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Como desenvolver funções executivas, em casa, época de pandemia

Presentation · February 2020

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Silvia Rocha Falvo


Universidade Estadual do Paraná
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COMO
D E S E N VO LV E R ,
EM CASA,
EM ÉPOCA DE
PA N D E M I A ,
FUNÇÕES
E X E C U T I VA S ?

S I LV I A R O C H A F A LV O
PSICOPEDAGOGA CLÍNIC A E INSTITUCIONAL
E S P E C I A L I S TA E M M AT E M Á T I C A
SILFALVO@GMAIL.COM
REFLEXÕES E SUGESTÕES

 Apresentação do Fraternamente
 Contação de Histórias
 Texto de Rubem Alves: qual a obrigação da escola?
 O que me cabe, enquanto mãe?
 O que me cabe, enquanto pai?

 Funções Executivas – quais


são elas?
 Como desenvolvê-las?
QUEM É VOCÊ E QUEM É A ESCOLA,
NA EDUCAÇÃO DO SEU FILHO?
LEITURA DELEITE *

“A AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE
DAS ESCOLAS”
Rubem Alves
Jornal Folha de São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2005

O título mais simples para esse artigo seria: "Avaliação da educação".


Mas não quero misturar "educação" com aquilo que as escolas fazem. A
educação é algo que transborda os limites das escolas. Por vezes, ela se
choca com as escolas. Acho que foi o escritor Mark Twain quem disse que
não permitia que a escola interferisse na sua educação.
Educação é aquilo que passa a fazer parte do nosso ser (*).
Parte do que sou tem a ver com a música erudita sobre a qual nada
se disse nas escolas que frequentei. Era como se não existisse. Não fazia
parte do programa. O mesmo é verdadeiro em relação ao meu prazer em
ler, escrever, contemplar a natureza.
Essas coisas são parte de mim mesmo,
mas não foi nas escolas que as aprendi.
Quando um professor tenta ensinar algo,
ele tem de pressupor que aquilo é
importante, não vai ser esquecido, vai
fazer uma diferença na vida do seu aluno.
Caso contrário, seu trabalho não terá
sentido. Assim, ele deve ter a curiosidade
de saber sobre o destino das
informações e habilidades que tentou
ensinar (*).
O que aconteceu com elas?
Quero sugerir um método para se fazer isso
valendo-me de uma metáfora.
Imagine que você resolveu se dedicar
ao negócio de fabricação de salsichas.
Para transformar carne em salsichas,
há uma máquina.
Numa das extremidades da máquina coloca-se a carne. Aperta-se
um botão. A máquina se põe a funcionar. Da outra extremidade saem as
salsichas, prontinhas. Para se avaliar se a máquina é comercialmente
vantajosa, basta comparar o peso da carne que foi colocada no funil de
entrada com o peso das salsichas produzidas.

Se, na entrada, foram colocados 100 kg de carne e saíram 95 kg de


salsichas, a máquina é ótima, mas se só saírem 10 kg de salsichas, a
máquina não presta. Imaginei que se poderia avaliar o desempenho das
escolas por meio de um exame elaborado segundo o modelo da máquina
de salsichas. O objetivo seria comparar o que entrou com o que ficou.
Frequentei escolas por 17 anos. Multipliquei pelo número de
meses, dias, horas e anos: cheguei ao número 16.320. Esse é o número de
horas que passei assentado em carteiras ouvindo as coisas que os
professores tentavam me ensinar. É claro que esse número deve estar
errado.
De qualquer forma, é muito grande o tempo que se passa
assentado nos bancos escolares. O que sobrou?
O exame seria como descrevo a seguir.
 Primeiro: o programa seria constituído de
tudo, absolutamente tudo que se pretendeu
ensinar nesses 17 anos, do primeiro ao último
ano.
 Segundo: aqueles que vão fazer o exame
não assinarão os seus nomes porque o que se
procura não é o desempenho individual, mas o
desempenho da máquina escolar.
 Terceiro: será proibido frequentar cursos
preparatórios para tais exames.
Será proibido também recordar a matéria. Se isso fosse feito, o
propósito do exame seria abortado. Imagine que um diabético tem de
fazer um exame de sangue para testar seu nível glicêmico. Mas, ele,
malandro, querendo enganar o médico, na véspera do exame só come
alface com bife e no dia seguinte, pela manhã, toma um comprimido de
Amaril.

O resultado do exame seria


totalmente falso. O aprendido é aquilo
que fica depois que o esquecimento fez o
seu trabalho. O exame que proponho quer
saber o que sobrou.

