunem os projéteis dos atiradores invisíveis
batendo em cheio nas fileiras.
A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicas. Destacam-se outras unidades
combatentes, escalonando-se por toda a extensão do caminho, prontas à primeira voz; — e o
comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A força, de
baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expansão irradiante de cargas. Avança com
rapidez. Os adversários parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidável da
caatinga.
As seções precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira
flexível, mas impenetrável, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que Ihes arrebata das
mãos as armas, e não vingam transpô-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. Vê-se um como rastilho de
queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os
raios do sol joeirados pelas árvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra
espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponíveis,
fervilhando espinhos...
Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm à toa, num labirinto de
galhos. Caem, presos pelos laços corredios dos quipás reptantes; ou estacam, pernas imobilizadas por
fortíssimos tentáculos. Debatem-se desesperadamente até deixarem em pedaços as fardas, entre as
garras felinas de acúleos recurvos das macambiras...
Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inúteis.
Por fim a ordem dispersa do combate faz-se a dispersão do tumulto. Atiram a esmo, sem pontaria,
numa indisciplina de fogo que vitima os próprios companheiros. Seguem reforços. Os mesmos transes
reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordem; —enquanto em torno, circulando-os,
rítmicos, fulminantes, seguros, terríveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis tio
adversário.
De repente cessam. Desaparece o inimigo que ninguém viu.
As seções voltam desfalcadas para a coluna, depois de inúteis pesquisas nas macegas. E voltam
como se saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou
perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas
urticantes; frechados de espinhos...
(...)
A luta é desigual. A força militar decai a um plano interior Batem-na o homem e a terra. E quando
o sertão estua nos bochornos dos estios longos não é difícil prever a quem cabe a vitória. Enquanto o

LISTA COMPLEMENTAR
minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente
a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui à retaguarda, fugindo ante
o deserto ameaçador e estéril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso e amigo.
(...)
A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomável. É um titã bronzeado
fazendo vacilar a marcha dos exércitos.
CUNHA, Euclides da. Os Sertões (Campanha de Canudos). 2a ed.
São Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018, p. 181-186).
De acordo com o texto, pode-se afirmar que a Guerra de Canudos foi:

a) um conflito armado entre exércitos profissionais que se enfrentaram em campo aberto.
b) uma guerra civil de soldados bem equipados e adaptados ao terreno.
c) um conflito armado assimétrico entre uma tropa de soldados e camponeses desarmados.
d) um combate contra os habitantes da região semiárida por razões exclusivamente religiosas.
e) um conflito marcado pela audácia e pela simbiose do jagunço com as condições geográficas da
região.
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40. (IME – 2021) O texto intercala os processos dissertativo-argumentativo e descritivo-narrativo. Isso

se confirma respectivamente, pelas seguintes características:
a) emprego de alusões históricas e expressão do ponto de vista do autor, economia de adjetivação.
b) utilização frequente de verbos conjugados no gerúndio; relações de anterioridade e posteridade.
c) exposição de ideias e de informações sobre o tema; relato biográfico de acontecimentos.
d) uso de aspectos do texto científico e artigo jornalístico; narrativa historiográfica.
e) preocupação com a plausibilidade e consistência teórica; necessidade de engendrar no leitor uma
disposição de agir.
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41. (IME – 2021) "Ouve-se uma voz de comando; e um turbilhão de balas rola estrugidoramente dentro
das gargalhadas". O valor semântico do vocábulo "estrugidoramente" no trecho se aproxima de:
a) violentamente.
b) ruidosamente.
c) velozmente.
d) certeiramente.
e) mortalmente.
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42. (IME – 2020) TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. O soneto XIII de Via-Láctea, coleção
publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais famoso da antologia, obra de estreia do poeta Olavo

LISTA COMPLEMENTAR
Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e a escolha da forma fixa revelam rigor formal e
estilístico caros ao movimento parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em colisão com o tema
da literatura típica do movimento, tal como concebido no continente europeu.
XIII
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto

A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
Dentre as afirmações abaixo, assinale a que é falsa em relação ao texto.

a) Há uma nítida despreocupação quanto à perda de razão por parte da voz poética que, inclusive, abre
as janelas para melhor “conversar com as estrelas”.
b) É possível falar em um movimento argumentativo no soneto que se desenvolve em forma de diálogo
com um hipotético interlocutor e conclui que só os que amam são capazes de realizar a proeza descrita.
c) A luz do dia é recebida com tristeza pela voz poética, o que deixa ver a valorização da capacidade de
entender as estrelas e, consequentemente, seu apreço pelo estado de enamoramento.
d) São versos que se eternizam pelo tema escolhido, o amor, mote universal e atemporal.
e) A invisibilidade do ser amado, que sequer é nomeado, tampouco caracterizado fisicamente, é uma
das características mais marcantes do movimento romântico, ao qual o soneto está filiado, de acordo
com a periodização literária.
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43. (IME – 2020) O vocábulo afim ao campo semântico da palavra “espanto”, empregada em “E abro
as janelas, pálido de espanto…” (verso 4), é
a) desequilíbrio.
b) tristeza.
c) euforia.

LISTA COMPLEMENTAR
d) admiração.
e) distração.
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44. (IME – 2020) É correto afirmar que a ideia principal do texto

a) sustenta que a atividade poética é a única forma de realizar uma compreensão subjetiva do mundo
e da existência.
b) expressa a concepção segundo a qual o sentimento amoroso pode ensejar uma atitude de
contemplação e êxtase diante da realidade.
c) constrói um diálogo hipotético entre o poeta e alguém para evidenciar uma forma religiosa de
experiência pessoal.
d) revela a atitude de sagacidade e de lucidez necessárias ao fazer poético.
e) exprime o ponto de vista de valorização do bom senso próprio da vida cotidiana.
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45. (IME – 2016)
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Augusto dos Anjos
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —

Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
Quanto ao poema de Augusto dos Anjos (texto 4), é coerente afirmar que
a) revela um “eu” conformado com seu destino ao traduzir um olhar depressivo sobre o homem
reduzido às leis fisiológicas.

LISTA COMPLEMENTAR
b) vai ao encontro do movimento parnasiano e da tendência geral de se pensar a poesia como a arte
de dizer o sublime, o inefável.
c) reduz as possibilidades de polissemia exigidas pela arte literária ao trazer palavras consideradas
“antipoéticas” como “carbono”, “verme” e “epigênese”.
d) resiste às classificações literárias de cunho didático por suas características formais e temáticas.
e) despreza completamente o cientificismo em voga no início do século XX.
_____________________________________________________________________________________
46. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES
AS ÁRVORES VELHAS
Olavo Bilac
Olha estas velhas árvores, — mais belas,

Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto à sombra delas

Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas...
Não choremos jamais a mocidade!

Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória da alegria e da bondade

Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Fonte: BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2003.
Assinale a opção que apresenta um sinônimo para o termo em destaque no trecho abaixo.
" Vencedoras da idade e das procelas..." (1a estrofe)
a) Recompensas.
b) Tormentas.
c) Competições.
d) Doenças.
e) Dores.
_____________________________________________________________________________________

LISTA COMPLEMENTAR
47. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) Em qual dos versos abaixo se pode identificar
o emprego de um animismo?
a) "Do que as árvores mais moças, mais amigas," (1ª estrofe)
b) "Tanto mais belas quanto mais antigas," (1ª estrofe)
c) "O homem, a fera e o inseto à sombra delas" (2ª estrofe)
d) "Não choremos jamais a mocidade!" (3ª estrofe)
e) "Como as árvores fortes envelhecem," (3ª estrofe)
_____________________________________________________________________________________
48. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) A partir das informações contidas no texto,
pode-se dizer que o soneto de Olavo Bilac tem o objetivo principal de exaltar:
a) a importância de se conservar as árvores mais velhas, uma vez que elas são fundamentais para a
manutenção do equilíbrio ambiental.
b) a estreita ligação psicológica existente entre a natureza e o ser humano, o qual pode conseguir
consolo em momentos adversos através do contato com uma árvore.
c) a alegria de se tornar mais velho, uma vez que, assim como as árvores, os seres humanos com mais
idade podem ser considerados mais úteis.
d) os mais variados benefícios oferecidos por árvores antigas, as quais fornecem o alimento e também
o abrigo necessário a seres humanos e animais.
e) o valor da experiência adquirida ao longo do tempo, já que as árvores mais velhas se tornam mais
resilientes e acolhedoras, assim como os seres humanos.
_____________________________________________________________________________________
49. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) Observe o trecho:
"Olha estas velhas árvores [...]" (1ª estrofe)
Assinale a opção que apresenta a conjugação verbal correta, se o imperativo em destaque no trecho
fosse negativo.
a) Não olha estas velhas árvores.
b) Não olhai estas velhas árvores.
c) Não olhais estas velhas árvores.
d) Não olhe estas velhas árvores.
e) Não olhes estas velhas árvores.
_____________________________________________________________________________________
50. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) Observe a 3ª estrofe do soneto de Bilac:
"Não choremos jamais a mocidade!

LISTA COMPLEMENTAR

Como as árvores fortes envelhecem,"
O tipo textual predominante nesse trecho do texto é:

a) narrativo.
b) descritivo.
c) injuntivo.
d) expositivo.
e) argumentativo.
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51. (Estratégia Vestibulares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – 3o Simulado ESA
2023) Leia a estrofe abaixo.
"Clâmides frescas, de brancuras frias,

Finíssimas dalmáticas de neve
Vestem as longas árvores sombrias,
Surgindo a Lua nebulosa e leve..."
Quanto à forma e ao conteúdo expresso observados acima, assinale o que for correto.
a) O cromatismo é uma das características visuais, bem como o recurso aliterativo é um fator sonoro,
os quais fazem da obra simbolista.
b) O uso de termos da Antiguidade Clássica, como "clâmides", faz com que o poema se enquadre no
Parnasianismo.
c) A exaltação da natureza é responsável por indicar o pastoralismo, podendo a estrofe se classificar
como árcade.
d) A menção às "árvores sombrias" é uma metáfora do apodrecimento do ser orgânico, situando essa
poesia no Pré-Modernismo.
e) O emprego do superlativo é uma hipérbole explicativa, assim como para qualificar a Lua é usado um
adjetivo ambíguo, o que são traços realistas.
_____________________________________________________________________________________
2023) O cientificismo é uma teoria do fim do século XIX que representou o entusiasmo desmesurado –
e até arriscado – quanto ao progresso científico. Nesse sentido, identifique quais são os versos que se
valeram do método científico de rigor na observação da realidade.
a) "Sentir romper do vale e a meus pés, rumorosa, /Dilatar-se e cantar a alma sonora e quente /Das
árvores, que em flor abre a manhã cheirosa, /Dos rios, onde luz todo o esplendor do Oriente".
b) "Mas que na forma se disfarce o emprego /Do esforço: e trama viva se construa /De tal modo, que
a imagem fique nua /Rica mas sóbria, como um templo grego".

LISTA COMPLEMENTAR
c) "Como se ama o calor e a luz querida, /Silêncio, e cores, e perfume, e vida, /Os pais e a pátria e a
virtude e a Deus: /Assim eu te amo, assim".
d) "Que força pôde, adstrita a embriões informes, /Tua garganta estúpida arrancar /Do segredo da
célula ovular /Para latir nas solidões enormes?!".
e) "Para dizerem milho dizem mio /Para melhor dizem mió /Para pior pió /Para telha dizem teia /Para
telhado dizem teiado /E vão fazendo telhados."
_____________________________________________________________________________________
53. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – 6o Simulado ESA 2023)
A partir da leitura do poema, responda ao que se pede.
A um Artista
Mergulha o teu olhar de fino colarista
No azul: medita um pouco, e escreve; um nada quase:
Um trecho só de prosa, uma estrofe, uma frase
Que patenteie a mão de um requintado artista.
Escreve! Molha a pena, o leve estilo enrista!

Pinta um canto do céu, uma nuvem de gaze
Solta, brilhante ao sol; e que a alma se te vaze
Na cópia dessa luz que nos deslumbra a vista.
Escreve!... Um céu ostenta o matiz da celagem

Onde erra o sol, moroso, entre vapores brancos,
Irisando, ao de leve, o verde da paisagem...
Uma ave banha ao sol o esplêndido plumacho...

Num recanto de bosque, a lamber os barrancos,
Espumeja em cachões uma cachoeira embaixo...
JÚLIA, Francisca. Poemas. Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://tinyurl.com/2j83vsve.
Acesso em: 04 maio 2022.
Todas abaixo são características parnasianas detectadas no texto acima, EXCETO:

a) mitologia greco-latina.
b) locus amoenus.
c) metalinguagem.
d) perfeccionismo.
e) descrição de paisagens.
_____________________________________________________________________________________
A estrofe a seguir é retirada de um soneto de "Panóplias", de Olavo Bilac.

LISTA COMPLEMENTAR
A Gonçalves Dias
O maracá e as flechas, o estridente

Troar da inúbia, e o canitar indiano…
E, eternizando o povo americano,
Vives eterno em teu poema ingente.
O Parnasianismo é conhecido por aspectos como formalismo e apelo metalinguístico. Não obstante, o
eu lírico
a) retrata uma vida de misérias.
b) engrandece uma figura histórica.
c) reforça o idílio da natureza.
d) enaltece a labuta da escrita.
e) rivaliza com um mestre do passado.
_____________________________________________________________________________________
55. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – 10o Simulado ESA 2023:
Geral/Aviação) Um autor que começou no Pré-Modernismo, mas depois da Semana de Arte Moderna
se converteu para o Modernismo propriamente dito foi:
a) Augusto dos Anjos.
b) Euclides da Cunha.
c) Monteiro Lobato.
d) Graça Aranha.
e) Raul Pompeia.
_____________________________________________________________________________________
56. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Simulado Inédito
Premonição ESA 2023: Geral/Aviação)
TEXTO I
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
TEXTO II
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Os trechos acima são de escolas contemporâneas entre si, mas diferentes principalmente porque:

LISTA COMPLEMENTAR
a) o Simbolismo se preocupa mais com o estilo, ao passo que o Parnasianismo com a forma.
b) o Simbolismo é um movimento mais místico, e o Parnasianismo mais católico.
c) o Simbolismo é um movimento mais objetivo, enquanto o Parnasianismo mais subjetivo.
d) o Simbolismo mescla diversas referências, sendo que o Parnasianismo é mais social.
e) o Simbolismo se inspira em experimentalismos, mas o Parnasianismo é vanguardista.
_____________________________________________________________________________________
57. (Estratégia Vestibulares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – 3o Simulado EsPCEx
2023) A partir da leitura, responda à questão.
Os seus olhos de imigrante pasciam na doce redondeza do panorama. Nessa região a terra exprime
uma harmonia perfeita no conjunto das coisas: nem o rio é largo e monstruoso precipitando-se como
espantosa torrente, nem a serra se compõe de grandes montanhas, dessas que enterram a cabeça nas
nuvens e fascinam e atraem como inspiradoras de cultos tenebrosos, convidando à morte como um
tentador abrigo... O Santa Maria é um pequeno filho das alturas, ligeiro em seu começo, depois
embaraçado longo trecho por pedras que o encachoeiram, e das quais se livra num terrível esforço,
mugindo de dor, para alcançar afinal a sua velocidade ardente e alegre. Escapa-se então por entre uma
floresta sem grandeza, insinua-se vivaz no seio de colinas torneadas e brandas, que parece entregarem-
se complacentes àquela risonha e úmida loucura... Elas por sua vez se alteiam graciosas, vestidas de
uma relva curva que suave lhes desce pelos flancos, como túnica fulva, envolvendo-as numa carícia
quente e infinita. A solidão formada pelo rio e pelos morros era naquele glorioso momento luminosa
e calma. Sobre ela não pairava a menor angústia de terror.
ARANHA, Graça. Canaã. São Paulo: Ática, 1998 (p. 11).
Entre as opções abaixo, assinale a correta.

a) A natureza está sendo personificada para veicular a angústia do personagem.
b) A descrição excessiva faz com que a linguagem se associe ao cientificismo naturalista.
c) A valorização dos recursos naturais expressa o idealismo típico do ultrarromantismo.
d) O imigrante encontra na natureza da nova terra um porto seguro em analogia com sua pátria.
e) O monte de Santa Maria representa a variedade da flora brasileira como na literatura de informação.
_____________________________________________________________________________________
2023) Leia o soneto a seguir.
Soneto de Ofélia
Lírio do val perdido na corrente,
Sigo formosa e fria entre outros lírios...
Na cabeça, uma c’roa de martírios;
Nos olhos virginais, a paz silente.
As estrelas virão acender círios

LISTA COMPLEMENTAR
No fundo deste leito, suavemente:

E a lua beijar-me-á, calma e dolente,
– A lua que abençoou os meus delírios.
Que venha o vago luar que anda nas covas

Atorçalar-me a fronte, onde vagueia
O beijo etéreo e trágico de Hamleto...
Formosa como vou, com flores novas

Beijando a minha cor de lua-cheia,
O Príncipe ter-me-á Eterno Afeto.
GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. Organização de Alphonsus de Guimaraens Filho. Introdução de
Eduardo Portella. Notas biográficas de João Alphonsus. Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1960. p. 285. (Biblioteca luso-
brasileira. Série brasileira, 20).
Este poema se estrutura na intertextualidade. Assim, a obra se insere no Simbolismo, especialmente

porque
a) o uso de duas mesóclises – uma no segundo quarteto e outra no primeiro terceto – evidencia o
requinte na linguagem, que também é marcada pela subjetividade.
b) o emprego de versos alexandrinos e rimas pobres faz com que o texto revitalize aspectos do
Classicismo, estética na qual Shakespeare se enquadra.
c) as aliterações e cadências nos versos provocam um efeito sonoro dissonante, coadunando com a
confusão mental das personagens enlouquecidas.
d) a personagem feminina entra em um inebriamento, trajando flores e se jogando na noite, o que é
ressaltado pela tragicidade de um relacionamento não resolvido.
e) a utilização da primeira pessoa no último terceto revela que o eu lírico de fato é a personagem,
manifestando um apelo metalinguístico.
_____________________________________________________________________________________
2023) Depois de ler o soneto, responda ao que se pede.
OS DOENTES
I
Como uma cascavel que se enroscava,
A cidade dos lázaros dormia...
Somente, na metrópole vazia,
Minha cabeça autônoma pensava!
Mordia-me a obsessão má de que havia,

Sob os meus pés, na terra onde eu pisava,
Um fígado doente que sangrava
E uma garganta órfã que gemia!

LISTA COMPLEMENTAR
Tentava compreender com as conceptivas

Funções do encéfalo as substâncias vivas
Que nem Spencer, nem Haeckel compreenderam...
E via em mim, coberto de desgraças,

O resultado de bilhões de raças
Que há muito desapareceram!
ANJOS, Augusto de. Eu e outras poesias. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/mu9mrfkp. Acesso em: 25 mar. 2022.
As alternativas abaixo expressam análises corretas do poema. Assim, identifique o comentário

INCORRETO.
a) O eu lírico dá a entender que ele configura uma mente pensando em meio a uma massa ignorante.
b) A intertextualidade se comprova porque o eu lírico se espelha nos naturalistas românticos.
c) A ciência de séculos passados não mais corresponde às necessidades do mundo atual.
d) Há uma preocupação quanto ao sofrimento biológico ao qual o ser humano está submetido.
e) O eu lírico se vê como síntese de um processo evolutivo do qual ele concentra em si todas as mazelas.
_____________________________________________________________________________________
2023)
Que bom dizer então bem alto ao firmamento

O que outrora jamais - homem - dizer não pude,
Da menor sensação ao máximo tormento
Quanto passa através minha existência rude!
O Parnasianismo preocupava-se com o rigor formal. Quanto aos versos do parnasiano Alberto de
Oliveira, julgue o que for correto quanto à sua composição.
a) os versos são heroicos e as rimas são emparelhadas.
b) os versos são decassílabos e as rimas são alternadas.
c) os versos são dodecassílabos e as rimas são pobres.
d) os versos são alexandrinos e as rimas são alternadas.
e) os versos são dodecassílabos e as rimas são ricas.
_____________________________________________________________________________________
61. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – 8o Simulado EsPCEx
2023)
Estiram-se então planuras vastas. Galgando-as pelos taludes, que as soerguem dando-lhes a
aparência exata de tabuleiros suspensos, topam-se, a centenas de metros, extensas áreas ampliando-
se, boleadas, pelos quadrantes, numa prolongação indefinida, de mares. É a paragem formosíssima

LISTA COMPLEMENTAR
dos campos gerais, expandida em chapadões ondulantes — grandes tablados onde campeia a
sociedade rude dos vaqueiros...
Atravessêmo-la.
CUNHA, Euclides da. Os sertões. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/487nbbzr. Acesso em: 25 jul. 2022.
O contraste entre a descrição da paisagem e do ser humano ocorre no sentido de:

a) exaltar a população local e sua crença e rebaixar a pobreza que domina o lugar.
b) enaltecer a grandeza do ambiente em detrimento do caráter de quem lá trabalha.
c) criticar a falta de políticas públicas quanto à qualidade de vida dos nativos.
d) enobrecer as pessoas da região, que parecem ter traços de heroísmo e coragem.
e) propor em tom de cautela uma advertência com as pessoas com quem queriam lutar.
_____________________________________________________________________________________
2023) Quanto à estrofe abaixo, preencha as lacunas.
Braços nervosos, brancas opulências,

Brumais brancuras, fúlgidas brancuras,
Alvuras castas, virginais alvuras,
Lactescências das raras lactescências.
O poema é ______, observando-se exacerbação de ______. A sequência correta é:

a) simbolista / hipérboles.
b) simbolista / aliterações.
c) parnasiano / metalinguagens.
d) barroco / paradoxos.
e) árcade / metáforas.
_____________________________________________________________________________________
2023) Após a leitura do soneto, responda à questão.
O PÂNTANO
Podem vê-lo, sem dor, meus semelhantes!...

Mas, para mim que a Natureza escuto,
Este pântano é o túmulo absoluto,
De todas as grandezas começantes!
Larvas desconhecidas de gigantes

Sobre o seu leito de peçonha e luto
Dormem tranquilamente o sono bruto

LISTA COMPLEMENTAR
Dos superorganismos ainda infantes!
Em sua estagnação arde uma raça,

Tragicamente, à espera de quem passa
Para abrir-lhe, às escâncaras, a porta...
E eu sinto a angústia dessa raça ardente

Condenada a esperar perpetuamente
No universo esmagado da água morta.
ANJOS, Augusto. Eu e outras poesias. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/sm4m9vbc. Acesso em: 13 ago. 2022.
O Pré-Modernismo é um período marcado pela mistura de referências e estilos. Nesse sentido,

assinale a opção correta.
a) "Mas, para mim que a Natureza escuto” = Arcadismo.
b) "Larvas desconhecidas de gigantes” = Realismo.
c) "Dos superorganismos ainda infantes!” = Condoreirismo.
d) "Condenada a esperar perpetuamente” = Determinismo.
e) "No universo esmagado da água morta.” = Simbolismo.
_____________________________________________________________________________________
64. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – 1o Provão de Bolsas
ESA) Leia o poema abaixo.
"De mãos postas, à luz de frouxos círios

Rezas para as Estrelas do Infinito,
Para os Azuis dos siderais Empíreos
Das Orações o doloroso rito."
O texto pode ser classificado como

a) realista, pela denúncia de um sofrimento que é injusto.
b) decadentista, pelo forte pessimismo do ser humano cético.
c) simbolista, pela presença de misticismo aliado à sonoridade.
d) parnasiano, pela retomada de divindades mitológicas.
e) modernista, pela crítica social contra a religião.
_____________________________________________________________________________________
EsPCEx) Quanto ao Parnasianismo/Simbolismo, julgue o que for correto.
a) Teófilo Dias é o autor de "Ismália", poema que fala sobre o suicídio de uma mulher.
b) Raimundo Correia é o maior exponente parnasiano, responsável pela autoria de "Vaso grego".
c) Cruz e Sousa iniciou o movimento simbolista no Brasil, a partir da sua obra "Evocações".
d) Por causa dos temas vagos e pelo poder da sugestão, os simbolistas foram chamados de nefelibatas.

LISTA COMPLEMENTAR
e) Almejando retomar ideais da Antiguidade Clássica, o Parnasianismo leva alcunha de Neoclassicismo.

_____________________________________________________________________________________
66. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Último Provão de
Bolsas EsPCEx)
ASTRO FRIO
Por entre celas místicas, silenciosas, lá te foste emudecer para sempre, ó harmonioso e célebre
pássaro do canto, nos pesados claustros.
Cor de rosa e de ouro na iluminada sala dos teatros, trinava para o alto inefavelmente, e, agora,
não sei por que tormentosa paixão que te desolou um dia, ficaste infinitivamente reclusa, sob os fuscos
tetos de um convento, como uma rara rosa opulenta numa estufa triste, fugindo ao sol dos prados.
Fria e muda estarás, talvez, a estas horas, ajoelhada na capela de um Cristo glacial de marfim
sagrado — branca, mais glacial e de mais branco marfim do que esse Cristo, com as níveas mãos de
cera e face também de cera macerada pelos jejuns e pelos cilícios, dentro de sombrias vestes talares
(...).
SOUSA, Cruz e. Missal. Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://tinyurl.com/3pkxmbht.
Acesso em: 13 ago. 2022.
Características que permitem esse texto ser enquadrado no Simbolismo são:

a) Espiritualidade, musicalidade e cromatismo.
b) Misticismo, mitologia e neologismos.
c) Aliterações, cristandade e onírico.
d) Subjetividade, loucura e sonho.
e) Evasão, boemia e transcendência.
_____________________________________________________________________________________
67. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Revisão por Questões
ESA 2023: Parte 2)
Quaresma ficou encantado, quando Albernaz falou em organizar uma chegança, à moda do Norte,
por ocasião do aniversário de sua praça. Em casa do general era assim: qualquer aniversário tinha a
sua festa, de forma que havia bem umas trinta por ano, não contando domingos, dias feriados e
santificados em que se dançava também.
Disponível em: https://tinyurl.com/5n6bd6e2. Acesso em: 11 ago. 2022.
O Capitão Albernaz manifesta um comportamento que pode ser caracterizado como:

a) patriota.
b) idôneo.

LISTA COMPLEMENTAR
c) bonachão.
d) enxerido.
e) oportunista.
_____________________________________________________________________________________
ESA 2023: Parte 2)
Tal a finalidade dos estames!

