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Semana de 06 a 10 de novembro - FIGURAS DE LINGUAGEM - |Vícios de linguagem - fotorreportagem e

reportagem

As figuras de linguagem são empregadas para dar um efeito mais expressivo ao texto. A escolha de palavras
específicas ou expressões surgem para transmitir um sentido figurado ou conotativo, no intuito de causar beleza,
emoção, ironia, ênfase ou sonoridade ao texto.
Dividem-se em figuras de palavras, de construção (ou sintaxe) e de pensamento.

1- Em seu caderno, construa um mapa mental das figuras de linguagem a seguir, incluindo os exemplos.

Metáfora - Atribuição de determinada característica a um ser com o qual não tem uma relação direta.
Exemplo: Minha namorada é uma flor.
Comparação - Aproximação de dois termos para estabelecer relações de características semelhantes.
Exemplo: Meus pensamentos são como um foguete desgovernado.
Pleonasmo - Repetição de um termo para enfatizar a mensagem.
Exemplo: “Me sorri um sorriso pontual.” (Chico Buarque)
Antítese - Aproximação de palavras de sentidos opostos.
Exemplo: Ele foi da alegria a tristeza em segundos com aquela notícia.
Sinestesia - Mistura sensações dos cinco órgãos do sentido (visão, olfato, audição, tato e gustação).
Exemplo: Aquelas cores doces me embrulharam o estômago.
Metonímia - Substituição de uma palavra por outra, com a qual mantém alguma relação de sentido.
Exemplos: Ele tomou três copos de suco de maracujá para se acalmar.
Li Clarice Lispector no ensino médio.
Paradoxo - Ideias que se contradizem em uma frase.
Exemplo: O clima estava perturbadoramente tranquilo.
Eufemismo - Atenuação de termos que podem ser desagradáveis, impactantes.
Exemplo: Otávio foi convidado a se retirar da festa.
Personificação - Atribuir características humanas a seres inanimados.
Exemplo: As ondas lambiam a praia vagarosamente.
Ironia - Expressa o contrário do sentido original das palavras e é percebido pelo contexto.
Exemplo: Ele é tão inteligente quanto um asno.

TEXTO

Leia o texto: O Rio de Janeiro de 1877, de Artur Azevedo

PRÓLOGO - Gruta sombria.


O teatro representa uma gruta agreste em um país inteiramente desconhecido. Nesta gruta é que se costumam
reunir, no dia 31 de dezembro, as calamidades brasileiras, a fim de darem conta dos seus trabalhos durante o ano, e
predisporem-se para o vindouro.
Cena I
BEDEL (Espanejando algumas pedras soltas que se acham espalhadas pela cena.)
Cena I: Apareço em Bedel e digo:— Agora é que começa a revista. (Põe-se de novo a espanar, noutro tom.)
Felizmente está terminado o meu serviço. Não tardam aí as calamidades brasileiras. Encontrarão tudo limpo.
(Música.) Sinto passo, são elas.
Cena II
O Mesmo, a Política, a Febre Amarela, a Ilustríssima, a Seca, a Inundação, City Improvements, o Boato, a Capoeira, a
Subscrição, o Beribéri, o Cortiço, a Conferência, o Veículo, o Engraxate, o Carcamano, o Poeta, a Morte de braço dado
com o Médico.
Coro
Calamidades, ei-las por cá:
pestes, moléstias, tudo aqui há.
O fim do ano por cá nos traz.
Somos, senhores, só coisas más.
(A Política senta-se numa pedra mais elevada, ao fundo.)
POLÍTICA (Ao Bedel.) - Não falta ninguém?
BEDEL - Não, ao que parece.
POLÍTICA - Mas como não gosto de dúvidas, eu, a Política, a principal das calamidades brasileiras, que amo e dirijo
todas as outras, ordeno procedas à chamada geral.
BEDEL - É já. (Abrindo um livro que tira de trás duma pedra.) - Política?
POLÍTICA - Presente.
BEDEL - A Fome? (Depois de pausa.) Não veio! Está jantando talvez. — Febre Amarela?
A FEBRE - Presente. (Vem à boca da cena.) Eu não tenho cor política, apesar de ser amarela: não escolho as minhas
vítimas, ataco a esta e àquela.
BEDEL - A Junta da Higiene? (Silêncio.) Também não veio. Quer-me parecer que está ocupada com algum parecer. —
A Ilustríssima?
ILUSTRÍSSIMA - Cá estou. (Vem à boca de cena.) Eu amo o povo, senhores, e as comunidades suas, mandando calçar
as ruas) em que moram vereadores.
BEDEL - A Seca?
A SECA – Pronto. (Acompanhada de seus horrores.) Quando aos homens faço guerra, andam desgraças aos molhos,
secam-se as fontes da Terra, abrem-se as fontes dos olhos.
BEDEL - A Inundação?
INUNDAÇÃO - Presente. (O mesmo.) São horrorosos meus feitos. Ai! Que tragédias! Que dramas! Os rios saltam dos
leitos e os homens saltam das camas.
(...)
BEDEL - Beribéri?
BERIBÉRI - Eis-me. Eu sou o Beribéri e, como Otelo, nasci lá nos desertos africanos, nasci para flagelo dos humanos, e
as mais moléstias meto num chinelo. Naturalizei-me brasileiro e firmei a minha residência na terra de Gonçalves Dias.
Gosto muito do Nordeste, e decididamente não saio de lá. Ainda não passei da Bahia. Não faço casa da corte.
(...)
AZEVEDO, Artur. Teatro de Artur Azevedo – O Rio de Janeiro em 1877. Instituto Nacional de Artes Cênicas – INACEN.
V. 7: Coleção Clássicos do teatro Brasileiro. Disponível em: https://cutt.ly/zPP9tsH. Acesso em: 25 jul. 2023.

