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RESUMO

1. INTRODUÇÃO

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Histórico do sofrimento psíquico.

Ao olharmos para o nosso cotidiano várias ações e informações que remetem


diretamente ao sofrimento psíquico passam despercebidos por quem as vê ou escuta.
Sabendo-se que este tema se apresenta vivenciado de forma diferenciada em cada local
e época se faz necessário, para uma melhor compreensão, nos atentarmos as noções
psicopatológicas do sofrimento psíquico e como estas, ao longo do seu processo
histórico, se constituíram até chegarmos ao que vemos nos dias atuais.
A palavra psicopatologia se origina das palavras gregas “psyque”, “pathos” e
“logos” que ao longo do tempo tiveram seus significados remodelados até apresentarem
conceitos como subjetividade, sofrimento e estudo. Assim, ligando-se diretamente a
temática deste artigo a psicopatologia seria um ramo da ciência que desenvolve-se
acerca da natureza do sofrimento psíquico, atentando-se a suas causas, mudanças e
formas de se manifestar (DALGALARRONDO, 2008).
Na Idade Antiga o adoecimento psíquico, na região do oriente, era explicado
como existente por razões de forças divinas, feitiços ou possessões de espíritos
malignos sendo tratados por invocações de deuses ou encantamentos. Nesse mesmo
período, na Grécia, via-se uma tentativa de explicação do sofrimento de modo racional
por meio da filosofia, aplicando técnicas de massagens e dietas como forma de cuidados
para aqueles que eram acometidos.
Já na Idade Média, nas civilizações européias, houve a queda do Império
Romano e o Cristianismo começou a entrar em ascensão tornando dessa forma a visão
do sofrimento psíquico associado ao pecado, assim instalando-se a Santa Inquisição,
todos aqueles que iam em contraposição aos conceitos da Igreja, associando-se a
indivíduos endemoniados, eram queimados ou enforcados. Nessa época, no mundo
Árabe, diferentemente do apresentado anteriormente, a ciência relacionada aos
transtornos mentais avançava consideravelmente, tentando-se descrevê-las como tendo
influência das emoções e tratá-las com musicoterapias e psicoterapias. Vale ressaltar
que o primeiro hospital surgiu nesse período.
Com a Idade Moderna o racionalismo e o capitalismo se fizeram presentes,
assim, com o surgimento das cidades e dos comércios houve a necessidade de agrupar
todos aqueles que não se adequavam as obrigações produtivas, desse modo foram
criados os hospitais gerais. Destinados a todas as pessoas consideradas marginais, ou
seja, aquelas que eram julgadas improdutivas como doentes, idosos, mendigos, loucos e
deficientes os hospitais utilizavam técnicas de punição e tortura como forma de reeducar
os indivíduos para que voltassem ao convívio social, o que muitas vezes não ocorria.
A partir da Idade Contemporânea com os ideais da Revolução Francesa de
liberdade, igualdade e fraternidade atentou-se para os direitos humanos onde todo
sujeito deveria ser tratado de modo igual e de forma livre. Assim, aqueles que não
apresentavam distúrbios mentais foram soltos ou destinados a instituições
especializadas e, aqueles que comumente eram chamados de loucos, foram destinados a
hospitais psiquiátricos onde, não deveriam ser mais acorrentados. Nesta época o saber
médico apropriou-se da loucura e começou a se atentar para seus estudos e tratamentos,
entretanto o louco ainda era visto como um perigo a sociedade e o direito a cidadania
não lhe era concedido. Grandes nomes dos estudos psicopatológicos se fizeram
presentes neste período como Esquirol, Charcot, Kraepelin, Freud e Jaspers.
Hoje, na contemporaneidade, muitos avanços são vistos como o surgimento de
medicamentos eficazes para o tratamento de transtornos mentais e a homogeneização
das classificações e nomenclaturas, por meio do DSM-V (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais) e o CID-1O (Classificação Internacional de
Doenças), sendo estes uma forma de harmonização para os profissionais das várias
abordagens psicopatológicas bem como também todos aqueles que estão diretamentes
ligados a saúde mental (CECCARELLI, 2005).
É perceptível que de acordo com o contexto histórico-político o tratamento e a
visão do adoecimento psíquico variavam considerávelmente, tendo em vista o
surgimento dos psicofármacos a loucura pôde ser “controlada” e com o auxílio de
variadas psicoterapias os saberes advindos através das pessoas com o sofrimento
psíquico foram designados a múltiplos locais como, a arte, a dança, o teatro, a música,
entre outros.

