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Prof. Me.

Antonio Alves

MANUAL DE EDUCAÇÃO
Soluções possíveis para os principais
desafios na educação dos filhos

www.institutoalves.com.br
INSTITUTO ALVES

Manual de Educação: soluções possíveis para os principais desafios na


educação dos filhos/ 1. Ed. Vol I. Antonio Batista Alves Neto – Maringá:
Instituto Alves, 2021. 50 p.

1. Educação 2. Família 3. Manual 4. Indisciplina 5. Desafios 6. Escola 7. O que


fazer?

2021
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização do Instituto
Alves.
Todos os direitos desta edição reservados pelo:
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Email: prof.antoniob@gmail.com
APRESENTAÇÃO

Que pai e que mãe nunca se pegou preocupado, ansioso, pra


não dizer desesperado, ao não saber lidar com um desafio diante de
seus filhos? E eu estou falando de desafios de todos os tipos e em
todas as idades. E se esse não é o seu caso, ótimo! Te convido para
estudar comigo neste momento de maneira preventiva, com o
objetivo de refinar o seu comportamento enquanto pai e enquanto
mãe, afim de que situações mais complexas sejam evitadas no
futuro.

Desafios, como dificuldades para dormir de um recém nascido,


saltos de desenvolvimento, cólicas, manhas de bebê, dificuldades na
introdução alimentar, a “adolescência dos 2 anos”, birras em espaços
inadequados, dificuldades de organização da rotina da criança,
dificuldades na introdução da escola, nos conteúdos, na
alfabetização, na aprendizagem de maneira geral, na divisão dos
pertences, brigas, falta de concentração, passando pelo
comportamento dos adolescentes. Enfim, os desafios são inúmeros.
Neste livro e nas vídeo aulas, eu vou apresentar conceitos gerais que
podem ser aplicados com crianças de 0 a jovens de 17 anos.
Observem cada um dos pontos e apliquem econsiderando as
especificidades de suas realidades.

Mas será que existem um conjunto de regras, um passo a


passo para lidar com todos esses desafios listados e outros mais?
Não, não existe, espero que não seja isso que você esteja
procurando aqui. Não existe receita para lidar com o comportamento
humano. Mas existem princípios, caminhos possíveis, materializados
pela experiência humana sobre o processo educativo dos filhos, e é
isso que eu quero apresentar aqui para vocês! Um conjunto de
princípios claros, diretos que podem sim ser a base de um bom
processo educativo e auxiliar os pais em muitos desafios na
educação de seus filhos.

Por fim, quero compartilhar com vocês o que muitas vezes


escuto em palestras, cursos e aulas: “Ahh, professor, mas não existe
treinamento para ser pai e mãe, não da para se preparar para isso!”.
Eu costumo ouvir muito isso, pois eu insisto sistematicamente que é
sim possível e necessário se preparar. Pense comigo, nós nos
preparamos para tudo na vida! Para uma prova na escola, para um
vestibular, para um concurso, para uma entrevista de emprego, nos
preparamos emocionalmente até mesmo para conhecer a família da
pessoa amada. Então por qual motivo não devemos nos preparar
para a paternidade/maternidade? Por que não nos munirmos de
informações que podem nos auxiliar no desafio que é a crianção de
nossos filhos, que podem nos auxiliar a criar pessoa melhores, mais
completas e felizes?

Pois bem, se você assim como eu, acredita nesssa


necessidade de se qualificar para essa jornada, então eu te encontro
nas próximas páginas do primeiro volume deste livro. Lembrando que
é o primeiro volume de outros nove que estão por vir. Nove edições
que serão construídas com as experiências de famílias reais, famílias
de verdade, que tem desafios todos os dias, mas que buscam
enfrentar tais desafios com o maximo de informação, paixão e
comprometimento possível. Nossos filhos merecem, não é mesmo?

Neste livro, vou apresentar os elementos pedagógicos


indispensáveis para que os pais criem os filhos, gerando o menor
número de associações possíveis. São Requisitos pedagógicos
gerais para a educação dos filhos.

Vamos lá!

REFLITA
Pense comigo, nós nos preparamos para tudo na vida. Para uma
prova na escola, para um vestibular, para um concurso, para uma
entrevista de emprego, nos preparamos emocionalmente até
mesmo para conhecer a família da pessoa amada. Então por qual
motivo não devemos nos preparar para a
paternidade/maternidade/?
Sumário

PARA COMEÇAR ............................................................................................................... 10


REQUISITOS DIDÁTICOS GERAIS PARA EDUCAR OS FILHOS ............................... 12
SEJA EXEMPLO: ............................................................................................................ 13
O FILHO DIFÍCIL ............................................................................................................. 15
A BARGANHA ................................................................................................................. 17
PAIS AUTORIDADE X PAIS AUTORITÁRIOS: ........................................................... 23
A PAIXÃO PELA FUNÇÃO DE PAI/MÃE: ................................................................... 25
VOCÊ PLANEJA A SUA VIDA?: ................................................................................... 26
ENTRAR E SAIR DE CASA ........................................................................................... 27
A ORGANIZAÇÃO DA SUA CASA ............................................................................... 28
AS REGRAS..................................................................................................................... 29
VIDA DE SOLTEIROS, DE CASADOS, DE PAIS COM FILHOS E DE PAIS SEM
FILHOS ............................................................................................................................. 33
NUNCA LEVE SEU FILHO AO LIMITE......................................................................... 35
NÃO VÁ PARA O MESMO NÍVEL EMOCIONAL DO SEU FILHO ............................ 36
FALE APENAS UMA VEZ COM SEU FILHO............................................................... 37
TROQUE O “CASTIGO” PELA “CONSEQUÊNCIA” ................................................. 39
O CELULAR E SUAS CONSEQUÊNCIAS ................................................................... 40
QUE HORAS SEU FILHO DORME E ACORDA?........................................................ 42
ROTINA............................................................................................................................. 44
RESUMO .............................................................................................................................. 45
Tudo resolvido? ................................................................................................................. 49
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 50
PARA COMEÇAR

De início, quero apresentar a vocês pais, um termo que


provavelmente vocês já ouviram falar muito, mas não utilizam. Até
porque é um termo muito mais utilizado na área da docência: a
didática. Na clássica obra intitulada “Didática Magna”, de autoria
deste que é considerado, até hoje, o pai da didática, Comenius,
encontramos a conceituação do termo apenas como “a arte de
ensinar” (COMENIUS, 2011, p. 13). E falando em Comenius, nessa
linda obra ele nos fala sobre o que é necessário para ensinar “tudo a
todos”, lembrando que ensinar tudo a todos é diferente de ensinar
tudo a todos ao mesmo tempo e da mesma maneira.

Quer um exemplo? Para famílias que tem ao menos dois filhos.


Ambos têm a mesma personalidade? Ambos aprendem da mesma
maneira? Ambos aprendem no mesmo tempo? Imagino que a
resposta seja não, visto que cada ser humano é único. E mesmo duas
ou três crianças criadas em um mesmo lar, apresentam
personalidades totalmente distintas. Mas voltemos a didática.