Mas ele viverá, rotos os liames
Dessa estranguladora lei que aperta
Todos os agregados perecíveis,
Nas eterizações indefiníveis
Da energia intra-atômica liberta!
Será calor, causa ubíqua de gozo,

Raio X, magnetismo misterioso,
Quimiotaxia, ondulação aérea,
Fonte de repulsões e de prazeres,
Sonoridade potencial dos seres,
Estrangulada dentro da matéria!
ANJOS, Augusto dos. Eu e outros poemas. Fonte: Domínio Público.
A partir da leitura, depreende-se que o eu lírico se sente

a) angustiado por causa da guerra.
b) preso ao cientificismo de seu tempo.
c) preocupado com as formas clássicas.
d) aliviado pelas descobertas racionais.
e) esperançoso com a salvação no futuro.
_____________________________________________________________________________________
69. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Premonição ESA 2023)
Carnais, sejam carnais tantos desejos,

Carnais, sejam carnais tantos anseios,
Palpitações e frêmitos e enleios,
Das harpas da emoção tantos arpejos...
A estrofe acima pode ser caracterizada como

LISTA COMPLEMENTAR
a) simbolista, pelo apelo sensualista bem como pelo uso de recursos sonoros.
b) parnasiano, pela objetividade da música sendo tocada com perfeição.
c) romântica, pela sentimentalidade que faz com que seja cometido suicídio.
d) decadentista, por revelar um modo de vida boêmio de inadequação.
e) ultrarromântico, pelo hino de louvor ao patriotismo nacional.
_____________________________________________________________________________________
2023)
O LÁZARO DA PÁTRIA
Filho podre de antigos Goitacases,

Em qualquer parte onde a cabeça ponha,
Deixa circunferências de peçonha,
Marcas oriundas de úlceras e antrazes.
Todos os cinocéfalos vorazes

Cheiram seu corpo. À noite, quando sonha,
Sente no tórax a pressão medonha
Do bruto embate férreo das tenazes.
Mostra aos montes e aos rígidos rochedos

A hedionda elefantíase dos dedos
Há um cansaço no Cosmos... Anoitece.
Riem as meretrizes no Cassino,

E o Lázaro caminha em seu destino
Para um fim que ele mesmo desconhece!
ANJOS, Augusto dos. Eu e outros poemas.
Disponível em: https://tinyurl.com/sm4m9vbc. Acesso em: 09 set. 2022.
Um verso que apresenta uma crítica direta ao Romantismo é:

a) “Filho podre de antigos Goitacases”
b) “Marcas oriundas de úlceras e antrazes.”
c) “Há um cansaço no Cosmos... Anoitece.”
d) “E o Lázaro caminha em seu destino”
e) “Para um fim que ele mesmo desconhece!”
_____________________________________________________________________________________

LISTA COMPLEMENTAR
71. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – SPRINT ESA 2023)
Autores pré-modernistas, mas cuja obra crítica e social já se confunde com características modernistas
são:
a) Lima Barreto e Júlia Lopes de Almeida.
b) Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos.
c) Lima Barreto e Augusto dos Campos.
d) Monteiro Lobato e Olavo Bilac.
e) Júlia Lopes de Almeida e Euclides da Cunha.
_____________________________________________________________________________________
72. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – SPRINT ESA 2023) A
partir da leitura do trecho, responda ao que se pede.
O ensino na Bruzundanga
Já vos falei na nobreza doutoral desse país: é lógico, portanto, que vos fale do ensino que é
ministrado nas suas escolas, donde se origina essa nobreza. Há diversas espécies de escolas, mantidas
pelo governo geral, pelos governos provinciais e por particulares. Essas últimas são chamadas
livres e as outras oficiais, mas todas elas são equiparadas entre si e seus diplomas se equivalem. Os
meninos ou rapazes, que se destinam a elas, não têm medo absolutamente das dificuldades que o
curso de qualquer delas possa apresentar. Do que eles têm medo, é dos exames preliminares.
De forma que os filhos dos poderosos fazem os pais desdobrar banca de exames, pôr em certas mesas
pessoas suas, conseguindo aprovar os pequenos em aritmética sem que ao menos saibam somar
frações, outros em francês sem que possam traduzir o mais fácil autor. Com tais manobras, conseguem
sair-se da alhada e lá se vão, cinco ou seis anos depois, ocupar gordas sinecuras com a importância de
“doutor”.
BARRETO, Lima. Os Bruzundangas. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/yc8xpbwa. Acesso em: 18 jun. 2022.
Quanto aos filhos dos poderosos na fictícia Bruzundanga, pode-se dizer que:
a) privilegiam o racionalismo e estimulam o intelecto.
b) sofrem com as desigualdades sociais no país.
c) são exímios estudiosos e conseguem bons empregos.
d) corrompem os pais para conseguir dinheiro.
e) se beneficiam do privilegiado status de família.
_____________________________________________________________________________________
Visão que a luz dos Astros louros trazes,
Papoula real tecida de neblinas
Leves, etéreas, vaporosas, finas,

LISTA COMPLEMENTAR
Com aromas de lírios e lilases.
Brancura virgem do cristal das frases,

Neve serena das regiões alpinas,
Willis juncal de mãos alabastrinas,
De fugitivas correções vivazes.
Floresces no meu Verso como o trigo,

O trigo de ouro dentre o sol floresce
E és a suprema Religião que eu sigo...
O Missal dos Missais, que resplandece,

A igreja soberana que eu bendigo
E onde murmuro a solitária prece!...
Assinale o que for correto quanto à interpretação do poema.

a) A mulher provoca sugestões religiosas, porque pretende ir ao convento, e o eu lírico tenta convencê-
la a ir com ele.
b) As cores percebidas pelo eu lírico compõem um quadro impressionista da mulher, sustendo o
sentido absoluto.
c) O eu lírico reza para que seja aceito pela mulher amada, e está disposto a fazer um pacto para ser
atendido.
d) A mulher é um ser que provoca os sentidos, como olfato e visão, arrebatando o eu lírico para o plano
transcendental.
e) O eu lírico não consegue se conter de paixão, por isso planeja um suicídio, caso a moça não perceba
o efeito que provocou.
_____________________________________________________________________________________
Acompanhe a passagem abaixo.
Quando os meninos fugiram, ele sentou-se, a segurar o pé destroncado, e só então viu diante de
si o estranho monstro de três cabeças. Sua curiosidade de sábio espicaçou-o. De que "mitologia" era
aquele monstro? Há muitas mitologias, isto é, coleção de fábulas — uma para cada civilização. Há a
mitologia grega, a mais rica de todas; há a mitologia da Índia; há a mitologia dos povos nórdicos; há
até a mitologia do Brasil, na qual vemos o Saci, o Caipora, a Mula-sem-cabeça, a Iara. Mas aquele
monstro? Em qual dessas mitologias figurava? — resolveu perguntar.
LOBATO, Monteiro. Sítio do Pica-Pau Amarelo. Fonte: Governo do Ceará.
Disponível em: https://tinyurl.com/zjvkc62s. Acesso em: 18 jun. 2022.
Mesmo constituindo literatura infantil, essa obra discute uma importante questão para a literatura,
que é:

LISTA COMPLEMENTAR
a) o exagero na representação de monstros.

b) a ficcionalização de problemas sociais.
c) a transmissão oral de saberes populares.
d) a construção do patrimônio nacional.
e) o poder de maravilhamento do mito.
_____________________________________________________________________________________
Considere o soneto abaixo.
O MISANTROPO
A boca, às vezes, o louvor escapa

E o pranto aos olhos; mas louvor e pranto
Mentem: tapa o louvor a inveja, enquanto
O pranto a vesga hipocrisia tapa.
Do louvor, com que espanto, sob a capa

Vejo tanta dobrez, ludíbrio tanto!
E o pranto em olhos vejo, com que espanto,
Que escarnecem dos mais, rindo à socapa!
Porque, desde que esse ódio atroz me veio,

Só traições vejo em cada olhar venusto?
Perfídias só em cada humano seio?
Acaso as almas poderei sem custo

Ver, perspícuo e melhor, só quando odeio?
E é preciso odiar para ser justo?!
CORREIA, Raimundo. ABL – Textos escolhidos. Disponível em: https://tinyurl.com/2p893e43.
Acesso em: 18 jun. 2022.
Se comparado com sonetos do Classicismo, essa obra se difere porque:

a) foi produzido numa época de pessimismo, destacando-se uma sociedade de aparências.
b) não há mais poesia épica, tendo se esgotado a noção de heroísmo.
c) insere-se na lógica da sociedade burguesa, que precisava achar formas de se redimir.
d) o texto volta a ser dualista, contrapondo teocentrismo e antropocentrismo nas dúvidas.
e) o eu lírico deixa se corroer pelo ódio, ao passo que o artista renascentista era equilibrado.
_____________________________________________________________________________________

LISTA COMPLEMENTAR




O soneto acima pode ser classificado como parnasiano, uma vez que
a) escracha as agruras do envelhecimento, descrevendo o processo.
b) idealiza até mesmo a velhice, usando de paisagens naturais.
c) enaltece a juventude, como nova força revolucionária.
d) sofre com a angústia existencial, não podendo evitar a própria impotência.
e) ilustra um exemplo de esgotamento mental, pois se sente cansado.
_____________________________________________________________________________________
Considere o excerto abaixo.
"Em nome do Marechal Floriano, qualquer oficial, ou mesmo cidadão, sem função pública alguma,
prendia e ai de quem caía na prisão, lá ficava esquecido, sofrendo angustiosos suplícios de uma
imaginação dominicana. Os funcionários disputavam-se em bajulação, em servilismo... Era um terror,
um terror baço, sem coragem, sangrento, às ocultas, sem grandeza, sem desculpa, sem razão e sem
responsabilidades... Houve execuções; mas não houve nunca um Fouquier-Tinville."
No que tange ao quesito da crítica à Primeira República, essa obra é um exemplo da escola:
a) árcade.
b) romântica.
c) realista.
d) pré-modernista.
e) modernista.

LISTA COMPLEMENTAR
_____________________________________________________________________________________
Todos os exemplos abaixo são simbolistas. Identifique a alternativa cuja associação não esteja correta.
a) "Tu, na emoção desse encanto doloroso e acerbo da Arte, te sentirás, um dia, velho, fatigado" =
destaca-se a perfeição do labor artístico.
b) "O céu é todo trevas: o vento uiva. /Do relâmpago a cabeleira ruiva /Vem acoitar o rosto meu" = a
aliteração imita o som da natureza.
c) "Quando Ismália enlouqueceu, /Pôs-se na torre a sonhar..." = sonho se confunde com loucura, como
zonas inconscientes.
d) "Mas, de todas as vibrações recolhidas, só me ficou, vivendo a música do som no ouvido deliciado,
a canção da tua voz" = o sentido da audição aguça a memória sentimental.
e) "Ó Cristos de ouro, de marfim, de prata, /Cristos ideais, serenos, luminosos, /Ensanguentados Cristos
dolorosos /Cuja cabeça a Dor e a Luz retrata" = a dor extrema é transcendental.
_____________________________________________________________________________________
Quanto ao Parnasianismo, marque a opção correta.
a) A arte tem que ser bela e boa, estando preferencialmente a serviço da sociedade.
b) O esteticismo valorizava temas históricos, tentando torná-los mais belos.
c) O cientificismo se reflete no rigor formal, especialmente com a métrica fixa.
d) O Monte Parnaso é uma metonímia para os artistas se sentirem únicos e superiores.
e) O movimento é uma reação ao ceticismo da época, tanto que a arte valia por si só.
_____________________________________________________________________________________
80. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – SPRINT ESA 2023) Leia
o trecho abaixo.
É que, de feito, sob o tríplice aspecto astronômico, topográfico e geológico a nenhuma se afigura
tão afeiçoada à Vida.
Transmontadas as serras, sob a linha fulgurante do trópico, veem-se, estirados para o ocidente e
norte, extensos chapadões cuja urdidura de camadas horizontais de grés argiloso, intercaladas de
emersões calcárias, ou diques de rochas eruptivas básicas, do mesmo passo lhes explica a exuberância
sem par e as áreas complanadas e vastas. A terra atrai irresistivelmente o homem, arrebatando-o na
própria correnteza dos rios que, do Iguaçu ao Tietê, traçando originalíssima rede hidrográfica, correm
da costa para os sertões, como se nascessem nos mares e canalizassem as suas energias eternas para
os recessos das matas opulentas. Rasgam facilmente aqueles estratos em traçados uniformes, sem

LISTA COMPLEMENTAR
talvegues deprimidos, e dão ao conjunto dos terrenos até além do Paraná a feição de largos plainos
ondulados, desmedidos.
Entretanto, para leste a natureza é diversa.
Disponível em: https://tinyurl.com/487nbbzr. Acesso em: 18 jun. 2022.
Ao traçar um retrato detalhado da região, o narrador pretende

a) totalizar as áreas de conhecimento.
b) dificultar o texto para o leitor iletrado.
c) demonstrar conhecimento para o imperador.
d) ser criterioso no relatório para a universidade.
e) exagerar no relato que se torna fantástico.
_____________________________________________________________________________________
partir da leitura, responda ao que se pede.
A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fundo, busto arqueado, braços compridos,
delgados, largos nos cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, estragadas pelo
reumatismo e pelo trabalho; unhas grossas, chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa
entre o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato parece dever ser áspero e espinhento;
boca descaída, numa expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o pescoço dos urubus;
dentes falhos e cariados.
ALMEIDA, Júlia Lopes de. A caolha. Disponível em: https://tinyurl.com/3hknydcd. Acesso em: 18 jun. 2022.
Júlia Lopes de Almeida é uma escritora de transição do século XIX para o início do XX, época marcada
pela mistura de estilos. O trecho supracitado, por exemplo, é marcado pelo(a):
a) dilemas moralistas, típicos do barroco.
b) idealização da heroína, característica romântica.
c) crítica da burguesia, um traço realista.
d) detalhes pormenorizados, uma técnica naturalista.
e) revisionismo histórico, expressão vanguardista.
_____________________________________________________________________________________
Após a leitura do poema a seguir, responda às próximas 2 questões.
"Quando Ismália enlouqueceu,


LISTA COMPLEMENTAR

E, no desvario seu,
E como um anjo pendeu

As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar..."
GUIMARAENS, Alphonsus. Ismália. Fonte: escritas.org.
Disponível em: https://tinyurl.com/empdbmyu. Acesso em: 25 jun. 2022.
O poema acentua uma sequência de processos que ocorrem com Ismália. Nesse sentido,
a) é uma reminiscência das princesas nos contos de fadas.
b) a embriaguez boêmia se aproxima do mal do século.
c) o luar auxilia a mulher a tomar seu banho diário.
d) os elementos da natureza são personificados.
e) ela é ajudada por Deus a chegar ao plano celeste.
_____________________________________________________________________________________
Das características simbolistas, a que NÃO se verifica no poema é:
a) Pendor misticista.
b) Musicalidade marcada.
c) Intenção onírica.
d) Força do inconsciente.
e) Presença de sinestesia.
_____________________________________________________________________________________

LISTA COMPLEMENTAR
A palavra nefelibata tem origem do grego "nephele" (nuvem). Assim, os simbolistas eram chamados
de nefelibatas, sobretudo, porque
a) defendiam o determinismo.
b) pregavam o pragmatismo.
c) almejavam transcendentalidade.
d) proporcionavam metafísica.
e) racionalizavam métodos.
_____________________________________________________________________________________
Leve em consideração a estrofe a seguir.
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.

Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
A estética do texto pode ser chamada de parnasiana, porque

a) há preocupação linguística à obediência da norma gramatical.
b) os versos são brancos, indicando um novo método de fazer poético.
c) a temática predominante é a metalinguagem, concentrando-se em si.
d) o eu lírico expressa valorização do racionalismo materialista.
e) é descrita uma cena da natureza a partir do rigor formal.
_____________________________________________________________________________________
Parnasianismo e Simbolismo são movimentos poéticos do fim do século XIX. São diferentes em muitos
aspectos, mas um traço que os aproxima é o uso de:
a) historicismo.
b) mitologia.
c) formas fixas.
d) cientificismo.
e) positivismo.
_____________________________________________________________________________________

LISTA COMPLEMENTAR
Leia a passagem abaixo para responder às próximas 2 questões.
O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o
ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes,
saudáveis e alegres. Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não
tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele "sopapo" que deixava ver a trama de varas,
como o esqueleto de um doente. Por que, ao redor dessas casas, não havia culturas, uma horta, um
pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas? E não havia gado, nem grande nem pequeno. Era raro
uma cabra, um carneiro. Por quê? Mesmo nas fazendas, o espetáculo não era mais animador. Todas
soturnas, baixas, quase sem o pomar olente e a horta suculenta. A não ser o café e um milharal, aqui e
ali, ela não pôde ver outra lavoura, outra indústria agrícola. Não podia ser preguiça só ou indolência.
Para o seu gasto, para uso próprio, o homem tem sempre energia para trabalhar. As populações mais
acusadas de preguiça, trabalham relativamente. Na África, na Índia, na Cochinchina, em toda parte, os
casais, as famílias, as tribos, plantam um pouco, algumas coisas para eles. Seria a terra? Que seria? E
todas essas questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e também a sua piedade e
simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, sorumbáticos!...
Pensou em ser homem. Se o fosse passaria ali e em outras localidades meses e anos, indagaria,
observaria e com certeza havia de encontrar o motivo e o remédio (...).
BARRETO, Lima de. Triste fim de Policarpo Quaresma. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/2p98s7md. Acesso em: 25 jun. 2022.
Olga é afilhada do Policarpo Quaresma. Nesse momento da narrativa, o romance não se concentra no
protagonista, mas sim nessa personagem secundária. O narrador chama atenção para seu caráter:
a) duvidoso, pois suas dúvidas e preocupações não são confiáveis.
b) contraditório, compadecendo-se e mostrando-se preconceituosa.
c) irônico, culpabilizando o governo pelas vulnerabilidades sociais.
d) alienado, faltando-lhe a educação erudita para o entendimento.
e) ressentido, pois desejava ser homem para que pudesse trabalhar.
_____________________________________________________________________________________
"Pensou em ser homem." Com este pensamento, Olga expressa que
a) a análise científica a leva a conhecer a gente do campo para complementar a pesquisa.
b) a submissão ao irmão a constrangia e fez com que ela buscasse refúgio no campo.
c) os julgamentos sociais a discriminam e limitam a sua movimentação.
d) o urbanismo é uma tendência pré-modernista adversa ao seu gênero.
e) as desigualdades sociais não se reduzem à oposição entre campo e cidade.
_____________________________________________________________________________________

LISTA COMPLEMENTAR
Leia o texto a seguir.
"A modinha, como as demais manifestações de arte popular existentes no país, é obra do mulato,
em cujas veias o sangue recente do europeu, rico de atavismos estéticos, borbulha de envolta com o
sangue selvagem, alegre e são do negro.
O caboclo é soturno."
LOBATO, Monteiro. Urupês. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/2udmvr8z. Acesso em: 25 jun. 2022.
Extraído da obra "Urupês" (1914), de Monteiro Lobato, essa reflexão expressa uma teoria do fim do
século XIX que é:
a) cultismo.
b) materialismo.
c) positivismo.
d) determinismo.
e) concretismo.
_____________________________________________________________________________________
O soneto a seguir é retirado da obra "Eu e outros poemas" (1911).
O CAIXÃO FANTÁSTICO
Célere ia o caixão, e, nele, inclusas,
Cinzas, caixas cranianas, cartilagens
Oriundas, como os sonhos dos selvagens,
De aberratórias abstrações abstrusas!
Nesse caixão iam, talvez as Musas,

Talvez meu Pai! Hoffmânicas viagens
Enchiam meu encéfalo de imagens
As mais contraditórias e confusas!
A energia monística do Mundo,

À meia-noite, penetrava fundo
No meu fenomenal cérebro cheio...
Era tarde! Fazia muito frio.

Na rua apenas o caixão sombrio
Ia continuando o seu passeio!
Disponível em: https://tinyurl.com/2p9ck9v3. Acesso em: 25 jun. 2022.

LISTA COMPLEMENTAR
Sendo uma obra de transição, o poema a seguir mescla características de várias escolas. Identifique a
única associação que NÃO procede.
a) Intertextualidade com os românticos.
b) Aliterações musicais simbolistas.
c) Apego ao horror mórbido ultrarromântico.
d) Menção à figura mitológica parnasiana.
e) Neologismos do esteticismo barroco.
_____________________________________________________________________________________
Leia os dois textos a seguir para responder à questão.
Texto I
Trompas do sol, borés do mar, tubas da mata,
Esfalfai-vos, rugindo, - e emudecei... Apenas,
Agora, trilem no ar, como em cristal e prata,
Rústicos tamborins e pastoris avenas
BILAC, Olavo. Sonata ao crepúsculo. In: Tarde. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/2znxe6kr. Acesso em: 25 jun. 2022.
Texto II
Por fim tudo se esgota e a situação não muda. Não há probabilidade sequer de chuvas. A casca das
marizeiras não transuda, prenunciando-as. O nordeste persiste intenso, rolando, pelas chapadas,
zunindo em prolongações uivadas na galhada estrepitante das caatingas e o Sol alastra, reverberando
no firmamento claro, os incêndios inextinguíveis da canícula. O sertanejo, assoberbado de reveses,
dobra-se afinal.
Ambos os textos foram produzidos no século XX. Não obstante, ambos

a) encerram o heroísmo romântico e prefiguram as estéticas vanguardistas.
b) preservam rigor formal no entendimento da arte pela arte e pendor metalinguístico.
c) apresentam visão de mundo conservadora, inclinando-se para doutrinas filosóficas.
d) se distanciam da linguagem popular que seria defendida pelo movimento modernista.
e) são eruditos e se valem do registro da variação linguística regional.
_____________________________________________________________________________________
92. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Viradão ESA 2023)
Entre as alternativas apresentadas, identifique a que está representando o lema parnasiano da arte
pela arte.

LISTA COMPLEMENTAR
a) “Do claustro, na paciência e no sossego, /Trabalha e teima, e lima, e sofre e sua!”

b) “Lívida a face, taciturno o aspeito, /Marco Antônio medita silencioso.”
c) “Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, /Casualmente, uma vez, de um perfumado”
d) “Trago-te flores no meu canto amigo /- Pobre grinalda com prazer tecida”
e) “Canta o Cristo de bronze do Pecado, /Ri o Cristo de bronze das luxúrias!...”
_____________________________________________________________________________________
TEXTO PARA AS PRÓXIMA 2 QUESTÕES
CLAMANDO...
Bárbaros vãos, dementes e terríveis
Bonzos tremendos de ferrenho aspecto,
Ah! deste ser todo o clarão secreto
Jamais pôde inflamar-vos, Impassíveis!
Tantas guerras bizarras e incoercíveis

No tempo e tanto, tanto imenso afeto,
São para vós menos que um verme e inseto
Na corrente vital pouco sensíveis.
No entanto nessas guerras mais bizarras

De sol, clarins e rútilas fanfarras,
Nessas radiantes e profundas guerras...
As minhas carnes se dilaceraram

E vão, das llusões que flamejaram,
Com o próprio sangue fecundando as terras...
SOUSA, Cruz e. Broquéis. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/26uvtzwf. Acesso em: 22 jul. 2022.
A característica simbolista mais evidente no texto é:

a) a perda da ilusão.
b) o recurso aliterativo.
c) a menção à história.
d) o apelo cientificista.
e) a boemia citadina.
_____________________________________________________________________________________

LISTA COMPLEMENTAR
Quanto à visão global do soneto, tem-se que:
a) há abandono do idealismo no sentido de encaminhamento para um destino funesto.
b) ainda se apoia em teorias do passado, como o determinismo quanto à ilusão.
c) o autor se mantém como a-histórico no momento em que se afasta da crítica social.
d) mesmo no momento da guerra não se abandona o incentivo à cultura.
e) há uma crítica implícita quanto ao excesso de musicalidade na poesia.
_____________________________________________________________________________________
“Em uma confeitaria, certa vez, ao meu amigo Castro, contava eu as partidas que havia pregado
às convicções e às respeitabilidades, para poder viver.” Essa colocação, que inaugura o conto “O
homem que sabia javanês”, do escritor pré-modernista Lima Barreto, indica que:
a) o narrador levava uma vida fácil.

b) o amigo Castro condena suas ações.
c) o amigo Castro viajava com o colega.
d) o narrador conseguia se adaptar.
e) o narrador se resigna de sua pobreza.
_____________________________________________________________________________________
96. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Viradão EsPCEx 2023)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES
SONHO BRANCO
De linho e rosas brancas vais vestido,
Sonho virgem que cantas no meu peito!...
És do Luar o claro deus eleito,
Das estrelas puríssimas nascido.
Por caminho aromal, enflorescido,

Alvo, sereno, límpido, direito,
Segues, radiante, no esplendor perfeito,
No perfeito esplendor indefinido...
As aves sonorizam-te o caminho...

E as vestes frescas, do mais puro linho
E as rosas brancas dão-te um ar nevado...

LISTA COMPLEMENTAR
No entanto, Ó Sonho branco de quermesse!

Nessa alegria em que tu vais, parece
Que vais infantilmente amortalhado!
O cromatismo se faz evidente em textos simbolistas. Nesse poema, ele contribui com o(a):
a) paradoxo.
b) aliteração.
c) sinestesia.
d) catacrese.
e) zeugma.
_____________________________________________________________________________________
Quanto à visão global do soneto, é correto inferir que:
a) o amor é correspondido e o casal trava matrimônio.
b) a mulher serve de peça para um culto naturalista.
c) a caminhada da moça é como se fosse uma via crucis.
d) a moça é virginal como demanda ao amor cortês.
e) o sonho é branco porque a moça morre imaculada.
_____________________________________________________________________________________
As máquinas de guerra
Movem-se. Treme, estala, e parte-se a muralha,
Racha de lado a lado. Ao clamor da batalha
Estremece o arredor. Brandindo o pílum, prontas,
Confundem-se as legiões. Perdido o freio, às tontas,
Desbocam-se os corcéis. Enrijam-se, esticadas
Nos arcos, a ringir, as cordas. Aceradas,
Partem setas, zunindo. Os dardos, sibilando,
Cruzam-se. Éneos broquéis amolgam-se, ressoando,
Aos embates brutais dos piques arrojados. (...)
BILAC, Olavo. Panóplias. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/v4c6vzky. Acesso em: 29 jul. 2022.

LISTA COMPLEMENTAR
Uma das principais características parnasianas é a retomada de ideais da Antiguidade Clássica.

Identifique o trecho que faz jus a essa premissa.
a) “As máquinas de guerra /Movem-se.”
b) “Treme, estala, e parte-se a muralha”
c) “Brandindo o pílum, prontas”
d) “Desbocam-se os corcéis.”
e) “Aos embates brutais dos piques arrojados”
_____________________________________________________________________________________
Nesse poema, há intertextualidade com um poeta clássico, que é:
a) Horácio.
b) Homero.
c) Virgílio.
d) Dante.
e) Petrarca.
_____________________________________________________________________________________
Veio o livro. Era um velho calhamaço, um in-quarto antigo, encadernado em couro, impresso em
grandes letras, em um papel amarelado e grosso. Faltava a folha do rosto e por isso não se podia ler a
data da impressão. Tinha ainda umas páginas de prefácio, escritas em inglês, onde li que se tratava
das histórias do príncipe Kulanga, escritor javanês de muito mérito.
Logo informei disso o velho barão que, não percebendo que eu tinha chegado aí pelo inglês, ficou
tendo em alta consideração o meu saber malaio. Estive ainda folheando o cartapácio, à laia de quem
sabe magistralmente aquela espécie de vasconço, até que afinal contratamos as condições de preço
e de hora, comprometendo-me a fazer com que ele lesse o tal alfarrábio antes de um ano.
BARRETO, Lima. O homem que sabia javanês. Fonte: Domínio Público. Disponível em:
https://tinyurl.com/2yspmcym. Acesso em: 29 jul. 2022.
Uma das principais características da prosa de Lima Barreto é seu humor irônico. Identifique o trecho
condizente com essa afirmação.
a) “Era um velho calhamaço, um in-quarto antigo”
b) “não percebendo que eu tinha chegado aí pelo inglês”
c) “Estive ainda folheando o cartapácio”.
d) “contratamos as condições de preço e de hora”
e) “ele lesse o tal alfarrábio antes de um ano.”