2.2. Música e subjetividade

Não é possível se dizer exatamente quando a música teve seu início, entretanto
ao observarmos as pinturas rupestres produzidas na pré-história, estas contendo pessoas
dançando, podemos presumir a existência da música, que estaria inicialmente ligada a
sons produzidos pela natureza e movimentos corporais. Na antiguidade, a música
demonstrava um sentido ritualístico onde o povo a utilizava para se comunicarem com
os deuses. Nessa mesma época, na Grécia, o teatro surgiu sendo acompanhado pelo
poema recitado através do som da lira. Em locais como a Roma, o Egito e a China a
música demarcava momentos históricos, como as vitórias em guerras, rituais sagrados e
eventos civis e religiosos.
Na Idade Média a música teve forte influência da Igreja com os cantos
gregorianos e o surgimento dos trovadores e em contraposição a essa época surge no
tempo do Renascimento a música profana. O período em que houve o maior
aprimoramento da música é conhecido como Barroco, nele a ópera surgiu como
representação de um maior aprimoramento, imponência e elaboração dos aspectos
musicais.
Através do Classicismo há a busca do equilíbrio onde os instrumentos ganham
grande destaque através da produção de um som suave, já no Romantismo há a
necessidade de uma produção mais livre onde os sentimentos e as emoções possam ser
expressos de maneira representativa, esta época demonstra uma ligação direta com a
contemporaneidade onde os diferentes tipos de gêneros musicais se popularizaram e
permeiam a sociedade como um todo.
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=122
Através dos sons e ritmos que se mostram tão antigos quanto a própria
humanidade, pode-se perceber que a música está interligada diretamente com a
construção do ser humano, perpassando assim sua historicidade e levando influências a
própria formação da identidade e personalidade do sujeito. Desse modo, os valores, as
atitudes, o contexto físico, político e cultural constituem a música e demonstram por
meio da expressão artística as especificidades do modo de ser, agir, pensar e sentir do
homem.
Segundo Maheirie (2003) a música caracteriza uma linguagem reflexivo-afetiva,
e através disso consegue expressar funções relacionadas ao afeto, ao mesmo tempo que
demonstra as especificidades culturais do tempo que se faz presente por modo do
simbólico e constituem sentidos que permeiam a singularidade e a coletividade. Assim,
o modo do sujeito dar significação ao mundo que o rodeia está intimamente ligado a
percepção da sua afetividade diante do contexto em que se encontra levando assim para
caminhos de construção de identidade.
A juventude, como época de transição e de reafirmação da sua construção, é
marcada por gêneros musicais que auxiliam o sujeito a dar significado a si mesmo.
Através de Pimentel, Gouveia e Pessoa (2007), o sociólogo José Machado Pais é citado
e demonstra a percepção do grande espaço que a música toma na vida dos jovens e
dessa forma, reforçam atitudes específicas e consolidam identidades além de que
possibilitam a identificação com grupos que influenciam as necessidades de formularem
seus próprios modos de adaptações sociais.
Oliveira (2003) em sua pesquisa de sua conclusão de curso demonstrou a
influência do gosto musical na construção de identidade em adolescentes, onde, através
de entrevistas com jovens os próprios demonstraram conseguir perceber a importância
da música nas suas vidas e estilos, estas que compunham suas subjetividades
evidenciada através dos seus modos de ser.
Na constante construção e reconstrução de identidades que se caracteriza a
adolescência, o processo de identificação, aproximação e distanciamento de grupos
diversos ocorre de modo recorrente, assim o curso da identidade do sujeito é visto como
um modo de representação a partir de seu meio social caracterizado como “como
processo de produção, de tal forma que a identidade passe a ser entendida como o
próprio processo de identificação” (CIAMPA, 2001, p.160), onde é nesse meio que a
música passa a ter uma influência fundamental como forma de concretização da
identidade.
Não é apenas a música em si, mas sim todos os significados e significantes que
ela representa no meio social, onde as trocas simbólicas, os contextos, as relações
interpessoais e a subjetividade se mostram evidentes na recorrente reconstrução da
identidade, permeada também pela reelaboração dos gêneros e tipificações musicais no
cotidiano.
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0661.pdf