Você deve estar se perguntando: “O que eu tenho com essa


didática se não sou professor?”. Pois bem, o comportamento didático
não é, ao menos não deveria ser, um comportamento exclusivo da
classe docente. Por exemplo, ao explicar para seu filho que ele não
deve morder um coleguinha, ou que ele não poderá sair e voltar de
uma festa após as 03:00 da manhã, você precisará de um
comportamento didático para convencer ele de que você tem razão.
Vai precisar de elementos que mostrem para seu filho que aquele
caminho que você apresenta é o melhor. Ou seja, vai precisar de um
comportamento didático, vai precisar pensar nas ideias, organizar

10
elas para apresentar com palavras que ele possa entender e em
seguida executar a sua orientação.

Ou seja, você está ensinando seu filho, logo, um


comportamento didático te fará mais efetivo. Você não está
ensinando conteúdo específicos e sistematizados, mas está
ensinando comportamentos, valores, ética. E isso exige muito mais
empenho.

Diante de tudo isso, apresentarei para vocês uma proposta


didática que vai te auxiliar a intervir na educação dos seus filhos. Seja
para de corrigir, ensinar, reforçar, cobrar, resolver um problema,
corrigir uma falha, mudar a rotina, etc. Sempre lembrando que
estamos falando de um caminho possível e nunca de uma imposição
teórica irrefutável, pois lembrem-se, aqui evitaremos sempre todo e
qualquer tipo de saudosismo teórico durante nosso caminhar.

REFLITA
Quando os pais assumem um comportamento didático diante de
seus filhos, eles estão assumindo uma postura mais elaborada,
mais eficiente na hora de intervir nos mais diversos tipos de
situações. Esses pais passam a pensar mais nas palavras que
usam, nos gestos que fazem e em como intervir da melhor maneira
possível a fim de serem compreendidos por seus filhos.

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REQUISITOS DIDÁTICOS GERAIS PARA EDUCAR OS
FILHOS

Mais uma vez, reforço que não existem receitinhas sobre como
lidar com os comportamentos dos filhos. O que existe são
fundamentos acumulados durante séculos e repassados para nós
por meio da história da humanidade. Esses ensinamentos são
possibilidades, são caminhos possíveis para trilharmos. No entanto,
a “certeza de que iremos atingir o objetivo”, ou seja, a convicção,
essa precisa estar constantemente impregnada em nossa prática
enquanto pais, compreendem? Sendo assim, vamos a esses
requisitos gerais, a esses caminhos possíveis para a educação dos
filhos.

REFLITA
Não existem receitinhas para a educação dos filhos. Mas existem
caminhos possíveis sim.

12
SEJA EXEMPLO:

A paternidade/maternidade, em qualquer etapa do


desenvolvimento da criança, exige que “alguém seja exemplo” para
este indivíduo. Roterdã (1927) explica que é pelo amor ao mestre que
a criança desenvolve, posteriormente, o amor ao conhecimento.
Comenius (2011) aprofunda essa ideia e diz que sem exemplo não
há aprendizado. Em outras palavras, nossos filhos viveram dos
nossos exemplos práticos! É literalmente o conceito de que “palavras
ensinam, mas o exemplo arrasta”. Ou nos tornamos referência de
vida para eles, ou eles encontraram outras pessoas para se tornarem
tal referência. Ainda que inconscientemente. O que nós não
proporcionarmos em casa, nossos filhos irão procurar fora dela.

Exemplo: Uma família que não incentiva a leitura, tem


condições de formar filhos apaixonados pela leitura? E eu não estou
dizendo que todos precisam gostar de ler, seria bom, mas não é
necessário. A questão é, os pais ao menos valorizam e incentivam o
hábito da leitura? Da para uma família que nunca demonstra a
importância do ato de ler, exigir que um indivíduo chegue na
adolescência um bom leitor simplesmente porque este frequenta a
escola? Nesse caso, não há nem o exemplo e nem o incentivo, e tudo
bem, no entanto também não pode haver uma exigência sobre o filho
no que se refere a leitura, visto que ele nunca foi estimulado para tal.

Se pensarmos nas crianças de 0-3 anos de idade, o exemplo


se dá pela presença, pelo gesto, pela palavra de carinho, de
paciência, pelo movimento, pelo tom de voz, pela forma como o pai
e a mãe recebem a criança, pela forma como entrega a criança para
outra pessoa. Desde que nasce, a criança está constantemente
internalizando nossas ações. Se somos agressivos e gritamos o

13
tempo todo, não dá pra esperar, por exemplo, que a criança seja
calma e afetiva. A criança internaliza o comportamento dos adultos
ao seu redor e isso contribui ou não para sua formação.

Já para as crianças de 3-5 anos de idade, o nosso


comportamento é todo observado com mais clareza por elas. Somos
exemplos positivos ou negativos a todo momento. Da forma de falar
ao conteúdo do que falamos. Já pensou que nossos filhos vão
desenvolver as primeiras palavras, vão desenvolver o vocabulário
deles tendo como base o nosso vocabulário? Saber disso te
preocupa ou te tranquiliza?

Se estamos sempre cansados e reclamando, os filhos sentem


também. Enfim, entendam que ser um pai e uma mãe que é exemplo,
é bem diferente de sermos pais perfeitos, mas é necessário que haja
alguma referência na vida dessa criança desde o primeiro dia de vida,
e é sempre muito bom que esta referência primeira e principal
sejamos nós, os pais. Ou nós assumimos essa responsabilidade de
sermos exemplos para nossos filhos ou o mundo certamente irá
encontrar outras pessoas para servirem de exemplo na vida deles. O
que você prefere?

REFLITA
Ser exemplo é diferente de ser perfeito! Ser exemplo é ensinar pela
prática. É ser referência. Pais que são exemplos de vida para seus
filhos também erram. E quando erram pedem perdão, dando assim
o exemplo da humildade, da capacidade de pensar sobre suas
atitudes.

14
O FILHO DIFÍCIL:

É comum observarmos pais cansados reclamando de um ou


outro comportamento de seus filhos. Durante meus
acompanhamentos pedagógicos, eu atendo muitos pais em
situações de cansaço extremo e que muitas vezes olham para os
filhos com muito peso, ou porque não sabem mais lidar com eles, ou
porque já não sabem mais o que fazer. E tudo bem, estamos aqui
para aprendermos mesmo, nós pais não precisamos saber tudo a
todo momento. No entanto, essa reclamação não tende a gerar
resultados positivos, pois apenas alimenta a angústia e a tensão.
Logo, é necessário que tenhamos um comportamento e um padrão
de pensamento sempre muito positivo, ou estaremos sempre nos
jogando para baixo emocionalmente.

Sendo assim, o que o senso comum chama de “filho difícil”,


você agora precisa chamar de “desafio pedagógico”. É muito fácil
lidar com nossos filhos só nos momentos bons! Os momentos
difíceis, quando nossos filhos são verdadeiros desafios pedagógicos
a nossa capacidade de educa-los, são aqueles que realmente testam
a nossa capacidade enquanto pais. É lógico que nem sempre
teremos o comportamento perfeito diante de nossos filhos. Vez ou
outra todo pai e toda mãe vão perder a paciência! Isso é inevitável e
inerente a condição humana. A questão que quero reforçar aqui, é
que esses momentos de descontrole precisam ser exceção! Não
podem ser frequentes. Se o nosso comportamento de descontrole é
continuo, então precisamos pensar sobre o que está faltando em nós
e procurar ajuda, pois neste caso dificilmente tem ligação apenas
com a vida de pai ou de mãe.