LISTA COMPLEMENTAR
Gabarito
1. A 21. B 41. B 61. B 81. D

2. D 22. D 42. E 62. B 82. E
3. C 23. A 43. D 63. D 83. E
4. E 24. A 44. B 64. C 84. C
5. D 25. C 45. D 65. D 85. A
6. E 26. D 46. B 66. A 86. C
7. A 27. D 47. A 67. C 87. B
8. C 28. A 48. E 68. B 88. E
9. E 29. D 49. E 69. A 89. D
10. E 30. A 50. C 70. A 90. E
11. B 31. B 51. A 71. A 91. D
12. D 32. E 52. D 72. E 92. A
13. A 33. C 53. A 73. D 93. B
14. C 34. D 54. B 74. C 94. A
15. D 35. E 55. D 75. A 95. D
16. E 36. C 56. A 76. B 96. C
17. B 37. A 57. D 77. D 97. C
18. B 38.A 58. D 78. A 98. C
19. E 39. E 59. B 79. C 99. C
20. E 40. D 60. D 80. A 100. B
Lista Complementar com Comentários
EsPCEx) Acerca do Parnasianismo, assinale a alternativa correta sobre as suas características, autores
e obras.
a) Apresenta traços em comum com o Neoclassicismo, como a valorização pela paganismo
representado pela mitologia greco-romana.
b) É um movimento literário que marca o retorno pelo interesse aos latinismos árcades, como "carpe
diem" e "fugere urbem".
c) Foi uma vanguarda artística do fim do século XIX, utilizada por Raul Pompeia, em "O Ateneu", na
representação distorcida de Aristarco.

LISTA COMPLEMENTAR
d) O principal autor foi Alberto de Oliveira, que escreveu a obra "Tarde", um conjunto de poemas sobre
o decadentismo do fim de século.
e) O lema desse movimento foi "ridendo castigat mores" (rindo, corrigem-se os costumes), que
simbolizava seu lado tragicômico.
Comentários
Questão de conhecimento do movimento literário/autores e obras do cânone. Inspirada na prova
da EsPCEx 2004.
Alternativa A: correta – gabarito. O Parnasianismo é um movimento literário do fim do século XIX
que leva em consideração no seu próprio nome o Parnaso, o correspondente romano ao Monte Olimpo
para os gregos, ou seja, a morada dos deuses. Portanto, valorizava a mitologia politeísta, considerada
pagã, assim como o Neoclassicismo (Arcadismo).
Alternativa B: incorreta. Como explicado na alternativa anterior, o Parnasianismo e o Arcadismo
até compartilham traços em comum, como a mitologia, mas não esses latinismos.
Alternativa C: incorreta. Não foi uma vanguarda, mas sim um movimento literário. A vanguarda a
qual é aludida nessa alternativa é o expressionismo.
Alternativa D: incorreta. O principal parnasiano brasileiro foi Olavo Bilac, autor dessa obra.
Alternativa E: incorreta. O lema do movimento parnasiano é “arte pela arte”, comprovando seu
interesse pelo esteticismo.
Gabarito: A.
EsPCEx) Entre as obras pré-modernistas abaixo, assinale aquela que trata diretamente da figura
histórica de Floriano Peixoto, Ministro da Guerra do Brasil e segundo presidente.
a) "Canaã", de Graça Aranha.
b) "Os sertões", de Euclides da Cunha.
c) "Urupês", de Monteiro Lobato.
d) "Triste fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto.
e) "Eu", de Augusto dos Anjos.
Comentários
Questão de conhecimento de autores e obras do cânone/conhecimento do movimento literário.
Alternativa A: incorreta. Esse romance de 1902 fala sobre a história de Milkau e Lentz, dois
imigrantes alemães.
Alternativa B: incorreta. Essa obra historiográfica de 1902 fala sobre o conflito de Canudos que
ocorreu na Bahia.
Alternativa C: incorreta. Essa obra de 1918 é uma reunião de 14 contos, sendo que o principal é a
figura de Jeca Tatu.
Alternativa D: correta – gabarito. Policarpo Quaresma é muito ufanista e venerava Floriano
Peixoto. Essa obra de 1911 é considerada um romance histórico.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa E: incorreta. Essa obra de poemas é do pré-modernista Augusto dos Anjos, que ainda
está ligado às teorias cientificistas do fim do século XIX.
Gabarito: D.
EsPCEx) Leia a estrofe abaixo para responder ao que se pede.
"Quisera ser a serpe veludosa

Para, enroscada em múltiplos novelos,
Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa
E babujá-los e depois mordê-los..."
Entre as características simbolistas abaixo, as que são mais evidentes a partir da análise literária do
trecho são as seguintes:
a) musicalidade e catacreses.
b) subjetividade e metáforas.
c) erotismo e aliterações.
d) objetividade e ironia.
e) crítica e metalinguagem.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento de movimentos literários e Gramática
aplicada à Literatura.
Alternativa A: incorreta. A musicalidade é uma característica simbolista, mas não há catacrese no
texto (transferência a uma palavra do sentido de outra pela semelhança de significado entre elas).
Alternativa B: incorreta. Cuidado: a subjetividade é uma característica simbolista, porém o foco
está na descrição dos sentidos bem como no objeto do desejo, e não no eu lírico em si, embora ele assuma
a forma de serpente metaforicamente.
Alternativa C: correta – gabarito. O erotismo se encontra na adjetivação como “veludosa” e
“cheirosa” e nas ações sensuais. Já as aliterações se verificam na repetição de consoantes como a letra
“s”.
Alternativa D: incorreta. Nenhuma dessas características são simbolistas. Elas são
predominantemente parnasianas.
Alternativa E: incorreta. Nenhuma dessas características são simbolistas. Elas são
predominantemente realistas.
Gabarito: C.

LISTA COMPLEMENTAR
EsPCEx) Quanto ao Simbolismo no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) Poetas como Cruz e Souza e Alphonsus Guimaraens foram importantes pela contestação da ordem.
b) O poema "Catedral" de Alphonsus Guimaraens é conhecido pelas aliterações e pelo culto religioso.
c) O livro "Flores do mal" de Charles Baudelaire é símbolo do decadentismo e abandono do idealismo.
d) O poema "Ismália" de Raimundo Correia simboliza uma mulher que se suicida e depois se torna anjo.
e) A obra "Missal" de Cruz e Sousa consiste em uma reunião de textos escritos em prosa poética.
Comentários
Questão teórica conhecimento de autores e obras do cânone/conhecimento do movimento
literário.
Alternativa A: incorreta. O Simbolismo não é conhecido por ser subversivo.
Alternativa B: incorreta. O misticismo e a transcendentalidade do Simbolismo não são
necessariamente questões religiosas.
Alternativa C: incorreta. Cuidado: está tudo certo, mas essa obra é francesa.
Alternativa D: incorreta. Esse poema é de Alphonsus Guimaraens e não de Raimundo Correia.
Alternativa E: correta – gabarito. O Simbolismo é uma escola predominantemente poética, mas
essa obra em particular é escrita em prosa, invadida por elementos poéticos, como subjetividade e figuras
de linguagem.
Gabarito: E.
5. (Estratégia Militares 2021 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Último Provão de Bolsas
EsPCEx) Um dos temas parnasianos é a representação de cenas do cotidiano, como a descrição de
vasos, estátuas e objetos, até mesmo de maneira minuciosa. Usando isso como critério, assinale entre
as opções abaixo a que NÃO é parnasiana.
a) "Esta de áureos relevos, trabalhada /De divas mãos, brilhante copa, um dia, /Já de aos deuses servir
como cansada, /Vinda do Olimpo, a um novo deus servia."
b) "Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, /Casualmente, uma vez, de um perfumado /Contador sobre o
mármor luzidio /Entre um leque e o começo de um bordado."
c) "Ó Musa, cujo olhar de pedra, que não chora, /Gela o sorriso ao lábio e as lágrimas estanca! /Dá-me
que eu vá contigo, em liberdade franca, /Por esse grande espaço onde o impassível mora."
d) "No vaso impuro corrompeu-se o néctar, /A argila da existência desbotou-me... /O sol de tua glória
abriu-me as pálpebras, /Da nódoa das paixões purificou-me!"
e) "Aqui, perpétuo dia ardente e louro /Fulgura; e, na torrente e na cascata, /A água alardeia toda a
sua prata, /E os laranjais e o sol todo o seu ouro..."
Comentários

LISTA COMPLEMENTAR
Questão de interpretação de texto literário/conhecimento sobre os movimentos literários.

Alternativa A: incorreta. Esse é um trecho do poema “Vaso grego” de Alberto de Oliveira.
Alternativa B: incorreta. Esse é um trecho do poema “Vaso chinês” de Alberto de Oliveira.
Alternativa C: incorreta. Estrofe do poema “Musa impassível” de Francisca Júlia, a partir do qual o
artista Victor Brecheret fez uma escultura.
Alternativa D: correta – gabarito. Atenção: embora fale de vaso, o foco do poema é no subjetivismo
do eu lírico. Trata-se de um trecho do poema “Epitáfio” de Álvares de Azevedo, que já caiu na prova da
EsPCEx 2006.
Alternativa E: incorreta. São versos do parnasiano Raimundo Correia. Trata-se da descrição de uma
cena do cotidiano.
Gabarito: D.
“Aceitemos o labéu, e corrompamos de cabeça erguida o idioma luso, na certeza de estarmos a

elaborar obra magnífica.”
(Monteiro Lobato, “A Língua Brasileira”)
Nesse trecho, verifica-se uma postura de

a) submissão à metrópole europeia.
b) resignação diante da colonização.
c) mero sentimentalismo exacerbado.
d) representação do indígena brasileiro.
e) afirmação de uma identidade nacional.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/conhecimento do movimento literário. Este mesmo
trecho já caiu na prova EsPCEx 2008.
Alternativa A: incorreta. Pelo contrário: de não submissão a Portugal, nem mesmo na língua.
Alternativa B: incorreta. Há uma atitude revanchista: se por um lado se sentisse maculado,
pretendia corromper de volta.
Alternativa C: incorreta. Existe ímpeto e exaltação, mas tenta-se apelar para um coletivo, tanto é
que se usa a primeira pessoa do plural: “aceitemos” e “estarmos”.
Alternativa D: incorreta. Não se aplica.
Alternativa E: correta – gabarito. Tentando valorizar aquilo que nos é mais próprio: a língua. No
caso, o “idioma luso”.
Gabarito: E.

LISTA COMPLEMENTAR
TRISTEZA
Ai! quanta vez – pendida a fronte fria
– Coberta cedo do cismar p'los rastros _
Deixo minh'alma, na asa da poesia,
Erguer-se ardente em divinal magia
À luminosa solidão dos astros!...
Infeliz mártir de fatais amores

Se ergue – sublime – em colossal anseio,
Do alto infinito aos siderais fulgores
E vai chorar de terra atroz as dores
Lá das estrelas no rosado seio!
CUNHA, Euclides da. Ondas e Outros Poemas Esparsos.
Disponível em: https://tinyurl.com/y55o87m9. Acesso em: 30 jul. 2020.
Euclides da Cunha, nesse poema, compartilha de um traço com seu contemporâneo Augusto dos Anjos,
no sentido de
a) expressar uma visão de mundo desiludida.
b) ressaltar uma paisagem pastoril e bucólica.
c) criticar os costumes burgueses da sociedade.
d) retomar valores românticos condoreiros.
e) vislumbrar o fracasso da ciência moderna.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/conhecimento do movimento literário.
Alternativa A: correta – gabarito. Os traços mais marcantes que unem os dois poetas então, no
caso, são o desânimo e o pessimismo. No poema, podem ser verificados nos versos: “À luminosa solidão
dos astros” e “Infeliz mártir de fatais amores”.
Alternativa B: incorreta. Se há menção à natureza, ela é intocável: “infinito aos siderais fulgores”.
Alternativa C: incorreta. Essa é uma característica realista e não pré-modernista.
Alternativa D: incorreta. O condoreirismo foi a terceira geração romântica, voltada para questões
sociais e abolicionistas. Não é o caso.
Alternativa E: incorreta. Não se aplica. O poema é subjetivo e sentimental.
Gabarito: A.
“Determinou-a incidente desvalioso.

LISTA COMPLEMENTAR
Antônio Conselheiro adquirira em Juazeiro certa quantidade de madeiras, que não podiam
fornecer-lhes as caatingas paupérrimas de Canudos. Contratara o negócio com um dos representantes
da autoridade daquela cidade. Mas ao terminar o prazo ajustado para o recebimento do material, que
se aplicaria no remate da igreja nova, não lho entregaram. Tudo denuncia o distrato foi adrede feito,
visando rompimento anelado”.
CUNHA, Euclides. Os sertões. 39. ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora; Publifolha, 2000 (p. 186).
Das partes que compõem a obra “Os sertões”, pode-se afirmar que o excerto foi extraído de:
a) A terra.
b) O homem.
c) A luta.
d) A verdade.
e) O embuste.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Essa parte é mais geográfica.
Alternativa B: incorreta. Essa parte é mais etnográfica.
Alternativa C: correta – gabarito. Lembrando que nessa parte do livro, que consiste na terceira e
última, há a descrição da Guerra de Canudos. A análise é historiográfica: narra as quatro tentativas de
destruição de Canudos pelo Exército do Brasil e o período após o fim da guerra. O desfecho é o trágico
fim de Canudos.
Alternativa D: incorreta. Essa sequer é uma parte da obra “Os sertões” do pré-modernista Euclides
da Cunha.
Alternativa E: incorreta. Essa sequer é uma parte da obra “Os sertões” do pré-modernista Euclides
da Cunha. “Embuste” significa armadilha; mentira astuciosa usada para enganar ou enredar alguém;
engodo (dicionário Aulete).
Gabarito: C.
Os militares estavam contentes, especialmente os pequenos, os alferes, os tenentes e os capitães.

Para a maioria a satisfação vinha da convicção de que iam estender a sua autoridade sobre o pelotão
e a companhia, a todo esse rebanho de civis; mas, em outros muitos havia sentimento mais puro,
desinteresse e sinceridade. Eram os adeptos desse nefasto e hipócrita positivismo, um pedantismo
tirânico, limitado e estreito, que justificava todas as violências, todos os assassínios, todas as
ferocidades em nome da manutenção da ordem, condição necessária, lá diz ele, ao progresso e
também ao advento do regime normal, a religião da humanidade, a adoração do grão-fetiche, com
fanhosas músicas de cornetins e versos detestáveis, o paraíso enfim, com inscrições em escritura
fonética e eleitos calçados com sapatos de sola de borracha!...
Disponível em: https://tinyurl.com/wn3taa3. Acesso em: 30 jul. 2020.

LISTA COMPLEMENTAR
Nesse trecho, há uma crítica a um pensamento do final do século XIX. Nesse sentido, o termo destacado
pode ser compreendido como
a) crença desobstruída de valores nacionais orientados para o progresso científico.
b) paraíso terreno, em que os personagens criavam uma imagem à semelhança de Deus.
c) crítica ao sistema de produção capitalista cujo consumismo é exacerbado.
d) método de acepção filosófica criada por pensadores alemães como Max Weber.
e) justificação para tudo o que acontece, pois para tudo deve haver uma causa pré-determinada.
Comentários
Alternativa A: incorreta. O termo “desobstruído” não se aplica, nem a ciência está sendo
diretamente aludida aqui.
Alternativa B: incorreta. Não há dados suficientes para se afirmar isso.
Alternativa C: incorreta. A crítica se deve a uma conduta específica de um grupo de militares (não
todos).
Alternativa D: incorreta. O positivismo foi uma doutrina criado pelo francês Augusto Comte (1798-
1857).
Alternativa E: correta – gabarito. O que, no contexto, acaba por livrar os agentes de sua respectiva
responsabilidade. Trata-se de uma crítica social, pois as obras do Pré-Modernismo costumavam analisar
o contexto social e político do país, abordando questões como a desigualdade, pobreza e os conflitos
entre o povo e o governo aparecem nas obras.
Gabarito: E.
Personagem de Monteiro Lobato que representou o traço típico pré-modernista do regionalismo foi:
a) Emília.
b) Diadorim.
c) Fabiano.
d) Marquês de Sabugosa.
e) Jeca Tatu.
Comentários
Questão de conhecimento do movimento literário/autores e obras do cânone.
Alternativa A: incorreta. Personagem de Sítio do Pica-Pau Amarelo, representa uma boneca que
fala, logo, um lado lúdico.
Alternativa B: incorreta. É personagem de Guimarães Rosa e não Monteiro Lobato.
Alternativa C: incorreta. É personagem de Graciliano Ramos e não Monteiro Lobato.
Alternativa D: incorreta. O personagem do “Sítio do Pica-Pau” Amarelo é Visconde de Sabugosa e
não marquês, que é um título real. É a representação de um sábio.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa E: correta – gabarito. O escritor também criou a personagem Jeca Tatu, um caipira
preguiçoso que simbolizava o atraso do campo e do interior do Brasil.
Gabarito: E.
– Que será de mim, meu Deus?

Se "ele" a abandonasse, ela estava completamente desmoralizada, sem esperança de remissão,
de salvação, de resgate... Moça, na flor da idade, cheia de vida, seria como aquele céu belo,
sedutoramente iluminado pelas estrelas, que também tinha ao lado de tanta beleza, de tanta luz, de
não sabia que sublime poesia, aquela mancha negra como carvão. Cassi a teria de fato abandonado?
Ela não podia crer, embora há quase dez dias não a viesse ver. Se ele a abandonasse - o que seria dela?
Veio-lhe então perguntar a si mesma como se entregou. Como foi que ela se deixou perder
definitivamente?
BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/y5p3b43t. Acesso em: 30 jul. 2020.
Considerando as imagens da mulher nas manifestações literárias, pode-se inferir do trecho acima que
Clara dos Anjos
a) é bem resolvida e planeja um casamento.
b) sofre por um amor não correspondido.
c) foi retratada de maneira inatingível e casta.
d) pede conselhos para a sua própria mãe.
e) prepara-se para o retorno do namorado.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Pelo contrário: aparece no trecho debruçada numa janela, sob a luz do
luar, pensando na vida.
Alternativa B: correta – gabarito. No caso, ela representa a mulher abandonada pelo músico Cassi
Jones, com quem se relaciona, mas que a deixa.
Alternativa C: incorreta. Houve uma mácula, o que é verificado em: “aquela mancha negra como
carvão”.
Alternativa D: incorreta. Clara dos Anjos é destratada pela própria família posteriormente no livro.
Ninguém a trata bem. Porém, o caso é que ele não conversa com ninguém. Os recursos das perguntas no
texto indicam discurso indireto livre, perturbações da própria personagem.
Alternativa E: incorreta. Pelo contrário, expressa várias incertezas quanto ao futuro de seu
relacionamento e de sua própria vida. É abandonada à mercê de si mesma.
Gabarito: B.

LISTA COMPLEMENTAR
MONÓLOGO DE UMA SOMBRA

Sou uma Sombra! Venho de outras eras,
Do cosmopolitismo das moneras...
Pólipo de recônditas reentrâncias,
Larva de caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Da substância de todas as substâncias!
ANJOS, Augusto. Eu. Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://tinyurl.com/ybtwrbj6.
Acesso em: 30 jul. 2020.
Entre os traços estilísticos constatados no poema acima, o que se destaca é

a) análise aguda do contexto social e político do país.
b) linguagem que se aproxima mais do falar popular.
c) polifonia abordando vários pontos de vista.
d) o vocabulário ligado às ciências exatas e biológicas.
e) coletivização dos conhecimentos educacionais.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Cuidado: até é um traço do Pré-Modernismo, mas que prevaleceu na
prosa e não na poesia.
Alternativa B: incorreta. Pelo contrário: emprega-se um vocabulário técnico.
Alternativa C: incorreta. O nome da obra é “Eu” e o título do poema leva em consideração o
monólogo.
Alternativa D: correta – gabarito. Acaba que é o traço mais impactante, porque é incomum, fora
da realidade. Consistem em termos como “monera” e “pólipo” no plano da Biologia e “telúrico” referente
à Química.
Alternativa E: incorreta. Não há dados suficientes para se afirmar isso.
Gabarito: D.
“Desce por fim sobre o meu coração

O olvido. Irrevocável. Absoluto.
Envolve-o grave como véu de luto.
Podes, corpo, ir dormir no teu caixão.”
Os versos são
a) simbolistas e irregulares.

LISTA COMPLEMENTAR
b) parnasianos e regulares.
c) árcades e regulares.
d) realistas e irregulares.
e) naturalistas e irregulares.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento do movimento literário e teoria
literária.
Alternativa A: correta – gabarito. Os versos variam entre decassílabos, hendecassílabo e
dodecassílabo (métrica irregular) cuja autoria é do poeta simbolista português Camilo Pessanha. O poema
se chama “Olvido”, isto é, esquecido, remetendo-se ao antilogicismo inconsciente proposto pelo
Simbolismo. Segue abaixo escansão do verso. As sílabas De verde indicam a última sílaba poética e as em
vermelho elisões (junções de vogais), quando houver.
“Des-ce-por-fim-so-breo-meu-co-ra-ção (10 sílabas poéticas)

Ool-vi-do.-Ir-re-vo-cá-vel.-Ab-so-lu-to. (12 sílabas poéticas)
En-vol-veo-gra-ve-co-mo-véu-de-lu-to. (10 sílabas poéticas)
Po-des,-cor-po,-ir-dor-mir-no-teu-cai-xão.” (11 sílabas poéticas)
Alternativa B: incorreta. Não são parnasianos, mas sim simbolistas, por causa de sua temática.
Alternativa C: incorreta. Não são árcades, mas sim simbolistas, por causa de sua temática.
Alternativa D: incorreta. Não são realistas.
Alternativa E: incorreta. Não são parnasianos.
Gabarito: A.
Só eu, numa suprema hora de spleen, de esgotamento de forças psíquicas, em que me falte
extensamente o humor – essa bondade hilariante do Espírito – te idolatro e procuro, ó lascivo Feio!
que da luxúria pantagruélica dos vermes devoras na treva os sonhos – porque não os podes alimentar,
nem ver florir, nem crescer! Sem que a diabólica verdade flagrante esteja a rir de teu amor e a pintar
picarescamente caricaturas na quase apagada perspectiva da tua existência.
SOUZA, Cruz e. Missal. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/y6weu5dp. Acesso em: 30 jul. 2020.
O termo destacado assinala uma visão de mundo adotada pelos simbolistas, em que se concebe
a) a esperança.
b) a revolução.
c) o tédio.
d) a anarquia.
e) o inovador.

LISTA COMPLEMENTAR
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/conhecimento do movimento literário. Esse trecho
consiste na prosa poética do simbolista brasileiro Cruz e Souza.
Alternativa A: incorreta. Pelo contrário, fala de certa impotência: “porque não os podes alimentar,
nem ver florir, nem crescer”.
Alternativa B: incorreta. Traço típico do Romantismo e não do Simbolismo.
Alternativa C: correta – gabarito. A obra O Spleen de Paris: pequenos poemas em prosa (1869) do
poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) definiu este conceito. O “spleen” definia o estado de
melancolia.
Alternativa D: incorreta. Não consiste numa falta total de governo e controle, mas sim de
pessimismo generalizado.
Alternativa E: incorreta. Aspecto mais modernista que simbolista.
Gabarito: C.
Associe as informações da primeira coluna com as da segunda.
(1) Olavo Bilac Sua obra está ligada ao misticismo e à religiosidade, tendo
escrito “A catedral”.
(2) Alberto de Oliveira Uma de suas obras mais importantes é “Vaso grego”,
focado principalmente na descrição de um objeto.
(3) Cruz e Souza Considerado um dos primeiros escritores negros
brasileiros, escreveu Missal e Broquéis.
(4) Alphonsus Guimaraens Escreveu o soneto “Língua Portuguesa” e também foi
autor do Hino à Bandeira.

a) 2 – 1 – 3 – 4
b) 2 – 4 – 3 – 1
c) 4 – 3 – 2 – 1
d) 4 – 2 – 3 – 1
e) 4 – 2 – 1 – 3
Comentários
Questão de conhecimento do movimento literário; conhecimento de autores e obras do cânone e
associação de colunas.
4 – Alphonsus Guimaraens. Escreveu o famoso poema simbolista “Ismália”.
2 – Alberto de Oliveira. Junto com Raimundo Correia e Olavo Bilac, formavam a tríade parnasiana.

LISTA COMPLEMENTAR
3 – Cruz e Souza. Ambos os livros publicados no mesmo ano de 1893.

1 – Olavo Bilac. Outro poema importante é “Ora, direis, ouvir estrelas”.
Sequência de itens corretos: 4 – 2 – 3 – 1.

Gabarito: D.
Quando Ismália enlouqueceu,


E, no desvario seu,
GUIMARAENS, Alphonsus. Ismália. Disponível em: https://tinyurl.com/65pbo3. Acesso em: 1º ago. 2020.
Assinale a alternativa que traga a associação correta.

a) Em “Quando Ismália enlouqueceu”, o conectivo destacado denota tempo determinado.
b) O eu lírico deseja salvar Ismália de se jogar no mar, pedindo para que ela cante.
c) O poema é centrado em imagens de paz, conciliação e redenção.
d) A figura de linguagem predominante no texto são as hipérboles.
e) Um dos recursos expressivos do texto é a repetição.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento do movimento literário e Gramática
Alternativa A: incorreta. Determinação e Simbolismo não combinam. Pode até transmitir ideia
temporal, mas é tudo muito vago.
Alternativa B: incorreta. O eu lírico descreve Ismália sem com isso interagir com ela.
Alternativa C: incorreta. Pelo contrário: imagens de desolação, loucura e desespero.
Alternativa D: incorreta. Hipérbole significa exagero. No caso, o que predominam são as
contradições.
Alternativa E: correta – gabarito. O que ajuda a realçar a dramaticidade. Há repetição de verbos:
“queria/estava”, ambos no pretérito imperfeito (vago).

LISTA COMPLEMENTAR
Gabarito: E.
Quanto ao Simbolismo europeu, julgue os itens a seguir.
I. Camilo Pessanha é um simbolista português que escreveu Clepsidra.

II. Charles Baudelaire e Stephane Mallarmé foram poetas malditos.
III. O decadentismo refletia o pessimismo do fim de século.

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I, II e III.
Comentários
Questão teórica de conhecimento sobre o movimento literário; autores e obras do cânone e julgar
itens.
Item I: correto. Outros poetas simbolistas português foram Eugênio de Castro e Florbela Espanca.
Item II: correto. Os poetas malditos representaram o decadentismo. O termo foi cunhado por
outro poeta, Paul Verlaine, que tem um livro inclusive com esse nome.
Item III: correto. O que marcou a transição do século XIX para o XX foi a descrença, entre outros,
no progresso da ciência.
Gabarito: B.
Quanto ao Simbolismo brasileiro, julgue os itens a seguir.
I. Alphonsus Guimarães escreveu “O seminarista”.

II. Em “Violões que choram”, a musicalidade reside também no tema.
III. Olavo Bilac foi seu principal representante.

a) I.
b) II.
c) III.