2. No Texto “O Rio de Janeiro em 1877”, de Artur Azevedo, identifique as figuras de linguagem, transcrevendo-as
no caderno.

3. A palavra “calamidade” foi utilizada algumas vezes no texto “O Rio de Janeiro em 1877”. Identifique qual figura
de linguagem foi utilizada com o termo nas frases a seguir:

a) “Nossa, que calamidade! Você quebrou a unha!”


b) “A dádiva de toda aquela calamidade foi ncontra-lo com vida.”

4. Leia o trecho, ele representa um monólogo do personagem Jaques na peça “Como você quiser” (também
conhecida como “Como Quiserdes”), escrita por William Shakespeare. Essa peça faz parte das comédias de
Shakespeare e foi publicada pela primeira vez em 1623.

"O mundo inteiro é um palco,


E todos os homens e mulheres são meros atores:
Eles têm suas saídas e suas entradas;
E um homem cumpre em seu tempo muitos papéis.
Seus atos se distribuem por sete idades.
No início a criança Choraminga e regurgita nos braços da mãe.
E mais tarde o garoto se queixa com sua mochila,
E seu rosto iluminado pela manhã, arrastando-se como uma lesma
Sem vontade de ir à escola.
E então o apaixonado,
Suspirando como um forno, com uma balada aflita,
Feita para os olhos da sua amada.
Depois o soldado,
Cheio de juramentos estranhos, com a barba de um leopardo,
Zeloso de sua honra, rápido e súbito na briga,
Buscando a bolha ilusória da reputação
Até mesmo na boca de um canhão.
E então vem a justiça,
Com uma grande barriga arredondada pelo consumo de frangos gordos, Com olhos severos e barba bem cortada,
Cheio de aforismos sábios e argumentos modernos.
E assim ele cumpre seu papel.
A sexta idade o introduz
Na pobre situação de velho bobo de chinelos,
Com óculos no nariz e a bolsa do lado,
Suas calças estreitas guardadas, o mundo demasiado largo para elas, Suas canelas encolhidas, e sua grande voz
masculina
Quebrando-se e voltando-se outra vez para os sons agudos,
Os sopros e assobios da infância.
A última cena de todas,
Que termina sua estranha e acidentada história,
É a segunda infância e o mero esquecimento,
Sem dentes, sem mais visão, sem gosto, sem coisa alguma."

5. Responda:
Qual figura de linguagem é frequentemente utilizada neste trecho da peça para expressar a ideia de que a vida
humana passa por diferentes estágios e fases? Identifique-as, retirando trechos da peça:

Vícios de linguagem

Em seu caderno, faça um mapa mental dos vícios de linguagem, incluindo os exemplos.
Cacofonia – repetição de sons desagradáveis, como em:
Eu vi ela essa tarde na escola. (viela)
Pagamos por cada prejuízo. (porcada)
Uma mão lava outra. (mamão)
Pleonasmo – Uso excessivo de informações, como:
subir para cima;
descer para baixo;
elo de ligação.
Ambiguidade – Frases com duplo sentido, como em:
Vi a vizinha com o cachorro do seu irmão.
Tenho uma novidade inédita para lhe contar!
Ocorre ambiguidade, por exemplo, na falta de pontuação:
Marina foi atrás do pai correndo: Marina, correndo, foi atrás do pai dela.
Barbarismo – Uso incorreto de palavras, como: “nós vamos” por "nós vai“; pneu por peneu; cidadãos por cidadões;
aeronáutica por areonáutica. E em orações como “Ela está meio cansada” por “Ela está meia cansada”.
Clichê – Expressões muito repetidas, como: "A última gota d'água"; “A toque de caixa”; “A união faz a força”.
Estrangeirismo – Uso desnecessário de palavras de outras línguas como show em vez de espetáculo. Em frases como:
Essa bike, apesar de ser um modelo vintage, está muito trash.
Neologismo – Criação de palavras novas, como internauta, mensalão (ato de corrupção).
Eufemismo – Suavização de palavras duras, como: “partiu dessa vida” em vez de morreu; “Aquele político enriqueceu
por meios ilícitos” no lugar de “Aquele político enriqueceu por ter roubado”.
Sobre os vícios de linguagem, responda:

(UNAERP – MODELO ENEM) – Algumas vezes encontramos dificuldades ao usar algumas expressões da "moda",
principalmente, por ouvirmos seu emprego de forma inadequada.
Assinale a opção que traz a expressão usada de forma adequada:
a) Você pensa como eu, logo suas ações vão de encontro com as minhas.
b) Vamos vender esse produto a nível de Brasil.
c) Há dez anos atrás, eu o reencontrei.
d) Referia-se ao livro cujo o autor acaba de morrer.
e) Ao invés de falar o que sabia, calou-se.