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Outra questão é que todos os casos de “comportamento
difíceis” relatados durante meus atendimentos, são esperados em
determinada faixa etária. É lógico que se a criança continua
apresentando um comportamento desafiador impróprio para a sua
idade, é recomendado que a família continue investigando. Mas
devemos ter em mente que os desafios existem! E não podemos nos
espantar com eles, visto que somos todos cientes de que muitos
comportamentos, de 0 a 17 anos, são comuns para o ser humano.
Por isso devemos nos preparar para lidar da melhor maneira possível
com eles. Nunca naturalizar! Mas sempre nos preparar da melhor
maneira possível.

REFLITA
O filho difícil deve ser visto como um desafio pedagógico!
Inicialmente, o comportamento dos filhos são sempre reflexo dos
nossos comportamentos, ainda que não enxerguemos qual
comportamento nosso eles estão refletindo. São nos momentos
difíceis que nossos filhos testam a nossa real capacidade de educa-
los.

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A BARGANHA:

A barganha pode ser observada desde o primeiro dia vida dos


nossos filhos, como o ato de dar o que a criança quer em troca de
um comportamento que nos facilite o dia.

O grande problema da barganha é que após a primeira vez que


a criança recebe o que quer em troca do comportamento desejado,
ela poderá passar a repetir uma determinada situação para sempre
conseguir o que quer. E veja bem, eu não estou falando de
necessidades fisiológicas! A criança não dá sinais de que quer ser
amamentada por estar mal acostumada. Ela dá sinais de fome
porque precisa disso para sobreviver. É um desejo primitivo. No
entanto, ela pode solicitar amamentação em horas impróprias por
estar mal acostumada sim.

Exemplo: Se por cansaço ou necessidade, a mãe passa a


amamentar a criança toda vez que ela chora, ela está deixando a
criança “mal acostumada”. Em outras palavras ela está gerando uma
associação dizendo para a criança que: “por qualquer que seja o
motivo você ficar estressada eu vou te dar o peito, mesmo que você
não esteja com fome”. E isso é muito comum. Daí a criança acaba
nem sequer mamando, ficando apenas com o bico do peito da mãe
na boca para se confortar. Neste caso a mãe trocou a o “bico do
peito” pela calma da criança.

Outro exemplo é sobre os primeiros dias de vida de um recém-


nascido em casa, o geralmente é algo muito desafiador, em especial
para pais de primeira viagem. Os pais ainda estão começando a
conhecer os sinais de cada necessidade da criança e neste processo
podem acabar gerando várias associações ligadas a barganha que
podem dificultar, e muito, a sua vida posteriormente. Exemplo,
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quando após um choro constante da criança os pais optam por dar a
chupeta, o que não é indicado pela pediatria e pela fonoaudiologia, e
quando esse comportamento se repete, a criança cria a associação
de que ao chorar, ela irá ganhar aquele objeto. Isso é barganhar com
o bebê, pois você está dando pra ele algo para que ele faça o que
você quer, parar de chorar.

Vejam bem, aqui cabe uma observação importante! Não estou


aqui para fazer julgamentos, mas sim apontamentos pedagógicos
sobre várias situações. A chupeta é um exemplo. Cada família sabe
de suas necessidades, cada família sabe o que é melhor para seus
filhos e devem ter suas decisões sempre respeitadas! A
recomendação que eu deixo é a de que sempre busquem
informações, profissionais qualificados antes de qualquer decisão
mais séria com os filhos, visto que isso pode nos trazer desafios
maiores posteriormente.

Compreenderam os desafios da barganha? Todas as vezes


que a criança quiser, ela vai passar a barganhar com você
instintivamente. Vai chorar toda vez que quiser chupeta, colo ou
dormir na sua cama, por exemplo. E nada de errado com isso! Não
há problema em dar colo para os bebês! Em especial para os recém-
nascidos. Mas é um problema quando esse bebê se acostuma, ou
seja, cria uma associação de apenas dormir sendo ninado no colo.
No longo prazo isso pode ser muito doloroso e cansativo para os pais.

Dou esses exemplos sobre crianças menores, para evidenciar


que é desde o primeiro dia de vida da criança que devemos estar
atentos ao seu processo educativo. Pois se deixarmos para intervir
apenas na adolescência, os desafios são muito maiores.

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Exemplo de barganha com um adolescente: Uma das
queixas mais frequentes em meus atendimentos pedagógicos é a de
que os filhos adolescentes não largam o celular. Dormem tarde e por
consequência tem problemas de concentração na escola. Daí inicio
um protocolo de investigação e logo descubro que esse adolescente
era exposto a tela do celular desde o primeiro mês de vida. Ou seja,
a família criou uma associação de que ao dar a tela do celular o bebê
se acalma. Condicionou a criança a se acalmar com o aparelho. Em
outras palavras, a família barganhou com a criança, deu o celular em
troca do silêncio, para não precisar intervir de outras formas. É lógico
que compreendo que muitos pais, inclusive os que atendo, permitem
seus filhos ficarem diante de um celular, televisão tablet, etc, por
necessidade, para que possam organizar a casa, trabalhar ou
descansar. Isso acontece ainda mais quando se tem mais de um
filho. Ou quando a mãe solteira os cria sozinha. Então mais uma vez,
isso não é um julgamento! Mas é uma constatação. Respeitar a
decisão e as necessidades de cada família não me exime de fazer o
devido apontamento pedagógico, não deixa de ser prejudicial
simplesmente por ser uma necessidade.

Sendo assim, o agora adolescente com problemas de


concentração é resultado de mais de uma década de distrações.
Então, já na adolescência, a família dá o celular, ou permite que
continue com o celular para evitar um comportamento agressivo,
raivoso, desrespeitoso etc. Mas é necessário entender que esse
comportamento foi construído ao longo de muitos anos.

Prosseguindo, nós professores muitas vezes também


acabamos barganhando com nossos alunos. Quando o professor da
Educação Infantil diz: “se vocês ficarem quietinhos hoje, levo vocês

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ao parquinho no final do dia”, ele está barganhando com os alunos,
está trocando o silêncio, que deveria ser conquistado com
metodologia, pelo parquinho. Dois grandes erros neste tipo de
barganha são: colocar o brincar como algo que fazemos depois de
cumprir uma obrigação chata durante o dia, pois o brincar é muito
importante para o desenvolvimento infantil e não pode ser objeto de
barganha. E o outro erro é condicionar o bom comportamento dos
alunos a uma recompensa no final. Isso não ajuda esses alunos a
aprenderem a se autorregular, a compreender a importância de cada
momento. Quando isso ocorre, ou seja, quando o professor barganha
nesse nível, o aluno aprende a barganhar com o professor também,
e pode acabar ouvindo dos alunos: “professor, se ficarmos quietinhos
hoje, você nos leva ao parquinho no final do dia?”. Bem como os pais
podem acabar ouvindo situações parecidas dos seus filhos. Isso
pode gerar situações totalmente descontroladas e uma rotina de
constantes barganhas das duas partes.

Outra barganha muito praticada em todas as etapas da


educação é: “se você não ficar quieto eu vou te mandar para a sala
da diretora”. Neste momento, constrói-se uma visão negativa da
direção, coloca-se uma ameaça sobre o aluno, condiciona-se o seu
bom comportamento ao medo de ser punido e o professor ainda
transfere sua autoridade para outra pessoa, neste caso, a diretora.
O mesmo ocorre com a mãe, quando diz que “Se você não fizer isso
eu vou contar tudo para o seu pai!”. É a mesma situação, mas neste
caso a mãe fica sem autoridade, visto que está transferindo para o
pai todo o poder de agir com os filhos.