LISTA COMPLEMENTAR
d) I e II.
e) I, II e III.
Comentários
Questão teórica de conhecimento sobre o movimento literário; autores e obras do cânone e julgar
itens.
Item I: incorreto. Cuidado: foi Bernardo Guimarães que escreveu “O seminarista” (1872), uma obra
romântica.
Item II: correto. Com alusão a um instrumento musical.
Item III: incorreto. Foi um escritor parnasiano e não simbolista.
Gabarito: B.
Leia as estrofes abaixo para responder à questão.
“Infinitos espíritos dispersos,

Inefáveis, edênicos, aéreos
Fecundai o Mistério destes versos,
Com a chama ideal de todos os mistérios.
Do Sonho as mais azuis diafaneidades

Que fuljam, que na Estrofe se levantem
E as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem.”
Nesse trecho, são observadas algumas das principais marcas simbolistas, que são:
a) catacreses e retrato do vago imaterial.
b) personificações e nativismo simplista.
c) assonâncias e crítica ácida à burguesia.
d) sinestesias e primazia da racionalidade.
e) aliterações e valorização do plano onírico.
Comentários
aplicada à Literatura. Questão inspirada na prova da EsPCEx 2020.
Alternativa A: incorreta. A catacrese ocorre quando se transfere a uma palavra o sentido de outra
pela semelhança de significado entre elas. No poema, há retrato do vago imaterial, mas não catacrese.
Alternativa B: incorreta. Nativismo é um aspecto árcade e não simbolista. Por sua vez,
personificação ocorre quando são atribuídas características humanas a seres irracionais ou inanimados,
ou também quando um substantivo simples é transformado em próprio. No poema, aparecem
personificados: “Mistério”; “Sonho”; “Estrofe” e “Verso.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa C: incorreta. O Simbolismo foi um movimento literário sem ligação com as classes
sociais como a burguesia. Porém, há, sim, assonâncias no poema, figura de linguagem na qual as vogais
se repetem. Exemplos: “E as emoções, todas as castidades /Da alma”.
Alternativa D: incorreta. Sinestesia é a mistura de sensações. No poema, o verbo “fulgir” (fazer
brilhar), ligado à visão, mistura-se ao canto (audição), mas não há primazia da racionalidade. Pelo
contrário, o Simbolismo a desprezava.
Alternativa E: correta – gabarito. A aliteração é a repetição de consoantes, como as letras “s” e “f”:
“Infinitos espíritos dispersos, /Inefáveis, edênicos, aéreos”. Por sua vez, o plano do sonho também é
valorizado.
Gabarito: E.
Poema simbolista em que a mulher perde o senso da realidade e enlouquece; em seguida, mostra-se
indecisa entre o terreno e o celeste, mas por fim acaba se suicidando:
a) “Missal”.
b) “As pombas”.
c) “Musa impassível”.
d) “A catetral”.
e) “Ismália”.
Comentários
Questão de autores e obras do cânone/conhecimento de movimentos literários.
Alternativa A: incorreta. Essa obra de 1893, junto com “Broquéis”, são as principais do poeta
simbolista Cruz e Sousa. São uma reunião de poemas com várias temáticas.
Alternativa B: incorreta. Esse é um poema parnasiano, de autoria de Raimundo Correia, e não
simbolista.
Alternativa C: incorreta. Esse é um poema parnasiano, de autoria de Francisca Júlia, e não
simbolista.
Alternativa D: incorreta. Nesse poema de Alphonsus Guimaraens, é descrito o templo de uma
catedral, de maneira mística, e o eu lírico se aterroriza, porque acha que as badaladas do sino estão
chamando seu nome.
Alternativa E: correta – gabarito. Poema do simbolista Alphonsus Guimaraens que inclusive foi
cobrado na prova da EsPCEx 2019.
Gabarito: E.
Obra que introduziu o Parnasianismo no Brasil foi:

LISTA COMPLEMENTAR
a) “Poesias” de Olavo Bilac.

b) “Fanfarras” de Teófilo Dias.
c) “Broquéis” de Cruz e Sousa.
d) “Suspiros poéticos e saudade” de Gonçalves de Magalhães.
e) “Memórias póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis.
Comentários
Questão de autores e obras do cânone/conhecimento de movimentos literários.
Alternativa A: incorreta. Olavo Bilac é o escritor parnasiano mais relevante e conhecido, mas não
é considerado pela crítica literária o pioneiro do movimento.
Alternativa B: correta – gabarito. A obra que introduziu o Parnasianismo no Brasil: “Fanfarras”
(1882) de Teófilo Dias, mas “Poesias” (1888) de Olavo Bilac é mais importante.
Alternativa C: incorreta. Essa é uma obra simbolista e não parnasiana.
Alternativa D: incorreta. Essa obra introduziu a poesia romântica no Brasil e não o Parnasianismo.
Alternativa E: incorreta. Essa obra introduziu o Realismo no Brasil e não o Parnasianismo.
Gabarito: B.
Leve em consideração o poema a seguir.
O PIOR DOS MALES

Baixando à Terra, o cofre em que guardados
Vinham os Males, indiscreta abria
Pandora. E eis deles desencadeados
À luz, o negro bando aparecia.
O Ódio, a Inveja, a Vingança, a Hipocrisia,

Todos os Vícios, todos os Pecados
Dali voaram. E desde aquele dia
Os homens se fizeram desgraçados.
Mas a Esperança, do maldito cofre

Deixara-se ficar presa no fundo,
Que é última a ficar na angústia humana...
Por que não voou também? Para quem sofre

Ela é o pior dos males que há no mundo,
Pois dentre os males é o que mais engana.
Quanto ao soneto apresentado é correto afirmar que

LISTA COMPLEMENTAR
a) no estado de espírito do eu lírico há vestígio de frustração e, depois de uma desilusão amorosa,

dirige-se à musa pedindo por auxílio.
b) o desespero do ser humano é um laivo simbolista, cuja desesperança conduz o indivíduo ao desvario,
sem possibilidade de conciliação.
c) a presença da figura mitológica de Pandora faz com que o texto se enquadre na estética neoclássica,
já que predomina a harmonia do início ao fim do texto.
d) malgrado o aparente pessimismo das primeiras estrofes ele consegue ser neutralizado nos tercetos,
pois o eu lírico fornece uma via possível de solução para os problemas humanos.
e) a chave de ouro expressa uma pacificação entre as forças opostas no mundo, sendo que o eu lírico
se certifica do destino auspicioso.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/conhecimento de movimentos literários.
Alternativa A: incorreta. Não há dados suficientes para se afirmar que houve uma desilusão
amorosa, tampouco essa é uma temática frequente no Parnasianismo.
Alternativa B: incorreta. Nos tercetos, o eu lírico chega a apresentar dúvidas, então não tem
opinião de todo formada. Tende para o pessimismo, mas não exatamente para a loucura, até porque o
Parnasianismo é conhecido pela sua racionalidade, enquanto o desvario aparece mais no Simbolismo.
Alternativa C: incorreta. Neoclassicismo é sinônimo de Arcadismo. Trata-se de um poema
parnasiano e não árcade, nem a harmonia predomina do início ao fim do texto.
Alternativa D: correta – gabarito. Esse é um soneto parnasiano de autoria de Alberto de Oliveira.
Esperança e angústia são aproximadas em uma antítese, mas se é o que resta, o mal pode acabar por não
ser definitivo.
Alternativa E: incorreta. #Dica: chave de ouro é a última estrofe do soneto. Auspicioso significa
promissor, de bons resultados. Essa é uma possibilidade, mas não uma certeza.
Gabarito: D.
Leve em consideração a estrofe abaixo para responder à questão.
Vive dentro de mim, como num rio,

Uma linda mulher, esquiva e rara,
Num borbulhar de argênteos flocos, Iara
De cabeleira de ouro e corpo frio.
A principal característica parnasiana nesse poema é:

a) rigor formal a partir do uso de decassílabos.
b) perfeccionismo por meio de rimas pobres.
c) cientificismo mediante descrição exata.

LISTA COMPLEMENTAR
d) mitologia greco-latina por causa do folclore.

e) descrição objetiva via personificação.
Comentários
Alternativa A: correta – gabarito. Esse poema se chama “A Iara”, é de autoria de Olavo Bilac e se
encontra na sua obra “Tarde”. Observa-se a escansão dessa estrofe abaixo. As marcações em vermelho
indicam elisão, quando houver:
Vi-ve-den-tro-de-mim,-co-mo-num-ri-o, (10 sílabas poéticas)

U-ma-lin-da-mu-lher,-es-qui-vae-ra-ra, (10 sílabas poéticas)
Num-bor-bu-lhar-dear-gên-teos-flo-cos,-Ia-ra (10 sílabas poéticas)
De-ca-be-lei-ra-deou-roe-cor-po-fri-o. (10 sílabas poéticas)
Alternativa B: incorreta. Rimas pobres ocorrem quando as palavras rimadas são da mesma classe
gramatical, e no caso as rimas são ricas, pois suas classes gramaticais são diferentes: rio (substantivo) +
frio (adjetivo) e rara (adjetivo) + Iara (substantivo próprio).
Alternativa C: incorreta. Essa até é uma característica parnasiana, mas ela não se encontra nessa
estrofe, pois a descrição tende ao idealismo, por exemplo: “cabeleira de ouro”.
Alternativa D: incorreta. A mitologia aludida é indígena e não greco-latina.
Alternativa E: incorreta. Cuidado: Iara não é uma personificação, mas sim o nome de uma
divindade.
Gabarito: A.
Os simbolistas eram considerados os poetas malditos, já que não mais compartilhavam do entusiasmo
com a ciência que vigorava em seus precursores. Há várias reações no movimento, como rebeldia e
adoção de um modo de vida boêmio. Todos os versos abaixo indicam FUGA DA REALIDADE, com
EXCEÇÃO de:
a) “A mão que afaga é a mesma que apedreja. /Se alguém causa inda pena a tua chaga, /Apedreja essa
mão vil que te afaga, /Escarra nessa boca que te beija!”
b) “Ai! Como bom para nós dois seria /Se o bom Deus, dessas lendas milagrosas, / Cheio de amor, nos
concedesse um dia/ Dois brancos pares de asas vaporosas!”
c) “As Águias imortais da Fantasia /Deram-te as asas e a serenidade /Para galgar, subir a Imensidade
/Onde o clarão de tantos sóis radia.”
d) “Quando Ismália enlouqueceu, /Pôs-se na torre a sonhar... (...) As asas que Deus lhe deu /Ruflaram
de par em par... /Sua alma subiu ao céu, /Seu corpo desceu ao mar...”
e) “Sombra de névoa tênue e esvaecida, / E que o destino amargo, triste e forte, /Impele brutalmente
para a morte! /Alma de luto sempre incompreendida!...”

LISTA COMPLEMENTAR
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento de movimentos literários e
identificação de trecho.
Alternativa A: incorreta – gabarito. Esse é um trecho do poema “Versos íntimos” do pré-
modernista Augusto dos Anjos. A mensagem transmitida não é a de fuga da realidade, mas sim de
enfrentamento da realidade, nem que seja mediante uma reação brusca e sem medo de ser repugnante.
Alternativa B: correta. Esses versos são do poeta simbolista maranhense Maranhão Sobrinho
(1879-1915) em seu poema “Ânsia inocente”. O eu lírico manifesta seu desejo de ganhar asas junto com
a amada para poderem ascender ao céu e estar perto de Deus, o que não deixa de ser uma fuga da
realidade.
Alternativa C: correta. É muito frequente no Simbolismo a imagem de subir ao
céu. Os poetas desse movimento eram obcecados com as nuvens e frequentemente
queriam ser anjos e ganhar asas para poder voar. Não à toa eles eram chamados de
Nefelibatas. É um trecho do poema “Em sonhos” de Cruz e Sousa.
Alternativa D: correta. Nesse caso, o ganhar de asas representa de fato a morte
alcançada via suicídio, depois que Ismália enlouquece. Trata-se de um poema de
Alphonsus Guimaraens cobrado na prova da EsPCEx 2019.
Alternativa E: correta. É um trecho do poema “Eu” da poetisa simbolista portuguesa Florbela
Espanca. O apego à morte, típica característica simbolista, não deixa de ser uma fuga da realidade.
Gabarito: A.
Fizeram parte do agrupamento de prosadores pré-modernistas brasileiros, SALVO:
a) Lima Barreto.
b) Júlia Lopes de Almeida.
c) Augusto dos Anjos.
d) Monteiro Lobato.
e) Euclides da Cunha.
Comentários
Alternativa A: correta. Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) foi escritor e jornalista. Suas
principais obras são: “Triste fim de Policarpo Quaresma” (1911) e “Clara dos Anjos” (1948).
Alternativa B: correta. Júlia Lopes de Almeida nasceu em 1862 e faleceu em 1934. Apoiava o
Abolicionismo e a República. Seu romance de mais destaque foi A falência (1901).
Alternativa C: incorreta – gabarito. Cuidado: esse também foi um autor do Pré-Modernismo
Brasileiro, mas escreveu poesia e não prosa.
Alternativa D: correta. Monteiro Lobato (1882-1948) tornou-se popular pelo Sítio do Pica-Pau
Amarelo, mas é conhecido também por “Urupês” (1918) e pela personagem caipira de Jeca Tatu.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa E: correta. Euclides da Cunha (1866-1909) nasceu no Rio de Janeiro. Foi jornalista e
tinha o título de primeiro-tenente, motivos pelos quais foi enviado para cobrir o conflito da Guerra de
Canudos, a partir do qual escreve a obra “Os Sertões” (1902).
Gabarito: C.
Movimento que se predispôs a recuperar o interesse pela realidade, algo que havia caído em desuso,
por causa de reações como pessimismo e frustração. Entre os fatos históricos privilegiados pelos
escritores, estavam Primeira República e a imigração de várias nacionalidades.
a) Realismo.
b) Simbolismo.
c) Parnasianismo.
d) Pré-Modernismo.
e) Modernismo.
Comentários
Questão de conhecimento de movimentos literários. Questão inspirada na prova da EsPCEx 2020.
Alternativa A: incorreta. O Realismo estava entre a Monarquia e a República. Machado de Assis
escreve “Esaú e Jacó” para expressar essas opiniões divergentes, mas não chega a falar de imigração.
Alternativa B: incorreta. O Simbolismo não queria ter nada a ver com a realidade e tentava negá-
la de várias formas.
Alternativa C: incorreta. O Parnasianismo é um movimento cujo próprio título espelha o Monte
Parnaso (a morada dos deuses). Os poetas dessa escola não queriam se aproximar da realidade e, mesmo
se houver temas históricos, o que é predominante sempre vai ser a forma, pois eles valorizavam o rigor
formal.
Alternativa D: correta – gabarito. Uma obra do Pré-Modernismo que vai pontuar uma crítica à
Primeira República vai ser “Triste fim de Policarpo e Quaresma” (1911) de Lima Barreto, um romance
histórico com a figura de Floriano Peixoto, e outra que vai relatar a imigração alemã é “Canaã” de Graça
Aranha. Nessa última, dois imigrantes, Milkau e Lentz chegam ao Brasil, uma alusão à terra prometida.
Alternativa E: incorreta. O Modernismo no Brasil se inicia em 1922 e nem sempre vai haver
interesse pela realidade. Por exemplo, o romance “Macunaíma” tem cunho mitológico e indianista.
Gabarito: D.
Quanto aos movimentos de transição do século XIX para o início do XX, associe as informações da
primeira coluna com as da segunda.

LISTA COMPLEMENTAR
(1) Simbolismo Até podia haver nos poemas temas históricos, mas a preocupação
continuava sendo com a forma, pois o patriotismo costumava assumir
sentido idealista e heroicizado, marcando a visão superiora dessa
estética.
(2) Parnasianismo Foi a manifestação literária mais importante em Portugal no período,
sendo que os escritores principais foram Florbela Espanca, Camilo
Pessanha e Eugênio de Castro, e o que os une é a perspectiva soturna
da realidade.
(3) Pré-Modernismo Movimento exclusivamente brasileiro, o qual assinalou a posição
intelectual intermediária entre as vertentes passadistas e
conservadoras e agora o reconhecimento da cultura popular.
A ordem correta é:
a) 1 – 2 – 3
b) 2 – 1 – 3
c) 2 – 3 – 1
d) 3 – 2 – 1
e) 3 – 1 – 2
Comentários
Questão de conhecimento de movimentos literários/associação de colunas.
(2) Parnasianismo. Olavo Bilac chega a escrever o “Hino á Bandeira” e teve participação cívica, mas
a visão de mundo predominante no Parnasianismo é o idealismo. O lema é a arte pela arte e o mais
importante é o rigor formal.
(1) Simbolismo. Florbela Espanca escreveu obras como “O livro das mágoas” (1919) e “O livro de
sóror saudade” (1923); a obra-prima de Camilo Pessanha é “Clepsidra” (1920) e Eugênio de Castro
escreveu, entre outros, “Salomé e outros poemas” (1896). Desses poetas, Florbela Espanca e Camilo
Pessanha suicidam-se.
(3) Pré-Modernismo. Na Europa, o fim do século XIX já marca o surgimento das primeiras
vanguardas, que só ganharão força de expressão no Brasil a partir da Semana de Arte Moderna. Enquanto
isso, o terreno cultural estava sendo preparado pelos intelectuais pré-modernistas.
Sequência correta: 2 – 1 – 3.
Gabarito: D.
Leia a estrofe abaixo para responder à questão.
Tal como Pigmalião, a minha ideia

Visto na pedra: talho-a, domo-a, bato-a;
E ante os meus olhos e a vaidade fátua
Surge, formosa e nua, Galateia.

LISTA COMPLEMENTAR
Examinando as características do texto, é possível reconhecer nele exemplos da escola

a) parnasiana.
b) simbolista.
c) romântica.
d) barroca.
e) árcade.
Comentários
Alternativa A: correta – gabarito. Galateia é uma personagem mítica que está na Écloga I. Seu nome
significa donzela branca. Galateia se apaixona por Ácis, mas o ciclope Polifemo se apaixona por ela,
esmagando seu amante. Desesperada do luto, ela se lança no mar e se transforma nas ondas. Pigmaleão
fez uma escultura dela. Temas míticos e metalinguísticos são tipicamente parnasianos.
Alternativa B: incorreta. O Simbolismo não tende a ser mitológico.
Alternativa C: incorreta. O Romantismo era idealista, mas não predominantemente
metalinguístico.
Alternativa D: incorreta. O Barroco apresentava como visão de mundo predominante o
teocentrismo, com foco na religião católica, e não no que eles consideravam como paganismo.
Alternativa E: incorreta. Por mais que no Arcadismo também haja a presença de mitologia, as
reflexões metalinguísticas são predominantemente parnasianas.
Gabarito: A.
O Pré-Modernismo representa uma ponte entre os movimentos do fim do século XIX e a Semana de
Arte Moderna. Nesse sentido, o romance “Canaã” (1901) de Graça Aranha é um ótimo representativo
disso, porque:
a) hesita em assumir uma perspectiva clara, ora defendendo a protagonistas, Dona Inácia, uma
bondosa senhora, ora criticando sua criada principal pelo desleixo.
b) assinala uma crítica ao nacionalismo exacerbado do protagonista, que se sente traído pela figura de
Floriano Peixoto, pois chegou a apoiá-lo em um primeiro momento, porém foi preso pelo mesmo.
c) marca o fim do romance histórico, porque depois da frustração do protagonista, Cassi Jones, não há
mais interesse pelo passado nacional e agora tudo se volta para a cultura popular.
d) representa a imigração alemã a partir de dois personagens com pontos de vista diferentes, sendo
que Milkau é liberal e sonhador, ao passo que Lentz é aristocrata e prussiano.
e) registra a luta entre dois irmãos míticos, Pedro e Paulo, que acabam por encarnar o destino nacional
por defenderem a República e a Monarquia respectivamente.

LISTA COMPLEMENTAR
Comentários
Questão de conhecimento de autores e obras do cânone/conhecimento do movimento literário.
Alternativa A: incorreta. Dona Inácia é uma personagem do conto “Negrinha” de Monteiro Lobato.
Alternativa B: incorreta. Essa alternativa resume o enredo do romance histórico “Triste fim de
Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto.
Alternativa C: incorreta. Cassi Jones é uma personagem de “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto.
Alternativa D: correta – gabarito. Duas personagens de mesma procedência apresentam
perspectivas diferentes quanto à terra prometida. Tem personalidades bem diferentes, mas ambos são
imigrantes. São temas que marcam o movimento literário do Pré-Modernismo.
Alternativa E: incorreta. Essa opção resume o enredo do romance “Esaú e Jacó” de Machado de
Assis, e ainda assim as informações estão trocadas: Pedro é monarquista e estuda medicina.
Gabarito: D.
Leia o trecho abaixo para responder à questão.
Intentamos esboçar, palidamente embora, ante o olhar de futuros historiadores, os traços atuais
mais expressivos das sub-raças sertanejas do Brasil. E fazêmo-lo porque a sua instabilidade de
complexos de fatores múltiplos e diversamente combinados, aliada às vicissitudes históricas e
deplorável situação mental em que jazem, as tomam talvez efêmeras, destinadas a próximo
desaparecimento ante as exigências crescentes da civilização e a concorrência material intensiva das
correntes migratórias que começam a invadir profundamente a nossa terra.
Por conta de alguns aspectos como o racismo científico e o regionalismo, essa pode ser considerada
como a nota preliminar da obra:
a) “Os sertões”, de Euclides da Cunha.
b) “O cortiço”, de Aluísio de Azevedo.
c) “Urupês”, de Monteiro Lobato.
d) “O ermitão de Muquém,” de Bernardo de Guimarães.
e) “Dona Mystica”, de Guimarães Rosa.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento de autores e obras do cânone e
conhecimento do movimento literário.
Alternativa A: correta – gabarito. O racismo científico ou biológico é a crença pseudocientífica de
que existem evidências que justificam a superioridade de uma raça sobre outra. Usando como critério o
desenvolvimento da escrita e da ciência, ou europeus acreditavam que a raça branca era superior; a
amarela, intermediária, e a negra e a indígena, inferiores, por não terem nem escrita nem técnicas
sofisticadas. Além disso, “Os Sertões” é uma obra regionalista que trata do Conflito de Canudos.
Alternativa B: incorreta. Essa é uma obra naturalista com várias tendências do fim do século XIX,
mas não o regionalismo, pois se passa na periferia.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa C: incorreta. Essa é uma obra de 1918 que reúne 14 contos de Monteiro Lobato.
Alternativa D: incorreta. Esse é um romance romântico regionalista, em que era predominante o
idealismo e a valorização da natureza, na descrição das romarias até Muquém.
Alternativa E: incorreta. “Dona Mystica” é uma obra simbolista de Alphonsus Guimaraens e não
Guimarães Rosa.
Gabarito: A.
Leia o trecho do poema a seguir para responder ao que se pede.
Ó minha amante, eu quero a volúpia vermelha

Nos teus braços febris receber sobre a boca;
Minh'alma, que ao calor dos teus lábios se engelha
E morre, há de cantar perdidamente louca.
Alphonsus de Guimaraens é um poeta enquadrado no Simbolismo, mas que nesse poema apresenta
ligação com outro movimento, que é o:
a) Realismo, pela crítica da realidade imediata.
b) Romantismo, por causa do furor sentimental.
c) Pré-Modernismo, pois o considerava ultrapassado.
d) Parnasianismo, por valorizar a aura mitológica.
e) Byronismo, pela defesa do uso de entorpecentes.
Comentários
Alternativa A: incorreta. A única realidade que conhece o eu lírico é o arrebatamento do amor.
Alternativa B: correta – gabarito. O eu lírico se sente atordoado, descrevendo a experiência
sublime e extasiante de estar nos braços da amada.
Alternativa C: incorreta. Cuidado com anacronismos: o Simbolismo ocorreu um pouco antes do
Pré-Modernismo.
Alternativa D: incorreta. Não há alusões mitológicas nessa estrofe, mas sim sentimentais.
Alternativa E: incorreta. Byronismo é sinônimo da segunda geração romântica. Apesar de ter sido
também sentimental e subjetiva, na estrofe acima não há boemia.
Gabarito: B.
Resumindo os lemas dos movimentos de transição do século XIX para o início do XX, o que melhor se
aplica é:

LISTA COMPLEMENTAR
a) Parnasianismo: frialdade inorgânica; Simbolismo: sonho vago e etéreo; Pré-Modernismo:

vanguardas.
b) Parnasianismo: metalinguagem; Simbolismo: misticismo e musicalidade; Pré-Modernismo: arte pela
arte.
c) Parnasianismo: esteticismo; Simbolismo; arte pela arte; Pré-Modernismo: cientificismo.
d) Parnasianismo: formalismo; Simbolismo: materialismo científico; Pré-Modernismo: apelo racional.
e) Parnasianismo: arte pela arte; Simbolismo: sombra tênue e esvanecida; Pré-Modernismo: mistura
de estilos.
Comentários
Questão teórica de conhecimento de movimentos literários.
Alternativa A: incorreta. O Parnasianismo foi frio, mas “frialdade inorgânica” é um termo retirado
da poesia pré-modernista de Augusto dos Anjos; e “arte pela arte” é o lema parnasiano e não pré-
modernista.
Alternativa B: incorreta. Pelos mesmos motivos da letra A, “arte pela arte” é o lema parnasiano e
não pré-modernista.
Alternativa C: incorreta. “Arte pela arte” é o lema parnasiano e não simbolista.
Alternativa D: incorreta. Pelo contrário: o Simbolismo foi um movimento que negou o
cientificismo.
Alternativa E: correta – gabarito. O lema parnasiano é a “arte pela arte”, que eles tomam de
empréstimo da expressão francesa l’art pour l’art; “sombra tênue e esvanecida” é um termo que se
encontra na poesia simbolista de Florbela Espanca e o Pré-Modernismo foi um movimento de transição,
daí justificando-se a mistura de estilos.
Gabarito: E.
Embora a prosa pré-modernista valorizasse a linguagem popular, a poesia do mesmo movimento
assume-se técnica, até mesmo empregando vocabulário específico de algumas áreas do conhecimento,
como as ciências. Nesse caso, a partir dessa característica, é possível classificar como pré-modernistas
os versos:
a) “Tua boca voraz se farta e ceva /Na carne e espalhas o terror maldito, /O grito humano, o doloroso
grito /Que um vento estranho para és limbos leva.”
b) “Sobre um trono de mármore sombrio, /Em templo escuro, há muito abandonado, /Em seu grande
silêncio, austero e frio /Um ídolo de gesso está sentado.”
c) “Eu, filho do carbono e do amoníaco, /Monstro de escuridão e rutilância, /Sofro, desde a epigénesis
da infância, /A influência má dos signos do zodíaco.”
d) “Imagens que passais pela retina /Dos meus olhos, porque não vos fixais? /Que passais como a água
cristalina /Por uma fonte para nunca mais!...”

LISTA COMPLEMENTAR
e) “Quem volta da região assustadora /De onde eu venho, revendo, inda na mente, /Muitas cenas do
drama comovente /De guerra despiedada e aterradora.”
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento de movimentos
literários e identificação de trecho.
Alternativa A: incorreta. Esse é um trecho do poema simbolista “Múmia”, de
Cruz e Sousa. O vocabulário é incomum, mas não técnico.
Alternativa B: incorreta. Esse é um trecho do poema “O ídolo”, do parnasiano
Alberto de Oliveira. Não há linguagem científica.
Alternativa C: correta – gabarito. Esse é um trecho do poema “Psicologia de
um vencido”, do pré-modernista Augusto dos Anjos. O uso de termos como “carbono”, “amoníaco” e até
mesmo “epigênesis” evidenciam o conhecimento tecno-científico do autor, que também era professor.
Alternativa D: incorreta. Esse é um trecho de um poema do simbolista português Camilo Pessanha.
Alternativa E: incorreta. Esse é um trecho de um poema do pré-modernista Euclides da Cunha,
que, além de prosa, também escreveu poesia. Mas nos versos não se observa cientificismo.
Gabarito: C.
2022) O Simbolismo é um movimento literário de transição do século XIX para o início do XX. Associe
os trechos da coluna A com as análises na coluna B.
(1) “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras /De A dor e o sofrimento se expressam na
luares, de neves, de neblinas!... /Ó Formas sensualidade da experiência vivida, o que
vagas, fluidas, cristalinas... /Incensos dos contribui para ressaltar a subjetividade do eu
turíbulos das aras..”. lírico, expressando sua sentimentalidade.
(2) Nessas radiantes e profundas guerras... /As O sagrado feminino considera a mulher como
minhas carnes se dilaceraram /E vão, das llusões ser divino e supremo. Ismália, mulher que
que flamejaram, /Com o próprio sangue enlouqueceu, suicida-se, aproximando-se do
fecundando as terras... plano celeste.
(3) “E como um anjo pendeu /As asas para voar... A sinestesia é endossada pela mistura dos
/Queria a lua do céu, /Queria a lua do mar... /As sentidos da visão e do olfato, bem como há
asas que Deus lhe deu /Ruflaram de par em presença de aliteração por causa da repetição
par...” de plurais.
A sequência correta é:
a) 1 – 2 – 3
b) 1 – 3 – 2

LISTA COMPLEMENTAR
c) 3 – 1 – 2
d) 2 – 3 – 1
e) 2 – 1 – 3
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/associação de colunas.
[2] Trecho do poema “Clamando”, presente na obra “Broquéis” (1893) de Cruz e Sousa. O eu lírico
expressa sua dor pujante, como se fosse uma ferida aberta.
[3] Poema de Alphonsus Guimaraens que já caiu na EsPCEx 2018. Ismália é uma mulher que sonha
e devaneia. Encontra-se numa torre, lugar simbólico que representa a união contraditória entre céu e
terra.
[1] Estrofe de “Antífona” de Cruz e Sousa. A repetição do “s” configura aliteração, e o cheiro do
incenso se mescla com a percepção visual das cores.
Sequência correta: 2 – 3 – 1.
Gabarito: D.
35. (ITA – 2013) O poema abaixo traz a seguinte característica da escola literária em que se insere:
Violões que Choram...

