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1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
Não é possível se dizer exatamente quando a música teve seu início, entretanto
ao observarmos as pinturas rupestres produzidas na pré-história, estas contendo pessoas
dançando, podemos presumir a existência da música, que estaria inicialmente ligada a
sons produzidos pela natureza e movimentos corporais. Na antiguidade, a música
demonstrava um sentido ritualístico onde o povo a utilizava para se comunicarem com
os deuses. Nessa mesma época, na Grécia, o teatro surgiu sendo acompanhado pelo
poema recitado através do som da lira. Em locais como a Roma, o Egito e a China a
música demarcava momentos históricos, como as vitórias em guerras, rituais sagrados e
eventos civis e religiosos.
Na Idade Média a música teve forte influência da Igreja com os cantos
gregorianos e o surgimento dos trovadores e em contraposição a essa época surge no
tempo do Renascimento a música profana. O período em que houve o maior
aprimoramento da música é conhecido como Barroco, nele a ópera surgiu como
representação de um maior aprimoramento, imponência e elaboração dos aspectos
musicais.
Através do Classicismo há a busca do equilíbrio onde os instrumentos ganham
grande destaque através da produção de um som suave, já no Romantismo há a
necessidade de uma produção mais livre onde os sentimentos e as emoções possam ser
expressos de maneira representativa, esta época demonstra uma ligação direta com a
contemporaneidade onde os diferentes tipos de gêneros musicais se popularizaram e
permeiam a sociedade como um todo.
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=122
Através dos sons e ritmos que se mostram tão antigos quanto a própria
humanidade, pode-se perceber que a música está interligada diretamente com a
construção do ser humano, perpassando assim sua historicidade e levando influências a
própria formação da identidade e personalidade do sujeito. Desse modo, os valores, as
atitudes, o contexto físico, político e cultural constituem a música e demonstram por
meio da expressão artística as especificidades do modo de ser, agir, pensar e sentir do
homem.
Segundo Maheirie (2003) a música caracteriza uma linguagem reflexivo-afetiva,
e através disso consegue expressar funções relacionadas ao afeto, ao mesmo tempo que
demonstra as especificidades culturais do tempo que se faz presente por modo do
simbólico e constituem sentidos que permeiam a singularidade e a coletividade. Assim,
o modo do sujeito dar significação ao mundo que o rodeia está intimamente ligado a
percepção da sua afetividade diante do contexto em que se encontra levando assim para
caminhos de construção de identidade.
A juventude, como época de transição e de reafirmação da sua construção, é
marcada por gêneros musicais que auxiliam o sujeito a dar significado a si mesmo.
Através de Pimentel, Gouveia e Pessoa (2007), o sociólogo José Machado Pais é citado
e demonstra a percepção do grande espaço que a música toma na vida dos jovens e
dessa forma, reforçam atitudes específicas e consolidam identidades além de que
possibilitam a identificação com grupos que influenciam as necessidades de formularem
seus próprios modos de adaptações sociais.
Oliveira (2003) em sua pesquisa de sua conclusão de curso demonstrou a
influência do gosto musical na construção de identidade em adolescentes, onde, através
de entrevistas com jovens os próprios demonstraram conseguir perceber a importância
da música nas suas vidas e estilos, estas que compunham suas subjetividades
evidenciada através dos seus modos de ser.
Na constante construção e reconstrução de identidades que se caracteriza a
adolescência, o processo de identificação, aproximação e distanciamento de grupos
diversos ocorre de modo recorrente, assim o curso da identidade do sujeito é visto como
um modo de representação a partir de seu meio social caracterizado como “como
processo de produção, de tal forma que a identidade passe a ser entendida como o
próprio processo de identificação” (CIAMPA, 2001, p.160), onde é nesse meio que a
música passa a ter uma influência fundamental como forma de concretização da
identidade.
Não é apenas a música em si, mas sim todos os significados e significantes que
ela representa no meio social, onde as trocas simbólicas, os contextos, as relações
interpessoais e a subjetividade se mostram evidentes na recorrente reconstrução da
identidade, permeada também pela reelaboração dos gêneros e tipificações musicais no
cotidiano.
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0661.pdf
file:///C:/Users/lavin/Downloads/1547-5870-1-PB.pdf
A música acaba, nos dias atuais, revelando o que não pode ser dito de outra
maneira e que a tanto tempo viveu de modo encoberto na sociedade, demonstra as
saídas que um corpo reprimido adota para revelar todas as suas pulsões de vida bem
como também de morte, seus desejos e pensamentos que um dia foram reprimidos. As
músicas refletem o sofrimento da sociedade que necessita de uma pequena fenda para se
revelar.
https://revistacientefico.devrybrasil.edu.br/cientefico/article/view/114/108
Qualquer negócio
Clarice Falcão
Me deixa ser
Quem faz o laço
Da gravata
Do mordomo
Que te serve o jantar
Me deixa ser
O suporte que segura
A tela plana
Da sua sala
No lugar
Me deixa usar
O pé pra equilibrar
Aquela mesa bamba
Que você aposentou
Há mais de um mês
Me deixa ser
A sua estátua
De jardim,
O seu cabide de casacos,
Só não me tira de vez
Da sua casa
Me deixa ser
O seu pingüim
De geladeira,
Eu fico uma semana inteira
Sem mexer
Me deixa ser
O passarinho do relógio
Que de hora em hora
Pode aparecer,
Pra eu te ver
Me deixa ser
Quem passa a calça
Que você precisa usar
No seu jantar
À luz de velas
Com alguém
Macaé
Clarice Falcão
Ei, se eu tiver coragem de dizer que eu meio gosto de você
Você vai fugir a pé?
E se eu falar que você é tudo que eu sempre quis pra ser feliz
Você vai pro lado oposto ao que eu estiver?
3. CONCLUSÃO
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4. REFERÊNCIAS