É comum ainda, observar escolas, professores, coordenadoras


e diretoras que ameaçam até mesmo chamar o conselho tutelar, na

20
tentativa de deixar o aluno com medo para que ele não repita um
determinado comportamento indesejado. Nestes casos, assim como
o professor transfere sua autoridade para a diretora ao ameaçar o
aluno, a diretora também transfere a sua para o conselho tutelar,
mesmo que nunca cumpra a ameaça.

Atenção! Qual o problema desse nível de barganha? De


ameaça? Vejam bem, a mãe diz que vai contar para o pai. A
professora diz que vai contar para a coordenadora, a coordenadora
diz que vai contar para a diretora, a diretora para o conselho tutelar...
Logo, essa criança percebe que não há grandes consequências nas
suas ações, pois ela não tem diante dela nenhuma autoridade. A
“consequência” dos seus atos está sempre sendo passada para uma
outra possível autoridade. Isso vai fortalecendo todo tipo de
comportamento ruim em nossos filhos, visto que o que ele tem na
verdade diante dele é um comportamento autoritário de constantes
ameaças.

É necessário construir um processo didático em que nossos


filhos, com o tempo, possam se observar e regular o seu
comportamento com base nas regras socialmente construídas dentro
de nossas casas e dos espaços que frequenta, nunca pelo medo,
sempre pela razão, pela paciência e pela afetividade. Isso não é fácil
e não ocorre do dia para a noite, é necessário um trabalho
pedagógico forte e claro por parte da família.

Enfim, a barganha pode ser resumida como uma maneira de


condicionar o bom comportamento dos nossos filhos a uma
recompensa final. Ir por outro caminho no processo educativo dá
muito mais trabalho e leva muito mais tempo, não tem outro jeito.
Para educar é necessário ser a autoridade do processo educativo!

21
Se evitamos a barganha simplesmente porque nossos filhos tem
medo de nós e cumprem o que queremos na hora, então estamos
sendo autoritários e não autoridades. Vejamos a diferença.

REFLITA
Se você negociar, barganhar com seu filho, mais cedo ou mais
tarde ele vai barganhar com você! Não barganhe sua autoridade.
Seu filho deve fazer o que é correto simplesmente por ser o certo!
Seja exemplo, ensine-o pela prática.

22
PAIS AUTORIDADE X PAIS AUTORITÁRIOS:

Você é autoridade ou autoritário na vida do seu filho? Ele te


respeita ou tem medo de você?

Como saber se você é autoridade ou autoritário no processo


educativo do seu filho? É simples, ele faz o que é certo só na sua
presença ou faz o que é certo também na sua ausência?

Os Pais autoritários são o clássico “faça o que eu mando, mas


não faça o que eu faço”. Usam o celular em horas inapropriadas e
pedem que seus filhos não o façam. Manda seus filhos não gritarem
ou serem agressivos, mas estão sempre gritando e sendo
agressivos. De maneira resumida, são hipócritas.

Por outro lado, pais que são autoridade na vida dos seus
filhos, são definidos por Comenius como aqueles que agem “com
exemplos constantes, mostrando que são modelos vivos de todas
aquelas coisas para as quais exigem dos seus filhos”. E reforça
ainda, dizendo que: “se falta isto, todo o resto é vão” (COMENIUS,
2011, p. 314).

Uma das grandes diferenças entre um pai/mãe “autoritário” e


um pai/mãe “autoridade” é que o autoritário nunca cumpre com sua
palavra. Faz uma série de promessas, mas nunca as cumpre. Faz
uma série de ameaças, mas nunca as cumpre. O pai/mãe autoritário
normalmente é aquele que tende a barganhar muito com os filhos.

Por outro lado, para ser um pai/mãe autoridade é necessário


mostrar aos filhos que sua palavra tem valor, que se prometeu, por
exemplo, uma atividade diferenciada, que cumpra! E que se disser
que vai dar uma consequência negativa para seu filho, que dê! Por
isso nunca ameace seu filho com algo que nunca irá cumprir. Isso te

23
enfraquece moralmente, pois com o passar do tempo ele vai
percebendo que você só fala, mas nunca faz.

Lembre-se, um pai/mãe autoridade não barganha, não impõe


medo. Ele tende a ser respeitado e não temido.

REFLITA
Seu filho te respeita ou tem medo de você? Você é autoridade, é
exemplo ou é autoritário e impõe pelo medo? Pela ameaça? Pela
barganha? Pais autoridade ensinam pela prática, pelo exemplo
diário.

24
A PAIXÃO PELA FUNÇÃO DE PAI/MÃE:

Você demonstra para seus filhos o quanto ama ser pai? O


quanto ama ser mãe?

Muitas vezes, pela exigência de nossas rotinas, que podem ser


bem desafiadoras, agimos impulsivamente e entramos no automático
dentro de nossas casas. O grande problema é que nestes casos
paramos de prestar atenção aos detalhes, as necessidades básicas
de carinho e afetividade de nossos filhos. Pior ainda é se passamos
a nos queixar da vida, do trabalho, da falta de dinheiro, de situações
diversas na frente de nossos filhos. Isso pode acabar levando-os a
desenvolverem um sentimento de culpa, ainda que
inconscientemente, por acharem que são um peso em nossas vidas.

Isso quer dizer que nunca iremos nos queixar, que nunca
devemos falar dos nossos problemas em casa? Não é isso! Somos
seres humanos, não somos perfeitos e nem devemos ser. Mas o que
devemos pensar é, qual sentimento mais alimentamos em nossos
filhos? O de que os amamos e amamos cuidar deles e ser os pais
deles ou o de que a vida e tudo ao nosso redor é difícil e chato?

Por isso, demonstremos diariamente para os nossos filhos o


quanto os amamos, o quanto temos prazer em cuidar deles. E que
mesmo com todos os desafios, estar com eles é a melhor coisa de
nossas vidas.

REFLITA
Você compreende o quanto nossa função é importante? Você ama
a sua função de pai/mãe? Acredite, seu filho sente sua satisfação
ou não ao cuidar dele e isso influência no seu comportamento.

25
VOCÊ PLANEJA A SUA VIDA?:
O que o planejamento da sua vida tem a ver com a educação
dos seus filhos? Tudo, de imediato, perceba que todos os princípios
aqui trabalhados estão interligados. Trata-se agora de ser exemplo
de planejamento, de organização para os seus filhos.

Nossos filhos percebem se estamos sempre atrasados, ou se


somos adiantados, preocupados demais com o tempo. Se somos
enrolados, procrastinadores, etc. E isso, ou seja, o nosso exemplo
também vai formar a sua forma de ser.

Na escola, nós professores percebemos nitidamente alunos


que vem de lares mais organizados. E eu não estou falando de
questões financeiras, ok? Estou falando de planejamento mesmo, de
organização, de rotina. Aquele aluno que anota os recados, copia o
conteúdo, que sempre sabe o que está acontecendo, geralmente, e
eu digo geralmente porque não posso fazer generalizações,
geralmente é um aluno que vivência esse exemplo de organização
dentro de casa. Ao mesmo tempo que o aluno que vive perdido em
relação a tudo em sua vida escolar, muitas vezes carece de tal
exemplo.