Cruz e Sousa
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
bocas murmurejantes de lamento.
Noites de além, remotas, que eu recordo,

noites de solidão, noites remotas
que nos azuis da Fantasia bordo,
vou constelando de visões ignotas.
Sutis palpitações à luz da lua,

anseio dos momentos mais saudosos,
quando lá choram na deserta rua
as cordas vivas dos violões chorosos.
[...]
a) tendência à morbidez.
b) lirismo sentimental e intimista.
c) precisão vocabular e economia verbal.
d) depuração formal e destaque para a sensualidade feminina.
e) registro da realidade através da percepção sensorial do poeta.

LISTA COMPLEMENTAR
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/conhecimento de movimento literário.
Alternativa A: incorreta. Não há elementos mórbidos, ou seja, ligados à ideia de morte nesse
poema.
Alternativa B: incorreta. Não há sentimentalismo no poema, mas sim o olhar do poeta para o
exterior. Ele não está falando sobre seus próprios sentimentos.
Alternativa C: incorreta. A linguagem do poema é vaga, remetendo à percepção do poeta.
Alternativa D: incorreta. O aparecimento de figuras femininas, muito menos sensuais.
Alternativa E: correta – gabarito. O poema trata das recordações do poeta, que se lembra de noites
remotas a partir de suas próprias percepções. Isso fica claro no número de adjetivos utilizados, ligados ao
modo como ele via aquele momento (ex.: “Tristes perfis”).
O poema de Cruz e Sousa pertence ao Simbolismo, movimento literário do fim do século XIX que
buscava representar em versos uma visão subjetiva, simbólica e espiritual do mundo, adotando novas
formas de expressão, traduzindo as impressões em símbolos sensoriais. No poema, a percepção se dá dos
sons evocados pelas palavras, como em “anseio dos momentos saudosos”, em que o som sibilante do “s”
se destaca.
Gabarito: E.
36. (ITA – 2003)
Gosto de sentir a minha língua roçar

A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala, Mangueira!
Flor do Lácio, Sambódromo
Lusamérica, latim em pó.
O que quer
O que pode
Esta língua?
(...)

LISTA COMPLEMENTAR
A expressão “Flor do Lácio” também faz parte de um famoso poema da Literatura Brasileira, intitulado
“Língua Portuguesa”, produzido na segunda metade do século XIX. Assinale a alternativa que apresenta
características pertencentes ao estilo da época em que foi produzido esse poema.
a) Subjetivismo, culto da forma, arte pela arte.
b) Culto da forma, misticismo, retorno aos motivos clássicos.
c) Arte pela arte, culto da forma, retorno aos motivos clássicos.
d) Culto da forma, subjetivismo, misticismo.
e) Subjetivismo, misticismo, arte pela arte.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/conhecimento de movimento literário.
Alternativa A: incorreta. O subjetivismo, ou seja, o olhar para os próprios sentimentos, não é uma
característica marcante do Parnasianismo.
Alternativa B: incorreta. O misticismo, a espiritualidade, não são características marcantes do
Parnasianismo, mas sim do Simbolismo.
Alternativa C: correta – gabarito. O poema “Língua Portuguesa” a que o enunciado se refere é o
poema de Olavo Bilac, autor parnasiano brasileiro. O Parnasianismo tem como suas principais
características a arte pela arte, o culto à forma e o retorno aos motivos clássicos. Assim, a alternativa
correta é alternativa C.
Alternativa D: incorreta. Nem o subjetivismo nem o misticismo são características do
Parnasianismo.
Alternativa E: incorreta. A alternativa E está incorreta pelo mesmo motivo que D: nem o
subjetivismo nem o misticismo são características do Parnasianismo.
Gabarito: C.
37. (ITA – 2002) Assinale a alternativa que rotula adequadamente o tratamento dado ao elemento
indígena, nos romances "O Guarani", de José de Alencar, e "Triste fim de Policarpo Quaresma", de Lima
Barreto, respectivamente:
a) Nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural.
b) Idolatria nacionalista, derrotismo nacional.
c) Aversão ao colonizador, aversão ao progresso.
d) Aversão ao colonizador, derrotismo nacional.
e) Nacionalismo exaltado, aversão ao progresso.
Comentários
Questão de conhecimento de autores e obras do cânone/conhecimento dos movimentos
literários.
Alternativa A: correta – gabarito. O primeiro faz parte do ciclo indianista dos romances românticos;
o segundo do Pré-Modernismo, à luz da crítica social e da ironia.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa B: incorreta. No primeiro, predomina a idealização e, no segundo, o derrotismo é do

personagem Policarpo Quaresma, e não derrotismo nacional necessariamente.
Alternativa C: incorreta. Não há aversão ao colonizador em “O Guarani”. Pelo contrário, Peri e o
pai de Ceci, colonizador português, entendem-se. Tampouco há aversão ao progresso em “Triste fim de
Policarpo Quaresma”.
Alternativa D: incorreta. Pelos mesmos motivos da letra C e B, não há aversão ao colonizador em
“O Guarani” nem o derrotismo é nacional necessariamente.
Alternativa E: incorreta. Pelos mesmos motivos da letra C, não há aversão ao progresso em “Triste
fim de Policarpo Quaresma”.
Gabarito: A.
38. (ITA – 1998) Leia com atenção as, duas estrofes a seguir e compare-as quanto ao conteúdo e à
forma.
I
"Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo que a ninguém fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego."
II
"Do Sonho as mais azuis diafaneidades
que fuljam, que na Estrofe se levantem
e as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem."
Comparando as duas estrofes, conclui-se que:

a) I é parnasiana e II, simbolista.
b) I é simbolista e II, romântica.
c) I é árcade e II, parnasiana.
d) I e II são parnasianas.
e) I e II são simbolistas.
Comentários
Questão de conhecimento dos movimentos literários/associação de trechos.
A estrofe I é um trecho do poema “A um Poeta”, de Olavo Bilac. É um poema parnasiano. O
principal indicativo de pertencimento a essa escola literária é a referência a “templo grego”. Lembre-se
que uma das características dessa escola é o retorno ao tema da antiguidade clássica.
A estrofe II é um trecho do poema “Antífona”, de Cruz e Sousa. É um poema simbolista. O principal
indicativo de pertencimento a essa escola literária é a referência a “Sonho”, além da linguagem rebuscada
e com construções mais elaboradas.
Gabarito: A.

LISTA COMPLEMENTAR
39. (IME – 2021) Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra

encomendado pelo jornal "A Província de São Paulo" o engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo
da Escolar Militar da Praia Vermelha (atualmente, o Instituto Militar de Engenharia), a obra "Os
Sertões" aborda os acontecimentos da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um
movimento popular messiânico e o Exército Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia.
Uma leitura obrigatória para a compreensão da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a
descoberta pelo autor de um "Brasil profundo", desconhecido pela elite intelectual e política do litoral,
e se tornou obra canônica de expressão dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, "Os
Sertões" se caracteriza pelo encontro do estilo com os conceitos científicos, que são estetizados e
transfigurados para estabelecer um novo plano de realidade humana, por meio de uma escritura
tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica adjetivação e reinvenção lexical. Após a
leitura do texto a seguir apresentado, responda às próximas 3 questões.
CAPÍTULO 3
A guerra das caatingas
Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a ciência,
perturbando-lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes — e formulam leis para a guerra,
pondo em equação as batalhas, têm definido bem o papel das florestas como agente tático precioso,
de ofensiva ou defensiva. E ririam os sábios feldmarechais — guerreiros de cujas mãos caiu o
franquisque heroico trocado pelo lápis calculista — se ouvissem a alguém que às caatingas pobres cabe
função mais definida e grave que às grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importância
para a defesa do território — orlando as fronteiras e quebrando o embate às invasões, impedindo
mobilizações rápidas e impossibilitando a translação das artilharias — se tornam de algum modo
neutras no curso das campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, aos dois beligerantes
oferecendo a ambos a mesma penumbra às emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou
todos os desdobramentos em que a estratégia desencadeia os exércitos. São uma variável nas fórmulas
do problema tenebroso da guerra, capaz dos mais opostos valores. Ao passo que as caatingas são um
aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo modo na luta. Armam-se para
o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multívias,
para o matuto que ali nasceu e cresceu.
E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível...
As caatingas não o escondem apenas, amparam-no.
Ao avistá-las, no verão, uma coluna em marcha não se surpreende. Segue pelos caminhos em
torcicolos, aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam
no inimigo. Reagindo à canícula e com o desalinho natural às marchas, prosseguem envoltos no vozear
confuso das conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais
mal sofreados.
É que nada pode assustá-los. Certo, se os adversários imprudentes com eles se afrontarem, serão
varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-ão em estilhas a um breve choque de espadas e não
é crível que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E lá se vão, marchando,
tranquilamente heroicos...

LISTA COMPLEMENTAR
De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro...

A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas,
outras, passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores,
volvem-se, impacientes, em roda. Nada veem.
Há a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras.
E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela
frente agora, irrompendo de toda a banda.
Então estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que vê e não é
visto. Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhões
constritos na vareda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um
turbilhão de balas rola estrugidoramente dentro das galhadas...
Mas constantes, longamente intervalados sempre, zunem os projéteis dos atiradores invisíveis
batendo em cheio nas fileiras.
A situação rapidamente engravesce, exigindo resoluções enérgicas. Destacam-se outras unidades
combatentes, escalonando-se por toda a extensão do caminho, prontas à primeira voz; — e o
comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A força, de
baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expansão irradiante de cargas. Avança com
rapidez. Os adversários parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidável da
caatinga.
As seções precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira
flexível, mas impenetrável, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que Ihes arrebata das
mãos as armas, e não vingam transpô-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. Vê-se um como rastilho de
queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os
raios do sol joeirados pelas árvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra
espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponíveis,
fervilhando espinhos...
Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm à toa, num labirinto de
galhos. Caem, presos pelos laços corredios dos quipás reptantes; ou estacam, pernas imobilizadas por
fortíssimos tentáculos. Debatem-se desesperadamente até deixarem em pedaços as fardas, entre as
garras felinas de acúleos recurvos das macambiras...
Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inúteis.
Por fim a ordem dispersa do combate faz-se a dispersão do tumulto. Atiram a esmo, sem pontaria,
numa indisciplina de fogo que vitima os próprios companheiros. Seguem reforços. Os mesmos transes
reproduzem-se maiores, acrescidas a confusão e a desordem; —enquanto em torno, circulando-os,
rítmicos, fulminantes, seguros, terríveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis tio
adversário.
De repente cessam. Desaparece o inimigo que ninguém viu.
As seções voltam desfalcadas para a coluna, depois de inúteis pesquisas nas macegas. E voltam
como se saíssem de recontro braço a braço, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou
perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas
urticantes; frechados de espinhos...
(...)
A luta é desigual. A força militar decai a um plano interior Batem-na o homem e a terra. E quando
o sertão estua nos bochornos dos estios longos não é difícil prever a quem cabe a vitória. Enquanto o
minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente

LISTA COMPLEMENTAR
a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui à retaguarda, fugindo ante
o deserto ameaçador e estéril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso e amigo.
(...)
A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomável. É um titã bronzeado
fazendo vacilar a marcha dos exércitos.
CUNHA, Euclides da. Os Sertões (Campanha de Canudos). 2a ed.
São Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018, p. 181-186).
De acordo com o texto, pode-se afirmar que a Guerra de Canudos foi:

a) um conflito armado entre exércitos profissionais que se enfrentaram em campo aberto.
b) uma guerra civil de soldados bem equipados e adaptados ao terreno.
c) um conflito armado assimétrico entre uma tropa de soldados e camponeses desarmados.
d) um combate contra os habitantes da região semiárida por razões exclusivamente religiosas.
e) um conflito marcado pela audácia e pela simbiose do jagunço com as condições geográficas da
região.
Comentários
Alternativa A: incorreta. O Exército Brasileiro era profissional, mas os sertanejos não.
Alternativa B: incorreta. Não foi uma guerra civil e segundo o texto “a luta era desigual”, o que
permite inferir que nem todos estavam bem equipados.
Alternativa C: incorreta. Não eram camponeses desarmados, mas sim sertanejos.
Alternativa D: incorreta. Cuidado com absolutismos: “exclusivamente”.
Alternativa E: correta – gabarito. Segundo o texto, “a natureza toda protege o sertanejo”. Quer
dizer que ele estava preparado para lidar com as situações naquele meio especificamente. Lembrando
que “Os Sertões” é uma obra com influência das teorias do fim do século XIX, especialmente o
determinismo: o homem é fruto do meio.
Gabarito: E.
40. (IME – 2021) O texto intercala os processos dissertativo-argumentativo e descritivo-narrativo. Isso

se confirma respectivamente, pelas seguintes características:
a) emprego de alusões históricas e expressão do ponto de vista do autor, economia de adjetivação.
b) utilização frequente de verbos conjugados no gerúndio; relações de anterioridade e posteridade.
c) exposição de ideias e de informações sobre o tema; relato biográfico de acontecimentos.
d) uso de aspectos do texto científico e artigo jornalístico; narrativa historiográfica.
e) preocupação com a plausibilidade e consistência teórica; necessidade de engendrar no leitor uma
disposição de agir.
Comentários

LISTA COMPLEMENTAR

Alternativa A: incorreta. Não há economia de adjetivação: pelo contrário, ela aparece em excesso,
como é aludido no próprio comando teórico da questão.
Alternativa B: incorreta. Atenção: os verbos são frequentemente conjugados no presente, pois
Euclides da Cunha narra na condição de quem está vivendo presencialmente o conflito.
Alternativa C: incorreta. Não é mera exposição, mas sim o texto é dotado de narratividade.
Alternativa D: correta – gabarito. O cientificismo é uma das tendências do fim do século XIX que
influenciam a produção dessa obra pré-modernista. Além do mais, esse capítulo se situa na parte “A luta”,
a terceira e última do livro, conhecida por ser a parte essencialmente historiográfica.
Alternativa E: incorreta. O que pretende o narrador é causar uma forte impressão no leitor por
meio da adjetivação, mas não necessariamente a disposição de agir.
Gabarito: D.
41. (IME – 2021) "Ouve-se uma voz de comando; e um turbilhão de balas rola estrugidoramente dentro
das gargalhadas". O valor semântico do vocábulo "estrugidoramente" no trecho se aproxima de:
a) violentamente.
b) ruidosamente.
c) velozmente.
d) certeiramente.
e) mortalmente.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento do movimento literário e semântica.
Alternativa A: incorreta. “Violentamente” significa com violência, com brutalidade.
Alternativa B: correta - gabarito. Porque o contexto está aludindo uma situação em que é acionado
o sentido humano da audição, infere-se que ao advérbio de modo representa um sinônimo de
“estrondosamente”. Etimologicamente, esse advérbio é derivado do verbo “estrugir”, que significa fazer
vibrar ou vibrar fortemente, ruidosamente (dicionário Aulete).
Alternativa C: incorreta. “Velozmente” significa com rapidez.
Alternativa D: incorreta. “Certeiramente” significa com certeza.
Alternativa E: incorreta. “Mortalmente” significa fatalmente.
Gabarito: B.
42. (IME – 2020) TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. O soneto XIII de Via-Láctea, coleção
publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais famoso da antologia, obra de estreia do poeta Olavo
Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e a escolha da forma fixa revelam rigor formal e
estilístico caros ao movimento parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em colisão com o tema
da literatura típica do movimento, tal como concebido no continente europeu.

LISTA COMPLEMENTAR
XIII
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto

A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
Dentre as afirmações abaixo, assinale a que é falsa em relação ao texto.

a) Há uma nítida despreocupação quanto à perda de razão por parte da voz poética que, inclusive, abre
as janelas para melhor “conversar com as estrelas”.
b) É possível falar em um movimento argumentativo no soneto que se desenvolve em forma de diálogo
com um hipotético interlocutor e conclui que só os que amam são capazes de realizar a proeza descrita.
c) A luz do dia é recebida com tristeza pela voz poética, o que deixa ver a valorização da capacidade de
entender as estrelas e, consequentemente, seu apreço pelo estado de enamoramento.
d) São versos que se eternizam pelo tema escolhido, o amor, mote universal e atemporal.
e) A invisibilidade do ser amado, que sequer é nomeado, tampouco caracterizado fisicamente, é uma
das características mais marcantes do movimento romântico, ao qual o soneto está filiado, de acordo
com a periodização literária.
Comentários
Alternativa A: correta. O que pode ser verificado a partir do conectivo de adversidade: perdestes
a razão, “no entanto” (...).
Alternativa B: correta. Inclusive, há presença de discurso direto em forma da introdução da
pontuação das aspas.
Alternativa C: correta. Tristeza que pode ser observada nos versos: “saudoso e em pranto,”. É
como se o poeta lamentasse a vinda do dia, porque de noite ocorre algo que ele – e só ele – consegue
entender.
Alternativa D: correta. O tema a partir do qual o soneto se estrutura é “Via láctea”, o que dá nome
a ele. A associação do amor com algo etéreo, universal, sublime é construída passo a passo, mas não é
dada de antemão.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa E: incorreta – gabarito. O soneto se alia ao movimento do Parnasianismo, em que Olavo

Bilac forma a tríade junto com Alberto Oliveira e Raimundo Correia. As características principais dessa
escola são: arte pela arte, busca pela perfeição, cientificismo e positivismo e culto à forma e estruturas
fixas.
Gabarito: E.
43. (IME – 2020) O vocábulo afim ao campo semântico da palavra “espanto”, empregada em “E abro
as janelas, pálido de espanto…” (verso 4), é
a) desequilíbrio.
b) tristeza.
c) euforia.
d) admiração.
e) distração.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento do movimento literário e semântica.
Podemos aplicar escalas de valor e sentido denotativo: positivo (+) e negativo (-).
Alternativa A: incorreta. Cuidado: até se remete a perda dos sentidos, loucura, mas sentido é
negativo (-).
Alternativa B: incorreta. O sentido é negativo (-). Aqui há relação de antonímia.
Alternativa C: incorreta. Euforia significa estado caracterizado por alegria, despreocupação,
otimismo e bem-estar físico, mas que não corresponde nem às condições de vida, nem ao estado físico
objetivo; sintoma comum a várias patologias e tb. a algumas intoxicações (álcool, drogas), que se acredita
contribuir para explicar a dependência; entusiasmo, alegria exagerada e ger. repentina; exaltação. O
sentido é positivo (+) e hiperbólico, arrebatador (dicionário Houaiss).
Alternativa D: correta - gabarito. O sentido é positivo (+) e está no mesmo campo semântico de
“espanto”. Isto é, pode-se dizer que manifesta, produz a mesma sensação. Segundo o dicionário Houaiss,
espanto significa qualidade do que é espantoso ou do que causa assombro; pasmo; medo, susto;
qualidade do que provoca admiração; maravilha; acontecimento inesperado, surpreendente. São
sinônimos.
Alternativa E: incorreta. O sentido é negativo (-). Não é distração, porque é preciso concentração
para saber ouvir as estrelas.
Gabarito: D.
44. (IME – 2020) É correto afirmar que a ideia principal do texto

a) sustenta que a atividade poética é a única forma de realizar uma compreensão subjetiva do mundo
e da existência.
b) expressa a concepção segundo a qual o sentimento amoroso pode ensejar uma atitude de
contemplação e êxtase diante da realidade.

LISTA COMPLEMENTAR
c) constrói um diálogo hipotético entre o poeta e alguém para evidenciar uma forma religiosa de
experiência pessoal.
d) revela a atitude de sagacidade e de lucidez necessárias ao fazer poético.
e) exprime o ponto de vista de valorização do bom senso próprio da vida cotidiana.
Comentários
Alternativa A: incorreta. A ideia de restrição é estabelecida entre os que amam e os que sabem
ouvir as estrelas.
Alternativa B: correta – gabarito. “Ensejar” significa dar ensejo a, apresentar a oportunidade para;
ser a causa ou o motivo de; possibilitar, justificar; aguardar a oportunidade de; almejar; surgir ocasião de;
apresentar-se, aparecer; fazer tentativa de; experimentar. Contemplação e êxtase em relação ao espanto
e à saudade que permanece quando a noite vai embora. O eu lírico, pela sua condição de apaixonado,
seria mais propício ao fazer poético.
Alternativa C: incorreta. Religiosidade é uma característica mais presente no movimento do
Simbolismo e não no Parnasianismo. As características do Simbolismo são: religiosidade e misticismo.
Alternativa D: incorreta. Não necessariamente lucidez, como pode ser observado por exemplo em:
“Perdeste o senso!”.
Alternativa E: incorreta. Não trata de vida cotidiana, mas sim da suspensão da vida cotidiana por
meio do estado amoroso.
Gabarito: B.
45. (IME – 2016)
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Augusto dos Anjos
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —

Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

LISTA COMPLEMENTAR
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
Quanto ao poema de Augusto dos Anjos (texto 4), é coerente afirmar que
a) revela um “eu” conformado com seu destino ao traduzir um olhar depressivo sobre o homem
reduzido às leis fisiológicas.
b) vai ao encontro do movimento parnasiano e da tendência geral de se pensar a poesia como a arte
de dizer o sublime, o inefável.
c) reduz as possibilidades de polissemia exigidas pela arte literária ao trazer palavras consideradas
“antipoéticas” como “carbono”, “verme” e “epigênese”.
d) resiste às classificações literárias de cunho didático por suas características formais e temáticas.
e) despreza completamente o cientificismo em voga no início do século XX.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Não há um olhar depressivo, mas sim científico, beirando a escatologia.
Alternativa B: incorreta. Diferente do parnasianismo, aqui há o tratamento do sentimento. O
parnasianismo busca falar de temas menos ligados ao sentimental.
Alternativa C: incorreta. Não é uma exigência da literatura que se faça uso exclusivo de palavras
polissêmicas.
Alternativa D: correta – gabarito. Apesar de tratar de elementos científicos e vocabulário de
biológicas/exatas, o texto não é didático. É um texto poético, que faz uso de formas estruturadas, rimas
e métrica.
Alternativa E: incorreta. O poema é completamente alinhado com a ideia do cientificismo, de
entender a realidade a partir do olhar da racionalidade.
Gabarito: D.
46. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES
AS ÁRVORES VELHAS
Olavo Bilac



LISTA COMPLEMENTAR


Fonte: BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2003.
Assinale a opção que apresenta um sinônimo para o termo em destaque no trecho abaixo.
" Vencedoras da idade e das procelas..." (1a estrofe)
a) Recompensas.
b) Tormentas.
c) Competições.
d) Doenças.
e) Dores.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/semântica.
Alternativa A: incorreta. O termo tem valor negativo e não positivo.
Alternativa B: correta – gabarito. Assim como a idade é algo ruim a ser vencido, o eu lírico de que
as árvores velhas também superam as dificuldades.
Alternativa C: incorreta. Procela é uma tempestade marítima, sinônimo de tumulto, agitação, mas
não se identifica necessariamente com competição.
Alternativa D: incorreta. As árvores não adoecem exatamente.
Alternativa E: incorreta. As árvores não sentem dor exatamente. Elas sofrem com a chuva, por
configurarem seres naturais expostos às mudanças climáticas.
Gabarito: B.
47. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) Em qual dos versos abaixo se pode identificar
o emprego de um animismo?
a) "Do que as árvores mais moças, mais amigas," (1ª estrofe)
b) "Tanto mais belas quanto mais antigas," (1ª estrofe)
c) "O homem, a fera e o inseto à sombra delas" (2ª estrofe)
d) "Não choremos jamais a mocidade!" (3ª estrofe)
e) "Como as árvores fortes envelhecem," (3ª estrofe)
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/identificação de trechos.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa A: correta – gabarito. Animismo é a crença segundo a qual todas as pessoas, plantas,
animais e fenômenos da natureza possuem uma alma (dicionário Aulete). Porque as árvores são
comparadas a mulheres, sendo qualificadas inclusive por causa de sua afinidade, há aí animismo.
Alternativa B: incorreta. A beleza ou antiguidade não são características necessariamente dos
seres animados.
Alternativa C: incorreta. O eu lírico enumera seres que são protegidos pela árvore.
Alternativa D: incorreta. É o conselho ferrenho do eu lírico.
Alternativa E: incorreta. A comparação é usada para reforçar a sugestão do eu lírico.
Gabarito: A.
48. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) A partir das informações contidas no texto,
pode-se dizer que o soneto de Olavo Bilac tem o objetivo principal de exaltar:
a) a importância de se conservar as árvores mais velhas, uma vez que elas são fundamentais para a
manutenção do equilíbrio ambiental.
b) a estreita ligação psicológica existente entre a natureza e o ser humano, o qual pode conseguir
consolo em momentos adversos através do contato com uma árvore.
c) a alegria de se tornar mais velho, uma vez que, assim como as árvores, os seres humanos com mais
idade podem ser considerados mais úteis.
d) os mais variados benefícios oferecidos por árvores antigas, as quais fornecem o alimento e também
o abrigo necessário a seres humanos e animais.
e) o valor da experiência adquirida ao longo do tempo, já que as árvores mais velhas se tornam mais
resilientes e acolhedoras, assim como os seres humanos.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário.
Alternativa A: incorreta. As árvores servem como comparação. Emprega-se linguagem metafórica
e não literal.
Alternativa B: incorreta. O Parnasianismo não é um movimento literário conhecido por ser
intimista nem subjetivo. Dos movimentos literários do fim do século XIX, o mais psicologista foi o
Realismo.
Alternativa C: incorreta. A princípio, o eu lírico dá conselhos para se sentir bem no processo de
envelhecimento, justamente porque ele é conhecido por causar sofrimentos e não alegria.
Alternativa D: incorreta. Pelos mesmos motivos da letra A, as árvores são mencionadas a título de
comparação.
Alternativa E: correta – gabarito. Mesmo que o envelhecimento seja duro, o eu lírico usa as árvores
velhas como símbolo de força para encorajar a trajetória neste fenômeno que é natural.
Gabarito: E.
49. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) Observe o trecho:

LISTA COMPLEMENTAR
"Olha estas velhas árvores [...]" (1ª estrofe)
Assinale a opção que apresenta a conjugação verbal correta, se o imperativo em destaque no trecho
fosse negativo.
a) Não olha estas velhas árvores.
b) Não olhai estas velhas árvores.
c) Não olhais estas velhas árvores.
d) Não olhe estas velhas árvores.
e) Não olhes estas velhas árvores.
Comentários
Questão de Gramática aplicada à Literatura.
Alternativa A: incorreta. Cuidado: a forma na negativa não se mantém.
Alternativa B: incorreta. Esse é o imperativo afirmativo da segunda pessoa do plural e não do
singular.
Alternativa C: incorreta. Esse é o indicativo presente da segunda pessoa do plural.
Alternativa D: incorreta. Atenção: esse é o imperativo afirmativo que utiliza como pronome de
tratamento "você" e não "tu".
Alternativa E: correta – gabarito. O imperativo negativo na segunda pessoa do singular do verbo
"olhar" é "não olhes tu".
Gabarito: E.
50. (Marinha do Brasil – Serviço Militar Voluntário – 2022) Observe a 3ª estrofe do soneto de Bilac:
"Não choremos jamais a mocidade!