2.3. Música e comportamento

Grande parte da população demonstra a percepção de que a música revela-se de


forma diferenciada em sua vida, influindo muito nas emoções, comportamento e
sensações. Essa percepção pode ser associada ao fato de que a música, como modo
artístico de expressão, tem uma ligação direta com as funções afetivas, de impulso e
motivações. Além de que, influi diretamente na capacidade de interligar variados tipos
de sensações, já que ao serem ouvidas passam por áreas que promovem associações
diversas. Assim, em um determinado momento, uma melodia pode lembrar outro som
(capacidade olfativa), um sabor (capacidade gustativa) ou uma sensação (capacidade
sensitiva) (MUSZKAT, 2012).
Através dos efeitos sonoros há a produção de impulsos que adentram o ouvido,
na sua área interna e externa, e perpassam por várias partes do cérebro, promovendo a
percepção da linguagem e realizando associações com outras funções cerebrais, que irão
promover a associação entre o som e simbólico que ele representa. Assim, certas
expressões não verbais influenciam o corpo e as emoções do indivíduo, que podem
variar de acordo com as vivências e experiências do mesmo, já que a mistura de
estímulos novos com alguns já conhecidos, estes que são provocados pela música,
proporcionam ao sujeito experiências singulares, bem como também respostas
organísmicas únicas a ele (CARTER, 2009).
A influência dos sons na vida de um ser humano inicia-se logo na infância, já
que todas as expressões sonoras acabam apresentando um ritmo diferenciado para o
bebê, estas, desde a sucção no seio e a respiração até o cantar do cuidador, podem
interferir em aspectos como os batimentos cardíacos e gasto de energia corporal. Desse
modo a influência dos responsáveis pode contribuir com a aprendizagem musical bem
como no desenvolvimento de capacidades neurológicas, motoras e afetivas, que podem
também aperfeiçoar e evocar diferentes sensações ao longo da vida da criança (MELO,
et al., 2009).
Expressão evidente da eficácia da música como influência da vida de uma
pessoa é a musicoterapia, esta que de acordo com Machado e Oliveira (2014) é
caracterizada por uma

utilização da música e/ou dos elementos musicais (som, ritmo,


melodia e harmonia) pelo musicoterapeuta e pelo cliente ou grupo, em um
processo estruturado para facilitar e promover a comunicação, o
relacionamento, a aprendizagem, a mobilização, a expressão e a organização
(física, emocional, mental, social e cognitiva), para desenvolver potenciais ou
recuperar funções do indivíduo de forma que ele possa alcançar melhor
integração intra e interpessoal e consequentemente uma melhor qualidade de
vida.

Desse modo a influência no desenvolvimento dos processos cognitivos bem


como todos os outros que perpassam o indivíduo, por meio de várias associações
originadas pela música, podem vir a desencadear melhorias no processo físico e
psíquico do mesmo, auxiliando assim no tratamento de certas patologias sendo estas
originadas biologicamente, socialmente, psicologicamente ou nas três esferas em
conjunto.
file:///C:/Users/lavin/Downloads/25137-112203-1-PB.pdf

file:///C:/Users/lavin/Downloads/1547-5870-1-PB.pdf

2.4. Sofrimento psíquico e contemporaneidade

O sofrimento psíquico desde a antiguidade sempre teve um local representativo


na sociedade, em sua maioria por aspectos negativos. Canguilhem (1943) em seu livro
O Normal e o Patológico nos evidencia que nem toda doença deve ser considerada
como patológica, já que esses aspectos dependem da sociedade em que o sujeito se
encontra inserido, variando assim em seus conceitos entre o que é normal ou não. Desse
modo a maneira como se concebe e se tem a relação com o padecimento psíquico acaba
adquirindo novas facetas de acordo com o contexto cultural, bem como também com a
época em que se encontra.
Hoje, de forma mais recorrente, o sujeito se vê permeado por uma cultura em
que depende da sociedade para se constituir bem como do outro para lhe dar suporte,
sendo assim um ser permeado pelo simbólico e pela linguagem, onde o seu modo de
subejtivação da realidade demonstra-se em constantes mudanças, como uma tentativa de
se reorganizar diante o novo que se atualiza a todo instante (ALBUQUERQUE, 2015).
A cultura modifica e influencia os comportamentos, obrigando o sujeito a achar
formas de dar sentido aos seus atos de acordo com os fatos do mundo, além de fazer
necessário que a sublimação de certos impulsos ocorram como também que arranje
subsídios para promover uma autorregulação organísmica do modo mais adequado,
formas estas que se demonstram no uso de substâncias químicas, no crime, nos atos
lícitos e ilícitos, na arte e na música.
Assim, ações como as citadas passam a ser cada vez mais recorrentes no
cotidiano, onde sinalizam uma forma de lidar com o sofrimento subjetivo ocasionado
pela cultura de forma, em algumas situações como a música, aceitável. Fatos como
esses sinalizam a gravidade do que está se latente no cotidiano e ao mesmo tempo
encoberto pelos ditames da sociedade, que trata certos discursos como normais, por se
tratarem de algo que faz parte de um núcleo social e cultural e, ao mesmo tempo,
algumas ações são vistas como patológicas (ALBUQUERQUE, 2015).
A cultura uma lente através da qual o homem vê o mundo (...) as apreciações
de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo
as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, o
resultado da operação de uma determinada cultura. (LARAIA, 2004, p. 68).

A música acaba, nos dias atuais, revelando o que não pode ser dito de outra
maneira e que a tanto tempo viveu de modo encoberto na sociedade, demonstra as
saídas que um corpo reprimido adota para revelar todas as suas pulsões de vida bem
como também de morte, seus desejos e pensamentos que um dia foram reprimidos. As
músicas refletem o sofrimento da sociedade que necessita de uma pequena fenda para se
revelar.
https://revistacientefico.devrybrasil.edu.br/cientefico/article/view/114/108

Cultura – música – sofrimento

2.5. Análise psicopatológica das músicas

Com o objetivo de demonstrar a música como reflexão de necessidade de


liberação de uma energia advinda do sofrimento psíquico utilizaremos três obras de
Clarice Falcão, onde a atriz, cantora, compositora, roteirista e humorista, adota o gênero
da música popular brasileira de uma forma instigante ao olharmos também para o as
várias categorias do adoecimento.
A música Oitavo Andar, intitulada também como canção do amor, revela uma
esfera de pensamentos ocasionados pela saída de alguém em que a protagonista da
melodia tem um relacionamento amoroso, esses pensamentos desencadeiam, no final,
uma ação contrária a tudo o que passou pela sua cabeça anteriormente.
Oitavo Andar
Clarice Falcão
Quando eu te vi fechar a porta
Eu pensei em me atirar pela janela do 8º andar
Onde a Dona Maria mora
Porque ela me adora e eu sempre posso entrar

Era bem o tempo de você chegar no T


Olhar no espelho o seu cabelo, falar com o seu Zé
E me ver caindo em cima de você
Como uma bigorna cai em cima de um cartoon qualquer

E ai, só nos dois no chão frio


De conchinha bem no meio fio
No asfalto riscados de giz
Imagina que cena feliz

Quando os paramédicos chegassem


E os bombeiros retirassem nossos corpos do Leblon
A gente ia para o necrotério
Ficar brincando de sério deitadinhos no bem-bom

Cada um feito um picolé


Com a mesma etiqueta no pé
Na autópsia daria pra ver
Como eu só morri por você

Quando eu te vi fechar a porta


Eu pensei em me atirar pela janela do 8° andar
Em vez disso eu dei meia volta
E comi uma torta inteira de amora no jantar

Na primeira estrofe da música a letra nos leva a pensar que a vontade e a


psicomotricidade da protagonista são permeadas por impulsos e compulsões
patológicas, por apresentarem temas como o ato suicida...
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.
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A música Qualquer Negócio revela a necessidade maníaca da protagonista se
fazer presente na vida de alguém a quem deseja ter um relacionamento amoroso,
permeada por um medo patológico relacionado a ser deixada sozinha.

Qualquer negócio
Clarice Falcão
Me deixa ser
Quem faz o laço
Da gravata
Do mordomo
Que te serve o jantar

Me deixa ser
O suporte que segura
A tela plana
Da sua sala
No lugar

Me deixa usar
O pé pra equilibrar
Aquela mesa bamba
Que você aposentou
Há mais de um mês

Me deixa ser
A sua estátua
De jardim,
O seu cabide de casacos,
Só não me tira de vez
Da sua casa

Eu posso ser a empregada


Da empregada
Da empregada
Da empregada
Do seu tio.

Me deixa ser
O seu pingüim
De geladeira,
Eu fico uma semana inteira
Sem mexer

Me deixa ser
O passarinho do relógio
Que de hora em hora
Pode aparecer,
Pra eu te ver

Me deixa ser
Quem passa a calça
Que você precisa usar
No seu jantar
À luz de velas
Com alguém

Me deixa ser quem deixa


Vocês dois
De carro
Em um restaurante caro
Só não deixa eu ser ninguém
Na sua vida

Durante todas as estrofes apresentadas podemos ver alterações relacionadas aos


afetos, como a incontinência afetiva, que se expõe de forma evidente na incapacidade de
controlar suas expressões afetivas que se mostram como exageradas e desproporcionais.
Além disso, ao observarmos as vivências do espaço e fazermos uma leitura
psicopatológica do mesmo percebemos uma anormalidade que se liga a ele, este que ao
se mostrar de forma ampliada acaba invadindo o que é de lugar do outro, como se o
espaço e todo o mundo fosse da protagonista, alteração essa denominada de mania.
Podemos também visualizar um pensamento obsessivo, que utiliza de idéias
absurdas e impulsivas, que acabam sendo invasivas e persistentes ao relacionar-se com
o outro.
Na música Macaé, a cantora revela uma necessidade obsessiva de controlar e
vigiar a vida da pessoa a quem está interessada e ao mesmo tempo demonstra o medo de
ser deixada de lado por ela.

Macaé
Clarice Falcão
Ei, se eu tiver coragem de dizer que eu meio gosto de você
Você vai fugir a pé?
E se eu falar que você é tudo que eu sempre quis pra ser feliz
Você vai pro lado oposto ao que eu estiver?

Eu queria tanto que você não fugisse de mim


Mas se fosse eu, eu fugia

Ei, vai pegar mal se eu contar que eu imprimi


Todo o seu mapa astral?
Você foge assim que der, quando souber?
E se eu falar que eu decorei seu RG só pra se precisar
Você vai pra um chalé em Macaé?

Eu queria tanto que você não fugisse de mim


Mas se fosse eu, eu fugia

Ei, se eu falar foi por amor


Que eu invadi o seu computador
Você pega um avião?
E se eu falar de uma só vez
Como eu achei sua senha do cartão
Você foge pro Japão, esse verão?

Eu queria tanto que você não fugisse de mim


Mas se fosse eu, eu fugia

Ei, se eu contar como é que eu me senti


Ao grampear seu celular
Você vai numa DP?
E se eu mostrar o cianureto que eu comprei
Pra gente se matar
Você manda me prender no amanhecer?

Eu queria tanto que você não fugisse de mim


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Mas se fosse eu, eu fugia

3. CONCLUSÃO
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4. REFERÊNCIAS

CECCARELLI, Paulo. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 3, p. 471-477, set./dez.


2005. Acesso em: 24 de março de 2018. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pe/
v10n3/v10n3a14.pdf>.
CIAMPA, Antonio C. A estória do Severino e a história da Severina: um ensaio
de psicologia social. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos
mentais.Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.

MAHEIRIE, Kátia. Processo de criação no fazer musical: uma objetivação da


subjetividade, a partir dos trabalhos de Sartre e Vygotsky. Psicologia em Estudo.
Maringá, 2003, 8(2), p. 147-153. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/pe/v8n2/v8n2a15>. Acesso em: 01 nov. 2012.
OLIVEIRA, V. P. A influência e as contribuições da música no processo de
construção da identidade de jovens da Região Metropolitana de Belo Horizonte. 2012.
95f. Monografia (Conclusão do curso) – Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais, Faculdade de Psicologia, Belo Horizonte. Disponível em: <
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0661.pdf> . Acesso em: 06 de maio de 2018.
PIMENTEL, Carlos E.; GOUVEIA, Valdiney V.; PESSOA, Viviany S. Escala
de Preferência Musical: construção e comprovação da sua estrutura fatorial. PsicoUSF.
Itatiba, v. 12, n. 2, dez. 2007 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S141382712007000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 01
nov. 2012.

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