Aprofundemos mais está questão.

REFLITA
O seu exemplo vai literalmente arrastar seu filho para o seu
caminho. Como tem sido sua vida de maneira geral? Você tem
planejamento? A organização do seu filho, por exemplo, na escola,
vai ser um reflexo da sua organização. Da organização da sua
casa.

26
ENTRAR E SAIR DE CASA:

O chegar e o sair de casa são momentos marcantes do nosso


dia a dia! O que você diz ao sair, ou o que você diz ao chegar, pode
influenciar todo o clima emocional, psicológico do seu lar.

Exemplo: Se ao chegar em casa você está sempre reclamando


dos problemas de fora, a tendência é que ando você chegue seus
filhos se afastem de você, fiquem no quarto o tempo todo, visto que
inconscientemente irão tentar se defender de um comportamento que
os abala. Bem como o momento de saída. Como é sua despedida?
Quais são as últimas palavras que você da para sua família ao sair?
E não importa quanto tempo você fica fora! Chegada e partida são
sempre momentos significativos.

Ao entrar e sair de casa seja sempre amável, marcante, de


maneira que quando você sair seus filhos sintam sua falta, e que
quando você chegar eles queiram estar com você.

REFLITA
A forma como você chega na sua casa, ou seja, a forma como você
reencontra seu filho depois de algumas horas, faz diferença no
clima emocional da família. Bem como a forma como você sai e
deixa seus filhos lá.

27
A ORGANIZAÇÃO DA SUA CASA:

Assim como somos exemplos em nossa organização, em


nosso planejamento diário, semanal, de vida, somos exemplos
também em relação a organização física. A organização do espaço
físico da nossa casa, diz muito sobre como é, ou será, a organização
dos nossos filhos fora dela. E não me entendam errado! Não estou
dizendo que todo filho desorganizado, por exemplo, dentro da escola,
vem de uma casa bagunçada. Muitas vezes vocês pais organizam
tudo, ou até mesmo uma funcionária faz todo o serviço e o espaço
físico da casa está sempre em ordem.

A questão é, seu filho não tem nenhuma responsabilidade


dentro de casa? A casa vive organizada porque tem sempre alguém
limpando toda a bagunça dele ou dela? Isso também é um problema.

Não há problema em ter alguém que organize sua bagunça, há


problema em não ter nenhuma responsabilidade dentro do lar. Então
mesmo que na sua casa vocês não precisem se dedicar a limpeza,
elenque tarefas de organização mínima que seu filho precisará
desempenhar diariamente. Isso o ajudará a se organizar também em
outros espaços, como a escola.

Lembrem-se, a maior base de um indivíduo é o seu lar.

REFLITA
Mais uma vez o exemplo fala mais alto! A organização do espaço
físico dentro da sua casa fará diferença na organização do seu filho
fora dela. Seu filho contribui para tal organização?

28
AS REGRAS:

Desenvolvidos os pontos anteriores, é necessário que fique


claro que as regras são indispensáveis em qualquer etapa da
educação dos filhos. Em qualquer momento da vida de um ser
humano. Na obra O juízo moral da criança, Piaget (1994) explica que
a criança nasce sem nenhum conhecimento sobre regras, sobre o
que é certo ou errado, sobre respeito, justiça etc. A esse fenômeno o
autor denominou anomia. É apenas por volta dos dois, três anos de
idade que a criança começa a desenvolver tais conceitos. Logo, a
função mediadora dos adultos, nesse momento, é determinante para
o futuro de uma criança.

Desde que a criança nasce, é importante que os pais e os


deixem claro o que é e o que não é correto, o que pode e o que não
pode ser feito, pois é a partir dessas referências que a criança irá
criar suas representações. Em casa você deve deixar claro quais
regras são negociáveis e quais são inegociáveis. Desde os primeiros
meses de vida podemos mostrar para nossos filhos o que
eventualmente ele poderá fazer e o que ele nunca poderá fazer.

Vamos fazer um exercício? Quais regras abaixo são


negociáveis e quais são inegociáveis?

29
Quadro 1 - As regras

REGRA NEGOCIÁVEL? INEGOCIÁVEL?


1- Organizar o próprio quarto.
2- Escovar os dentes
3- Guardar os brinquedos
4- Usar o celular só em horário
estipulado
5- Realizar as tarefas da escola
6- Dormir às 22:00
7- Acordar às 08:00 todos os dias
8- Chegar em casa até às 23:00 nos
finais de semana

Pois bem, se você fosse marcar um X na frente das opções de


regras acima, quais seriam negociáveis e quais seriam inegociáveis
para você? Veja bem, não existe resposta correta! Cada família
precisa definir o que pode e o que não pode na sua realidade. Se
você vier a fazer um acompanhamento pedagógico comigo,
certamente eu te recomendaria uma série de regras, de princípios
inegociáveis. Mas sempre baseado em sua realidade. O ponto
central aqui é: seu filho sabe o que é inegociável? Ele sabe o que é
negociável? Por exemplo, na minha casa, escovar os dentes após as
refeições e organizar o próprio quarto são regras inegociáveis. Uma
para a manutenção da saúde de todos e outro para a manutenção
dos espaços individuais da casa, o que faz diferença na nossa
convivência.

30
Já a regra 7, pode ser revista nos finais de semana caso todas
as obrigações estejam em dia. Ou seja, acordar sempre às 08:00
pode ser uma regra negociável.

Enfim, as regras acima são apenas alguns exemplos possíveis


para serem aplicadas com idades diversas, mas precisamos
compreender que essa organização precisa existir. Caso contrário,
se nossos filhos não tiverem clareza do que pode ou não pode,
certamente cairemos no problema da barganha anteriormente
descrito e eles estarão sempre tentando negociar todas as regras
que construirmos.

Todas as regras são comuns?: outro ponto indispensável é


compreender que nem todas as regras precisam ser comuns. Por
exemplo, a regra de ir dormir em determinada hora vale para os
filhos, mas os pais muitas vezes estão trabalhando até mais tarde,
organizando a casa, ou até mesmo assistindo um filme. É claro que
se houver muitos momentos em que o filho deve cumprir regras duras
e o restante da família não, isso pode se tornar um problema. A
questão aqui é deixar claro apenas que tem coisas que os adultos
podem e precisam fazer, que as crianças não podem. Ou seja, deixe
claro também quais regras são comuns a toda família e quais não
são.

Regras claras e bem expostas: por fim, entenda que todas as


regras precisam ser muito claras! Lembram do princípio didático? Se
claro! E geralmente as regras precisam ser relembradas
constantemente. Lembre-se que não importa a idade do seu filho, ele
está em processo de desenvolvimento, repita as regras um milhão de
vezes se for necessário! Para além disso, é valido elaborar uma

31
cartolina e fixar em local central da casa com as regras acordadas
em família. Ou seja, regras claras e bem expostas.

REFLITA
Elas precisam ser claras! Objetivas! Bem explicadas e muitas vezes
repetidas todos os dias! Deixe claro o que é negociável e o que não
é! O que é comum e o que não é.