Como as árvores fortes envelhecem,"
O tipo textual predominante nesse trecho do texto é:

a) narrativo.
b) descritivo.
c) injuntivo.
d) expositivo.
e) argumentativo.
Comentários
Alternativa A: incorreta. O texto é um poema, ou seja, forma literária escrita em versos. Como não
há presença de personagens, ação nem em enredo nessa estrofe, ela não pode ser caracterizada de
narrativa.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa B: incorreta. O texto descritivo é pautado na adjetivação. Embora o descritivismo seja

uma característica parnasiana, não é o traço mais evidente nessa estrofe.
Alternativa C: correta – gabarito. O texto injuntivo serve para orientar, aconselhar, dar instruções.
Porque o eu lírico adverte o leitor, inclusive no subjuntivo – "choremos" e "envelheçamos" –, há a
tentativa de fortalecer o receptor da mensagem para encarar o processo do envelhecimento.
Alternativa D: incorreta. O texto não só expõe, mas sim faz recomendações.
Alternativa E: incorreta. O eu lírico não sustenta uma tese ou opinião própria, mas sim tenta ajudar
o leitor.
Gabarito: C.
2023) Leia a estrofe abaixo.
"Clâmides frescas, de brancuras frias,

Finíssimas dalmáticas de neve
Vestem as longas árvores sombrias,
Surgindo a Lua nebulosa e leve..."
Quanto à forma e ao conteúdo expresso observados acima, assinale o que for correto.
a) O cromatismo é uma das características visuais, bem como o recurso aliterativo é um fator sonoro,
os quais fazem da obra simbolista.
b) O uso de termos da Antiguidade Clássica, como "clâmides", faz com que o poema se enquadre no
Parnasianismo.
c) A exaltação da natureza é responsável por indicar o pastoralismo, podendo a estrofe se classificar
como árcade.
d) A menção às "árvores sombrias" é uma metáfora do apodrecimento do ser orgânico, situando essa
poesia no Pré-Modernismo.
e) O emprego do superlativo é uma hipérbole explicativa, assim como para qualificar a Lua é usado um
adjetivo ambíguo, o que são traços realistas.
Comentários
Alternativa A: correta – gabarito. O cromatismo é a menção às "brancuras" no primeiro verso e a
aliteração é a repetição da consoante "s". Trata-se de um trecho do poema "Lua", presente no livro
"Broquéis", do poeta simbolista Cruz e Souza.
Alternativa B: incorreta. Na Grécia Antiga, clâmide era um manto que se prendia ao pescoço e aos
ombros por meio de um broche (dicionário Aulete). Porém, o poema é simbolista e não parnasiano.
Alternativa C: incorreta. A estrofe alude à neve, a árvores e à Lua, mas elas não são enaltecidas
como no Arcadismo. No Simbolismo, a natureza se liga ao sensorialismo.
Alternativa D: incorreta. O mero adjetivo não faz com que o poema seja pessimista.
Alternativa E: incorreta. No Realismo, a poesia não foi predominante.

LISTA COMPLEMENTAR
Gabarito: A.
2023) O cientificismo é uma teoria do fim do século XIX que representou o entusiasmo desmesurado –
e até arriscado – quanto ao progresso científico. Nesse sentido, identifique quais são os versos que se
valeram do método científico de rigor na observação da realidade.
a) "Sentir romper do vale e a meus pés, rumorosa, /Dilatar-se e cantar a alma sonora e quente /Das
árvores, que em flor abre a manhã cheirosa, /Dos rios, onde luz todo o esplendor do Oriente".
b) "Mas que na forma se disfarce o emprego /Do esforço: e trama viva se construa /De tal modo, que
a imagem fique nua /Rica mas sóbria, como um templo grego".
c) "Como se ama o calor e a luz querida, /Silêncio, e cores, e perfume, e vida, /Os pais e a pátria e a
virtude e a Deus: /Assim eu te amo, assim".
d) "Que força pôde, adstrita a embriões informes, /Tua garganta estúpida arrancar /Do segredo da
célula ovular /Para latir nas solidões enormes?!".
e) "Para dizerem milho dizem mio /Para melhor dizem mió /Para pior pió /Para telha dizem teia /Para
telhado dizem teiado /E vão fazendo telhados."
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento de movimentos literários e
identificação de trechos.
Alternativa A: incorreta. São versos do poema "Aspiração" de Alberto de Oliveira. Apesar de
parnasiano, predomina no poema a adjetivação e a invocação dos sentidos.
Alternativa B: incorreta. São versos do poema "A um poeta" de Olavo Bilac. O eu lírico fala sobre
o labor artístico, sendo que a metalinguagem é uma das principais características do Parnasianismo.
Alternativa C: incorreta. É um trecho de um poema romântico de Gonçalves Dias. Prevalece o
sentimentalismo.
Alternativa D: correta – gabarito. O vocabulário insólito e técnico são indícios de cientificismo. São
versos do poema "Versos a um cão", do poeta pré-modernista Augusto dos Anjos.
Alternativa E: incorreta. São versos do poema "Vício da fala", do modernista do Oswald de
Andrade. A preocupação com uma variante linguística popular é uma questão modernista e não
cientificista.
Gabarito: D.
A partir da leitura do poema, responda ao que se pede.
A um Artista
Mergulha o teu olhar de fino colarista
No azul: medita um pouco, e escreve; um nada quase:

LISTA COMPLEMENTAR
Um trecho só de prosa, uma estrofe, uma frase

Que patenteie a mão de um requintado artista.
Escreve! Molha a pena, o leve estilo enrista!

Pinta um canto do céu, uma nuvem de gaze
Solta, brilhante ao sol; e que a alma se te vaze
Na cópia dessa luz que nos deslumbra a vista.
Escreve!... Um céu ostenta o matiz da celagem

Onde erra o sol, moroso, entre vapores brancos,
Irisando, ao de leve, o verde da paisagem...
Uma ave banha ao sol o esplêndido plumacho...

Num recanto de bosque, a lamber os barrancos,
Espumeja em cachões uma cachoeira embaixo...
JÚLIA, Francisca. Poemas. Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://tinyurl.com/2j83vsve.
Acesso em: 04 maio 2022.
Todas abaixo são características parnasianas detectadas no texto acima, EXCETO:

a) mitologia greco-latina.
b) locus amoenus.
c) metalinguagem.
d) perfeccionismo.
e) descrição de paisagens.
Comentários
Alternativa A: incorreta – gabarito. Não há menção a nenhuma divindade do panteão politeísta no
poema, apesar de essa ser mesmo uma caraterística parnasiana.
Alternativa B: correta. Esse latinismo é, na verdade, árcade, mas nos tercetos finais do soneto
também se verifica a representação amena da natureza, como se ela fosse um templo sagrado.
Alternativa C: correta. Trata-se de um poema falando sobre o próprio fazer artístico.
Alternativa D: correta. O que se infere da expressão: "leve estilo enrista".
Alternativa E: correta. O artista busca inspiração na natureza, cujo verde da paisagem lhe inspira.
Gabarito: A.
A estrofe a seguir é retirada de um soneto de "Panóplias", de Olavo Bilac.
A Gonçalves Dias
O maracá e as flechas, o estridente

Troar da inúbia, e o canitar indiano…
E, eternizando o povo americano,

LISTA COMPLEMENTAR
Vives eterno em teu poema ingente.
O Parnasianismo é conhecido por aspectos como formalismo e apelo metalinguístico. Não obstante, o
eu lírico
a) retrata uma vida de misérias.
b) engrandece uma figura histórica.
c) reforça o idílio da natureza.
d) enaltece a labuta da escrita.
e) rivaliza com um mestre do passado.
Comentários
Questão de interpretação de texto/conhecimento de movimentos literários.
Alternativa A: incorreta. Pelo contrário: o tom é eloquente.
Alternativa B: correta – gabarito. No caso, o escritor romântico Gonçalves Dias entra para os idos
da História, o que conquistou por meio de sua obra.
Alternativa C: incorreta. O eu lírico usa termos indígenas para se associar ao tema: a poesia de
Gonçalves Dias era épica e indianista.
Alternativa D: incorreta. Não é um poema metalinguístico, como indica o próprio comando teórico.
Alternativa E: incorreta. Não há tal rivalidade, mas sim prestação de homenagem.
Gabarito: B.
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55. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – 10o Simulado ESA 2023:
Geral/Aviação) Um autor que começou no Pré-Modernismo, mas depois da Semana de Arte Moderna
se converteu para o Modernismo propriamente dito foi:
a) Augusto dos Anjos.
b) Euclides da Cunha.
c) Monteiro Lobato.
d) Graça Aranha.
e) Raul Pompeia.
Comentários
Questão teórica de conhecimento de autores e obras do cânone.
Alternativa A: incorreta. Poeta pré-modernista que escreveu "Eu e outros poemas" (1911). É
conhecido pela sua linguagem técnica, ligada ao cientificismo do século XIX.
Alternativa B: incorreta. Escritor conservador, autor da obra autobiográfica "Os sertões" (1902).
Alternativa C: incorreta. Ele se envolveu em uma polêmica com a Anita Malfatti.
Alternativa D: correta – gabarito. Graça Aranha escreveu o romance "Canaã" (1902), porém na
Semana de Arte Moderna proclamou o texto "O que é arte moderna".
Alternativa E: incorreta. Trata-se de um autor realista, autor do romance "Ateneu: crônica de
saudades" (1888).
Gabarito: D.

LISTA COMPLEMENTAR
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56. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Simulado Inédito
Premonição ESA 2023: Geral/Aviação)
TEXTO I
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
TEXTO II
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Os trechos acima são de escolas contemporâneas entre si, mas diferentes principalmente porque:
a) o Simbolismo se preocupa mais com o estilo, ao passo que o Parnasianismo com a forma.
b) o Simbolismo é um movimento mais místico, e o Parnasianismo mais católico.
c) o Simbolismo é um movimento mais objetivo, enquanto o Parnasianismo mais subjetivo.
d) o Simbolismo mescla diversas referências, sendo que o Parnasianismo é mais social.
e) o Simbolismo se inspira em experimentalismos, mas o Parnasianismo é vanguardista.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; literatura comparada e conhecimento de movimentos
literários.
Alternativa A: correta – gabarito. A primeira estrofe faz parte do poema "Violões que choram" do
poeta simbolista Cruz e Sousa e a segunda estrofe do poema "Profissão de fé" de Olavo Bilac. Evidencia-
se o uso de aliterações no primeiro texto a partir da repetição da consoante "v", com a finalidade de
provocar um efeito sonoro. O segundo texto, por sua vez, foca-se na atividade do artista, que se concentra
no seu labor com o máximo de perfeição.
Alternativa B: incorreta. O Simbolismo é mesmo místico, mas essa característica não se observa
no primeiro texto. Tampouco o Parnasianismo é católico.
Alternativa C: incorreta. É o contrário.
Alternativa D: incorreta. Ambas essas características são do Pré-Modernismo.
Alternativa E: incorreta. Ambas essas características são do Modernismo.
Gabarito: A.
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2023) A partir da leitura, responda à questão.

LISTA COMPLEMENTAR
Os seus olhos de imigrante pasciam na doce redondeza do panorama. Nessa região a terra exprime
uma harmonia perfeita no conjunto das coisas: nem o rio é largo e monstruoso precipitando-se como
espantosa torrente, nem a serra se compõe de grandes montanhas, dessas que enterram a cabeça nas
nuvens e fascinam e atraem como inspiradoras de cultos tenebrosos, convidando à morte como um
tentador abrigo... O Santa Maria é um pequeno filho das alturas, ligeiro em seu começo, depois
embaraçado longo trecho por pedras que o encachoeiram, e das quais se livra num terrível esforço,
mugindo de dor, para alcançar afinal a sua velocidade ardente e alegre. Escapa-se então por entre uma
floresta sem grandeza, insinua-se vivaz no seio de colinas torneadas e brandas, que parece entregarem-
se complacentes àquela risonha e úmida loucura... Elas por sua vez se alteiam graciosas, vestidas de
uma relva curva que suave lhes desce pelos flancos, como túnica fulva, envolvendo-as numa carícia
quente e infinita. A solidão formada pelo rio e pelos morros era naquele glorioso momento luminosa
e calma. Sobre ela não pairava a menor angústia de terror.
ARANHA, Graça. Canaã. São Paulo: Ática, 1998 (p. 11).
Entre as opções abaixo, assinale a correta.

a) A natureza está sendo personificada para veicular a angústia do personagem.
b) A descrição excessiva faz com que a linguagem se associe ao cientificismo naturalista.
c) A valorização dos recursos naturais expressa o idealismo típico do ultrarromantismo.
d) O imigrante encontra na natureza da nova terra um porto seguro em analogia com sua pátria.
e) O monte de Santa Maria representa a variedade da flora brasileira como na literatura de informação.
Comentários
Alternativa A: incorreta. O personagem não está angustiado. Pelo contrário, sente-se em paz na
natureza, o que se atesta a partir da última colocação: "Sobre ela não pairava a menor angústia de terror."
Alternativa B: incorreta. A linguagem não é cientificista porque não é técnica, nem tenta
comprovar nada.
Alternativa C: incorreta. A natureza é idealizada, mas Graça Aranha é um autor pré-modernista.
Alternativa D: correta – gabarito. O que se infere a partir das negações introduzidas por "nem". Se
o personagem está comparando, é porque se lembra da terra natal. A nova terra, para ele, é um sinônimo
da paz almejada, o que justifica o título do livro, como se fosse a terra prometida.
Alternativa E: incorreta. O texto não se associa à produção quinhentista.
Gabarito: D.
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2023) Leia o soneto a seguir.
Soneto de Ofélia
Lírio do val perdido na corrente,
Sigo formosa e fria entre outros lírios...
Na cabeça, uma c’roa de martírios;
Nos olhos virginais, a paz silente.

LISTA COMPLEMENTAR
As estrelas virão acender círios

No fundo deste leito, suavemente:
E a lua beijar-me-á, calma e dolente,
– A lua que abençoou os meus delírios.
Que venha o vago luar que anda nas covas

Atorçalar-me a fronte, onde vagueia
O beijo etéreo e trágico de Hamleto...
Formosa como vou, com flores novas

Beijando a minha cor de lua-cheia,
O Príncipe ter-me-á Eterno Afeto.
GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. Organização de Alphonsus de Guimaraens Filho. Introdução de
Eduardo Portella. Notas biográficas de João Alphonsus. Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1960. p. 285. (Biblioteca luso-
brasileira. Série brasileira, 20).
Este poema se estrutura na intertextualidade. Assim, a obra se insere no Simbolismo, especialmente

porque
a) o uso de duas mesóclises – uma no segundo quarteto e outra no primeiro terceto – evidencia o
requinte na linguagem, que também é marcada pela subjetividade.
b) o emprego de versos alexandrinos e rimas pobres faz com que o texto revitalize aspectos do
Classicismo, estética na qual Shakespeare se enquadra.
c) as aliterações e cadências nos versos provocam um efeito sonoro dissonante, coadunando com a
confusão mental das personagens enlouquecidas.
d) a personagem feminina entra em um inebriamento, trajando flores e se jogando na noite, o que é
ressaltado pela tragicidade de um relacionamento não resolvido.
e) a utilização da primeira pessoa no último terceto revela que o eu lírico de fato é a personagem,
manifestando um apelo metalinguístico.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento de movimentos literários e teoria
literária.
Alternativa A: incorreta. A outra mesóclise está no segundo terceto e não no primeiro. O verbo
"atorçalar-me" indica uma ênclise.
Alternativa B: incorreta. Os versos são decassílabos e nem todas as rimas são pobres (da mesma
classe gramatical). Além disso, Shakespeare é um autor do Humanismo.
Alternativa C: incorreta. Cuidado: não é um efeito dissonante, mas sim harmônico.
Alternativa D: correta – gabarito. Ofélia é a namorada de Hamlet na peça homônima de
Shakespeare. Já no ato III, eles se desentendem por meio de cartas. Como Hamlet mata Polônio, o pai de
Ofélia, em um acidente, ela enlouquece e se suicida, afogando-se, trajada de uma vestimenta com flores.
Nesse sentido, ela se liga ao sagrado feminino, tão caro para o movimento simbolista.
Alternativa E: incorreta. O eu lírico está assumindo o ponto de vista de Ofélia, como expressa o
próprio título.
Gabarito: D.
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LISTA COMPLEMENTAR
2023) Depois de ler o soneto, responda ao que se pede.
OS DOENTES
I
Como uma cascavel que se enroscava,
A cidade dos lázaros dormia...
Somente, na metrópole vazia,
Minha cabeça autônoma pensava!
Mordia-me a obsessão má de que havia,

Sob os meus pés, na terra onde eu pisava,
Um fígado doente que sangrava
E uma garganta órfã que gemia!
Tentava compreender com as conceptivas

Funções do encéfalo as substâncias vivas
Que nem Spencer, nem Haeckel compreenderam...
E via em mim, coberto de desgraças,

O resultado de bilhões de raças
Que há muito desapareceram!
ANJOS, Augusto de. Eu e outras poesias. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/mu9mrfkp. Acesso em: 25 mar. 2022.
As alternativas abaixo expressam análises corretas do poema. Assim, identifique o comentário

INCORRETO.
a) O eu lírico dá a entender que ele configura uma mente pensando em meio a uma massa ignorante.
b) A intertextualidade se comprova porque o eu lírico se espelha nos naturalistas românticos.
c) A ciência de séculos passados não mais corresponde às necessidades do mundo atual.
d) Há uma preocupação quanto ao sofrimento biológico ao qual o ser humano está submetido.
e) O eu lírico se vê como síntese de um processo evolutivo do qual ele concentra em si todas as mazelas.
Comentários
Alternativa A: correta. O que se infere do verso: "Minha cabeça autônoma pensava!".
Alternativa B: incorreta – gabarito. A intertextualidade é o diálogo entre autores do século XIX,
como Herbert Spencer e Ernst Haeckel. Suas teorias foram usadas no Naturalismo e não no Romantismo.
Alternativa C: correta. Nem intelectuais importantes são suficientes para resolver os problemas
contemporâneos. É uma crítica que serve para dizer que eles estão ultrapassados.
Alternativa D: correta. Na segunda estrofe, o eu lírico tem o pressentimento de se deparar com
um "fígado doente" e uma "garganta órfã".
Alternativa E: correta. Ele mesmo se caracteriza como "O resultado de bilhões de raças".
Gabarito: B.

LISTA COMPLEMENTAR
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2023)
Que bom dizer então bem alto ao firmamento

O que outrora jamais - homem - dizer não pude,
Da menor sensação ao máximo tormento
Quanto passa através minha existência rude!
O Parnasianismo preocupava-se com o rigor formal. Quanto aos versos do parnasiano Alberto de
Oliveira, julgue o que for correto quanto à sua composição.
a) os versos são heroicos e as rimas são emparelhadas.
b) os versos são decassílabos e as rimas são alternadas.
c) os versos são dodecassílabos e as rimas são pobres.
d) os versos são alexandrinos e as rimas são alternadas.
e) os versos são dodecassílabos e as rimas são ricas.
Comentários
Questão de teoria literária.
Alternativa A: incorreta. Os versos são dodecassílabos e não heroicos (decassílabos).
Alternativa B: incorreta. Nem um nem outro.
Alternativa C: incorreta. Apenas uma das rimas é pobre: "firmamento/tormento" (ambas as
palavras são substantivos).
Alternativa D: correta – gabarito. Os versos são dodecassílabos e as rimas seguem o padrão ABAB.
Alternativa E: incorreta. Apenas uma das rimas é rica: "pude/rude" (verbo + adjetivo).
Gabarito: D.
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2023)
Estiram-se então planuras vastas. Galgando-as pelos taludes, que as soerguem dando-lhes a
aparência exata de tabuleiros suspensos, topam-se, a centenas de metros, extensas áreas ampliando-
se, boleadas, pelos quadrantes, numa prolongação indefinida, de mares. É a paragem formosíssima
dos campos gerais, expandida em chapadões ondulantes — grandes tablados onde campeia a
sociedade rude dos vaqueiros...
Atravessêmo-la.
Disponível em: https://tinyurl.com/487nbbzr. Acesso em: 25 jul. 2022.
O contraste entre a descrição da paisagem e do ser humano ocorre no sentido de:

LISTA COMPLEMENTAR
a) exaltar a população local e sua crença e rebaixar a pobreza que domina o lugar.
b) enaltecer a grandeza do ambiente em detrimento do caráter de quem lá trabalha.
c) criticar a falta de políticas públicas quanto à qualidade de vida dos nativos.
d) enobrecer as pessoas da região, que parecem ter traços de heroísmo e coragem.
e) propor em tom de cautela uma advertência com as pessoas com quem queriam lutar.
Comentários
Alternativa A: incorreta. É o contrário: é o homem que é rebaixado.
Alternativa B: correta – gabarito. Toda a natureza é descrita com excesso de detalhes e
adjetivação, ao passo que a sociedade de vaqueiros é qualificada como "rude".
Alternativa C: incorreta. Cuidado com informações extratextuais.
Alternativa D: incorreta. Os homens são rudes e dignos de serem evitados, se o narrador
demonstra pretensão de atravessamento.
Alternativa E: incorreta. Por mais que a obra fale da Guerra de Canudos, tal conflito não é
evidenciado no trecho em questão.
Gabarito: B.
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2023) Quanto à estrofe abaixo, preencha as lacunas.
Braços nervosos, brancas opulências,

Brumais brancuras, fúlgidas brancuras,
Alvuras castas, virginais alvuras,
Lactescências das raras lactescências.
O poema é ______, observando-se exacerbação de ______. A sequência correta é:

a) simbolista / hipérboles.
b) simbolista / aliterações.
c) parnasiano / metalinguagens.
d) barroco / paradoxos.
e) árcade / metáforas.
Comentários
Questão de conhecimento de movimentos literários, Gramática aplicada à Literatura e
preenchimento de lacunas.
Alternativa A: incorreta. Atenção: a exacerbação não se relaciona com um exagero no plano
temático. O termo de maior destaque é "opulências".
Alternativa B: correta – gabarito. É um trecho de Cruz e Sousa, o principal poeta simbolista
brasileiro. Há repetição de letras "s" em todos os versos, com excesso de plurais.
Alternativa C: incorreta. O poema não se remete a si mesmo nem é parnasiano.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa D: incorreta. Não há ideias opostas tampouco o poema é barroco.

Alternativa E: incorreta. Predominam descrições e não metáforas necessariamente. Ademais, o
poema é simbolista e não árcade.
Gabarito: B.
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2023) Após a leitura do soneto, responda à questão.
O PÂNTANO
Podem vê-lo, sem dor, meus semelhantes!...

Mas, para mim que a Natureza escuto,
Este pântano é o túmulo absoluto,
De todas as grandezas começantes!
Larvas desconhecidas de gigantes

Sobre o seu leito de peçonha e luto
Dormem tranquilamente o sono bruto
Dos superorganismos ainda infantes!
Em sua estagnação arde uma raça,

Tragicamente, à espera de quem passa
Para abrir-lhe, às escâncaras, a porta...
E eu sinto a angústia dessa raça ardente

Condenada a esperar perpetuamente
No universo esmagado da água morta.
ANJOS, Augusto. Eu e outras poesias. Fonte: Domínio Público.
O Pré-Modernismo é um período marcado pela mistura de referências e estilos. Nesse sentido,

assinale a opção correta.
a) "Mas, para mim que a Natureza escuto” = Arcadismo.
b) "Larvas desconhecidas de gigantes” = Realismo.
c) "Dos superorganismos ainda infantes!” = Condoreirismo.
d) "Condenada a esperar perpetuamente” = Determinismo.
e) "No universo esmagado da água morta.” = Simbolismo.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Não é porque a natureza foi mencionada que há associação com o locus
amoenus do Arcadismo.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa B: incorreta. Nesse verso, há cientificismo.

Alternativa C: incorreta. Pelos mesmos motivos da letra B: nesse verso, há cientificismo.
Alternativa D: correta – gabarito. O determinismo é uma teoria do fim do século XIX que prega que
o homem é fruto do meio e não pode mudar. O fatalismo nesse verso revela destino preestabelecido.
Alternativa E: incorreta. Há pessimismo nesse verso.
Gabarito: D.
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ESA) Leia o poema abaixo.
"De mãos postas, à luz de frouxos círios

Rezas para as Estrelas do Infinito,
Para os Azuis dos siderais Empíreos
Das Orações o doloroso rito."
O texto pode ser classificado como

a) realista, pela denúncia de um sofrimento que é injusto.
b) decadentista, pelo forte pessimismo do ser humano cético.
c) simbolista, pela presença de misticismo aliado à sonoridade.
d) parnasiano, pela retomada de divindades mitológicas.
e) modernista, pela crítica social contra a religião.
Comentários
Alternativa A: incorreta. O sofrimento é uma maneira de ascese (aperfeiçoamento espiritual).
Alternativa B: incorreta. Não há ceticismo (descrença).
Alternativa C: correta – gabarito. Há predomínio do êxtase religioso, bem como da aliteração
(repetição da letra "s").
Alternativa D: incorreta. Os termos com letras maiúsculas são personificações.
Alternativa E: incorreta. A religião não está sendo criticada.
Gabarito: C.
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EsPCEx) Quanto ao Parnasianismo/Simbolismo, julgue o que for correto.
a) Teófilo Dias é o autor de "Ismália", poema que fala sobre o suicídio de uma mulher.
b) Raimundo Correia é o maior exponente parnasiano, responsável pela autoria de "Vaso grego".
c) Cruz e Sousa iniciou o movimento simbolista no Brasil, a partir da sua obra "Evocações".
d) Por causa dos temas vagos e pelo poder da sugestão, os simbolistas foram chamados de nefelibatas.
e) Almejando retomar ideais da Antiguidade Clássica, o Parnasianismo leva alcunha de Neoclassicismo.