(Enem/2003). No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência.
Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:
CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE. A manchete tem um duplo
sentido, e isso dificulta o entendimento.

Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:
a) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase.
b) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.
c) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.
d) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.
e) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.

(FEI-SP) Identifique a alternativa em que ocorre um pleonasmo vicioso:


a) Ouvi com meus próprios ouvidos.
b) A casa, já não há quem a limpe.
c) Para abrir a embalagem, levante a alavanca para cima.
d) Bondade excessiva, não a tenho.
e) N.D.A.

(Enem) Carnavália
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mim? […]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).

No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo
tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e à situação emocional em que se encontra o autor da
mensagem, com o coração no ritmo da percussão.

Essa palavra corresponde a um:


a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em outras línguas e representativos de outras culturas.
b) neologismo, criação de novos itens linguísticos pelos mecanismos que o sistema da língua disponibiliza.
c) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em uma
comunidade mais ampla.
d) regionalismo, por ser palavra característica de determinada área geográfica.
e) termo técnico, dado que designa elemento de área e de atividade.

Atividade de pesquisa
a) pesquise vícios de linguagem em locais da cidade;
b) fotografe exemplos encontrados;
c) compartilhe e identifique os vícios de linguagem
d) e=registre os impactos na comunicação;
e) proponham revisões para os exemplos encontrados;
f) conclua, enfatizando a importância da comunicação como expressão do pensamento ao escrever textos
acadêmicos, redações nos vestibulares e no ENEM.
FOTORREPORTAGEM

Analise a imagem e responda:


1.O que é uma reportagem e qual é
o seu objetivo na transmissão de
informações?
2. Como a combinação de imagens
e texto em uma reportagem pode
enriquecer a compreensão de uma
informação ou um evento?
3. Analise o título e a imagem.
Levante hipóteses sobre quais
informações e dados o texto vai
apresentar.
Anote em seu caderno.

REPORTAGEM

Há dez anos, horta comunitária da USP promove educação ambiental e alimentação saudável
Semana comemorativa de aniversário da horta comunitária da Faculdade de Medicina da USP contará com oficinas,
atividades na cozinha e seminário sobre agricultura

Neste mês, a horta comunitária da Faculdade de Medicina (FM) da USP completa dez anos de existência. Do dia 12
ao 16 de junho, será realizada uma série de atividades abertas ao público que evocam o legado socioeducativo do
projeto, unindo a medicina à alimentação saudável e integrando a sociedade às ações de educação ambiental.

A horta nasceu a partir do cultivo de alguns temperos em um espaço da Faculdade de Medicina até então inutilizado,
localizado no terraço da faculdade, próximo ao Prédio da Administração, na Av. Dr. Arnaldo 453, conta Thais Mauad,
professora da FM e coordenadora da iniciativa.

Com o passar dos anos, mais pessoas se voluntariaram para colaborar, o que viabilizou a organização de ações
voltadas ao curso e à sociedade, como a criação da disciplina de Medicina Culinária e o fornecimento de ervas e
temperos aos pacientes do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo. “A horta hoje
tem esse papel socioeducativo, para pensar em alimentação saudável na medicina e tentar introduzir na dieta do
hospital um pouco mais de biodiversidade”, afirma Thais.
Hoje são cerca de 500 metros quadrados de cultivo de plantas medicinais, frutas, verduras e flores comestíveis. Toda
semana, são doados temperos como alecrim, tomilho, hortelã e salsinha, utilizados para enriquecer a dieta dos
pacientes, seja elaborando chás ou adicionando sabor às refeições.

O projeto também provê ervas mais diversas, as chamadas Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc), como a
folha de batata-doce. Essa proposta de introduzir a biodiversidade alimentar no tratamento hospitalar é uma das
principais realizações do projeto, diz a professora: “Conseguimos colocar diferentes alimentos da nossa horta dentro
do hospital”.
Disponível em: https://jornal.usp.br/universidade/ha-dez-anos-horta-comunitaria-da-usp-promove-educacao-ambiental-e-alimentacao-saudavel/. Acesso em: 14
ago. 2023.

4. Explique como a horta comunitária da USP promove a educação ambiental e a alimentação saudável, conforme
relatado na reportagem.
5. Qual é o papel da professora Thais Mauad na coordenação da horta comunitária da Faculdade de Medicina da USP,
e como essa iniciativa se conecta aos princípios da educação ambiental?
6. Analise como a horta comunitária da FM-USP exemplifica a prática de sustentabilidade urbana, considerando sua
localização e as atividades desenvolvidas.
7. Com base na reportagem, discorra sobre como a horta comunitária da USP vai além do cultivo de plantas,
impactando tanto a comunidade acadêmica quanto o tratamento hospitalar, e como isso contribui para uma visão
mais ampla de saúde e bem-estar.

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