32
VIDA DE SOLTEIROS, DE CASADOS, DE PAIS COM FILHOS E
DE PAIS SEM FILHOS

Cada momento da vida nos da uma oportunidade e uma


condição de tempo. Usufrua de cada uma em seu devido momento.
Pessoas solteiras evidentemente tem muito mais tempo para
desfrutar com amigos do que pessoas casadas, pois o foco das
relações muda. É claro que nada impede um casal de passar bons
momentos com os amigos. Mas sempre existirá a necessidade
daquele momento juntos, em casal, construindo laços, intimidade e
reforçando seus valores familiares.

Mas isso no caso de casais sem filhos, pois casais que já tem
seus filhos, obviamente terão ainda menos tempo para os amigos.
Veja bem! Ter um tempo só do marido com os amigos, da esposa só
com as amigas é necessário! É saudável! No entanto, quando coloco
em xeque tais situações é para que pensemos na prioridade de cada
momento da vida. E a prioridade de quando temos filhos, precisa ser
a família! Caso contrário, se os pais continuarem a levar vida de
solteiros já com filhos, provavelmente os próprios filhos encontram
outras vidas também além da família. E tudo bem, mas no início da
formação dos nossos filhos é fundamental que sejamos nós a sua
base, a sua fonte primária de tudo.

Por exemplo, não há problema algum em ir para um churrasco


na casa de amigos que irá acabar mais tarde do que geralmente os
filhos vão dormir. Lembram-se das regras negociáveis? Pois bem,
não há problema. Agora, se festar for frequente, se ocorrer todos os
finais de semana a ponto de os filhos ficarem perdidos e sem rotina,
daí você terá um problema de organização com seus filhos.

33
Então veja bem, este é apenas um apontamento pedagógico,
você precisa definir isso na sua realidade. Em que momento da vida
você está? Qual a sua prioridade? Já definiu isso?

REFLITA
Cada momento da vida nos da uma oportunidade e uma condição
de tempo. Usufrua de cada uma em seu devido momento. A vida
com filhos nos da uma possibilidade de tempo individual muito mais
limitada do que a vida sem filhos. Os filhos precisam e merecem
mais do nosso tempo. Aprenda a amar o tempo em família.

34
NUNCA LEVE SEU FILHO AO LIMITE:

Os pais conhecem os limites emocionais de seus filhos! Sabem


quando eles estão bem, quando não estão. Respeite esses limites.
Esse é um ponto didático importante, pois qualquer imposição ou
pressão realizada em momento inadequado pode gerar situações
que certamente sairão do controle.

Por exemplo, se você precisa corrigir o seu folho, se você


precisa conversar com ele, cobrar algo dele, mas sabe que naquele
momento ele não está bem, está nervoso por qualquer que seja o
motivo, deixe essa conversa, essa correção para mais tarde, pois
certamente essa cobrança irá leva-lo a um limite emocional que irá
inviabilizar uma boa conversa, um bom diálogo e a lição que você
pretendia que ele tirasse da conversa provavelmente não virá!

Então, nunca leve seu filho ao limite e certamente você terão


momento de conversas, ainda que momentos de correção, onde seu
filho será muito mais receptivo ao diálogo e a se repensar se for
preciso.

REFLITA
Os pais conhecem o limite emocional de seus filhos. Ir além desse
limite para provar algo ou em um momento de descontrole nosso,
não ajuda na evolução de nossos filhos.

35
NÃO VÁ PARA O MESMO NÍVEL EMOCIONAL DO SEU FILHO:

O pai, a mãe, sendo a maior autoridade do processo


educacional, não podem se dar ao direito de perder o direcionamento
de suas ações e acabar cometendo erros que são próprios dos filhos.
Quantos anos seu filho tem? 3? 5? 10? 17? Ir para o mesmo nível
emocional do seu filho é ir ao nível de uma criança.

Quando seu filho está nervoso e começa a gritar e você,


automaticamente, começa a gritar também, na tentativa de corrigi-lo,
ou até mesmo de acalma-lo, você está indo para o mesmo nível dele.
Entenda que esse comportamento não irá ajudá-lo a lidar com seu
filho.

Parta poder ajudar nossos filhos, corrigi-los etc, é necessário


que estejamos sempre acima deles emocionalmente, que sejamos
referência de controle emocional, caso contrário viveremos em um
constante ciclo de explosões emocionais, de palavras duras e
situações que não levam a lugar algum. Então nunca leve seu filho
ao limite.

REFLITA
Quantos anos seu filho tem? 3? 5? 10? 17? Ir para o mesmo nível
emocional do seu filho é ir ao nível de uma criança.

36
FALE APENAS UMA VEZ COM SEU FILHO:

Sua palavra tem valor perante seus filhos? Tem uma forma de
descobrir isso. Quando você diz para o seu filho guardar o celular
porque já deu a hora, ou quando pede para desligar a TV, para
guardar os brinquedos, ir fazer a tarefa, para juntar o lixo, enfim...
Quando pede qualquer coisa para seu filho, ele reage e faz na hora
ou ele diz: “já vou, pai/mãe” ou “só mais 5 minutos”, algo assim?

Se você escuta isso constantemente de seus filhos,


provavelmente sua palavra não tem tanta autoridade diante deles. E
quais os possíveis motivos para isso? Quando você promete algo
para seus filhos, você cumpre? Você executa o que fala? Você aplica
os “castigos” que diz que vai aplicar? (No próximo tópico vamos
discutir o conceito de castigo). Ou você simplesmente fala, fala, fala
e nunca cumpre nada do que diz?

Pois bem, se sua palavra já tem autoridade, ótimo! Se não tem,


provavelmente isso é consequência do que você mesmo vem
plantando na relação com o seu filho. Por isso seu filho não leva a
sério suas cobranças. A questão é, como mudar isso?

Pois bem, como tudo que já falei até aqui, os resultados vêm
no médio e no longo prazo quando se trata de reorganizar o
comportamento humano. Por isso é necessário começar o quanto
antes!

Primeiro, passe a falar menos! Se você fala muito e não da


conta de cumprir, comece falando menos! E já terá muito menos para
ter que cumprir. Segundo e mais simples, passe a cumprir! Exemplo:
se você disser para seu filho que o uso do celular é até às 21:00 e
que após esse horário você irá pegar o celular, e como consequência,

37
irá deixar ele sem o aparelho no dia seguinte por conta da
desobediência a regra acordada, simplesmente faça! Execute isso na
primeira vez! Não dê avisos. Apenas chegue em seu filho às 21:00 e,
peça o celular dele e informe a consequência (um dia sem o
aparelho).

Observação: Não da pra prever a reação inicial de cada criança


ou adolescente em uma situação com essa. Mas é comum ela ser
marcada por briga, gritos e desespero por parte do jovem que
gostaria de continuar com o aparelho. Faça isso na primeira vez e ele
pensará duas vezes no dia seguinte antes de não cumprir um
combinado! Mas, se for necessário faça quantas vezes for preciso.
Cumpra a sua palavra!

A situação acima é só um exemplo, aplique esse exemplo em


qualquer situação dentro da sua realidade e verá resultados
significativos no médio prazo. Lembrando que junto com sua ação
virá uma reação de seu filho, por isso lembre-se de nunca ir ao
mesmo nível dele.

Com o passar do tempo, seu filho irá perceber que você fala
sério, que sua palavra tem valor e que você pai, você mãe cumpre o
que fala, que você fala apenas uma vez! Que sua palavra tem valor.