LISTA COMPLEMENTAR
Comentários
Alternativa A: incorreta. O autor desse poema é o simbolista Alphonsus Guimaraens. Teófilo Dias
escreveu "Fanfarras" (1881), que introduz o Parnasianismo no Brasil.
Alternativa B: incorreta. O autor desse poema é Alberto de Oliveira e o principal escritor
parnasiano brasileiro foi Olavo Bilac.
Alternativa C: incorreta. Ele introduz o movimento simbolista no Brasil, mas com a obra "Missal"
(1893). "Evocações" é uma obra da maturidade.
Alternativa D: correta – gabarito. Do grego, o termo tem a ver com nuvens, pois os poetas viviam
divagando.
Alternativa E: incorreta. O movimento conhecido como Neoclassicismo foi o Arcadismo.
Gabarito: D.
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66. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Último Provão de
Bolsas EsPCEx)
ASTRO FRIO
Por entre celas místicas, silenciosas, lá te foste emudecer para sempre, ó harmonioso e célebre
pássaro do canto, nos pesados claustros.
Cor de rosa e de ouro na iluminada sala dos teatros, trinava para o alto inefavelmente, e, agora,
não sei por que tormentosa paixão que te desolou um dia, ficaste infinitivamente reclusa, sob os fuscos
tetos de um convento, como uma rara rosa opulenta numa estufa triste, fugindo ao sol dos prados.
Fria e muda estarás, talvez, a estas horas, ajoelhada na capela de um Cristo glacial de marfim
sagrado — branca, mais glacial e de mais branco marfim do que esse Cristo, com as níveas mãos de
cera e face também de cera macerada pelos jejuns e pelos cilícios, dentro de sombrias vestes talares
(...).
SOUSA, Cruz e. Missal. Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://tinyurl.com/3pkxmbht.
Acesso em: 13 ago. 2022.
Características que permitem esse texto ser enquadrado no Simbolismo são:

a) Espiritualidade, musicalidade e cromatismo.
b) Misticismo, mitologia e neologismos.
c) Aliterações, cristandade e onírico.
d) Subjetividade, loucura e sonho.
e) Evasão, boemia e transcendência.
Comentários
Alternativa A: correta – gabarito. São mencionadas celas místicas e um Cristo glacial. O pássaro
está cantando trinando e o cenário é pintado de rosa e ouro.
Alternativa B: incorreta. Mitologia é uma característica parnasiana e não simbolista.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa C: incorreta. Todos são de fato traços simbolistas, mas não é mencionado sonho no
trecho.
Alternativa D: incorreta. Pelos mesmos motivos da letra C, tudo procede exceto a loucura.
Alternativa E: incorreta. Não há boemia no trecho, pois não há vida desregrada nem embriaguez.
Gabarito: A.
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ESA 2023: Parte 2)
Quaresma ficou encantado, quando Albernaz falou em organizar uma chegança, à moda do Norte,
por ocasião do aniversário de sua praça. Em casa do general era assim: qualquer aniversário tinha a
sua festa, de forma que havia bem umas trinta por ano, não contando domingos, dias feriados e
santificados em que se dançava também.
Disponível em: https://tinyurl.com/5n6bd6e2. Acesso em: 11 ago. 2022.
O Capitão Albernaz manifesta um comportamento que pode ser caracterizado como:

a) patriota.
b) idôneo.
c) bonachão.
d) enxerido.
e) oportunista.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/semântica.
Alternativa A: incorreta. É representa a vida não oficial da personagem.
Alternativa B: incorreta. É o contrário de sério.
Alternativa C: correta – gabarito. O Capitão Albernaz Gosta de comemorar o aniversário de muita
gente e sempre encontrava uma ocasião para se divertir. Era um bon vivant.
Alternativa D: incorreta. Não é intrometido.
Alternativa E: incorreta. Essa palavra tem um valor semântico negativo.
Gabarito: C.
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ESA 2023: Parte 2)
Tal a finalidade dos estames!

Mas ele viverá, rotos os liames
Dessa estranguladora lei que aperta
Todos os agregados perecíveis,
Nas eterizações indefiníveis

LISTA COMPLEMENTAR
Da energia intra-atômica liberta!
Será calor, causa ubíqua de gozo,

Raio X, magnetismo misterioso,
Quimiotaxia, ondulação aérea,
Fonte de repulsões e de prazeres,
Sonoridade potencial dos seres,
Estrangulada dentro da matéria!
A partir da leitura, depreende-se que o eu lírico se sente

a) angustiado por causa da guerra.
b) preso ao cientificismo de seu tempo.
c) preocupado com as formas clássicas.
d) aliviado pelas descobertas racionais.
e) esperançoso com a salvação no futuro.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Está angustiado, porém. não por causa da guerra, mas sim porque se
sente sufocado por cientificismos.
Alternativa B: correta – gabarito. O poeta Augusto dos Anjos é conhecido pela sua linguagem
técnica.
Alternativa C: incorreta. Apesar dos versos decassílabos, é um poema pré-modernista e não
parnasiano.
Alternativa D: incorreta. Não é alívio o que sente, mas sim sobrecarga.
Alternativa E: incorreta. A lei é estranguladora e não salvadora.
Gabarito: B.
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69. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – Premonição ESA 2023)
Carnais, sejam carnais tantos desejos,

Carnais, sejam carnais tantos anseios,
Palpitações e frêmitos e enleios,
Das harpas da emoção tantos arpejos...
A estrofe acima pode ser caracterizada como

a) simbolista, pelo apelo sensualista bem como pelo uso de recursos sonoros.
b) parnasiano, pela objetividade da música sendo tocada com perfeição.

LISTA COMPLEMENTAR
c) romântica, pela sentimentalidade que faz com que seja cometido suicídio.
d) decadentista, por revelar um modo de vida boêmio de inadequação.
e) ultrarromântico, pelo hino de louvor ao patriotismo nacional.
Comentários
Alternativa A: correta – gabarito. Os desejos são tão carnais que a ênfase é dada ao adjetivo em
forma de anáfora. Não só as harpas são tocadas, como também há emprego de aliteração. É uma
estrofe do soneto “Encarnação” do poeta simbolista brasileiro Cruz e Sousa.
Alternativa B: incorreta. É mais importante ouvir a música do que sua performance ser perfeita.
Alternativa C: incorreta. Cuidado com informações extratextuais: o momento é deleitoso;
Alternativa D: incorreta. O decadentismo é um sinônimo para Simbolismo. Mas não há
sentimento de inadequação no poema.
Alternativa E: incorreta. Não é um texto nacionalista.
Gabarito: A.
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2023)
O LÁZARO DA PÁTRIA
Filho podre de antigos Goitacases,

Em qualquer parte onde a cabeça ponha,
Deixa circunferências de peçonha,
Marcas oriundas de úlceras e antrazes.
Todos os cinocéfalos vorazes

Cheiram seu corpo. À noite, quando sonha,
Sente no tórax a pressão medonha
Do bruto embate férreo das tenazes.
Mostra aos montes e aos rígidos rochedos

A hedionda elefantíase dos dedos
Há um cansaço no Cosmos... Anoitece.
Riem as meretrizes no Cassino,

E o Lázaro caminha em seu destino
Para um fim que ele mesmo desconhece!
ANJOS, Augusto dos. Eu e outros poemas.
Disponível em: https://tinyurl.com/sm4m9vbc. Acesso em: 09 set. 2022.
Um verso que apresenta uma crítica direta ao Romantismo é:

a) “Filho podre de antigos Goitacases”

LISTA COMPLEMENTAR
b) “Marcas oriundas de úlceras e antrazes.”

c) “Há um cansaço no Cosmos... Anoitece.”
d) “E o Lázaro caminha em seu destino”
e) “Para um fim que ele mesmo desconhece!”
Comentários
Questão de identificação de trechos/literatura comparada.
Alternativa A: correta – gabarito. Os Goitacases foram uma valente tribo indígena exaltada no
Romantismo. Há uma crítica, pois é como se não deixassem um legado digno.
Alternativa B: incorreta. Trata-se do cientificismo típico na poesia de Augusto dos Anjos.
Alternativa C: incorreta. Verso que expressa o pessimismo como visão de mundo.
Alternativa D: incorreta. Pensamento que se volta contra o Cristianismo.
Alternativa E: incorreta. Chave de ouro que, como na letra C, indica pessimismo.
Gabarito: A.
_____________________________________________________________________________________
Autores pré-modernistas, mas cuja obra crítica e social já se confunde com características modernistas
são:
a) Lima Barreto e Júlia Lopes de Almeida.
b) Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos.
c) Lima Barreto e Augusto dos Campos.
d) Monteiro Lobato e Olavo Bilac.
e) Júlia Lopes de Almeida e Euclides da Cunha.
Comentários
Questão teórica de conhecimento de autores e obras do cânone.
Alternativa A: correta – gabarito. São autores agudos em suas críticas, podendo ser considerados
progressistas.
Alternativa B: incorreta. Ambos são escritores conservadores: Monteiro Lobato em sua
mentalidade contra as vanguardas e Augusto dos Anjos pela linguagem técnica.
Alternativa C: incorreta. Augusto de Campos é um poeta contemporâneo. É ligado ao concretismo.
Alternativa D: incorreta. Olavo Bilac é um autor parnasiano.
Alternativa E: incorreta. Euclides da Cunha é um escritor conservador. Sua linguagem está
condicionada às teorias do fim do século XIX.
Gabarito: A.
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partir da leitura do trecho, responda ao que se pede.

LISTA COMPLEMENTAR
O ensino na Bruzundanga
Já vos falei na nobreza doutoral desse país: é lógico, portanto, que vos fale do ensino que é
ministrado nas suas escolas, donde se origina essa nobreza. Há diversas espécies de escolas, mantidas
pelo governo geral, pelos governos provinciais e por particulares. Essas últimas são chamadas
livres e as outras oficiais, mas todas elas são equiparadas entre si e seus diplomas se equivalem. Os
meninos ou rapazes, que se destinam a elas, não têm medo absolutamente das dificuldades que o
curso de qualquer delas possa apresentar. Do que eles têm medo, é dos exames preliminares.
De forma que os filhos dos poderosos fazem os pais desdobrar banca de exames, pôr em certas mesas
pessoas suas, conseguindo aprovar os pequenos em aritmética sem que ao menos saibam somar
frações, outros em francês sem que possam traduzir o mais fácil autor. Com tais manobras, conseguem
sair-se da alhada e lá se vão, cinco ou seis anos depois, ocupar gordas sinecuras com a importância de
“doutor”.
BARRETO, Lima. Os Bruzundangas. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/yc8xpbwa. Acesso em: 18 jun. 2022.
Quanto aos filhos dos poderosos na fictícia Bruzundanga, pode-se dizer que:
a) privilegiam o racionalismo e estimulam o intelecto.
b) sofrem com as desigualdades sociais no país.
c) são exímios estudiosos e conseguem bons empregos.
d) corrompem os pais para conseguir dinheiro.
e) se beneficiam do privilegiado status de família.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Pelo contrário: estão preocupados com suas colocações sociais e seus
cargos, e não com o ensino particularmente.
Alternativa B: incorreta. São filhos de pais abastados.
Alternativa C: incorreta. Conseguem os empregos por facilidades e por convencerem os pais a
enviesarem seus avaliadores.
Alternativa D: incorreta. Não é para conseguir dinheiro, mas sim para passar nas provas.
Alternativa E: correta – gabarito. Por serem famílias poderosas, as bancas se curvam aos seus
interesses, que no caso é terem os filhos aprovados.
Gabarito: E.
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Visão que a luz dos Astros louros trazes,

Papoula real tecida de neblinas
Leves, etéreas, vaporosas, finas,
Com aromas de lírios e lilases.
Brancura virgem do cristal das frases,

LISTA COMPLEMENTAR
Neve serena das regiões alpinas,

Willis juncal de mãos alabastrinas,
De fugitivas correções vivazes.
Floresces no meu Verso como o trigo,

O trigo de ouro dentre o sol floresce
E és a suprema Religião que eu sigo...
O Missal dos Missais, que resplandece,

A igreja soberana que eu bendigo
E onde murmuro a solitária prece!...
Assinale o que for correto quanto à interpretação do poema.

a) A mulher provoca sugestões religiosas, porque pretende ir ao convento, e o eu lírico tenta convencê-
la a ir com ele.
b) As cores percebidas pelo eu lírico compõem um quadro impressionista da mulher, sustendo o
sentido absoluto.
c) O eu lírico reza para que seja aceito pela mulher amada, e está disposto a fazer um pacto para ser
atendido.
d) A mulher é um ser que provoca os sentidos, como olfato e visão, arrebatando o eu lírico para o plano
transcendental.
e) O eu lírico não consegue se conter de paixão, por isso planeja um suicídio, caso a moça não perceba
o efeito que provocou.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Não pretende ir ao convento.
Alternativa B: incorreta. Cuidado: a visão não é o sentido absoluto no poema, no
qual aparece também o olfato: "Com aromas de lírios e lilases".
Alternativa C: incorreta. O eu lírico reza solitário porque pensa na mulher, que é sua
religião. Não é mencionado nenhum pacto.
Alternativa D: correta – gabarito. A mulher é inebriante. Também é como se fosse
uma religião, pois é capaz de levar o eu lírico a um outro patamar.
Alternativa E: incorreta. O suicídio não é citado.
Gabarito: D.
_____________________________________________________________________________________
Acompanhe a passagem abaixo.
Quando os meninos fugiram, ele sentou-se, a segurar o pé destroncado, e só então viu diante de
si o estranho monstro de três cabeças. Sua curiosidade de sábio espicaçou-o. De que "mitologia" era

LISTA COMPLEMENTAR
aquele monstro? Há muitas mitologias, isto é, coleção de fábulas — uma para cada civilização. Há a
mitologia grega, a mais rica de todas; há a mitologia da Índia; há a mitologia dos povos nórdicos; há
até a mitologia do Brasil, na qual vemos o Saci, o Caipora, a Mula-sem-cabeça, a Iara. Mas aquele
monstro? Em qual dessas mitologias figurava? — resolveu perguntar.
LOBATO, Monteiro. Sítio do Pica-Pau Amarelo. Fonte: Governo do Ceará.
Disponível em: https://tinyurl.com/zjvkc62s. Acesso em: 18 jun. 2022.
Mesmo constituindo literatura infantil, essa obra discute uma importante questão para a literatura,
que é:
a) o exagero na representação de monstros.
b) a ficcionalização de problemas sociais.
c) a transmissão oral de saberes populares.
d) a construção do patrimônio nacional.
e) o poder de maravilhamento do mito.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Não são exagerados.
Alternativa B: incorreta. Os monstros não representam problemas sociais necessariamente, mas
sim o mundo lúdico infantil.
Alternativa C: correta – gabarito. Como é o caso da mitologia, que até foi definida.
Alternativa D: incorreta. Não necessariamente nacional, pois foram abordadas várias
nacionalidades.
Alternativa E: incorreta. O monstro não necessariamente causa maravilhamento. É mais comum
provocar medo.
Gabarito: C.
_____________________________________________________________________________________
Considere o soneto abaixo.
O MISANTROPO
A boca, às vezes, o louvor escapa

E o pranto aos olhos; mas louvor e pranto
Mentem: tapa o louvor a inveja, enquanto
O pranto a vesga hipocrisia tapa.
Do louvor, com que espanto, sob a capa

Vejo tanta dobrez, ludíbrio tanto!
E o pranto em olhos vejo, com que espanto,
Que escarnecem dos mais, rindo à socapa!
Porque, desde que esse ódio atroz me veio,

LISTA COMPLEMENTAR
Só traições vejo em cada olhar venusto?

Perfídias só em cada humano seio?
Acaso as almas poderei sem custo

Ver, perspícuo e melhor, só quando odeio?
E é preciso odiar para ser justo?!
CORREIA, Raimundo. ABL – Textos escolhidos. Disponível em: https://tinyurl.com/2p893e43.
Acesso em: 18 jun. 2022.
Se comparado com sonetos do Classicismo, essa obra se difere porque:

a) foi produzido numa época de pessimismo, destacando-se uma sociedade de aparências.
b) não há mais poesia épica, tendo se esgotado a noção de heroísmo.
c) insere-se na lógica da sociedade burguesa, que precisava achar formas de se redimir.
d) o texto volta a ser dualista, contrapondo teocentrismo e antropocentrismo nas dúvidas.
e) o eu lírico deixa se corroer pelo ódio, ao passo que o artista renascentista era equilibrado.
Comentários
Alternativa A: correta – gabarito. Raimundo Correia é um autor de transição. O título desse poema
diz respeito ao ódio contra o ser humano, diferente do antropocentrismo que era a perspectiva que
vigorava no Classicismo. A sociedade que representa Raimundo Correia é cheia de hipocrisia.
Alternativa B: incorreta. Essa noção será resgatada na primeira geração modernista.
Alternativa C: incorreta. Não há alusão direta à burguesia, como haveria na escola realista.
Alternativa D: incorreta. Essa é uma característica no Barroco.
Alternativa E: incorreta. Nem toda representação do ser humano no Classicismo é equilibrada.
Exemplo disso é o eu lírico perturbado da poesia lírica filosófica camoniana.
Gabarito: A.
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LISTA COMPLEMENTAR

O soneto acima pode ser classificado como parnasiano, uma vez que
a) escracha as agruras do envelhecimento, descrevendo o processo.
b) idealiza até mesmo a velhice, usando de paisagens naturais.
c) enaltece a juventude, como nova força revolucionária.
d) sofre com a angústia existencial, não podendo evitar a própria impotência.
e) ilustra um exemplo de esgotamento mental, pois se sente cansado.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Não destaca o lado negativo do processo, pelo contrário. E o movimento
que costuma escrachar é o Naturalismo.
Alternativa B: correta – gabarito. A velhice é vista como símbolo de coragem e força, como as
árvores frondosas. O Parnasianismo é um movimento idealista, porque retrata a realidade melhor do que
ela é.
Alternativa C: incorreta. A escola conhecida por ser revolucionária foi o Romantismo.
Alternativa D: incorreta. Não é a impotência que está sendo descrita.
Alternativa E: incorreta. O eu lírico não lamenta a mocidade perdida e deseja envelhecer rindo.
Gabarito: B.
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Considere o excerto abaixo.
"Em nome do Marechal Floriano, qualquer oficial, ou mesmo cidadão, sem função pública alguma,
prendia e ai de quem caía na prisão, lá ficava esquecido, sofrendo angustiosos suplícios de uma
imaginação dominicana. Os funcionários disputavam-se em bajulação, em servilismo... Era um terror,
um terror baço, sem coragem, sangrento, às ocultas, sem grandeza, sem desculpa, sem razão e sem
responsabilidades... Houve execuções; mas não houve nunca um Fouquier-Tinville."
No que tange ao quesito da crítica à Primeira República, essa obra é um exemplo da escola:
a) árcade.
b) romântica.
c) realista.
d) pré-modernista.
e) modernista.

LISTA COMPLEMENTAR
Comentários
Questão de conhecimento de movimentos literários/contexto histórico.
Alternativa A: incorreta. O Arcadismo se situa no Brasil Colônia.
Alternativa B: incorreta. O Romantismo pintou um retrato do Brasil Império.
Alternativa C: incorreta. O Realismo se situa na transição da Monarquia para a República.
Alternativa D: correta – gabarito. O trecho acima é da obra pré-modernista "Triste fim de Policarp
Quarema" (1911), de Lima Barreto. O personagem histórico-ficcional, Floriano Peixoto, está tendo seu
governo criticado pelas suas arbitrariedades.
Alternativa E: incorreta. É uma obra pré-modernista e não modernista.
Gabarito: D.
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Todos os exemplos abaixo são simbolistas. Identifique a alternativa cuja associação não esteja correta.
a) "Tu, na emoção desse encanto doloroso e acerbo da Arte, te sentirás, um dia, velho, fatigado" =
destaca-se a perfeição do labor artístico.
b) "O céu é todo trevas: o vento uiva. /Do relâmpago a cabeleira ruiva /Vem acoitar o rosto meu" = a
aliteração imita o som da natureza.
c) "Quando Ismália enlouqueceu, /Pôs-se na torre a sonhar..." = sonho se confunde com loucura, como
zonas inconscientes.
d) "Mas, de todas as vibrações recolhidas, só me ficou, vivendo a música do som no ouvido deliciado,
a canção da tua voz" = o sentido da audição aguça a memória sentimental.
e) "Ó Cristos de ouro, de marfim, de prata, /Cristos ideais, serenos, luminosos, /Ensanguentados Cristos
dolorosos /Cuja cabeça a Dor e a Luz retrata" = a dor extrema é transcendental.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/identificação de trecho.
Alternativa A: incorreta – gabarito. Apesar de ser um trecho metalinguístico, não há
perfeccionismo. Essa é uma característica parnasiana e não simbolista.
Alternativa B: correta. A repetição da letra "v" imita o sibilar do vento: "todo trevas: o vento uiva".
Alternativa C: correta. A torre também é um símbolo de ligação do plano terrestre com o celeste.
Alternativa D: correta. Prosa poética de Cruz e Sousa, extraída do livro "Missal".
Alternativa E: correta. A alusão ao sofrimento de Cristo é uma potencialização do sentimento, que
está sendo transfigurado.
Gabarito: A.
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Quanto ao Parnasianismo, marque a opção correta.
a) A arte tem que ser bela e boa, estando preferencialmente a serviço da sociedade.

LISTA COMPLEMENTAR
b) O esteticismo valorizava temas históricos, tentando torná-los mais belos.

c) O cientificismo se reflete no rigor formal, especialmente com a métrica fixa.
d) O Monte Parnaso é uma metonímia para os artistas se sentirem únicos e superiores.
e) O movimento é uma reação ao ceticismo da época, tanto que a arte valia por si só.
Comentários
Alternativa A: incorreta. O Parnasianismo não é um movimento a serviço da sociedade. Temas que
predominam nele serão: arte pela arte, paisagens naturais, figuras históricas.
Alternativa B: incorreta. Os temas históricos são exaltados, mas não
necessariamente tornados mais belos. E também é uma vertente menos comum no
movimento, sendo mais observada no patriotismo de Olavo Bilac.
Alternativa C: correta – gabarito. O cientificismo não diz respeito à menção a
termos científicos nem às ciências, mas sim à aplicação do método científico, a partir
da observação da realidade empírica (descrição) e depois pelo uso das regras
(regularidade, generalização).
Alternativa D: incorreta. É uma metáfora.
Alternativa E: incorreta. A arte pela arte, lema do movimento, diz respeito ao perfeccionismo. Não
foi um movimento de reação. Foi o Simbolismo que reagiu contra o Parnasianismo.
Gabarito: C.
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80. (Estratégia Militares 2022 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli – SPRINT ESA 2023) Leia
o trecho abaixo.
É que, de feito, sob o tríplice aspecto astronômico, topográfico e geológico a nenhuma se afigura
tão afeiçoada à Vida.
Transmontadas as serras, sob a linha fulgurante do trópico, veem-se, estirados para o ocidente e
norte, extensos chapadões cuja urdidura de camadas horizontais de grés argiloso, intercaladas de
emersões calcárias, ou diques de rochas eruptivas básicas, do mesmo passo lhes explica a exuberância
sem par e as áreas complanadas e vastas. A terra atrai irresistivelmente o homem, arrebatando-o na
própria correnteza dos rios que, do Iguaçu ao Tietê, traçando originalíssima rede hidrográfica, correm
da costa para os sertões, como se nascessem nos mares e canalizassem as suas energias eternas para
os recessos das matas opulentas. Rasgam facilmente aqueles estratos em traçados uniformes, sem
talvegues deprimidos, e dão ao conjunto dos terrenos até além do Paraná a feição de largos plainos
ondulados, desmedidos.
Entretanto, para leste a natureza é diversa.
Ao traçar um retrato detalhado da região, o narrador pretende

a) totalizar as áreas de conhecimento.
b) dificultar o texto para o leitor iletrado.

LISTA COMPLEMENTAR
c) demonstrar conhecimento para o imperador.

d) ser criterioso no relatório para a universidade.
e) exagerar no relato que se torna fantástico.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/conhecimento de autores e obras do cânone.
Alternativa A: correta – gabarito. Nessa obra que mescla fatos biográficos com ficcionais, o autor
tenta aliar sociologia, geografia, biologia etc., em um registro total da realidade: o episódio da Guerra de
Canudos.
Alternativa B: incorreta. Não se dirigia aos iletrados.
Alternativa C: incorreta. A obra é publicada em 1902 e não havia mais monarquia.
Alternativa D: incorreta. Não escreve um trabalho acadêmico.
Alternativa E: incorreta. A literatura fantástica será usada na literatura brasileira a partir do
Modernismo, com Murilo Rubião, por exemplo.
Gabarito: A.
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partir da leitura, responda ao que se pede.
A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fundo, busto arqueado, braços compridos,
delgados, largos nos cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, estragadas pelo
reumatismo e pelo trabalho; unhas grossas, chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa
entre o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato parece dever ser áspero e espinhento;
boca descaída, numa expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o pescoço dos urubus;
dentes falhos e cariados.
ALMEIDA, Júlia Lopes de. A caolha. Disponível em: https://tinyurl.com/3hknydcd. Acesso em: 18 jun. 2022.
Júlia Lopes de Almeida é uma escritora de transição do século XIX para o início do XX, época marcada
pela mistura de estilos. O trecho supracitado, por exemplo, é marcado pelo(a):
a) dilemas moralistas, típicos do barroco.
b) idealização da heroína, característica romântica.
c) crítica da burguesia, um traço realista.
d) detalhes pormenorizados, uma técnica naturalista.
e) revisionismo histórico, expressão vanguardista.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Não é uma obra religiosa. A personagem está sendo duramente descrita.
Alternativa B: incorreta. Pelo contrário: há rebaixamento da personagem, que parece uma bruxa.
Alternativa C: incorreta. Cuidado com informações extratextuais: não há indícios da classe social
da personagem; predomina sua descrição física.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa D: correta – gabarito. Há traços torpes e repugnantes inclusive, não tendo sido
escondido nada quanto à aparência externa.
Alternativa E: incorreta. Não é uma obra modernista, mas sim pré-modernista.
Gabarito: D.
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Após a leitura do poema a seguir, responda às próximas 2 questões.
"Quando Ismália enlouqueceu,


E, no desvario seu,
E como um anjo pendeu

As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar..."
GUIMARAENS, Alphonsus. Ismália. Fonte: escritas.org.
Disponível em: https://tinyurl.com/empdbmyu. Acesso em: 25 jun. 2022.
O poema acentua uma sequência de processos que ocorrem com Ismália. Nesse sentido,
a) é uma reminiscência das princesas nos contos de fadas.
b) a embriaguez boêmia se aproxima do mal do século.
c) o luar auxilia a mulher a tomar seu banho diário.
d) os elementos da natureza são personificados.
e) ela é ajudada por Deus a chegar ao plano celeste.

LISTA COMPLEMENTAR
Comentários
Alternativa A: incorreta. Os contos de fadas provêm da tradição medieval. Em alguns relatos, até
existe a descrição de princesas em castelo, mas Ismália não é fantasiada: trata-se de uma mulher
padecendo de sofrimento existencial que acaba por se suicidar.
Alternativa B: incorreta. É um poema simbolista e não ultrarromântico.
Alternativa C: incorreta. O banho de lua é metafórico, e não literal.
Alternativa D: incorreta. Não são associadas características humanas aos elementos naturais
descritos. A presença deles serve para compor um cenário sombrio, que contribui para o estado de
espírito da personagem.
Alternativa E: correta – gabarito. Deus ajuda Ismália a ganhar asas, fenômeno que lhe ajuda a subir
para o céu mais rapidamente. É como se fosse um atalho para seu propósito.
Gabarito: E.
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Das características simbolistas, a que NÃO se verifica no poema é:
a) Pendor misticista.
b) Musicalidade marcada.
c) Intenção onírica.
d) Força do inconsciente.
e) Presença de sinestesia.
Comentários
Alternativa A: correta. Ismália é uma personagem mística, ligando-se ao sagrado feminino. É como
se tivesse uma predisposição para ascender ao plano divino.
Alternativa B: correta. Os versos são redondilhas maiores, com ritmo marcado.
Alternativa C: correta. A loucura de Ismália é associada ao sonho.
Alternativa D: correta. Ismália é uma personagem guiada pelo plano inconsciente, seja sonho ou
loucura. Suas ações são quase como que automáticas.
Alternativa E: incorreta – gabarito. A sinestesia é a junção de sentidos. Apesar de ser um
importante aspecto simbolista, não é o predominante nesse poema.
Gabarito: E.
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A palavra nefelibata tem origem do grego "nephele" (nuvem). Assim, os simbolistas eram chamados
de nefelibatas, sobretudo, porque
a) defendiam o determinismo.
b) pregavam o pragmatismo.
c) almejavam transcendentalidade.