Se os examinados se prepararem para o exame, os resultados


não revelarão o que realmente sobrou, mas o que foi colocado na
memória na última hora. Eu me sairia muito mal. Não me lembro das
classificações das rochas. Lembro-me dos nomes "dolomitas" e
"piroclásticas", mas não sei o que significam. Esqueci-me do "crivo de
Eratóstenes".
Não sei fazer raiz quadrada. Não
sei onde se encontra a serra da Mata da
Corda. Também me esqueci das dinastias
dos faraós e dos nomes dos imperadores
romanos. Lembro-me do princípio de
Arquimedes, mas não sei a lei de
Avogadro. Não aprendi latim, o que me
causa grande dor porque latim é música.

Lembro-me de pouquíssima coisa sobre análise sintática, o que


não me faz falta para escrever.

Dos 100% de saberes que as escolas tentaram enfiar dentro de


mim, só sobrariam uns 10%. Você depositaria suas economias,
mensalmente, num fundo de investimento, por 17 anos, se você soubesse
que depois desse tempo você receberia só 10% do que você depositou?
Alguns concluirão que a culpa é dos professores. Outros,
que a culpa é dos alunos. Não creio que a culpa seja dos
professores ou dos alunos.

Acho mesmo é que a culpa é da


carne que se põe na máquina: ela está
estragada. As salsichas cheiram mal. O nariz
as reprova. Se forem comidas, elas
produzirão perturbações gástricas. O jeito é
vomitá-las.

Concluo: a performance das


escolas melhorará se a carne estragada for
substituída por uma carne que produz
salsichas apetitosas.
FUNÇÕES EXECUTIVAS **

Conjunto de habilidades mentais que regulam nosso


comportamento e pensamento a partir de experiências
passadas, com o objetivo de realizar ações no presente
ou atingir metas futuras.

1. Objetivar
2. Planejar
3. Organizar
4. Iniciar
5. Focar
6. Perseverar
7. Monitorar
8. Flexibilizar
9. Inibir
10. Regular
11. Operacionalizar
1. Objetivar: estabelecer metas; ter um objetivo
em mente antes de iniciar a tarefa.

2. Planejar: estabelecer estratégias para atingir a


meta; habilidade de elaborar e executar um plano
de ações, de “pensar antes”
e de se estipular os passos
necessários para se atingir
um objetivo.
3. Organizar: capacidade de
organizar ideias, materiais e tempo com o
propósito de atingir um objetivo.

4. Iniciar: a habilidade de perceber quando é


hora de iniciar uma tarefa e
efetivamente iniciá-la
sem adiamento.
5. Focar: Prestar atenção; aplicação cuidadosa
da mente a alguma coisa, o esforço de
focalização do pensamento em um alvo único.

6. Perseverar: uma vez iniciada uma


tarefa, não desistir diante das
dificuldades que possam surgir até
atingir o objetivo.
7. Monitorar (a si próprio): capacidade de
perceber e avaliar seu próprio desempenho.

8. Flexibilizar: capacidade de mudar


de foco e considerar diferentes
alternativas permitindo adaptação a
diferentes contextos, problemas e
demandas. Tem várias formas de realizar
isso.
9. Inibir: controlar os impulsos; capacidade de
pensar antes de agir; avaliar uma situação e
depois decidir se algo deve ou não ser dito ou
feito.

10. Regular: capacidade de controlar a


expressão das emoções.
11. Operacionalizar: Memória Operacional
ou de Trabalho; capacidade de manter
informações na mente e usá-las para
completar uma tarefa.
O Q U E É M AI S
I M P O R TAN T E
PAR A O
DESEMPENHO
E S C O L AR – ALT O
QUOCIENTE DE
INTELIGÊNCIA (QI)
OU FUNÇÕES
E X E C U T I VAS B E M
D E S E N V O LV I D AS ?

FALHAS em FE´s na Educação


Infantil -> menor desempenho
em leitura e matemática ao
longo do Ensino Fundamental e
Médio!

Ênfase ao conteúdo escolar sem


treinamento de funções
executivas = fracasso escolar de
muitos alunos!
QUEM TREINOU MINHAS
FUNÇÕES EXECUTIVAS
FOI...
• Não deixe ninguém lavar
suas calcinhas - NUNCA. • Organize seus gastos. O
• Acorde antes de todo mundo. dinheiro tem que dar até o final
do mês.
• Arrume sua cama e nunca
• Ligue todo domingo às 15h.
deixe o banheiro Estarei na sua avó aguardando
desorganizado. sua ligação.
• Não esqueça as luzes • Ajude sua tia. Se antecipe. Não
acesas. se ofereça. Quem pergunta, não
• Vá à igreja. Peça ajuda e quer ajudar.
aprenda a pegar o ônibus. • Estude muito. Tenha disciplina.
Tenha horário para estudar. Não
• Nunca perca hora – lembre- se esqueça: seu objetivo é entrar
se, você vai de carona. na universidade.
Nunca falte às aulas.
PARA FINALIZAR:

“Educar o homem não é encher um


pote... é acender um fogo”.
Aristófanes – 423 a. C.

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