REFLITA
Sua autoridade começa na fala e termina no exemplo prático. Você
cumpre o que fala? Ou sua palavra não tem valor perante seu filho?
Você fala uma vez e faz? Ou vive ameaçando que vai fazer algo e
nunca cumpre?

38
TROQUE O “CASTIGO” PELA “CONSEQUÊNCIA”:

Quando você diz para seu filho que ele está “de castigo”, que
ele vai ficar de castigo por isso ou por aquilo, a ideia inicial é que
você, enquanto adulto, vai dar para ele algo ruim. É óbvio, certo? Mas
aí já está o problema. Geralmente essas palavras são ditas para os
filhos após eles descumprirem um combinado, após terem feito algo
muito ruim. Sendo assim, se o que você vai fazer (castigo) é apenas
resultado de algo que seu filho já provocou anteriormente, porque
não mudar essa palavra tão pesada para consequência?

Veja bem, na prática você fará a mesma coisa. Vamos


novamente ao exemplo do celular. Após seu filho não cumprir o
horário de uso do celular, não diga que ele, como castigo, ficará sem
o celular no dia seguinte. Diga que como consequência das ações
dele, no dia seguinte ele não terá o celular. Com essa mudança de
conceito, você começa a trabalhar a ideia de que tudo nessa vida tem
consequência e que nós simplesmente colhemos o que plantamos.
Em outras palavras, ao mudar a terminologia, ao mudar o conceito,
você passa a ensinar, de maneira mais efetiva, o seu filho a assumir
a responsabilidade de seus próprios atos. Pense nisso.

REFLITA
Castigo é imposição! É autoritário! Passa a ideia de que se trata de
uma escolha sua. Consequência é algo que seu filho plantou e
colheu. Quando você ensina o peso da consequência, você está
ensinando seu filho a se responsabilizar pelos seus atos.

39
O CELULAR E SUAS CONSEQUÊNCIAS:

Sim, este ponto também é um fator didático importante para a


educação dos filhos. Perceberam que boa parte dos exemplos que
eu dei até aqui foram em cima do uso do celular? Isso porque de
cada 10 casos que eu assumo para desenvolver um trabalho
pedagógico, 9 estão ligados com o uso abusivo do celular.

Por exemplo, um aluno que não conseguia dormir, ficava até às


03:00 da manhã com o celular na cama vendo vídeos e jogando. Por
consequência não conseguia nem ficar acordado direito na aula. A
questão é que quando assumi este caso, o aluno já estava nesta
situação há três anos. E ele tinha apenas 9.

O que eu quero dizer, é que boa parte dos problemas


comportamentais, de atenção e concentração que atendo hoje, estão
relacionados ao uso desenfreado do celular como potencializador.

Agora pense comigo, boa parte dos jogos de celulares


mandam, em média, 60 quadros de imagem por segundo para o
cérebro dos seus filhos. Em especial, para o hipocampo, região
responsável pela atenção, pela aprendizagem e por boa parte do
controle das emoções. Logo, seu filho estará constantemente hiper
estimulado. E será que é possível que uma criança que tem uma área
do cérebro afetada por tempo, por conta do uso de telas, consiga se
concentrar com qualidade para aprender algo? Por isso problemas
de atenção são tão comuns hoje entre os jovens. Imagine chegar na
escola e tentar se concentrar no professor que fala lentamente após
ter tantos estímulos cerebrais em quantidade e velocidade? É tarefa
impossível!

40
Sendo assim, problemas de aprendizagem são muito comuns
entre crianças que usam o celular por mais de1 hora por dia. Agora,
é lógico que eu entendo a necessidade de muitos pais de colocarem
seus filhos diante de telas para poderem trabalhar, estudar, organizar
a casa, etc. Mas não é porque é uma necessidade que deixa de ser
um erro. Compreendem? Mudar isso é muito difícil, e exige um
trabalho pedagógico de longo prazo. Por isso o melhor é desde
pequeno proporcionar estímulos que produzam desenvolvimento das
habilidades motoras de seu filho, e não que corrompam tanto a
capacidade de concentração, como o celular.

Não acha que é possível? Pense bem, quem apresentou o


celular para o seu filho? Ele não sabia da existência dele. Nós
introduzimos tudo na vida deles. Ele não é necessário para o bom
desenvolvimento do seu filho, muito pelo contrário. E não se
preocupe, quanto mais tarde você der um celular, uma tela para o
seu filho melhor. E não, ele não será um alienado digital! As
tecnologias são intuitivas e não carecem de quase nenhum treino.
Por isso, a qualquer idade que ele pegar um aparelho ele logo
desenvolverá habilidades para lidar com ele. Sendo assim, não tenha
pressão, estimule seu filho com muito mais qualidade e menos
celulares e telas de maneira geral.

REFLITA
Você deve escolher os estímulos aos quais seu filho vai ter acesso,
não ele. Se vai permitir, ok. Mas por quanto tempo e para que
finalidade? As consequências das telas sem controle são grandes
para o cérebro deles e lidar com isso no longo prazo é muito mais
difícil. Decida agora.

41
QUE HORAS SEU FILHO DORME E ACORDA?

Pois bem, este penúltimo ponto pedagógico é muito importante.


A hora e a quantidade de horas que seus filhos dormem por noite, é
um fator determinante para o rendimento dele no dia seguinte. E isso
vale para qualquer idade, certo? No entanto, quando estamos
falando de crianças e adolescentes, esse fator é ainda mais
relevante, pois eles ainda estão em processo de desenvolvimento
físico. Logo, dormir bem durante a noite irá influenciar na
aprendizagem deles no dia seguinte, na capacidade de organização,
no seu nível de energia e na sua capacidade de socialização.

Muitos pais ignoram esse fator, e não fiscalizam o sono de seus


filhos. E quando percebem a consequência disso, geralmente já na
adolescência, o trabalho pedagógico para reverter tal problema já é
muito grande. Muitas vezes leva-se anos para mudar tal realidade
relacionada ao sono dos filhos.

Hoje, acompanho alunos que já estão no terceiro ano de


reprova, e eu estou falando de alunos com plenas capacidades
intelectuais, simplesmente porque passaram todo esse tempo
desenvolvendo atividades destrutivas para o bom desenvolvimento
do seu sono. Em especial quando o celular e outras telas estão
ligadas a esse comportamento a situação fica mais grave.

Sendo assim, acompanhe o sono dos seus filhos. Se o sono


dos seus filhos está desorganizado, crie uma rotina para organizar o
sono dele o quanto antes. A evolução de outras áreas da vida deles
dependerá disso.

42
REFLITA
Todos precisamos de um tempo de descanso adequado a nossa
faixa etária. Em especial uma criança, um adolescente. É
necessária uma rotina de sono apropriada para o bom
desenvolvimento. Permitir que seu filho durma quando bem
entender só lhe trará prejuízos. Construa com ele a importância do
sono. E lembrem-se, o uso do celular antes de dormir não irá ajudar
nesse processo.

43
ROTINA:

Registrados os pontos anteriores, entenda, se não houver


rotina, ou seja, se o comportamento não for frequente não há como
criar nos filhos valores sólidos, não há como educar sem rotina! Se a
rotina é o improviso e estiver tudo bem para você, ok. Mas o longo
prazo vai te mostrar se isso é eficiente ou não.

Os filhos precisam de previsibilidade, de constância. Exemplo:


não da pra ser autoridade apenas um dia da semana e autoritário nos
demais. Se isso ocorrer, o comportamento mais frequente é que será
assimilado. Não da pra ter a casa organizada e fazer a sua parte uma
vez na semana e exigir que o filho siga uma rotina de organização. É
necessário ensinar pela prática. Se você barganhar todos os dias, a
barganha virará rotina e é isso que seu filho passar a assimilar como
correto.

Enfim, o seu comportamento mais frequente passará a ser a


rotina. É claro que vez ou outra podemos fazer coisas diferentes ou
termos comportamentos diferentes sem grandes prejuízos! Mais uma
vez, somos humanos! Mas em especial no processo inicial do
desenvolvimento humano é que precisamos de previsibilidades, de
constância. Nossos filhos precisam disso.

REFLITA
Os filhos precisam de previsibilidade, de constância. Fazer o certo
apenas uma vez não fará uma rotina acontecer. Dormir na hora
apropriada apenas uma vez não surtirá efeito, ser autoridade
apenas uma vez na semana não será suficiente! Seja consistente!

44
RESUMO
Quadro 2 – Requisitos gerais para educar os filhos

ELEMENTO PEDAGÓGICO OBSERVAÇÃO


1- O ser exemplo Ser exemplo é diferente de ser perfeito! Ser
exemplo é ensinar pela prática. É ser
referência.
2- O filho difícil O filho difícil deve ser visto como um
desafio pedagógico! Inicialmente, o
comportamento dos filhos são sempre
reflexo dos nossos comportamentos, ainda
que não enxerguemos qual comportamento
nosso eles estão refletindo. São nos
momentos difíceis que nossos filhos testam
a nossa real capacidade de educa-los.
3- A barganha Se você negociar, barganhar com seu filho,
mais cedo ou mais tarde ele vai barganhar
com você! Não barganhe sua autoridade.
Seu filho deve fazer o que é correto
simplesmente por ser o certo! Seja
exemplo, ensine-o pela prática.
4- Pais Autoridade X Pais Autoritários Seu filho te respeita ou tem medo de você?
Você é autoridade, é exemplo ou é
autoritário e impõe pelo medo? Pela
ameaça? Pela barganha? Pais autoridade
ensinam pela prática, pelo exemplo diário.
5- A paixão pela função de pai e mãe Você compreende o quanto nossa função é
importante? Você ama a sua função de
pai/mãe? Acredite, seu filho sente sua

45
satisfação ou não ao cuidar dele e isso
influência no seu comportamento.
6- Planejamento de vida. Você tem? O seu exemplo vai literalmente arrastar seu
filho para o seu caminho. Como tem sido
sua vida de maneira geral? Você tem
planejamento? A organização do seu filho,
por exemplo, na escola, vai ser um reflexo
da sua organização. Da organização da
sua casa.
7- Entrar e sair de casa A forma como você chega na sua casa, ou
seja, a forma como você reencontra seu
filho depois de algumas horas, faz
diferença no clima emocional da família.
Bem como a forma como você sai e deixa
seus filhos lá.
8- A organização da casa Mais uma vez o exemplo fala mais alto! A
organização do espaço físico dentro da sua
casa fará diferença na organização do seu
filho fora dela. Seu filho contribui para tal
organização?
9- As regras Elas precisam ser claras! Objetivas! Bem
explicadas e muitas vezes repetidas todos
os dias! Deixe claro o que é negociável e o
que não é!
10- Vida de casado X Vida de solteiro Cada momento da vida nos da uma
oportunidade e uma condição de tempo.
Usufrua de cada uma em seu devido
momento.

46
11- Vida de casal sem filhos X Vida de Cada momento da vida nos da uma
casal com filhos oportunidade e uma condição de tempo.
Usufrua de cada uma em seu devido
momento. A vida com filhos nos da uma
possibilidade de tempo individual muito
mais limitada do que a vida sem filhos. Os
filhos precisam e merecem mais do nosso
tempo. Aprenda a amar o tempo em
família.
12- Nunca leve seu filho ao limite Os pais conhecem o limite emocional de
emocional seus filhos. Ir além desse limite para provar
algo ou em um momento de descontrole
nosso, não ajuda na evolução de nossos
filhos.
13- Nunca vá para o mesmo nível Quantos anos seu filho tem? 3? 5? 10? 17?
emocional do seu filho Ir para o mesmo nível emocional do seu
filho é ir ao nível de uma criança.
14- Fale apenas uma vez com seu filho Sua autoridade começa na fala e termina
no exemplo prático. Você cumpre o que
fala? Ou sua palavra não tem valor perante
seu filho? Você fala uma vez e faz? Ou vive
ameaçando que vai fazer algo e nunca
cumpre?
15- Troque o “castigo” pela Castigo é imposição! É autoritário! Passa a
“consequência” ideia de que se trata de uma escolha sua.
Consequência é algo que seu filho plantou
e colheu. Quando você ensina o peso da

47
consequência, você está ensinando seu
filho a se responsabilizar pelos seus atos.
16- O celular e suas consequências Você deve escolher os estímulos aos quais
seu filho vai ter acesso, não ele. Se vai
permitir, ok. Mas por quanto tempo e para
que finalidade? As consequências das telas
sem controle são grandes para o cérebro
deles e lidar com isso no longo prazo é
muito mais difícil. Decida agora.
17- A hora de dormir e de acordar Todos precisamos de um tempo de
descanso adequado a nossa faixa etária.
Em especial uma criança, um adolescente.
É necessária uma rotina de sono
apropriada para o bom desenvolvimento.
Permitir que seu filho durma quando bem
entender só lhe trará prejuízos. Construa
com ele a importância do sono. E lembrem-
se, o uso do celular antes de dormir não irá
ajudar nesse processo.
18- Rotina Os filhos precisam de previsibilidade, de
constância. Fazer o certo apenas uma vez
não fará uma rotina acontecer. Dormir na
hora apropriada apenas uma vez não
surtirá efeito, ser autoridade apenas uma
vez na semana não será suficiente! Seja
consistente!

48
Tudo resolvido?

Bom, agora é a hora da prática. Os conceitos acima, por mais


simples que pareçam, não se aplicam sozinhos. É hora de você
começar a fortalecer a sua relação de respeito, de exemplo e
autoridade com seus filhos. Lembrem-se exemplo e rotina são a
chave de todo esse processo. Seja exemplo todos os dias aplique os
conceitos todos os dias, tenha constâncias, seja frequente ao plantar
boas ações com seus filhos e, por maiores que sejam os desafios do
dia a dia, os resultados virão no médio e no longo prazo.

Quando se trata de relações humanas, compreenda que a


paciência para plantar e colher resultados melhores é fundamental.
E na medida que o tempo for passando, aquilo que era difícil, aquelas
situações e comportamentos dentro de sua casa que antes eram um
desafio, se tornaram mais leve.

Lembre-se também de respeitar o seu tempo, de perdoar os


seus erros todos os dias! Você também é um ser humano e com tal
todos dias aprende um pouco mais sobre a vida. Se ame, se respeita,
respeite a sua história e quem você. E lembre-se, seja exemplo todos
os dias se possível, seja para mostrar como se faz, seja para pedir
perdão por um erro, seja exemplo.

49
BIBLIOGRAFIA

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aprendente. 12. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2012. COMENIUS, I. A.

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GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 5.


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