LISTA COMPLEMENTAR
d) proporcionavam metafísica.
e) racionalizavam métodos.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Determinismo é uma teoria do fim do século XIX, defendida em obras
naturalistas e não simbolistas. Prega que o homem é fruto do meio e da raça.
Alternativa B: incorreta. O pragmatismo é uma corrente de pensamento que considera a
praticidade e o utilitarismo. Pelo contrário: o Simbolismo não se liga à vida social.
Alternativa C: correta – gabarito. Pretendendo viver nas nuvens, desejavam subir para o céu,
metáfora que pode ser entendida em vários sentidos: ganharem asas, transformarem-se em anjos, apego
à morte; fuga da realidade.
Alternativa D: incorreta. Não era uma seita nem eram religiosos necessariamente, só porque eram
espiritualistas.
Alternativa E: incorreta. Pelo contrário: o Simbolismo surge contra uma reação a doutrinas em
voga, como o racionalismo, o cientificismo, o positivismo e o materialismo.
Gabarito: C.
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Leve em consideração a estrofe a seguir.
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.

Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
A estética do texto pode ser chamada de parnasiana, porque

a) há preocupação linguística à obediência da norma gramatical.
b) os versos são brancos, indicando um novo método de fazer poético.
c) a temática predominante é a metalinguagem, concentrando-se em si.
d) o eu lírico expressa valorização do racionalismo materialista.
e) é descrita uma cena da natureza a partir do rigor formal.
Comentários
Alternativa A: correta – gabarito. A ênclise em "vi-o" demonstra uma preocupação demasiada com
a linguagem, também para atender à métrica fixa.
Alternativa B: incorreta. Os versos não são brancos, mas sim seguem o padrão ABAB e são
decassílabos. O Parnasianismo defendia o perfeccionismo formal.
Alternativa C: incorreta. O que predomina é a descrição de um objeto. Trata-se da primeira estrofe
do soneto "Vaso chinês", de autoria de Alberto de Oliveira.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa D: incorreta. Embora até seja uma característica que possa aparecer em obras
parnasianas, não é a racionalidade que está sendo valorizada no poema.
Alternativa E: incorreta. São descritos objetos em um ambiente fechado: vaso, leque e bordado.
Gabarito: A.
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Parnasianismo e Simbolismo são movimentos poéticos do fim do século XIX. São diferentes em muitos
aspectos, mas um traço que os aproxima é o uso de:
a) historicismo.
b) mitologia.
c) formas fixas.
d) cientificismo.
e) positivismo.
Comentários
Alternativa A: incorreta. O retrato de figuras e fatos históricos é presente apenas no
Parnasianismo, sendo que o Simbolismo se afastou dessa temática.
Alternativa B: incorreta. Aspecto apenas parnasiano e não simbolista.
Alternativa C: correta – gabarito. Verifica-se o uso de sonetos tanto no Parnasianismo quanto no
Simbolismo. É ainda mais valorizado no Parnasianismo, pelo rigor formal, mas não deixa de ser usado no
Simbolismo também.
Alternativa D: incorreta. Aparece apenas em obras parnasianas, especialmente na produção de
obras rigorosas, como que escritas pelo método científico.
Alternativa E: incorreta. É uma doutrina que valoriza o progresso científico. Entre os movimentos
apontados, é o Parnasianismo que é mais objetivo e racional.
Gabarito: C.
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Leia a passagem abaixo para responder às próximas 2 questões.
O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o
ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes,
saudáveis e alegres. Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não
tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele "sopapo" que deixava ver a trama de varas,
como o esqueleto de um doente. Por que, ao redor dessas casas, não havia culturas, uma horta, um
pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas? E não havia gado, nem grande nem pequeno. Era raro
uma cabra, um carneiro. Por quê? Mesmo nas fazendas, o espetáculo não era mais animador. Todas
soturnas, baixas, quase sem o pomar olente e a horta suculenta. A não ser o café e um milharal, aqui e
ali, ela não pôde ver outra lavoura, outra indústria agrícola. Não podia ser preguiça só ou indolência.

LISTA COMPLEMENTAR
Para o seu gasto, para uso próprio, o homem tem sempre energia para trabalhar. As populações mais
acusadas de preguiça, trabalham relativamente. Na África, na Índia, na Cochinchina, em toda parte, os
casais, as famílias, as tribos, plantam um pouco, algumas coisas para eles. Seria a terra? Que seria? E
todas essas questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e também a sua piedade e
simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, sorumbáticos!...
Pensou em ser homem. Se o fosse passaria ali e em outras localidades meses e anos, indagaria,
observaria e com certeza havia de encontrar o motivo e o remédio (...).
BARRETO, Lima de. Triste fim de Policarpo Quaresma. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/2p98s7md. Acesso em: 25 jun. 2022.
Olga é afilhada do Policarpo Quaresma. Nesse momento da narrativa, o romance não se concentra no
protagonista, mas sim nessa personagem secundária. O narrador chama atenção para seu caráter:
a) duvidoso, pois suas dúvidas e preocupações não são confiáveis.
b) contraditório, compadecendo-se e mostrando-se preconceituosa.
c) irônico, culpabilizando o governo pelas vulnerabilidades sociais.
d) alienado, faltando-lhe a educação erudita para o entendimento.
e) ressentido, pois desejava ser homem para que pudesse trabalhar.
Comentários
Alternativa A: incorreta. O caráter de Olga não é necessariamente duvidoso, apenas porque ela
não conhece todos os dados da realidade. Isso quer dizer apenas que sua visão de mundo é limitada.
Alternativa B: correta – gabarito. Ao mesmo tempo que é capaz de demonstrar piedade e simpatia
para com as pessoas do campo, faz julgamentos e infere que elas não têm privilégios e regalias porque
não trabalham suficientemente e são preguiçosas.
Alternativa C: incorreta. Cuidado: é o narrador que é irônico, e não a personagem em si.
Alternativa D: incorreta. Olga é alienada, mas não porque lhe falta erudição, nem mesmo
educação. Sua educação é diferente, pois foi criada na cidade.
Alternativa E: incorreta. Desejava ser homem para que pudesse entender na totalidade a situação.
Julga que assim encontraria respostas para seus questionamentos.
Gabarito: B.
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"Pensou em ser homem." Com este pensamento, Olga expressa que
a) a análise científica a leva a conhecer a gente do campo para complementar a pesquisa.
b) a submissão ao irmão a constrangia e fez com que ela buscasse refúgio no campo.
c) os julgamentos sociais a discriminam e limitam a sua movimentação.
d) o urbanismo é uma tendência pré-modernista adversa ao seu gênero.
e) as desigualdades sociais não se reduzem à oposição entre campo e cidade.
Comentários

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa A: incorreta. É Policarpo Quaresma que estuda a fundo os assuntos brasileiros, desde
agricultura até línguas indígenas.
Alternativa B: incorreta. Cuidado com informações extratextuais: apenas pela passagem não é
conhecido o motivo o qual levou Olga para aquela região.
Alternativa C: incorreta. Ela se movimenta para aquela região.
Alternativa D: incorreta. Na cidade, ela pôde ser educada. Então, é uma condição que permite na
verdade mais vida social à mulher, que futuramente irá conquistar mais empoderamento.
Alternativa E: correta – gabarito. Para além da oposição fortemente marcada entre campo e
cidade, as reflexões pessoais de Olga também indicam a desigualdade de gênero.
Gabarito: E.
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Leia o texto a seguir.
"A modinha, como as demais manifestações de arte popular existentes no país, é obra do mulato,
em cujas veias o sangue recente do europeu, rico de atavismos estéticos, borbulha de envolta com o
sangue selvagem, alegre e são do negro.
O caboclo é soturno."
LOBATO, Monteiro. Urupês. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/2udmvr8z. Acesso em: 25 jun. 2022.
Extraído da obra "Urupês" (1914), de Monteiro Lobato, essa reflexão expressa uma teoria do fim do
século XIX que é:
a) cultismo.
b) materialismo.
c) positivismo.
d) determinismo.
e) concretismo.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Cultismo é uma vertente barroca usada em 1600. Corresponde a
inversões na ordem direta, trocadilhos e obscurantismos.
Alternativa B: incorreta. É uma doutrina do século XIX que prega a predominância da matéria e de
objetos sobre o espírito.
Alternativa C: incorreta. O positivismo é uma filosofia que condena a metafísica e enaltece o
progresso científico.
Alternativa D: correta – gabarito. O determinismo acredita que o homem é fruto do seu meio e da
sua raça. Nessa passagem, o narrador condiciona os seres a questões pré-determinadas, como o fato de
o caboclo ser soturno e o mulato ser propenso a modinhas. Monteiro Lobato é um escritor pré-
modernista, mas seu pensamento é conservador. Isso equivale a dizer que suas obras, mesmo produzidas
no século XX, ainda podem apresentar resquícios das teorias do fim do século XIX.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa E: incorreta. Cuidado com anacronismos: o concretismo é uma vertente da terceira

geração modernista. Corresponde à poesia visual.
Gabarito: D.
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O soneto a seguir é retirado da obra "Eu e outros poemas" (1911).
O CAIXÃO FANTÁSTICO
Célere ia o caixão, e, nele, inclusas,
Cinzas, caixas cranianas, cartilagens
Oriundas, como os sonhos dos selvagens,
De aberratórias abstrações abstrusas!
Nesse caixão iam, talvez as Musas,

Talvez meu Pai! Hoffmânicas viagens
Enchiam meu encéfalo de imagens
As mais contraditórias e confusas!
A energia monística do Mundo,

À meia-noite, penetrava fundo
No meu fenomenal cérebro cheio...
Era tarde! Fazia muito frio.

Na rua apenas o caixão sombrio
Ia continuando o seu passeio!
Disponível em: https://tinyurl.com/2p9ck9v3. Acesso em: 25 jun. 2022.
Sendo uma obra de transição, o poema a seguir mescla características de várias escolas. Identifique a
única associação que NÃO procede.
a) Intertextualidade com os românticos.
b) Aliterações musicais simbolistas.
c) Apego ao horror mórbido ultrarromântico.
d) Menção à figura mitológica parnasiana.
e) Neologismos do esteticismo barroco.
Comentários
Alternativa A: correta. O adjetivo "hoffmânicas" é uma referência ao escritor romântico alemão E.
T. A. Hoffmann (1776-1822) que escreveu, entre outras obras, uma versão de "O Quebra-Nozes".
Alternativa B: correta. Especialmente na repetição das consoantes "c" e "s" neste verso
especificamente, aos inícios e fins das palavras: "Cinzas, caixas cranianas, cartilagens".

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa C: correta. O que se verifica já desde o título: a morte é uma temática sobressalente.
Alternativa D: correta. Como é o caso da menção às musas.
Alternativa E: incorreta – gabarito. Cuidado: há presença de neologismos

(palavras inventadas), como "aberratórias" e "hoffmânicas" que não constam no léxico
formal. Porém, tal recurso não é barroco (arcaico), mas sim prefigura o Modernismo.
Gabarito: E.
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Leia os dois textos a seguir para responder à questão.
Texto I
Trompas do sol, borés do mar, tubas da mata,
Esfalfai-vos, rugindo, - e emudecei... Apenas,
Agora, trilem no ar, como em cristal e prata,
Rústicos tamborins e pastoris avenas
BILAC, Olavo. Sonata ao crepúsculo. In: Tarde. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/2znxe6kr. Acesso em: 25 jun. 2022.
Texto II
Por fim tudo se esgota e a situação não muda. Não há probabilidade sequer de chuvas. A casca das
marizeiras não transuda, prenunciando-as. O nordeste persiste intenso, rolando, pelas chapadas,
zunindo em prolongações uivadas na galhada estrepitante das caatingas e o Sol alastra, reverberando
no firmamento claro, os incêndios inextinguíveis da canícula. O sertanejo, assoberbado de reveses,
dobra-se afinal.
Ambos os textos foram produzidos no século XX. Não obstante, ambos

a) encerram o heroísmo romântico e prefiguram as estéticas vanguardistas.
b) preservam rigor formal no entendimento da arte pela arte e pendor metalinguístico.
c) apresentam visão de mundo conservadora, inclinando-se para doutrinas filosóficas.
d) se distanciam da linguagem popular que seria defendida pelo movimento modernista.
e) são eruditos e se valem do registro da variação linguística regional.
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; conhecimento de movimentos literários e literatura
comparada.
Alternativa A: incorreta. Não são textos inovadores para representarem o pioneirismo das
vanguardas.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa B: incorreta. Apenas o primeiro texto é parnasiano, e – ainda assim – descreve uma
paisagem natural e musical, e não necessariamente metalinguística.
Alternativa C: incorreta. Apenas o segundo texto, que é determinista, afirmando de antemão a
propensão do sertanejo para a submissão: "o sertanejo, assoberbado de reveses, dobra-se afinal."
Alternativa D: correta – gabarito. Há obras do início do século XX que já são mais populares e
acessíveis, como os contos de Lima Barreto, por exemplo. Todavia, ambos os exemplos acima ainda
empregam vocabulário erudito e requintado.
Alternativa E: incorreta. Há variação linguística regional apenas no segundo texto.
Gabarito: D.
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Entre as alternativas apresentadas, identifique a que está representando o lema parnasiano da arte
pela arte.
a) “Do claustro, na paciência e no sossego, /Trabalha e teima, e lima, e sofre e sua!”
b) “Lívida a face, taciturno o aspeito, /Marco Antônio medita silencioso.”
c) “Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, /Casualmente, uma vez, de um perfumado”
d) “Trago-te flores no meu canto amigo /- Pobre grinalda com prazer tecida”
e) “Canta o Cristo de bronze do Pecado, /Ri o Cristo de bronze das luxúrias!...”
Comentários
Questão de interpretação de texto literário; identificação de trecho e conhecimento de
movimentos literários.
Alternativa A: correta – gabarito. Trata-se de um poema metalinguístico reforçando o labor
poético.
Alternativa B: incorreta. É um poema parnasiano, mas ressalta uma figura histórica.
Alternativa C: incorreta. É um poema parnasiano, porém o foco é no objetivo.
Alternativa D: incorreta. Sequer é um poema parnasiano, mas sim romântico.
Alternativa E: incorreta. Não se trata de poema parnasiano, mas sim simbolista.
Gabarito: A.
_____________________________________________________________________________________
TEXTO PARA AS PRÓXIMA 2 QUESTÕES
CLAMANDO...
Bárbaros vãos, dementes e terríveis
Bonzos tremendos de ferrenho aspecto,
Ah! deste ser todo o clarão secreto
Jamais pôde inflamar-vos, Impassíveis!

LISTA COMPLEMENTAR
Tantas guerras bizarras e incoercíveis

No tempo e tanto, tanto imenso afeto,
São para vós menos que um verme e inseto
Na corrente vital pouco sensíveis.
No entanto nessas guerras mais bizarras

De sol, clarins e rútilas fanfarras,
Nessas radiantes e profundas guerras...
As minhas carnes se dilaceraram

E vão, das llusões que flamejaram,
Com o próprio sangue fecundando as terras...
A característica simbolista mais evidente no texto é:

a) a perda da ilusão.
b) o recurso aliterativo.
c) a menção à história.
d) o apelo cientificista.
e) a boemia citadina.
Comentários
Questão de teoria literária.
Alternativa A: incorreta. O eu lírico sofre junto com o processo da guerra; nunca foi muito
promissor. E esse por si só não é um tema diretamente simbolista.
Alternativa B: correta – gabarito. A repetição de sons formados por consoantes alveolares, como
“s” e “z” é o que se faz de mais evidente.
Alternativa C: incorreta. A guerra é generalizada e não se remete a um fato específico.
Alternativa D: incorreta. Apenas em um verso há uma alusão: “um verme e inseto”.
Alternativa E: incorreta. Há musicalidade, mas não que ela se associe à cidade.
Gabarito: B.
_____________________________________________________________________________________
Quanto à visão global do soneto, tem-se que:
a) há abandono do idealismo no sentido de encaminhamento para um destino funesto.
b) ainda se apoia em teorias do passado, como o determinismo quanto à ilusão.
c) o autor se mantém como a-histórico no momento em que se afasta da crítica social.
d) mesmo no momento da guerra não se abandona o incentivo à cultura.
e) há uma crítica implícita quanto ao excesso de musicalidade na poesia.

LISTA COMPLEMENTAR
Comentários
Alternativa A: correta – gabarito. Tende-se a abandonar a visão romântica da realidade, pois
pressente-se que uma guerra pode estar iminente.
Alternativa B: incorreta. A ilusão cai por terra no momento de guerra.
Alternativa C: incorreta. Geralmente, é o que ocorre no Simbolismo. Porém, Cruz e Sousa é um
autor consciente.
Alternativa D: incorreta. A música é proveniente do caos da guerra.
Alternativa E: incorreta. Ele mesmo usa tal musicalidade.
Gabarito: A.
_____________________________________________________________________________________
“Em uma confeitaria, certa vez, ao meu amigo Castro, contava eu as partidas que havia pregado
às convicções e às respeitabilidades, para poder viver.” Essa colocação, que inaugura o conto “O
homem que sabia javanês”, do escritor pré-modernista Lima Barreto, indica que:
a) o narrador levava uma vida fácil.

b) o amigo Castro condena suas ações.
c) o amigo Castro viajava com o colega.
d) o narrador conseguia se adaptar.
e) o narrador se resigna de sua pobreza.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Era um impostor que, para viver, valia-se de artifícios.
Alternativa B: incorreta. Não se sabe a opinião dele.
Alternativa C: incorreta. Era o narrador que precisava ir atrás do sustento.
Alternativa D: correta – gabarito. De tão versátil que era, “aprendeu javanês” da noite para o dia
só para se candidatar a um trabalho.
Alternativa E: incorreta. Corre atrás das opiniões respeitáveis para convencê-las.
Gabarito: D.
_____________________________________________________________________________________
SONHO BRANCO
De linho e rosas brancas vais vestido,

LISTA COMPLEMENTAR
Sonho virgem que cantas no meu peito!...

És do Luar o claro deus eleito,
Das estrelas puríssimas nascido.
Por caminho aromal, enflorescido,

Alvo, sereno, límpido, direito,
Segues, radiante, no esplendor perfeito,
No perfeito esplendor indefinido...
As aves sonorizam-te o caminho...

E as vestes frescas, do mais puro linho
E as rosas brancas dão-te um ar nevado...
No entanto, Ó Sonho branco de quermesse!

Nessa alegria em que tu vais, parece
Que vais infantilmente amortalhado!
O cromatismo se faz evidente em textos simbolistas. Nesse poema, ele contribui com o(a):
a) paradoxo.
b) aliteração.
c) sinestesia.
d) catacrese.
e) zeugma.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Não é uma oposição inconciliável; é mais comum no Barroco.
Alternativa B: incorreta. Embora existam aliterações no poema, não dialogam diretamente com a
cor.
Alternativa C: correta – gabarito. A cor branca se associa ao som dos pássaros. A figura que
corresponde à junção de sensações é a sinestesia.
Alternativa D: incorreta. Não é a junção de duas palavras para formação de uma nova.
Alternativa E: incorreta. Não é uma figura de sintaxe (omissão).
Gabarito: C.
_____________________________________________________________________________________
Quanto à visão global do soneto, é correto inferir que:
a) o amor é correspondido e o casal trava matrimônio.
b) a mulher serve de peça para um culto naturalista.
c) a caminhada da moça é como se fosse uma via crucis.

LISTA COMPLEMENTAR
d) a moça é virginal como demanda ao amor cortês.

e) o sonho é branco porque a moça morre imaculada.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Não tem um final feliz: a moça caminha sobre mortalhas.
Alternativa B: incorreta. A presença da natureza corrobora a subjetividade.
Alternativa C: correta – gabarito. Apesar da sentimentalidade e da musicalidade, a moça caminha
longe do eu lírico, o que reforça seu sofrimento.
Alternativa D: incorreta. Não se trata de uma cantiga trovadoresca.
Alternativa E: incorreta. É porque ela é virgem, já que se mantém às lonjuras.
Gabarito: C.
_____________________________________________________________________________________
As máquinas de guerra
Movem-se. Treme, estala, e parte-se a muralha,
Racha de lado a lado. Ao clamor da batalha
Estremece o arredor. Brandindo o pílum, prontas,
Confundem-se as legiões. Perdido o freio, às tontas,
Desbocam-se os corcéis. Enrijam-se, esticadas
Nos arcos, a ringir, as cordas. Aceradas,
Partem setas, zunindo. Os dardos, sibilando,
Cruzam-se. Éneos broquéis amolgam-se, ressoando,
Aos embates brutais dos piques arrojados. (...)
BILAC, Olavo. Panóplias. Fonte: Domínio Público.
Disponível em: https://tinyurl.com/v4c6vzky. Acesso em: 29 jul. 2022.
Uma das principais características parnasianas é a retomada de ideais da Antiguidade Clássica.

Identifique o trecho que faz jus a essa premissa.
a) “As máquinas de guerra /Movem-se.”
b) “Treme, estala, e parte-se a muralha”
c) “Brandindo o pílum, prontas”
d) “Desbocam-se os corcéis.”
e) “Aos embates brutais dos piques arrojados”
Comentários
Questão de interpretação de texto literário/identificação de trecho.
Alternativa A: incorreta. Fora de contexto, esses versos podem parecer até futuristas.
Alternativa B: incorreta. Trecho focando nos verbos de ação.

LISTA COMPLEMENTAR
Alternativa C: correta – gabarito. Pílum é iuma arma comum na legião romana.

Alternativa D: incorreta. É uma mera menção aos cavalos.
Alternativa E: incorreta. Descrição do combate de guerra.
Gabarito: C.
_____________________________________________________________________________________
Nesse poema, há intertextualidade com um poeta clássico, que é:
a) Horácio.
b) Homero.
c) Virgílio.
d) Dante.
e) Petrarca.
Comentários
Questão de conhecimento de autores e obras do cânone.
Alternativa A: incorreta. Poeta autor de “Não indagues, Leucónoe”, poema que caiu na EsPCEx
2016. Também cunhou os latinismos fugere urbem e aurea mediocritas.
Alternativa B: incorreta. Poeta grego autor das epopeias “Ilíada” e “Odisseia
Alternativa C: correta – gabarito. Poeta latino que escreveu “Eneida” a epopeia de Enéas (ou Éneos
como é aludido no poema).
Alternativa D: incorreta. Poeta do Classicismo italiano. Escreveu a “Divina comédia”.
Alternativa E: incorreta. Poeta do Classicismo italiano. Escreveu “O Cancioneiro”.
Gabarito: C.
_____________________________________________________________________________________
Veio o livro. Era um velho calhamaço, um in-quarto antigo, encadernado em couro, impresso em
grandes letras, em um papel amarelado e grosso. Faltava a folha do rosto e por isso não se podia ler a
data da impressão. Tinha ainda umas páginas de prefácio, escritas em inglês, onde li que se tratava
das histórias do príncipe Kulanga, escritor javanês de muito mérito.
Logo informei disso o velho barão que, não percebendo que eu tinha chegado aí pelo inglês, ficou
tendo em alta consideração o meu saber malaio. Estive ainda folheando o cartapácio, à laia de quem
sabe magistralmente aquela espécie de vasconço, até que afinal contratamos as condições de preço
e de hora, comprometendo-me a fazer com que ele lesse o tal alfarrábio antes de um ano.
BARRETO, Lima. O homem que sabia javanês. Fonte: Domínio Público. Disponível em:
https://tinyurl.com/2yspmcym. Acesso em: 29 jul. 2022.
Uma das principais características da prosa de Lima Barreto é seu humor irônico. Identifique o trecho
condizente com essa afirmação.
a) “Era um velho calhamaço, um in-quarto antigo”

LISTA COMPLEMENTAR
b) “não percebendo que eu tinha chegado aí pelo inglês”

c) “Estive ainda folheando o cartapácio”.
d) “contratamos as condições de preço e de hora”
e) “ele lesse o tal alfarrábio antes de um ano.”
Comentários
Alternativa A: incorreta. Trecho meramente descritivo.
Alternativa B: correta – gabarito. O personagem ludibria um velho barão que o contratou pelos
serviços de conhecimento língua javanesa, coisa da qual ele só tinha uma vaga ideia.
Alternativa C: incorreta. O personagem está consultando a obra.
Alternativa D: incorreta. O golpe já estava dado.
Alternativa E: incorreta. Faz parte do contrato.
Gabarito: B.
Considerações Finais
Eu me coloco à disposição de vocês para sanar eventuais dúvidas.

Tenho a meta de responder ao Fórum de Dúvidas, com a qualidade e profundidade exigidas, assim
como podem me encontrar em redes sociais. Além disso, também temos Sala VIP.
Versão Data Modificações Professora

1 18/02/2023 Entrega da primeira versão do texto. Luana Signorelli

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Professora Luana Signorelli
/luana.signorelli Professora Luana @profa.luana.signorelli

Signorelli
Luana Signorelli @luanasignorelli1

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05 - Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo - Lista Complementar

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Lista Complementar de Questões – Parnasianismo, Simbolismo

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"Quisera ser a serpe veludosa

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 2

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 3

“Aceitemos o labéu, e corrompamos de cabeça erguida o idioma luso, na certeza de estarmos a

Nesse trecho, verifica-se uma postura de

Infeliz mártir de fatais amores

“Determinou-a incidente desvalioso.

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 4

Os militares estavam contentes, especialmente os pequenos, os alferes, os tenentes e os capitães.

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 5

– Que será de mim, meu Deus?

MONÓLOGO DE UMA SOMBRA

Entre os traços estilísticos constatados no poema acima, o que se destaca é

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 6

b) linguagem que se aproxima mais do falar popular.

“Desce por fim sobre o meu coração

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 7

A sequência de itens corretos é:

Quando Ismália enlouqueceu,

No sonho em que se perdeu,

Assinale a alternativa que traga a associação correta.

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 8

I. Camilo Pessanha é um simbolista português que escreveu Clepsidra.

A sequência de itens corretos é:

I. Alphonsus Guimarães escreveu “O seminarista”.

A sequência de itens corretos é:

“Infinitos espíritos dispersos,

Do Sonho as mais azuis diafaneidades

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 9

E as emoções, todas as castidades

O PIOR DOS MALES

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 10

O Ódio, a Inveja, a Vingança, a Hipocrisia,

Mas a Esperança, do maldito cofre

Por que não voou também? Para quem sofre

Quanto ao soneto apresentado é correto afirmar que

Vive dentro de mim, como num rio,

A principal característica parnasiana nesse poema é:

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 11

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 12

Tal como Pigmalião, a minha ideia

Examinando as características do texto, é possível reconhecer nele exemplos da escola

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 13

Ó minha amante, eu quero a volúpia vermelha

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 14

Nos teus braços febris receber sobre a boca;

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 15

Violões que Choram...

Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 16

bocas murmurejantes de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo,

Sutis palpitações à luz da lua,

36. (ITA – 2003)

Gosto de sentir a minha língua roçar

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 17

Comparando as duas estrofes, conclui-se que:

AULA 05 – PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E PRÉ-MODERNISMO 18

39. (IME – 2021) Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra

O poema é , observando-se exacerbação de . A sequência correta é: