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Prefeitura Municipal de Paço do Lumiar do Estado do Maranhão

LUMIAR-MA
Comum aos Cargos de Professor:
• Professor da Educação Inclusiva ( Atendimento
Educacional Especializado)
• Professor da Educação Infantil
• Professor do Ensino Fundamental (1 ao 5 ano)
Anos Iniciais
• Professor de 6 ao 9 Ano - Matemática,
Português, Inglês e Ciências
• Professor de Educação Básica - Filosofia, História,
Geografia, Educação Física e Artes
• Professor Interprete de Libras
Concurso Público Edital Nº 001/2018
DZ012-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Prefeitura Municipal de Paço do Lumiar do Estado do Maranhão

Cargo: Comum aos Cargos de Professor

(Baseado no Concurso Público Edital Nº 001/2018)

• Língua Portuguesa
• Conhecimentos Pedagógicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Ana Luiza Cesário
Thais Regis

Produção Editorial
Leandro Filho

Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Ortografia Oficial. .................................................................................................................................................................................................... 01


Interpretação e Compreensão de texto........................................................................................................................................................... 04
Acentuação Gráfica. ................................................................................................................................................................................................ 08
Emprego de letras e divisão silábica................................................................................................................................................................. 11
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................. 16
Classes e emprego de palavras........................................................................................................................................................................... 18
Morfologia. ................................................................................................................................................................................................................ 18
Vozes do Verbo. ....................................................................................................................................................................................................... 18
Emprego de tempo e modo verbais. ............................................................................................................................................................... 18
Alfabeto........................................................................................................................................................................................................................ 62
Ortografia. .................................................................................................................................................................................................................. 63
Sílaba. ........................................................................................................................................................................................................................... 63
Encontros vocálicos e consonantais. ............................................................................................................................................................... 63
Dígrafo. Tonicidade.................................................................................................................................................................................................. 63
Classes de palavras.................................................................................................................................................................................................. 63
Sinais de pontuação................................................................................................................................................................................................ 63
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 63
Sinônimo/antônimo................................................................................................................................................................................................. 63
Sujeito e predicado.................................................................................................................................................................................................. 70
Sintaxe do período simples.................................................................................................................................................................................. 70

Conhecimentos Pedagógicos

Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9.394/96: antecedentes históricos, limites e perspectivas;............................. 01
Gestão e financiamento da educação pública;............................................................................................................................................. 18
Tendências e Concepções Pedagógicas;.......................................................................................................................................................... 20
Projeto Politico Pedagógico................................................................................................................................................................................. 27
Políticas de valorização dos profissionais de educação no Brasil;........................................................................................................ 31
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica;....................................................................................................................... 32
Educação de Jovens e Adultos e Educação Indígena: legislação, estrutura e organização;....................................................... 32
Ensino Fundamental: estrutura, organização e Diretrizes Curriculares............................................................................................... 35
Educação Infantil: diretrizes políticas, desafios e implantação das Diretrizes Curriculares; ....................................................... 37
Sistemas Nacionais de Avaliação da Educação............................................................................................................................................. 40
LÍNGUA PORTUGUESA

Ortografia Oficial. .................................................................................................................................................................................................... 01


Interpretação e Compreensão de texto........................................................................................................................................................... 04
Acentuação Gráfica. ............................................................................................................................................................................................... 08
Emprego de letras e divisão silábica................................................................................................................................................................. 11
Pontuação. ................................................................................................................................................................................................................. 16
Classes e emprego de palavras........................................................................................................................................................................... 18
Morfologia. ................................................................................................................................................................................................................ 18
Vozes do Verbo. ....................................................................................................................................................................................................... 18
Emprego de tempo e modo verbais. .............................................................................................................................................................. 18
Alfabeto........................................................................................................................................................................................................................ 62
Ortografia. .................................................................................................................................................................................................................. 63
Sílaba. .......................................................................................................................................................................................................................... 63
Encontros vocálicos e consonantais. ............................................................................................................................................................... 63
Dígrafo. Tonicidade.................................................................................................................................................................................................. 63
Classes de palavras.................................................................................................................................................................................................. 63
Sinais de pontuação................................................................................................................................................................................................ 63
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 63
Sinônimo/antônimo................................................................................................................................................................................................. 63
Sujeito e predicado.................................................................................................................................................................................................. 70
Sintaxe do período simples.................................................................................................................................................................................. 70
LÍNGUA PORTUGUESA

- Em substantivos abstratos criados a partir de adjetivos:


ORTOGRAFIA OFICIAL. sensato – sensatez, belo- beleza, magro – magreza, grande
– grandeza.

Grafia com “s” Grafa com “z”


Ortografia (do latim ortho – correto e grafos – grafia)
significa a escrita correta das palavras de uma língua. Catequese Coalizão
Tal denominação pressupõe regras específicas para a Gás Bazar
linguagem escrita que, muitas vezes, confunde o falante
Análise Verniz
devido a uma série de regras e exemplos.
Quado falamos de linguagem verbal devemos Crise Cicatriz
entender que há a língua oral, aquela que aprendemos Curiosidade Azeite
desde o nascimento e vamos absorvendo de modo natural;
e a língua escrita, que é a passagem para outro mecanismo Decisão Buzina
de comunicação. Através da alfabetização se aprende a Hesitar Azedo
transformar os sons (fonemas) que emitimos em letras e
Desejo Zebra
assim as primeiras palavras começam a ser escritas.
Desde a origem da grafia se testemunham modos Colisão Proeza
distintos de escrever um vocábulo e a ortografia surgiu Usuário Cuscuz
com a função de organizar e apresentar uma forma
correta, já que a unificação gráfica é fundamental para a Cortesia Xadrez
manutenção de uma língua. Imagine se cada região de Besouro Giz
um país escrevesse de modo diferente, as pessoas não se
Querosene Surdez
entenderiam com clareza.
Escrever é transformar o som que falamos em letras e tal Obséquio Cicatrizar
processo pode confundir numa língua como o português,
que possui várias letras diferentes para um mesmo som 3) Uso do X/CH
(como é o caso do som [ze] que pode ser representado por
“s”, “z” e “x”). Usa-se o “x” nos seguintes casos:

Orientações Ortográficas - Depois da sílaba -me: mexer, mexicano, mexerico.


- Depois da sílaba -en: enxada, enxame. Exceção: o
1) Uso do H: verbo “encher” e seus derivados se escreve com “ch” -
A letra “h” é usada: enchente, encharcar .
- No início de palavras: homem, humildade, - Depois de ditongo: ameixa, caixa, peixe
humano, habilidade, hábil, hesitar, humor, história, hostil, - Em palavras de origem indígena ou africada: xingar, xará.
heterogêneo, hipócrita, hegemonia.
- Em dígrafos “ch”, “lh”, “nh”: flecha, ninho, alho, Grafia com “x” Grafia com “ch”
fachada, chalé, alheio.
- Palavras compostas: super-homem, mini-hotel, sobre- Cheque – nota equivalente
Xeque – lance do xadrez
humano, hiper-humano. ao dinheiro
- Ao fim de algumas interjeições: Ah! Uh! Oh! Taxar – pôr taxa Tachar – rotular

2) Uso do S/Z Chá - bebida Xá – soberano persa


Inexorável Chuchu
Usamos o “s” nos seguintes casos:
Êxito Chofer
- Depois de ditongos: coisa, maisena.
- Sufixos “ês”, “esa”, “isa” indicando profissão, origem Exausto Chacina
ou título: portuguesa, francês, poetisa. Êxodo Chalé
- Sufixos “oso”, “osa” indicando qualidade, quantidade
ou circunstância: gostosos, feioso, bondoso, oleoso. Xícara Cheio
- Na conjugação dos verbos querer e pôr: puseram, Xenófobo Chamego
quiseram.
- Entre vogais, emitindo o som de [ze]: casa, asa, Xereta Chope
casamento. Xerocópia Chute

Utiliza-se o “z” em:


- Sufixo “izar”, formador de verbos: contabilizar,
concretizar, batizar.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

4) Uso do G/J Utiliza-se o “ss”:


- Em substantivos originados de verbos terminados em
Usamos o “J” nos seguintes casos: “-gredir”, “cutir”, “ceder”, “mitir”:
- Palavras oriundas do indígena ou da língua africana: Agredir – agressão
pajé, jerimum, canjica, jabá, jiló. Discutir – discussão
- Conjugação do verbo viajar no modo subjuntivo: que Progredir – progressão
eu viaje, eles viajem. Ceder – cessão
Exceder – excesso
Utiliza-se o “g” em:
- Substantivos terminados em “-gem”: ferrugem, Usa-se o “xc” e o “xs”:
lavagem, serragem, coragem, vagem. - Em dígrafos que apresentam o mesmo som que [sse]:
- Palavras terminadas em “-ágio”, “-égio”, “-ígio”, Excedente, Excelente, Exceção.
“-ógio”, “-úgio”: refúgio, litígio, relógio, adágio, vestígio.
EXERCÍCIOS
Grafia com “g” Grafia com “j”
Tigela Jiboia 01.(ITA-SP) Dadas as palavras: 1) reaver, 2)
inabilitado, 3) habilidade, constatamos que está (estão)
Agiotagem Canjica devidamente grafada(s)
Abranger Jiripoca a)apenas a palavra nº 1
b)apenas a palavra nº 2
Apogeu Jiló c)apenas a palavra nº 3
Gênese Jipe d)todas as palavras
e)nenhuma das palavras
Gerigonça Sujidade
Gim Jeito 02.(CESCEA) Marque a única opção em que todas as
palavras estejam completas com x.
Gengibre Jiripoca a)en__oval, __ingar, cai__eiro, en__ugar, __ícara
Gíria Laje b)pu__ar, a__atar, en__ovia, in__ado, a__icalhar
c)pi__e, dei__ar, en__ugar, __adrez, bai__o
Angélico Traje d)__u__u, amei__a, cartu__o, deslei__ada, trou__a
e)pe__incha, co__a, broche, en__ada, en__arcado
5) Emprego do S/SC/SS/SC/XC/XS com som de [sse]
03.(F. São Marcos-SP) Assinale a alternativa cujas
Emprega-se o “s”: palavras estão todas corretamente grafadas:
- Em substantivos derivados de verbos terminar em a)pajé, xadrês, flecha, misto, aconchego
“-andir”, “-ender”, “-verter” e “-pelir”: b)abolição, tribo, pretensão, obsecado, cansaço
Expandir – Expansão c)gorjeta, sargeta, picina, florescer, consiliar
Pretender – Pretensão d)xadrez, ficha, mexerico, enxame, enxurrada
Suspender – Suspensão e)pajé, xadrês, flexa, mecherico, enxame
Perverter – Perversão
04.(NCE-RJ/UFRJ) O item abaixo que apresenta
Emprega o “ç”: palavra erradamente grafada é:
- Em substantivos que derivam dos verbos terminados a)alteza - duqueza - baroneza;
em “ter” e “torcer”: b)riqueza - dureza - fineza;
Ater- Atenção c)princesa - baixeza - burguesa;
Torcer – Torção d)freguesa - beleza - dureza;
Manter – Manutenção e)certeza - camponesa - japonesa.
Contorcer – Contorção
05.(UNIMEP-SP) Assinale a alternativa que contém
Emprega-se o “SC”: o período cujas palavras estão grafadas corretamente:
a)Ele quiz analisar a pesquisa que eu realizei.
- Em palavras de origem erudita: b)Ele quiz analizar a pesquisa que eu realizei.
Imprescindível, plebiscito, miscível, miscigenação, c)Ele quis analisar a pesquisa que eu realizei.
transcender, ascensorista, ascensão, fascículo, fascínio. d)Ele quis analizar a pesquiza que eu realisei.
Usa-se o “sç”: e)Ele quis analisar a pesquiza que eu realizei.
- Em algum verbos quando conjugados:
Nascer – nasço
Crescer – cresço

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LÍNGUA PORTUGUESA

06.(UM-SP) Aponte a alternativa correta: d) Em formação composta de palavras que indicam


a)exceção, excesso, espontâneo, espectador espécies vegetais e zoológicas:
b)excessão, excesso, espontâneo, espectador erva-mate, couve-flor, formiga-grande
c)exceção, exceço, expontâneo, expectador
d)excessão, excesso, espontâneo, expectador e) Em palavras compostas cujo primeiro termo é
e)exceção, exceço, expontâneo, expectador numeral:
Primeiro-ministro, quarta-feira, segundo-tenente
07.(Univ. Alfenas-MG) Assinale a alternativa em
que todas as palavras estão grafadas corretamente. g) Nomes de lugares compostos por mais de
a)disenteria, páteo, siquer, goela um radical, se iniciados por “grã”, “grão”, verbos ou
b)capoeira, empecilho, jabuticaba, destilar estejam ligados por artigo.
c)boliçoso, bueiro, possue, crânio Passa-Vinte, Grã- Bretanha, Trás-os-Montes
d)borburinho, candieiro, bulir, privilégio
e)habitue, abutoe, quase, constróe O USO DO HÍFE E O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

(Exercícios retirados de http://www. Com a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa


gramaticaparaconcursos.com/2013/06/respostas-de- houve algumas modificações no tocante ao uso do hífen.
ortografia-exercicios.html) Atentemos às regras que permaneceram:

GABARITO Usa-se hífen em

1–d a) quando o segundo termo iniciar com a letra “h”:


2–a Super-homem
3–d Pré-história
4–a
b) quando a primeira palavra terminar com a
5–c
MESMA LETRA que inicia a segunda:
6–a
Anti-inflacionário
7–b
contra-ataca
sub-bibliotecário
USO DO HÍFEN
inter-regional
Hífen é um sinal gráfico cuja função principal é união de c) quando a primeira palavra terminar com a letra
mais de um radical, ou seja, criação de palavras compostas. “b” e a segunda iniciar com “r”:
Parece simples o seu uso, mas após a reforma ortográfica Sub-reino
surgiram muitas dúvidas a respeito do emprego deste sinal. ab-rogar
Vejamos os casos em que o uso de hífen é obrigatório:
d) depois de pré-, pós e pró:
a) Como elemento de ligação entre pronomes Pré-natal
oblíquos e verbos: Pós-parto
Vou visitá-la mais tarde. e) circum, pan, após as letras “h”, “m”, “n”:
Vendi-o porque não o usava mais. circum-navegação

b) A fim de realizar separação de sílabas: f) Com os prefixos “além”, “aquém”, “recém” e


Escola – es-co-la “sem”:
Aluno – a-lu-no recém-casados
além-mar
c) Em substantivos compostos: há uma espécie
de formação de palavras chamada de “formação por g) Com o advérbio “mal” antes de vogal, h ou L:
justaposição”, em que a partir de duas palavras se cria uma Mal-humorado
terceira com significado distinto, sem que com essa junção Mal-estar
provoque perda fonética: Mal-limpo
guardar – significado 1
chuva – significado 2
guarda-chuva – significado 3

contar – significado 1
gota – significado 2
conta-gotas – significado 3

3
LÍNGUA PORTUGUESA

não possa ser captado pela razão humana - que as sereias


INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE haviam silenciado e se opôs a elas e aos deuses usando como
TEXTO. escudo o jogo de aparências acima descrito.

(KAFKA, Franz. O silêncio das sereias. In. http://


almanaque.folha.uol.com.br/kafka2.htm)
Leia o texto abaixo de Franz Kafka, O silêncio das sereias:
O que nos diz Franz Kafka a respeito do silêncio das
Prova de que até meios insuficientes - infantis mesmo sereias? Por que o silêncio seria mais mortal do que o seu
podem servir à salvação: canto?
Para se defender da sereias, Ulisses tapou o ouvidos Ler um texto é muito mais do que decodificar um
com cera e se fez amarrar ao mastro. Naturalmente - e código, entender seu vocabulário. Isso porque o conjunto
desde sempre - todos os viajantes poderiam ter feito coisa de palavras que compõem um texto são organizados de
semelhante, exceto aqueles a quem as sereias já atraíam modo a produzir uma mensagem. Há várias formas de
à distância; mas era sabido no mundo inteiro que isso não se ler um texto. Iniciamos primeiramente pela camada
podia ajudar em nada. O canto das sereias penetrava tudo mais superficial, que é justamente o início da “tradução”
e a paixão dos seduzidos teria rebentado mais que cadeias do vocabulário apresentado. Compreendidas as palavras,
e mastro. Ulisses porém não pensou nisso, embora talvez ainda nesse primeiro momento, verificamos qual tipo de
tivesse ouvido coisas a esse respeito. Confiou plenamente no texto se trata: matéria de jornal, conto, poema. Entretanto,
punhado de cera e no molho de correntes e, com alegria ainda assim não lemos esse conjunto de palavras em sua
inocente, foi ao encontro das sereias levando seus pequenos plenitude, isso porque ler é, antes de mais nada, interpretar.
recursos. A palavra interpretação significa, literalmente, explicar
As sereias entretanto têm uma arma ainda mais terrível algo para si e para o outro. E explicar, outra palavra
que o canto: o seu silêncio. Apesar de não ter acontecido importante numa leitura, consiste em desdobrar algo que
isso, é imaginável que alguém tenha escapado ao seu canto; estava dobrado. Assim sendo, podemos entender que ler
mas do seu silêncio certamente não. Contra o sentimento um texto é interpretá-lo, e para tanto se faz necessário
de ter vencido com as próprias forças e contra a altivez daí desdobrar suas camadas, suas palavras, até fazê-las suas,
resultante - que tudo arrasta consigo - não há na terra o que para assim chegar a uma camada mais profunda do que a
resista. inicial – a da mera “tradução” das palavras.
E de fato, quando Ulisses chegou, as poderosas cantoras Um texto é sempre escrito por alguém. Um autor,
não cantaram, seja porque julgavam que só o silêncio poderia quando lança as palavras num papel, faz na intenção de
conseguir alguma coisa desse adversário, seja porque o ar de passar uma mensagem específica para o leitor. Muitas
felicidade no rosto de Ulisses - que não pensava em outra vezes temos dificuldades em captar qual a mensagem
coisa a não ser em cera e correntes - as fez esquecer de todo ele está tentando nos dizer. Entretanto, algo é sempre
e qualquer canto. importante lembrar: textos são feitos de palavras, e todas
Ulisses no entanto - se é que se pode exprimir assim - as ferramentas para se entender o texto estão no próprio
não ouviu o seu silêncio, acreditou que elas cantavam e que texto, no modo como o autor organizou as palavras entre
só ele estava protegido contra o perigo de escutá-las. Por si.
um instante, viu os movimentos dos pescoços, a respiração Tudo isso pode ser resumido numa simples frase: texto
funda, os olhos cheios de lágrimas, as bocas semiabertas, é uma composição estruturada em camadas de sentido.
mas achou que tudo isso estava relacionado com as árias Da mesma forma que para conhecer uma casa é preciso
que soavam inaudíveis em torno dele. Logo, porém, tudo adentrá-la e entender sua estrutura, compreender um texto
deslizou do seu olhar dirigido para a distância, as sereias é decompô-lo, camada a camada, desde o conhecimento
literalmente desapareceram diante da sua determinação, e da autoria até o sentido final. Isso requer uma atitude ativa
quando ele estava no ponto mais próximo delas, já não as do leitor, e não meramente passiva.
levava em conta. Você já se perguntou por que em concursos públicos e
Mas elas - mais belas do que nunca - esticaram o corpo vestibulares é sempre exigida interpretação textual? Pense.
e se contorceram, deixaram o cabelo horripilante voar livre Não basta apenas conhecer as regras gramaticais de uma
no vento e distenderam as garras sobre os rochedos. Já língua, também é importante entender os sentidos que essa
não queriam seduzir, desejavam apenas capturar, o mais língua pode expressar. Se não conseguimos interpretar um
longamente possível, o brilho do grande par de olhos de texto, como conseguiremos interpretar o mundo em que
Ulisses. vivemos?
Se as sereias tivessem consciência, teriam sido então Assim sendo, ler o texto se faz da mesma forma que se
aniquiladas. Mas permaneceram assim e só Ulisses escapou lê o mundo: a partir de suas peculiaridades, ultrapassando
delas. a camada mais ingênua da vida e do texto, entendo as
De resto, chegou até nós mais um apêndice. Diz-se entrelinhas da mensagem, ou seja, o que está subentendido.
que Ulisses era tão astucioso, uma raposa tão ladina, que Quando falamos de leitura, falamos antes de níveis de
mesmo a deusa do destino não conseguia devassar seu leitura, pois é a partir desse processo que alcançamos uma
íntimo. Talvez ele tivesse realmente percebido - embora isso interpretação efetiva. Vejamos:

4
LÍNGUA PORTUGUESA

1 – Níveis de leitura 1) Qual o gênero textual?


Trata-se de um conto, ou seja, um texto de ficção.
a) Primeiro Nível – é o mais superficial e consiste em
iniciar o aprendizado dos significados das palavras. É o 2) O texto poderia ser resumido numa frase, qual?
próprio ato de decodificação de uma língua. Nesse nível Utilizando as palavras do autor: As sereias entretanto
ainda não é possível realizar a interpretação de um texto, têm uma arma ainda mais terrível que o canto: o seu silêncio
já que não se possui ainda familiaridade com os sentidos
de uma palavra. 3) A frase representa a ideia centra, qual é essa ideia?
b) Segundo Nível – é o contato mais familiar com um O autor parece nos dizer que o silêncio é mais mortal
texto, através do conhecimento de qual gênero se trata que a própria fala, ou seja, pode ferir mais.
(notícia, conto, poema), do seu autor e dos benefícios que
essa leitura poderia trazer. Imagine você uma livraria. Há 4) Como o autor desenvolve essa ideia ao longo do
vários exemplares para escolher. Então você analisa o título texto?
do livro, o autor, lê rapidamente a contracapa e também a) Muitos já escaparam do canto das sereias, nunca do
um trecho do livro. O segundo nível da leitura diz respeito seu silêncio;
a essa primeira familiarização com um texto. b) Quando o herói Ulisses passa pelas sereias, elas não
cantam, precisam de uma arma maior;
c) Terceiro Nível – é o momento da leitura c) Ulisses foi mais astuto que as sereias – frente o
propriamente dita. O primeiro passo é entender em silêncio mortal que elas lançavam, ele o ignorou, usando a
qual gênero se encontram as palavras. Se forem textos mesma arma do inimigo para enfrentá-lo.
de ficção (como conto, romance) devemos nos atentar
às falas e ações das personagens. Caso se trate de uma 5) Quais as palavras mais recorrentes no texto?
crônica ou texto de opinião, é importante prestar atenção Silêncio, canto, sereias, Ulisses, herói, astucioso.
no vocabulário utilizado pelo autor, pois nestes gêneros as Assim sendo, o texto que inicialmente parecia
palavras são escolhidas minuciosamente a fim de explicitar enigmático, após as respostas das perguntas sugeridas,
um determinado sentido. Quando se tratar de um poema, parece mais claro. Ou seja, Franz Kafka se utiliza da ficção
também é importante analisar o vocabulário do poeta, para nos dizer que a indiferença é uma arma mais mortal
lembrando-se que na poesia a mensagem sempre diz mais que o próprio enfrentamento.
do que parece dizer.
No momento de interpretar um texto, geralmente Analisemos agora um poema, um dos mais conhecidos
ultrapassamos o terceiro nível da leitura, chegando ao da literatura brasileira, No meio do caminho, de Carlos
quarto e quinto, quando precisamos reler o material em Drummond de Andrade:
questão, centrando-se em partes específicas. Frente as
perguntas de interpretação, cuidado com as opções No Meio do Caminho – Carlos Drummond de
muito generalizadoras, estas tentam confundir o leitor, já Andrade
que representam apenas leituras superficiais do assunto. No meio do caminho tinha uma pedra
Por isso mesmo, sempre muita atenção no momento da tinha uma pedra no meio do caminho
leitura, para que não caia nas famosas “pegadinhas” dos tinha uma pedra
avaliadores. no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
2) Ideia central na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Um texto sempre apresenta uma ideia central e, muitas tinha uma pedra
vezes, na primeira leitura não a captamos. Assim, algumas tinha uma pedra no meio do caminho
estratégias são válidas para atingir esse propósito. no meio do caminho tinha uma pedra
(ANDRADE, Carlos Drummond de. No meio do
1) Qual o gênero textual? caminho. In. http://www.revistabula.com/391-os-dez-
2) O texto poderia ser resumido numa frase, qual? melhores-poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/)
3) A frase representa a ideia central, qual é essa ideia?
4) Como o autor desenvolve essa ideia ao longo do A mensagem parece simples, mas se trata de um
texto? poema. Quando precisamos interpretar esse tipo de
5) Quais as palavras mais recorrentes nesse texto? gênero, é essencial perceber que as palavras dizem mais do
que o senso comum, por isso se faz importante interpretá-
Caso você consiga responder essas perguntas las com cuidado. Vamos às perguntas sugeridas:
certamente você terá as ferramentas necessárias para
interpretar o texto. 1) Qual o gênero textual?
Utilizemos como exemplo o texto de Franz Kafka citada Poema
anteriormente. Leia o texto novamente. Agora responda as
questões:

5
LÍNGUA PORTUGUESA

2) O texto poderia ser resumido numa frase, qual? 2. Leia e responda:


Tinha uma pedra no meio do caminho “O destino não é só dramaturgo, é também o seu
próprio contra-regra, isto é, designa a entrada dos
3) A frase representa a ideia central, qual é essa ideia? personagens em cena, dá-lhes as cartas e outros objetos, e
Pedra no caminho é uma frase de sentido popular que executa dentro os sinais correspondentes ao diálogo, uma
significa dificuldade. O poeta parece usar uma frase banal trovoada, um carro, um tiro.”
num poema para indicar que pedra é muito mais do que Assinale a alternativa correta sobre esse fragmento
pedra, é uma dificuldade. deD. Casmurro, de Machado de Assis:
4) Como o autor desenvolve essa ideia ao longo do
texto? a) é de caráter narrativo;
Através da repetição da frase “tinha uma pedra no b) é de caráter reflexivo;
meio caminho”. Escrito diversas vezes, soa como uma lição c) evita-se a linguagem figurada;
a ser aprendida. d) é de caráter descritivo;
e) não há metalinguagem.
5) Quais as palavras mais recorrentes nesse texto?
Pedra, meio, caminho 3. “Tão barato que não conseguimos nem contratar
Quando realizamos essas perguntas, paramos para uma holandesa de olhos azuis para este anúncio.”
refletir sobre a mensagem do texto em questão. E mais, No texto, a orientação semântica introduzida pelo
quando precisamos interpretar um texto, após a leitura termo nem estabelece uma relação de:
inicial, é necessário ler detalhadamente cada parte (seja a) exclusão;
parágrafo, estrofe) e assim construir passo a passo o b) negação;
“desdobramento” do texto. c) adição;
d) intensidade;
3) Dicas importantes para uma interpretação de e) alternância.
texto
- Faça uma leitura inicial, a fim de se familiarizar com o Texto para a questão 4.
vocabulário e o conteúdo;
- Não interrompa a leitura caso encontre palavras – Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
desconhecidas, tente inicialmente fazer uma leitura geral; – Esquece.
- Faça uma nova leitura, tentando captar as entrelinhas – Não. Como “esquece”? Você prefere falar errado? E o
do texto, ou seja, a intenção do autor ao escrever esse certo é “esquece” ou “esqueça”? Ilumine-me. Mo
material; diga. Ensines-lo-me, vamos.
- Lembre-se que no texto não estão as suas ideias, – Depende.
e sim as do autor, por isso cuidado para não interpretar – Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se
segundo o seu ponto de vista; o soubesses, mas não sabes-o.
- Nas questões interpretativas, atente para as – Está bem. Está bem. Desculpe. Fale como quiser.
alternativas generalizadoras, as que apresentam palavras (L. F. Veríssimo,Jornal do Brasil, 30/12/94)
como sempre, nunca, certamente, todo, tudo, geralmente
tentem confundir aquele que realiza uma leitura mais 4. O texto tem por finalidade:
superficial; a) satirizar a preocupação com o uso e a colocação das
- Das alternativas propostas, haverá uma completamente formas pronominais átonas;
sem sentido (para captar o leitor mais desatento) e duas b) ilustrar ludicamente várias possibilidades de
mais convincentes. Para escolher a correta, procure no combinação de formas pronominais;
texto indícios que a fundamente. c) esclarecer pelo exemplo certos fatos da concordância
de pessoa gramatical;
d) exemplificar a diversidade de tratamentos que é
EXERCÍCIOS comum na fala corrente.
e) valorizar a criatividade na aplicação das regras de
1. De acordo com o ditado popular “invejoso nunca uso das formas pronominais.
medrou, nem quem perto dele morou”,
a) o invejoso nunca teve medo, nem amedronta seus 5. Bem cuidado como é, o livro apresenta alguns
vizinhos; defeitos. Começando com “O livro apresenta alguns
b) enquanto o invejoso prospera, seus vizinhos defeitos”, o sentido da frase não será alterado se continuar
empobrecem; com:
c) o invejoso não cresce e não permite o crescimento a) desde que bem cuidado;
dos vizinhos; b) contanto que bem cuidado;
d) o temor atinge o invejoso e também seus vizinhos; c) à medida que é bem cuidado;
e) o invejoso não provoca medo em seus vizinhos. d) tanto que é bem cuidado;
e) ainda que bem cuidado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Texto para as questões 6 e 7. 8. Conforme sugere o texto, “cardisplicente” é:


a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário;
“Eu considerei a glória de um pavão ostentando o b) palavra técnica constante de dicionários
esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei especializados;
lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não c) um neologismo desprovido de indícios de
existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há significação;
são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, d) uma criação de palavra pelo processo de composição;
como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. e) termo erudito empregado para criar um efeito
cômico.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir 9. “– Mas se eu inventei, como é que não existe?”
o máximo de matizes com um mínimo de elementos. Segundo se deduz da fala espantada do amigo do
De água e luz ele faz seu esplendor, seu grande narrador, a língua, para ele, era um código aberto:
mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso
amor, oh minha amada; de tudo que ele suscita e esplende popular;
e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos b) a ser enriquecido pela criação de gírias;
recebendo a luz do teu olhar. Ele me cobre de glórias e me c) pronto para incorporar estrangeirismos;
faz magnífico.” d) que se amplia graças à tradução de termos científicos;
(Rubem Braga,200 Crônicas Escolhidas) e) a ser enriquecido com contribuições pessoais.

6. Nas três “considerações” do texto, o cronista preserva, Texto para as questões 10 e 11.
como elemento comum, a idéia de que a sensação de
esplendor: “A triste verdade é que passei as férias no calçadão
a) ocorre de maneira súbita, acidental e efêmera; do Leblon, nos intervalos do novo livro que venho
b) é uma reação mecânica dos nossos sentidos penosamente perpetrando. Estou ficando cobra em
estimulados; calçadão, embora deva confessar que o meu momento
c) decorre da predisposição de quem está apaixonado; calçadônido mais alegre é quando, já no caminho de volta,
d) projeta-se além dos limites físicos do que a motivou; vislumbro o letreiro do hotel que marca a esquina da rua
e) resulta da imaginação com que alguém vê a si onde finalmente terminarei o programa-saúde do dia. Sou,
mesmo. digamos, um caminhante resignado. Depois dos 50, a gente
fica igual a carro usado, é a suspensão, é a embreagem, é o
7. Atente para as seguintes afirmações: radiador, é o contraplano do rolabrequim, é o contrafarto do
I - O esplendor do pavão e o da obra de arte implicam mesocárdio epidítico, a falta da serotorpina folimolecular,
algum grau de ilusão. é o que mecânicos e médicos disseram. Aí, para conseguir
II - O ser que ama sente refletir em si mesmo um ir segurando a barra, vou acatando os conselhos. Andar
atributo do ser amado. é bom para mim, digo sem muita convicção a meus
III - O aparente despojamento da obra de arte oculta entediados botões, é bom para todos.”
os recursos complexos de sua elaboração. (João Ubaldo Ribeiro,O Estado de S. Paulo, 6/8/95)
De acordo com o que o texto permite deduzir, apenas:
a) as afirmações I e III estão corretas; 10. No período que se inicia em “Depois dos 50...”, o
b) as afirmações I e II estão corretas; uso de termos (já existentes ou inventados) referentes a
c) as afirmações II e III estão corretas; áreas diversas tem como resultado:
d) a afirmação I está correta; a) um tom de melancolia, pela aproximação entre um
e) a afirmação II está correta. carro usado e um homem doente;
b) um efeito de ironia, pelo uso paralelo de termos da
Texto para as questões 8 e 9. medicina e da mecânica;
c) uma certa confusão no espírito do leitor, devido à
“Em nossa última conversa, dizia-me o grande apresentação de termos novos e desconhecidos;
amigo que não esperava viver muito tempo, por ser um d) a invenção de uma metalinguagem, pelo uso de
“cardisplicente”. termos médicos em lugar de expressões corriqueiras;
e) a criação de uma metáfora existencial, pela oposição
– O quê? entre o ser humano e objetos.
– Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio
coração. 11. Na frase “Aí, para conseguir ir segurando a barra,
Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário. vou acatando os conselhos...”. Aí será corretamente
– “Cardisplicente” não existe, você inventou – triunfei. substituído, de acordo com seu sentido no texto, por:
– Mas seu eu inventei, como é que não existe? – a) Nesse lugar
espantou-se o meu amigo. b) Nesse instante
Semanas depois deixou em saudades fundas c) Contudo
companheiros, parentes e bem-amadas. Homens de bom d) Em conseqüência
coração não deveriam ser cardisplicentes.” e) Ao contrário

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LÍNGUA PORTUGUESA

12. A prosopopéia, figura que se observa no verso c) Apesar de efêmera e descartável, a gíria é um barato
“Sinto o canto da noite na boca do vento”, ocorre em: que enriquece o idioma.
a) “A vida é uma ópera e uma grande ópera.” d) “A gíria enriquece tanto a linguagem como o poder
b) “Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de de interação entre as comunidades. Sacou?!”
‘Tormentório’, os portugueses apelidaram-no de ‘Boa e) O economista começou a falar em indexação,
Esperança’.” quando rolava um papo super cabeça sobre babados mil.
c) “Uma talhada de melancia, com seus alegres
caroços.” (Exercícios retirados de http://soldosana.blogspot.com.
d) “Oh! eu quero viver, beber perfumes, Na flor silvestre, br/2012/03/simulado-portugues-iii-20-questoes-com.html)
que embalsama os ares.”
e) “A felicidade é como a pluma...” GABARITO

13. 01. C
Folha: De todos os ditados envolvendo o seu nome, 02. B
qual o que mais lhe agrada? 03. B
Satã: O diabo ri por último. 04. A
Folha: Riu por último. 05. E
Satã: Se é por último, o verbo não pode vir no passado. 06. C
(O Inimigo Cósmico, Folha de S. Paulo, 3/9/95) 07. D
08. C
Rejeitando a correção ao ditado, Satã mostra ter usado 09. E
o presente do indicativo com o mesmo valor que tem em: 10. B
a) Romário recebe a bola e chuta. Gooool! 11. C
b) D. Pedro, indignado, ergue a espada e dá o brado de 12. C
independência.
13. E
c) Todo dia ela fez tudo sempre igual.
14. E
d) O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
15. B
quadrados dos catetos.
e) Uma manhã destas, Jacinto, apareço no 202 para
almoçar contigo.

14. Reflita sobre o diálogo abaixo: ACENTUAÇÃO GRÁFICA.


X – Seu juízo melhorou?
Y – Bom... é o que diz nosso psiquiatra.
Em Y:
(1)Bomnão se classifica como adjetivo. As palavras podem conter uma ou mais sílabas.
(2)éedizestão conjugados no mesmo tempo. E ao pronunciá-las, temos a tendência em proferi-las
(3)oé pronome demonstrativo. intensificando uma sílaba frente as outras. Por exemplo,
(4)psiquiatraé o núcleo do sujeito. quando alguém fala a palavra “casa”, pronunciará com
mais força uma das sílabas, no caso [ka]. Por que fazemos
Somando-se os números à esquerda das declarações isso? Simplesmente porque a oralidade não é um sistema
corretas com referência a Y, o resultado é: de uma única entonação. Tal como a música, precisamos
a) 6 destacar partes de sons para manter a atenção do ouvinte.
Imagine se falássemos todas as palavras utilizando uma
b) 7
única modulação?
c) 8
Esta sílaba que entoamos com maior ênfase a
d) 9
chamamos de sílaba tônica, já que é nela que recai a
e) 10
tonicidade, o som que mais se destaca ao pronunciar uma
palavra. A gramática também nomeia esse acento tônico
15. “(...) a gíria desceu o morro e já ganhou rótulo de
como prosódico, pois está ligado à emissão dos sons na
linguagem urbana. A gíria é hoje o segundo idioma do fala. Todas as palavras com mais de uma sílaba possuem
brasileiro. Todas as classes sociais a utilizam.” uma – e somente uma – sílaba tônica, como podemos
(Rodrigues, Kanne. Língua Solta.O Povo. Fortaleza, verificar nesses exemplos: úmido, ideia, cadeira, jacaré.
30/12/93. Caderno B, p. 6) Importante destacar que o acento tônico é um
fenômeno fonético, pois referente à fala. Entretanto,
Assinale a letra em que não se emprega o fenômeno quando passamos a linguagem para outro registro, o
lingüístico tratado no texto. da escrita, muitas vezes há a necessidade de enfatizar
a) A linguagem tida como padrão, galera, é a das tal acento na própria grafia, já que pode surgir erro de
classes sociais de maior prestígio econômico e cultural tonicidade. Na origem da grafia, muitas palavras que não
b) Gíria não é linguagem só de marginal, como pensam eram do uso comum dos falantes passaram a receber o
alguns indivíduos desinformados.

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LÍNGUA PORTUGUESA

acento gráfico a fim de reforçar textualmente o modo de PAROXÍTONAS:


pronunciá-las. Assim sendo, há palavras que não recebem
acento gráfico, como porta, cortina, urubu, e outras que Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
sim, como tônico, amável, paralelepípedo. - r: ímpar, cadáver
Se em uma palavra há uma sílaba mais forte, como - l : réptil, têxtil
chamamos as pronunciadas com menos intensidade? A - n: éden, hífen
gramática denomina sílabas átonas as mais fracas, que - x – xérox, tórax
podem ser pretônicas ou postônicas dependendo de sua - ps – bíceps, fórceps
posição frente a sílaba tônica.
- ã, ãs, ão, ãos – órgão, órfã, órgãos
Em uma palavra com mais de uma sílaba, portanto,
- um, uns, om, ons – álbum, fóruns, prótons
haverá sempre uma com maior destaque fonético, a sílaba
tônica. Entretanto, a ênfase em uma sílaba possui também - us – vírus, bônus
regras impostas pela própria fala. Por maior que seja um - i, is, júri, tênis
vocábulo, há apenas três modos de emitir tonicidade: - ei, eis – jóquei, jóquei
ênfase na última sílaba (oxítona), penúltima (paroxítona)
ou antepenúltima (proparoxítona): As paroxítonas e os erros de prosódia

- OXÍTONAS: palavras que apresentam a última sílaba Algumas palavras são acentuadas ou pronunciadas de
tônica, tais como jacaré, também, amor, rapaz. maneira equivocada, não respeitando sua tonicidade. É o
que chamamos de erros de entonação ou de prosódia, e que
- PAROXÍTONAS: Paroxítona significa literalmente, geralmente transformam paroxítonas em proparoxítonas:
“ao lado da oxítona”, e são as palavras que possuem a
penúltima sílaba tônica, como táxi, caráter, heroico, porta.
Vale destacar que a língua portuguesa é basicamente Correto Errado
paroxítona, devido à maior quantidade de palavras com rubrica rúbrica
essa característica.
recorde récorde
-PROPAROXÍTONAS: fenômeno menos comum, são libido líbido
as palavras que apresentam a antepenúltima sílaba tônica. pudico púdico
Alguns exemplos de proparoxítonas: exército, pêndulo,
quilômetro. filantropo filântropo
A Língua Portuguesa também apresenta palavras com
uma única sílaba, as quais chamamos de monossílabos. PROPAROXÍTONAS
Estes são pronunciados com menor ou maior ênfase e, por
isso, podem ser átonos ou tônicos: Por se tratar de um fenômeno mais raro de
entonação das palavras, temos a tendência de pronunciar
- Monossílabos átonos: sãos os enunciados com erroneamente as palavras com a antepenúltima sílaba
tônica. Por isso mesmo todas as proparoxítonas devem ser
menor intensidade e, por serem constituídos por uma
acentuadas para evitar esse equívoco.
única sílaba, são dependentes foneticamente da palavra a
qual se apoiam, tornando-se praticamente uma sílaba da Exemplos:
mesma. As preposições, conjunções, artigos e pronomes xícara, úmido, colocávamos, término, lógico.
oblíquos átonos integram esse grupo. Vejamos as palavras Obs. Caso a vogal tônica for fechada ou nasal usa-se o
“amá-lo”. O pronome oblíquo “lo” é átono e é acoplado acento circunflexo:
foneticamente á palavra amar. côncavo, estômago, sonâmbulo.

- Monossílabos tônicos: proferidos com maior ênfase, ACENTUAÇÃO DOS MONOSSÍLABOS:


possuem independência fonética: má, mim, eu, tu, mar, céu.
Acentuam-se os monossílabos terminados em:
Vejamos agora as regras de acentuação gráfica: a) a, as: má, já, lá, cá, pás
b) e, es: crê, vês, pé
1) OXÍTONAS: c) o, os: nós, nós, dó, pô-lo

Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em ACENTUAÇÃO DOS DITONGOS E A NOVA


- a, e, o – seguidos ou não de “s”: sofás, crachás, ORTOGRAFIA
jacarés, filé, purê, dominó, cipós, metrô….
Segundo o Novo Acordo Ortográfico do Português,
- ditongo nasal -ém, -éns: mantém, ninguém,
não são mais acentuados ditongos abertos em palavras
parabéns, amém… paroxítonas:
- ditongos abertos -ói, -éu, -éi, seguindo ou não de
“s”: herói, troféu, fiéis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Como era Como é agora O Novo Acordo Ortográfico do Português aboliu alguns
acentos diferenciais, tais como em pelo (preposição) e pêlo
heróico heroico (substantivo), pára (verbos) e para (preposição):
idéia ideia O pelo do gato está crescendo muito.
Vá pelo caminho mais curto.
jibóia jiboia Ele para para pensar.
apóia apoia
paranóico paranoico TREMA

ACENTUAÇÃO DOS HIATOS O trema, sinal de dois pontos usado sobre a letra “u”,
era utilizado para marcar a pronúncia da vogal em palavras
Chamamos de hiato o encontro de duas vogais em marcadas pelo encontro vocálico, tais como “lingüiça” e
uma palavra que, no entanto, não fazem parte da mesma “freqüentar”. Entretanto, segundo a Nova Ortografia, não
sílaba. A maior parte dos hiatos não são acentuados, mas se deve mais usar essa marcação. A partir de agora as
alguns levam acento para evitar erros de pronúncia. palavras são assim grafadas:
Acentuam-se as vogais “i” e “u” que formam hiato com Frequentar, linguiça, linguística, bilíngue, cinquenta,
a sílaba anterior: aguentar.
cafeína
balaústre
saúde EXERCÍCIOS
saída
saúva 1. (EPCAR) Assinale a série em que todos os
vocábulos devem receber acento gráfico:
No entanto, há uma exceção. Não são acentuados os a) Troia, item, Venus
hiatos seguidos por dígrafo “nh”, tal como rainha, moinho, b) hifen, estrategia, albuns
ruim, amendoim, ainda. c) apoio (subst.), reune, faisca
Também evitamos acentuação em hiatos que não d) nivel, orgão, tupi
formam sílaba com letra diferente de “s”, como em juiz, e) pode (pret. perf.), obte-las, tabu
cair, sair, contribuiu.
Segundo o Novo Acordo Ortográfico do Português, 2. (BB) Opção correta:
não são mais acentuados os hiatos que vêm após ditongos: a) eclípse
baiuca, feiura, bocaiuva. Também os “ôos” e “êes” não b) juíz
levam mais acento: enjoo, voo, creem, veem.
c) agôsto
d) saída
EMPREGO do TIL
e) intúito
O til [~] é um sinal e não um acento. No Português o til
3. (BB) “Alem do trem, voces tem onibus, taxis e
aparece sobre as vogais “a” e “o” para indicar nasalização,
aviões”.
som que sai pela boca e nariz. Tal sinal não se sobrepõe em
a) 5 acentos
sílabas tônicas somente, podendo também estar em sílabas
b) 4 acentos
pretônicas ou átonas: Exemplos: órgão, órfã, balõezinhos…
c) 3 acentos
d) 2 acentos
O ACENTO DIFERENCIAL
e) 1 acento
Como o próprio nome diz, o acento diferencial tem
4. (BB) Monossílabo tônico:
como função marcar uma diferença. Há muitas palavras no
a) o
português que são homógrafas, ou seja, que possuem a
b) lhe
mesma grafia e, por isso, é necessário um sinal distintivo
c) e
para que não surjam equívocos. Vejamos:
d) luz
e) com
a) Pôde – Pretérito perfeito do indicativo
Pode – Presente do indicativo
5. (BB) Leva acento:
a) pêso
b) Pôr – Verbo
b) pôde
Por – preposição
c) êste
d) tôda
É facultativo o uso do acento diferencial para distinguir
e) cêdo
as palavras forma e fôrma. Imagine a frase: qual a forma da
fôrma de torta que você comprou?

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LÍNGUA PORTUGUESA

6. (BB) Não leva acento: Fonética


a) atrai-la
b) supo-la Área da Gramática que estuda as possibilidades de
c) conduzi-la variação de um fonema, que por se tratar da emissão de
d) vende-la um som, pode diferenciar a cada desempenho,
e) revista-la
Diferença entre letra e fonema
7. (UF-PR) Assinale a alternativa em que todos os
vocábulos são acentuados por serem oxítonos: Somos habituados à expressão “letra”, mas pouco
a) paletó, avô, pajé, café, jiló familiarizados ao conceito de fonema. Enquanto a primeira
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis consiste num registro gráfico, próprio da língua escrita,
c) você, capilé, Paraná, lápis, régua fonema se define enquanto a menor unidade sonora a ser
d) amém, amável, filó, porém, além pronunciada por um emissor, uma realidade acústica.
e) caí, aí, ímã, ipê, abricó Uma letra pode representar fonemas distintos. Por
exemplo a letra “x”, esta pode aparecer com o som de [z]
(Exercícios retirados de http://professorricardoandrade. em exímio, som de [ch] em xícara e som de [ks] como em
blogspot.com.br/2010/08/80-questoes-de-acentuacao- táxi. Além disso, vale destacar que um único fonema pode
grafica.html) ser caracterizado por letras diferentes. É o caso do fonema
[ch], representado em chuveiro, com as letras “ch” e luxo,
GABARITO com “x”.
A Língua Portuguesa se destaca por essa
1–b particularidade, já que é a língua que mais apresenta letras
2–d diferentes para um mesmo fonema. Isso acaba justificando
3–a os constantes erros grafia das palavras.
4–d
5–b Classificação dos fonemas
6–c
7-a 1) Vogais: consideradas o núcleo de uma sílaba, as
vogais são fonemas gerados quando o ar passa livremente
pela boca. Não há sílaba sem a presença de uma vogal.
- Vogais abertas: produzidas quando o ar sai somente
EMPREGO DE LETRAS E DIVISÃO SILÁBICA. pela boca.
Ex.: cAsA, sOfÁ.

- Vogais nasais: geradas quando ar sai pela boca e


FONÉTICA E FONOLOGIA pelas fossas nasais.
Ex.:
A Gramática visa analisar uma língua em sua plenitude [ã]: ânimo, ânsia
e, por isso mesmo, dedica uma parte especial do estudo ao [e~]: enfermeiro, ensino
fenômeno mais vivo de um sistema de comunicação verbal: [i~]: mim, íntimo
sua oralidade. Antes de serem um conjunto de letras, as [õ]: lombo, onça
palavras são uma reunião de sons, cuja performance é [u~]: algum, um
característica de cada ser falante, singular, individual,
variável. - vogais átonas: aquelas pronunciadas com pouca
Quando falamos em sons, a expressão “letra” não é intensidade, as que não integram uma sílaba tônica.
mais correta, já que tal palavra se refere à língua escrita. Ex. casa, escola, sofá, anjo.
Na oralidade, as palavras são conjuntos de fonemas,
menor unidade sonora de uma língua. Há duas áreas da - vogais tônicas: as que são emitidas com maior
gramática que investigam as particularidades dos sons das intensidade, presentes nas sílabas tônicas.
palavras quando pronunciadas: a Fonética e a Fonologia. Ex. casa, escola, sofá, anjo.
Podemos também classificar as vogais quanto ao
Fonologia timbre e aí elas podem ser:

É a área da Gramática que investiga o conceito - abertas: égua, ótimo, mel, égide, molde, colo, hora.
de fonema, seu comportamento e característica capaz
de, numa determinada combinação, criar significados - fechadas: escola, eficiente, horário, orifício, último.
diferentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) Semivogais: são os fonemas que servem de apoio Dígrafos consonantais:


a uma vogal num encontro vocálico, são emitidas com
menos potência. Letras Fonemas Exemplos
Ex.: herói [vogal ó, semivogal i] lh lhe alho
saudade [vogal a, semivogal u] nh nhe manhã
pais [vogal a, semivogal i]
heroico [vogal o, semivogal i] ch xe chuveiro
rr re carroça
Notemos que o “i” e “u” desempenham o papel ss se massa
de semivogal num encontro vocálico. Vale lembrar que
sílabas constituídas por [m] com nasalizador também qu que queijo
constituem encontros vocálicos com semivogais. Ex.: gu gue guia, guerreiro
cem [vogal e, semivogal [m]]
sc se ascensão
3) Consoante: fonemas gerados quando o ar encontra sç se desço
um “obstáculo” ao sair dos pulmões, surgindo como xc se exceção
verdadeiros ruídos. Sãos consoantes:
Dígrafos vocálicos
b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, w, z

Encontros fonéticos Fonemas Letras Exemplos


ã am lâmpada
1) Encontros vocálicos: chamamos de encontros
vocálicos a união de vogais e de semivogais em uma an manto
palavra. Há três tipos: ditongos, tritongos e hiatos. e~ em tempo

a) Ditongos: encontro de uma vogal e uma semivogal en emenda


em uma mesma sílaba. Podem ser: i~ im límpido
in lindo
- crescente: quando a semivogal antecede a vogal. Ex.:
cárie [i-semivogal, e- vogal] Õ om combo
- decrescente: quando a vogal surgir antes da on tonto
semivogal. Ex.: herói. [o -vogal, i -semivogal]
- oral: quando o ar sai somente pela boca. Ex. Dói, rói, u~ um chumbo
meu, un mundo
- nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.
Ex.: mãe, irmão.
EXERCÍCIOS
b) Tritongo: série constituída por uma semivogal,
vogal e outra semivogal, na mesma sílaba, Ex.: Uruguai, 1. Assinale a alternativa errada a respeito da palavra
Paraguai. “churrasqueira”. 
a) apresenta 13 letras e 10 fonemas
c) Hiato: encontro, em uma palavra, de duas vogais b) apresenta 3 dígrafos: ch, rr, qu
que integram sílabas diferentes. Há uma pausa entre os c) divisão silábica: chur-ras-quei-ra
dois fonemas. Ex.: saúde, saída, poesia. d) é paroxítona e polissílaba
e) apresenta o tritongo: uei
2) Encontros consonantais: chamamos de encontros
consonantais o agrupamento de duas consoantes, sem 2. Qual das alternativas abaixo possui palavras com
a presença de vogal intermediária, em uma palavra. Tal mais letras do que fonemas?
fenômeno pode surgir numa mesma sílaba (como no caso a) Caderno
de prego, claro, criança), ou sílabas diferentes (porta, b) Chapéu
mesmo, ritmo). c) Flores
d) Livro
3) Dígrafos: quando duas letras representam um só e) Disco
fonema. Há dígrafos vocálicos e consonantais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3. Assinale a melhor resposta. Em papagaio, temos: 10. Dadas as palavras: tung-stê-nio / bis-a-vô / du-
a) um ditongo e-lo, constatamos que a separação silábica está correta:
b) um tritongo a) apenas n 1
c) um trissílabo b) apenas n 2
d) um oxítono c) apenas n 3
e) um proparoxítono d) em todas as palavras
e) n. d. a.
4. Assinale a série em que apenas um dos vocábulos
não possui dígrafo: 11. Nas palavras alma, pinto e porque, temos,
a) folha - ficha - lenha - fecho respectivamente:
b) lento - bomba - trinco - algum a) 4 fonemas - 5 fonemas - 6 fonemas.
c) águia - queijo - quatro - quero b) 5 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas.
d) descer - cresço - exceto - exsudar c) 4 fonemas - 4 fonemas - 5 fonemas.
e) serra - vosso - arrepio - assinar d) 5 fonemas - 4 fonemas - 6 fonemas.
e) 4 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas.
5. Assinale a alternativa que inclui palavras da frase
abaixo que contêm, respectivamente, um ditongo oral
12. A alternativa que apresenta uma incorreção é:
crescente e um hiato. As mágoas de minha mãe, que
a) o fonema está diretamente ligado ao som da fala.
sofria em silêncio, jamais foram compreendidas por
mim e meus irmãos. b) as letras são representações gráficas dos fonemas.
a) foram - minha c) a palavra “tosse” possui quatro fonemas.
b) sofria - jamais d) uma única letra pode representar fonemas diferentes.
c) meus - irmãos e) a letra “h” sempre representa um fonema.
d) mãe - silêncio
e) mágoas – compreendidas 13. Todas as palavras abaixo possuem um encontro
vocálico e um encontro consonantal, exceto:
6. Assinale a sequência em que todas as palavras a) destruir.
estão partidas corretamente. b) magnésio.
a) trans-a-tlân-ti-co / fi-el / sub-ro-gar c) adstringente.
b) bis-a-vô / du-e-lo / fo-ga-réu d) pneu.
c) sub-lin-gual / bis-ne-to / de-ses-pe-rar e) autóctone.
d) des-li-gar / sub-ju-gar / sub-scre-ver
e) cis-an-di-no / es-pé-cie / a-teu 14. A série em que todas as palavras apresentam
dígrafo é:
7. Segundo as normas do vocabulário oficial, a a) assinar / bocadinho / arredores.
separação silábica está corretamente efetuada em
b) residência / pingue-pongue / dicionário.
ambos os vocábulos das opções:
c) digno / decifrar / dissesse.
a) to-cas-sem, res-pon-dia
b) mer-ce-ná-ri-o, co-in-ci-di-am d) dizer / holandês / groenlandeses.
c) po-e-me-to, pré-dio e) futebolísticos / diligentes / comparecimento.
d) ru-i-vo, pe-rí-o-do
e) do-is, pau-sas 15. Verificamos a presença de um hiato em:
a) entendia.
8. Assinale a alternativa que não apresenta todas as b) trabalho.
palavras separadas corretamente. c) conjeturou.
a) de-se-nho, po-vo-ou, fan-ta-si-a, mi-lhões d) mais.
b) di-á-rio, a-dul-tos, can-tos, pla-ne-ta e) saguão.
c) per-so-na-gens, po-lí-cia, ma-gia, i-ni-ci-ou
d) con-se-guir, di-nhei-ro, en-con-trei, ar-gu-men-tou 16. A alternativa que apresenta certa dificuldade de
e) pais, li-ga-ção, a-pre-sen-ta-do, au-tên-ti-co distinção entre ditongo crescente e hiato é:
a) pai-saúde-mau-juízo.
9. Dadas as palavras: Sub-ter-râ-neo / su-bes-ti-mar b) Saara-preencher-cruel-doer.
/ trans-tor-no, constatamos que a separação silábica c) faísca-degrau-chapéu-vôo.
está correta: d) piada-miolo-poente-miudeza.
a) apenas n 1;
e) frear-foi-saída-rei.
b) apenas n 2;
c) apenas n 1 e 2;
d) em todas as palavras
e) n. d. a.

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LÍNGUA PORTUGUESA

17. A alternativa que apresenta uma incorreção é: 23. Só não existe hiato em:
a) “chapéu” possui um dígrafo e um ditongo a) atoleiros.
decrescente. b) miaram.
b) “guerreiro” possui dois dígrafos e um ditongo c) ruído.
decrescente. d) defendiam.
c) “mangueira” possui dois dígrafos e um ditongo e) haviam.
decrescente.
d) “enxagüei” possui dois dígrafos e um tritongo. 24. Indique a palavra que tem 5 fonemas:
e) “exato” não possui dígrafos e nem encontro vocálico. a) ficha.
b) molhado.
c) guerra.
18. A alternativa em que as letras sublinhadas d) fixo.
nas palavras constituem, respectivamente, dígrafo e e) hulha.
encontro consonantal é: 25. Assinale o vocábulo com ditongo nasal
a) exceção / étnico decrescente:
b) banho / desça a) quando.
c) seguir / nascimento b) zangou.
d) aquático / psicologia c) misteriosos.
e) occipital / represa d) vitória.
e) moravam.
19. Observe os encontros vocálicos e os dígrafos e
assinale a única afirmativa incorreta: 26. A palavra “charuto” apresenta:
a) na palavra cãibra ocorre um ditongo nasal a) um dígrafo e seis fonemas.
decrescente. b) um dígrafo e sete fonemas.
b) na palavra frequente ocorre um ditongo oral c) sete letras e sete fonemas.
crescente. d) sete letras e dois dígrafos.
c) na palavra radiouvinte ocorre um tritongo oral. e) sete letras e cinco fonemas.
d) na palavra pneumonia ocorrem um ditongo
decrescente e um hiato. 27. Marque o item que apresenta erro na divisão
e) na palavra zoologia ocorrem dois hiatos. silábica:
a) téc-ni-co
20. Observe os encontros vocálicos e os dígrafos e b) de-ce-pção
assinale a única afirmativa incorreta: c) ad-jun-to
a) a palavra discente tem dígrafo consonantal e um d) con-fec-ção
dígrafo vocálico. e) obs-tá-cu-lo
b) a palavra entranhas tem um dígrafo vocálico e um
dígrafo consonantal. (Exercícios retirados de http://www.mundovestibular.
c) a palavra também tem dois dígrafos vocálicos. com.br/articles/5965/1/Exercicios-de-Fonetica/
d) a palavra tranquilo tem um dígrafo vocálico e não Paacutegina1.html)
apresenta dígrafo consonantal.
e) a palavra borracha tem dois dígrafos consonantais.
GABARITO
21. O vocábulo cujo número de letras é igual ao
número de fonemas está em: 1 E 
a) sucedida. 2 B 
b) habitando. 3 A 
c) grandes. 4 C 
d) espinhos. 5 E 
e) ressoou. 6 C 
7 C 
22. A palavra que apresenta ditongo crescente é: 8 C 
a) acordou. 9D
b) teriam. 10 C 
c) noites. 11 C
d) jamais. 12 E
e) quando. 13 C
14 A
15 A
16 D

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LÍNGUA PORTUGUESA

17 D d) Hiatos: Ao contrário dos ditongos e tritongos,


18 A separam-se os hiatos, já que indicam pausa entre as vogais.
19 B Ex.: sa-ú-de, fi-el.
20 C
21 A e) Sílabas com os dígrafos rr, ss, sç, sc, xç: são
22 E separados. Ex.: car-ro, as-sa-do, ex-ce-ção.
23 A
24 D A TONICIDADE DAS SÍLABAS
25 E
26 A Quando pronunciamos uma palavra emitimos
27 B intensidade de entonação, principalmente quando o
vocábulo possui mais de uma sílaba. Certamente há
variação de tonicidade, ou seja, usamos mais força vocal
ESTUDO DA SÍLABA numa sílaba e menos em outra. Por isso mesmo se diz que
cada palavra possui uma sílaba mais forte, a qual chamamos
Quando entramos na escola e iniciamos os primeiros tônica e outras mais fracas, as átonas.
passos no aprendizado da escrita, temos acesso
primeiramente às vogais (a, e. i, o, u) e às consoantes (b, EMPREGO DAS INICIAIS MAIÚSCULAS E
c, d, f….). O segundo passo é unir essas letras entre si a fim MINÚSCULAS
de formar pequenas unidades sonoras, pois é a partir delas
que as palavras serão construídas. Chamamos de sílabas A linguagem oral e a escrita requerem algumas
esses grupos fonológicos (sons) que formam as palavras. habilidades diferentes. Há empregos que só utilizamos
na linguagem oral, como entonação e dramaticidade. A
Uma vez que as palavras são verdadeiros organismos escrita também possui suas particularidades, tal como o
complexos no tocante a sua formação, há diversas formas emprego das iniciais maiúsculas e minúsculas, isso porque
de construção de uma sílaba. Vejamos sua classificação: muitas vezes é através da letra que indicamos informações
simples, como início de frase, nome de pessoas, etc…
a) Monossílabas: palavras que possuem uma única Vejamos então algumas regras:
sílaba. Ex.: mãe, meu, mar, céu.
Emprego de iniciais maiúsculas
b) Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas. Ex.:
casa, feijão, amor, leitão. a) Nomes próprios, tais como nomes de pessoas, de
lugares (topônimos), entidades mitológicas, designações
c) Trissílabas: palavras que possuem três sílabas. Ex.: políticas e religiosas, altos conceitos nacionalistas:
úmido, salvador, torneira.
Exemplos:
d) Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais Maria, Florianópolis, Apolo, Igreja Apostólica Romana,
sílabas. Ex.: paralelepípedo, antropomorfismo. Partido dos Trabalhadores, Nação, Brasil.

Algumas regras de separação silábica b) Início de frase, período, versos e citações diretas:
Exemplos:
Se sílaba é um grupo de letras que, juntas, “Minha terra tem palmeiras, 
constituirão uma unidade sonora, há modos dessas letras Onde canta o Sabiá; 
se unirem. Haverá sílabas com mais de uma vogal (ditongos As aves, que aqui gorjeiam, 
e tritongos), com dígrafos (ch, nh, lh, rr) e encontros Não gorjeiam como lá.
consonantais (ps, pn). Assim sendo devemos entender as Nosso céu tem mais estrelas, 
regras de separação silábica conforme as características de Nossas várzeas têm mais flores, 
cada unidade. Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores.” (Gonçalves Dias, “Canção
a) Sílabas com encontros vocálicos: Não se separam do Exílio”
ditongos e tritongos. Ex. Moi-ta, a-ve-ri-guou.
Já nos dizia Clarice Lispector: “Amar os outros é a única
b) Sílabas com dígrafos ch, lh, nh, gu, qu: dígrafos salvação individual que conheço: ninguém estará perdido
constituem um único fonema, por isso não devem ser se der amor e às vezes receber amor em troca.”
separados. Ex.: cha-ve, a-lho, que-rer.
Muitos se perguntam qual é o destino da vida. Mas tal
c) Encontros consonantais: quando iniciarem palavras pergunta nem Freud respondeu.
não podem ser separados. Ex.: psi-có-lo-go, pneu-má-ti-
co.

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Festas Religiosas, período histórico, data ou


acontecimento importantes: PONTUAÇÃO.
Exemplos:
Período Barroco, Festa de São João, Proclamação da
República, Dia dos Pais
d) Nos títulos de livros, jornais, produções artísticas, REGRAS DE PONTUAÇÃO
literárias e científicas:
Exemplos: Na língua falada, quando estamos conversando
Dom Casmurro, Monalisa, Folha de São Paulo, Til. com alguém, é comum utilizarmos pausas para marcar
e) Nome de vias e lugares públicos: a entonação do discurso. Respiramos, damos um ritmo
Exemplos: coerente na locução pois nenhum falante se comunica em
Rua Quinze de Novembro, Praça de República, Rua compasso acelerado. Entretanto, quando se faz a passagem
João Nilo Morfim da oralidade para a escrita há um problema essencial: como
f) Pronomes e expressões de tratamento marcar ritmos e pausas entre as frases se agora não temos
mais como instrumento a voz e o silêncio?
Exemplos:
Na língua escrita utilizamos os sinais de pontuação
Excelentíssimo Senhor, Vossa Senhoria
entre as orações como recurso para estabelecer pausas e
g) Siglas, símbolos e abreviaturas internacionais:
inflexões de voz na leitura.
ONU, PSDB, Sra.
Veja os exemplos abaixo:
a) Presenteei minha sobrinha, não meu filho,
h) Nomes de corpos celestes b) Presenteei, minha sobrinha não, meu filho.
Exemplos: As frases acima, ainda que possuam as mesmas
Marte, Plutão, Saturno palavras, mudam de sentido somente pelo uso das vírgulas.
i) Nomes de artes, ciências e disciplinas: Por isso, é muito importante sabermos utilizar os sinais de
Língua Portuguesa, Cubismo, Matemática, Dadaísmo pontuação para que não cometamos erros de ambiguidade
j) Nomes de agremiações, repartições, edifícios, ou duplo sentido.
estabelecimentos públicos e particulares:
Teatro Pedro Ivo, Ministério Público, Tribunal de Justiça 1. USO DA VÍRGULA

Emprego de iniciais minúsculas A vírgula é um sinal que indica pausa entre orações ou
palavras elencadas. Apresenta a seguintes funções:
a) nomes de dias e meses da semana
Exemplos: a) separar termos de mesma função sintática dentro
terça-feira, domingo, março, dezembro de uma oração:
b) palavras compostas, mesmo as formadas com nome Assim que cheguei, comi, bebi o vinho, dormi um
próprio pouco.
Exemplos:
joão-de-barro, pé de moleque b) Separar um aposto:
c) No meio de nome de obras: Maria, irmã de João, viajou ao Canadá.
Exemplos:
O retrato de um artista quando jovem; Memórias c) Isolar um vocativo:
Póstumas de Brás Cubas Maria, entre agora!
d) Palavras que designam nacionalidade ou origem:
d) Para marcar elipse verbal:
Exemplos:
João comprou duas camisas, eu, três.
catarinense, libanês, franco-alemão, paulista
e) substantivos comuns que acompanham nomes
e) Para indicar expressões explicativas:
próprios: oceano Atlântico, planeta Terra Algumas pessoas estão ficando misantropas, ou seja,
f) Alguns sinais de pontuação, com os dois pontos isolando-se em si mesmas.
Exemplos:
Só desejo uma coisa: que você seja feliz. f) Para separar topônimos frente a datas e
endereços:
Florianópolis, 25 de maio de 2017.

g) Para separar orações coordenadas sem conjunção


ou simplesmente palavras:
Ontem comprei roupas, sapatos, brincos e uma bolsa.
Eu viajei, dormi, descansei.

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LÍNGUA PORTUGUESA

h) isolar orações subordinadas adjetivas explicativas: 4) PONTO DE EXCLAMAÇÃO:


João, que esteve aqui ontem, é irmão de Pedro. Utilizado em interjeições ou frases de grande
expressividade:
IMPORTANTE! NÃO SE USA VÍRGULA NOS Olá!
SEGUINTES CASOS: Como você está linda!
Socorro!
a) Entre o sujeito e o verbo de uma oração: Podemos utilizar mais de um ponto de exclamação
João, comprou um carro. (INCORRETO) para realçar emoção ou surpresa:
João comprou um carro. (CORRETO) Amo tanto a vida!!!!
Além do mais, utiliza-se após sinal de interrogação
b) Entre o verbo e seus complementos: para marcar expressividade ou surpresa em uma pergunta:
João comprou, um carro. (INCORRETO) Por que você é tão difícil?!
João comprou um carro. (CORRETO)
5) PONTO FINAL
c) Entre o complemento nominal e o nome Pode-se afirmar que o ponto final é uma pausa
completado, ou entre satélites do substantivo (numeral, mais prolongada, que encerra uma relação lógica entre
pronome, adjetivo e artigo): elementos numa frase. Utilizamos nos seguintes casos:
Tenho medo, de altura. (INCORRETO).
Tenho medo de altura (CORRETO) a) encerrar definitivamente um enunciado:
Meus três, lindos, carros foram fotografados pela Muitas pessoas amam; outras odeiam, entretanto, isso
revista (INCORRETO) faz parte da natureza humana.
Meus três lindos carros foram fotografados pela revista.
(CORRETO) b) separar parágrafos:
A crise financeira brasileira parece não ter data para
d) Antes de etc… acabar. No entanto, muitos brasileiros estão fazendo das
próprias dificuldades ferramenta para mudar de vida.
A expressão etc é uma abreviatura de um termo em
O segredo dos dias de hoje é a audácia: feliz daquele
latim et cetera, que significa e outras coisas. Já que está
que arrisca mais.
aglutinado a conjunção e não se utiliza vírgula.
Vi filmes franceses, persas etc…
6) PONTO DE INTERROGAÇÃO
O ponto de interrogação possui uma função específica:
2) PONTO E VÍRGULA marcar mudança de entonação de voz frente a uma
A função básica deste sinal é separar termos pergunta. Usamos em perguntas diretas:
enumerados: Ex.:
Ex.: Afinal, como você conseguiu chegar até aqui?
Alguns pontos básicos da pesquisa é: Além desse comum uso, também se costuma utilizar
- conceito de sujeito grego; para marcar surpresa ou indignação:
- humanismo renascentista; Como assim?
- o drama barroco; O quê? Você não fez a prova?
- cidadão pós-revolução francesa.
7) RETICÊNCIAS
Outra função é separar orações de sentido oposto ou São usadas para marcar retirada de um trecho ou
num período em que as orações coordenadas já tiverem mesmo para dar ideia de continuidade:
exigido vírgula: Segundo Foucault: “a liberdade é um sintoma moderno,
Alguns homens são bons; outros, maus. (SENTIDO quiçá um conceito, além de mecanismo ideológico….”
OPOSTO) Vimos muitas coisas no museu: esculturas, pinturas,
Muitos estudantes aprendem, leem, estudam; às vezes instalações…
também cansam.
8) ASPAS
3) DOIS PONTOS: Utiliza-se para indicar fala de alguém, expressões
Utilizamos dois pontos: estrangeiras, conceitos e ironia:
Ex.:
a) quando apresentamos uma citação ou fala: E nos perguntou Freud: “O que quer uma mulher?”
Como diria Hamlet: “Ser ou não ser, eis a questão”. (fala de alguém)
A expressão “soledad” é um termo espanhol e indica a
b) quando se apresenta expressão enumerativa: ideia de solidão. (expressão estrangeira)
Desejo os seguintes itens: macarrão, ovos, queijo e Ainda não entendi o conceito de “devir” de Deleuze.
carne. (conceito)
Dizem que ele é um moço “bem-educado”. (ironia)
c) para completar aposto resumitivo:
Comer, rezar, amar: todos esses verbos me apetecem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

9) PARÊNTESES 3. Assinale o exemplo em que há emprego incorreto


Sua função básica é inserir uma explicação de algum da vírgula:
termo enunciado anteriormente: a) como está chovendo, transferi o passeio;
Ex.:Ainda que todos saibam o conceito de “devir” b) não sabia, por que todos lhe viravam o rosto;
(transformação, mudança, vir-a-ser), poucos aplicam na c) ele, caso queira, poderá vir hoje;
vida prática. d) não sabia, por que não estudou;
e) o livro, comprei-o por conselho do professor.
10) TRAVESSÃO 4. Assinale o trecho sem erro de pontuação:
Comumente vemos o travessão para indicar diálogos a) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos
em um texto: informe a situação econômica da firma em questão;
Ex.: b) cientificamo-lo de que na marcha do processo de
- Você não me ama? restituição de suas contribuições, verificou-se a ausência
- Sim, amo mais que tudo. da declaração de beneficiários;
Mas também é usado após a fala para introduzir c) o Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de
comentário do narrador. V.Sa. o preenchimento da declaração;
Ex.: d) encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento,
- Você não me ama? - perguntou Maria, insegura. o formulário em anexo;
e) estamos remetendo em anexo, o formulário.
- Sim, mais que tudo. - respondeu João tranquilamente.
5. Assinale as frases em que as vírgulas estão incorretas:
Também é usado com a mesma função da vírgula ou a) ora ríamos, ora chorávamos;
parênteses: b) amigos sinceros, já não os tinha;
Machado é o maior escritor realista – já nos diziam c) a parede da casa, era branquinha branquinha;
nossos professores. d) Paulo, diga-me o que sabe a respeito do caso;
e) João, o advogado, comprou, ontem, uma casa.
(Exercícios retirados de http://www.portuguesconcurso.
EXERCÍCIOS com/2009/07/pontuacao-exercicios.html)

1. Assinale a opção em que a supressão das vírgulas GABARITO:


alteraria o sentido do anunciado:
a) os países menos desenvolvidos vêm buscando, 1. B
ultimamente, soluções para seus problemas no acervo 2. C
cultural dos mais avançados; 3. D
b) alguns pesquisadores,que se encontram 4. D
comprometidos com as culturas dos países avançados, 5. C
acabam se tornando menos criativos;
c) torna-se, portanto, imperativa uma revisão modelo
presente do processo de desenvolvimento tecnológico;
d) a atividade científica, nos países desenvolvidos, é tão CLASSES E EMPREGO DE PALAVRAS.
natural quanto qualquer outra atividade econômica; MORFOLOGIA.
e) por duas razões diferentes podem surgir, da VOZES DO VERBO.
interação de uma comunidade com outra, mecanismos de EMPREGO DE TEMPO E MODO VERBAIS.
dependência.

2. Assinale a opção em que está corretamente indicada


a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
lacunas da frase abaixo:
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas Um tema fundamental na gramática diz respeito à estrutura
devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica das palavras. Podemos imaginar que uma palavra é um termo
que o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que indivisível, mas estamos enganados. Tal como uma célula, um
possa ter. vocábulo é o resultado de uma construção e organização de
a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula componentes, ordenados de maneira lógica. Chamamos de
b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; estrutura o modo de organização de uma palavra. Tal como
c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; uma casa, o vocábulo possui uma sustentação, a qual carrega
d) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; sua força significativa e outros componentes secundários, com
e) ponto e vírgula, vírgula, vírgula. informações acessórias. Vejamos:

Cas-a
Cas-eiro
Cas-amento

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LÍNGUA PORTUGUESA

Livr-o c) Vogal temática: Ainda que um radical isolado possa


Livr-aria constituir uma palavra (no caso de flor, por exemplo), na maior
Livr-eiro parte das vezes ele necessita de um elemento que o complete. Essa
é a função da vogal temática, morfema que se junta ao radical a
Gat-a fim de completá-lo e receber outros morfemos, se necessário.
Alun-a Livro
Casa
Gat-o-s Estante
Alun-o-s Porta
Revista
Nos exemplos acima percebemos que as palavras
possuem elementos que se repetem entre si, seja no núcleo No tocante aos verbos, a vogal temática completa o radical
significativo (cas/ livr) ou em informações de gênero (a/o) e informa a conjugação verbal:
e número (s). Isso nos indica que uma palavra é formada a Cant-a-r (verbo de 1º conjugação)
partir de elementos com funções específicas e que surgem Vend-e-r (verbo de 2º conjugação)
em outros vocábulos com a mesma função. Chamamos Part-i-r (verbo de 3º conjugação)
de morfemas essas unidades mínimas significativas Chamamos de tema a união do radical com a vogal
responsáveis pela formação de uma palavra. temática.
Importante!
Vejamos a lista de morfemas: A vogal temática não tem como função apresentar
informação de gênero, isso será tarefa das desinências
a) Raiz: é o morfema originário e contém o sentido nominais, como veremos a seguir.
básico de uma palavra. Podemos dizer que está na raiz o
princípio histórico de uma palavra, que ao longo do tempo d) Desinências: são os morfemas responsáveis pelas
foi modificada pelos usos do homem.
flexões em uma palavra. Dividem-se em:
Um exemplo disso é a palavra MAGRO. Sua raiz
*Desinências nominais: de gênero e número
significativa não está explícita no vocábulo, já que este vem
do Latim MACER (Com pouca gordura).
Masculino/Singular Feminino/Plural
Importante destacar que começa na raiz a viagem
Desinência
histórica de uma palavra, cujo fim justamente desemboca o a
em sua estrutura atual. No caso do exemplo acima, se a de Gênero
raiz de Magro é MACER, ao longo dos anos sua forma foi Desinência
modificando até chegar no modo atual. Agora não está / S
de Número
mais visível a raiz da palavra, já que esta se transformou no
radical MAGR, núcleo significativo da palavra. Ex.:
b) Radical: Consiste no núcleo significativo de uma palavra, Menina
responsável justamente por sua significação. Devido a essa Aluno
função, o radical de um vocábulo dá origem a muitos outros, Verdades
criando o que chamamos de grupo semântico. Vejamos:
Flor * Desinências verbais: responsáveis pelas flexões de
Florista tempo e modo; número e pessoa.
Floricultura
Floreio - Desinência modo-temporal: indica o modo e o
tempo do verbo.
Percebemos rapidamente a repetição de um termo em Ex.:
todas as palavras e é justamente assim que identificamos
a) cantaria: desinência de futuro do pretérito do
um radical, através do reconhecimento da unidade mínima
indicativo
formadora de várias palavras:
Pedra b) cantasse: desinência de pretérito imperfeito do
Pedreiro subjuntivo
Pedregulho c) cantará: desinência de futuro do presente do
Pedrinha indicativo

Imagine se para cada ser referido nas expressões acima - Desinência número-pessoal: indica o número e a
precisássemos criar uma palavra completamente distinta pessoa do verbo.
uma da outra? Jamais lembraríamos de tantos termos. Ex.:
Por isso é válido lembrar: a linguagem é um sistema a) cantas: desinência de 2º pessoa do singular
econômico de comunicação e, assim, reaproveita todos b) cantamos: desinência de 1º pessoa do plural
os seus elementos para “economizar” termos e facilitar c) cantais: desinência de 2º pessoa do plural.
a memorização através de um vocabulário prático.

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LÍNGUA PORTUGUESA

e) Vogal / Consoante de ligação: morfemas cuja função é facilitar a pronúncia de uma palavra (chamamos de motivos
eufônicos, “boa pronúncia”).
Vogal de ligação: Na união do tema com algum sufixo muitas vezes verificamos a presença de uma vogal de ligação.
Ex.; gasômetro, inseticida.
Consoante de ligação: cafeteira.

f) Afixos: são morfemas secundários que se acoplam ao radical a fim de formar palavras derivadas. Dividem-se em:
a) Prefixos: inseridos antes do radical. Ex.: Infeliz, Desfazer, recolocar
b) Sufixos: inseridos depois do radical. Ex.: Felizmente, Beleza, Insensatez.

FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Palavras existem para nomear os seres que povoam o mundo. Nesse sentido, sempre testemunhamos a formação
de novas palavras, já que de tempos em tempos surgem novos objetos e situações a serem definidas. Há dois processos
de formação das palavras: a derivação e a composição. O que difere essas duas formas é a presença de um único radical
(derivação) ou mais (composição).
Tipos de derivação: quando falamos em derivação estamos tratando de formação de palavras através do auxílio de um
afixo. Assim sendo, temos a derivação prefixal, sufixal, prefixal e sufixal e a parassintética.

1) Derivação prefixal: formação de palavra derivada a partir da inserção de um prefixo.

Ex.:

Feliz – Palavra Primitiva


Infeliz – Palavra Derivada

Leal- Palavra Primitiva


Desleal - Palavra Derivada

Moral – Palavra Primitiva


Amoral – Palavra Derivada

Fazer – Palavra Primitiva


Refazer – Palavra Derivada

Quadro de Prefixos

PREFIXOSGREGOS PREFIXOS LATINOS SIGNIFICADO EXEMPLOS


a, an des, in privação, negação anarquia, desleal, inativo
anti contra oposição, ação contrária antibiótico, contraditório
duplicidade, de um e outro
anfi ambi anfiteatro, ambivalente
lado, em torno
apo ab afastamento, separação apogeu, abstrair
di bi(s) duplicidade dissílabo, bicentenário
dia, meta trans movimento através diálogo, transfusão
e(n)(m) i(n)(m)(r) movimento para dentro encéfalo, induzir, irromper
movimento para dentro,
endo intra endovenoso, intracelular
posição interior
movimento para fora,
e(c)(x) e(s)(x) explícito, excesso, estendido
mudança de estado
epicentro, supervisor,
epi, super, hiper supra posição superior, excesso
supracitado
excelência, perfeição,
eu bene eufonia, benéfico
bondade

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LÍNGUA PORTUGUESA

hemi semi divisão em duas partes hemisfério, semiárido


hipo sub posição inferior hipotermia, subsolo
para ad proximidade, adjunção paralelo, adjunto
peri circum em torno de periférico, circunferência

2) Derivação Sufixal: formação de palavra derivada através da adição de um sufixo, ao fim do radical.

Ex.:

Feliz – Palavra Primitiva


Felizmente – Palavra Derivada

Real – Palavra Primitiva


Realeza – Palavra Derivada

Leal – Palavra Primitiva


Lealdade – Palavra Derivada

Vejamos algumas listas de sufixos

Sufixos – Aumentativo

Sufixo Exemplo
aça, -aço, uça ricaço, dentuça
-alha, -alhão Fornalha, grandalhão,
-anzil corpanzil
-ão, -eirão, Carrão, vozeirão
-aréu fogaréu

Sufixos – Diminutivos

Sufixo Exemplo
- ebre casebre
- ejo vilarejo
- acho riacho
- inho carrinho
- eta saleta

Sufixos – Profissão

Sufixo Exemplo
- ista pianista
- tor instrutor
- eiro porteiro
- ário bibliotecário
- dor vendedor

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LÍNGUA PORTUGUESA

3) Derivação Prefixal e sufixal: formação de palavra EXERCÍCIOS


derivada a partir do acréscimo de um prefixo e um sufixo.
Entretanto, se retirarmos um desses sufixos o vocábulo 1. (IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras
ainda terá sentido. se formam pelo mesmo processo:
Ex.: a) ajoelhar / antebraço / assinatura
Infelizmente – feliz / felizmente b) atraso / embarque / pesca
Deslealdade – Desleal / lealdade c) o jota / o sim / o tropeço
d) entrega / estupidez / sobreviver
4) Derivação Parassintética ou parassíntese: formação e) antepor / exportação / sanguessuga
de palavra derivada através da adição de um prefixo e um
sufixo simultaneamente. Neste caso, se retirarmos um dos 2. (BB) A palavra “aguardente” formou-se por:
afixos a palavra perderá sentido completo. a) hibridismo
Ex.: b) aglutinação
Entristecer c) justaposição
Desalmado d) parassíntese
d) parassíntese
Formação por composição
3. (AMAN) Que item contém somente palavras
Composição é o modo de formação de palavras a formadas por justaposição?
partir da união de dois ou mais radicais. Aqui a língua a) desagradável - complemente
trabalha com o sistema de reaproveitamento de material b) vaga-lume - pé-de-cabra
linguístico já existente para o processo de criação de novas c) encruzilhada - estremeceu
expressões. d) supersticiosa - valiosas
Há as seguintes formas de formação por composição: e) desatarraxou - estremeceu
justaposição, aglutinação, redução, hibridismo,
onomatopeia e estrangeirismo.
4. (UE-PR) “Sarampo” é:
Composição por Justaposição: unem-se dois ou mais
a) forma primitiva
radicais sem perda fonética ou gráfica das palavas primitivas.
b) formado por derivação parassintética
Ex.: girassol, guarda-chuva, passatempo, autoescola,
c) formado por derivação regressiva
segunda-feira, couve-flor.
d) formado por derivação imprópria
Composição por aglutinação: unem-se dois ou mais e) formado por onomatopeia
radicais, mas aqui há perda fonética ou gráfica das palavras
primitivas. 5. (EPCAR) Numere as palavras da primeira coluna
Ex.: aguardente (água ardente), fidalgo (filho de algo), conforme os processos de formação numerados à direita.
planalto (plano alto), embora (em bora hora). Em seguida, marque a alternativa que corresponde à
sequência numérica encontrada:
Composição por redução: referência a alguns termos a ( ) aguardente 1) justaposição
partir da forma reduzida de sua denominação. ( ) casamento 2) aglutinação
Ex.: auto (automóvel), micro (microcomputador), bici ( ) portuário 3) parassíntese
(bicicleta). ( ) pontapé 4) derivação sufixal
( ) os contras 5) derivação imprópria
Composição por hibridismo: composição de palavras ( ) submarino 6) derivação prefixal
através da junção de morfemas oriundos de línguas ( ) hipótese
diferentes. a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1
Ex.: automóvel = auto (grego) móvel (latim) b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6
c) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6
Composição por onomatopeia: criação de expressões d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6
que tentam reproduzir sons emitidos por objetos e animais. e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6
Ex.: tic-tac, miau, toc-toc.
Composição por estrangeirismo: inserção de palavras 6. (CESGRANRIO) Indique a palavra que foge ao
estrangeiras no vocabulário. processo de formação de chapechape:
Ex.: Shopping, abajour, soutien, delivery. a) zunzum
b) reco-reco
c) toque-toque
d) tlim-tlim
e) vivido

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LÍNGUA PORTUGUESA

7. (UF-MG) Em que alternativa a palavra sublinhada 14. (UF-MG) Em todas as frases, o termo grifado
resulta de derivação imprópria? exemplifica corretamente o processo de formação de
a) Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: palavras indicado, exceto em:
a votação. a) derivação parassintética - Onde se viu perversidade
b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto semelhante?
secreto ... Bobagens, bobagens! b) derivação prefixal - Não senhor, não procedi nem
c) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições percorri.
continuariam sendo uma farsa! c) derivação regressiva - Preciso falar-lhe amanhã, sem falta.
d) Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se d) derivação sufixal - As moças me achavam maçador,
entenderam. evidentemente.
e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva. e) derivação imprópria - Minava um apetite surdo pelo
jantar.
8. (AMAN) Assinale a série de palavras em que todas
são formadas por parassíntese: 15. (UF-MG) Em “O girassol da vida e o passatempo
a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer do tempo que passa não brincam nos lagos da lua”, há,
b) solução, passional, corrupção, visionário respectivamente:
c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente a) um elemento formado por aglutinação e outro por
d) biografia, macróbio, bibliografia, asteroide justaposição
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo b) um elemento formado por justaposição e outro por
aglutinação
9. (FFCL SANTO ANDRÉ) As palavras couve-flor, c) dois elementos formados por justaposição
planalto e aguardente são formadas por: d) dois elementos formados por aglutinação
a) derivação e) n.d.a
b) onomatopeia
c) hibridismo 16. (UF-SC) Aponte a alternativa cujas palavras
d) composição são respectivamente formadas por justaposição,
e) prefixação aglutinação e parassíntese:
a) varapau - girassol - enfaixar
10. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das b) pontapé - anoitecer - ajoelhar
palavras não é formada por prefixação: c) maldizer - petróleo - embora
a) readquirir, predestinado, propor d) vaivém - pontiagudo - enfurece
b) irregular, amoral, demover e) penugem - plenilúdio - despedaça
c) remeter, conter, antegozar
d) irrestrito, antípoda, prever 17. (UF SÃO CARLOS) Considerando-se os vocábulos
e) dever, deter, antever seguintes, assinalar a alternativa que indica os pares de
11. (LONDRINA-PR) A palavra resgate é formada derivação regressiva, derivação imprópria e derivação
por derivação: sufixal, precisamente nesta ordem:
a) prefixal embarque
b) sufixal histórico
c) regressiva cruzes!
d) parassintética porquê
e) imprópria fala
sombrio
12. (CESGRANRIO) Assinale a opção em que nem a) 2-5, 1-4, 3-6
todas as palavras são de um mesmo radical: b) 1-4, 2-5, 3-6
a) noite, anoitecer, noitada c) 1-5, 3-4, 2-6
b) luz, luzeiro, alumiar d) 2-3, 5-6, 1-4
c) incrível, crente, crer e) 3-6, 2-5, 1-4
d) festa, festeiro, festejar
e) riqueza, ricaço, enriquecer 18. (VUNESP) Em “... gordos irlandeses de rosto
vermelho...” e “... deixa entrever o princípio de
13. (SANTA CASA) Em qual dos exemplos abaixo uma tatuagem.”, os termos grifados são formados,
está presente um caso de derivação parassintética? respectivamente, a partir de processos de:
a) Lá vem ele, vitorioso do combate. a) derivação prefixal e derivação sufixal
b) Ora, vá plantar batatas! b) composição por aglutinação e derivação prefixal
c) Começou o ataque. c) derivação sufixal e composição por justaposição
d) Assustado, continuou a se distanciar do animal. d) derivação sufixal e derivação prefixal
e) Não vou mais me entristecer, vou é cantar. e) derivação parassintética e derivação sufixal

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LÍNGUA PORTUGUESA

19. (FURG-RS) A alternativa em que todas as palavras 25. (UF-PR) A formação do vocábulo sublinhado na
são formadas pelo mesmo processo de composição é: expressão “o canto das sereias” é:
a) passatempo - destemido - subnutrido a) composição por justaposição
b) pernilongo - pontiagudo - embora b) derivação regressiva
c) leiteiro - histórico - desgraçado c) derivação prefixal
d) cabisbaixo - pernalta - vaivém d) derivação sufixal
e) planalto - aguardente - passatempo e) palavra primitiva

20. (UNISINOS) O item em que a palavra não está 26. (ES-UBERLÂNDIA) Todos os verbos seguintes são
corretamente classificada quanto ao seu processo de formados por parassíntese (derivação parassintética),
formação é: exceto:
a) ataque - derivação regressiva a) endireitar
b) fornalha - derivação por sufixação b) atormentar
c) acorrentar - derivação parassintética c) enlouquecer
d) antebraço - derivação prefixal d) desvalorizar
e) casebre - derivação imprópria e) soterrar

21. (FUVEST) Nas palavras: atenuado, televisão, 27. (FUVEST) Assinalar a alternativa em que a
percurso temos, respectivamente, os seguintes primeira palavra apresenta sufixo formador de advérbio
processos de formação das palavras: e, a segunda, sufixo formador de substantivo:
a) parassíntese, hibridismo, prefixação a) perfeitamente varrendo
b) aglutinação, justaposição, sufixação b) provavelmente erro
c) sufixação, aglutinação, justaposição c) lentamente explicação
d) justaposição, prefixação, parassíntese d) atrevimento ignorância
e) hibridismo, parassíntese, hibridismo e) proveniente furtado

28. (FUVEST) As palavras adivinhar - adivinho e


22. (UF-UBERLÂNDIA) Em qual dos itens abaixo
adivinhação - têm a mesma raiz, por isso são cognatas.
está presente um caso de derivação parassintética:
Assinalar a alternativa em que não ocorrem três
a) operaçãozinha
cognatos:
b) conversinha
a) alguém - algo - algum
c) principalmente
b) ler, leitura - lição
d) assustadora c) ensinar - ensino, ensinamento
e) obrigadinho d) candura - cândido - incandescência
e) viver - vida - vidente
23. (OBJETIVO) “O embarque dos passageiros 29. (FCMSC-SP) As palavras expatriar, amoral,
será feito no aterro”. Os dois termos sublinhados aguardente, são formadas por:
representam, respectivamente, casos de: a) derivação parassintética, prefixal, composição por
a) palavra primitiva e palavra primitiva aglutinação
b) conversão e formação regressiva b) derivação sufixal, prefixal, composição por
c) formação regressiva e conversão aglutinação
d) derivação prefixal e palavra primitiva c) derivação prefixal, prefixal, composição por
e) formação regressiva e formação regressiva justaposição
d) derivação parassintética, sufixal, composição por
24. (UFF-RIO) O vocábulo catedral, do ponto de aglutinação
vista de sua formação é: e) derivação prefixal, prefixal, composição por
a) primitivo justaposição
b) composto por aglutinação
c) derivação sufixal 30. (MACK) As palavras entardecer, desprestígio e
d) parassintético oneroso, são formadas, respectivamente, por:
e) derivado regressivo de catedrático a) prefixação, sufixação e parassíntese
b) sufixação, prefixação e parassíntese
24. (PUC) Assinale a classificação errada do processo c) parassíntese, sufixação e prefixação
de formação indicado: d) sufixação, parassíntese e prefixação
a) o porquê - conversão ou derivação imprópria e) parassíntese, prefixação e sufixação
b) desleal - derivação prefixal
c) impedimento - derivação parassintética
d) anoitecer - derivação parassintética
e) borboleta - primitivo

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LÍNGUA PORTUGUESA

31. (FUVEST) Foram formadas pelo mesmo processo 37. (ETF-SP) Assinalar a alternativa em que as duas
as seguintes palavras: palavras são formadas por parassíntese:
a) vendavais, naufrágios, polêmicas a) indisciplinado - desperdiçar
b) descompõem, desempregados, desejava b) incineração - indescritível
c) estendendo, escritório, espírito c) despedaçar - compostagem
d) quietação, sabonete, nadador d) endeusado - envergonhar
e) religião, irmão, solidão e) descamisado - desonestidade

32. (TRE-ES) Quem possui inveja é: (Exercícios retirados de http://www.mundovestibular.


a) invejozo com.br/articles/6110/1/Exercicios-Processo-de-Formacao-
b) invejeiro das-Palavras/Paacutegina1.html)
c) invejado
d) invejoso GABARITO
e) invejador
1-B
33. (ETF-SP) Assinalar a alternativa que indique 2-B
corretamente o processo de formação das palavras 3-B
sem-terra, sertanista e desconhecido: 4-C
a) composição por justaposição, derivação por 5-E
sufixação, derivação por prefixação e sufixação 6-E
b) composição por aglutinação, derivação por sufixação 7-D
e derivação por parassíntese 8-A
c) composição por aglutinação, derivação por sufixação 9-D
e derivação por sufixação 10 - E
d) composição por justaposição, derivação por 11 - C
sufixação e composição por aglutinação 12 - B
e) composição por aglutinação, derivação por sufixação 13 - E
e derivação por prefixação 14 - A
15 - C
34. (FUVEST) Assinalar a alternativa que registra a 16 - D
palavra que tem o sufixo formador de advérbio: 17 - C
a) desesperança 18 - D
b) pessimismo 19 - B
c) empobrecimento 20 - E
d) extremamente 21 - A
e) sociedade 22 - D
23 - E
35. (CESGRANRIO) Os vocábulos aprimorar 24 - C
e encerrar classificam-se, quanto ao processo de 25 - B
formação de palavras, respectivamente, em: 26 - D
a) parassíntese - prefixação 27 - E
b) parassíntese - parassíntese 28 - C
c) prefixação - parassíntese 29 - A
d) sufixação - prefixação e sufixação 30 - E
e) prefixação e sufixação - prefixação 31 - D
32 - D
36. (PUC) Considerando o processo de formação 33 - A
de palavras, relacione a coluna da direita com a da 34 - D
esquerda: 35 - A
( 1 ) derivação imprópria ( ) desenredo 36 - B
( 2 ) prefixação ( ) narrador 37 - D
( 3 ) prefixação e sufixação ( ) infinitamente
( 4 ) sufixação ( ) o voar
( 5 ) composição por justaposição ( ) pão de mel CLASSES DE PLAVRAS
a) 3, 4, 2, 5, 1
b) 2, 4, 3, 1, 5 ADJETIVO
c) 4, 1, 5, 3, 2
d) 2, 4, 3, 5, 1 Na origem das palavras, pode-se dizer que o homem
e) 4, 1, 5, 2, 3 primeiramente sentiu a necessidade de nomear os objetos
a sua volta e suas próprias ações. Então surgiram os subs-

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LÍNGUA PORTUGUESA

tantivos e os verbos. Entretanto, os seres foram apresentando características diversas e, apesar de fazerem parte de um
mesmo grupo, eram diferentes porque possuíam qualidades diferentes. Por exemplo, há no grupo das flores: as belas e as
feias, as cheirosas, as vermelhas e as azuis. Como distingui-las? A partir dessa questão surgiram os adjetivos, essa classe
de palavras que tem como função qualificar os seres.
Adjetivos são as palavras que designam qualidades, provisórias ou permanentes, qualificando e particularizando os
seres. São satélites de um substantivo expresso ou subtendido, com o qual concordam em gênero e número.

Exemplos:
A casa está perfeita.
Os carros foram considerados adequados para a competição.
Aquela mulher é lindíssima.
Nos exemplos acima percebemos o adjetivo enquanto uma palavra referente ao substantivo, concordando com suas
variações de gênero (masculino e feminino / singular e plural).

Vejamos uma lista de adjetivos:

belo
feio
frio
quente
azul
verde
inteligente
ignorante
rápido
devagar
gracioso
desajeitado
mau
bom
triste
feliz

- Adjetivos Gentílicos:
Também chamados de adjetivos pátrios, os adjetivos gentílicos designam a origem de um indivíduo de acordo com seu
local de residência ou nascimento. Vejamos os adjetivos gentílicos referentes aos estados brasileiros:

Acre = acreano Manaus = manauense


Alagoas = alagoano Marajó = marajoara
Amapá = amapaense Maranhão = maranhense
Amazonas = amazonense ou baré Mato Grosso = mato-grossense
Aracaju = aracajuano ou aracajuense Mato Grosso do Sul = mato-grossense do sul
Bahia = baiano Natal = natalense ou papa-jerimum
Belém = belenense Niterói = niteroiense
Belo Horizonte = belo-horizontino Nova Iguaçu = iguaçuano
Boa Vista = boa-vistense Pará = paraense
Bragança = bragantino Paraíba = paraibano

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LÍNGUA PORTUGUESA

Brasil = brasileiro Paraná = paranaense


Brasília = brasiliense Pernambuco = pernambucano
Cabo Frio = cabo-friense Petrópolis = petropolitano
Campinas = campineiro ou campinense Piauí = piauiense
Campos = campista Porto Alegre = porto- alegrense
Campos do Jordão = jordanense Porto Velho = porto-velhense
Cananeia = cananeu Recife = recifense
Ceará = cearense Ribeirão Preto = riberopretano
Cuiabá = cuiabano Rio Branco = branquense
Dois Córregos ( SP ) = duocorreguense Rio de Janeiro ( cidade ) = carioca
Espírito Santo = espírito-santense ou capixaba Rio de Janeiro ( estado ) = fluminense
Fernando de Noronha = noronhense Rio Grande do Norte = rio-grandense do norte
Florianópolis = florianopolitano Rio Grande do Norte = potiguar
Fortaleza = fortalezense Rio Grande do Sul = gaúcho
Foz do Iguaçu = iguaçuense Rondônia = rondoniano ou rondoniense
Goiânia = goianiense Salvador = salvadorense ou soteropolitano
Goiás = goiano Santa Catarina = catarinense ou barriga verde
Guarulhos = guarulhense Santarém = santarense
Ilhéus = ilheense São Luís = são-luisense
Jabuticabal = jabuticabense São Paulo ( cidade ) = paulistano
Jacareí = jacariense São Paulo ( estado ) = paulista
Jaú = jauense São Vicente = vicentino
João Pessoa = pessoense Sergipe = sergipano
Juiz de Fora = forense Sertãozinho = sertanesino
Lajes = lajiano Teresina = teresinense
Leme = lemense Três Corações = tricordiano
Macapá = macapaense Vitória = vitoriense
Maceió = maceioense Xavantes = xavantino

(Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/portugues/adjetivos-gentilicos-e-patrios)

Classificação dos adjetivos


Antes de qualquer classificação gramatical, adjetivos possuem uma classificação semântica, ou seja, segundo sua ampli-
tude de qualificação de um ser. Por isso mesmo, eles se distinguem em:
a) adjetivos explicativos: apresentam característica intrínseca ao próprio ser.
Exemplo. Todo homem é mortal.
b) adjetivos restritivos: limitam as características do ser, exprimindo qualidades não essenciais.
Exemplo: Quando cheguei em casa a flor já estava murcha.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CLASSIFICAÇÕES MORFOLÓGICAS DO ADJETIVO

- I. SEGUNDO SUA ESTRUTURA


Quanto ao seu processo de formação, os adjetivos dividem-se em:

ADJETIVO SIMPLES Formado por um único radical Bonito, esperto, carioca, engraçado
ADJETIVO COMPOSTO Formado por mais de um radical Franco-brasileiro, verde-oliva, amarelo-canário
ADJETIVO PRIMITIVO O que dá origem a outros adjetivos Bela, bom, feliz
Derivados de substantivos, verbos ou de
ADJETIVO DERIVADO Inteligentíssimo, ciumenta, bondoso
outros adjetivos

II. QUANTO À SUA FLEXÃO

a) Gênero
Por ser palavra satélite do substantivo, o adjetivo varia seguindo as flexões apresentadas pelo nome. Nesse aspecto, os
adjetivos se dividem em:

- Biformes: apresentam flexão de gênero, variando em feminino e masculino

A bela moça.
O belo moço.

A tranquila professora.
O tranquilo professor.

- Uniformes: possuem uma única forma para o masculino e feminino.

A moça feliz.
O aluno feliz.

A competente funcionária.
O competente funcionário.
Caso o adjetivo seja composto, manterá seu caráter uniforme.
O problema político-social invade o Brasil.
A solução político-social é uma utopia.

b) Número: Os adjetivos apresentam variação de número seguindo as flexões numéricas dos substantivos.

O carro novo.
Os carros novos.
O homem feliz.
As mulheres felizes.
A boa mãe.
Os bons pais.

Entretanto, há palavras usadas como adjetivo que são originalmente substantivos. Vejamos o exemplo:
O vinho estava muito agradável. (vinho = substantivo)
Comprei um paletó vinho. (vinho =adjetivo)

Nesses casos, os adjetivos não sofrem flexão de número:

Paletó vinho.
Paletós vinho.

Tartaruga ninja
Tartarugas ninja.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Comício monstro. a) Grau superlativo relativo: é a realizada a caracterização


Comícios monstro. de um ser em maior ou menor grau que os demais seres.

Número dos adjetivos compostos: - Grau superlativo relativo de superioridade: utiliza-se a


expressão “o mais” (adjetivo).
Chamamos de adjetivos compostos aqueles formados Ex.: Catarina é a aluna mais aplicada da turma.
por mais de um radical, ligados normalmente por hífen. A re- Sérgio é o mais rápido na pista.
gra geral nos diz que devemos flexionar somente o segundo
vocábulo, deixando o primeiro no masculino e no singular. - Grau superlativo de inferioridade: utiliza-se a expres-
A clínica médico-veterinária. são “o menos” (adjetivo).
Os cidadãos franco-brasileiros. Ex.: O funcionário é o menos interessado da equipe.
Vivian é a professora menos irritada da escola.
No entanto, quando o segundo termo se tratar de um
substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto perma- b) Grau superlativo absoluto: qualifica um ou mais
necerá invariável. sere , entretanto, sem comparação, em grau muito elevado.
A parede verde-mar
As paredes verde-mar. - Grau superlativo absoluto analítico: a atribuição de
grau se dá através dessa soma: palavra intensificadora
IMPORTANTE! (muito, bastante…) + adjetivo.
Os adjetivos azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e Ex.: A comida está muito saborosa.
qualquer outro iniciado por “cor-de...” são sempre invariáveis. O clima está extremamente quente.
Já os adjetivos surdo-mudo e pele-vermelha terão am-
bos elementos flexionados. - Grau superlativo absoluto sintético: construído por
meio de uma única palavra cuja estrutura é a seguinte: Ad-
c) Grau jetivo + Sufixo (-íssimo, -imo, ílimo, -érrimo):
Além das variações de gênero e número, os adjetivos Ex.: João é divertido – João é divertidíssimo.
podem variar de grau, a fim de indicar a intensidade da Maria é elegante. - Maria é elegantérrima
qualidade referida. Há dois graus possíveis: o comparativo Quanto ao grau superlativo absoluto sintético, há o que
e o superlativo. chamamos de sintéticos eruditos, formas ligadas à raiz his-
tórica da palavra. Vejamos alguns:
Grau Comparativo:
No grau comparativo, uma mesma qualidade é atribuí- Adjetivo Superlativo absoluto sintético
da a mais de um ser ou quando mais de uma qualidade é acre acérrimo
destinada a um único ser.
São tão inteligente quanto você. - Grau comparativo agradável agradabilíssimo
de igualdade alto altíssimo, supremo ou sumo
Neste grau utilizamos termos como “quanto”, “como”,
“quão”. amável amabilíssimo
João é mais inteligente que José. - Grau comparativo amargo amaríssimo
de superioridade. amigo amicíssimo
Aqui são usadas as expressões “mais (adjetivo) que”/
“mais (adjetivo) do que”. antigo antiquíssimo
José é menos inteligente do que João. - Grau compa- áspero aspérrimo
rativo de inferioridade.
No grau comparativo de inferioridade são utilizadas as ex- atroz atrocíssimo
pressões “menos (adjetivo) que” / “menos (adjetivo) do que”. benéfico beneficentíssimo
benévolo benevolentíssimo
Atenção: há o chamado grau comparativo de supe-
rioridade irregular, o qual faz uso de formas sintéticas: bom boníssimo
- (mais grande) : maior – João é maior do que Pedro célebre celebérrimo
- (menos grande): menor – Pedro é menor que João
- (mais bom): melhor – A professora de Química é me- cruel crudelíssimo
lhor que a de Filosofia. difícil dificílimo
- (menos bom): pior – A professora de Filosofia é pior doce dulcíssimo ou docíssimo
do que a Química.
fácil facílimo
Grau superlativo feliz felicíssimo
No grau superlativo a qualidade atribuída a um ou mais
seres é realizada em escala bem mais elevada. humilde humílimo ou humildíssimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

Locução adjetiva de ilha insular


Chamamos de locução adjetiva o conjunto de duas ou
mais palavras que apresentam a função de adjetivo. de intestino celíaco ou entérico
de lago lacustre
Observe a lista abaixo:
de lebre leporino

Locução Adjetiva Adjetivo correspondente de lobo lupino

de abdômen abdominal de lua lunar ou selênico

de abelha apícola de madeira lígneo

De abutre vulturino de marfim ebóreo ou ebúrneo

de águia aquilino de pato anserino

de alma anímico de pombo columbino

De aluno Discente de prata argênteo ou argírico

De anjo Angelical de quadril ciático

De ano Anual de vaca vacum

De aranha Aracnídeo De baço Esplênico

De astro Sideral
de bispo episcopal EXERCÍCIOS
de boca bucal, oral 1. Assinale a alternativa em que o adjetivo que qualifi-
de bode hircino cao substantivo seja explicativo:
a) dia chuvoso;
de boi bovino
b) água morna;
de bronze brônzeo ou êneo c) moça bonita;
de cabra caprino d) fogo quente;
e) lua cheia.
de cão canino
de carneiro arietino 2. Assinale a alternativa que contém o grupo de adjetivos
gentílicos, relativos a “Japão”, “Três Corações” e “Moscou”:
de cavalo equino, cavalar ou hípico a) Oriental, Tricardíaco, Moscovita;
de chumbo plúmbeo b) Nipônico,Tricordiano, Soviético;
c) Japonês, Trêscoraçoense, Moscovita;
de chuva pluvial ou chuvoso
d) Nipônico, Tricordiano, Moscovita;
de cidade urbano e) Oriental, Tricardíaco, Soviético.
de cinza cinéreo
3. Ainda sobre os adjetivos gentílicos, diz-se que quem
de criança infantil ou pueril nasce em “Lima”, “Buenos Aires” e “Jerusalém” é:
de cobre cúprico a) Limalho-Portenho-Jerusalense;
b) Limenho-Bonaerense-Hierosolimita;
de coelho cunicular c) Límio-Portenho-Jerusalita;
de dedo digital d) Limenho-Bonaerense-Jerusalita;
e) Limeiro-Bonaerense-Judeu;
de diamante diamantino ou adamantino
de enxofre sulfúrico 4.No trecho “os jovens estão mais ágeis que seus pais”,
de esmeralda esmeraldino temos:
a) um superlativo relativo de superioridade;
de fábrica fabril b) um comparativo de superioridade;
de frente dianteiro c) um superlativo absoluto;
d) um comparativo de igualdade.
de fogo ígneo e) um superlativo analítico de ágil.
de gesso gípseo
de guerra bélico
de hoje hodierno

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LÍNGUA PORTUGUESA

5. Relacione a 1ª coluna à 2ª: (Exercícios retirados de http://www.portuguesconcurso.


1 - água de chuva ( ) Fluvial com/2009/07/adjetivos-exercicios-com-gabarito.html)
2 - olho de gato ( ) Angelical
3 - água de rio ( ) Felino
4 - Cara-de-anjo ( ) Pluvial GABARITO

Assim temos: 1. D
a) 1 – 4 – 2 – 3; 2. D
b) 3 – 2 – 1 – 4; 3. B
c) 3 – 1 – 2 – 4; 4. B
d) 3 – 4 – 2 – 1; 5. D
e) 4 – 3 – 1 – 2. 6. A
7. C
6. Nas orações “Esse livro é melhor que aquele” e “Este 8. A
livro é mais lindo que aquele”, Há os graus comparativos: 9. B
a) de superioridade, respectivamente sintético e analítico; 10. E
b) de superioridade, ambos analíticos;
c) de superioridade, ambos sintéticos;
ADVÉRBIOS
d) relativos;
e) superlativos.
Leia as frases abaixo:
a) João cantou na festa.
7. Selecione a alternativa que completa corretamente as
b) João cantou muito bem na festa.
lacunas da frase apresentada:
“Os acidentados foram encaminhados a diferentes clíni-
cas ____________________” . Percebemos que ainda que se trate da mesma infor-
a) médicas-cirúrgicas; mação (João cantou em uma festa), no segundo exemplo
b) médica-cirúrgicas; os termos destacados apresentam uma circunstância que
c) médico-cirúrgicas; modifica o modo do verbo. Além de cantar, João cantou
d) médicos-cirúrgicas; muito bem.
e) médica-cirúrgicos. Há outras formas desse processo, vejamos:
Ontem recebi flores de meu amado.
8. Sabe-se que a posição do adjetivo, em relação ao Aqui também há uma modificação de circunstância
substantivo, pode ou não mudar o sentido do enunciado. referente ao verbo “receber”. Através da palavra “ontem”,
Assim, nas frases “Ele é um homem pobre” e “Ele é um po- temporalizamos a ação, inserindo-a em um determinado
bre homem”. contexto. Justamente essa é a função da classe gramatical
a) 1ª fala de um sem recursos materiais; a 2ª fala de um chamada advérbios.
homem infeliz;
b) a 1ª fala de um homem infeliz; a 2ª fala de um ho- Advérbios são palavras invariáveis que modificam e
mem sem recursos materiais; inserem circunstância aos verbos, adjetivos e a outros
c) em ambos os casos, o homem é apenas infeliz, sem advérbios.
fazer referência a questões materiais; Quando falamos em circunstância tratamos dos dife-
d) em ambos os casos o homem é apenas desprovido rentes contextos em que se pode modificar um verbo, um
de recursos; adjetivo ou outro advérbio. Por isso o advérbio possui uma
e) o homem é infeliz e desprovido de recursos mate- extensa classificação.
riais, em ambas.
9.O item em que a locução adjetiva não corresponde ao CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS:
adjetivo dado é:
a) hibernal - de inverno; a) Advérbios de modo: modo de ação do verbo – bem,
b) filatélico - de folhas; mal, melhor, pior, depressa, devagar, rapidamente e todos
c) discente - de alunos; os adjetivos femininos terminados em -mente.
d) docente - de professor; O carro corria depressa.
e) onírico - de sonho. Joana estava mal na festa.
Por que Maria anda tão devagar?
10. Assinale a alternativa em que todos os adjetivos têm O aluno leu lindamente o poema.
uma só forma para os dois gêneros:
a) andaluz, hindu, comum; b) Advérbios de lugar: localizam a ação do verbo –
b) europeu, cortês, feliz; aqui, lá, acolá, longe, fora, dentro, perto, acima, abaixo.
c) fofo, incolor, cru; Aqui neva muito.
d) superior, agrícola, namorador;
e) exemplar, fácil, simples.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

A professora mora longe da escola. EXERCÍCIOS


Você vive perto de seus familiares?
1. (ITA-2003) A questão a seguir refere-se ao texto
c) Advérbios de intensidade: intensificam ou minimi- abaixo.
zam a ação do verbo, do adjetivo ou outro advérbio – muito, (…) As angústias dos brasileiros em relação ao portu-
pouco, menos, mais, bastante, tão, todo, completamente. guês são de duas ordens. Para uma parte da população,
Maria é a mais bela da sala. a que não teve acesso a uma boa escola e, mesmo assim,
Trabalhei muito no fim de semana. conseguiu galgar posições, o problema é sobretudo com
Cantou muito bem na festa. a gramática. É esse o público que consome avidamente
os fascículos e livros do professor Pasquale, em que as re-
d) Advérbios de afirmação: confirmam a ação do ver- gras básicas do idioma são apresentadas de forma clara e
bo – sim, positivamente, certamente, efetivamente. bem-humorada. Para o segmento que teve oportunidade
Certamente farei a avaliação. de estudar em bons colégios, aprincipaldificuldade é com
Sim, amo muito você. clareza. É para satisfazer a essa demanda que um novo tipo
de profissional surgiu: o professor de português especiali-
e) Advérbios de negação: negam a ação do verbo – zado em adestrar funcionários de empresas. Antigamente,
nunca, não, jamais, nada os cursos dados no escritório eram de gramática básica e
O funcionário não concluiu o relatório. se destinavam principalmente a secretárias. De uns tempos
Nunca o deixarei. para cá, eles passaram a atender primordialmente gente de
nível superior. Em geral, os professores que atuam em fir-
f) Advérbios de dúvida: não confirmam ação do verbo mas são acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho espo-
– talvez, possivelmente. radicamente para ganhar um dinheiro extra. “É fascinante,
Talvez viaje nas férias. porque deixamos de viver a teoria para enfrentar a língua
Possivelmente ela virá nos visitar. do mundo real”, diz Antônio Suárez Abreu, livre-docente
pela Universidade de São Paulo (…)
g) Advérbios de tempo: temporalizam a ação do ver- (JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão.
bo – agora, cedo, já, tarde, depois, antes, sempre, ontem, Veja, 7/11/2001, n. 1725)
hoje, amanhã.
Amanhã voltarei ao trabalho. O adjetivo “principal” (em a principal dificuldade é com
Acordei cedo neste fim de semana, clareza) permite inferir que a clareza é apenas um elemento
dentro de um conjunto de dificuldades, talvez o mais significa-
h) Advérbios interrogativos: inserem perguntas cujas tivo. Semelhante inferência pode ser realizada pelos advérbios:
respostas serão advérbios – onde (lugar), como (modo), a) avidamente, principalmente, primordialmente.
por que (causa), quando (tempo). b) sobretudo, avidamente, principalmente.
Onde você mora? c) avidamente, antigamente, principalmente.
Quando você vem me visitar? d) sobretudo, principalmente, primordialmente.
e) principalmente, primordialmente, esporadicamente.
LOCUÇÃO ADVERBIAL
2. Observe as palavras:
Já que o advérbio é a classe que insere circunstância a I. Hoje.
um verbo, haverá situações que outras classes exercerão a II. Aqui.
III. Rapidamente.
mesma função, geralmente através da construção preposi-
IV. Bastante.
ção + substantivo.
V. Com certeza.
Chamamos de locução de adverbial o conjunto de pala-
Classificam-se, respectivamente, como:
vras que exercem a mesma função semântica de um advér-
a) advérbios de tempo, lugar, modo, intensidade e afir-
bio. Vejamos alguns exemplos:
mação.
a) Tempo: à noite, à tarde, às vezes, de dia, de manhã,
b) advérbios de modo, tempo, intensidade, afirmação
de vem em quando, em breve. e negação.
b) Lugar: à direita, à esquerda, ao lado, de cima, de c) advérbios de dúvida, tempo, lugar, modo e intensidade.
fora, de dentro, embaixo, em cima. d) advérbios de tempo, lugar, modo, afirmação e dúvida.
c) Modo: às pressas, à vontade, às claras, em geral, em e) advérbios de dúvida, afirmação, lugar, modo e inten-
silêncio, em vão. sidade.
d) Afirmação: Com certeza, de fato, na verdade, sem
dúvida.
e) Negação: De modo algum, de forma alguma, de ma-
neira nenhuma.

32
LÍNGUA PORTUGUESA

3. Entende-se por advérbio: Dentre essa regra dos lugares e nomes próprios, há al-
a) Unidade que significa ação ou processo, podendo ex- guns que atraem e outros que repelem o artigo.
pressar o modo, o tempo, a pessoa e o número.
b) Expressão modificadora do verbo, denota uma cir- Nomes de lugares que repelem artigo definido: Por-
cunstância de lugar, tempo, modo, intensidade, condição, tugal, Roma, Atenas, Curitiba, São Paulo, Paris
entre outras, e desempenha, sintaticamente, a função de
adjunto adverbial. b) Também utiliza-se o artigo definido frente a no-
c) Classe de palavras responsável por delimitar ou qua- mes de cidades, quando qualificadas:
lificar o substantivo. A mágica Páris ainda encanta a muitos.
d) Classe que designa os nomes dos objetos, pode ser A histórica Roma possui ainda seus enigmas.
dividida em próprios e comuns.
e) Palavra anteposta aos substantivos com reduzido va- c) Após a expressão “ambos”: Ambas as alunas foram
lor semântico. advertidas na escola.
Foram entrevistados ambos os políticos.
(Exercícios retirados de http://exercicios.mundoeduca-
cao.bol.uol.com.br/exercicios-gramatica/exercicios-sobre- c) Determinando numeral na construção formada
-adverbio.htm) por TODO + Numeral + Substantivo: Todas as quinze
alunas foram ouvidas.
GABARITO
d) Após os pronomes TODO/TODA, a fim de indicar
1d totalidade: Toda a cidade será reconstruída.
2a Vale destacar que sem esse artigo o mesmo pronome
3b denota “qualquer um”. Ex.: Todo homem é mortal.
Também é utilizado o artigo definido nas seguintes si-
ARTIGO tuações:

Chamamos de artigo as palavras que se antepõem ao e) Frente as estações do ano: A primavera está quase
substantivo, indicando seu gênero e número, além de de- chegando. Ele não gosta do Outono.
terminá-lo ou generalizá-lo. São classificados em defini-
dos e indefinidos: f) Antecedendo o adjetivo no grau superlativo rela-
tivo: João comprou os mais belos livros para Maria.
a) Artigos definidos: o, a, os, as. Possuem a função de
satélite do substantivo, determinando-o e inserindo-o num g) Em frente a palavra “outro”, determinando-o:
contexto já conhecido pelo leitor ou ouvinte, indicado fa- João tem duas alunas: Maria e Lúcia. Maria é aplicada e a
miliaridade. outra nem tanto.
Exemplos:
A discussão a respeito do cenário político atual ainda h) Com expressões de medida: A maçã custa cinco
persiste. reais o quilo.
O funcionário da empresa foi contratado para sanar a
crise. Não utilizamos o artigo definido nos seguintes con-
Nos exemplos acima, além de informar o gênero (fe- textos:
minino/masculino) e número (singular/plural), o artigo de-
termina o nome, pressupondo um conhecimento anterior. a) antes de meses do ano:
Março chegou com muita chuva.
b) Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas. Denotam
serem indefinidos, não identificáveis através do discurso. b) antes de pronomes de tratamento iniciados por
Além do mais, uma das funções desse tipo de artigo é in- pronomes possessivos
serir o substantivo como um simples representante de de- Vossa Senhoria não entendeu a questão.
terminado grupo:
Uma mulher foi encontrada dentro de um trem aban- c) antes de expressões que indicam matéria de es-
donado. tudo:
Contratou-se mais um funcionário na empresa. Vou estudar Matemática para a avaliação.
Já nas frases acima, apesar das informações de gênero e
número, o artigo não denota familiaridade do substantivo Importante!
acompanhado, inserindo-o numa relação de indistinção. Em algumas construções o uso do artigo definido é
facultativo, tais como em:
Utilizamos o artigo definido nas seguintes situações:
a) Com nomes próprios ligados a lugares: O Brasil é * Antes dos pronomes possessivos seu, sua: O seu
um país lindo. carro foi consertado.
A Bahia é minha terra natal. A sua sala está linda!
Atenção!

33
LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de nomes próprios de pessoas: Maria saiu / 2. (Uberlândia) Em uma destas frases, o artigo defi-
A Maria saiu. nido está empregado erradamente. Em qual? a) A velha
Vale ressaltar que neste caso, o artigo definido denota Roma está sendo modernizada.
familiaridade com a pessoa mencionada. b) A “Paraíba” é uma bela fragata.
c) Não reconheço agora a Lisboa de meu tempo.
Formas combinadas do artigo definido d) O gato escaldado tem medo de água fria.
É possível um artigo contrair-se a uma preposição, e) O Havre é um porto de muito movimento.
quando ocupa função de complemento ou adjunto:
(Exercícios retirados de https://cursinhodapoliusp.files.
Artigo wordpress.com/2012/05/lista-de-exercc3adcios-pron-art-
-e-num.pdf)
Preposições o a os aas
a ao às aos às GABARITO
de do das dos das
1-b
em no na nos nas 2-d
pe-
por pelo pela pelas SUBSTANTIVO
los
Substantivos são as palavras que dão nomes aos se-
USO DOS ARTIGOS INDEFINIDOS
res, sentimentos, lugares, qualidades, lugares etc…Devido
Neste caso, é sempre usado para marcar aproximação,
a essa função de nomeação, afirma-se que os substantivos
sem informação exata, tal como em:
são núcleo de um sintagma nominal, cujos satélites são os
a) aproximação numérica: Devo ter economizado uns
adjetivos, artigos, numerais e pronomes. Ou seja, o subs-
cinquenta reais.
tantivo determina a variação de gênero e número dessas
b) indicando pares de objetos: Comprei umas botas
outras classes gramaticais:
confortáveis.
Ex. [A minha bela filha] foi promovida. - (como o subs-
c) referir-se ao autor no lugar da obra: Meu sonho é tantivo está no singular, as outras classes que o circundam
ver um Picasso de perto. também estão.
d) em comparações: João é um Lord. [As minhas belas filhas] foram promovidas. (aqui as
classes satélites concordam em gênero e número com o
Formas combinadas do artigo indefinido substantivo).
O artigo indefinido por unir-se às preposições em e de. Chamamos a parte entre colchetes de sintagma nomi-
Vejamos: nal, uma vez que é o nome (o substantivo) o núcleo com a
informação semântica predominante.
num numa nuns numas Os substantivos são uma classe variável em gênero,
número e grau.
dum duma duns dumas
1) Tipos de Substantivos
Além do mais, o artigo tem função substantivadora, ou Por ser uma classe tão ampla, divide-se os substantivos
seja, transforma em substantivo qualquer classe gramatical em: comum, próprio, simples, composto, primitivo, deriva-
que anteceder. do, concreto, abstrato e coletivo.
Ele quer viver. (verbo)
Eu não sei o que é o viver (substantivo). a) Substantivo Comum: designam os seres integrantes
da mesma espécie de modo genérico.
Ex.: gente, trabalhador, aluno, funcionário, pedra.
EXERCÍCIOS
b) Substantivo Próprio: iniciados por letra maiúscu-
1. (ITA) Determine o caso em que o artigo tem valor la, são os substantivos que particularizam os seres de uma
qualificativo: mesma espécie.
a) Estes são os candidatos que lhe falei. Ex.: Paulo, Brasil, Jorge Amado, Vidas Secas.
b) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
c) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho. c) Substantivo simples: aquele que possui um único
d) Os problemas que o afligem não me deixam descui- radical.
dado. Ex.: chuva, guarda, moleque, cabeça
e) Muito é a procura; pouca é a oferta.
d) Substantivo composto: o substantivo que possui
mais de um radical, formado por duas ou mais palavras.
Ex.: guarda-chuva, quebra-cabeça, guarda-roupa.

34
LÍNGUA PORTUGUESA

e) Substantivo primitivo: aquele que não deriva de Tropa: grupo de soldados


outras palavras, mas que pode dar origem a outras. Turma: grupo de alunos de uma mesma classe
Ex.: pedra, flor, casa, mesa.
2) Gênero dos substantivos
e) Substantivo derivado: substantivos que derivam de Os substantivos variam de gênero (masculino e femini-
outras palavras. no) e podem ser:
Ex.: pedreiro (pedra), floricultura (flor), casamento
(casa). a) biformes: apresentam duas formas, uma para o
masculino e outra para o feminino.
f) Substantivo concreto: designa seres com existência Ex.: menino/menina, garoto/garota, aluno/aluna, pro-
concreta, independente, real. fessor/professora.
Ex.: casa, martelo, cadeira, cavalo.
b) uniformes: apenas uma forma especifica os dois gê-
g) Substantivo abstrato: substantivo que nomeia sen- neros. Os substantivos uniformes podem ser:
timentos, ações, emoções, qualidades. Esse tipo de subs- - epicenos: denomina animais e determina um único
tantivo depende de “alguém” que os sinta ou possua para gênero.
existir, não podem existir de maneira independente. Ex.: borboleta, barata, cobra-macho, cobra-fêmea.
Ex.: amor, ódio, saudade, alegria, beleza, amizade,
beijo. - comum de dois gêneros: palavra invariável cujo gêne-
ro é indicado através da presença do artigo que o antecede.
Obs.: Palavras como “fada”, “Deus’, “anjo” são substanti- Ex.: o repórter/a repórter, o pianista/a pianista, o jorna-
vos concretos, pois não se tratam de sentimentos abstratos. lista/a jornalista.
h) Substantivo coletivo: aquele que designa um con- - sobrecomuns: apresenta um único gênero, mas se re-
junto de seres. fere ao masculino e ao feminino.
Assembleia: grupo de pessoas Ex.: testemunha, verdugo, algoz, criança.
Banca: grupo de examinadores
Banda: grupo de instrumentistas Importante: substantivos de gênero incerto
Bando: grupo de desordeiros
Batalhão: grupo de soldados Alguns substantivos mudam de significado frente o ar-
Caravana: grupo de viajantes tigo que o antecede. Além disso, são comuns alguns erros
Cavalgada: grupo de cavaleiros no tocante à indicação de gênero de determinados nomes.
Comunidade: grupo de cidadãos Vejamos:
CorjaouCholdra: grupo de malandros
Chusma: grupo de gente Substantivos de gênero masculino
Concílio: grupo de bispos
Conclave: grupo de cardeais reunidos para eleger o O dó,
papa
O herpes,
Congresso: grupo de parlamentares
Corpo docente: grupo de professores O eclipse,
Elenco: grupo de atores, artistas O pernoite,
Exército: grupo de soldados O champanha,
Falange: grupo de soldados ou anjos O proclama
Família: grupo dos parentes O grama (peso)
Farândola: grupo de mendigos O cabeça (chefe)
Horda: grupo de bandidos invasores O capital (dinheiro)
Junta: grupo de médicos, credores, examinadores O cólera (raiva)
Júri: grupo de jurados
Legião: grupo de soldados, anjos ou demônios Substantivos do gênero feminino
Malta: grupo de malfeitores
Multidão: grupo grande de pessoas A cal,
Orquestra: grupo de instrumentistas A libido,
Plateia: grupo de espectadores A faringe,
Plêiade: grupo de artistas correlacionados A pane,
PopulaçãoouPovo: grupo de pessoas de uma determi- A grama (capim)
nada região
A cabeça (parte da cabeça)
Prelatura: grupo de bispos
A capital (centro administrativo)
Prole: grupo de filhos
Quadrilha: grupo de bandidos ou grupo de dança cole- A cólera (doença)
tiva das festas juninas
Tertúlia: grupo de parentes ou amigos 3) Número dos substantivos
Time: grupo de jogadores Os substantivos variam de número (singular e plural) e
Tripulação: grupo de marinheiros ou aviadores apresentam as seguintes regras de flexão:

35
LÍNGUA PORTUGUESA

a) regra geral: acrescenta-se “s” ao fim da palavra. g) Substantivos terminados em -ão:


Ex.: casa/casas, aluno/alunos, gato/gatos. - Em sua grande maioria se substitui “ão” por “ões”:
Ex.: Ladrão – ladrões
b) substantivos terminados em -m: substitui-se tal Vilão – vilões
letra por “-ns” Eleição – eleições
Ex.: Álbum – álbuns Verão – verões
Personagem – personagens Lição – lições
Som – sons Missão – missões

c) substantivos terminados em -r, -z e -n: acrescen- - Poucas palavras substituem “ão” por “ães”:
ta-se “es”: Ex.: Alemão – alemães
Ex.:Cartaz – cartazes Capitão – capitães
Algoz – algozes Charlatão – charlatães
Caráter – caracteres Capelão – capelães
Feitor – feitores Catalão – catalães
Abdômen – Abdômenes - Todas as paroxítonas e algumas oxítonas acrescentam
apenas o “s”:
d) substantivos terminados em – l: Ex.:Acórdão – Acórdãos
Substantivos terminados em -al, -el, -ol, ul – substitui-se Cidadão – cidadãos
o “l”, por “is”: Cortesão – cortesãos
Ex.: Anzol – anzóis Benção – bençãos
Capinzal – capinzais Órfão – órfãos
Móvel - móveis Órgão – órgãos
Tribunal – tribunais Sótão – sótãos
Substantivos oxítonos terminados em -il: substitui-se o
“l” por “s”: h) Substantivos compostos separados por hífen :
Ex.: Fuzil – fuzis - palavra variável + palavra variável: ambos vão para o
Barril – barris plural.
Funil – funis Ex.: guarda-florestal – guardas-florestais
Civil – civis couve-flor – couves-flores
Canil – canis segunda-feira – segundas-feiras
mão-boba – mãos-bobas
Substantivos paroxítonos terminados por – il: substitui-
-se “il” por “eis”:
- Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo: apenas
Ex.: Ágil – ágeis
a segunda palavra vai para o plural.
Difícil – difíceis
Fóssil – fósseis
Projétil – projéteis Ex.: Guarda-chuva – guarda-chuvas
Sempre-viva – sempre-vivas
e) Substantivos terminados em -s: Beija-flor – beija-flores
- Quando oxítonos formam plural com o acréscimo de “es”:
Ex.:Ananás – ananases - Palavras repetidas ou onomatopaicas: apenas o se-
Revés – reveses gundo elemento vai para o plural.
Revés – reveses Ex.: Teco-teco – teco-tecos
Pingue-pongue – pingue-pongues
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos são invariáveis:
Ex.: Lápis - Palavras unidas por preposição: apenas o primeiro
Ônibus elemento vai para o plural.
Pires Ex.: Estrela-do-mar – estrelas-do-mar
Atlas - Substantivo + elemento especificador: chamamos de
elemento especificador o substantivo que denota a função
f) Alteração de vogal tônica: alguns substantivos alte- específica do primeiro do substantivo do. Aqui apenas o
ram o timbre quando flexionados no plural. primeiro elemento vai para o plural:
Ex.: Esforço – EsfOrços Ex.: Caneta-tinteiro – canetas-tinteiro
Jogos – JOgos Navio-escola – navios-escola
Imposto – ImpOstos Pombo-correio- pombos-correio.
Reforço – RefOrços
Tijolo – TijOlos

36
LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS d) O cabeça = o chefe;


A cabeça = parte do corpo;
1. Numa das seguintes frases, há uma flexão de plural
grafada erradamente: e) A cura = o médico.
a) os escrivães serão beneficiados por esta lei. O cura = ato de curar.
b) o número mais importante é o dos anõezinhos.
c) faltam os hifens nesta relação de palavras. 7. Marque a alternativa em que haja somente substan-
d) Fulano e Beltrano são dois grandes caráteres. tivos sobrecomuns:
e) os répteis são animais ovíparos. a) pianista – estudante – criança;
b) dentista – borboleta – comentarista;
2. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da c) crocodilo – sabiá – testemunha;
mesma forma que “balão” e “caneta-tinteiro”: d) vítima – cadáver – testemunha;
a) vulcão, abaixo-assinado; e) criança – desportista – cônjuge.
b) irmão, salário-família;
c) questão, manga-rosa; 8. Aponte a seqüência de substantivos que, sendo ori-
d) bênção, papel-moeda; ginalmente diminutivos ou aumentativos, perderam essa
e) razão, guarda-chuva. acepção e se constituem em formas normais, independen-
tes do termo derivante:
3. Assinale a alternativa em que está correta a formação a) pratinho – papelinho – livreco – barraca;
do plural: b) tampinha – cigarrilha – estantezinha – elefantão;
a) cadáver – cadáveis; c) cartão – flautim – lingüeta – cavalete;
b) gavião – gaviães; d) chapelão – bocarra – cidrinho – portão;
c) fuzil – fuzíveis; e) palhacinho – narigão – beiçola – boquinha.
9. Dados os substantivos “caroço”, “imposto”, “coco”
d) mal – maus;
e “ovo”, conclui-se que, indo para o plural a vogal tônica
e) atlas – os atlas.
soará aberta em:
a) apenas na palavra nº 1;
4. Indique a alternativa em que todos os substantivos b) apenas na palavra nº 2;
são abstratos: c) apenas na palavra nº 3;
a) tempo – angústia – saudade – ausência – esperança– d) em todas as palavras;
imagem; e) N.D.A.
b) angústia – sorriso – luz – ausência – esperança –ini-
mizade; 10. Marque a alternativa que apresenta os femininos de
c) inimigo – luz – esperança – espaço – tempo; “Monge”, “Duque”, “Papa” e “Profeta”:
d) angústia – saudade – ausência – esperança – inimizade; a) monja – duqueza – papisa – profetisa;
e) espaço – olhos – luz – lábios – ausência – esperança. b) freira – duqueza – papiza – profetisa;
c) freira – duquesa – papisa – profetisa;
5. Assinale a alternativa em que todos os substantivos d) monja – duquesa – papiza – profetiza;
e) monja – duquesa – papisa – profetisa.
são masculinos:
a) enigma – idioma – cal; (Exercícios retirados de http://www.portuguesconcurso.
b) pianista – presidente – planta; com/2009/07/substantivo-exercicios-com-gabarito.html)
c) champanha – dó(pena) – telefonema;
d) estudante – cal – alface;
e) edema – diabete – alface. GABARITO

6. Sabendo-se que há substantivos que no masculino 1. D


têm um significado; e no feminino têm outro, diferente. 2. C
Marque a alternativa em que há um substantivo que não 3. E
corresponde ao seu significado: 4. D
5. C
a) O capital = dinheiro; 6. E
7. D
A capital = cidade principal;
8. C
9. E
b) O grama = unidade de medida; 10. E
A grama = vegetação rasteira;

c) O rádio = aparelho transmissor;


A rádio = estação geradora;

37
LÍNGUA PORTUGUESA

GRAU DOS SUBSTANTIVOS – AUMENTATIVO E DI- Sufixo Exemplos


MINUTIVO
ilha cartilha
Substantivos são palavras que nomeiam os seres. E inho carrinho
como estes são múltiplos, com características diversas, o
substantivo precisa ser uma classe variável, alternando sua eto libreto
forma conforme gênero e número. E uma vez que os seres eta saleta
também possuem tamanhos distintos, uma variante possí-
vel do substantivo é o grau, podendo ser aumentativo ou ebre casebre
diminutivo. acho riacho
Há duas formas de realizar o grau aumentativo e o di-
minutivo: através do processo sintético (unindo ao radical ote filhote
da palavra um sufixo correspondente ao aumentativo ou im espadachim
diminutivo) e o analítico (a partir da união de um adjetivo
ejo lugarejo
que denota aumento ou diminuição). Vejamos:
Grau normal: casa eco, eca Jornaleco, soneca
Grau analítico aumentativo: casa grande
Grau analítico diminutivo: casa pequena No grau analítico diminutivo dispomos dos seguintes
Grau sintético aumentativo: casarão adjetivos:
Grau sintético diminutivo: casinha pequeno
reduzido
Quando tratamos do grau sintético aumentativo, al- minúsculo
guns sufixos são usados para essa função: pequenino
miúdo
Sufixo Exemplos
aça barcaça EXERCÍCIOS
alha muralha
1. Assinale a alternativa em que o substantivo em
alhão grandalhão
destaque está flexionado no grau aumentativo ou di-
ão carrão minutivo.
zarrão homenzarrão a) O médico disse-me que o problema era ocoração.
b) Atendi o vendedor noportão.
eirão vozeirão c) Oriachoé límpido.
uça dentuça d) Oferrãodo marimbondo é sua defesa.
e) Muitascartilhasescolares foram encontradas no lixo.
aréu povaréu
2. O plural diminutivo de “mulher” e “cão” é:
astro poetastro a) mulherzinhas e cãozinhos.
alhaz facalhaz b) mulherezinhas , cãezinhos.
c) mulherezinhas e cãosinhos.
aço filmaço d) mulheresinhas e cãezinhos.
orra cabeçorra e) mulhersinhas e cãesinhos.

No tocante ao grau analítico aumentativo, é função de (Exercícios retirados de http://saladelinguaportuguesa-


alguns adjetivos dar ideia de aumento: blog.blogspot.com.br/2014/05/exercicios-sobre-substanti-
grande vo-com.html)
imenso
enorme
GABARITO
gigante
gigantesco 1–C
descomunal 2-B
grandíssimo
colossal

Já no grau diminutivo sintético, temos os seguintes su-


fixos:

38
LÍNGUA PORTUGUESA

INTERJEIÇÃO

A linguagem é um sistema de comunicação. E quando nos comunicamos com o outro, muitas vezes as palavras e seus
significados são insuficientes, no tocante à expressão das emoções. Aí surgem as interjeições, palavras invariáveis que não
constituem parte essencial numa frase, mas têm como função exprimir sentimentos, emoções, reações do falante. Geral-
mente estão em frases exclamativas.

Exemplos:
Ah! Uh-uh! Ui! (encontros vocálicos)
Nossa! Jesus! (palavras)
Meu pai amado! Que pena! (locuções interjetivas= conjunto de palavras com função de interjeição)

Classificação das interjeições e locuções interjetivas

a) De alegria: Viva! Opa!


b) De advertência: Atenção! Cuidado!
c) De estímulo: Força! Ânimo!
e) De surpresa: Caramba! Vixe!
f) De dor: Ai! Ui!
g) De alívio: Ufa!
h) De desejo: Tomara! Oxalá!
i) De medo: Credo! Cruzes!
j) De concordância: Claro! Tá!
k) De desaprovação: Francamente! Xi!
l) De cumprimento: Alô!Olá!
m) De socorro: Socorro! Ajuda!
n) De afastamento: Sai! Xô!

NUMERAL

Numeral é a classe gramatical que indica a quantidade de seres, assim como seu ordenamento em uma determinada
série. É considerado um satélite do substantivo dentro de um sintagma nominal já que determina o número dos nomes e
sua ordem em um enunciado. Veja os exemplos:
a) Encontrei dois gatos no acampamento.
b) É para ingerir um terço da medicação.
c) Joana ficou em terceiro lugar no concurso.
Classificação dos numerais

Os numerais são classificados em cardinais, ordinais, multiplicativos, fracionários e coletivos.

a) Numerais cardinais: apresentam a quantidade dos seres em geral.


Ex.: um, dois, três, dez, vinte, cem, mil.

b) Numerais ordinais: indicam a ordem, posição de determinado ser.


Ex.: primeiro, segundo, terceiro, quinto, décimo, vigésimo.

c) Numerais multiplicativos: determinam a quantidade de vezes que um elemento foi multiplicado, fazendo referência
a um aumento proporcional desse elemento.
Ex.: triplo, quádruplo, cêntuplo.

d) Numerais fracionários: indicam a segmentação, divisão de um elemento através de frações.


Ex.: um terço, um quinto, dois terços, dois vinte avos.

e) Numerais coletivos: referem-se, no singular, a um conjunto de seres, apresentando um número exato dos mesmos.
Ex.: uma dúzia, uma dezena, um cento.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Veja o quadro explicativo:

Números Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários Coletivos


1 um primeiro
duo, dueto,
2 dois segundo duplo ou dobro meio ou metade
dupla
3 três terceiro triplo ou tríplice terço trio
4 quatro quarto quádruplo quarto quarteto
5 cinco quinto quíntuplo quinto quinteto
6 seis sexto sêxtuplo sexto sexteto
7 sete sétimo séptuplo sétimo
8 oito oitavo óctuplo oitavo
9 nove nono nónuplo nono novena
dezena, déca-
10 dez décimo décuplo décimo
da
undécimo ou décimo undécimo ou onze
11 onze undécuplo
primeiro avos
duodécimo ou décimo duodécimo ou
12 doze duodécuplo dúzia
segundo doze avos
13 treze décimo terceiro treze avos
14 catorze décimo quarto catorze avos
15 quinze décimo quinto quinze avos
dezesseis
16 décimo sexto dezesseis avos
(dezasseis)
dezessete
17 décimo sétimo dezassete avos
(dezessete)
18 dezoito décimo oitavo dezoito avos
dezenove
19 décimo nono dezenove avos
(dezanove)
20 vinte vigésimo vinte avos
21 vinte e um vigésimo primeiro vinte e um avos
30 trinta trigésimo trinta avos
40 quarenta quadragésimo quarenta avos
50 cinquenta quinquagésimo cinquenta avos
60 sessenta sexagésimo sessenta avos
70 setenta septuagésimo setenta avos
80 oitenta octogésimo oitenta avos
90 noventa nonagésimo noventa avos
100 cem centésimo cêntuplo centésimo centena, cento
200 duzentos ducentésimo duzentos avos
300 trezentos tricentésimo trezentos avos
400 quatrocentos quadrigentésimo quatrocentos avos
500 quinhentos quingentésimo quinhentos avos
600 seiscentos seiscentésimo seiscentos avos

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Números Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários Coletivos


700 setecentos septigentésimo setecentos avos
800 oitocentos octigentésimo oitocentos avos
900 novecentos nongentésimo novecentos avos
1 000 mil milésimo milésimo milhar
10 000 dez mil dez milésimos dez mil avos
100 000 cem mil cem milésimos cem mil avos
1 000 000 um milhão milionésimo milionésimo
um bilhão
1 000 000 000 bilhonésimo bilhonésimo
(mil milhões)
1 000 000 000 um trilhão trilhonésimo (bilioné- trilionésimo (bilio-
000 (um bilhão) simo) nésimo)

Flexão dos numerais

Por ser uma classe gramatical do substantivo, o numeral pode apresentar variação de gênero e número, a fim de esta-
belecer concordância.

a) Variação dos numerais cardinais: os cardinais apresentam pouca variação de gênero, limitando-se aos seguintes
casos: um, uma, dois, duas, e centenas a partir de duzentos, duzentas, trezentos, trezentas etc… Quanto à variação de nú-
mero, verificamos os casos de milhão, milhões, bilhão, bilhões, trilhão, trilhões.

b) Variação dos numerais ordinais: apresentam variação de gênero e número. Ex.: primeiro, primeira, primeiros, pri-
meiras, segundo, segunda, segundos, segundas…

c) Variação dos numerais multiplicativos: são invariáveis quando não se tratar de adjetivos, qualificando um subs-
tantivo.
Ex.: João tem o duplo do salário de Maria. (numeral invariável)
Maria tem dupla função na empresa. (adjetivo variável).

d) Variação dos numerais fracionários: podem apresentar variação de gênero e número, variação esta condicionada
pelo cardinal que anteceder o fracionário.
Ex.: Comprei um quarto do terreno.
Comprei dois quartos do lote.

Foi vendido um terço do prédio.


Foi vendida uma terça parte da empresa.

e) Variação dos numerais coletivos: variam apenas em número. Ex.: uma dúzia, duas dúzias, um cento, dois centos.

EXERCÍCIOS

1) Identifique se o termo destacado é numeral ou artigo indefinido.


a) Você só tem uma vida. Cuide bem dela.
b) Ele não fala uma palavra de chinês!
c) Aqueles invasores podem representar uma ameaça para os índios.
d) A decomposição desse material pode demorar um século.

2) Alguns substantivos ou adjetivos podem ser empregados para indicar quantidades numéricas. Identifique essas pa-
lavras em cada texto e escreva seu significado.
a) Após uma década de perseguição, Maomé e seus seguidores migraram para Medina, a cerca de 300 quilômetros
de Meca. O profeta veio a governar a cidade e, vários anos depois, ele e um pequeno exército de fiéis retornaram a Meca.
(National Geographic)

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) Há pouco mais de um século, os imigrantes trou- confissões e declarações possam ser consideradas “Verda-
xeram agitação para a cidade de São Paulo. Sua grande de “ pelo cientista. Isso leva a uma situação paradoxal: uma
riqueza é a sua diversidade cultural, constituída de mais de pessoa que devota todo seu esforço a objetivos materiais
70 grupos étnicos e nacionais. (Folha de S. Paulo) se tornará, do ponto de vista social, alguém extremamente
c) Numa vaquejada que houve na fazenda vieram todos individualista, que, a princípio, só tem fé em seu próprio
os vaqueiros daquelas bandas. Meu pai matou meia dúzia julgamento, e em nada mais. É possível afirmar que o indi-
de vacas e abriu pipas de vinho branco para quem quisesse vidualismo intelectual e a sede de conhecimento científico
beber. Nunca se tinha dado festa igual.(Graciliano Ramos) apareceram simultaneamente na história e permaneceram
d) A educação indígena diferenciada e bilíngue no Acre inseparáveis desde então. “
(Einstein, in: “O Pensamento Vivo de Einstein”, p. 13
ainda tem um longo caminho a percorrer. A maior parte
e 14, 5a. edição, Martin Claret Editores)
dos professores só leciona do 1º ao 5º ano, mas já há um
grupo ensinando do 6º ao 9º ano.(O Estado de S. Paulo) Observe:
e) Durante o Festival Toonik Tyme, os inuits, habitantes
do ártico canadense, revivem seus costumes milenares. I. “Essa atitude de certo modo religiosa de ‘um’ homem
engajado no trabalho...”
3) (UFPI)Aponte a alternativa em que os numerais estão II. “Pedro comprou ‘um’ jornal”
bem empregados. III. “Maria mora no apartamento ‘um’.”
a) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro. IV. “Quantos namorados você tem?” ‘Um’.
b) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo.
c) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo pri- A palavra “um” nas frases acima é, no plano morfológi-
meiro. co, respectivamente:
d)Antes do artigo dez vem o artigo nono. a) artigo indefinido em I e numeral em II, III e IV.
e) O artigo vigésimo segundo foi revogado. b) artigo indefinido em I e II e numeral em III e IV.
c) artigo indefinido em I e III e numeral em II e IV.
4) (Unitau) d) artigo indefinido em I, II, III e IV.
“Vivemos numa época de tamanha insegurança externa e) artigo indefinido em III e IV e numeral em I e II.
e interna, e de tamanha carência de objetivos firmes, que
(Exercícios retirados de http://tudodeconcursosevesti-
a simples confissão de nossas convicções pode ser impor- bulares.blogspot.com.br/2013/01/numeral-classificacao-e-
tante, mesmo que essas convicções, como todo julgamen- -flexao.html)
to de valor, não possam ser provadas por deduções lógicas.
Surge imediatamente a pergunta: podemos considerar GABARITO
a busca da verdade - ou, para dizer mais modestamente,
nossos esforços para compreender o universo cognoscí- 1 -Numeral, Artigo, Artigo, Numeral
vel através do pensamento lógico construtivo - como um 2. década(dez anos), século(cem anos), meia dúzia(seis),
objeto autônomo de nosso trabalho? Ou nossa busca da bilíngue( duas línguas), milenares(mil anos).
verdade deve ser subordinada a algum outro objetivo, 3-D
de caráter prático, por exemplo? Essa questão não pode 4-B
ser resolvida em bases lógicas. A decisão, contudo, terá
considerável influência sobre nosso pensamento e nosso
julgamento moral, desde que se origine numa convicção PREPOSIÇÃO
profunda e inabalável Permitam-me fazer uma confissão:
para mim, o esforço no sentido de obter maior percepção Preposição é a classe invariável cuja função é ligar dois
e compreensão é um dos objetivos independentes sem os termos entre si, subordinando um ao outro, criando uma
relação de sentido.
quais nenhum ser pensante é capaz de adotar uma atitude
Chamamos de regente o termo que antecede a prepo-
consciente e positiva ante a vida.
sição e regido o que a sucede
Na própria essência de nosso esforço para compreen-
der o fato de, por um lado, tentar englobar a grande e Ex.:
complexa variedade das experiências humanas, e de, por 1) Esta é uma casa de barro.
outro lado, procurar a simplicidade e a economia nas hipó- Termo regente: casa
teses básicas. A crença de que esses dois objetivos podem Termo regido: barro
existir paralelamente é, devido ao estágio primitivo de nos-
so conhecimento científico, uma questão de fé. Sem essa fé 2) Voltou para casa a pé
eu não poderia ter uma convicção firme e inabalável acerca Termo regente: casa
do valor independente do conhecimento. Termo regido: pé
Essa atitude de certo modo religiosa de um homem Podemos perceber nos exemplos acima que, além de
engajado no trabalho científico tem influência sobre toda unir dois termos entre si, as preposições “de” e “a” também
sua personalidade. Além do conhecimento proveniente da criam uma relação de sentido entre as palavras interliga-
experiência acumulada, e além das regras do pensamento das. No primeiro, “de barro” informa o material do qual é
lógico, não existe, em princípio, nenhuma autoridade cujas feita a casa e, no segundo, o instrumento da caminhada.

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LÍNGUA PORTUGUESA

As preposições são dividades em essenciais e acidentais. Preposição antecedendo o sujeito do verbo


As preposições essenciais (aquelas que somente funcio- Não é correto realizar a contração da preposição “de”
nam como preposição) são: com o artigo que determina o sujeito de um verbo:
A – ante – até- após- com- contra- de- desde – em – Está na hora de a menina começar a estudar (e não “da
entre – para – perante - - por – sem – sob – sobre - trás menina começar a estudar”)

Já as acidentais consistem em palavras advindas de ou- Valores semânticos da preposição


tras classes gramaticais que podem atuar como preposições:
Como – conforme – consoante – exceto – mediante –
salvo – segundo – senão
Lugar Está em Brasília
Origem Veio do Sul
EMPREGO DAS PREPOSIÇÕES Causa Morreu de fome
Considerando que as preposições unem termos entre Assunto O livro é sobre política
si, criando uma relação de sentido, elas podem se unir a Meio Veio de avião
outras classes gramaticais, tais como artigo e pronome, a
fim de promover esse elo significativo. Neste caso, haverá Posse O livro é do João
os processos que chamamos de contração e combinação. Matéria A mesa é de madeira

Combinação Companhia Vim com Pedro


Chamamos de combinação a união da preposição a ou- Ausência Estou sem ânimo
tra classe gramatical, sem perda fonética ou estrutural. Ou
Modo Fique à vontade
seja, a união mantém a estrutura das duas classes unidas.
Tempo Dias após dia
Preposição Classe gramatical Combinação Instrumento Cortou a linha com a tesoura
a O (artigo) ao Especialidade Ela é formada em Medicina
a Os (artigo) aos Oposição Ele é contra a reforma
a Onde (pronome) aonde Finalidade O livro é para educar-se

Contração Locução Prepositiva


Aqui a união da preposição com outra classe gramatical É a união de duas ou mais palavras com a função de
garante perda fonética e transformação da estrutura das preposição.
classes unidas.
A despeito de
Preposição Classe Gramatical Contração
A fim de
a a à
Através de
de o do
Perto de
de a da
Ao encontro de
por a pela
Antes de
por o pelo
Acerca de
em aquele naquele
Embaixo de
em aquela naquela
Em cima de
de entre dentre
De acordo com
de um dum
de uma duma
em um num
em uma numa
em o no
em a na

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LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS d) “Trancava-me no quarto fugindo do aperreio, matan-


do-as com jornais.”
01. Indique a alternativa correta quanto ao valor se- e) “Andavam por cima do papel estendido com outras
mântico das preposições nas frases abaixo. já pregadas no breu.”
a) Morreu de pneumonia. (doença)
b) Falava de política. (modo) (Exercícios retirados de http://www.gramaticaparacon-
c) Morava numa casa de madeira. (matéria) cursos.com/2014/05/preposicoes-exercicios.html)
d) Veio de ônibus. (companhia)
e) Ele chegou de Lisboa. (nacionalidade) GABARITO

02. (Ufac) “O que desejava... Ah! Esquecia-se. Agora 1–c


se descordava da viagem que tinha feito pelo sertão, a 2–a
cair de fome.”(Graciliano Ramos). A alternativa em que a 3–e
preposiçãodeexpressa a mesma ideia que possui em “...a 4–e
cairdefome” é: 5–b
a) De tanto gritar, sua voz ficou rouca. 6–c
b) De grão em grão, a galinha enche o papo.
c) De noite todos os gatos são pardos. VERBO
d) Chegaram cedo de Cruzeiro do Sul.
e) Trazia no bolso uma caneta de prata. Verbo é a classe gramatical que indica ações, estados,
emoções e fenômenos climáticos.
03. (Fameca-SP) As relações expressas pelas prepo-
sições estão corretas na sequência: Ex.:
I. Saí com ela. a) O médico operou o doente. (ação)
II. Ficaram sem um tostão. b) Rodrigo está doente. (estado)
III. Esconderam o lápis de Maria. c) Maria permanece chorosa. (estado, emoção)
IV. Ela prefere viajar de navio. d) Chove muito em Brasília. (fenômeno climático)
V. Estudou para passar.
a) falta; companhia; posse; meio; fim 1) As flexões do verbo
b) companhia; falta; posse; fim; meio O verbo é uma classe complexa, pois apresenta uma sé-
c) companhia; posse; falta; meio; fim rie de variações e flexões. Pode variar em número, pessoa,
d) companhia; falta; meio; posse; fim tempo, modo e voz:
e) companhia; falta; posse; meio; fim
a) Flexão de número:
04. (UFPA) No trecho: “(O Rio) não se industrializou, Singular (um sujeito)
deixou explodir a questão social, fermentada por mais Plural (mais de um sujeito)
de dois milhões de favelados, e inchou, à exaustão, uma
máquina administrativa que não funciona...”, a prepo- b) Flexão de pessoa:
sição a (que está contraída com o artigo a) traduz uma 1º pessoa (emissor: eu, nós)
relação de: 2º pessoa (receptor: tu, vós)
a) fim 3º pessoa (assunto: ele, ela, eles, elas)
b) causa
c) concessão c) Flexão de modo:
d) limite Indicativo
e) modo Subjuntivo
Imperativo
05 (INATEL) Assinale a alternativa em que a norma d) Flexão de tempo
culta não aceita a contração da preposição de: Pretéritos
a) Aos prantos, despedi-medela.
Presente
b) Está na horadacriança dormir.
Futuro
c) Falavadascolegas em público.
d) Retirei os livrosdasprateleiras para limpá-los.
e) Flexão de voz
e) O localdachacina estava interditado.
Voz ativa
06. (CESGRANRIO) Assinale a opção em que a pre- Voz passiva
posição com traduz uma relação de instrumento: Voz reflexiva
a) “Teria sorte nos outros lugares, com gente estranha.”
b) “Com o meu avô cada vez mais perto de mim, o San- 2) A estrutura do verbo
ta Rosa seria um inferno.” Radical CANT – VEND – PART
c) “Não fumava, e nenhum livro com força de me prender.” Vogal Temática: A – E – I
Desinências – R – MOS – S

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LÍNGUA PORTUGUESA

Chamamos de tema a união do radical com a vogal temática, que possui a função de apresentar a conjugação do verbo.
- Verbos de 1º conjugação: (vogal temática a) – cantar, amar, sonhar, falar
- Verbos de 2º conjugação: (vogal temática e) – comer, vender, escreve
- Verbos de 3º conjugação: (vogal temática i) – partir, sorrir, exibir

Observação: verbos como por, compor são considerados de 2º conjugação devido a sua forma arcaica poer.
A conjugação verbal influencia a flexão dos verbos. Vejamos:

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Cant-o Vend-o Part-o
Cant-a-s Vend-e-s Part-es
Cant-a Vend-e Part-e
Cant-a-mos Vend-e-mos Part-i-mos
Cant-a-is Vend-e-is Part-is
Cant-a-m Vend-e-m Part-em

3) Modos verbais
Indicam o modo com o qual o falante se posiciona frente a ação verbal. Por isso os modos são:
a) Indicativo: indica certeza, ação certa
b) Subjuntivo: hipótese, dúvida
c) Imperativo: ordem, pedido.

4) Tempos verbais
Os tempos verbais se referem ao tempo em que a ação foi realizada. Surgem nos modos indicativo e subjuntivo.
O modo indicativo, por indicar ação certa, é o que mais apresenta flexões de tempo:
- Presente do Indicativo: o verbo é conjugado no tempo presente em que a ação é feita
- Pretérito Perfeito do Indicativo: ação já foi finalizada em tempo passado.
- Pretérito mais que perfeito do Indicativo – ação foi feita em tempo remoto
- Pretérito Imperfeito do Indicativo – ação tida como hábito no tempo passado
- Futuro do Presente: ação que será realizada no futuro
- Futuro do Pretérito: ação condicionada por outra ação verbal.

Vejamos os diversos tempos verbais nos verbos das três conjugações:

- Presente do Indicativo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Cant-o Vend-o Part-o
Cant-a-s Vend-e-s Part-es
Cant-a Vend-e Part-e
Cant-a-mos Vend-e-mos Part-i-mos
Cant-a-is Vend-e-is Part-is
Cant-a-m Vend-e-m Part-em

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Pretérito Perfeito do Indicativo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Cant-ei Vend-i Part-i
Cant-a-ste Vend-e-ste Part-i -ste
Cant-ou Vend-e -u Part-i-u
Cant-a-mos Vend-e-mos Part-i-mos
Cant-a-stes Vend-e-stes Part-i -stes
Cant-a-ra-m Vend-e - ram Part-i-ram

- Pretérito mais que perfeito do Indicativo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Cant-a- ra Vend-e- ra Part-i- ra
Cant-a-ra -s Vend-e-ra -s Part-i -ra -s
Cant-a -ra Vend-e - ra Part-i -ra
Cant-á- ra -mos Vend-e-ra -mos Part-i-ra -mos
Cant-a- re-is Vend-e-re -is Part-i-re -is
Cant-a- ra -m Vend-e-ra-m Part-i-ra -m

- Pretérito Imperfeito do Indicativo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Cant-a -va Vend-ia Part-ia
Cant-a-va-s Vend-ia-s Part-ia-s
Cant-a -va Vend-ia Part-ia
Cant-á-va- mos Vend-ía-mos Part-ía-mos
Cant-á-ve -is Vend-íe-is Part-íe-is
Cant-a-va -m Vend-ia-m Part-ia-m

- Futuro do Presente do Indicativo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Cant-a -re-i Vend-e -re-i Part-i -re- i
Cant-a-rá-s Vend-e-rá-s Part-i -rá -s
Cant-a - rá Vend-e-rá Part-i -rá
Cant-á-re- mos Vend-e -re-mos Part-i -re -mos
Cant-a-re-is Vend-e -re -is Part-i – re -is
Cant-a-rão Vend-e- rão Part-i -rão

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Futuro do pretérito do Indicativo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Cant-a -ria Vend-e -ria Part-i -ria
Cant-a-ria -s Vend-e-ria -s Part-i -ria -s
Cant-a - ria Vend-e-ria Part-i -ria
Cant-a-ría - mos Vend-e -ría -mos Part-i -ría -mos
Cant-a-ríe-is Vend-e -ríe -is Part-i – ríe -is
Cant-a-ria- m Vend-e- ria -m Part-i -ria-m

5) O Modo Subjuntivo
É o que apresenta a ação verbal enquanto hipótese, dúvida. Apresenta três tempos, o presente do subjuntivo, o imper-
feito do subjuntivo e o futuro do subjuntivo.

a) Presente do subjuntivo
Indica hipótese e sua construção se dá através da substituição da vogal temática pela vogal de subjuntivo. Em verbos
de primeira conjugação se substitui a vogal temática “a” por “e”, nos verbos de segunda e terceira conjugação se substitui
as vogais “e” e “i” por “a”:

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Que eu cant-e Que eu vend-a Que eu part-a
Que tu cant-e- s Que tu vend-a -s Que tu part-a -s
Que ele cant-e Que ele vend-a Que ele part-a
Que nós cant-e- mos Que nós vend-a -mos Que nós part-a -mos
Que vós cant-e-is Que vós vend-a-is Que vós part-a -is
Que eles cant-e- m Que eles vend-a -m Que eles part-a-m

b) Imperfeito do Subjuntivo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


se eu cant-a-sse se eu vend-e-sse se eu part-i-sse
se tu cant-a-sse- s se tu vend-e-sse -s se tu part-i-sse -s
se ele cant-a-sse se ele vend-e-sse se ele part-i-sse
se nós cant-á-sse- mos se nós vend-ê-sse -mos se nós part-í-sse -mos
se vós cant-á-sse-is se vós vend-ê-sse-is se vós part-í-sse -is
se eles cant-a-sse- m se eles vend-e-sse -m se eles part-i-sse-m

c) Futuro do Subjuntivo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


quando eu cant-a-r quando eu vend-e-r quando eu part-i-r
quando tu cant-a-re- s quando tu vend-e-re -s quando tu part-i-re -s
quando ele cant-a-r quando ele vend-e-r quando ele part-i-r
quando nós cant-a-r- mos quando nós vend-e-r -mos quando nós part-i-r -mos
quando vós cant-a-rdes quando vós vend-e-rdes quando vós part-i-rdes
quando eles cant-a-re- m quando eles vend-e-re -m quando eles part-i-re-m

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LÍNGUA PORTUGUESA

6) Modo Imperativo

O modo imperativo está ligado à ideia de ordem e pedido. Aqui temos o Modo Imperativo Afirmativo e o Imperativo
Negativo. A construção do Imperativo Afirmativo se dá reaproveitando desinências do modo indicativo e subjuntivo. Além
do mais, vale lembrar que este modo não é flexionado na 1º pessoa do singular.
2º pessoa do singular (tu) – presente do indicativo sem o “s”
3º pessoa do singular (você) – presente do subjuntivo
1º pessoa do plural (nós) – presente do subjuntivo
2º pessoal do plural (vós) – presente do indicativo sem o “s”
3º pessoa do plural (vocês) – presente do subjuntivo

Observação: por ser ordem direta não usamos o ele, eles, e sim o você (s), que possui a mesma flexão.

Imperativo Afirmativo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Canta tu Vende tu Parte tu
Cante você Venda você Parta você
Cantemos nós Vendamos nós Partamos nós
Cantai vós Vendei vós Parti vós
Cantem vocês Vendam vocês Partam vocês

Imperativo Negativo

No Imperativo Negativo usamos a mesma flexão do presente do subjuntivo

1º conjugação 2º conjugação 3º conjugação


Não cantes tu Não vendas tu Não partas tu
Não cante você Não venda você Não parta você
Não cantemos nós Não vendamos nós Não partamos nós
Não canteis vós Não vendais vós Não partais vós
Não cantem vocês Não vendam vocês Não partam vocês

7) Formas Nominais dos Verbos


Nas formas nominais dos verbos não temos flexão de modo e tempo. Podem exercer a função de verbo ou nome:
a) Infinitivo: cantar, amar, vender, partir, sorrir
b) Gerúndio: cantando, vendendo, partindo, amando, comendo
c) Particípio: vendido, comprado, amado, partido

8) Classificação dos Verbos:


a) Regulares: Verbos que apresentam flexões regulares, usando as desinências tradicionais. Ex.: cantar, amar, comer,
vender, partir
b) Irregulares: Verbos que apresentam flexões próprias, não utilizando as desinências regulares. Ex.: trazer, ir, fazer, dar,
poder

Presente do Indicativo

Trazer Fazer Poder


Trago Faço Posso
Trazes Fazes Podes
Traz Faz Pode
Trazemos Fazemos Podemos
Trazeis Fazeis Podeis
Trazem Fazem Podem

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Perfeito

Trazer Fazer Poder


Trouxe Fiz Pude
Trouxeste Fizeste Pudeste
Trouxe Fez Pôde
Trouxemos Fizemos Pudemos
Trouxestes Fizestes Pudestes
Trouxeram Fizeram Puderam

Pretérito mais que perfeito

Trazer Fazer Poder


Trouxera Fizera Pudera
Trouxeras Fizeras Puderas
Trouxera Fizera Pudera
Trouxéramos Fizéramos Pudéramos
Trouxéreis Fizéreis Pudéreis
Trouxeram Fizeram Puderam

Pretérito Imperfeito

Trazer Fazer Poder


Trazia Fazia Podia
Trazias Fazias Podias
Trazia Fazia Podia
Trazíamos Fazíamos Podíamos
Trazíeis Fazíeis Podíeis
Traziam Faziam Podiam

Futuro do Presente

Trazer Fazer Poder


Trarei Farei Poderei
Trarás Farás Poderás
Trará Fará Poderá
Traremos Faremos Poderemos
Trareis Fareis Podereis
Trarão Farão Poderão

c) Principais: em uma locução verbal (conjunto de dois verbos) são os verbos que apresentam a informação principal
referente à ação. Ex.: comprar, amar, vender...

d) Auxiliares: em uma locução verbal, são os verbos com pouco força semântica que apresentam informação gramati-
cal de tempo e pessoa. Ex.: ser, ir, estar…

49
LÍNGUA PORTUGUESA

Ser

Presente do Indicativo Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito mais que perfeito do In-
dicativo
Sou Fui Fora
És Foste Foras
É Foi Fora
Somos Fomos Fôramos
Sois Fostes Fôreis
São Foram Foram

Pretérito Imperfeito do Indicativo Futuro do Presente do Indicativo Futuro do Pretérito do Indicativo


Era Serei Seria
Eras Serás Serias
Era Será Seria
Éramos Seremos Seríamos
Éreis Sereis Seríeis
Eram Serão Serão

Presente do Subjuntivo Imperfeito do Subjuntivo Futuro do Subjuntivo


Que eu seja Se eu fosse Quando eu for
Que tu sejas Se tu fosses Quando tu fores
Que ele seja Se ele fosse Quando ele for
Que nós sejamos Se nós fôssemos Quando nós formos
Que vós sejais Se vós fôsseis Quando vós fordes
Que eles sejam Se eles fossem Quando eles forem

Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo


Sê tu Não sejas tu
Seja você Não seja você
Sejamos nós Não sejamos nós
Sede vós Não sejais vós
Sejam vocês Não sejam vocês

Estar

Presente do Indicativo Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito mais que perfeito do In-
dicativo
Estou Estive Estivera
Estás Estiveste Estiveras
Está Esteve Estivera
Estamos Estivemos Estivéramos
Estais Estivestes Estivéreis
Estão Estiveram Estiveram

50
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Imperfeito do Indicativo Futuro do Presente do Indicativo Futuro do Pretérito do Indicativo


Estava Estarei Estaria
Estavas Estarás Estarias
Estava Estará Estaria
Estávamos Estaremos Estaríamos
Estáveis Estareis Estaríeis
Estavam Estarão Estariam

Presente do Subjuntivo Imperfeito do Subjuntivo Futuro do Subjuntivo


Que eu esteja Se eu estivesse Quando eu estiver
Que tu estejas Se tu estivesses Quando tu estiveres
Que ele esteja Se ele estivesse Que ele estiver
Que nós estejamos Se nós estivéssemos Quando nós estivermos
Que vós estejais Se vós estivésseis Quando vós estiverdes
Que eles estejam Se eles estiveram Quando eles estiverem

Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo


Está tu Não estejas tu
Esteja você Não esteja você
Estejamos nós Não estejamos nós
Estai vós Não estejais vós
Estejam vocês Não estejam vocês

e) Anômalos: verbos que, quando conjugados, apresentam radicais distintos do radical primitivo.
Ex.: Eu sou, Eu era, Eu Fui…

Ir

Presente do Indicativo Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito mais que perfeito do In-
dicativo
Vou Fui Fora
Vais Foste Foras
Vai Foi Fora
Vamos Fomos Fôramos
Ides Fostes Fôreis
Vão Foram Foram

Pretérito Imperfeito do Indicativo Futuro do Presente do Indicativo Futuro do Pretérito do Indicativo


Ia Irei Iria
Ias Irás Irias
Ia Irá Iria
Íamos Iremos Iríamos
Íeis Ireis Iríeis
Iam Irão Iriam

51
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo Imperfeito do Subjuntivo Futuro do Subjuntivo


Que eu vá Se eu fosse Quando eu for
Que tu vás Se tu fosses Quando tu fores
Que ele vá Se ele fosse Quando ele for
Que nós vamos Se nós fôssemos Quando nós formos
Que vós vades Se vós fôsseis Quando vós fordes
Que eles vão Se eles fossem Quando eles foram

Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo


Vai tu Não vás tu
Vá você Não vá você
Vamos nós Não vamos nós
Ide vós Não vades vós
Vão vocês Não vão vocês

f) Defectivos: verbos que não apresentam conjugação completa, em algumas pessoas verbais. Ex,: Polir, banir

Polir – Presente do Indicativo Banir – Presente do Indicativo


x x
x x
x x
Polimos banimos
Polis banis
x c

g) Abundantes: verbos que apresentam duas formas equivalentes no particípio, uma regular e um
irregular. Ex.: Aceitar = aceito, aceitado

Verbos abundantes da 1.ª conjugação


Verbo aceitar: aceitado (regular) e aceito (irregular)
Verbo entregar: entregado (regular) e entregue (irregular)
Verbo ganhar: ganhado (regular) e ganho (irregular)
Verbo matar: matado (regular) e morto (irregular)
Verbo pagar: pagado (regular) e pago (irregular)
Verbo pegar: pegado (regular) e pego (irregular)
Verbo salvar: salvado (regular) e salvo (irregular)

Verbos abundantes da 2.ª conjugação


Verbo acender: acendido (regular) e aceso (irregular)
Verbo eleger: elegido (regular) e eleito (irregular)
Verbo envolver: envolvido (regular) e envolto (irregular)
Verbo morrer: morrido (regular) e morto (irregular)
Verbo prender: prendido (regular) e preso (irregular)
Verbo revolver: revolvido (regular) e revolto (irregular)
Verbo suspender: suspendido (regular) e suspenso (irregular)
Verbos abundantes da 3.ª conjugação
Verbo expelir: expelido (regular) e expulso (irregular)
Verbo : exprimir exprimido (regular) e expresso (irregular)
Verbo extinguir: extinguido (regular) e extinto (irregular)
Verbo frigir: frigido (regular) e frito (irregular)
Verbo imprimir: imprimido (regular) e impresso (irregular)

52
LÍNGUA PORTUGUESA

Verbo incluir: incluído (regular) e incluso (irregular)


Verbo submergir: submergido (regular) e submerso (ir- EXERCÍCIOS
regular)
01.(MED – SANTOS) Assinale a frase inteiramente cor-
h) Verbos Intransitivos: verbos que não necessitam de reta:
complemento. Ex.: viajar, dormir, morrer, nascer. a) Se você requisesse e seu advogado intervisse, talvez
i) Verbos Transitivo Diretos: Verbos que necessitam reavesse todos os seus bens.
de complemento, mas sem a necessidade de preposição. b) Se você requeresse e seu advogado interviesse, tal-
Ex.: Comprar, vender, falar vez reouvesse todos os seus bens.
j) Verbos Transitivos Indiretos: Verbos que se ligam c) Se você requizesse e seu advogado intervesse, talvez
ao complemento com o auxílio de preposição. Ex.: precisar reaveria todos os seus bens.
(de), necessitar (de) d) Se você requisesse e seu advogado intervesse, talvez
k) Verbos de Ligação: verbos com pouca força semân- reaveria todos os seus bens.
tica que ligam o sujeito a seu predicativo (qualidade). Ex.: e) Se você requeresse e seu advogado intervisse, talvez
ser, estar, permanecer, ficar, continuar, andar… reouvesse todos os seus bens.
l) Verbos unipessoais: verbos que apresentam uma
única pessoa verbal. Ex.: Latir, miar, coaxar. 02.(MED – SANTOS) A forma que pode estar no futuro
m) Verbos impessoais: verbos que não possuem sujei- do subjuntivo é:
to. São eles os que indicam fenômenos climáticos (chover, a) Quando virdes a realidade dos fatos…
nevar), haver (no sentido de existir), fazer (indicando tem- b) Se irmos diretamente ao assunto…
po decorrido). Assim sendo permanecem na 3º pessoa do c) Quando vos verdes em idênticas situações…
singular. d) Se susterdes a palavra…
n) Verbos pronominais: verbos que exigem pronome. e) Se vós imposerdes a vossa idéia…
Ex.: queixar-se, arrepender-se.
03.(UFF) Assinale a frase em que há um erro de conju-
gação verbal:
Locução Verbal
a) Requeiro-lhe um atestado de bons antecedentes.
b) Ele interviu na questão.
Chamamos de locução o conjunto de palavras que
c) Eles foram pegos de surpresa.
exercem a função de uma única. No caso de locução verbal,
d) O vendeiro proveu o seu armazém do necessário.
é quando dois verbos cumprem a função que poderia ser
e) Os meninos desavieram-se por causa do jogo.
exercida por um só verbo.
04.(UFF) Assinale a série em que estão devidamente
Ex.: classificadas as formas verbais destacadas:
Eu comprarei esta casa. - Aqui verificamos um único “Ao chegar da fazenda, espero que já tenha terminado
verbo, cujo radical nos dá a informação temporal e as desi- a festa”.
nências informações gramaticais (pessoa, tempo e número).
a) futuro do subjuntivo, pretérito perfeito do subjuntivo
Eu vou comprar esta casa. - Já neste caso temos a pre-
b) infinitivo, presente do subjuntivo
sença de dois verbos: um auxiliar: “vou”, o qual contém a
c) futuro do subjuntivo, presente do subjuntivo
informação de tempo e pessoa, e “comprar” que possui a
d) infinitivo, pretérito imperfeito do subjuntivo
informação semântica.
e) infinitivo, pretérito perfeito do subjuntivo
Em uma locução verbal sempre verificamos dois verbos:
um auxiliar + um principal. Veja outros exemplos:
05.(ENG – MACK) Só muito mais tarde vim, a saber, que
a) Ainda estou estudando para a avaliação. a chuva os ___________ na estrada e que não _________ nin-
Estou – verbo auxiliar guém que ______________.
Estudando – verbo principal a) detera; houve; os ajudasse;
b) detivera; houve; os ajudasse;
b) João veio chorando. c) detera; teve; ajudasse eles;
Veio – verbo auxiliar d) detivera; houve; ajudasse eles;
Chorando – verbo principal e) detivera; teve; os ajudasse.

c) Pode acontecer mais disso. 06.(FEB) “Ele ___________ o carro a tempo, mas não
Pode – Verbo auxiliar ____________ a irritação e ___________ – se com o outro mo-
Acontecer – verbo principal torista”.
a) freou – conteve – desaveio
b) freiou – conteu – desaveu
c) freou – conteve – desaviu
d) freiou – conteve – desaveio
e) N. D. A.

53
LÍNGUA PORTUGUESA

07.(FEB) Assinale a alternativa que completa adequada- f) Pronomes Possessivos;


mente as lacunas: g) Pronomes de Tratamento.
“Visto que a democratização do ensino é uma necessi-
dade, a escola pública ___________ de ser realmente apoiada PRONOMES PESSOAIS
e defendida, embora muitos _______________ pois abaixa-
mento de nível”. Pronomes pessoais são os que substituem as pessoas
a) tenha – contestem – haveria do discurso (emissor, receptor, assunto) e se dividem em:
b) tem – contestam – há
c) tem – contestam – haveria a) Pronomes pessoais do caso reto: substituem o
d) tem – contestem – haveria nome e exercem a função de sujeito do verbo (ou seja, de-
e) N.D.A. termina a flexão verbal).
Ex.: Nós compramos muitos presentes.
08.Se ele _________, não ___________ de rogado, ___________
que não os receberei. b) Pronomes pessoais do caso oblíquo: substituem o
a) vir – te faças – diz-lhe substantivo e complementam o verbo (não determinando,
b) vier – te faz – diz-lhe assim, a flexão verbal).
c) vir – te faça – dizer-lhe Ex.: Você encontrou Maria nas últimas semanas? Faz
d) vier – te faças – dize-lhe tempo que não a vejo.
e) ier – te faças – diga-lhe Atente à tabela abaixo para entender melhor sobre os
pronomes pessoais.
(Exercícios retirados de http://www.coladaweb.com/
exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-portugues/ Pessoas verbais Pronomes Pronomes pes-
verbos) pessoais do soais do caso
caso reto oblíquo
1º pessoa do sin- Eu Me, mim, comigo
GABARITO
gular
1–b 2º pessoa do sin- Tu Te, ti, contigo
2–a gular
3–b 3º pessoa do sin- Ele, Ela O, a, lhe, se, si,
4–e gular consigo
5–b
6–a 1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
7–d 2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
8–d
3º pessoa do plural Eles, Elas Os,as, lhes, se, si
consigo
PRONOMES
Uso dos pronomes pessoais
Pronomes são as palavras que acompanham o nome
Os pronomes pessoais do caso reto não podem exercer
(substantivo) ou o substituem. Devido a essa dupla função
a função de complemento verbal:
são classificados em:
Ex.: Esse presente é para eu? (INCORRETO)
* Pronomes substantivos: são os que substituem o
Essa é uma atribuição típica do pronome oblíquo:
nome, exercendo a função de sujeito ou complemento verbal
Ex.: Esse presente é para mim?
Ex.: Joana adora fazer compras. Ela está sempre nas
principais lojas da cidade.
Além do mais, vale lembrar que somente os prono-
mes oblíquos podem ser precedidos por preposição:
* Pronomes adjetivos: são os que acompanham o
Ex.: Esta festa é para ti.
nome, exercendo a função-satélite de adjunto adnominal.
Ex.: Minha casa está à venda.
Entretanto, o pronome reto pode surgir precedido
por preposição quando cumprir sua função de sujeito
Os pronomes são uma classe variável, em gênero e nú-
do verbo. Compare as duas frases:
mero e se dividem em:
a) Ele pediu um favor para mim.
a) Pronomes Pessoais;
b) Ele pediu para eu comprar o presente.
b) Pronomes Indefinidos;
Na frase (a) o pronome é oblíquo pois completa um
c) Pronomes Demonstrativos;
verbo, já na (b) está antecedendo um verbo, na função de
d) Pronomes Interrogativos;
sujeito.
e) Pronomes Relativos;

54
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes oblíquos e a transitividade verbal

Afirmou-se aqui que os pronomes oblíquos cumprem a função de completar o verbo. Entretanto, há verbos que são
transitivos indiretos, ou, seja, que exigem preposição antes do complemento. Assim sendo, vale destacar que alguns pro-
nomes oblíquos substituirão complementos de verbos transitivos diretos (sem preposição) e outros, transitivos indiretos
(com preposição):

Pronomes que substituem objetos diretos (completam verbo sem preposição): o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na,
nos, nas.
Ex.: Comprei o carro. Comprei-o.
Encontraram a menina desaparecida. Encontraram-na.
Pronomes que substituem objetos indiretos (completam verbo com preposição): lhe, te.
Ex.: Enviei ao professor os documentos. Enviei-lhe os documentos.

PRONOMES POSSESSIVOS

São os que indicam a ideia de posse, informando a pessoa verbal do possuidor.

Pessoa
Pronome possessivo
verbal
Eu meu, minha (singular); meus, minhas (plural)
Tu teu, tua (singular); teus, tuas (plural)
Ele, Ela seu, sua (singular); seus, suas (plural)
Nós nosso, nossa (singular); nosso, nossas (plural)
Vós vosso, vossa (singular); vossos, vossas (plural)
Eles, Elas seu, sua (singular); seus, suas (plural)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Como indica a denominação, os pronomes demonstrativos têm por função indicar ou localizar algum termo do discurso.
Podem ser variáreis (esse, essa, este, aquela) ou invariáveis (isso, aquilo). Vejamos o quadro.

Conforme localização da pessoa verbal Pronome demonstrativo correspondente


Este (s) – Este carro é novo.
Próximo do emissor (eu, nós) Esta (s)– Esta caneta está ruim.
Isto – Isto é um cachimbo.
Esse (s) – Esse carro é seu?
Próximo do receptor com quem se fala (tu, você) Essa (s)– Bonita essa sua blusa.
Isso – O que é isso que você tem em mãos?
Aquele (s)– Aquele cartaz chama a atenção de todos.
Longe do emissor e do receptor Aquela (s) – Você conhece aquela moça?
Aquilo – O que é aquilo?

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LÍNGUA PORTUGUESA

PRONOMES DE TRATAMENTO

São pronomes usados em situações formais, indicando conduta respeitosa.

Pronome de Tratamento Abreviatura Emprego


Você V./VV Usado em situações informais.
Utilizado com pessoas mais velhas,
Senhor (es) e Senhora (s) Sr, Sr.ª (singular) e Srs., Srª.s. (plural)
ou como forma de respeito
Pessoas com alta autoridade, como
Vossa Excelência V. Ex.ª/V. Ex.ªs por exemplo: Presidente da Repúbli-
ca, Senadores, Deputados.
Vossa Magnificência V. Mag.ª/V. Mag.ªs Reitores das Universidades.
Em correspondências e textos escri-
Vossa Senhoria V. S.ª/V. S.ªs
tos.
Vossa Majestade VM/VVMM Reis e Rainhas
Vossa Alteza V.A.(singular) e V.V.A. A. (plural) Príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade V.S. Utilizado para o Papa
Vossa Eminência V. Ex.ª/V. Em.ªs Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima V. Rev.m.ª/V. Rev.m.ªs Sacerdotes e religiosos em geral.

PRONOMES INDEFINIDOS

Como o próprio nome indica, os pronomes indefinidos sãos aqueles que substituem ou acompanham um substantivo
a partir de uma ideia de indefinição, imprecisão. São empregados na 3º pessoa do discurso. Podem ser variáveis ou inva-
riáveis.

Pronomes Indefinidos Variáveis Pronomes Indefinidos Invariáveis


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns,
nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, pou-
cos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros,
quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem,
outras, certo, certa, certos, certas, vário, vária, vários, várias,
algo, cada.
tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas,
qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uma, uns, umas.

Pronomes Relativos

Os pronomes relativos são os que substituem um substantivo já mencionado anteriormente em um enunciado.

Ex.: João é o homem que foi contratado pela empresa. (o pronome “que” faz referência a João)
Suzana foi a comissária a qual tranquilizou minha mãe. (“a qual” substituiu Suzana).

Pronomes relativos variáveis Pronomes relativos invariáveis


o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas,
quem, que, onde
quanto, quanta, quantos, quantas.

Exemplos com pronomes relativos:


a) Essa é a professora de quem falamos tanto.
b) Ele cumpriu tudo quanto prometera.
c) Essa é a casa onde moro,
d) Aqueles foram os alunos os quais viajaram para Madri.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronome relativo CUJO

O pronome cujo é variável de gênero (cujo, cuja) e de número (cujos, cujas) e substitui um termo dando uma ideia de
posse.
Ex.: Ela é mãe da aluna. A mãe foi conversar com a diretora.
Ela é a aluna cuja mãe foi conversar com a diretora.

Importante!

Não é correto inserir artigo após o pronome relativo “cujo”.

Ex.: Aquelas são as alunas cujos os trabalhos foram premiados. INCORRETO


Aquelas são as alunas cujos trabalhos foram premiados. CORRETO.

PRONOMES INTERROGATIVOS

São empregados em frases interrogativas cujas respostas se referem a substantivos.

Ex.: O que você comprou? Comprei meias. (o pronome interrogativo “o que” terá como resposta um substantivo
- “meias”)

Pronomes Interrogativos Variáveis Pronomes Interrogativos Invariáveis


qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas. quem, que.

EXERCÍCIOS

1. (IBGE) Assinale a opção que apresenta o emprego correto do pronome, de acordo com a norma culta:
a) O diretor mandou eu entrar na sala.
b) Preciso falar consigo o mais rápido possível.
c) Cumprimentei-lhe assim que cheguei.
d) Ele só sabe elogiar a si mesmo.
e) Após a prova, os candidatos conversaram entre eles.

2. (IBGE) Assinale a opção em que houve erro no emprego do pronome pessoal em relação ao uso culto da língua:
a) Ele entregou um texto para mim corrigir.
b) Para mim, a leitura está fácil.
c) Isto é para eu fazer agora.
d) Não saia sem mim.
e) Entre mim e ele há uma grande diferença.

3. (U-UBERLÂNDIA) Assinale o tratamento dado ao reitor de uma Universidade:


a) Vossa Senhoria
b) Vossa Santidade
c) Vossa Excelência
d) Vossa Magnificência
e) Vossa Paternidade

4. (BB) Colocação incorreta:


a) Preciso que venhas ver-me.
b) Procure não desapontá-lo.
c) O certo é fazê-los sair.
d) Sempre negaram-me tudo.
e) As espécies se atraem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

5. (EPCAR) Imagine o pronome entre parênteses no lu- 11. (MACK) Assinale a alternativa que apresenta erro de
gar devido e aponte onde não deve haver próclise: colocação pronominal:
a) Não entristeças. (te) a) Você não devia calar-se.
b) Deus favoreça. (o) b) Não lhe darei qualquer informação.
c) Espero que faças justiça. (se) c) O filho não o atendeu.
d) Meus amigos, apresentem em posição de sentido. (se) d) Se apresentar-lhe os pêsames, faço-o discretamente.
e) Ninguém faça de rogado. (se) e) Ninguém quer aconselhá-lo.

6. (TTN) Assinale a frase em que a colocação do prono- 12. (EPCAR) O que é pronome interrogativo na frase:
me pessoal oblíquo não obedece às normas do português a) Os que chegaram atrasados farão a prova?
padrão: b) Se não precisas de nós, que vieste fazer aqui?
a) Essas vitórias pouco importam; alcançaram-nas os c) Quem pode afiançar que seja ele o criminoso?
que tinham mais dinheiro. d) Teria sido o livro que me prometeste?
b) Entregaram-me a encomenda ontem, resta agora a e) Conseguirias tudo que desejas?
vocês oferecerem-na ao chefe.
c) Ele me evitava constantemente!... Ter-lhe-iam falado 13. (TFT-MA) “O individualismo não a alcança.” A colo-
a meu respeito? cação do pronome átono está em desacordo com a norma
d) Estamos nos sentido desolados: temos prevenido-o culta da língua, na seguinte alteração da passagem acima:
várias vezes e ele não nos escuta. a) O individualismo não a consegue alcançar.
e) O Presidente cumprimentou o Vice dizendo: - Fostes b) O individualismo não está alcançando-a.
incumbido de difícil missão, mas cumpriste-la com denodo c) O individualismo não a teria alcançado.
e eficiência. d) O individualismo não tem alcançado-a.
e) O individualismo não pode alcançá-la.
7. (FTU) A frase em que a colocação do pronome átono
está em desacordo com as normas vigentes no português
14. (SANTA CASA) Há um erro de colocação pronominal em:
padrão do Brasil é:
a) “Sempre a quis como namorada.”
a) A ferrovia integrar-se-á nos demais sistemas viários.
b) “Os soldados não lhe obedeceram as ordens.”
b) A ferrovia deveria-se integrar nos demais sistemas
c) “Todos me disseram o mesmo.”
viários.
c) A ferrovia não tem se integrado nos demais sistemas d) “Recusei a idéia que apresentaram-me.”
viários. e) “Quando a cumprimentaram, ela desmaiou.”
d) A ferrovia estaria integrando-se nos demais sistemas
viários. 15. (BB) Pronome empregado incorretamente:
e) A ferrovia não consegue integrar-se nos demais sis- a) Nada existe entre eu e você.
temas viários. b) Deixaram-me fazer o serviço.
c) Fez tudo para eu viajar.
8. (FFCL-SANTO ANDRÉ) Assinale a alternativa correta: d) Hoje, Maria irá sem mim.
a) A solução agradou-lhe. e) Meus conselhos fizeram-no refletir.
b) Eles diriam-se injuriados.
c) Ninguém conhece-me bem. 16. (UC-MG) Encontramos pronome indefinido em:
d) Darei-te o que quiseres. a) “Muitas horas depois, ela ainda permanecia esperan-
e) Quem contou-te isso? do o resultado.”
b) “Foram amargos aqueles minutos, desde que resol-
9. (CESGRANRIO) Indique a estrutura verbal que contra- veu abandoná-las.”
ria a norma culta: c) “A nós, provavelmente, enganariam, pois nossa parti-
a) Ter-me-ão elogiado. cipação foi ativa.”
b) Tinha-se lembrado. d) “Havia necessidade de que tais idéias ficassem se-
c) Teria-me lembrado. pultadas.”
d) Temo-nos esquecido. e) “Sabíamos o que você deveria dizer-lhe ao chegar
e) Tenho-me alegrado. da festa.”

10. (MACK) A colocação do pronome oblíquo está in- 17. (SANTA CASA) Do lugar onde ......., ....... um belo pa-
correta em: norama, em que o céu ...... com a terra.
a) Para não aborrecê-lo, tive de sair. a) se encontravam - divisava-se - se ligava
b) Quando sentiu-se em dificuldade, pediu ajuda. b) se encontravam - divisava-se - ligava-se
c) Não me submeterei aos seus caprichos. c) se encontravam - se divisava - ligava-se
d) Ele me olhou algum tempo comovido. d) encontravam-se - divisava-se - se ligava
e) Não a vi quando entrou. e) encontravam-se - se divisava - se ligava

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LÍNGUA PORTUGUESA

18. (UF-RJ) Numa das frases, está usado indevidamente 25. (FMU) Suponha que você deseje dirigir-se a perso-
um pronome de tratamento. Assinale-a: nalidades eminentes, cujos títulos são: papa, juiz, cardeal,
a) Os Reitores das Universidades recebem o título de reitor e coronel. Assinale a alternativa que contém a abre-
Vossa Magnificência. viatura certa da “expressão de tratamento” correspondente
b) Sua Excelência, o Senhor Ministro, não compareceu ao título enumerado:
à reunião. a) Papa ............... V. Sa
c) Senhor Deputado, peço a Vossa Excelência que con- b) Juiz ................. V. Ema
clua a sua oração. c) Cardeal ........... V.M.
d) Sua Eminência, o Papa Paulo VI, assistiu à solenidade. d) Reitor ............... V. Maga
e) Procurei o chefe da repartição, mas Sua Senhoria se e) Coronel ............ V. A.
recusou a ouvir as minhas explicações.
26. (FGV) Assinale o item em que há erro quanto ao
19. (UF-MA) Identifique a oração em que a palavra certo emprego dos pronomes se, si ou consigo:
é pronome indefinido: a) Feriu-se quando brincava com o revólver e o virou
a) Certo perdeste o juízo. para si.
b) Certo rapaz te procurou. b) Ele só cuidava de si.
c) Escolheste o rapaz certo. c) Quando V. Sa vier, traga consigo a informação pedida.
d) Marque o conceito certo. d) Ele se arroga o direito de vetar tais artigos.
e) Não deixe o certo pelo errado. e) Espere um momento, pois tenho de falar consigo.

20. (CARLOS CHAGAS) “Se é para ....... dizer o que penso, 27. (PUC) Assinale a alternativa que preencha correta-
creio que a escolha se dará entre ....... .” mente as lacunas da frase ao lado: “............................ da terra
a) mim, eu e tu natal, ....................... para as antigas sensações adormecidas.”
b) mim, mim e ti a) Nos lembrando - despertamos-nos
c) eu, mim e ti b) Nos lembrando - despertamo-nos
c) Lembrando-nos - despertamos-nos
d) eu, mim e tu
d) Nos lembrando - nos despertamos
e) eu, eu e ti
e) Lembrando-nos - despertamo-nos
21. (MACK) A única frase em que há erro no emprego
28. (FATEC) Indique em que alternativa os pronomes es-
do pronome oblíquo é:
tão bem empregados:
a) Eu o conheço muito bem. a) Deixou ele sair.
b) Devemos preveni-lo do perigo. b) Mandou-lhe ficar de guarda.
c) Faltava-lhe experiência. c) Permitiu-lhe, a ele, fazer a ronda.
d) A mãe amava-a muito. d) Procuram-o por toda a parte.
e) Farei tudo para livrar-lhe desta situação. e) n.d.a
22. (BRÁS CUBAS) “Alguém, antes que Pedro o fizesse, 29. (FATEC) Assinale o mau emprego do pronome:
teve vontade de falar o que foi dito.” Os pronomes assina- a) Aquela não era casa para mim, comprá-la com que
lados dispõem-se nesta ordem: dinheiro?
a) de tratamento, pessoal, oblíquo, demonstrativo b) Entre eu e ela nada ficou acertado.
b) indefinido, relativo, pessoal, relativo c) Estava falando com nós dois.
c) demonstrativo, relativo, pessoal, indefinido d) Aquela viagem, quem não a faria?
d) indefinido, relativo, demonstrativo, relativo e) Viram-no mas não o chamaram.
e) indefinido, demonstrativo, demonstrativo, relativo
30. (SANTA CASA) Os técnicos .......... bem para os jogos, mas,
23. (PUC) Na frase: “Chegou Pedro, Maria e o seu filho .......... contra nova derrota, pediam que treinasse ainda mais.
dela”, o pronome possessivo está reforçado para: a) o haviam preparado - se tentando precaver
a) ênfase b) haviam preparado-o - se tentando precaver
b) elegância e estilo c) haviam preparado-o - tentando precaver-se
c) figura de harmonia d) haviam-no preparado - se tentando precaver
d) clareza e) haviam-no preparado - tentando precaver-se
e) n.d.a
31. (SANTA CASA) Nas frases abaixo:
24. (FUVEST) Assinale a alternativa onde o pronome 1. Os miúdos corriam barulhentos, me pedindo dinheiro.
pessoal está empregado corretamente: 2. Dizia ele cousas engraçadas, coçando-se todo.
a) Este é um problema para mim resolver. 3. Ficarei no lugar onde encontro-me. Tem sombra.
b) Entre eu e tu não há mais nada. 4. Quando me vi sozinho, tremi de medo.
c) A questão deve ser resolvida por eu e você.
d) Para mim, viajar de avião é um suplício.
e) Quanto voltei a si, não sabia onde me encontrava.

59
LÍNGUA PORTUGUESA

A ênclise e a próclise foram corretamente empregadas: 38. (FMU) Assinale a única alternativa em que haja erro
a) nas orações I e II no emprego dos pronomes:
b) nas orações III e IV a) Vossa Excelência e seus convidados.
c) nas orações I e III b) Mandou-me embora mais cedo.
d) nas orações II e IV c) Vou estar consigo amanhã.
e) em todas as orações d) Vós e vossa família estais convidados para a festa.
e) Deixei-o encarregado da turma.
32. (SANTA CASA) Devemos .......... da tempestade.
a) resguardar-mo-nos 39. (UF-SC) Observe os períodos abaixo:
b) resguardar-nos 1. Nunca soubemos quem roubava-nos nas medidas.
c) resguardarmos-nos 2. Pouco se sabe a respeito de novas fontes energéticas.
d) resguardarmo-nos 3. Nada chegava a impressioná-lo na juventude.
e) resguardar-mos 4. Dar-lhe-emos novas oportunidades.
5. Eles apressaram-se a convidar-nos para a festa.
33. (FAAP) Assinale a alternativa em que a colocação
pronominal não corresponde ao que preceitua a gramática: a) Estão corretas I, II, III
a) Há muitas estrelas que nos atraem a atenção. b) Estão corretas II, III, V
b) Jamais dar-te-ia tanta explicação, se não fosses pes- c) Estão corretas III, IV, V
soa de tanto merecimento. d) Estão corretas II, III, IV
c) A este compete, em se tratando do corpo da Pátria, e) Estão corretas I, III, IV
revigorá-lo com o sangue do trabalho.
d) Não o realizaria, entretanto, se a árvore não se man- 40. (SÃO JUDAS) Assinale a alternativa errada quanto à
tivesse verde sob a neve. colocação pronominal:
e) n.d.a a) Apesar de se contrariarem não me fariam mudar de
idéia.
34. (CARLOS CHAGAS) Os projetos que .......... estão em b) Que Deus te acompanhe por toda a parte.
ordem; ........... ainda hoje, conforme .......... . c) Isso não me admira: eu também contrariei-me com
a) enviaram-me, devolvê-los-ei, lhes prometi o caso.
b) enviaram-me, os devolverei, lhes prometi d) Conforme foi decidido espero que todos se compe-
c) enviaram-me, os devolverei, prometi-lhes netrem de seu dever.
d) me enviaram, os devolverei, prometi-lhes e) n.d.a
e) me enviaram, devolvê-los-ei, lhes prometi
41. (FECAP) Assinale a frase gramaticalmente correta:
35. (CARLOS CHAGAS) Quando .......... as provas, .......... a) Quando recebe-o em minha casa, fico feliz.
imediatamente. b) Tudo fez-se como você mandou.
a) lhes entregarem, corrijam-as c) Por este processo, teriam-se obtido melhores resul-
b) lhes entregarem, corrijam tados.
c) lhes entregarem, corrijam-nas d) Em se tratando disto, podemos contar com ele.
d) entregarem-lhes, corrijam-as e) Me levantei assim que você saiu.
e) entregarem-lhes, as corrijam
42. (UNB) Assinale a melhor resposta - O resultado das
36. (CARLOS CHAGAS) Quem .......... estragado que .......... combinações: “põe + o”, “reténs + as”, “deduz + a”, é:
de ........ . a) pões-lo, reténs-la, dedu-la
a) o trouxe - encarregue-se - consertá-lo b) põe-no, retém-nas, dedu-la
b) o trouxe - se encarregue - consertá-lo c) pões-lo, retém-las, deduz-la
c) trouxe-o - se encarregue - o consertar d) põe-no, retém-las, dedu-la
d) trouxe-o - se encarregue - consertá-lo e) põe-lo, retém-las, dedu-la
e) trouxe-o - encarregue-se - o consertar
43. (UM-SP) Ninguém atinge a perfeição alicerçado na
37. (BRÁS CUBAS) Apontar a sentença que deverá ser busca de valores materiais, nem mesmo os que consideram
corrigida: tal atitude um privilégio dado pela existência. Os prono-
a) Poderá resolver-se o caso imediatamente. mes destacados no período acima classificam-se, respec-
b) Sabes o que se deverá dizer ao professor? tivamente, como:
c) Poder-se-á resolver o caso imediatamente. a) indefinido - demonstrativo - relativo - demonstrativo
d) Sabe o que deverá dizer-se ao professor? b) indefinido - pessoal oblíquo - relativo - indefinido
e) Poderá-se resolver o caso imediatamente. c) de tratamento - demonstrativo - indefinido - de-
monstrativo
d) de tratamento - pessoal oblíquo - indefinido - de-
monstrativo
e) demonstrativo - demonstrativo - relativo - demons-
trativo

60
LÍNGUA PORTUGUESA

44. (UEPG-PR) “Toda pessoa deve responder pelos com- Pronome


promissos assumidos.” A palavra destacada é: Pronome
oblíquo
a) pronome adjetivo indefinido Pronome pessoa pessoal do
átono
b) pronome substantivo indefinido caso reto
correspondente
c) pronome adjetivo demonstrativo
d) pronome substantivo demonstrativo 1° pessoa do singular eu me
e) nenhuma das alternativas acima é correta 2° pessoa do singular tu te

(Exercícios retirados de http://www.mundovestibular. 3° pessoa do singular ele o, a, lhe


com.br/articles/9073/1/Exercicios-de-Pronomes/Paacute- 1° pessoa do plural nós nos
gina1.html) 2° pessoa do plural vós vos
3° pessoa do plural eles as, as, lhes
GABARITO
1) PRÓCLISE: quando o pronome oblíquo antecede o
1 - D 23 - D verbo em posição sintática.
2 - A 24 - D Eu a vi ontem.
3 - D 25 - D Ninguém me concedeu vantagens.
4 - D 26 - E Usa-se o pronome em posição proclítica nas seguintes
5 - D 27 - E situações:
6 - D 28 - C
7 - B 29 - B a) Com advérbios e expressões negativas:
8 - A 30 - E Nada o assustou.
9 - C 31 - D Ninguém o viu ontem.
10 - B 32 - B Nunca o abandonarei.
11 - D 33 - B Aqui se encontra paz.
12 - B 34 - E Talvez a ame para sempre.
13 - D 35 - C
14 - D 36 - B b) Com conjunções subordinativas: (que, se, quan-
15 - A 37 - E do, embora, logo, que)
É importante que a trate bem.
16 - A 38 - C
Não sei se o amo.
17 - A 39 - D
Não retornei a ligação, embora a amasse demais.
18 - D 40 - C
19 - B 41 - D
c) Com pronomes relativos, indefinidos e demons-
20 - C 42 - D
trativos:
21 - E 43 - A
Isso lhe trouxe muita sorte.
22 - E 44 - A A professora que me encontrou se chamava Maria.
Tudo o encantava.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
d) Em frases exclamativas:
Quando iniciamos o estudo dos pronomes, atentamos Deus o guarde!
que há os pronomes pessoais do caso reto e os pessoais Macacos me mordam!
do caso oblíquo. O que diferencia um do outro é a posição
frente ao verbo: enquanto os retos (eu, tu, ele, nós, vós, eles) e) Com palavras proparoxítonas:
ocupam a posição de sujeito, os oblíquos exercem a função Nós o compreendíamos.
de complemento e podem estar dispostos antes (PRÓCLI-
SE), no meio (MESÓCLISE) e depois do verbo (ÊNCLISE). f) com verbos no gerúndio antecedidos pela prepo-
A colocação pronominal se refere ao estudo da disposi- sição EM:
ção dos pronomes em relação ao verbo. Em se tratando de educação, ele é uma referência.
Primeiramente vejamos os pronomes envolvidos nessas
regras de colocação: g) com palavras interrogativas:
Quando o encontrarei novamente?
Quem a magoou desse jeito?

2) MESÓCLISE: quando o pronome oblíquo é colocado


entre o radical do verbo e as desinências. Só é usado em
duas situações:
a) Na forma verbal futuro do presente:
Falar-te-ei verdades.

61
LÍNGUA PORTUGUESA

Comprar-lhe-á um carro. 4.Em que alternativa NÃO há erro na colocação do


Procurar-me-ão sem descanso. pronome?
a) Preciso vê-lo, me disse o rapaz.
b) Na forma verbal futuro do pretérito: b) Este é um trabalho que absorve-se muito.
Falar-te-ia verdades. c) Far-se-á tudo para que se salvem.
Comprar-lhe-ia um carro. d) Não arrepender-se-ia de haver dito a verdade.
Procurar-me-iam sem descanso. e) Em pondo-se o sol os pássaros debandam.
3) ÊNCLISE: Quando o pronome se encontra depois do
verbo. É na ênclise a localização natural do complemento, 5. O pronome pessoal oblíquo átono está bem colo-
seguindo a sequência sujeito verbo complemento. Em- cado em um só dos períodos. Qual?
pregamos a ênclise nas seguintes situações: a) Isto me não diz respeito! Respondeu-me ele, afeta-
damente .
a) Períodos iniciados por verbos: (Não é correto ini- b) Segundo deliberou-se na sessão, espero que todos
ciar frase com pronome oblíquo) apresentem-se na hora conveniente
Convidaram-me para a festa. c) Os conselhos que dão-nos os pais, levamo-los em
Avistou-o de longe. conta mais tarde.
Encontraram-na triste. d) Amanhã contar-lhe-ei por que peripécias consegui
não envolver-me.
b) Imperativo afirmativo:
Distribua-os agora. (Exercícios retirados de http://helenaconectada.blogs-
Cale-se já. pot.com.br/2011/09/colocacao-pronominal-exercicios.html)

c) Orações reduzidas de infinitivo:


Quero amar-te para sempre. GABARITO
Desejo beijá-lo assim que chegar.
1c
d) Verbos no gerúndio NÃO antecedidos pela pre- 2d
posição “em” ou por expressões negativas: 3b
Ele vive enganando-se. 4c
5a

EXERCÍCIOS

1. (OMEC) Assinale a frase em que há pronome en- ALFABETO.


clítico:
a) Far-me-ás um favor?
b) Nada te direi a respeito.
c) Convido-te para a festa. O alfabeto passa a ter 26 letras, dispostas da seguinte
d) Não me fales mais nisso. forma: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z,
e) Dir-se-ia uma incoerência. como comumente víamos.

2. (MACKENZIE) Assinale a alternativa que apresen- Foram reintroduzidas as letras k, w e y que fizeram
ta erro de colocação pronominal: parte do nosso alfabeto até 1943, quando foram retiradas,
a) Você não devia calar-se. conservando-se apenas em palavras estrangeiras e em al-
b) Não lhe darei qualquer informação. gumas abreviaturas.
c) O filho não o entendeu.
d) Se apresentar-lhe os pêsames, faça-o discretamente. Essas letras viviam na língua como as pessoas moram
e) Ninguém quer aconselhá-lo. no exterior como imigrantes ilegais. Então, quer dizer que
elas podem circular livremente como “letras-nativas”?
3. (MED. SANTO ANDRÉ) Assinale a alternativa em
que todos os pronomes pessoais estão colocados corre- Não. Aceitamo-nas porque era inevitável não fazê-lo,
tamente, segundo o uso clássico da língua portuguesa: pois permaneceram no nosso alfabeto e no ensino, mesmo
a) Eu o vi, não lhe falei, darei-te o livro. quando não eram oficializadas. Assim, há certas restrições
b) Eu o vi, falei-lhe, nada lhe direi. no uso dessas letrinhas que se infiltraram em nosso idioma,
c) Nada dir-lhe-ei, não o estimo, Deus ajude-nos. mas que agora damos as boas vindas sem preconceitos.
d) Deus nos ajude! Não quero te ofender, mas vai-te
embora. Veja as situações em que k, w e y são usadas:
e) Me dá o livro, que eu te devolvo assim que o ler.

62
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Em siglas, símbolos ou palavras adotadas como uni-


dades de medida internacional: Na (Sódio), W (oeste), kW CLASSES DE PALAVRAS.
(kilowatt), kg (kilograma), km (quilômetro), etc;

2. Em nomes próprios de lugar (topônimos) originários


de outra língua e derivados: Kuwait, kuwaitiano, Malawi, “Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado
malawiano, etc. no decorrer da matéria”
3. Em nomes próprios de pessoas (antropônimos) ori-
ginários de outra língua e derivados: Kant, Byron, Taylor,
byroniano, etc.
SINAIS DE PONTUAÇÃO.
4. Em palavras estrangeiras e seus derivados: playgrou-
nd, show, windsurf, flash, stand by, shopping, pizza, etc.

Então, como vimos acima, essas letras não estão libe- “Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado
radas para formação de novas palavras, então, antes de no decorrer da matéria”
começarmos a trocar o “i” pelo “y” ou o “u” pelo “w”, lem-
bremo-nos dessas conformidades que devem ser seguidas.

Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/acordo- ACENTUAÇÃO.


-ortografico/o-alfabeto.htm

“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado


ORTOGRAFIA. no decorrer da matéria”

“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado SINÔNIMO/ANTÔNIMO.


no decorrer da matéria”

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS – SEMÂNTICA


SÍLABA.
As palavras, na origem da linguagem humana, surgi-
ram para se referir às coisas que preenchem o mundo. Para
cada ser havia uma expressão correspondente, pois este é
o princípio da comunicação, fazer referência aos objetos
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado
através das palavras. Entretanto, já que o ser humano pos-
no decorrer da matéria” sui criatividade em todos os seus atos, no processo de evo-
lução da língua foram criadas mais de uma palavra para se
referir ao mesmo ser. Além disso, outras expressões, por se-
rem pouco usadas, podem nos confundir, remetendo a um
ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS. sentido contrário do que pensávamos. Todas essas ques-
DÍGRAFO. TONICIDADE. tões fazem parte da área da gramática chamada Semân-
tica, a qual busca investigar o significado das palavras.

Nesse sentido, a semântica apresenta como foco alguns


“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado tópicos de estudo:
no decorrer da matéria”
a) Sinonímia e Antonímia
b) Homonímia e Paronímia
c) Polissemia e Monossemia
d) Denotação e Conotação
e) Hiperonímia e Hiponímia

63
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Sinonímia e Antonímia Laço - nó


Lasso - frouxo
Quando as palavras apresentam significados semelhan-
tes afirmamos que elas são sinônimas, já que apresentam Insipiente - ignorante
relação de sinonímia. Vejamos alguns sinônimos: Incipiente - principiante
1) prosperidade: sucesso, bonança, ventura, fortuna
2) casa: vivenda, morada, lar, moradia, domicílio Espiar - observar
3) acesso: admissão, ingresso, entrada Expiar - sofrer
4) prestação: pagamento, conta, amortização
5) misantropo: antissocial, impopular, solitário, reser- Incerto - impreciso
vado Inserto - inserido
6) inexorável: rígido, firme, implacável
7) égide: abrigo, suporte, defesa, resguardo Russo – da Rússia
8) vicissitude: inconstância, instabilidade, mutabilidade Ruço - pardo
9) ímpio: descrente, incrédulo, impiedoso
10) bélico: guerreiro, belicoso, combatente Estático - imóvel
Quando os vocábulos indicam sentidos opostos consi- Extático – em êxtase
deramo-nos antônimos, pois está numa relação de anto-
nímia: * Homônimas Homógrafas: apresentam grafia idênti-
1. livre: cativo, refém, acorrentado ca, mas pronúncia distinta.
2. tristeza: alegria, felicidade, contentamento Colher - verbo
3) beleza: fealdade, feiura Colher - utensílio
4) quente: frio, gelado
5) aprovação: negação, desaprovação Almoço - alimentação
6) forte: fraco, frágil, medroso Almoço – verbo, 1º pessoa do singular
7) pobreza: fortuna, riqueza, abastança Choro – pranto, ato de chorar
8) esforçado: preguiçoso, pusilânime, fraco Choro – verbo, 1º pessoa do singular
b) Homonímia e Paronímia
Muitas palavras apresentam mesma grafia ou mesmo Paronímia
som. Vejamos:
- Fui ao concerto ontem. (espetáculo) Palavras que apresentam grafias parecidas, mas com
- Levei o carro ao conserto. (reparo) sentidos diferentes. Geralmente nos confundem devido a
essa semelhança. Vejamos:
- A colher está sobre o prato. (utensílio)
- Se eu colher a flor ela morrerá. (verbo) absolver (perdoar, ino-
absorver (aspirar, sorver)
centar)
À princípio podemos imaginar que a semelhança gráfi-
ca ou fonética indica uma equiparação semântica, mas se apóstrofe (figura de lin-
apóstrofo (sinal gráfico)
observarmos os exemplos citados acima percebemos que guagem)
é um equívoco. aprender (tomar conhe- apreender (capturar, assimi-
Palavras homônimas são aquelas que apresentam cimento) lar)
grafia ou som semelhantes, mas com significados distintos.
Elas são divididas em: arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair)
assunção (elevação a um
ascensão (subida)
* Homônimas Perfeitas: apresentam grafia e som cargo)
idênticos, mas significados distintos: bebedor (aquele que bebedouro (local onde se
cedo (verbo ceder) bebe) bebe)
cedo (advérbio de tempo)
cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)
rio (curso de água) comprimento (extensão) cumprimento (saudação)
rio (verbo rir)
diferir (distinguir-se, diver-
deferir (atender)
* Homônimas Homófonas: apresentam som seme- gir)
lhante, mas grafias distintas. delatar (denunciar) dilatar (alargar)
Conserto - reparo descrição (ato de descre- discrição (reserva, prudên-
Concerto - espetáculo ver) cia)
Acender – colocar fogo descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)
Ascender - subir

64
LÍNGUA PORTUGUESA

despensa (local onde se a) discriminar - tráfico - infligiu


dispensa (ato de dispensar) b) discriminar - tráfico - infringiu
guardam mantimentos)
c) descriminar - tráfego - infringiu
docente (relativo a pro- d) descriminar - tráfego - infligiu
discente (relativo a alunos)
fessores) e) descriminar - tráfico - infringiu
emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)
3) No ______ do violoncelista ______ havia muitas pes-
iminência (qualidade do soas, pois era uma ______ beneficente.
eminência (elevado)
que está iminente) a) conserto - eminente - sessão
eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer) b) concerto - iminente - seção
estada (permanência em estadia (permanência tem- c) conserto - iminente - seção
um lugar) porária em um lugar) d) concerto - eminente - sessão

flagrante (evidente) fragrante (perfumado) 4)Indique o item em que o antônimo da palavra ou ex-
fluir (transcorrer, decor- pressão em destaque está corretamente apontado.
fruir (desfrutar) a) duradouro sucesso - efêmero
rer)
b) fama em ascendência - excelsa
imergir (afundar) emergir (vir à tona) c) elegante região - carente
inflação (alta dos preços) infração (violação) d) sala lotada - desabitada
infringir (violar, desrespei-
infligir (aplicar pena) 5) A palavra tráfico não dever ser confundida com tráfe-
tar)
go, seu parônimo. Em que item a seguir o par de vocábulos
mandado (ordem judi- é exemplo de homonímia e não de paronímia?
mandato (procuração)
cial) a) estrato / extrato
precedente (que vem an- procedente (proveniente; b) flagrante / fragrante
tes) que tem fundamento) c) eminente / iminente
d) inflação / infração
ratificar (confirmar) retificar (corrigir) e) cavaleiro / cavalheiro
recrear (divertir) recriar (criar novamente)
6)(FMPA- MG)Assinale o item em que a palavra destaca-
soar (produzir som) suar (transpirar)
da está incorretamente aplicada:
sortir (abastecer, mistu- a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
surtir (produzir efeito)
rar) b) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
sustar (suspender) suster (sustentar) c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
d) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal) e) A cessão de terras compete ao Estado.
vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)
7)Levando em consideração o contexto atribuído pelos
(http://www.soportugues.com.br/secoes/seman/se- enunciados, empregue corretamente um dos termos pro-
man7.php) postos pelas alternativas entre parênteses.
a) O atacante aproveitou a jogada distraída e deu o
EXERCÍCIOS ___________ no adversário. (cheque/xeque)
b) O visitante pôs a _____________ no cavalo, despediu-se
1)Assinale a alternativa correta, considerando que à di- de todos e seguiu viagem. (cela/sela)
reita de cada palavra há um sinônimo. c) No presídio, todos os ocupantes foram trocados de
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar _____________. (cela/sela)
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) d) O filme a que assisti pertence à ______ das dez. (se-
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar ção/sessão/cessão)
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação 8)Em “o prefeito deferiu o requerimento do contribuinte”,
o termo grifado poderia perfeitamente ser substituído por:
2) Indique a letra na qual as palavras completam, corre- a) apreciou;
tamente, os espaços das frases abaixo. b) arquivou;
Quem possui deficiência auditiva não consegue ______ c) despachou favoravelmente;
os sons com nitidez. d) invalidou;
Hoje são muitos os governos que passaram a combater e) despachou negativamente.
o ______ de entorpecentes com rigor.
O diretor do presídio ______ pesado castigo aos prisio-
neiros revoltosos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

9)Leia as frases abaixo: 13) (AGENTE DE TRÂNSITO - CESGRANRIO - 2005) Mar-


1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi; que a opção em que a palavra entre parênteses éINACEI-
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em TÁVELpara completar a frase.
Marte. (A) O _______________ às vezes pode parecer monótono.
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas (quotidiano)
de humor. (B) O _______________ desta divisão está errado. (cociente)
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. (C) No trânsito todos têm uma _______________ de res-
ponsabilidade. (quota)
Escolha a alternativa que oferece a seqüência correta de (D) Já dirige há _______________ anos. (cinqüenta)
vocábulos para as lacunas existentes: (E) Enguiçamos a _______________ quilômetros do posto
a) concerto – há – a – cessões – há; de gasolina (douze)
b) conserto – a – há – sessões – há;
c) concerto – a – há – seções – a; (Exercícios retirados de http://tudodeconcursosevesti-
d) concerto – a – há – sessões – há; bulares.blogspot.com.br/2013/01/paronimos-homonimos-
e) conserto – há – a – sessões – a . -questoes-vestibular.html)

10) Indique a alternativa que contém a seqüência ne-


GABARITO
cessária para completar as lacunas abaixo:
“A ______ de uma guerra nuclear provoca uma grande
1) A 2) A 3) D 4) A 5) A 6) C 7)a) xeque b) sela c) cela
_______ na humanidade e a deixa _______com relação ao fu-
d) sessão 8) C 9) D 10) C 11) A 12) D 13) E
turo da vida na terra.”
a) espectativa – tensão – exitante; c) Polissemia e Monossemia
b) espectativa – tenção – hesitante;
c) expectativa – tensão – hesitante; Palavras são criadas pelo homem para realizar a comu-
d) expectativa – tensão – hezitante; nicação, e a própria palavra “comunicação” implica a noção
e) espectativa – tenção – exitante. de comunidade. Inicialmente uma palavra pode referir-se
a um único ser, entretanto, a língua é tão viva quão vivo é
11)Complete as lacunas, com a expressão necessária, o homem e, por isso mesmo, o vocábulo pode acabar re-
que consta nos parênteses: metendo a sentidos diversos, dependendo dos usos e das
É necessário ________ (cegar-segar) os galhos salientes situações.
do _______ (bucho-buxo), de modo a que se possa fazer À princípio, todas as palavras são monossêmicas, ou
_____ (xá-chá) com as folhas mais novas.” seja, possuem um único sema, significado. Com o hábito,
a) segar – buxo – chá; muitas delas vão tomando outros significados e podem se
b) segar – bucho – xá; tornar polissêmicas, com vários sentidos distintos.
c) cegar – buxo – xá; Apesar da criatividade inerente à atividade humana,
d) cegar – bucha – chá; muitas expressões permanecem monossêmicas, principal-
mente as ligadas à conteúdo mais objetivo e formal:
e) segar – bucha – xá.
Ex.: décimo, salário, monossílabo, hospedagem.
12)Marque a alternativa que se completa corretamente
com o segundo elemento do parênteses: Entretanto, qualquer palavra, por mais objetiva que seja,
a) O sapato velho foi restaurado com a aplicação de quando usada por um poeta num poema, tem sem senti-
algumas ________ (tachas-taxas); do automaticamente modificado. Atente a este poema da
b) Sílvio _________ na floresta para caçar macacos (imer- poetisa carioca Ana Cristina César:
giu-emergiu);
c) Para impedir a corrente de ar, Luís _______ a porta (cer- “Tenho ciúmes desde cigarro que você fuma. Tão dis-
rou-serrou); traidamente.”
d) Bonifácio ________ pelo buraco da fechadura (expia-
va-espiava); Podemos interpretar literalmente todas as expressões
e) Quando foi realizado o último ________ ? (censo-senso). contidas nesse poema e acreditar nas palavras da autora.
Ou, como se trata de um poema, podemos desconfiar de
suas palavras e entender “cigarro”, “ciúmes” ou “distraida-
mente” de maneira mais criativa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Polissemia Linguagem denotativa

Polissemia é um fenômeno comum a qualquer palavra, A linguagem denotativa está ligada à mensagem mais
pois ao longo de sua história uma expressão vai adquirindo clara e objetiva, sem riscos de ambiguidade ou problemas
sentidos diferentes. Quando um vocábulo pode ser inter- de interpretação. Seu foco é uma comunicação impessoal,
pretado de formas múltiplas, denominamos tão ocorrência de modo a não cometer prejuízo de sentido. Usamos esse
de polissemia. Veja um exemplo: tipo de linguagem em situações mais formais ou informa-
tivas, como também nos textos jornalísticos e científicos.
1) Comprei uma cabeça de alho. Atente ao exemplo abaixo:
2) Ele é o cabeça da equipe.
3) Cortei a cabeça no treino. “Apósantecipar o pagamento do último lote das
4) José tem cabeça boa para matemática. contas inativas do FGTSpara quem nasceu em dezembro,
aCaixa Econômica Federalvai abrir todas as agências no
Se “cabeça” se referia apenas a uma parte do corpo hu- dia 10 de julho, segunda-feira, 2 horas antes para paga-
mano, no processo de socialização e comunicação adquiriu mento exclusivo do benefício. Nas regiões em que os ban-
sentidos diferentes. É essencial entendermos tal distinção cos abrem às 9h, as agências daCaixaabrirão às 8h e terão
semântica, já que estas ocorrências fazem parte também o horário de atendimento prorrogado em 1 hora.
do que chamamos interpretação de texto e de mundo. Ve-
jamos algumas: SAIBA MAIS SOBRE OS SAQUES DAS CONTAS INA-
TIVAS
João é cabo da marinha. (posto militar)
Quebrou o cabo da vassoura. Além disso, cerca de 2 mil agências daCaixaabrirão no
sábado (8), entre 9h e 15h –clique aqui para ver a lista
de agências. As agências selecionadas terão atendimento
Sente-se! O banco é confortável. (assento)
exclusivo para realizar pagamento de contas vinculadasF-
Vou sacar o dinheiro no Banco do Brasil. (instituição fi-
GTS, solucionar dúvidas, promover acertos de cadastro dos
nanceira) trabalhadores e emitir senha do Cartão Cidadão.
A manga está muito doce. (fruta)
Sua manga está rasgada. (parte da roupa) Prevista inicialmente para começar no dia 14, a quinta
e última fase foi antecipada para o próximo sábado, dia 8.
Meu pé está inchado. (parte do corpo) Assim, em vez de apenas 18 dias para conseguir sacar o
O pé do sofá está rachado (parte de um móvel, base) dinheiro, os beneficiários nascidos em dezembro terão 24
Iremos a uma peça semana que vem. (espetáculo teatral) dias para fazer os saques.”
Falta uma peça neste brinquedo (parte)
João é uma peça! (figura) (http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/
apos-antecipar-pagamento-de-ultimo-lote-do-fgts-inati-
Luciano não come muito frango (carne animal) vo-caixa-vai-abrir-agencias-mais-cedo.ghtml)
O gol do empate foi um frango do goleiro. (falha)
Percebemos que o texto acima apresenta uma lingua-
Esse brinquedo precisa de pilha (bateria) gem clara, chegando mais diretamente a todo tipo de lei-
Até a divulgação do resultado Maria estará numa pilha tor, evitando interpretações equivocadas.
de nervos. (soma)
Para que essa pilha de livros sobre o sofá? (montante) Linguagem Conotativa

d) Denotação e conotação Muitas vezes a objetividade da linguagem denotativa


não é suficiente para o que se deseja expressar. Isso porque
Continuando o estudo a respeito da significação das em momentos de emoção e subjetividade, o emissor não
palavras, outro ponto importante é a direção pela qual a procurar filtrar sua mensagem a fim de torná-la mais im-
mensagem é enviada. Pode-se enviar todo tipo de men- pessoal. Quando a linguagem privilegia um modo pessoal
de envio, seleciona um vocabulário próprio, a partir de me-
sagem, as mais sérias e formais; e as mais emotivas e pes-
táforas e usos individuais de certos vocábulos. Chamamos
soais.
de linguagem conotativa esse modo de expressão mais
Quando selecionamos o tipo de mensagem que deseja-
poético, criativo e subjetivo da linguagem:
mos enviar, automaticamente haverá uma escolha de voca- Ex.:
bulário que irá garantir a intenção deseja. Por isso mesmo, “Ainda me lembro da primeira vez em que te vi, naquele
no tocante a esse envio, a semântica divide a linguagem momento eu tive a certeza de você era mesmo o Amor
em duas direções: a linguagem denotativa e a conotativa. da minha vida! Desde aquele dia não consegui tirar você
do meu pensamento, mesmo sem saber quem você era,
sabia que seria minha (meu). Eu me apaixonei por você,
desde o primeiro momento em que te vi! Eu quase não
acreditei quando ouvi você dizer sim, quando você aceitou

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LÍNGUA PORTUGUESA

ser minha namorada, minha! Foi um momento mágico! E EXERCÍCIOS


ainda é mágico poder estar com você todos os dias, poder
te abraçar, te tocar, sentir teu cheiro, provar do teu sabor, 1. Foram insuficientes as ....... apresentadas, ....... de se
beijar você. Como é mágico poder te amar! Saber que você esclarecerem os .......
é minha, que os teus carinhos são meus, que teus melhores a) escusas - a fim - mal-entendidos
beijos são para mim e saber que o seu amor é só meu! b) excusas - afim - mal-entendidos
Eu nem poderia imaginar que a nossa história seria assim, c) excusas - a fim - malentendidos
repleta de amor e felicidade! Eu nem poderia imaginar que d) excusas - afim - malentendidos
eu saberia amar desta maneira, com todo o meu ser. E esse
e) escusas - afim - mal-entendidos
amor é teu, somente teu. Eu Te Amo Muito meu Amor. Você
é tudo pra mim!”
2. Este meu amigo .......... vai ..........-se para ter direito ao
(http://www.amor.com.br/cartas-de-amor.html) título de eleitor.
a) extrangeiro - naturalizar
Nas cartas de amor, mensagens pessoais, diálogos en- b) estrangeiro - naturalisar
tre próximos testemunhamos em grande parte a presença c) extranjeiro - naturalizar
da linguagem conotativa. Esta é a mais humana das lingua- d) estrangeiro - naturalizar
gens e, por isso, mesmo, pode dar origem à ambiguidade e e) estranjeiro - naturalisar
interpretações equivocadas.
3. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
e) Hiperônimos e Hipônimos corretamente grafadas:
a) quiseram, essência, impecílio
Quanto tratamos da significação das palavras, é impor- b) pretencioso, aspectos, sossego
tante recordar que cada termo não está independente, pelo c) assessores, exceção, incansável
contrário, faz parte de um grupo semântico. Isso porque os d) excessivo, expontâneo, obseção
vocábulos, por mais que representem um ser, também in- e) obsecado, reinvidicação, repercussão
tegram uma categoria maior. Por exemplo, temos a palavra
“gato”, a qual se refere a um determinado animal. Entretan- 4. O orador “ratificou” o que afirmara. O termo destaca-
to, além disso, podemos realocar tal expressão dentro de do pode ser substituído sem prejuízo de sentido por:
uma categoria mais abrangente, a dos “mamíferos”. Pode- a) negou
mos concluir, assim, que um aspecto importante dentro do b) corrigiu
estudo significativo da linguagem é a diferença entre os c) frisou
hiperônimos e hipônimos, termos que se referem a grupos d) confirmou
semânticos gerais ou mais específicos. e) enfatizou

Hiperônimos: palavras que indicam grupos semânticos 5. “A ............... de uma guerra nuclear provoca uma grande
genéricos, de maior abordagem, aqueles que atraem sub- .............. na humanidade e a deixa ............... quanto ao futuro.”
categorias. Vejamos: a) espectativa - tensão - exitante
b) espectativa - tenção - hesitante
Mamíferos é hiperônimo de gato e cachorro c) expectativa - tensão - hesitante
Frutos é hiperônimo de maçã e banana d) expectativa - tenção - hezitante
Alimento é hiperônimo de salada e feijoada e) espectativa - tenção - exitante
Legume é hiperônimo de chuchu e beterraba
Doença é hiperônimo de resfriado e anemia 6. Assinale a alternativa que possa substituir, pela or-
Animais é hiperônimo de gato e pato dem, as partículas de transição dos períodos abaixo, sem
alterar o significado delas: “Em primeiro lugar, observemos
Hipônimos: palavras que constituem esse grupo maior o avô. Igualmente, lancemos um olhar para a avó. Também
chamado hiperônimo, seu raio de significação é mais restri- o pai deve ser observado. Todos são altos e morenos. Con-
to e específico, já que se refere a seres particulares: seqüentemente a filha também será morena e alta.”
a) primeiramente, ademais, além disso, em suma
Margarida é hipônimo de flor b) acima de tudo, também, analogamente, finalmente
Gato é hipônimo de felino c) primordialmente, similarmente, segundo, portanto
Lagartixa é hipônimo de réptil d) antes de mais nada, da mesma forma, por outro lado,
Homem é hipônimo de mamífero por conseguinte
Alicate é hipônimo de ferramenta e) sem dúvida, intencionalmente, pelo contrário, com
Sabiá é hipônimo de ave. efeito

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LÍNGUA PORTUGUESA

7. Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens ....... nos 13. Há palavras escritas de modo INCORRETO na alter-
erros do passado. nativa:
a) eminente, deflagração, incidiram (A) Investimentos maciços em educação, saúde e re-
b) iminente, deflagração, reincidiram forma agrária constituíram a fórmula utilizada por países
c) eminente, conflagração, reincidiram mais atrasados do que o Brasil, para reduzir os índices de
d) preste, conflaglação, incidiram pobreza.
e) prestes, flagração, recindiram (B) O problema da miséria no Brasil apresenta com-
ponentes bem mais perversos do que a simples escassez
8. Indique a alternativa correta: de recursos, que caracteriza o problema em outros países,
a) O ladrão foi apanhado em flagrante. como no continente africano.
b) Ponto é a intercessão de duas linhas. (C) Os recursos gastos na área social acabam sendo in-
c) As despesas de mudança serão vultuosas. suficientes, como por exemplo, a parcela mínima destinada
d) Assistimos a um violenta coalizão de caminhões.
ao saneamento básico, importante para aumentar a expec-
e) O artigo incerto na Revista das Ciências foi lido por
tativa de vida da população.
todos nós.
(D) A desnutrição, resultado da falta de ingestão de
proteínas e de outras substâncias, degenera em má-for-
9. “A solidão é um retiro de ......., mas ninguém vive sem-
pre em trégua, .......só, ....... o preguiçoso, eternamente em mação do sistema neurológico, com danos irreversíveis, na
repouso.” maioria das vezes.
a) descanço, tampouco, exceto (E) Vários estudos afirmam que a taxa de miséria só bai-
b) descanso, tãopouco, exceto xará quando houver crecimento da economia, assossiado
c) descanço, tão pouco, esceto a um modelo mais justo de distribuição de renda para a
d) descanso, tampouco, exceto população.
e) descanso, tão pouco, esceto
14. Está correta a grafia de todas as palavras da frase:
10. “Durante a .......... solene era .......... o desinteresse do (A) Ao ascender à condição de um grande sistema de
mestre diante da.......... demonstrada pelo político.” mercados, a economia mundial propisciou o poder hege-
a) seção - fragrante - incipiência mônico dos grandes conglomerados financeiros.
b) sessão - flagrante - insipiência (B) Se os grandes centros econômicos não se emiscuís-
c) sessão - fragrante - incipiência sem decisivamente nas economias nacionais, talvez estas lo-
d) cessão - flagrante - incipiência grassem alcançar um índice expressivo de desenvolvimento.
e) seção - flagrante - insipiência (C) Os economistas podem discentir quanto às soluções
11. Em “Repare bem o braço que ninguém sabe de para o nosso desenvolvimento, mas reconhecem que o im-
onde circunda o busto da moça e a quer levar para um perialismo econômico é um fator crucial para nosso atraso.
lugaresconso.” A palavra sublinhada só não pode conotar (D) A necessidade de sincronizar o ritmo de nossa eco-
a ideia de: nomia com o da expansão da economia global constitui
a) um lugar de volúpia uma das exigências mais difíceis de serem atendidas.
(E) Não fosse a dicotomia das direções econômicas com
b) um lugar escondido, suspeito
que nos deparamos, o Brasil talvez não se firmasse numa
c) um lugar desconhecido, misterioso
posição de maior relevância entre os países emerjentes.
d) um lugar escolhido, eleito
e) um lugar escuro, recôndito
(Exercícios retirados de http://www.portuguesconcurso.
com/2009/08/semantica-exercicios-com-gabarito.html)
12. Considerando-se a relação Veneza (cidade) - gatu-
ramo (pássaro) como modelo, as palavras que sucessiva- GABARITO
mente completariam a relação: Califórnia- pretos - morrer 1.A
- Gioconda - cem mil réis, seriam: 2.D
a) estado, raça, ação, escultura, dinheiro 3.C
b) país, povo, fato, escultura, valor 4.D
c) província, etnia, acontecimento, literatura, moeda 5.C
d) estado, raça, acontecimento, pintura, valor 6.D
e) território, gente, ação, música, moeda 7.B
8.A
9.D
10.B
11.D
12.D
13.E
14.D

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LÍNGUA PORTUGUESA

Geralmente contamos o número de orações num enun-


SUJEITO E PREDICADO ciado segundo o número de verbos. No entanto, vale lem-
SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES. brar que quando houver uma locução verbal teremos a
presença de uma única oração:

Maria saiu. (1 verbo – 1 oração)


ANÁLISE SINTÁTICA Ainda que tenha estudado, não fui bem na prova. (2
verbos – 2 orações)
O QUE É SINTAXE? Amanhã vou comprar seu presente. (1 locução verbal –
Inicialmente, quando estudamos as palavras, fazemos 1 oração)
de maneira isolada, a partir de cada classe gramatical sepa-
radamente. É o que se chama de morfologia. Entretanto, 3. PERÍODO
as palavras só existem e são úteis se estão em conjunto Podemos dizer que o período une a frase e oração, já
num enunciado e, então, temos a sintaxe, que é justamen- que é um enunciado de sentido completo que gira em tor-
te o estudo das palavras segundo sua ordem de apresen- no de um ou mais verbos.
Atente aos exemplos:
tação numa frase.
a) Fogo!
INTRODUÇÃO À ANÁLISE SINTÁTICA: FRASE. ORA-
Aqui se trata apenas de uma frase, já que não presença
ÇÃO. PERÍODO.
de verbo.
1. FRASE
b) Maria foi às compras.
Iniciando o estudo das palavras numa relação de orde- Aqui temos uma frase (já que é completa) e também
namento e de sentido o primeiro tópico a ser entendido é um período, uma vez que notamos a presença de um verbo
o conceito de frase. (portanto, de uma oração).
Frase é todo enunciado de sentido completo, possuin-
do ou não um verbo. A função básica da frase é expressar IMPORTANTE!
uma informação e possui como característica estrutural ser UM PERÍODO É SEMPRE CONSTITUÍDO POR UMA
finalizada pelo ponto final, de exclamação ou de interroga- OU MAIS ORAÇÕES, POIS A PRESENÇA DO VERBO É
ção. Vejamos os exemplos: FUNDAMENTAL.
a) Maria foi à festa. (frase verbal declarativa) Caso o período possua apenas uma oração, chamamos
b) Fogo! (frase nominal, sem verbos) de período simples ou oração absoluta. E se possuir mais
c) Que menina bonita! (frase exclamativa) de um verbo é definida como período composto.
d) Quem? Eu? (frase interrogativa)
e) Saia já daí! (frase imperativa) SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES

Ainda que apenas na primeira e na última frase visuali- Chamamos de período simples o enunciado formado
zemos a presença de um verbo, todos os exemplos citados por uma oração absoluta, ou seja, um único verbo:
acima se tratam de frase, pois cumprem a função de enviar a) Compre aquela blusa, por favor!
uma mensagem de sentido completo. b) Choveu muito ontem.
c) Precisa-se de operários.
2. ORAÇÃO d) A menina ganhou a boneca.
Oração é um enunciado que gira em torno de um ver- Em todos os exemplos citados percebemos a presença
bo. Não é necessário ter sentido completo e finalizar no de um único verbo e essa é justamente a condição de um
ponto final, mas deve ter sentido, que pode ser completa- período simples: ser formado por uma única oração que,
do por outra oração. por ser única, chamamos de absoluta.
Veja os exemplos: Já que possui um único verbo, o período simples é me-
nos complexo que o período composto. Assim seu estudo
a) Maria foi à festa. se dedica às palavras (as quais chamamos de “termos”) que
b) Maria disse que iria à festa. o constituem. A análise do período simples se dedica aos
seguintes aspectos:
No primeiro exemplo, temos uma frase e também uma
oração já que notamos a presença de um verbo na cons- a) Termos essenciais da oração
trução do sentido completo. Já na frase b) temos uma frase - Sujeito
(Maria disse que foi à festa) já que tem sentido completo e - Predicado
ela é constituída por duas orações: 1 – Maria disse; 2 – que
iria à festa. Importante atentar que a segunda oração com- b) Termos integrantes da oração
pleta o sentido da primeira. - Objeto Direto
- Objeto Indireto

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Complemento Nominal TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO


- Predicativo do Sujeito Termos essenciais da oração são os que constroem a
- Agente da Passiva estrutura básica do período. Para que qualquer enuncia-
do oracional tenha sentido, é fundamental um agente que
c) Termos Acessórios da oração condicione a flexão verbal e o verbo propriamente dito. Por
- Adjunto Adnominal isso, os termos essenciais são:
- Adjunto Adverbial a) Sujeito: termo da oração sobre o qual se declara algo
- Aposto e interage com o verbo definindo sua flexão de número e
pessoa;

EXERCÍCIOS b) Predicado: é tudo o que se diz sobre o sujeito, pos-


suindo como número um verbo.
1. Assinale as alternativas que não apresentam uma Atente ao exemplo:
frase:
João viajou no último feriado.
a) Que golaço!
João = sujeito da oração. Além de ser o assunto do
b) Vocês assistiram à transmissão do jogo pela tevê? enunciado, é o elemento que exigirá a flexão do verbo (3º
c) Em vez de nadar, preferiram jogar bola., pessoa do singular)
d) O futebol povo paixão pelo tem brasileiro. viajou no último feriado = predicado, informação a res-
e) Correram para a garagem e entraram no carro. peito do sujeito (João), iniciado por um verbo.
f) O sobre verde era gramado céu.
g) Clara passeava com as crianças no jardim. Os termos essenciais da oração possuem classificações
h) Mão Luisinho trêmula. específicas. Vejamos uma a uma:

2. Assinale com um X as frases nominais: - TIPOS DE SUJEITO


a) Que medo! a) Sujeito simples: composto por um único núcleo,
b) Ele chutou a porta. mesmo estando no plural.
c) Coitadinho do garoto!
d) O povo odeia os governantes corruptos. Ex.:
e) Transmitirei o recado a sua namorada.
f) Coragem, companheiro! (1) Maria esqueceu de pagar o presente.
g) Que voz estranha! (2) Os lindos filhos de Maria começaram a escola ontem.
h) A lanterna produzia boa claridade.
i) Luisinho, não! Tanto no primeiro exemplo quanto no segundo perce-
j) As risadas não eram normais. bemos que o verbo é condicionado por um único núcleo:
k) Que alívio! Maria (1); filhos (2).
b) Sujeito composto: caracterizado pela presença de
3) Assinale com um X as frases verbais (orações): mais de um núcleo, geralmente unido pela conjunção e:
a) Quanta gente hoje!
b) Apresse-se, garota! Ex.:
(1) Maria e Antônio são refugiados.
c) O filme foi bom.
(2) O aluno estrangeiro e a professora brasileira par-
d) Não aguento essa poluição!
ticiparam da mostra cultural.
e) Partiremos daqui a pouco. f) Sempre juntos, sempre
c) Sujeito oculto: quando o sujeito não está presente
amigos. na oração, mas é facilmente compreendido pela flexão ver-
g) Seu colega telefonou.
bal ou contexto.
h) Na praia, grande descontração.
Ex.:
i) Deus te guarde!
j) Que ideia absurda!
k) As ovelhas são mansas e pacientes. (1) Saí de casa. (eu saí)
(2) Saímos de casa (nós saímos)
(Exercícios retirados de https://pt.scribd.com/ (3) Saíste de casa. (Tu saíste)
doc/215584825/EXERCICIOS-FRASE-E-ORACAO-docx)
João não pretende sair de casa. Está cansado. (Na se-
GABARITO gunda oração percebemos, pelo contexto, que o “estar
1 – d, f, h cansado” se refere a João, mencionado na primeira frase.
2 – a, c, f, g, i, k
3 – b, d, e, g, i, k d) Sujeito indeterminado: quando não é possível
identificar o sujeito, marcado por verbos na 3º pessoa do
plural,

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LÍNGUA PORTUGUESA

(1) Roubaram a proprietária da loja. 2) No período: “Ser amável e ser egoísta são coisas
(2) Encontraram a menina. distintas”, o sujeito é:
a) indeterminável
Também há a presença de sujeito indeterminado em b)”ser amável”
verbos na 3º pessoal do singular mais a partícula se , c) “coisas distintas”
d) “ser amável e ser egoísta”
a qual chamamos de índice de indeterminação do
e) n.d.a
sujeito.
3) Na oração: “Reprovaram alguns autores esta his-
Ex.: tória”, qual é o núcleo do sujeito?
a) história
Precisa-se de vendedores. b) alguns autores
Vive-se bem em Florianópolis. c) reprovaram
d) autores
e) Sujeito inexistente: falamos em sujeito inexistente e) n.d.a
quando a oração contiver apenas predicado. Há casos em
que o predicado é marcado por verbos impessoais (que 4) “Em 1949 reuniram-se em Perúgia, Itália, a convi-
não têm sujeito e, por isso, não variam em flexão de pessoa te da quase totalidade dos cineastas italianos, seus co-
e número): legas de diversas partes do mundo.” O núcleo do sujeito
de “reuniram-se” é:
- Verbos que indicam fenômenos climáticos: chover, a) cineastas
ventar, escurecer, nevar, amanhecer, anoitecer… b) convite
Ex.: c) colegas
Nevou muito no sul. d) totalidade
Sempre chove nessa época do ano. e) se

- Verbo haver no sentido de existir: 5) Aponte a alternativa em que ocorre sujeito inde-
Ex.: terminado:
Houve muitos protestos na última semana. a) Na prova, havia, pelo menos, quatro questões difíceis.
Há pessoas no recinto. b) Revelou-se a necessidade de auxílio aos desabrigados.
c) Aconteceram, naquela casa, fenômenos inexplicáveis.
- Verbo haver e fazer indicando tempo: d) Come-se bem naquele restaurante.
Faz vinte anos que não o vejo. e) Resolvemos não apoiar o candidato.
Não o vejo há anos.
- Verbo fazer indicando fenômeno da natureza: 6) Qual a alternativa em que há sujeito indetermi-
Ex.: nado?
a) Comecei a estudar muito tarde para o exame.
Faz frio nesse período do ano.
b) Em rico estojo de veludo, jazia uma flauta de prata.
c) Soubesse que o proprietário estava doente.
- Verbo ser indicando tempo ou distância: d) Houve muitos feridos no desastre.
Ex.: e) Julgaram-no incapaz de exercer o cargo.
São seis horas.
São doze metros de comprimento. 7) Assinale a frase em que há sujeito indeterminado:
a) Compram-se jornais velhos.
EXERCÍCIOS b) Confia-se em suas palavras
c) Chama-se José o sacerdote.
1) Em relação ao trecho: “Pregada em larga tábua d) Choveu muito.
de pita, via-se formosa e grande borboleta, com asas e) É noite.
meio abertas, como que disposta a tomar voo”, pode-
mos afirmar que o sujeito principal da oração é: 8) Aponte a alternativa em que a palavra se é índice
a) simples, tendo por núcleo implícitoalguém. de indeterminação do sujeito:
b) composto, tendo por núcleosformosa e grande.
a) Resolver-se-ão os exercícios.
c) simples, tendo por núcleoasas.
b) Não se reprovarão estes alunos.
d) indeterminado, tendo por índice de indeterminação
do sujeito a partículase. c) Trabalha-se com afinco naquela empresa.
e) simples, tendo por núcleoborboleta. d) Vendem-se relógios.
e) Plastificam-se documentos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

9) Nas orações: “Considera-se a pesquisa revelado- GABARITO


ra” e “Fala-se muito na pesquisa sobre os jovens”, te- 1-e
mos, respectivamente: 2 -d
a) sujeito paciente e sujeito agente 3 -d
b) sujeito paciente e sujeito indeterminado 4 -c
c) sujeito agente e sujeito agente 5 -d
d) sujeito indeterminado e sujeito indeterminado 6 -e
e) sujeito indeterminado e sujeito paciente 7 -b
8 -c
10) Aponte a alternativa em que ocorre sujeito ine- 9 -b
xistente: 10 -d
a) Alguém chegou atrasado à reunião. 11 -e
b) Telefonaram para você. 12 -e
c) Existiam, pelo menos, cinquenta candidatos. 13- d
d) Deve fazer dez anos que ele desapareceu 14 -a
e) Consertou-se o relógio.
- TIPOS DE PREDICADO
11) Qual a oração sem sujeito?
a) Falaram mal de você. A) Predicado Nominal: quando na oração o nome
b) Ninguém se apresentou. (substantivo, adjetivo) oferece mais informação semântica
c) Precisa-se de professores. do que o verbo. Para identificar esse tipo de predicado bas-
d) A noite estava agradável. ta apenas reconhecer na oração um verbo de ligação entre
e) Vai haver um campeonato. o sujeito e o complemento.
12) Assinale a oração sem sujeito:
Ex.:
a) Convidaram-me para a festa.
Maria é bonita.
b) Diz-me muita coisa errada.
João permanece quieto.
c) O dia está quente.
Pedro continua triste.
d) Alguém se enganou.
e) Vai fazer bom tempo amanhã.
Nos exemplos acima percebemos que o verbo cumpre
a função de ligar o sujeito à característica a ele referida.
13) Em todas as alternativas, o termo sublinhado
Chamamos de predicativo do sujeito a referência que su-
exerce a função de sujeito, exceto em:
a)Quemsabe de que será capaz a mulher de teu sobrinho? cede o verbo de ligação.
b) Raramente se entrevêo céunesse aglomerado de b) Predicado Verbal: quando o verbo apresenta a in-
edifícios. formação essencial sobre o sujeito, e aqui os verbos preci-
c) Amanheceuum dia lindo, e por isso todos correram sam indicar ação:
à piscina.
d) Era somenteuma velha, jogada num catre preto de Ex.:
solteiro. Pedro comprou uma casa na zona sul.
e) É precisoque haja muita compreensão para com João sempre corre aos domingos.
os amigos Letícia canta no coral da cidade.

14) Há crianças sem carinho. c) Predicado Verbo-Nominal: quando a oração apre-


Disseram-me a verdade. senta um verbo de ação e um predicativo do sujeito.
Construíram-se represas.
Ex.:
Os sujeitos das orações acima são, respectivamente: Pedro comprou a casa apressado.
a) inexistente, indeterminado, simples João falou à Maria desolado.
b) indeterminado, implícito, indeterminado
c) simples, indeterminado, indeterminado Percebemos que nos exemplos acima temos verbos de
d) inexistente, inexistente, simples ação (com forte carga semântica) e predicativos (apressado
e) indeterminado, simples, inexistente e desolado) que também se referem ao sujeito.

(Exercícios retirados de http://www.gramaticaparacon- Vale lembrar que verbos com dupla transitividade: tran-
cursos.com/2013/11/sujeito-exercicios.html?m=1) sitivos diretos e indiretos também integram predicado ver-
bo-nominal.
Enviei uma carta para Pedro.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Verbos transitivos são os que se ligam ao complemen- 06. Assinale a alternativa em que apareça predicado
to sem o auxílio de preposição: verbo-nominal.
Ex.: Comprei uma casa a) A chuva permanecia calma.
Encontrei a chave b) A tempestade assustou os habitantes da vila.
c) Paulo ficou satisfeito.
Verbos transitivos indiretos são os que se ligam ao d) Os meninos saíram do cinema calados.
complemento com o auxílio de preposição. e) Os alunos estavam preocupados.
Ex.: Preciso de você
Fui à Bahia 07. Observe a oração abaixo e assinale a alternativa
CORRETA:
Verbos transitivos diretos e indiretos (bitransitivos) são “A inspiração é fugaz, violenta.”
os que para terem seu sentido completo necessitam da Podemos afirmar que o predicado é:
presença de um complemento iniciado por artigo e outro a) Verbo-nominal, porque o verbo é de ligação e vem
por preposição: seguido de dois predicativos.
Enviei uma carta para Pedro b) Nominal, porque o verbo é de ligação.
c) Verbal, porque o verbo é de ligação e são atribuídas
duas características ao sujeito.
EXERCÍCIOS d) Nominal, porque o verbo tem significação completa
e apresenta adjuntos adnominais e dois predicativos.
01. Assinale a alternativa em que aparece predicado e) Verbo-nominal porque apresenta um predicativo se-
verbo-nominal: guido do objeto direto.
a) “Nesse samba te proclamo majestade do universo.”
b) O homem doou os agasalhos aos necessitados. 08. Sobre o exemplo: “A lua brilhou alegre no céu”, afir-
c) Após o toque permaneceram na sala os alunos. mamos:
d) “Brasil és no teu berço dourado o índio civilizado.”
I. O verbo brilhar é intransitivo.
e) “Lutar com palavras é a luta mais vã.”
II. O verbo brilhar é transitivo direto.
III. O verbo brilhar é transitivo indireto.
02. Onde há predicado verbo-nominal?
IV. O predicado é nominal.
a) Devolva os documentos ao diretor.
V. O predicado é verbal.
b) Renata ficou feliz.
c) Ela confia em você. VI. O predicado é verbo-nominal.
d) A notícia deixou-o preocupado. a) Estão corretas I e VI.
e) Os viajantes partiram ontem. b) Estão corretas I e V.
c) Estão corretas II e V.
03. O professorentrou apressado. Os grifos indicam: d) Está correta apenas IV.
a) predicado nominal. e) Estão corretas III e VI.
b) predicado verbo-nominal.
c) predicado verbal. 09. Ocorre predicado verbo-nominal em:
d) objeto direto. a) A tua resposta não é verdadeira.
e) objeto indireto b) O cão vadio virou a lata de lixo.
c) Viraram moda os jogos eletrônicos.
04. Identifique a alternativa errada em relação à classifi- d) Todos permaneçam em seus lugares.
cação dos predicados das orações a seguir: e) Pensativo e triste vinha o rapaz.
a) Todos nós consideramos a sua atitude infantil (predi-
cado verbo-nominal) 10. Indique a alternativa em que o predicado é verbo-
b) A multidão caminhava pela estrada poeirenta. (predi- -nominal:
cado verbo-nominal) a) O soldado foi encontrado morto.
c) A criançada continua emocionada. (predicado nominal) b) Aquele homem tornou-se milionário.
d) A criançada continua no jardim. (predicado nominal). c) Hoje é dia 20 de novembro.
e) Demitiram o secretário da instituição. (predicado verbal) d) Alguns jogadores estão contundidos.
e) Os alunos parecem desinteressados.
05. Analise as orações e assinale a alternativa correta:
I. Paulo está adoentado. 11. Assinale uma das alternativas em que aparece um
II. Paulo está no hospital. predicado verbo-nominal:
a) Os viajantes chegaram cedo ao destino.
a) O predicado é verbal em I e II. b) Demitiram o secretário da instituição.
b) O predicado é nominal em I e II. c) Nomearam as novas ruas da cidade.
c) O predicado é verbo-nominal em I e II. d) Compareceram todos atrasados à reunião.
d) O predicado é verbal em I e nominal em II. e) Estava irritado com as brincadeiras.
e) O predicado é nominal em I e verbal em II.

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LÍNGUA PORTUGUESA

12. Assinale a alternativa correta em relação à classifica- TERMOS INTEGRANDES DA ORAÇÃO


ção dos predicados das orações abaixo:
I- Saíram ele e ela. São os termos que “integram” a oração, completando o
II- Sua terra está completamente mudada. seu sentido. Sem sua presença a frase permanece incom-
III- Achei calma a aluna. pleta. Vejamos os diversos tipos:

a) I predicado verbal; II - predicado nominal; III - predi- a) Objeto Direto: completa o verbo transitivo direto,
cado verbo-nominal. sem o auxílio de preposição.
b) I predicado nominal; II predicado verbo-nominal; III Olhei o quadro.
predicado verbal. Vendi a casa de praia.
c) I predicado verbo-nominal; II predicado verbal; III
predicado nominal. b) Objeto Indireto: completa verbo transitivo indireto,
d) I predicado verbo-nominal; II predicado nominal; III com o auxílio de preposição.
predicado verbal. Preciso de amor.
e) I predicado nominal; II - predicado verbal; III - predi- Necessito de tempo.
cado verbo-nominal.
c) Complemento Verbal: completa o sentido de um
13. Assinale a alternativa correta em relação à classifica- substantivo abstrato ou adjetivo.
ção dos predicados das orações abaixo: Tenho medo de avião.
I- Olhei a aluna na janela. Ela é favorável à reforma política.
II- Aqui se trabalha. Nos exemplos acima, o substantivo abstrato “medo” e
III- Ninguém saiu hoje satisfeito. o adjetivo “favorável” ficariam incompletos e sem sentido
a) I predicado verbal; II - predicado verbal; III - predica- sem a presença dos complementos nominal.
do verbo-nominal.
b) I - predicado nominal; II predicado verbal; III predica- d) Agente da Passiva: complemento preposicionado
do verbo-nominal. que representa o agente de ação de um verbo que está na
c) I predicado verbo-nominal; II predicado verbal; III voz passiva.
predicado nominal. Eu comprei um carro. (Aqui o verbo está na voz ativa. O
d) I predicado verbo-nominal; II predicado nominal; III agente da ação do verbo coincide com o sujeito da oração.)
predicado verbal. O carro foi comprado por João. (percebemos que neste
e) I - predicado nominal; II - predicado verbal; III - pre- caso o agente da ação de comprar não é o sujeito da ora-
dicado verbo-nominal. ção – que aqui é “o carro”, mas sim João, classificado aqui
como agente da passiva.
14. Aponte a frase de sujeito simples e predicado ver-
bo-nominal.
a) A jovem passeava tranquilamente. EXERCÍCIOS
b) Mariana fez o concurso esperançosa.
c) Existem grandes possibilidades. 01 - A análise sintática é definida pela relação que se
d) Paulo e Marcelo estudam animados. estabelece entre palavras ou grupos de palavras dentro de
e) Os cientistas retomaram da gruta às pressas. um contexto. Relacione a 2ª coluna de acordo com a 1ª,
observando a correta classificação dos termos destacados.
15. Assinale a alternativa em que há uma oração com A seguir, assinale a alternativa CORRETA:
predicado 1. Objeto direto
verbo-nominal: 2. Objeto indireto
a) O mar estava calmo naquela manhã. 3. Complemento nominal
b) Nenhum navio partiu ontem. 4. Agente da passiva
c) Achei esse sujeito muito antipático. ( ) “ A fome pode determinara supressãode uma delas.”
d) O homem ficou furioso com a brincadeira. ( ) “ A destruição não atingeo princípio universal e co-
e) Ele terminou o trabalho ontem à tarde. mum.”
(Exercícios retirados de http://solinguagem.blogspot. ( ) “ Uma das tribos será exterminadapela outra.”
com.br/2012/02/exercicios-de-predicado.html) ( ) ... e necessitamde mais alimento.
a) 3, 1, 4, 2
GABARITO b) 1, 2, 3, 4
c) 2, 4, 1, 3
1A - 2D - 3B - 4D - 5E - 6D - 7 B - 8A - 9E - 10A - 11D - d) 4, 3, 2, 1
12A - 13A - 14B - 15C e) 3, 4, 1, 3

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LÍNGUA PORTUGUESA

02. Em: Tinha grande amorà humanidade/ As ruas fo- 09. Assinale, dentre as alternativas abaixo, a que con-
ram lavadaspela chuva/ Ele é ricoem virtudes.Os termos tém objeto direto preposicionado:
destacados são, respectivamente: a) “Desesperado, deixou o cravo, pegou do papel escri-
a) complemento nominal, agente da passiva, comple- to e rasgou–o”.
mento nominal b) Não desconfiei do candidato e corrigi o trabalho por
b) objeto indireto, agente da passiva, objeto indireto inteiro.
c) complemento nominal, objeto indireto, complemen- c) Poucos jornais se referiram ao episódio.
to nominal d) O jovem de hoje também necessita de espiritualidade.
d) objeto indireto, complemento nominal, agente da e) Pela estrada ia passando um comboio de caminhões–
passiva tanques.
e) objeto direto, objeto indireto, complemento nominal
10. Assinale a frase que contém agente da passiva:
03. Assinale o item em que a função não corresponde a) Fiquei ouvindo aquilo por longo tempo.
ao termo em destaque: b) Dei cinco reais pelo cachorrinho.
a) Comer demais é prejudicialà saúde.(complemento c) As colheitas foram levadas pela chuva.
nominal) d) Sempre saía a esmo pelos caminhos.
b) Jamais me esquecereide ti. (objeto indireto) e) Agrada–me por todas as formas.
c) Ele foi cercadode amigos sinceros. (agente da passiva)
d) Não tens interessepelos estudos. (complemento nominal) (Exercícios retirados de http://odemartins.blogspot.
e) Ele tinha receiode tudo a sua volta.. (objeto indireto) com.br/2014/04/termos-integrantes-da-oracao-exercicio.
html)
04. Em todas as alternativas abaixo, há objeto direto
preposicionado, exceto em:
GABARITO
a) Acho que ela não consegue amar a ninguém.
1A - 2A - 3E - 4B - 5B - 6A - 7B - 8B - 9A - 10C
b) Dedicou–se a estudos matemático.
c) Para sair com a turma o diretor escolheu a nós.
d) Ofenderam a mim e não a ele.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
e) O professor elogiou a todos.
São termos que são dispensáveis na oração, mas acres-
05. O agente da passiva foi corretamente destacado em centam informação ou circunstância referente ao substan-
todas as opções, exceto em: tivo ou ao verbo, enriquecendo seu sentido. São conside-
a) O presídio tinha sido cercadopelos soldados. rados termos acessórios:
b) Ela é a única responsávelpela festa. a) Adjunto Adnominal
c) O time foi derrotadopelo campeão da cidade. b) Adjunto Adverbial
d) O mestre foi homenageadopelos alunos. c) Aposto
e) A casa foi destruídapela inundação.
a) Adjunto Adnominal: como a própria denominação
06. Assinale a frase em que o objeto direto é pleonástico: adianta, o adjunto adnominal é o termo que acompanha o
a) A borboleta negra, encontrei–a à noite. nome (o substantivo) na função de satélite, concordando
b) Eu a sacudi de novo. com ele em gênero e número. Podem ser adjuntos adno-
c) Fiquei a olhar o cadáver com simpatia. minais as classes gramaticais: artigo, pronomes, numerais,
d) Um golpe de toalha rematou a aventura. adjetivos ou locuções adjetivas.
e) Vi dali o retrato de meu pai. Ex.:

07. “A recordaçãoda cenapersegue–meaté hoje”. Os A linda professora publicou seu livro.


termos em destaque são:
a) objeto indireto – objeto indireto; Substantivos: professora/ livro
b) complemento nominal – objeto direto; Adjuntos adnominais: A/linda/seu
c) complemento nominal – objeto indireto;
d) objeto indireto – objeto direto; A casa da Maria foi vendida.
e) agente da passiva – objeto indireto. Substantivo: Maria
Adjuntos Adnominais: A/da Maria
08. Dentre as opções abaixo assinale aquela em que há
objeto direto preposicionado: Qual a diferença entre complemento Nominal e Ad-
a) Passou aos filhos a herança recebida dos pais; junto Adverbial?
b) Amou a seu pai, com a mais plena grandeza da alma;
c) Amou sua mulher como se fosse a única; O complemento nominal é um termo integrante e sua
d) Naquele tempo era muito fácil viajar para os infernos; presença garante o sentido da frase:
e) Em dias ensolarados, gosto de ver nuvens flutuarem Tenho necessidade (de que?) de amor.
nos céus de agosto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Já o adjunto adnominal auxilia na produção de sentido, 3. Nos trechos:


mas pode ser descartado pois não causa prejuízo ao enten-
dimento do enunciado. “Marciano subiu ao forro da igreja e acabou com elasa pau.”
Os meus três lindos filhos de criação já se formaram. “Não posso ver o mostrador assimàs escuras.”
(Qual é a informação básica? Filhos se formaram
As expressões destacadas dão, respectivamente,
b) Adjunto Adverbial: termos que inserem uma infor- ideia de:
mação de circunstância a verbo. Como nos diz a denomi-
nação, são os advérbios ou locuções adverbiais presentes a) modo, especificação
na oração. b) lugar, modo
Comi muito hoje. c) instrumento, modo
d) instrumento, origem
Verbo: comi e) origem, modo
Adjunto Adverbial de intensidade: muito
Adjunto adverbial de tempo: hoje 4. Na oração: “José de Alencar, romancista brasilei-
Vejamos as circunstâncias possíveis de um adjunto ad- ro, nasceu no Ceará”, o termo destacado exerce a fun-
verbial: ção sintática de:
a) aposto
- circunstância de tempo: Ontem li o livro.
b) vocativo
- circunstância de modo: Cantou bem.
c) predicativo do objeto
- Circunstância de lugar: Vivo perto daqui.
d) complemento nominal
- Circunstância de intensidade: Chorou bastante.
e) n.d.a.
- Circunstância de modo: Morreu de sede. 5. Na oração: “Cláudia,uma mulher simplesmente
- Circunstância de companhia: Viajei com Pedro. notável, é a melhor mãe que uma criança poderia ter”,
- Circunstância de instrumento: Cortou com a faca. o termo destacado exerce a função sintática de:
a) complemento nominal
3) Aposto: termo que possui a função de explicar, es- b) aposto explicativo
clarecer um termo previamente citado, apresentado na c) vocativo
oração entre vírgulas. d) aposto especificativo
Ex: e) ajunto adnominal

João saiu às pressas. 6. Dê a função sintática do termo destacado em:


João, irmão de Maria, saiu às pressas. “Não digo nada de minha tia materna,Dona Emeren-
ciana”.
Roma é cidade eterna. a) sujeito
Roma, que é capital de Itália, é a cidade eterna. b) adjunto adverbial
c) objeto direto
d) vocativo
EXERCÍCIOS e) objeto indireto

1. Na oração “Você ficará tuberculoso,de tuberculo- (Exercícios retirados de http://www.gramaticaparacon-


semorrerá”, as palavras destacadas são, respectivamente: cursos.com/2013/12/termos-acessorios-da-oracao-exerci-
a) adjunto adverbial de modo, adjunto adverbial de cios.html)
causa
b) objeto direto, objeto indireto GABARITO
c) predicativo do sujeito, adjunto adverbial 1 -c
2 -b
d) ambas predicativos
3-c
e) n.d.a.
4 -a
5 -b
2. Aponte a alternativa em que há adjunto adverbial
6 -d
de causa.
a) Compro os livros com o dinheiro.
b) O poço secou com o calor.
c) Estou sem amigos.
d) Vou ao Rio.
e) Pedro é efetivamente bom.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO função de conectá-las é a conjunção. Esta não apenas une
as orações, estabelece entre elas uma relação de sentido.
PERÍODO COMPOSTO Vejamos:
a) O ciclista acordou tarde e comeu.
Período composto é o enunciado de sentido completo b) O ciclista acordou tarde, mas comeu.
que gira em torno de dois ou mais verbos. c) O ciclista acordou tarde, logo comeu.
Ex.: d) O ciclista acordou tarde porque comeu.
1) O funcionário chegou e assinou o documento.
2) Maria disse que não iria à festa. Nos exemplos acima percebe-se que as conjunções em
destaque não apenas liga as duas orações, cria um sentido
específico entre elas. Por isso mesmo, a gramática estabe-
Nos exemplos acima verificamos a relação entre as
lece uma classificação específica a partir da relação de sen-
duas orações. Entretanto, percebemos que, no exemplo 1
tido criado pelas conjunções.
a segunda oração não completa o sentido do verbo da
primeira, ambos os segmentos são independentes. Já na
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS
frase 2 a segunda oração possui a função de completar o
SINDÉTICAS
sentido do verbo dizer.
Por isso mesmo, afirma-se que há períodos em que
a) Oração coordenada sindética aditiva: estabelece
as orações estão unidas num enunciado em situação de
uma relação de adição entre as orações, a partir das con-
independência (exemplo 1). Denominamos esse período
junções coordenativas aditivas e, nem ...nem, não só...como
de período composto por coordenação. Além disso, há
também, não só…mas também etc...
casos em que as duas orações não podem ser separadas,
Ex.
pois uma completa a outra (exemplo 2), e isso se trata de
A economia cresceu e progrediu.
um período composto por subordinação.
A economia não só cresceu mas também progrediu.
Ex.:
Nem estudou nem descansou.
3) Penso, logo existo.
Trata-se de um período composto por coordenação já
b) Oração coordenada sindética adversativa: trans-
que é possível transformar as duas orações em frases in-
mite uma ideia de contradição e oposição, através das con-
dependentes:
junções coordenativas adversativas mas, porém, entretanto,
Penso. Logo existo.
contudo, todavia etc…
Ex.:
4) Perguntei se ele me amava.
Fui dormir tarde, mas consegui acordar cedo.
Gosto muito de você, porém preciso deixá-lo.
Vemos aqui um caso de período composto por subor-
dinação, pois se separarmos as orações tornando-as pe-
c) Oração coordenada sindética alternativa: estabe-
ríodos simples, o enunciado perderá o sentido:
lece uma relação de alternância com a oração anterior. São
usadas as conjunções coordenativas alternativas ou...ou…,
Perguntei. Se você me amava.
já...já, quer...quer, ora...ora.
Ex.:
Cada um desses períodos apresenta características e
Ou durmo, ou estudo.
manifestações distintas.
Ora durmo, ora estudo.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
d) Oração coordenada sindética conclusiva: cria uma
relação de conclusão com a oração anterior, oferecendo a
Denomina-se período composto por coordenação o
ideia de resultado. São utilizadas as conjunções coordena-
enunciado de sentido completo composto por duas ou
tivas conclusivas pois, logo, portanto, por conseguinte, con-
mais orações coordenadas, ou seja, independentes. Nes-
sequentemente.
ses casos não há uma oração que se sobreponha à outra e,
Penso, logo existo.
por isso mesmo, não há uma oração principal, ambas são.
Estudo, por conseguinte obterei o resultado almejado.
Por serem autônomas, as orações coordenadas podem
ser unidas apenas por vírgulas e aí são denominadas de
e) Oração coordenada explicativa: estabelece uma
assindéticas, já que não apresentam nenhuma palavra de
ideia de explicação com a oração anterior, esclarecendo-a.
conexão entre si, como no exemplo:
São usadas as conjunções coordenativas porque, isto é, ou
seja, a saber.
Vi, vim, venci.
Ex.:
Viajei logo, porque tinha pressa.
Ainda que sejam independentes, as orações coordena-
Fiquei muito triste, uma vez que ele descumpriu o trato
das podem ser unidas também a partir de um elemento
combinado.
conectivo, recebendo a denominação de orações coor-
denadas sindéticas. A classe gramatical que cumpre essa

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LÍNGUA PORTUGUESA

IMPORTANTE GABARITO
1.b – 2.d – 3.a – 4.b – 5.b
Excetuando as orações coordenadas sindéticas adi-
tivas, todas as demais exigem o uso de vírgula antes da PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
conjunção coordenativa:
Denomina-se período composto por subordinação o
Trabalhou muito, mas não concluiu a tarefa. período integrado por duas ou mais orações em que se
Ou esqueça, ou lute. verifica entre elas uma relação de dependência semântica
Está batalhando, pois ambiciona progredir. e sintática. Ou seja, caso se retire uma das orações o enun-
Ela chegara atrasada, porque houve greve na linha do ciado perde o sentido.
metrô. Ex.:
Perguntei se ele viria.
Chorou tanto que não conseguiu abrir os olhos.
EXERCÍCIOS
Quando falamos em orações subordinadas se enten-
1.A oração “Não se verificou, todavia, uma transplanta- de a presença de uma oração principal e uma oração
ção integral de gosto e de estilo” tem valor: subordinada que completará a mensagem da primeira.
a) conclusivo As orações subordinadas dividem-se em:
b) adversativo a) Orações Subordinadas Substantivas: completam a
c) concessivo oração principal exercendo a função de substantivo;
d) explicativo b) Orações Subordinadas Adjetivas: completam a ora-
e) alternativo ção principal exercendo a função de adjetivo;
c) Orações Subordinadas Adverbiais: completam a ora-
2. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A ção principal exercendo a função de advérbio.
oração em destaque é:
a) coordenada explicativa I – ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
b) coordenada adversativa
c) coordenada aditiva Como dito acima, são as que integram a oração princi-
d) coordenada conclusiva
pal exercendo a função de substantivo.
e) coordenada alternativa
Como assim?
3. No verso, “Tenta chorar e os olhos sente enxutos”, o Atente ao exemplo abaixo:
conectivo oracional indica:
a) junção de ideias, logo é conjunção aditiva a) Falei verdades a João.
b) disjunção de ideias, logo é conj. Alternativa b) Trabalho é fundamental.
c) contraste de ideias, logo é conj. Adversativa c) Trabalho é fundamental.
d) oposição de ideias, logo é conj. Concessiva
e) sequência de ideias, logo é conj. Conclusiva. Nos períodos simples acima percebemos que as pala-
vras destacadas exercem a função de substantivo e podem
4. Fez isso ______ não conseguiu o resultado. ser substituídas por isso.
___A_________________B_______________ a) Falei isso a João.
Qual das alternativas abaixo preenche a lacuna, indican- b) Trabalho é isso.
do que B é um fato anterior a A? c) Isso é trabalho.
a) entretanto
b) pois Realizando uma análise sintática, classificamos os ter-
c) porém mos destacados como objeto direto (a), predicativo do su-
d) enquanto jeito (b) e sujeito (c).
e) e. Mas o ser humano pode produzir frase mais complexas,
constituídas por períodos compostos por mais de um ver-
5.”Deus não fala comigo, e eu sei que Ele me escuta.” O bo, e os mesmos exemplos citados anteriormente podem
conectivo “e” pode ser substituído, sem contrariar o senti- ser assim reescritos:
do, por: a) Falei que não me casaria a João.
a) ou. b) Trabalho é agir com responsabilidade.
b) no entanto c) É importante trabalhar.
c) porém
d) porquanto
O que foi feito? Substituímos os substantivos dos enun-
e) nem
ciados por verbos equivalentes e construímos orações su-
(Exercícios retirados de http://questoesconcursos. bordinadas substantivas.
blogspot.com.br/2011/04/questoes-de-oracoes-coorde-
nadas-para.html)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das orações subordinadas substantivas Orações Substantivas Objetivas Diretas Reduzidas:

a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: quan- Podem integrar/completar o verbo transitivo direto da
do exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração oração principal orações subordinadas marcadas pelo ver-
principal. bo reduzido de infinitivo:

Ex.: Ex.:

1) Sua participação foi importante. (sujeito) Mandei-a nadar um pouco.


Foi importante sua participação. (sujeito) Ouvi João chorar o dia inteiro.

Foi importante que você tenha participado da reu- Por isso mesmo, chamamos de orações desenvolvidas
nião. (oração subordinada substantiva subjetiva). as caracterizadas por verbos flexionados e reduzidas com
verbos apresentados no infinitivo.
2) A leitura é fundamental. (sujeito)
É fundamental a leitura. (sujeito) c) Orações Subordinadas Substantivas Objetivas In-
diretas: exercem a função de objeto indireto, completando
É fundamental que você leia. (oração subordinada verbos transitivos indiretos.
substantiva subjetiva) Ex.:
- Estrutura das orações subordinadas substantivas Minha aluna necessita (de) que seus pais a auxiliem.
subjetivas: A coordenação insiste em que os pais auxiliem a aluna.
Nos exemplos acima percebe-se que tanto o verbo ne-
* Verbos de ligação mais predicativo: cessitar quanto o insistir são verbos transitivos indiretos,
exigindo como complemento oração ou palavra antecedi-
É importante – É fundamental – É essencial – Foi im- do por preposição.
prescindível – Permanece preocupante – Está comprovado
d) Oração Subordinada Completiva Nominal: exerce
Ex.: a função de completar o sentido de um NOME, geralmente
É fundamental que as crianças estudem um substantivo abstrato ou adjetivo.
* Expressões iniciadas por verbos na voz passiva:
Ex.:
Sabe-se – Conta-se – Percebe-se – Soube-se – É sabido
– Comenta-se – Foi comprado – Foi anunciado Senti receio de que ele viesse alterado.
Tive medo de o avião atrasar por mais tempo.
Ex.: Ela foi favorável a que João participasse do projeto.
Conta-se que muitos alunos não realizaram a prova.
e) Oração Subordinada Substantiva Predicativa:
* Verbos como: cumprir – convir – importar – acon- cumpre a função de predicativo do sujeito, qualificando o
tecer – ocorrer sujeito enquanto “completa” um verbo de ligação.
Ex.:
Ex.:
Convém que você estude mais. Minha preocupação é que ele não chegue a tempo.
O fundamental é que ela se recuperou bem.
b) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta:
exerce a função de objeto direto, completando verbo tran- f) Oração Subordinada Substantiva Apositiva: exerce
sitivo direto. a função de aposto, esclarecendo algum termo da oração
principal.
Ex.:
Ex.:
Maria não sabe que João viajou. Meu desejo era esse: que ele não voltasse mais.
O deputado perguntou se todos já haviam chegado. Sempre apresentou essa desconfiança: que Joana não
estava cumprindo o contrato.
Chamamos de conjunção integrante a conjunção que a
qual inicia a subordinada substantiva objetiva direta. Isso por-
que a ela cabe a atribuição de iniciar o complemento verbal.

Peço que você saia.

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LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS 7. (UFPR) Julieta ficou à janela na esperança de que


Romeu voltasse. A oração em destaque é:
1. (UNAMA) No seguinte grupo de orações desta- a) subordinada substantiva subjetiva.
cadas: b) subordinada substantiva completiva nominal.
c) subordinada substantiva predicativa.
1. É bom que você venha. d) subordinada adverbial causal.
2. Não esqueças que és falível. e) subordinada adjetiva explicativa.

Temos orações subordinadas, respectivamente: 8. (PUCCAMP-SP) Assinale o período em que a ora-


a) objetiva direta, subjetiva. ção destacada é substantiva apositiva:
b) subjetiva, objetiva direta. a) Não me disseram onde moravas.
c) objetiva direta, adverbial temporal. b) A rua onde moras é muito movimentada.
d) subjetiva, predicativa. c) Só me interessa saber uma coisa: onde moras.
e) predicativa, objetiva direta. d) Morarei onde moras.
e) n.d.a.
2. (UFBA) Em todos os períodos a oração subordina-
da funciona como sujeito da oração principal, exceto em: 9. (MACK-SP) No período: «Sabe-se que Jacó pro-
a) É claro que eles virão. pôs a Labão que lhe desse todos os filhos das cabras...»,
b) Acontece que ela mentiu. a alternativa que contém a análise correta das orações,
c) Sabe-se que é um golpe. na sequência em que vêm no período é:
d) O certo é que tudo morre. a) principal; subordinada substantiva subjetiva; subordi-
e) Agora parece que é dia. nada substantiva objetiva direta.
b) coordenada sindética aditiva; subordinada substanti-
3. (FMU-SP) No seguinte período: «Aí eu tive o fer- va objetiva direta; subordinada substantiva apositiva.
vor de que ele carecesse de minha proteção, toda a
c) absoluta; subordinada substantiva objetiva direta;
vida», a expressão destacada é:
subordinada substantiva objetiva direta. d) principal; su-
a) oração subordinada substantiva apositiva.
bordinada substantiva subjetiva; subordinada substantiva
b) oração subordinada substantiva objetiva indireta.
objetiva indireta.
c) oração subordinada substantiva completiva nominal.
e) coordenada assindética; subordinada substantiva
d) oração subordinada substantiva predicativa.
subjetiva; subordinada substantiva objetiva direta.
10. (PUCCAMP-SP) «Se ele confessou não sei.» A
4. (UFPR) Qual o período em que há oração subordi- oração destacada é:
nada substantiva predicativa? a) subordinada adverbial temporal.
a) Meu desejo é que você passe nos exames vestibu- b) subordinada substantiva objetiva direta.
lares. c) subordinada substantiva objetiva indireta.
b) Sou favorável a que o aprovem. d) subordinada substantiva subjetiva.
c) Desejo-te isto: que sejas feliz. e) subordinada substantiva predicativa
d) O aluno que estuda consegue superar as dificuldades
do vestibular. (Exercícios retirados de https://ocondedemontecristo.
e) Lembre-se de que tudo passa neste mundo. files.wordpress.com/2011/03/un25.pdf)

5. (UFPR) Reconheça a oração subordinada substan- GABARITO


tiva subjetiva: 1 - b 4 - a 7 - b 10 - b 13 - 11 2 - d 5 - d 8 - c 11 - d
a) Veja se está tudo em ordem.
b) Perguntou quem era.
c) Que ele não compareceu, souberam. II – ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
d) É necessário que tenhamos paciência.
e) n.d.a. São as orações que equivalem a adjetivos, na função
de qualificar ou esclarecer um termo da oração principal.
6. (UEM-PR) «Parecia que o morro se tinha distancia- Vejamos:
do muito.» No período acima, a oração subordinada é:
a) substantiva objetiva direta. a) Encontrei aquele menino bonito. (adjetivo)
b) substantiva subjetiva. b) Encontrei aquele menino que é bonito. (oração su-
c) adjetiva explicativa. bordinada adjetiva)
d) substantiva predicativa
Nos exemplos acima percebemos como a oração desta-
e) adverbial consecutiva.
ca em (b) equivale ao adjetivo do exemplo anterior.

81
LÍNGUA PORTUGUESA

Vale destacar que as orações subordinadas adjetivas, EXERCÍCIOS


por exercerem a função de adjetivo, cumprem tam-
1)Quanto à classificação das orações subordinadas ad-
bém a atribuição de adjunto adnominal.
jetivas abaixo, a correta opção é:
Os paisque cuidam dos seus filhosmerecem aplausos.
Essas orações são iniciadas por pronomes relativos: Esta equipe,cujo técnico não incentiva seus atletas,sem-
que, o qual, a qual, as quais, os quais pre perde.
Ex.: A casa,onde mora, parece abandonada.
Vi o jogador que vive em Madri. A) restritiva, restritiva, explicativa
Vi o jogador o qual vive em Madri B) explicativa, explicativa, explicativa
C) explicativa, restritiva, explicativa
Classificação das orações subordinadas adjetivas D) restritiva, explicativa, explicativa.

Pensemos no adjetivo. Enquanto classe gramatical qua- 2) Identifique a alternativa que se encontra uma oração
lificadora, pode especificar uma qualidade referente ao subordinada adjetiva restritiva.
substantivo ou simplesmente apresentar ou esclarecer uma A) Sei que ainda não disse tudo.
característica geral: B) Este é o apartamento que comprei.
Ex.: C) Ela chegou, lavou as mãos e saiu.
a) Maria é a aluna sueca. (Aqui o adjetivo restringe o D) Assim que chegou, dormiu.
substantivo, reduzindo-o a grupo dos estudantes suecos).
b) Todo homem é mortal. ( Já aqui o adjetivo apenas 3) Identifique a alternativa que se encontra uma oração
explica uma qualidade geral). subordinada adjetiva explicativa.
A) Eram músicas que contagiavam.
Da mesma forma, as orações subordinadas adjetivas B) Os homens, que são seres racionais, merecem nosso
podem reduzir o campo semântico ou simplesmente escla- diálogo.
recê-lo e daí vem sua classificação: C) A televisão apresenta cenas que agridem.
a) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: orações D) Viajaram a lugares por onde nunca sonharam passar.
que cumprem a função de particularizar e restringir um ter- (Exercícios retirados de http://provasdeportugues.
mo da oração principal. blogspot.com.br/2014/06/atividades-de-oracoes-subordi-
nadas_25.html)
Ex.:
Encontrei o repórter que vive em Tóquio. GABARITO
Admiro os alunos que estudam Português.
Foi entrevistada a atriz que recebeu o Oscar. 1 -D
Nos exemplos acima todas as orações destacadas são 2 -B
adjetivas restritivas, já que qualificam o nome reduzindo 3–B
seu campo semântico.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa: ao con-
trário da anterior, não apresenta qualificação restritiva, Chamamos de orações subordinadas adverbiais aque-
apenas explica uma ideia na função de esclarecer um ter- las que se acoplam à oração principal denotando uma
mo já citado. Essa oração costuma aparecer entre vírgulas. circunstância, função típica dos advérbios. Quando desen-
Ex.: volvidas, são sempre introduzidas por conjunções subordi-
Lilian, que é economista, prevê a continuação da inflação. nativas adverbiais e classificadas segundo as circunstâncias
O Ramadã, que é o período de jejum dos muçulma- que exprimem.
nos, inicia na próxima segunda. Ex.:
a) Saiu para trabalhar à noite. (o termo destacado é
uma locução adverbial de tempo, já que oferece uma cir-
Diferenças entre as conjunções integrantes e cunstância ao verbo “trabalhar”)
pronomes relativos: o caso da palavra “QUE” b) Saiu para trabalhar quando anoiteceu. (a locução
adverbial foi substituída por uma oração, que exerce a
Vimos que a palavra “que” pode ser uma con- mesma função, apresenta uma circunstância temporal).
junção integrante nas orações subordinadas
As orações subordinadas adverbiais dividem-se em:
substantivas e pronome relativo nas subordina- causais, consecutivas, concessivas, conformativas, compa-
das adjetivas. Como entender a diferença? rativas, finais, proporcionais, condicionais e temporais. Ve-
É fácil: o “que” conjunção integrante completa jamos cada uma delas:
verbos transitivos e o “que” pronome relativo
sucede um nome (e não um verbo) cumprindo a 1) Oração subordinada adverbial causal: expressa a
função de iniciar a qualificação do mesmo. ideia de causa, iniciada pelas conjunções subordinativas
porque, como, uma vez que, visto que, posto que etc…

82
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: 8) Oração subordinada adverbial condicional: apre-


a) Como estava chovendo, o aluno não foi treinar. senta uma condição para que se efetive a ação expressa
b) A escola não realizou o concurso, visto que não ha- pelo verbo da oração principal, precedida pelas conjunções
via o material necessário. subordinativas se, caso, desde que, contanto que etc…
Ex.:
2) Oração subordinada adverbial consecutiva: indica a) Caso Maria compareça, faremos a reunião.
a ideia de consequência, precedida pelas conjunções su- b) Assinaremos o contrato se o presidente concorde
bordinativas que, de sorte que, de modo que etc… com os termos.
Ex.:
a) Estudou tanto que gabaritou a prova. i) Oração subordinada adverbial temporal: indica
b) Estava tão nervosa de modo que não conseguiu uma circunstância de tempo à oração principal, iniciada pe-
chegar até o fim da prova. las conjunções subordinativas quando, enquanto, logo que,
assim que, depois que etc…
3) Oração subordinada adverbial concessiva: expres- Ex.:
sa uma circunstância contrária a apresentada na oração a) Quando chegou, iniciou os procedimentos.
principal, iniciada pelas conjunções subordinativas embora, b) Realizou a entrevista assim que o convidado apa-
ainda que, conquanto que etc… receu.
Ex.:
a) Embora estivesse chovendo, foi correr na avenida. IMPORTANTE! ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVER-
b) Conquanto Maria estivesse atrasada, conseguiu BIAIS EM SUA FORMA REDUZIDA
realizar a prova. Orações reduzidas são aquelas que apresentam verbos
reduzidos de infinitivo, sem flexão, ou no gerúndio Al-
4) Oração subordinada adverbial conformativa: in- gumas subordinadas adverbiais podem apresentar ver-
dica conformidade com a informação expressa na oração bos com essa característica:
principal, precedida pelas conjunções subordinativas con-
forme, consoante, como, segundo etc… a) Subordinadas adverbiais finais: Estou batalhando
Ex.: para você ter um futuro melhor.
a) Conforme informou a previsão do tempo, choveu b) Subordinadas adverbiais condicionais: Se você
bastante no sul do Brasil. chegar em tempo, poderemos estudar.
b) Segundo dissera o professor, a prova fora adiada c) Subordinadas adverbiais temporais: Acordando
em tempo. amanhã, ligue para sua mãe.
5) Oração subordinada adverbial comparativa: tem d) Subordinadas adverbiais consecutivas: Não con-
como função estabelecer uma comparação com a oração seguiu ler o discurso sem gaguejar.
principal, iniciada pelas conjunções subordinativas como,
que, tanto como, tal como, do que etc…
EXERCÍCIOS
Ex.:
a) Ele estuda tanto como sua irmã. (estuda)
1.(MACK) “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude
b) João treina tal como Pedro estuda.
inventada. Há reconstituição de uma cenacomo elade-
Percebemos na frase a) que quando o verbo de compa-
via ter sido na realidade.” A oração “como ela devia ter
ração é o mesmo da oração principal, ele pode estar oculto.
sido na realidade” é:
6) Oração subordinada adverbial final: Exprime fina- a) adverbial conformativa
lidade referente à ação do verbo da oração principal, pre- b) adverbial proporcional
cedida pelas conjunções subordinativas para que, a fim de c) adjetiva
que, que, porque etc… d) adverbial causal
Ex.: e) adverbial consecutiva
a) Os jogadores treinaram muito para que pudessem
vencer o campeonato. 2.(FUVEST) No período: “Era tal a serenidade da tar-
b) Os alunos se prepararam muito para que conseguis- de, que se percebia o sino de uma freguesia distante,
sem aprovar o projeto. dobrando a finados.”, a segunda oração é:
a) subordinada adverbial causal
7) Oração subordinada adverbial proporcional: ex- b) subordinada adverbial consecutiva
pressa a ideia de proporção junto ao verbo apresentado na c) subordinada adverbial concessiva
oração principal, iniciada pelas conjunções subordinativas d) subordinada adverbial comparativa
à medida que, à proporção que, quanto mais...tanto mais, e) subordinada adverbial subjetiva
quanto mais..tanto menos etc…
Ex.:
a) Quanto mais se trabalha, mais se engrandece.
b) À medida que envelheço, mais bela fico.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

3.(PUC) Assinale a alternativa em que a subordinada 8.(UNIMEP) I - Mário estudou muito e foi reprova-
não traduza idéia de consequência, comparação, con- do! II - Mário estudou muito e foi aprovado. Em I e II, a
cessão e causa: conjunção “e” tem, respectivamente, valor:
a.Porquanto, não fosse um ancião convencional, enter- a) aditivo e conclusivo
rou-se de sobrecasaca e polainas. b) adversativo e aditivo
b.Desde que era um ancião convencional, enterrou-se c) aditivo e aditivo
de sobrecasaca e polainas. d) adversativo e conclusivo
c.Ele era um ancião tão convencional que se enterrou e) concessivo e causal
de sobrecasaca e polainas.
d. Ele era um ancião mais convencional do que o que se 9. (UC-MG) A classificação da oração grifada está
enterrou de sobrecasaca e polainas. correta em todas as opções, exceto em:
e.Ele era um ancião convencional, na medida em que se a.Ela sabiaque ele estava fazendo o certo- subordinada
enterrou de sobrecasaca e polaina. substantiva objetiva indireta
b.Era a primeira vezque ficava assim tão perto de uma
4.(FUVEST) Na frase “Entrando na faculdade, procu- mulher- subordinada substantiva subjetiva
rarei emprego.”, a oração subordinada indica idéia de: c.Mas não estava neles modificar um namoroque nas-
a) concessão cera difícil,cercado,travado- subordinada adjetiva
b) lugar d.O momento foi tão intensoque ele teve medo- subor-
c) oposição dinada adverbial consecutiva
d) consequência e.Solta, que você está me machucando- coordenada
e) condição sindética explicativa
5. (EFOA-MG)“Quando vejo certos colegasmostrando 10.(FUVEST) No período: “Ainda que fosse bom jo-
com orgulho aquela rodela imbecil no pescoço ...” O perío- gador, não ganharia a partida”, a oração destacada en-
do que apresenta uma oração com a mesma classificação
cerra idéia de:
da destacada na citação acima é:
a) causa
a) “Mal o sol fugia, começavam as toadas das cantigas.”
b) condição
b) “Caso o encontre, dê-lhe o recado.”
c ) concessão
c) “Dado que a polícia venha, prenderemos o assassino.”
d) proporção
d) “Uma vez que cheguem os reforços, atacaremos a
praça.” e) fim
e) “Contar-lhe-ei o caso, conquanto você guarde segredo.”
11.(PUC) No período: “Apesardisso a palestra de Seu
6.(UFE-PA) No trecho “Cecília ... viu do lado oposto Ribeiro e D. Glória é bastante clara”, a palavra grifada
do rochedo Peri,que a olhava com uma admiração ar- veicula uma idéia de:
dente”, a oração grifada expressa uma a) concessão
a) causa b) condição
b) lugar c) comparação
c) oposição d) modo
d) explicação e) consequência
e) condição
12. (CESGRANRIO) Assinale o período em que ocor-
7.(UF SANTA MARIA-RS) Leia, com atenção, os pe- re a mesma relação significativa indicada pelos termos
ríodos abaixo: destacados em: “A atividade científica é tão natural-
Caso haja justiça social, haverá paz. quanto qualquer outra atividade econômica.”
Embora a televisão ofereça imagens concretas, ela não a) Ele era tão aplicado, que em pouco tempo foi pro-
fornece uma reprodução fiel da realidade. movido.
Como todas aquelas pessoas estavam concentradas, b) Quanto mais estuda, menos aprende.
não se escutou um único ruído. c) Tenho tudo quanto quero.
d) Sabia a lição tão bem como eu.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente,
e) Todos estavam exaustos, tanto que se recolheram
as circunstâncias indicadas pelas orações sublinhadas:
logo.
a) tempo, concessão, comparação
b) tempo, causa, concessão
(Exercícios retirados de http://soslportuguesa.blogs-
c) condição, consequência, comparação
pot.com.br/2011/06/questoes-sobre-oracoes-subordina-
d) condição, concessão, causa
das_24.html)
e) concessão, causa, conformidade
GABARITO

1-a, 2-b, 3-e, 4-e, 5-a, 6-d, 7-d, 8-b, 9-b, 10-c, 11-a, 12-d

84
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9.394/96: antecedentes históricos, limites e perspectivas;............................. 01
Gestão e financiamento da educação pública;............................................................................................................................................. 18
Tendências e Concepções Pedagógicas;.......................................................................................................................................................... 20
Projeto Politico Pedagógico................................................................................................................................................................................. 27
Políticas de valorização dos profissionais de educação no Brasil;........................................................................................................ 31
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica;....................................................................................................................... 32
Educação de Jovens e Adultos e Educação Indígena: legislação, estrutura e organização;....................................................... 32
Ensino Fundamental: estrutura, organização e Diretrizes Curriculares............................................................................................... 35
Educação Infantil: diretrizes políticas, desafios e implantação das Diretrizes Curriculares; ....................................................... 37
Sistemas Nacionais de Avaliação da Educação............................................................................................................................................. 40
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

I - igualdade de condições para o acesso e permanência


LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO – na escola;
LDB 9.394/96: ANTECEDENTES HISTÓRICOS, II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
LIMITES E PERSPECTIVAS; cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de
A lei estudada neste tópico, provavelmente a mais re- ensino;
levante deste edital, tanto que é repetida em dois outros VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
tópicos, “estabelece as diretrizes e bases da educação oficiais;
nacional”. Data de 20 de dezembro de 2016, tendo sido VII - valorização do profissional da educação escolar;
promulgada pelo ex-presidente Fernando Henrique Car- VIII - gestão democrática do ensino público, na forma
doso, mas já passou por inúmeras alterações desde então. desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
Partamos para o comentário em bloco de seus dispositivos: IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extraescolar;
TÍTULO I XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as
Da Educação práticas sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial.
Art. 1º A educação abrange os processos formativos XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem
que se desenvolvem na vida familiar, na convivência hu- ao longo da vida.
mana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesqui-
sa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil A educação escolar deve permitir a formação do cida-
e nas manifestações culturais. dão e do trabalhador: uma pessoa que consiga se inserir no
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se de- mercado de trabalho e ter noções adequadas de cidada-
senvolve, predominantemente, por meio do ensino, em ins- nia e solidariedade no convívio social. Entre os princípios,
tituições próprias. trabalha-se com o direito de acesso à educação de quali-
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo dade (gratuita nos estabelecimentos públicos), a liberdade
do trabalho e à prática social. nas atividades de ensino em geral (tanto para o educador
quanto para o educado), a valorização do professor, o in-
O primeiro artigo da LDB estabelece que a educação centivo à educação informal e o respeito às diversidades de
é um processo que não se dá exclusivamente nas escolas. ideias, gêneros, raça e cor.
Trata-se da clássica distinção entre educação formal e não
formal ou informal: “A educação formal é aquela desen- TÍTULO III
volvida nas escolas, com conteúdos previamente demarca- Do Direito à Educação e do Dever de Educar
dos; a informal como aquela que os indivíduos aprendem
durante seu processo de socialização - na família, bairro, Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública
clube, amigos, etc., carregada de valores e cultura própria, será efetivado mediante a garantia de:
de pertencimento e sentimentos herdados; e a educação I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4
não formal é aquela que se aprende ‘no mundo da vida’, via (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da
os processos de compartilhamento de experiências, princi- seguinte forma:
palmente em espaços e ações coletivas cotidianas”1. A LDB a) pré-escola;
disciplina apenas a educação escolar, ou seja, a educação b) ensino fundamental;
formal, que não exclui o papel das famílias e das comuni- c) ensino médio;
dades na educação informal. II - educação infantil gratuita às crianças de até 5
(cinco) anos de idade;
TÍTULO II III - atendimento educacional especializado gratuito
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, trans-
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, ins- versal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencial-
pirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solida- mente na rede regular de ensino;
riedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvi- IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamen-
mento do educando, seu preparo para o exercício da cidada-
tal e médio para todos os que não os concluíram na idade
nia e sua qualificação para o trabalho.
própria;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
princípios:
1 GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da socie-
cada um;
dade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. públ. VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
Educ., Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, jan./mar. 2006. condições do educando;

1
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

VII - oferta de educação escolar regular para jovens e III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o pre-
adultos, com características e modalidades adequadas às visto no art. 213 da Constituição Federal.
suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que
forem trabalhadores as condições de acesso e permanência Conforme se percebe pelo artigo 4º, divide-se em eta-
na escola; pas a formação escolar, nos seguintes termos:
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da - A educação básica é obrigatória e gratuita. Envolve
educação básica, por meio de programas suplementares a pré-escola, o ensino fundamental e o ensino médio. A
de material didático-escolar, transporte, alimentação e educação infantil deve ser garantida próxima à residência.
assistência à saúde; Com efeito, existe a garantia do direito à creche gratuita.
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, defini- No mais, pessoas fora da idade escolar que queiram com-
dos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de pletar seus estudos têm direito ao ensino fundamental e
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de médio.
ensino-aprendizagem. - A educação superior envolve os níveis mais elevados
X - vaga na escola pública de educação infantil ou de do ensino, da pesquisa e da criação artística, devendo ser
ensino fundamental mais próxima de sua residência a acessível conforme a capacidade de cada um.
toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) - Neste contexto, devem ser assegurados programas
anos de idade. suplementares de material didático-escolar, transporte, ali-
mentação e assistência à saúde.
Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direi- O artigo 5º reitera a gratuidade e obrigatoriedade do
to público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de ensino básico e assegura a possibilidade de se buscar judi-
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, en- cialmente a garantia deste direito em caso de negativa pelo
tidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o poder público. Será possível fazê-lo por meio de mandado
Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. de segurança ou ação civil pública. Além da judicialização
§ 1º O poder público, na esfera de sua competência para fazer valer o direito na esfera cível, cabe em caso de
federativa, deverá: negligência o acionamento na esfera penal, buscando-se a
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em punição por crime de responsabilidade.
idade escolar, bem como os jovens e adultos que não con- Adiante, coloca-se o dever dos pais ou responsáveis
cluíram a educação básica; efetuar a matrícula da criança.
II - fazer-lhes a chamada pública; Por fim, o artigo 7º estabelece a possibilidade do en-
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência sino particular, desde que sejam respeitadas as normas da
à escola. educação nacional, autorizado o funcionamento pelo po-
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Públi- der público e que tenha possibilidade de se manter inde-
co assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obri- pendentemente de auxílio estatal, embora exista previsão
gatório, nos termos deste artigo, contemplando em segui- de tais auxílios em circunstâncias determinadas descritas
da os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as no artigo 213, CF.
prioridades constitucionais e legais.
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste TÍTULO IV
artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, Da Organização da Educação Nacional
na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal,
sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspon- Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
dente. Municípios organizarão, em regime de colaboração, os
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade compe- respectivos sistemas de ensino.
tente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional
poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade. de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade exercendo função normativa, redistributiva e supletiva
de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de em relação às demais instâncias educacionais.
acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemen- § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organi-
te da escolarização anterior. zação nos termos desta Lei.

Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a Art. 9º A União incumbir-se-á de:
matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em cola-
(quatro) anos de idade. boração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e institui-
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas ções oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territórios;
as seguintes condições: III - prestar assistência técnica e financeira aos Es-
I - cumprimento das normas gerais da educação nacio- tados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desen-
nal e do respectivo sistema de ensino; volvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento
II - autorização de funcionamento e avaliação de quali- prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função
dade pelo Poder Público; redistributiva e supletiva;

2
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Dis- VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede
trito Federal e os Municípios, competências e diretrizes estadual.
para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as
médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos míni- competências referentes aos Estados e aos Municípios.
mos, de modo a assegurar formação básica comum;
IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimen- I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e insti-
tos para identificação, cadastramento e atendimento, na tuições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os
educação básica e na educação superior, de alunos com al- às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;
tas habilidades ou superdotação; II - exercer ação redistributiva em relação às suas es-
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a colas;
educação; III - baixar normas complementares para o seu siste-
 VI - assegurar processo nacional de avaliação do ma de ensino;
rendimento escolar no ensino fundamental, médio e supe- IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabele-
rior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivan- cimentos do seu sistema de ensino;
do a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do V - oferecer a educação infantil em creches e pré-
ensino; -escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, per-
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação mitida a atuação em outros níveis de ensino somente quan-
e pós-graduação; do estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua
 VIII - assegurar processo nacional de avaliação das área de competência e com recursos acima dos percentuais
instituições de educação superior, com a cooperação dos mínimos vinculados pela Constituição Federal à manuten-
sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ção e desenvolvimento do ensino.
ensino; VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar municipal.
e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda,
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de
por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor
ensino.
com ele um sistema único de educação básica.
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Na-
cional de Educação, com funções normativas e de supervi-
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as
são e atividade permanente, criado por lei.
normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a in-
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a
cumbência de:
IX, a União terá acesso a todos os dados e informações
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
necessários de todos os estabelecimentos e órgãos edu-
cacionais. II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão financeiros;
ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-
mantenham instituições de educação superior. -aula estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: cada docente;
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e institui- V - prover meios para a recuperação dos alunos de
ções oficiais dos seus sistemas de ensino; menor rendimento;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração VI - articular-se com as famílias e a comunidade,
na oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar criando processos de integração da sociedade com a escola;
a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus
com a população a ser atendida e os recursos financeiros filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a fre-
disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; quência e rendimento dos alunos, bem como sobre a exe-
III - elaborar e executar políticas e planos educacio- cução da proposta pedagógica da escola;
nais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais VIII - notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz
de educação, integrando e coordenando as suas ações e as competente da Comarca e ao respectivo representante do
dos seus Municípios; Ministério Público a relação dos alunos que apresentem
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de edu- percentual permitido em lei.
cação superior e os estabelecimentos do seu sistema de en- IX - promover medidas de conscientização, de prevenção
sino; e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a
V - baixar normas complementares para o seu sistema intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas;
de ensino; X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com de paz nas escolas.     
prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem,
respeitado o disposto no art. 38 desta Lei;  Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

3
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorpora-


estabelecimento de ensino; das, mantidas e administradas pelo Poder Público;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a II - privadas, assim entendidas as mantidas e adminis-
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; tradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os Art. 20. As instituições privadas de ensino se enqua-
alunos de menor rendimento; drarão nas seguintes categorias:
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as
além de participar integralmente dos períodos dedicados ao que são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas fí-
planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissio- sicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as
nal; características dos incisos abaixo;
VI - colaborar com as atividades de articulação da es- II - comunitárias, assim entendidas as que são insti-
cola com as famílias e a comunidade. tuídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais
pessoas jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da fins lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora
gestão democrática do ensino público na educação bá- representantes da comunidade;
sica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os III - confessionais, assim entendidas as que são insti-
seguintes princípios: tuídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais
I - participação dos profissionais da educação na elabo- pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e
ração do projeto pedagógico da escola; ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior;
II - participação das comunidades escolar e local em IV - filantrópicas, na forma da lei.
conselhos escolares ou equivalentes.
A LDB estabelece um regime de colaboração entre as
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades entidades de ensino nas esferas federativas diversas, no en-
tanto, coloca competência à União de encabeçar e coorde-
escolares públicas de educação básica que os integram pro-
nar os sistemas de ensino. Tal papel de liderança, descrito
gressivos graus de autonomia pedagógica e administra-
no artigo 9º, envolve poderes de regulação e de controle,
tiva e de gestão financeira, observadas as normas gerais
autorizando funcionamento ou suspendendo-o, realizando
de direito financeiro público.
avaliação constante de desempenho, entre outros deveres.
Uma nota interessante é reparar que o artigo 10 estabelece
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: 
o dever dos Estados de garantir a educação no ensino funda-
I - as instituições de ensino mantidas pela União;
mental e priorizar a educação no ensino médio, ao passo que o
II - as instituições de educação superior criadas e manti- artigo 11 coloca o dever dos municípios de garantir a educação
das pela iniciativa privada; infantil e priorizar a educação fundamental. É possível, ainda,
III - os órgãos federais de educação. integrar educação municipal e estadual em um sistema único.
Quanto às questões pedagógicas e de gestão dos es-
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Dis- tabelecimentos de ensino, incumbe a eles próprios, em in-
trito Federal compreendem: tegração com seus docentes. Este processo de interação
I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, entre instituição e docente, bem como destes com a co-
pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal; munidade local, é conhecido como gestão democrática.
II - as instituições de educação superior mantidas pelo
Poder Público municipal; TÍTULO V
III - as instituições de ensino fundamental e médio cria- Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
das e mantidas pela iniciativa privada; CAPÍTULO I
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Fede- Da Composição dos Níveis Escolares
ral, respectivamente.
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, I - educação básica, formada pela educação infantil,
integram seu sistema de ensino. ensino fundamental e ensino médio;
II - educação superior.
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreen-
dem: CAPÍTULO II
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de DA EDUCAÇÃO BÁSICA
educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal; Seção I
II - as instituições de educação infantil criadas e manti- Das Disposições Gerais
das pela iniciativa privada;
III - os órgãos municipais de educação. Art. 22. A educação básica tem por finalidades desen-
volver o educando, assegurar-lhe a formação comum in-
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes ní- dispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
veis classificam-se nas seguintes categorias administrativas: meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

4
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em sé- VI - o controle de frequência fica a cargo da escola,
ries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância re- conforme o disposto no seu regimento e nas normas do res-
gular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com pectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de
base na idade, na competência e em outros critérios, ou por setenta e cinco por cento do total de horas letivas para
forma diversa de organização, sempre que o interesse do aprovação;
processo de aprendizagem assim o recomendar. VII - cabe a cada instituição de ensino expedir histó-
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive ricos escolares, declarações de conclusão de série e di-
quando se tratar de transferências entre estabelecimentos plomas ou certificados de conclusão de cursos, com as
situados no País e no exterior, tendo como base as normas especificações cabíveis.
curriculares gerais. § 1º A carga horária mínima anual de que trata o inci-
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às pecu- so I do caput deverá ser ampliada de forma progressiva,
liaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a cri- no ensino médio, para mil e quatrocentas horas, devendo
tério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o os sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de cinco
número de horas letivas previsto nesta Lei. anos, pelo menos mil horas anuais de carga horária, a partir
de 2 de março de 2017.
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e § 2º Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de
médio, será organizada de acordo com as seguintes regras educação de jovens e adultos e de ensino noturno regular,
comuns: adequado às condições do educando, conforme o inciso
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas VI do art. 4º.
horas para o ensino fundamental e para o ensino médio, Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades res-
distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo tra- ponsáveis alcançar relação adequada entre o número de
balho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, alunos e o professor, a carga horária e as condições ma-
quando houver; ; teriais do estabelecimento.
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino,
primeira do ensino fundamental, pode ser feita: à vista das condições disponíveis e das características regio-
a) por promoção, para alunos que cursaram, com apro- nais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do
veitamento, a série ou fase anterior, na própria escola; disposto neste artigo.
b) por transferência, para candidatos procedentes de
outras escolas; Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino
c) independentemente de escolarização anterior, me- fundamental e do ensino médio devem ter base nacional
diante avaliação feita pela escola, que defina o grau de comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e
desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversifica-
inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamen- da, exigida pelas características regionais e locais da socie-
tação do respectivo sistema de ensino; dade, da cultura, da economia e dos educandos.
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão re- § 1º Os currículos a que se refere o caput devem abran-
gular por série, o regimento escolar pode admitir formas de ger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e
progressão parcial, desde que preservada a sequência do da matemática, o conhecimento do mundo físico e na-
currículo, observadas as normas do respectivo sistema de tural e da realidade social e política, especialmente da
ensino; República Federativa do Brasil, observado, na educação in-
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alu- fantil, o disposto no art. 31, no ensino fundamental, o dis-
nos de séries distintas, com níveis equivalentes de adianta- posto no art. 32, e no ensino médio, o disposto no art. 36.
mento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, § 2º O ensino da arte, especialmente em suas expres-
artes, ou outros componentes curriculares; sões regionais, constituirá componente curricular obrigató-
V - a verificação do rendimento escolar observará os se- rio da educação básica.
guintes critérios: § 3º A educação física, integrada à proposta pedagó-
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho gica da escola, é componente curricular obrigatório da edu-
do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os cação infantil e do ensino fundamental, sendo sua prática
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os facultativa ao aluno:
de eventuais provas finais; I - que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos seis horas;
com atraso escolar; II - maior de trinta anos de idade;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries me- III - que estiver prestando serviço militar inicial ou que,
diante verificação do aprendizado; em situação similar, estiver obrigado à prática da educação
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; física;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de pre- IV - amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de ou-
ferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo tubro de 1969;
rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições V - (VETADO);
de ensino em seus regimentos; VI - que tenha prole.

5
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas


contribuições das diferentes culturas e etnias para a forma- às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
ção do povo brasileiro, especialmente das matrizes indí- II - organização escolar própria, incluindo adequação do
gena, africana e europeia. calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições
§ 5o No currículo do ensino fundamental, a partir do climáticas;
sexto ano, será ofertada a língua inglesa. III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
§ 6o As artes visuais, a dança, a música e o teatro são Parágrafo único.   O fechamento de escolas do campo,
as linguagens que constituirão o componente curricular de indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do
que trata o § 2o deste artigo. órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que consi-
§ 7º A integralização curricular poderá incluir, a critério derará a justificativa apresentada pela Secretaria de Educa-
dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo ção, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a mani-
os temas transversais de que trata o caput. festação da comunidade escolar.
§ 8º A exibição de filmes de produção nacional cons-
tituirá componente curricular complementar integrado à
A educação básica tem por papel a formação da base
proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obriga-
do educado.
tória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais. 
Os critérios para mudança de série podem ser promo-
§ 9o  Conteúdos relativos aos direitos humanos e
à prevenção de todas as formas de violência contra a ção (aprovação em etapa anterior), transferência (candida-
criança e o adolescente serão incluídos, como temas trans- tos de outras escolas) e avaliação (análise da experiência e
versais, nos currículos escolares de que trata o caput deste desenvolvimento do candidato). O ensino poderá ser ace-
artigo, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho lerado caso necessário. Nas situações de alunos que não
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), observada acompanhem seu ritmo, deverá ser garantida recuperação.
a produção e distribuição de material didático adequado.  Exige-se, além do desempenho, a frequência de 75%,
§ 10. A inclusão de novos componentes curriculares de no mínimo, para aprovação.
caráter obrigatório na Base Nacional Comum Curricular de- O currículo da educação básica segue uma base na-
penderá de aprovação do Conselho Nacional de Educação cional comum. Devem abranger língua portuguesa e da
e de homologação pelo Ministro de Estado da Educação. matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e
da realidade social e política. A educação física deve ser
Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental oferecida obrigatoriamente, mas é facultativa ao aluno em
e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório certas situações, como de trabalho, serviço militar, idade
o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. superior a 30 anos. Em respeito ao pluralismo, deve consi-
§ 1o  O conteúdo programático a que se refere este ar- derar as matrizes indígena, africana e europeia como temas
tigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que transversais. Ainda em tal condição, cabe o aprendizado de
caracterizam a formação da população brasileira, a partir Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção
desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história de todas as formas de violência contra a criança e o ado-
da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos lescente. É obrigatório o estudo da história e cultura afro-
indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e -brasileira e indígena. Ainda, a educação deve considerar
o negro e o índio na formação da sociedade nacional, res- as peculiaridades da zona rural quando nela for ministrada.
gatando as suas contribuições nas áreas social, econômica
e política, pertinentes à história do Brasil.  Seção II
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-bra-
Da Educação Infantil
sileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no
âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educa-
educação artística e de literatura e história brasileiras.
ção básica, tem como finalidade o desenvolvimento inte-
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica gral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos
observarão, ainda, as seguintes diretrizes: físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse so- ação da família e da comunidade.
cial, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem
comum e à ordem democrática; Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
II - consideração das condições de escolaridade dos I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de
alunos em cada estabelecimento; até três anos de idade;
III - orientação para o trabalho; II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cin-
IV - promoção do desporto educacional e apoio às prá- co) anos de idade.
ticas desportivas não-formais.
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população com as seguintes regras comuns:
rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações ne- I - avaliação mediante acompanhamento e registro do
cessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção,
de cada região, especialmente: mesmo para o acesso ao ensino fundamental;

6
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) ho- Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa,
ras, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de é parte integrante da formação básica do cidadão e cons-
trabalho educacional; titui disciplina dos horários normais das escolas públicas
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversida-
horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a de cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de
jornada integral; proselitismo.
IV - controle de frequência pela instituição de educação § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedi-
pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta mentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso
por cento) do total de horas; e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão
V - expedição de documentação que permita atestar os dos professores.
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança. § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, cons-
tituída pelas diferentes denominações religiosas, para a de-
A educação infantil é ministrada em creches até os 3 finição dos conteúdos do ensino religioso.
anos de idade e em pré-escolas dos 3 aos 5 anos de idade.
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental inclui-
Seção III rá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala
Do Ensino Fundamental de aula, sendo progressivamente ampliado o período de
permanência na escola.
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com dura- § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das
ção de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando- formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação § 2º O ensino fundamental será ministrado progres-
básica do cidadão, mediante: sivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo ensino.
como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e
O ensino fundamental inicia-se aos 6 anos de idade e
do cálculo;
tem duração de 9 anos. Além de objetivar a alfabetização,
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sis-
também incentiva a formação do cidadão, da pessoa em
tema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que
contato com o mundo que o cerca estabelecendo vínculos
se fundamenta a sociedade;
de solidariedade e amizade. O ensino fundamental deve
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem,
ser presencial, em regra. O ensino religioso é facultativo. A
tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades
carga horária diária é de no mínimo 4 horas.
e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços
Seção IV
de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que Do Ensino Médio
se assenta a vida social.
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação bá-
ensino fundamental em ciclos. sica, com duração mínima de três anos, terá como finali-
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão re- dades:
gular por série podem adotar no ensino fundamental o re- I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimen-
gime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação tos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o pros-
do processo de ensino-aprendizagem, observadas as nor- seguimento de estudos;
mas do respectivo sistema de ensino. II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupa-
a utilização de suas línguas maternas e processos próprios ção ou aperfeiçoamento posteriores;
de aprendizagem. III - o aprimoramento do educando como pessoa hu-
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o en- mana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
sino a distância utilizado como complementação da apren- autonomia intelectual e do pensamento crítico;
dizagem ou em situações emergenciais. IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnoló-
§ 5º O currículo do ensino fundamental incluirá, obri- gicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a
gatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças prática, no ensino de cada disciplina.
e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei nº 8.069, de
13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular defi-
do Adolescente, observada a produção e distribuição de nirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio,
material didático adequado. conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído seguintes áreas do conhecimento:
como tema transversal nos currículos do ensino fundamen- I - linguagens e suas tecnologias;
tal. II - matemática e suas tecnologias;
III - ciências da natureza e suas tecnologias;

7
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

IV - ciências humanas e sociais aplicadas. § 4º (Revogado)


§ 1º A parte diversificada dos currículos de que trata § 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade
o caput do art. 26, definida em cada sistema de ensino, de- de vagas na rede, possibilitarão ao aluno concluinte do en-
verá estar harmonizada à Base Nacional Comum Curricu- sino médio cursar mais um itinerário formativo de que trata
lar e ser articulada a partir do contexto histórico, econômico, o caput.
social, ambiental e cultural. § 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de for-
§ 2º A Base Nacional Comum Curricular referente ao mação com ênfase técnica e profissional considerará:
ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práti- I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no se-
cas de educação física, arte, sociologia e filosofia. tor produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos
será obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem profissio-
às comunidades indígenas, também, a utilização das respec- nal;
tivas línguas maternas. II - a possibilidade de concessão de certificados interme-
§ 4º Os currículos do ensino médio incluirão, obriga- diários de qualificação para o trabalho, quando a formação
toriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar for estruturada e organizada em etapas com terminalidade.
outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferen- § 7º A oferta de formações experimentais relacionadas
cialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de ao inciso V do caput, em áreas que não constem do Catá-
oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino. logo Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua
§ 5º A carga horária destinada ao cumprimento da Base continuidade, do reconhecimento pelo respectivo Conse-
Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil lho Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da inser-
e oitocentas horas do total da carga horária do ensino ção no Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no prazo de
médio, de acordo com a definição dos sistemas de ensino. cinco anos, contados da data de oferta inicial da formação.
§ 6º A União estabelecerá os padrões de desempenho § 8º A oferta de formação técnica e profissional a que
esperados para o ensino médio, que serão referência nos se refere o inciso V do caput, realizada na própria insti-
processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional
tuição ou em parceria com outras instituições, deverá ser
Comum Curricular.
aprovada previamente pelo Conselho Estadual de Educa-
§ 7º Os currículos do ensino médio deverão considerar a
ção, homologada pelo Secretário Estadual de Educação e
formação integral do aluno, de maneira a adotar um traba-
certificada pelos sistemas de ensino.
lho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua
§ 9º As instituições de ensino emitirão certificado com
formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais.
validade nacional, que habilitará o concluinte do ensino
§ 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de
médio ao prosseguimento dos estudos em nível superior
avaliação processual e formativa serão organizados nas re-
des de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, ou em outros cursos ou formações para os quais a conclu-
provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades são do ensino médio seja etapa obrigatória.
on-line, de tal forma que ao final do ensino médio o edu- § 10. Além das formas de organização previstas no art.
cando demonstre: 23, o ensino médio poderá ser organizado em módulos e
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que adotar o sistema de créditos com terminalidade específica.
presidem a produção moderna; § 11. Para efeito de cumprimento das exigências cur-
II - conhecimento das formas contemporâneas de lin- riculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão
guagem. reconhecer competências e firmar convênios com institui-
ções de educação a distância com notório reconhecimento,
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto mediante as seguintes formas de comprovação:
pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários I - demonstração prática;
formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta II - experiência de trabalho supervisionado ou outra ex-
de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o periência adquirida fora do ambiente escolar;
contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: III - atividades de educação técnica oferecidas em outras
I - linguagens e suas tecnologias; instituições de ensino credenciadas;
II - matemática e suas tecnologias; IV - cursos oferecidos por centros ou programas ocupa-
III - ciências da natureza e suas tecnologias; cionais;
IV - ciências humanas e sociais aplicadas; V - estudos realizados em instituições de ensino nacio-
V - formação técnica e profissional. nais ou estrangeiras;
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput e das VI - cursos realizados por meio de educação a distância
respectivas competências e habilidades será feita de acor- ou educação presencial mediada por tecnologias.
do com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino. § 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo
§ 2º (Revogado) de escolha das áreas de conhecimento ou de atuação pro-
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser fissional previstas no caput.
composto itinerário formativo integrado, que se traduz na
composição de componentes curriculares da Base Nacio- A etapa final do ensino médio tem a duração de três
nal Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos, anos e busca fornecer a consolidação e o aprofundamento
considerando os incisos I a V do caput. dos conhecimentos transmitidos no ensino fundamental,

8
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

com a devida atenção a conhecimentos que permitam o Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível mé-
ingresso do aluno no ensino universitário e na carreira de dio articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B
trabalho. Neste ponto, a LDB sofreu alterações recentes desta Lei, será desenvolvida de forma:
pela Medida Provisória nº 746/2016, convertida na Lei nº I - integrada, oferecida somente a quem já tenha con-
13.415, de 2017, que foi alvo de inúmeras críticas, nota- cluído o ensino fundamental, sendo o curso planejado de
damente por estabelecer como facultativos conhecimen- modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica
tos que antes eram tidos como obrigatórios. Para entender de nível médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-
melhor esta questão, percebe-se que na verdade a pro- -se matrícula única para cada aluno;
posta é a especificação de matrizes ainda durante o ensino II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino
médio: o aluno poderá escolher em quais áreas de conheci- médio ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas dis-
mento pretende se concentrar. Por exemplo, um aluno que tintas para cada curso, e podendo ocorrer:
não queira se especializar em ciências humanas, não teria a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as
a obrigação de cursar matérias como história e geografia. oportunidades educacionais disponíveis;
Um aluno que não tenha interesse em ir para a universida- b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se
de e já queira ingressar no mercado de trabalho, terá aulas as oportunidades educacionais disponíveis;
concentradas em formação técnica e profissional, apren- c) em instituições de ensino distintas, mediante convê-
dendo marcenaria, mecânica, administração, entre outras nios de intercomplementaridade, visando ao planejamento e
questões. As áreas que podem ser optadas são as seguin- ao desenvolvimento de projeto pedagógico unificado.
tes: linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tec-
nologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profis-
humanas e sociais aplicadas; formação técnica e profissio- sional técnica de nível médio, quando registrados, terão
nal. As únicas matérias estabelecidas como obrigatórias validade nacional e habilitarão ao prosseguimento de
são: português, matemática, artes, educação física, filosofia estudos na educação superior.
e sociologia – estas quatro últimas inicialmente seriam fa- Parágrafo único. Os cursos de educação profissional
técnica de nível médio, nas formas articulada concomitante
cultativas, mas devido a pressões sociais foram colocadas
e subsequente, quando estruturados e organizados em eta-
como obrigatórias. Ainda é cedo para dizer se realmente
pas com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certifi-
este será o rumo conferido pela reforma, eis que a Base
cados de qualificação para o trabalho após a conclusão, com
Nacional Comum Curricular que detalhará estas questões
aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualifi-
ainda está em discussão.
cação para o trabalho.
Seção IV-A
A educação profissional e técnica pode se dar durante
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
o Ensino Médio, notadamente se o estudante fizer a op-
ção por esta categoria de ensino (o ensino médio pode
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste ser voltado à formação técnico-profissional, preparando o
Capítulo, o ensino médio, atendida a formação geral do edu- jovem para o ingresso no mercado de trabalho indepen-
cando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões dentemente de ensino universitário), quanto após o Ensino
técnicas. Médio, em instituições próprias de ensino técnico-profis-
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho sionalizante (neste sentido, há cursos técnicos-profissio-
e, facultativamente, a habilitação profissional poderão ser nais com menor duração que os cursos de ensino superior
desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino mé- e que são equiparados a este).
dio ou em cooperação com instituições especializadas em
educação profissional. Seção V
Da Educação de Jovens e Adultos
Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível mé-
dio será desenvolvida nas seguintes formas: Art. 37. A educação de jovens e adultos será desti-
I - articulada com o ensino médio; nada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade
concluído o ensino médio. própria e constituirá instrumento para a educação e a
Parágrafo único. A educação profissional técnica de ní- aprendizagem ao longo da vida.
vel médio deverá observar: § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes cur- aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os es-
riculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de tudos na idade regular, oportunidades educacionais apro-
Educação; priadas, consideradas as características do alunado, seus
II - as normas complementares dos respectivos sistemas interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cur-
de ensino; sos e exames.
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos ter- § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso
mos de seu projeto pedagógico. e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações
integradas e complementares entre si.

9
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular- Art. 42. As instituições de educação profissional e tec-
-se, preferencialmente, com a educação profissional, na nológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos
forma do regulamento. especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula
à capacidade de aproveitamento e não necessariamente
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames ao nível de escolaridade.
supletivos, que compreenderão a base nacional comum do
currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em ca- A educação profissional e tecnológica pode se dar não
ráter regular. apenas no ensino médio, mas também em instituições pró-
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se- prias, que podem conferir inclusive diploma de formação
-ão: em nível superior. Exemplos: FATEC, SENAI, entre outros.
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os O acesso a este tipo de ensino não necessariamente exige
maiores de quinze anos; conclusão dos níveis prévios de educação, eis que seu prin-
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os cipal objetivo não é o ensino de conteúdos típicos, mas sim
maiores de dezoito anos. a capacitação profissional.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos
educandos por meios informais serão aferidos e reconhe- CAPÍTULO IV
cidos mediante exames. DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

A educação de jovens e adultos objetiva permitir a Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
conclusão do ensino fundamental e médio para aqueles I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento
que já ultrapassaram a idade regular em que isso deveria do espírito científico e do pensamento reflexivo;
ter acontecido. II - formar diplomados nas diferentes áreas de co-
nhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais
CAPÍTULO III e para a participação no desenvolvimento da sociedade bra-
Da Educação Profissional e Tecnológica sileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tec-
cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se nologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, de-
aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimen- senvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
sões do trabalho, da ciência e da tecnologia. IV - promover a divulgação de conhecimentos cultu-
§ 1º Os cursos de educação profissional e tecnológica rais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da
poderão ser organizados por eixos tecnológicos, possibi- humanidade e comunicar o saber através do ensino, de pu-
litando a construção de diferentes itinerários formativos, blicações ou de outras formas de comunicação;
observadas as normas do respectivo sistema e nível de en- V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento
sino. cultural e profissional e possibilitar a correspondente concre-
§ 2º A educação profissional e tecnológica abrangerá tização, integrando os conhecimentos que vão sendo adqui-
os seguintes cursos: ridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhe-
I – de formação inicial e continuada ou qualificação cimento de cada geração;
profissional; VI - estimular o conhecimento dos problemas do
II – de educação profissional técnica de nível médio; mundo presente, em particular os nacionais e regionais,
III – de educação profissional tecnológica de gra- prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer
duação e pós-graduação. com esta uma relação de reciprocidade;
§ 3º Os cursos de educação profissional tecnológica de VII - promover a extensão, aberta à participação da
graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que con- população, visando à difusão das conquistas e benefícios re-
cerne a objetivos, características e duração, de acordo com sultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecno-
as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Con- lógica geradas na instituição.
selho Nacional de Educação. VIII - atuar em favor da universalização e do aprimo-
ramento da educação básica, mediante a formação e a
Art. 40. A educação profissional será desenvolvida capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pe-
em articulação com o ensino regular ou por diferentes dagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão
estratégias de educação continuada, em instituições es- que aproximem os dois níveis escolares.
pecializadas ou no ambiente de trabalho.
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes
Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profis- cursos e programas:
sional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes
de avaliação, reconhecimento e certificação para prossegui- níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam
mento ou conclusão de estudos. aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, des-
de que tenham concluído o ensino médio ou equivalente;

10
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

II - de graduação, abertos a candidatos que tenham I - em página específica na internet no sítio eletrônico
concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido clas- oficial da instituição de ensino superior, obedecido o seguinte:
sificados em processo seletivo; a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como
III - de pós-graduação, compreendendo programas de título “Grade e Corpo Docente”;
mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoa- b) a página principal da instituição de ensino superior,
mento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos bem como a página da oferta de seus cursos aos ingressan-
de graduação e que atendam às exigências das instituições tes sob a forma de vestibulares, processo seletivo e outras
de ensino; com a mesma finalidade, deve conter a ligação desta com a
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam página específica prevista neste inciso;
aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio
de ensino. eletrônico, deve criar página específica para divulgação das
§ 1º. Os resultados do processo seletivo referido no informações de que trata esta Lei;
inciso II do caput deste artigo serão tornados públicos d) a página específica deve conter a data completa de
pelas instituições de ensino superior, sendo obrigatória a sua última atualização;
II - em toda propaganda eletrônica da instituição de en-
divulgação da relação nominal dos classificados, a respec-
sino superior, por meio de ligação para a página referida no
tiva ordem de classificação, bem como do cronograma das
inciso I;
chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para
III - em local visível da instituição de ensino superior e de
preenchimento das vagas constantes do respectivo edital. fácil acesso ao público;
§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as ins- IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente,
tituições públicas de ensino superior darão prioridade de de acordo com a duração das disciplinas de cada curso ofe-
matrícula ao candidato que comprove ter renda familiar recido, observando o seguinte:
inferior a dez salários mínimos, ou ao de menor renda fa- a) caso o curso mantenha disciplinas com duração dife-
miliar, quando mais de um candidato preencher o critério renciada, a publicação deve ser semestral;
inicial. b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do
§ 3º O processo seletivo referido no inciso II conside- início das aulas;
rará as competências e as habilidades definidas na Base c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo
Nacional Comum Curricular. docente até o início das aulas, os alunos devem ser comuni-
cados sobre as alterações;
Art. 45. A educação superior será ministrada em ins- V - deve conter as seguintes informações:
tituições de ensino superior, públicas ou privadas, com a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição
variados graus de abrangência ou especialização. de ensino superior;
b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, de cada curso e as respectivas cargas horárias;
bem como o credenciamento de instituições de educa- c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas
ção superior, terão prazos limitados, sendo renovados, em cada curso, as disciplinas que efetivamente ministrará
periodicamente, após processo regular de avaliação. naquele curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a qualifi-
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências cação profissional do docente e o tempo de casa do docente,
eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere de forma total, contínua ou intermitente.
este artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, con- § 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveita-
forme o caso, em desativação de cursos e habilitações, em mento nos estudos, demonstrado por meio de provas e
intervenção na instituição, em suspensão temporária de outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados
por banca examinadora especial, poderão ter abreviada a
prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento.
duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo
sistemas de ensino.
responsável por sua manutenção acompanhará o processo
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores,
de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se neces- salvo nos programas de educação a distância.
sários, para a superação das deficiências. § 4º As instituições de educação superior oferecerão,
no período noturno, cursos de graduação nos mesmos
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, in- padrões de qualidade mantidos no período diurno, sendo
dependente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas, ga-
trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado rantida a necessária previsão orçamentária.
aos exames finais, quando houver.
§ 1º As instituições informarão aos interessados, antes Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconheci-
de cada período letivo, os programas dos cursos e demais dos, quando registrados, terão validade nacional como
componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualifi- prova da formação recebida por seu titular.
cação dos professores, recursos disponíveis e critérios de § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão
avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condi- por elas próprias registrados, e aqueles conferidos por ins-
ções, e a publicação deve ser feita, sendo as 3 (três) primei- tituições não-universitárias serão registrados em universi-
ras formas concomitantemente: dades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.

11
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por univer- V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos
sidades estrangeiras serão revalidados por universidades em consonância com as normas gerais atinentes;
públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou equi- VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
valente, respeitando-se os acordos internacionais de reci- VII - firmar contratos, acordos e convênios;
procidade ou equiparação. VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expe- de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
didos por universidades estrangeiras só poderão ser reco- geral, bem como administrar rendimentos conforme dispo-
nhecidos por universidades que possuam cursos de pós- sitivos institucionais;
-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma
conhecimento e em nível equivalente ou superior. prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos es-
tatutos;
Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão X - receber subvenções, doações, heranças, legados e
a transferência de alunos regulares, para cursos afins, na cooperação financeira resultante de convênios com entida-
hipótese de existência de vagas, e mediante processo sele- des públicas e privadas.
tivo. Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão -científica das universidades, caberá aos seus colegiados de
na forma da lei. ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários
disponíveis, sobre:
Art. 50. As instituições de educação superior, quando I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas II - ampliação e diminuição de vagas;
de seus cursos a alunos não regulares que demonstrarem III - elaboração da programação dos cursos;
capacidade de cursá-las com proveito, mediante processo IV - programação das pesquisas e das atividades de ex-
seletivo prévio. tensão;
V - contratação e dispensa de professores;
Art. 51. As instituições de educação superior credencia-
VI - planos de carreira docente.
das como universidades, ao deliberar sobre critérios e nor-
mas de seleção e admissão de estudantes, levarão em conta
Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público
os efeitos desses critérios sobre a orientação do ensino mé-
gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial
dio, articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas
para atender às peculiaridades de sua estrutura, organiza-
de ensino.
ção e financiamento pelo Poder Público, assim como dos
seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.
Art. 52. As universidades são instituições pluridiscipli-
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribui-
nares de formação dos quadros profissionais de nível supe-
rior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do ções asseguradas pelo artigo anterior, as universidades pú-
saber humano, que se caracterizam por: blicas poderão:
I - produção intelectual institucionalizada mediante I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e
o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, administrativo, assim como um plano de cargos e salários,
tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos dispo-
e nacional; níveis;
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titu- II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformi-
lação acadêmica de mestrado ou doutorado; dade com as normas gerais concernentes;
III - um terço do corpo docente em regime de tempo III - aprovar e executar planos, programas e projetos de
integral. investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
Parágrafo único. É facultada a criação de universidades geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo
especializadas por campo do saber. Poder mantenedor;
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são assegura- V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às
das às universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes suas peculiaridades de organização e funcionamento;
atribuições: VI - realizar operações de crédito ou de financiamen-
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e to, com aprovação do Poder competente, para aquisição de
programas de educação superior previstos nesta Lei, obede- bens imóveis, instalações e equipamentos;
cendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras
respectivo sistema de ensino; providências de ordem orçamentária, financeira e patrimo-
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, ob- nial necessárias ao seu bom desempenho.
servadas as diretrizes gerais pertinentes; § 2º Atribuições de autonomia universitária poderão
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesqui- ser estendidas a instituições que comprovem alta qualifica-
sa científica, produção artística e atividades de extensão; ção para o ensino ou para a pesquisa, com base em avalia-
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacida- ção realizada pelo Poder Público.
de institucional e as exigências do seu meio;

12
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu As universidades públicas gozam de estatuto jurídico
Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e especial.
desenvolvimento das instituições de educação superior por As instituições públicas devem obedecer ao princípio
ela mantidas. da gestão democrática, assegurado pela existência de ór-
gãos colegiados deliberativos que mesclem membros da
Art. 56. As instituições públicas de educação superior comunidade, do corpo docente e do corpo discente.
obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegu-
rada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de CAPÍTULO V
que participarão os segmentos da comunidade institucional, DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
local e regional.
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocupa- Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efei-
rão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado tos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida
e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e mo-
preferencialmente na rede regular de ensino, para educan-
dificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha
dos com deficiência, transtornos globais do desenvolvi-
de dirigentes.
mento e altas habilidades ou superdotação.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio es-
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior,
o professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas sema- pecializado, na escola regular, para atender às peculiarida-
nais de aulas. des da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes,
A educação superior se funda no tripé: ensino, pesqui- escolas ou serviços especializados, sempre que, em função
sa e extensão. No viés do ensino, objetiva-se propiciar o das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
acesso ao conhecimento técnico e científico, tanto dentro integração nas classes comuns de ensino regular.
do ambiente acadêmico quanto fora dele; no aspecto pes- § 3º  A oferta de educação especial, nos termos
quisa, busca-se desenvolver os conhecimentos já existen- do  caput deste artigo, tem início na educação infantil e
tes; no aspecto extensão, pretende-se atingir a comunida- estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art.
de por meio de atividades que possam ir além dos ambien- 4º e o parágrafo único do art. 60 desta Lei. 
tes acadêmicos, inserindo-se no cotidiano da vida social. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educan-
Classicamente, a educação superior se dá nos níveis de dos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
graduação, cujo acesso se dá por meio dos vestibulares, e e altas habilidades ou superdotação:
pós-graduação, cujo acesso também se dá por processos I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos
seletivos próprios, funcionando como complementação e organização específicos, para atender às suas necessida-
ao ensino superior. Entretanto, o ensino superior também des;
pode se dar em cursos sequenciais e em cursos de exten- II - terminalidade específica para aqueles que não
são, de menor duração e complexidade. puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino
O ensino superior pode ser ministrado em instituições fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração
públicas ou privadas. Independentemente da natureza da para concluir em menor tempo o programa escolar para os
instituição, é necessário respeitar as regras mínimas sobre superdotados;
duração do ano letivo, programas de curso, componentes III - professores com especialização adequada em ní-
curriculares, etc. vel médio ou superior, para atendimento especializado, bem
O diploma faz prova da formação.
como professores do ensino regular capacitados para a inte-
É possível a transferência entre instituições. A transfe-
gração desses educandos nas classes comuns;
rência a pedido está condicionada a número de vagas e a
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua
processo seletivo. As transferências de ofício se sujeitam a
efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições
critérios próprios. Um exemplo de transferência de ofício
se dá no caso de remoção de servidor público de ofício no adequadas para os que não revelarem capacidade de inser-
interesse da Administração (caso o servidor ou seu depen- ção no trabalho competitivo, mediante articulação com os
dente estude em instituição pública na cidade onde estava órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresen-
lotado, tem o direito de ser transferido para a instituição tam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual
pública da nova lotação). ou psicomotora;
É possível que uma pessoa assista aulas nas instituições V - acesso igualitário aos benefícios dos programas
públicas independentemente de vínculo com o curso, des- sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do
de que haja vagas disponíveis. ensino regular.
Para propiciar o desenvolvimento institucional, exige-
-se que pelo menos 1/3 do corpo docente da instituição Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro na-
possua mestrado ou doutorado, bem como que 1/3 do cional de alunos com altas habilidades ou superdotação
corpo docente se dedique exclusivamente à docência. matriculados na educação básica e na educação superior, a
Em que pesem as regras mínimas acerca do ensino su- fim de fomentar a execução de políticas públicas destinadas
perior, as instituições de ensino superior são dotadas de ao desenvolvimento pleno das potencialidades desse aluna-
autonomia para se organizarem. do.

13
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Parágrafo único. A identificação precoce de alunos com IV - profissionais com notório saber reconhecido pe-
altas habilidades ou superdotação, os critérios e procedi- los respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos
mentos para inclusão no cadastro referido no caput deste de áreas afins à sua formação ou experiência profissional,
artigo, as entidades responsáveis pelo cadastramento, os atestados por titulação específica ou prática de ensino em
mecanismos de acesso aos dados do cadastro e as políticas unidades educacionais da rede pública ou privada ou das
de desenvolvimento das potencialidades do alunado de que corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamen-
trata o caput serão definidos em regulamento. te para atender ao inciso V do caput do art. 36;
V - profissionais graduados que tenham feito com-
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino plementação pedagógica, conforme disposto pelo Conse-
estabelecerão critérios de caracterização das instituições lho Nacional de Educação.
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação
exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação
financeiro pelo Poder Público. básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena,
Parágrafo único. O poder público adotará, como alter- admitida, como formação mínima para o exercício do magistério
nativa preferencial, a ampliação do atendimento aos edu- na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino funda-
candos com deficiência, transtornos globais do desenvolvi- mental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.
mento e altas habilidades ou superdotação na própria rede § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Mu-
pública regular de ensino, independentemente do apoio às nicípios, em regime de colaboração, deverão promover a
instituições previstas neste artigo. formação inicial, a continuada e a capacitação dos profis-
sionais de magistério.
A educação especial volta-se a educandos com defi- § 2º A formação continuada e a capacitação dos pro-
ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas fissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecno-
habilidades ou superdotação. Para que ela seja efetivada, logias de educação a distância.
exige-se a especialização das instituições de ensino e de § 3º A formação inicial de profissionais de magistério
dará preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fa-
seus profissionais.
zendo uso de recursos e tecnologias de educação a distância.
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Mu-
TÍTULO VI
nicípios adotarão mecanismos facilitadores de acesso e
Dos Profissionais da Educação
permanência em cursos de formação de docentes em nível
superior para atuar na educação básica pública.
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação
§ 5º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Mu-
escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e
nicípios incentivarão a formação de profissionais do ma-
tendo sido formados em cursos reconhecidos, são: gistério para atuar na educação básica pública mediante
I – professores habilitados em nível médio ou supe- programa institucional de bolsa de iniciação à docência a
rior para a docência na educação infantil e nos ensinos estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de gra-
fundamental e médio; duação plena, nas instituições de educação superior.
II – trabalhadores em educação portadores de di- § 6º O Ministério da Educação poderá estabelecer
ploma de pedagogia, com habilitação em administração, nota mínima em exame nacional aplicado aos concluintes
planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacio- do ensino médio como pré-requisito para o ingresso em
nal, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas cursos de graduação para formação de docentes, ouvido o
mesmas áreas; Conselho Nacional de Educação - CNE.
III - trabalhadores em educação, portadores de diplo- § 7º (VETADO).
ma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou § 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes
afim; e terão por referência a Base Nacional Comum Curricular.
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos
respectivos sistemas de ensino para ministrar conteú- Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o
dos de áreas afins à sua formação para atender o dispos- inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de conteúdo
to no inciso V do caput do art. 36. técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo
Parágrafo único. A formação dos profissionais da edu- habilitações tecnológicas.
cação, de modo a atender às especificidades do exercício Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada
de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes para os profissionais a que se refere o caput, no local de
etapas e modalidades da educação básica, terá como fun- trabalho ou em instituições de educação básica e superior,
damentos: incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores
I – a presença de sólida formação básica, que propi- de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação.
cie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de
suas competências de trabalho; Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:
II – a associação entre teorias e práticas, mediante I - cursos formadores de profissionais para a edu-
estágios supervisionados e capacitação em serviço; cação básica, inclusive o curso normal superior, destinado
III – o aproveitamento da formação e experiências à formação de docentes para a educação infantil e para as
anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. primeiras séries do ensino fundamental;

14
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

II - programas de formação pedagógica para portado- área afim que habilite para o ensino de matérias específicas
res de diplomas de educação superior que queiram se dedi- (ex.: profissional do Direito pode lecionar português, filoso-
car à educação básica; fia e sociologia). Além disso, devem possuir experiência em
III - programas de educação continuada para os pro- atividades de ensino. Quanto ao ensino superior, exige-se
fissionais de educação dos diversos níveis. pós-graduação, que pode ser uma simples especialização,
embora deva preferencialmente se possuir mestrado ou
Art. 64. A formação de profissionais de educação para doutorado. No âmbito do ensino público, exige-se valori-
administração, planejamento, inspeção, supervisão e orien- zação do profissional, criando-se plano de carreira e aper-
tação educacional para a educação básica, será feita em feiçoando-se as condições de trabalho.
cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-gra-
duação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta TÍTULO VII
formação, a base comum nacional. Dos Recursos financeiros

Art. 65. A formação docente, exceto para a educação su- Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educa-
perior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas ção os originários de:
horas. I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério II - receita de transferências constitucionais e outras
superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritaria- transferências;
mente em programas de mestrado e doutorado. III - receita do salário-educação e de outras contribui-
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por uni- ções sociais;
versidade com curso de doutorado em área afim, poderá su- IV - receita de incentivos fiscais;
prir a exigência de título acadêmico. V - outros recursos previstos em lei.

Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos


Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valori-
de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
zação dos profissionais da educação, assegurando-lhes,
vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas
inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira
Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de
do magistério público:
impostos, compreendidas as transferências constitucionais,
I - ingresso exclusivamente por concurso público de pro-
na manutenção e desenvolvimento do ensino público.
vas e títulos;
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive
pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
com licenciamento periódico remunerado para esse fim; pios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não será
III - piso salarial profissional; considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habi- receita do governo que a transferir.
litação, e na avaliação do desempenho; § 2º Serão consideradas excluídas das receitas de im-
V - período reservado a estudos, planejamento e avalia- postos mencionadas neste artigo as operações de crédito
ção, incluído na carga de trabalho; por antecipação de receita orçamentária de impostos.
VI - condições adequadas de trabalho. § 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes
§ 1º A experiência docente é pré-requisito para o exer- aos mínimos estatuídos neste artigo, será considerada a re-
cício profissional de quaisquer outras funções de magisté- ceita estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quan-
rio, nos termos das normas de cada sistema de ensino. do for o caso, por lei que autorizar a abertura de créditos
§ 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e adicionais, com base no eventual excesso de arrecadação.
no § 8º do art. 201 da Constituição Federal, são conside- § 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas
radas funções de magistério as exercidas por professores e as efetivamente realizadas, que resultem no não atendi-
e especialistas em educação no desempenho de ativida- mento dos percentuais mínimos obrigatórios, serão apu-
des educativas, quando exercidas em estabelecimento de radas e corrigidas a cada trimestre do exercício financeiro.
educação básica em seus diversos níveis e modalidades, § 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do
incluídas, além do exercício da docência, as de direção de caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pe- nicípios ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela
dagógico. educação, observados os seguintes prazos:
§ 3º A União prestará assistência técnica aos Estados, I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de
ao Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de con- cada mês, até o vigésimo dia;
cursos públicos para provimento de cargos dos profissio- II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigési-
nais da educação. mo dia de cada mês, até o trigésimo dia;
III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao
Os profissionais da educação devem possuir formação final de cada mês, até o décimo dia do mês subsequente.
específica, notadamente possuir habilitação para a docên- § 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a cor-
cia, que pode se dar pelas licenciaturas e magistérios em reção monetária e à responsabilização civil e criminal das
geral, bem como pela pedagogia, ou ainda por formação e autoridades competentes.

15
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este ar-
desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com tigo será calculado pela União ao final de cada ano, com
vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições validade para o ano subsequente, considerando variações
educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se regionais no custo dos insumos e as diversas modalidades
destinam a: de ensino.
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e
demais profissionais da educação; Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de dos Estados será exercida de modo a corrigir, progressiva-
instalações e equipamentos necessários ao ensino; mente, as disparidades de acesso e garantir o padrão mí-
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao nimo de qualidade de ensino.
ensino; § 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a
IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas vi- fórmula de domínio público que inclua a capacidade de
sando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à atendimento e a medida do esforço fiscal do respectivo
expansão do ensino; Estado, do Distrito Federal ou do Município em favor da
V - realização de atividades-meio necessárias ao funcio- manutenção e do desenvolvimento do ensino.
namento dos sistemas de ensino; § 2º A capacidade de atendimento de cada governo
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas será definida pela razão entre os recursos de uso constitu-
públicas e privadas; cionalmente obrigatório na manutenção e desenvolvimen-
VII - amortização e custeio de operações de crédito des- to do ensino e o custo anual do aluno, relativo ao padrão
tinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo; mínimo de qualidade.
VIII - aquisição de material didático-escolar e manuten- § 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e
ção de programas de transporte escolar. 2º, a União poderá fazer a transferência direta de recursos
a cada estabelecimento de ensino, considerado o número
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e de alunos que efetivamente frequentam a escola.
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser
desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:
exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de en-
Municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino
sino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que
de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10
não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualida-
e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua
de ou à sua expansão;
capacidade de atendimento.
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de ca-
ráter assistencial, desportivo ou cultural;
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no
III - formação de quadros especiais para a administração
artigo anterior ficará condicionada ao efetivo cumprimento
pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos; pelos Estados, Distrito Federal e Municípios do disposto nesta
IV - programas suplementares de alimentação, assistên- Lei, sem prejuízo de outras prescrições legais.
cia médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e ou-
tras formas de assistência social; Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às esco-
V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para las públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar; confessionais ou filantrópicas que:
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educa- I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distri-
ção, quando em desvio de função ou em atividade alheia à buam resultados, dividendos, bonificações, participações ou
manutenção e desenvolvimento do ensino. parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto;
II - apliquem seus excedentes financeiros em educação;
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e de- III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
senvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder
balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a que Público, no caso de encerramento de suas atividades;
se refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal. IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos rece-
bidos.
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritaria- § 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser
mente, na prestação de contas de recursos públicos, o cum- destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na
primento do disposto no art. 212 da Constituição Federal, no forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de
art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares
na legislação concernente. da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder
Público obrigado a investir prioritariamente na expansão
Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Dis- da sua rede local.
trito Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo § 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão
de oportunidades educacionais para o ensino fundamen- poderão receber apoio financeiro do Poder Público, inclu-
tal, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de sive mediante bolsas de estudo.
assegurar ensino de qualidade.

16
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

No aspecto orçamentário, merece destaque a exigên- Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvi-
cia de dedicação de parcela mínima dos impostos da União mento e a veiculação de programas de ensino a distân-
(18%) e dos Estados e Distrito Federal (25%) voltada à edu- cia, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de
cação. Ainda, coloca-se o papel de suplementação e redis- educação continuada.
tribuição da União em relação aos Estados e Municípios § 1º A educação a distância, organizada com abertura
e dos Estados com relação aos Municípios, repassando-se e regime especiais, será oferecida por instituições especifica-
verbas para permitir que estas unidades federativas consi- mente credenciadas pela União.
gam lograr êxito em oferecer parâmetro mínimo de quali- § 2º A União regulamentará os requisitos para a reali-
dade no ensino que é de sua incumbência. zação de exames e registro de diploma relativos a cursos
de educação a distância.
TÍTULO VIII § 3º As normas para produção, controle e avaliação de
Das Disposições Gerais programas de educação a distância e a autorização para
sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colabo- ensino, podendo haver cooperação e integração entre os
ração das agências federais de fomento à cultura e de as- diferentes sistemas.
sistência aos índios, desenvolverá programas integrados de § 4º A educação a distância gozará de tratamento
ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilín- diferenciado, que incluirá:
gue e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes I - custos de transmissão reduzidos em canais comer-
objetivos: ciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, meios de comunicação que sejam explorados mediante au-
a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação torização, concessão ou permissão do poder público;
de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas II - concessão de canais com finalidades exclusivamente
e ciências; educativas;
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder
acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos Público, pelos concessionários de canais comerciais.
da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-
-índias. Art. 81. É permitida a organização de cursos ou insti-
tuições de ensino experimentais, desde que obedecidas as
Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os disposições desta Lei.
sistemas de ensino no provimento da educação intercultural
às comunidades indígenas, desenvolvendo programas inte- Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas
grados de ensino e pesquisa. de realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei
§ 1º Os programas serão planejados com audiência das federal sobre a matéria.
comunidades indígenas.
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluí- Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica,
dos nos Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes admitida a equivalência de estudos, de acordo com as nor-
objetivos: mas fixadas pelos sistemas de ensino.
I - fortalecer as práticas socioculturais e a língua mater-
na de cada comunidade indígena; Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser
II - manter programas de formação de pessoal especia- aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas respecti-
lizado, destinado à educação escolar nas comunidades in- vas instituições, exercendo funções de monitoria, de acordo
dígenas; com seu rendimento e seu plano de estudos.
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles
incluindo os conteúdos culturais correspondentes às respec- Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titula-
tivas comunidades; ção própria poderá exigir a abertura de concurso públi-
IV - elaborar e publicar sistematicamente material didá- co de provas e títulos para cargo de docente de instituição
tico específico e diferenciado. pública de ensino que estiver sendo ocupado por professor
§ 3º No que se refere à educação superior, sem prejuízo não concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direi-
de outras ações, o atendimento aos povos indígenas efe- tos assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19
tivar-se-á, nas universidades públicas e privadas, mediante do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
a oferta de ensino e de assistência estudantil, assim como
de estímulo à pesquisa e desenvolvimento de programas Art. 86. As instituições de educação superior constituídas
especiais. como universidades integrar-se-ão, também, na sua condi-
ção de instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de
Art. 79-A. (VETADO). Ciência e Tecnologia, nos termos da legislação específica.

Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de no-


vembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.

17
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

TÍTULO IX Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024,


Das Disposições Transitórias de 20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de
1968, não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de novembro
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se de 1995 e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as Leis
um ano a partir da publicação desta Lei. nºs 5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publica- de 1982, e as demais leis e decretos-lei que as modificaram e
ção desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Pla- quaisquer outras disposições em contrário.
no Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os
dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial
sobre Educação para Todos.
§ 2º (Revogado). GESTÃO E FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
§ 3º O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, su- PÚBLICA;
pletivamente, a União, devem:
I - (Revogado).
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e
adultos insuficientemente escolarizados; O Financiamento da Educação.
III - realizar programas de capacitação para todos os
professores em exercício, utilizando também, para isto, os O financiamento da educação, a partir da Constituição
recursos da educação a distância; Federal (CF) de 1988, passou a sofrer menos intempéries,
IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino funda- visto que o legislador garantiu o mínimo necessário, ou
mental do seu território ao sistema nacional de avaliação do seja, 18% para a União e 25% de Estados e Municípios.
rendimento escolar. Além disso, no artigo 211, parágrafo primeiro, está
§ 4º (Revogado). dito que “A União organizará o sistema federal de ensino
§ 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a e financiará as instituições de ensino públicas, federais e
progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e
fundamental para o regime de escolas de tempo integral. supletiva, de forma a garantir equalização de oportunida-
§ 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao des educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a dos Estados mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao
aos seus Municípios, ficam condicionadas ao cumprimen- Distrito Federal e aos Municípios.”
to do art. 212 da Constituição Federal e dispositivos legais O que significa isso de fato? 18% e 25% sobre o que?
pertinentes pelos governos beneficiados. A CF estabelece em seus artigos de 157 a 162, que o
sistema tributário deve ser partilhado pelas esferas de go-
Art. 87-A. (VETADO). verno, visto que no Brasil é o governo federal quem mais
arrecada. Desta forma, parte da arrecadação da União é
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- transferida para Estados e Municípios e parte da arrecada-
nicípios adaptarão sua legislação educacional e de ensino às ção dos Estados é transferida aos Municípios, porque esse
disposições desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir último ente federado é quem menos arrecada.
da data de sua publicação. No entanto, é exatamente nos Municípios, os que me-
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus esta- nos arrecadam, que as políticas públicas acontecem, pois é
tutos e regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas onde vivem as pessoas. E mesmo após a partilha dos recur-
dos respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes sos, a União fica com mais da metade da arrecadação, por
estabelecidos. isso, em muitos lugares, caso não haja complementação,
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o dis- os locais não têm condições de investimento, visto que a
posto nos incisos II e III do art. 52 é de oito anos. transferência dá apenas para os salários dos profissionais
de ensino.
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que ve- Mas a partir de que bolo são calculados os 18%? No
nham a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar Brasil há três categorias de tributos, impostos, taxas e con-
da publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de tribuições. Os impostos são muito importantes, pois por
ensino. meio deles o governo obtém recursos que custeiam quase
todas as políticas públicas. As taxas são tarifas públicas
Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o re- cobradas para fornecimento de algum serviço, tal como
gime anterior e o que se institui nesta Lei serão resolvidas documento, ou segunda via de certidões e passaportes,
pelo Conselho Nacional de Educação ou, mediante delega- por exemplo. As contribuições de melhoria são cobradas
ção deste, pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino, do contribuinte que teve, por exemplo, seu imóvel valori-
preservada a autonomia universitária. zado por alguma benfeitoria. E as contribuições sociais e
econômicas, de competência da União. As sociais são para
Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica- cobrir gastos da Seguridade Social e as econômicas para
ção. fomentos de certas atividades econômicas.

18
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Para o cálculo dos 18% são computados apenas os im- A União fica com um terço dos recursos mais os 10%
postos, conforme estabelecido pelo parágrafo 212 da CF, do FNDE. Os outros dois terços dos 90% ficam com Estados
que diz que a União aplicará nunca menos de 18% e os e Municípios, em razão direta ao número de matrículas de
Estados e Distrito Federal e os Municípios, nunca menos cada ente federado, de acordo com o censo escolar do ano
que 25% da receita resultante dos impostos e transferên- anterior.
cias constitucionais. E, ainda neste mesmo artigo, está dito Além do salário-educação o FNDE possui verbas oriun-
que o ensino fundamental terá o acréscimo da contribui- das de outras contribuições sociais. O Fundo desenvolve
ção social do salário-educação, recolhidos pelas empresas. alguns projetos importantes, tais como: Programa Dinheiro
(A emenda 53 de 2006 modificou isso, acrescentando as Direto na Escola (PDDE), Programa Nacional de Alimentação
outras etapas de ensino). Escolar (PNAE), Brasil Alfabetizado, Apoio ao Atendimento à
A fórmula de cálculo é a seguinte: Após os repasses Educação de Jovens e Adultos (Fazendo escola/PEJA) e Pro-
obrigatórios para os fundos de participação de Estados e grama Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate).
Municípios e dos Estados para os Municípios (esses repas- Os fundos, criados em 1996 – para manutenção e
ses são feitos para diminuir o impacto das grandes dife- desenvolvimento do ensino fundamental- Fundef- e em
renças de arrecadação e para aumentar o poder de investi- 2007 – substituindo o anterior e visando à educação básica
mento de Estados e Municípios, levando em consideração como um todo- Fundeb- representam uma tentativa de ra-
que a União arrecada aproximadamente 70% dos tributos, cionalização do gasto educação. Podemos dizer que além
os Estados perto de 25% e os Municípios em torno de 5%), da vinculação de recursos, conforme explicado acima, há a
as porcentagens são retiradas do bolo restante. Isso ocorre subvinculação.
para não haver dupla contabilização. O Fundef, criado com inspiração no que estava re-
Os recursos transferidos são destinados à Manutenção gistrado nas Disposições transitórias da CF, que dizia que
e Desenvolvimento do Ensino, conforme o disposto no ar- em 10 anos o poder público deveria aplicar 50% do total
tigo 212 da CF, regulamentado pela LDB, ou seja, para o de recursos para educação na universalização do ensino
grupo de ações que estão dentro deste critério. As ativida- fundamental e na drástica redução do analfabetismo. No
des suplementares, tais como merenda, uniformes, dinhei- entanto, o Fundef só seria aprovado 8 anos depois, esten-
ro direito na escola são financiados com outros recursos dendo por mais dez anos o disposto na disposições transi-
administrados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento tórias, mas retirando a meta da alfabetização, pois partiam
da Educação (FNDE), com recursos provenientes, dentre
do perverso princípio de que universalizando o ensino fun-
outras fontes, do salário-educação, recolhido pela União,
damental estariam resolvendo por inércia o analfabetismo.
que uma parte para Estados e Municípios.
A Educação de jovens e adultos também não foi retira-
da do Fundef. Podemos dizer que o Fundo foi um avanço
O que significa a Manutenção e Desenvolvimento do
para o ensino fundamental, que está praticamente univer-
Ensino (MDE)? O que está dentro disso?
salizado, mas o fato de os outros níveis de ensino terem
Apesar de vaga a expressão MDE, ela diz respeito a
ações específicas, que focam diretamente o ensino. Ações ficado fora do bolo, fez com que, especialmente, a edu-
estas especificadas pela LDB, artigo 70. São elas: cação infantil e o ensino médio ficassem com um prejuízo
- Remunerar e aperfeiçoar os profissionais da educa- enorme.
ção; Pois cada ente federado deveria separar 60% do bolo
- Adquirir, manter, construir e conservar instalações e de recursos para o Fundef e o restante aplicar em suas
equipamentos necessários ao ensino (construção de esco- prioridades, ou seja, Estados em ensino médio e municí-
las, por exemplo); pios em educação infantil (creche e pré-escola). No caso
- Usar e manter serviços relacionados ao ensino tais da União, após o repasse ela deveria aplicar o restante no
como aluguéis, luz, água, limpeza etc. ensino superior e cumprir a função redistributiva, ou seja,
- Realizar estudos e pesquisas visando o aprimoramen- aqueles Estados que não conseguissem atingir o mínimo
to da qualidade e expansão do ensino, planos e projetos de recursos para o Fundo teria complementação da União,
educacionais. o que nunca ocorreu como deveria.
- Realizar atividades meio necessárias ao funcionamen- O Fundef, apesar de seus avanços, trouxe um grande
to do ensino como vigilância, aquisição de materiais. prejuízo ao desenvolvimento do ensino médio e educação
- Conceder bolsas de estudo a alunos de escolas pú- infantil, conforme podemos observar hoje, com os grandes
blicas e privadas. déficits de oferta destes níveis. Isso foi um dos motivos que
- Adquirir material didático escolar. levaram às instituições que lutam por uma educação de
- Manter programas de transporte escolar. qualidade para todos, se movessem para substituir o Fun-
def, pelo Fundeb.
Além dessas receitas, há outras fontes, tais como o Três anos após a implantação do Fundef, vários seg-
salário-educação, que é recolhido das empresas, sobre o mentos sociais já percebiam que o fundo não era suficiente
cálculo de suas folhas de pagamento. Essa receita é divi- para suprir as grandes necessidades da política e em 1999
dida entre União, Estados e Municípios. Quem arrecada a foi apresentada uma nova proposta ao Parlamento. A Pro-
contribuição é o INSS, que fica com 1% a título de adminis- posta de Emenda Constitucional que criava o Fundeb. No
tração e repassa o restante para o FNDE, que desconta 10% entanto, só em 2006 ela foi aprovada e passou a valer a
e dividi os 90% da seguinte forma: partir de 2007.

19
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Como sempre houve um sub financiamento da educação, ao Fundeb foram acrescidos novos recursos, como os oriun-
dos do IPVA, por exemplo, ampliou o financiamento, mas ampliou, também o número de alunos atendidos, não equacio-
nando, ainda, a questão do sub financiamento.
O cálculo do Fundeb também é feito de acordo com o número de matrícula na educação básica pública de acordo com
os dados do último censo escolar, feito anualmente. Divide-se o montante pelo número de matriculados para se obter o
valor aluno e em seguida repassar aos Estados e municípios a parte que cabe a cada um. Aqueles que não atingirem o valor
mínimo por aluno deverão ter complementação da União. Já se verificou que a União, em muitos momentos, subdimen-
siona o custo por aluno para não ter de efetuar a complementação para os diversos estados que não conseguiriam atingir
o piso.
Os Estados receberão recursos de acordo com o número de matrículas no ensino fundamental e médio e os Municípios
com base no ensino fundamental e educação infantil.

TENDÊNCIAS E CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS;

Neste texto objetiva-se sistematizar as características do pensamento pedagógico de diferentes autores sobre a con-
textualização dos ambientes educativos de onde emergem a compreensão de homem, mundo e sociedade; compreender
o papel do professor, do aluno, da escola e dos elementos que compõem o ambiente escolar; estabelecer relação entre as
tendências pedagógicas e a prática docente que os professores adotam na sala de aula. Além disso, busca-se verificar os
pressupostos de aprendizagem empregados pelas diferentes tendências pedagógicas na prática escolar brasileira, numa
tentativa de contribuir, teoricamente, para a formação continuada de professores.
As tendências pedagógicas definem o papel do homem e da educação no mundo, na sociedade e na escola, o que re-
percute na prática docente em sala de aula graças a elementos constitutivos que envolvem o ato de ensinar e de aprender.
A seguir, serão apresentados, os pensamentos pedagógicos dos estudiosos Paulo Freire, José Carlos Libâneo, Fernando
Becker e Maria das Graças Nicoletti Mizukami.

a) Paulo Freire: Educação Bancária e Problematizadora


Abordar o pensamento pedagógico de Paulo Freire não significa enquadrá-lo em um campo teórico determinado nem
testar a validade científica da sua pedagogia. Todavia, é de fundamental importância para a formação de qualquer profis-
sional de Educação que se faça uma leitura e reflexão sobre sua obra, buscando estabelecer uma vivência teórico-prática
durante toda a nossa ação docente. A esse respeito, o próprio Freire sempre chamava a atenção para um novo conheci-
mento que é gerado e produzido na tensão entre a prática e a teoria.
A história de Paulo Freire nos deixa uma grande herança: a sua práxis político-pedagógica e a luta pela construção de
um projeto de sociedade inclusiva. Discutir a sua pedagogia é um compromisso de todos nós que lutamos por inclusão
social, por ética, por liberdade, por autonomia, pela recuperação da memória coletiva e pela construção de um projeto para
uma escola cidadã.
Em Pedagogia do Oprimido (1982), Paulo Freire fala sobre a prática docente sob a forma de Educação Bancária e Edu-
cação Problematizadora – também chamada de Libertadora, pois se propõe a conscientizar o educando de sua realidade
social. Para Freire, há duas concepções de educação: uma bancária, que serve à dominação e outra, problematizadora, que
serve à libertação. Nesse sentido, faz uma opção pela educação problematizadora que desde o início busca a superação
educador-educando. Isso nos leva a compreender um novo termo: educador-educando com educando-educador.
Quadro-síntese da concepção da Educação Bancária e Educação Problematizadora de Paulo Freire (1982).

Educação Bancária Educação Problematizadora


O aluno é o banco em que o mestre “Para o educador-educando [...] o conteúdo
deposita o seu saber que vai render largos programático da educação não é uma doação ou
Ensino juros, em favor da ordem social que o imposição, mas a revolução organizada, sistematizada
professor representa. e acrescentada ao povo daqueles elementos que este
lhe entregou de forma desestruturada”.
A narração é a técnica utilizada pelo Reforça a imprescindibilidade de uma educação
educador para depositar conteúdo nos realmente dialógica, problematizadora e marcadamente
Método educandos e conduzi-los à memorização reflexiva, combinações indispensáveis para o
mecânica. desvelamento da realidade e sua apreensão consciente
pelo educando.

20
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

O saber é uma doação dos que se julgam A ação dialógica se dá entre os sujeitos “ainda
sábios aos que julgam nada saber. Doação que tenham níveis distintos de função, portanto,
Professor-
que se funda numa das manifestações de responsabilidade somente pode realizar-se na
aluno
instrumentais da ideologia da opressão – a comunicação”. Abomina, dentre outras coisas, a
absolutização da ignorância. dependência dominadora.
Conhecimento é algo que, por ser imposto, O comprometimento com a transformação social é a
Aprendizagem
passa a ser absorvido passivamente. premissa da educação Libertadora.

A partir desse quadro-síntese constata-se que a Educação Bancária fundamenta-se numa prática narradora, sem diá-
logo, para a transmissão e avaliação de conhecimento numa relação vertical – o saber é fornecido de cima para baixo – e
autoritária, pois manda aquele que sabe.
O método da concepção bancária é a opressão, o antidiálogo. Configura-se então a educação exercida como uma
prática da dominação, “em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos,
guardá-los e arquivá-los. Margem para serem colecionadores ou fichadores das coisas que arquivam”.
Na educação problematizadora, o conhecimento deve vir do contato do homem com o seu mundo, que é dinâmico,
e não como um ato de doação. Supera-se, pois a relação vertical e se estabelece a relação dialógica, que supõe uma troca
de conhecimento.
Freire (1982) destaca que o “educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo
com o educando que, ao ser educado, também educa”. Para o autor a dialogicidade é a essência da Educação Libertadora.
Além disso, outras características são necessárias para que ela se concretize tais como: colaboração, união, organização e
síntese cultural.
Ao desenvolver uma epistemologia do conhecimento, Freire parte de uma reflexão acerca de uma experiência concreta
para desenvolver sua metodologia dialética: ação-reflexão- ação. Metodologia que parte da problematização da prática
concreta, vai à teoria estudando-a e reelaborando-a criticamente e retorna à prática para transformá-la. Nesta concepção,
o diálogo se apresenta como condição fundamental para sua concretização.
Ele nos apresenta sua teoria metodológica a partir da sua prática refletida na alfabetização de jovens e adultos, inicia-
da na década de 1960. O trabalho, que foi denominado como “método Paulo Freire”, ou “método de conscientização” foi
desenvolvido, a partir de uma leitura de mundo, em cinco fases: levantamento do universo vocabular, temas geradores e
escolha de palavras geradoras, criação de situações existenciais típicas do grupo, elaboração de fichas-roteiro e leitura de
fichas com a decomposição das famílias fonêmicas. Apesar do reconhecimento da qualidade emancipatória do processo de
alfabetização divulgada e experienciada em vários países, Freire insistiu que as experiências não podem ser transplantadas,
mas reinventadas. Nesse sentido, o da reinvenção, é que acreditamos nas possibilidades didáticas das experiências com a
pedagogia freireana.
Ele reforça a importância da participação democrática e o exercício da autonomia para construção dos projetos políti-
copedagógicos. Em oposição, condena os novos pacotes pedagógicos impostos sem a participação da comunidade escolar
e incentiva a incorporação de múltiplos saberes necessários à prática de educação crítica. Para isso, referencia o respeito
aos saberes socialmente construídos na prática comunitária e sugere que se discuta com os alunos a razão de ser de alguns
desses saberes em relação ao ensino dos conteúdos e às razões políticas ideológicas.

b) José Carlos Libâneo: Pedagogia Liberal e Pedagogia Progressista


Libâneo classifica as tendências pedagógicas, segundo a posição que adotam em relação aos condicionantes socio-
políticos da escola, em Pedagogia Liberal – subdividida em tradicional, renovada progressivista, renovada não-diretiva e
tecnicista – e Pedagogia Progressista – que se subdivide em libertadora, libertária e críticossocial dos conteúdos.
Segundo LIBÂNEO (1994), a pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos
para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa adap-
tar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Devido a
essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, embora a escola passe a
difundir a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições.
As Tendências Pedagógicas Liberais tiveram seu início no século XIX, tendo recebido as influências do ideário da Re-
volução Francesa (1789), de “igualdade, liberdade, fraternidade”, que foi, também, determinante do liberalismo no mundo
ocidental e do sistema capitalista, onde estabeleceu uma forma de organização social baseada na propriedade privada dos
meios de produção, o que se denominou como sociedade de classes. Sua preocupação básica é o cultivo dos interesses
individuais e não-sociais. Para essa tendência educacional, o saber já produzido (conteúdos de ensino) é muito mais impor-
tante que a experiência do sujeito e o processo pelo qual ele aprende, mantendo o instrumento de poder entre dominador
e dominado.
Na Tendência Liberal Tradicional, é tarefa do educador fazer com que o educando atinja a realização pessoal através
de seu próprio esforço. O cultivo do intelecto é descontextualizado da realidade social, com ênfase para o estudo dos clás-
sicos e das biografias dos grandes mestres. A transmissão é feita a partir dos conteúdos acumulados historicamente pelo

21
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

homem, num processo cumulativo, sem reconstrução ou mentos e a experiência da Didática brasileira vem, em sua
questionamento. A aprendizagem se dá de forma recepti- maioria, do movimento da Escola Nova (entendida como
va, automática, sem que seja necessário acionar as habili- “direção da aprendizagem” e que considera o aluno como
dades mentais do educando além da memorização. sujeito da aprendizagem). Nessa concepção pedagógica, o
Seu método enfatiza a transmissão de conteúdos e a professor deve deixar o aluno em condições mais adequa-
assimilação passiva. É ainda intuitivo, baseado na estimu- das possíveis para que possa partir das suas necessidades
lação dos sentidos e na observação. Através da memori- e ser estimulado pelo ambiente para vivenciar experiências
zação, da repetição e da exposição verbal, o educador e buscar por si mesmo o conhecimento.
chega a um interrogatório (tipo socrático), estimulando o Segundo Libâneo (1994), essa tendência, no Brasil, se-
individualismo e a competição. Envolve cinco passos que, gue duas versões distintas: a Renovada Progressivista (que
segundo Friedrich Herbart, são os seguintes: preparação, se refere a processos internos de desenvolvimento do in-
recordação, associação, generalização e aplicação. divíduo; não confundir com progressista, que se refere a
Libâneo (1994) afirma ainda que o ensino é centrado processos sociais) ou Pragmatista, inspirada nos Pioneiros
no professor que expõe e interpreta o conhecimento. Às da Escola Nova, e a Tendência Renovada não-Diretiva, ins-
vezes, o conteúdo de ensino é apresentado com auxílio de pirada em Carl Rogers e A. S. Neill, que se volta muito mais
objetos, ilustrações ou exemplos, embora o meio principal para os objetivos de desenvolvimento pessoal e relações
seja a palavra, a exposição oral. Supõe-se que ouvindo e fa- interpessoais (sendo que este último não chegou a desen-
zendo exercícios repetitivos, os alunos “gravam” o assunto volver um sistema a respeito dos métodos da educação).
para depois reproduzi-lo quando forem interrogados pelo Seu método de ensino é o ativo, que inicialmente se ca-
professor ou através das provas. Para isso, é importante racteriza pelo método “aprender fazendo” e, após a jun-
que o aluno “preste atenção” para que possa registrar mais ção dos cinco passos propostos por Dewey (experiência,
facilmente, na memória, o que é transmitido. problema, pesquisa, ajuda discreta do professor, estudo do
Desse modo, o aluno é um recebedor do conteúdo, meio natural e social), desenvolve o “aprender a aprender”,
cabendo-lhe a obrigação de memorizá-lo. Os objetivos das que, privilegiando os estudos independentes e também os
aulas, explícitos ou não no planejamento dos professores, estudos em grupo, seleciona uma situação vivida pelo edu-
referem-se à formação de um aluno ideal, desvinculado cando que seja desafiante e que careça de uma solução
da sua realidade concreta. O professor tende a encaixar os para um problema prático. Para Saviani, por estes motivos
alunos num modelo idealizado de homem que nada tem a e outros de ordem política, a Escola Nova, seguidora des-
ver com a vida presente e futura. sas vertentes, acaba por aprimorar o ensino das elites e
O conteúdo a ser ensinado é tratado isoladamente, isto rebaixar o das classes populares. Mas, mesmo recebendo
é, desvinculado dos interesses dos alunos e dos proble- esse tipo de crítica, podemos considerá-la como o mais
mas reais da sociedade e da vida. O método de ensino é forte movimento “renovador” da educação brasileira.
dado pela lógica e sequência do assunto, modo pelo qual Para a tendência renovada, o papel da educação é o
o professor se apoia para comunicar-se desconsiderando o de atender as diferenças individuais, as necessidades e in-
processo cognitivo desenvolvido pelos alunos para apren- teresses dos educandos, enfatizando os processos mentais
der. Todavia, alguns 5 métodos intuitivos foram incorpo- e 6 habilidades cognitivas necessárias à adaptação do ho-
rados ao ensino tradicional, baseando-se na apresentação mem ao meio social. O educando é, portanto, o centro e
de dados ligados à sensibilidade dos alunos de modo que sujeito do conhecimento.
eles pudessem observá-los e, a partir daí, formar imagens Nessa perspectiva, Libâneo (1994) afirma que o alu-
mentais. Muitos professores ainda acham que “partir do no aprende melhor tudo o que faz por si próprio. Não se
concreto” constitui-se na chave do ensino atualizado. Essa trata apenas de aprender fazendo, no sentido de trabalho
ideia, entretanto, já fazia parte da Pedagogia Tradicional manual, de ações de manipulação de objetos. Trata-se de
porque o concreto (mostrar objetos, ilustrações, gravuras, colocar o aluno frente a situações que mobilizem suas ha-
entre outros) serve apenas para que o aluno grave na men- bilidades intelectuais de criação, de expressão verbal, es-
te o que é captado pelos sentidos. O material concreto é crita, plástica, entre outras formas de exercício cognitivo.
mostrado, demonstrado, manipulado, mas o aluno não lida O centro da atividade escolar, portanto, não é o professor
mentalmente com ele, não o repensa, não o reelabora com nem a matéria, mas o aluno em seu caráter ativo e investi-
o seu próprio pensamento. A aprendizagem é, portanto, gador. O professor incentiva, orienta, organiza as situações
receptiva, automática, não mobilizando a atividade mental de aprendizagem, adequando-as às capacidades de carac-
do aluno e o desenvolvimento de suas capacidades intelec- terísticas individuais dos alunos.
tuais, embora tenham surgido nos últimos anos inúmeras Assim, essa didática ativa valoriza métodos e técnicas
propostas de renovação das abordagens do processo ensi- como o trabalho em grupo, as atividades cooperativas, o
noaprendizagem, como as sugestões presentes nos atuais estudo individual, as pesquisas, os projetos, as experimen-
Parâmetros Curriculares Nacionais. tações, dentre outros, bem como os métodos de reflexão
A Pedagogia Renovada, por outro lado, retoma as- e método científico de descobrir conhecimentos. Tanto na
pectos referentes às perspectivas progressivistas baseadas organização das experiências de aprendizagem como na
em John Dewey, bem como a não-diretiva inspirada em seleção de métodos, importa o processo de aprendizagem
Carl Rogers, a culturalista, a piagetiana, a montessoriana e e não diretamente o ensino. O melhor método é aquele
outras. Todavia, o que caracteriza fortemente os conheci- que atende às exigências psicológicas do aprender.

22
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Em síntese, a tendência dessa escola é deixar os conhe- e Matemática, com relação ao uso de manuais didáticos
cimentos sistematizados em segundo plano, valorizando com essas características (tecnicistas), especificamente ins-
mais o processo de aprendizagem e os fatores que possibi- trumentais. Essa tendência didática tem como objetivo a
litam o desenvolvimento das capacidades e habilidades in- racionalização do ensino, o uso de meios e técnicas mais
telectuais de quem aprende. Desse modo, os adeptos dessa eficazes, cujo sistema de instrução é composto de:
tendência didática acreditam que o professor não ensina,
mas orienta o aluno durante o processo de aprendizagem, - Especificação de objetivos instrucionais a serem ope-
sugerindo assim uma didática não diretiva no ensinoapren- racionalizados;
dizagem. Isso porque o conhecimento ocorre a partir de - Avaliação prévia dos alunos para estabelecer pré-re-
um processo ativo de busca do aprendiz e orientado pelo quisitos visando alcançar os objetivos;
professor, constituindo-se, então, o eixo norteador da ação - Ensino ou organização das experiências de aprendi-
educativa, centrada nas atividades de investigação. zagem;
A Tendência Liberal Tecnicista tem seu início com o de- - Avaliação dos alunos relativa ao que se propôs nos
clínio, no final dos anos 60, da Escola Renovada, quando, objetivos iniciais.
mais uma vez, sob a instalação do regime militar no país, as
elites dão ênfase a um outro tipo de educação direcionada O arranjo mais simplificado dessa sequência resultou
às massas, a fim de conservar a posição de dominação, ou na seguinte sequência: objetivos, conteúdos, estratégias,
seja, manter o status quo dominante. avaliação. O professor é um administrador e executor do
Atendendo os interesses da sociedade capitalista, ins- planejamento, o meio de previsão das ações a serem exe-
pirada especialmente na teoria behaviorista, corrente com- cutadas e dos meios necessários para se atingir os obje-
portamentalista organizada por Skinner e na abordagem tivos. De acordo com essa tendência, os livros didáticos
sistêmica de ensino, traz como verdade absoluta a neutra- usados nas escolas eram, e ainda são, elaborados, em sua
lidade científica e a transposição dos acontecimentos na- maioria, com base na tecnologia da instrução, ou seja, sob
turais à sociedade. a forma de atividades dirigidas nas quais os alunos seguem
Negando os determinantes sociais, o tecnicismo tinha etapas sequenciadas que os levem ao alcance dos objeti-
como princípios a racionalidade, a eficiência, a produtivi- vos previamente estabelecidos, sem que possam exercitar
dade e a neutralidade científica, produzindo, no âmbito a sua criatividade cognitiva.
educacional, uma enorme distância entre o planejamento Se, nas Tendências Liberais, a escola possuía uma fun-
- preparado por especialistas e não por educadores, seus ção equalizadora, nas Tendências Progressistas, derivada
meros executores - e a prática educativa. das teorias críticas, ela passa a ser analisada como repro-
Nesse período, a educação passa a ter seu trabalho dutora das desigualdades de classe e reforçadora do modo
parcelado, fragmentado, a fim de produzir determinados de produção capitalista.
produtos desejáveis pela sociedade capitalista e industrial. Tendo surgido na França a partir de 1968 e no Brasil
Muitas propostas surgem como enfoque sistêmico, o mi- com a Revolução Cultural, nas Tendências Progressistas,
croensino, o tele-ensino, a instrução programada, entre a escola passa a ser vista não mais como redentora, mas
outras. Subordina a educação à sociedade, tendo como como reprodutora da classe dominante. Snyders (1994) foi
função principal a produção de indivíduos competentes, o primeiro a usar o termo “Pedagogia Progressista”, partin-
ou seja, a preparação da mão-de-obra especializada para o do de uma análise crítica da realidade social, sustentando,
mercado de trabalho a ser consolidado. Neste contexto, a implicitamente, as finalidades sociais e políticas da educa-
pedagogia tecnicista termina contribuindo ainda mais para ção.
o caos no campo educativo, gerando, assim, a inviabilidade Nessa perspectiva, Libâneo (1994), designa à Pedago-
do trabalho pedagógico. gia Progressista três tendências:
Seu método é o da transmissão e recepção de infor- A Pedagogia Progressista Libertadora que, partindo
mações. Nele, o educando é submetido a um processo de de uma análise crítica das realidades sociais, sustenta os
controle do comportamento, a fim de que os objetivos fins sociopolíticos da educação. Teve seu início com Pau-
operacionais previamente estabelecidos possam ser atin- lo Freire, nos anos 60, rebelando-se contra toda forma de
gidos. Trata-se do “aprender fazendo”. autoritarismo e dominação, defendendo a conscientização
Trata-se de uma tendência pedagógica que ganhou como processo a ser conquistado pelo homem, através da
certa autonomia quando se constituiu especificamente problematização de sua própria realidade. Sendo revolu-
como tendência independente, inspirada na teoria beha- cionária, ela preconizava a transformação da sociedade e
viorista da aprendizagem. De acordo com Libâneo (1994), acreditava que a educação, por si só, não faria tal revo-
essa orientação acabou sendo imposta às escolas pelos or- lução, embora fosse uma ferramenta importante e funda-
ganismos oficiais ao longo de boa parte das décadas que mental nesse processo.
constituíram o regime militar de governo, por ser compatí- A teoria educacional freireana é utópica, em seu sen-
vel com a orientação econômica, política e ideológica des- tido de vir-a-ser, de inédito viável, expressões usadas por
se regime político, então vigente. Freire, e esperançosa, porque deposita na transformação
Atualmente, ainda percebemos a predominância des- do homem a ideia de que mudar é possível e de que não
sas características tecnicistas em alguns cursos de forma- estamos necessariamente imobilizados por estarmos sub-
ção de professores, principalmente das áreas de Ciências metidos a papéis pré-determinados em uma sociedade de

23
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

classes. Segundo ele, apesar de os seguidores dessa ten- mas sim em um processo de participação ativa nas discus-
dência não terem tido a preocupação com uma proposta sões e nas ações práticas sobre as questões da realidade
pedagógica explícita, havia uma didática implícita em seus social de todos os envolvidos. Nesse processo, a discussão,
“círculos de cultura”, sendo cerne da atividade pedagógica os relatos da experiência vivida, a socialização das informa-
a discussão de temas sociais e políticos, que a nós parece ções, a pesquisa participante, o trabalho de grupo, entre
ser claro o método dialógico, usado para o despertar da outros atos educativo-reflexivos, fazem emergir temas ge-
consciência política. radores que podem ser sistematizados de modo a conso-
A Pedagogia Progressista Libertária tem como ideia lidar o conhecimento pelo aluno, com as orientações do
básica modificações institucionais, que, a partir dos níveis professor.
subalternos, vão “contaminando” todo o sistema, sem mo- A tendência libertadora tem sido a perspectiva didáti-
delos e recusando-se a considerar qualquer forma de po- ca mais praticada com muito êxito em vários setores dos
der ou autoridade. movimentos sociais, como sindicatos, associações de bair-
Percebemos esta tendência como decorrência de uma ro, comunidades religiosas, entre outros. Parte desse êxito
abertura para uma sociedade democrática, que vai se fir- deve-se ao fato de tal tendência ser utilizada entre adul-
mando lentamente a partir do início dos anos 80, com a tos que vivenciam uma prática política e em situações nas
volta dos exilados políticos e a liberdade de expressão nos quais o debate sobre a problemática econômica, social e
meios acadêmicos, políticos e culturais do país. Firman- política pode ser aprofundado com a orientação de intelec-
do-se os interesses por escolas realmente democráticas e tuais comprometidos com os interesses populares.
inclusivas e a ideia do projeto políticopedagógico da es- A Pedagogia Progressista Críticossocial dos Conteú-
cola como forma de identificação política que atenda aos dos, tendo sido fortalecida a princípio na Europa e depois
interesses locais e regionais, primando por uma educação no Brasil, a partir da década de 80, foi considerada como
de qualidade para todos. A participação em grupos e mo- sinônimo de pedagogia dialética, no sentido da “dialógica”.
vimentos sociais na sociedade, além dos muros escolares, Firmando-se como teoria que busca captar o movimento
é incentivada e ampliada, trazendo para dentro dela a ne- objetivo do processo histórico, uma vez que concebe o ho-
mem através do materialismo histórico-marxista, trata-se
cessidade de concretizar a democracia, através de eleições
de uma síntese superadora do que há de significado na
para conselhos, direção da escola, grêmios estudantis e ou-
Pedagogia Tradicional e na Escola Nova, direcionando o
tras formas de gestão participativa.
ensino para a superação dos problemas cotidianos da prá-
No Brasil, os libertários recebem a influência do pen-
tica social e, ao mesmo tempo, buscando a emancipação
samento de Celestin Freinet e suas técnicas nas quais os
intelectual do educando, 10 considerado um ser concreto,
próprios alunos organizavam os seus planos de trabalho.
inserido num contexto de relações sociais. Da articulação
O método de ensino é a própria autogestão, tornando o
entre a escola e a assimilação dos conteúdos por parte des-
interesse pedagógico dependente de suas necessidades ou te aluno concreto é que resulta o saber criticamente elabo-
do próprio grupo. rado (Libâneo, 1990).
Para Libâneo (1994), na didática centrada na Pedago- Essa tendência prioriza o domínio dos conteúdos cien-
gia Libertadora, o professor busca desenvolver o processo tíficos, os métodos de estudo, habilidades e hábitos de ra-
educativo como tarefa que se dá no interior dos grupos ciocínio científico, como modo de formar a consciência crí-
sociais e, por isso, ele é o coordenador ou o animador das tica face à realidade social, instrumentalizando o educando
atividades que se organizam sempre pela ação conjunta como sujeito da história, apto a transformar a sociedade e
dele e dos alunos. Não há, portanto, uma proposta explíci- a si próprio. Seu método de ensino parte da prática social,
ta de Didática e muitos dos seus seguidores, entendendo constituindo tanto o ponto de partida como o ponto de
que toda didática resumir-se-ia ao seu caráter tecnicista, chegada, porém, melhor elaborado teoricamente.
instrumental, meramente prescritivo, até recusam admitir o
papel dessa disciplina na formação dos professores. c) Fernando Becker: Pedagogia Diretiva, Pedagogia
Há, nessa perspectiva pedagógica, uma didática implí- Não-Diretiva e Pedagogia Relacional
cita na orientação das atividades escolares de modo que o Fernando Becker (2001) desenvolveu a ideia de mode-
professor se coloque diante de sua classe como um orien- los pedagógicos e modelos epistemológicos para explicar
tador da aprendizagem dos seus alunos. Entretanto, essas os pressupostos pelos quais cada professor atua. Apre-
atividades estão centradas na discussão de temas sociais e senta, então, três modelos: Pedagogia Diretiva, Pedagogia
políticos, ou seja, o foco do ensino é a realidade social, em Não-Diretiva e Pedagogia Relacional.
que o professor e os alunos estão envolvidos. Assim, eles
analisam os problemas da realidade do contexto socioeco- Pedagogia Diretiva
nômico e cultural da sua comunidade com seus recursos e Na Pedagogia Diretiva o professor acredita que o co-
necessidades, visando ao desenvolvimento de ações cole- nhecimento é transmitido para o aluno. Este por sua vez,
tivas para a busca de descrição, análise e soluções para os não tem nenhum saber, não o tinha no nascimento e não o
problemas extraídos da realidade. tem a cada novo conteúdo. O professor, com essa prática,
fundamenta-se numa epistemologia pela qual o sujeito é o
As atividades escolares não se constituem meramente elemento conhecedor, totalmente determinado pelo mun-
da exploração dos conteúdos de ensino, já sistematizados do do objeto ou pelos meios físicos e sociais. Essa episte-
nos livros didáticos ou previstos pelos programas oficiais, mologia é representada da seguinte forma:

24
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

S O d) Maria da Graça Nicoletti Mizukami: tendências pe-


O professor representa esse mundo na sala de aula, dagógicas e processo de ensino e aprendizagem Mizukami
entendendo que somente ele, o professor, é o detentor do (1986) classifica o processo de ensino nas seguintes abor-
saber e pode produzir algum conhecimento novo ao aluno. dagens:
Cabe ao aluno ouvir, prestar atenção, permanecer quieto Abordagem tradicional A abordagem tradicional tra-
e em silêncio e repetir, quantas vezes forem necessárias, ta-se de uma concepção e uma prática educacional que
escrevendo, lendo, até aderir ao que o professor deu como persiste no tempo, em suas diferentes formas, e que passa-
conteúdo. ram a fornecer um quadro diferencial para todas as demais
Traduzindo o modelo epistemológico em modelo pe- abordagens que a ela se seguiram. Na concepção tradi-
dagógico temos: cional, o ensino é centrado no professor. O aluno apenas
A P executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades
Assim, o professor ensina e o aluno aprende. Nesse exteriores.
modelo, nada de novo acontece na sala de aula, e se carac- A construção do conhecimento parte do pressuposto
teriza por ser reprodução de ideologia e repetição. de que a inteligência seja uma faculdade capaz de acumu-
lar/armazenar informações. Aos alunos são apresentados
Pedagogia Não-Diretiva somente os resultados desse processo, para que sejam
O professor torna-se um facilitador da aprendizagem, armazenados. Evidencia-se o caráter cumulativo do co-
um auxiliar do aluno. O educando já traz um saber e é nhecimento humano, adquirido pelo indivíduo por meio
preciso apenas organizá-lo ou recheá-lo de conteúdo. O de transmissão, de onde se supõe o papel importante da
professor deve interagir o mínimo possível, pois acredita educação formal e da instituição escola. Atribui-se ao su-
que o aluno aprende por si mesmo. A epistemologia que jeito um papel insignificante na elaboração e aquisição do
fundamenta essa postura pedagógica é apriorista: conhecimento. Ao indivíduo que está “adquirindo” conhe-
S O cimento compete memorizar definições, anunciando leis,
Apriorismo vem de a priori, o que significa que aquilo sínteses e resumos que lhes são oferecidos no processo de
que é posto antes vem como condição do que vem depois. educação formal.
Essa epistemologia sustenta a ideia de que o ser humano A educação é entendida como instrução, caracterizada
nasce com o conhecimento já programado na sua herança como transmissão de conhecimentos e restrita à ação da
genética, bastando o mínimo de interferência do meio físi- escola. Às vezes, coloca-se que, para que o aluno possa
co ou social para o seu desenvolvimento. chegar, e em condições favoráveis, há uma confrontação
Segundo Becker (2001), o professor que segue essa com o modelo, é indispensável uma intervenção do pro-
epistemologia apriorista renuncia àquilo que seria a carac- fessor, uma orientação do mestre. Trata-se, pois, da trans-
terística fundamental da ação docente: a intervenção no missão de ideias selecionadas e organizadas logicamente.
processo de aprendizagem do aluno. No processo de ensino-aprendizagem a ênfase é dada
às situações de sala de aula, onde os alunos são “instruí-
A P dos” e “ensinados” pelo professor. Os conteúdos e as in-
Pedagogia Relacional formações têm de ser adquiridos, os modelos imitados.
O professor admite que tudo que o aluno construiu Seus elementos fundamentais são imagens estáticas que
até hoje em sua vida serve de patamar para construir no- progressivamente serão “impressas” nos alunos, cópias de
vos conhecimentos. Para esse professor, o aluno tem uma modelos do exterior que serão gravadas nas mentes indi-
história de conhecimento percorrida e é capaz de aprender viduais. Uma das decorrências do ensino tradicional, já que
sempre. A disciplina rígida e a postura autoritária do pro- a aprendizagem consiste em aquisição de informações e
fessor são superadas através da construção de uma disci- demonstrações transmitidas, é a que propicia a formação
plina intelectual e regras de convivência que permitam criar de reações estereotipadas, de automatismos denominados
um ambiente favorável à aprendizagem. hábitos, geralmente isolados uns dos outros e aplicáveis,
O professor acredita que o aluno aprenderá novos co- quase sempre, somente às situações idênticas em que
nhecimentos se ele agir e problematizar sua ação. Para que foram adquiridos. O aluno que adquiriu o hábito ou que
isso aconteça, torna-se necessário que o aluno aja (assimi- “aprendeu” apresenta, com frequência, compreensão ape-
lação) sobre o material que o professor traz para a sala de nas parcial. Ignoram-se as diferenças individuais.
aula e considera significativo para sua aprendizagem que o A relação professor-aluno é vertical, sendo que (o
aluno responda para si mesmo às perturbações (acomoda- professor) detém o poder decisório quanto a metodolo-
ção) provocadas pela assimilação do material. gia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula etc. O
professor detém os meios coletivos de expressão. A maior
S O parte dos exercícios de controle e dos de exames se orienta
O sujeito constrói seu conhecimento nas dimensões do para a reiteração dos dados e informações anteriormente
conteúdo e da forma ou estrutura como condição prévia fornecidos pelos manuais.
de assimilação. Nessa tendência, o professor além de en- A metodologia se baseia na aula expositiva e nas de-
sinar, passa a aprender e o aluno, além de aprender, passa monstrações do professor a classe, tomada quase como
a ensinar. auditório. O professor já traz o conteúdo pronto e o aluno
A P se limita exclusivamente a escutá-lo.

25
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Abordagem comportamentalista Abordagem Cognitivista


O conhecimento é uma “descoberta” e é nova para A organização do conhecimento, processamento de
o indivíduo que a faz. O que foi descoberto, porém, já se informações estilos de pensamento ou estilos cognitivos,
encontrava presente na realidade exterior. Os comporta- comportamentos relativos à tomada de decisões, etc.
mentalistas consideram a experiência ou a experimentação O conhecimento é considerado como uma construção
planejada como a base do conhecimento, o conhecimento contínua. A passagem de um estado de desenvolvimento
é o resultado direto da experiência. para o seguinte é sempre caracterizada por formação de
Aos alunos caberia o controle do processo de aprendi- novas estruturas que não existiam anteriormente no indi-
zagem, um controle científico da educação, o professor te- víduo.
ria a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema O processo educacional, consoante a teoria de desen-
de ensinoaprendizagem, de forma tal que o desempenho volvimento e conhecimento, tem um papel importante, ao
do aluno seja maximizado, considerando-se igualmente provocar situações que sejam desequilibradoras para o
fatores tais como economia de tempo, esforços e custos. aluno, desequilíbrios esses adequados ao nível de desen-
Nessa abordagem, se incluem tanto a aplicação da tec- volvimento em que a criança vive intensamente (intelectual
nologia educacional e estratégias de ensino, quanto estra- e afetivamente) cada etapa de seu desenvolvimento.
tégias de reforço no relacionamento professor-aluno. Segundo Piaget, a escola deveria começar ensinando
a criança a observar. A verdadeira causa dos fracassos da
Abordagem Humanista educação formal, diz, decorre essencialmente do fato de
Nesta abordagem é dada a ênfase no papel do sujeito se principiar pela linguagem (acompanhada de desenhos,
como principal elaborador do conhecimento humano. Da de ações fictícias, narradas etc.) ao invés do fazer pela ação
ênfase ao crescimento que dela se resulta, centrado no de- real e material.
senvolvimento da personalidade do indivíduo na sua capa- Nesta abordagem, o ensino procura desenvolver a in-
cidade de atuar como uma pessoa integrada. O professor teligência priorizando as atividades do sujeito, consideran-
em si não transmite o conteúdo, dá assistência sendo faci- do-o inserido numa situação social. Caberá ao professor
litador da aprendizagem. O conteúdo advém das próprias
criar situações, propiciando condições onde possam se es-
experiências do aluno o professor não ensina: apenas cria
tabelecer reciprocidade intelectual e cooperação ao mes-
condições para que os alunos aprendam.
mo tempo moral e racional.
Trata-se da educação centrada na pessoa, já que nessa
Uma das implicações fundamentais para o ensino é a
abordagem o ensino será centrado no aluno. A educação
de que a inteligência se constrói a partir da troca do or-
tem como finalidade primeira a criação de condições que
ganismo como o meio, por meio das ações do indivíduo.
facilitam a aprendizagem de forma que seja possível seu
desenvolvimento tanto intelectual como emocional seria a A ação do indivíduo, pois, é centro do processo e o fator
criação de condições nas quais os alunos pudessem tornar- social ou educativo constitui uma condição de desenvolvi-
-se pessoas de iniciativas, de responsabilidade, autodeter- mento.
minação que soubessem aplicar-se a aprendizagem no que
lhe servirão de solução para seus problemas servindo-se da Abordagem Sociocultural
própria existência. Nesse processo os motivos de aprender Podemos situar Paulo Freire com sua obra, enfatizan-
deverão ser do próprio aluno. Autodescoberta e autodeter- do aspectos sócio-político-cultural, havendo uma grande
minação são características desse processo. preocupação com a cultura popular, sendo que tal preo-
Cada professor desenvolverá seu próprio repertório de cupação vem desde a II Guerra Mundial com um aumento
uma forma única, decorrente da base percentual de seu crescente até nossos dias. Toda ação educativa, para que
comportamento. O processo de ensino irá depender do seja válida, deve, necessariamente, ser precedida tanto de
caráter individual do professor, como ele se relaciona com uma reflexão sobre o homem como de uma análise do
o caráter pessoal do aluno. Assume a função de facilitador meio de vida desse homem concreto, a quem se quer aju-
da aprendizagem e nesse clima entrará em contato com dar para que se eduque.
problemas vitais que tenham repercussão na existência do Logo, a escola deve ser um local onde seja possível o
estudante. crescimento mútuo, do professor e dos alunos, no proces-
Isso implica que o professor deva aceitar o aluno tal so de conscientização o que indica uma escola diferente de
como é e compreender os sentimentos que ele possui. O que se tem atualmente, coma seus currículos e priorida-
aluno deve responsabilizar-se pelos objetivos referentes a des. A situação de ensino-aprendizagem deverá procurar
aprendizagem que tem significado para eles. As qualida- a superação da relação opressor-oprimido. A estrutura de
des do professor podem ser sintetizadas em autenticida- pensar do oprimido está condicionada pela contradição vi-
de compreensão empática, aceitação e confiança no alu- vida na situação concreta, existencial em que o oprimido
no. se forma. Nesta situação, a relação professor-aluno é hori-
Não se enfatiza técnica ou método para facilitar a zontal, sendo que o professor se empenhará numa prática
aprendizagem. Cada educador eficiente deve elaborar a transformadora que procurará desmitificar e questionar,
sua forma de facilitar a aprendizagem no que se refere ao junto com o aluno.
que ocorre em sala de aula é a ênfase atribuída a relação
pedagógica, a um clima favorável ao desenvolvimento das
pessoas que possibilite liberdade para aprender.

26
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Referências A intervenção do Estado na educação ocorre por meio


BECKER, Fernando. Educação e construção do conhe- de ações que buscam produzir alterações no sistema edu-
cimento. Porto Alegre: Artmed, 2001. cacional. Quando essas proposições abarcam um conjunto
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Vo- significativamente amplo de ações, elas caracterizam um
zes, 1982. processo de reforma educacional. Tais proposições se pau-
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. tam em determinadas concepções de educação, de escola,
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abor- de trabalho docente, de currículo e são, com frequência,
dagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. o resultado de mediações oriundas das relações de poder
que se estabelecem no processo de constituição das pro-
posições. Essas concepções e mediações se explicitam na
forma como passam a ser incorporadas pelas escolas.
PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO Tendo em vista a implementação das proposições ofi-
ciais, tem-se, geralmente, na sequência, um conjunto de
ações que compõem o planejamento no âmbito dos siste-
mas e redes de ensino. No entanto, as propostas e ações
O planejamento no âmbito da unidade escolar têm sobre as escolas alcance limitado, ainda que sejam ca-
pazes de atuar como um forte componente ideológico que
O planejamento da escola se concretiza pela elabora- pode conferir legitimidade às mudanças propostas.
ção de seu Projeto Políticopedagógico. Na perspectiva aqui O alcance relativo do planejamento, no âmbito do sis-
desenvolvida, o planejamento deve pautar-se pelo princí- tema educacional sobre as escolas, se verifica à medida
pio da busca da unidade entre teoria e prática, e se institui que as mudanças propostas se confrontam com as práti-
como momento privilegiado de tomada de decisões acer- cas já consolidadas. Nesse processo, as escolas atribuem
ca das finalidades da educação básica. O planejamento, no às proposições oficiais significados muitas vezes distintos
âmbito da unidade escolar, caracteriza-se como meio, por daqueles das formulações originais.
Ainda que as escolas reinterpretem, reelaborem e re-
excelência, do exercício do trabalho pedagógico de forma
dimensionem as proposições oficiais, não se pode menos-
coletiva, ou seja, como possibilidade ímpar de superação
prezar a importância desse nível do planejamento no que
da forma fragmentada e burocrática de realização desse
se refere à produção de transformações no sistema edu-
trabalho.
cacional. Tem sido capaz de adquirir legitimidade, seja ao
Na definição do Projeto Políticopedagógico, materiali-
assumir o discurso de inovação educacional, seja ao articu-
zam-se os diferentes momentos do planejamento: a defi-
lar-se a um ideário pedagógico já legitimado.
nição de um marco referencial; a elaboração de um diag-
Martins (2001) realizou uma interessante pesquisa em
nóstico; e a proposição de uma programação com vistas à
que se propôs analisar os limites e as possibilidades de
implementação das ações necessárias à realização de uma gestão autônoma da escola pública da rede estadual de
prática pedagógica crítica e reflexiva. ensino paulista, tomando como base as relações que se es-
A concepção de planejamento escolar sustentada na tabeleciam, no contexto investigado, entre as medidas le-
ideia de Projeto Políticopedagógico emerge, em nosso gais e os programas do governo, e a sua materialização pe-
país, a partir da crítica ao modelo de planejamento téc- los educadores. Entre as conclusões da autora, destacamos:
nico-burocrático, que se consolidou ao longo do regime O acompanhamento cotidiano das ações que movi-
militar. Esse modelo buscava produzir uma maior aderência mentam a unidade escolar possibilitou o desvendamento
entre as proposições da esfera governamental e as ações dos problemas que atingem a rede de ensino, pois, com
das escolas propriamente ditas. Com essa finalidade, o pla- efeito, as questões de ordem burocrática - aliadas às gra-
nejamento, no interior das escolas, adquiria os contornos ves questões sociais e econômicas que afetam boa parte
de instrumentos a serviço da viabilização do controle. Em da clientela que a frequenta - dominaram o cenário e as re-
virtude dessa natureza burocrática, o planejamento passou lações de trabalho, ocupando espaço central em detrimen-
a ser tido como mero instrumental técnico, amplamente to de questões pedagógicas. Nesse sentido, a observação
criticado durante o processo de redemocratização do país. do cotidiano escolar propiciou uma visão mais ampla do
Nesse momento, para se contrapor a essa concepção tec- campo de tensão constituído pelo imbricamento entre a
nicista, sem negar, porém, a necessidade do planejamento, norma formal e a norma vivida, ou entre a instituição ima-
é que se passa a disseminar a necessidade de elaboração ginada e a instituição vivida, pois esta (re)significa aquela.
do Projeto Compreender as representações em tela, tecidas por
Políticopedagógico como forma de democratizar o um intrincado e ambíguo jogo de resistências, contradi-
planejamento na escola, incorporando o princípio da par- ções e conflitos, permitiu vislumbrar parte de um universo
ticipação. turbulento que extrapola, invariavelmente, os limites dos
Nesse momento de redemocratização do país, outras relatórios oficiais. [...] A equipe aceitou e rejeitou, ao mes-
políticas educacionais passam a ser implementadas, e, des- mo tempo, as orientações da Secretaria de Estado da Edu-
se modo, nos vemos diante da indagação: como se consti- cação, compreendendo que a sobrevivência da instituição
tuem as relações entre o planejamento no âmbito do siste- escolar dependerá permanentemente dessa relação am-
ma e o planejamento nas unidades escolares? bígua, pois a necessidade cotidiana de (con)viver com os

27
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

rituais que materializam as medidas políticas não permite manda a caracterização do universo sociocultural da clien-
ilusões: mergulhados na necessidade de cumprimento das tela escolar e evidencia os interesses e as necessidades dos
formalidades burocráticas, transitaram pela escola obede- educandos na organização do trabalho didático propria-
cendo a horários rígidos estabelecidos pela Secretaria de mente dito, o que implica:
Educação, preenchendo quantidades infindáveis de papéis, a) definir objetivos - em função dos três níveis de
planilhas, encaminhando processos e fazendo negociações aprendizagem: aquisição, reelaboração e produção de co-
com a comunidade em torno da escola para doações, cola- nhecimentos
borações e trocas de notas fiscais. [...] Observou-se, ainda, b) prever conteúdos - tendo como critérios de seleção
que professores e equipe de direção procuravam explicitar a finalidade de que eles atuem como instrumento de com-
à comunidade as medidas impostas, de um lado, mas, de preensão crítica da realidade e como elo propiciador da
outro, demonstravam cumprir de maneira ritual as normas autonomia
e a regulamentação legal, alegando terem sido demanda- c) selecionar procedimentos metodológicos - conside-
dos apenas para executarem tarefas. rando os diferentes níveis de aprendizagem e a natureza da
Observa-se, assim, um distanciamento entre as propo- área do conhecimento
sições do planejamento ao nível do sistema educacional e d) estabelecer critérios e procedimentos de avaliação
sua incorporação pelas escolas, ao planejar suas próprias - considerando a finalidade de intervenção e retomada no
ações. Isso implica que se considere que, na relação entre processo de ensino e aprendizagem, sempre que neces-
esses dois âmbitos do planejamento, produzem-se media- sário.
ções que muitas vezes escapam ao controle puro e sim- Nessa forma de planejamento de ensino, a avaliação
ples dos propositores das políticas educacionais. É nesse da aprendizagem adquire especial relevância, uma vez que
movimento, muitas vezes, que se consolida a autonomia não pode constituir-se unicamente em forma de verifica-
das escolas, que se constitui, no entanto, de forma sempre ção do que o aluno aprendeu. Antes de mais nada, deve
relativa. servir como parâmetro de avaliação do trabalho do próprio
professor.
O planejamento no âmbito do ensino Estabelecer critérios mais ou menos rigorosos de ava-
liação não é tarefa difícil. Difícil é saber trabalhar com os
Lopes (1992) indica alguns pressupostos para um pla- resultados obtidos, de modo a construir instrumentos de
nejamento de ensino que considere a dinamicidade do co- análise que permitam intervir no processo de ensino e
nhecimento escolar e sua articulação com a realidade his- aprendizagem, no momento em que ele está ocorrendo.
tórica. São eles: produzir conhecimentos tem o significado A avaliação da aprendizagem, nessa acepção, não
de processo, de reflexão permanente sobre os conteúdos pode ocorrer somente após ter-se concluído um período
aprendidos buscando analisá-los sob diferentes pontos de letivo (bimestre, semestre etc.), mas é processo, sem o qual
vista; significa desenvolver a atitude de curiosidade cien- se compromete, irremediavelmente, a qualidade do ensino.
tífica, de investigação da realidade, não aceitando como Avaliar o desempenho do educando não pode se tor-
conhecimentos perfeitos e acabados os conteúdos trans- nar, ainda, mecanismo de coerção, por parte do professor,
mitidos pela escola. num exercício arbitrário de poder. A avaliação, enquanto
O processo de seleção da cultura, materializado no mecanismo disciplinar, traumatiza e anula individualida-
currículo e, em especial, nos conhecimentos a serem tra- des, mediante a imposição da visão de mundo daquele que
balhados, deverão estar intimamente relacionados à expe- pretensamente detém o saber.
riência de vida dos alunos, não como mera aplicabilidade Desse modo, a avaliação da aprendizagem deve cons-
dos conteúdos ao cotidiano, mas como possibilidade de tituir-se em instrumento por meio do qual o professor pos-
conduzir a uma apropriação significativa desses conteú- sa ter condições de saber se houve, e em que medida hou-
dos. Como afirma Lopes, “essa relação, inclusive, mostra-se ve, a apropriação do conhecimento de forma significativa
como condição necessária para que ao mesmo tempo em por parte do aluno.
que ocorra a transmissão de conhecimentos, proceda-se a Deve permitir, ainda, ao professor reconhecer se houve
sua reelaboração com vistas à produção de novos conhe- adequação em termos de suas opções metodológicas, bem
cimentos”. como evidenciar em que medida as relações pedagógicas
Desse modo, o planejamento de ensino passa a ser estabelecidas contribuíram para o processo de ensino e
compreendido de forma estreitamente vinculada às rela- aprendizagem. Torna-se, assim, elemento ímpar para o pla-
ções que se produzem entre a escola e o contexto históri- nejamento das ações docentes.
co-cultural em que a educação se realiza. Nessa perspec- Essa perspectiva de planejamento de ensino toma, ain-
tiva, deve-se levar em conta, ainda, as articulações entre o da, como principais diretrizes:
planejamento do ensino e o planejamento global da esco- 1) que a ação de planejar implica a participação de to-
la, explicitado em seu Projeto Políticopedagógico. dos os elementos envolvidos no processo
O planejamento de ensino se verifica, portanto, como 2) a necessidade de se priorizar a busca da unidade
um elemento integrador entre a escola e o contexto social. entre teoria e prática
Em virtude desse seu caráter integrador, é fundamental 3) que o planejamento deve partir da realidade concre-
que (o planejamento) se paute em alguns elementos: no ta e estar voltado para atingir as finalidades da educação
estudo real da escola em relação ao contexto, o que de- básica definidas no projeto coletivo da escola

28
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

4) o reconhecimento da dimensão social e histórica do põe explicações similares às de Piaget, quanto ao processo
trabalho docente. de aprendizagem. Atribui importância ao modo como o ma-
Nessa abordagem, o planejamento ultrapassa o caráter terial a ser aprendido é disposto, assim como Gestalt, valori-
de instrumental meramente técnico e adquire a condição zando o conceito de estrutura e arranjos de ideias. “Aprovei-
de conferir materialidade às ações politicamente definidas tar o potencial que o indivíduo traz e valorizar a curiosidade
pelos sujeitos da escola. natural da criança são princípios que devem ser observados
Diante dessas dificuldades, muitos professores fazem pelo educador”.
a opção pelo isolamento, comprometendo, dessa forma, a A escola não deve perder de vista que a aprendizagem
possibilidade de potencialização do trabalho pedagógico de um novo conceito envolve a interação com o já aprendido.
pelo não reconhecimento de sua natureza coletiva. Portanto, as experiências e vivências que o aluno traz consi-
É justamente nesse momento que a força do coleti- go favorecem novas aprendizagens. Bruner chama a atenção
vo deve-se mostrar não como imposição, mas como elo para o fato de que as matérias ou disciplinas tais como estão
catalisador, com vistas a orientar um trabalho pedagógico organizadas nos currículos, constituem-se muitas vezes divi-
consistente e orgânico ao Projeto Políticopedagógico da sões artificiais do saber. Por isso, várias disciplinas possuem
escola. princípios comuns sem que os alunos – e algumas vezes os
próprios professores – analisem tal fato, tornando o ensino
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM uma repetição sem sentido, em que apenas respondem a co-
mandos arbitrários, Bruner propõe o ensino pela descoberta.
A aprendizagem é um processo contínuo que ocorre O método da descoberta não só ensina a criança a resolver
durante toda a vida do indivíduo, desde a mais tenra infân- problemas da vida prática, como também garante a ela uma
cia até a mais avançada velhice. Normalmente uma criança compreensão da estrutura fundamental do conhecimento,
deve aprender a andar e a falar; depois a ler e escrever, possibilitando assim economia no uso da memória, e a trans-
aprendizagens básicas para atingir a cidadania e a partici- ferência da aprendizagem no sentido mais amplo e total.
pação ativa na sociedade. Já os adultos precisam aprender Segundo Bock (2001), a preocupação de Bruner é que a
habilidades ligadas a algum tipo de trabalho que lhes for-
criança aprenda a aprender corretamente, ainda que “corre-
neça a satisfação das suas necessidades básicas, algo que
tamente” assuma, na prática, sentidos diferentes para as dife-
lhes garanta o sustento. As pessoas idosas embora nossa
rentes faixas etárias. Para que se garanta uma aprendizagem
sociedade seja reticente quanto às suas capacidades de
correta, o ensino deverá assegurar a aquisição e permanência
aprendizagem podem continuar aprendendo coisas com-
do aprendido (memorização), de forma a facilitar a aprendi-
plexas como um novo idioma ou ainda cursar uma faculda-
zagem subsequente (transferência). Este é um método não
de e virem a exercer uma nova profissão.
estruturado, portanto o professor deve estar preparado para
O desenvolvimento geral do indivíduo será resultado
lidar com perguntas e situações diversas. O professor deve
de suas potencialidades genéticas e, sobretudo, das habili-
dades aprendidas durante as várias fases da vida. A apren- conhecer a fundo os conteúdos a serem tratados. Deve estar
dizagem está diretamente relacionada com o desenvolvi- apto a conhecer respostas corretas e reconhecer quando e
mento cognitivo. porque as respostas alternativas estão erradas. Também ne-
As passagens pelos estágios da vida são marcadas por cessita saber esperar que os alunos cheguem à descoberta,
constante aprendizagem. “Vivendo e aprendendo”, diz a sem apressa-los, mas garantindo a execução de um progra-
sabedoria popular. Assim, os indivíduos tendem a melho- ma mínimo. Deve também ter cuidado para não promover
rar suas realizações nas tarefas que a vida lhes impõe. A um clima competitivo que gere, ansiedade e impeça alguns
aprendizagem permite ao sujeito compreender melhor as alunos de aprender.
coisas que estão à sua volta, seus companheiros, a natureza O modelo de ensino e aprendizagem de David P. Au-
e a si mesmo, capacitando-o a ajustar-se ao seu ambiente subel (1980) caracteriza-se como um modelo cognitivo que
físico e social. apresenta peculiaridades bastante interessantes para os pro-
A teoria da instrução de Jerome Bruner (1991), um au- fessores, pois centraliza-se, primordialmente, no processo de
têntico representante da abordagem cognitiva, traz contri- aprendizagem tal como ocorre em sala de aula. Para Ausubel,
buições significativas ao processo ensino-aprendizagem, aprendizagem significa organização e integração do material
principalmente à aprendizagem desenvolvida nas escolas. aprendido na estrutura cognitiva, estrutura esta na qual essa
Sendo uma teoria cognitiva, apresenta a preocupação com organização e integração se processam.
os processos centrais do pensamento, como organização Psicólogos e educadores têm demonstrado uma cres-
do conhecimento, processamento de informação, raciocí- cente preocupação com o modo como o indivíduo apren-
nio e tomada de decisão. Considera a aprendizagem como de e, desde Piaget, questões do tipo: “Como surge o co-
um processo interno, mediado cognitivamente, mais do que nhecer no ser humano? Como o ser humano aprende? O
como um produto direto do ambiente, de fatores externos conhecimento na escola é diferente do conhecimento da
ao aprendiz. Apresenta-se como o principal defensor do mé- vida diária? O que é mais fácil esquecer?” atravessaram as
todo de aprendizagem por descoberta (insight). investigações científicas. Assim, deve interessar à escola
A teoria de Bruner apresenta muitos pontos semelhantes saber como criança, adolescentes e adultos elaboram seu
às teorias de Gestalt e de Piaget. Bruner considera a existên- conhecer, haja vista que a aquisição do conhecimento é a
cia de estágios durante o desenvolvimento cognitivo e pro- questão fundamental da educação formal.

29
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

A psicologia cognitiva preocupa responder estas ques- Como o ato pedagógico de ensino-aprendizagem
tões estudando o dinamismo da consciência. A aprendi- constitui-se, ao longo prazo, num projeto de formação hu-
zagem é, portanto, a mudança que se preocupa com o eu mana, propomos que esta formação seja orientada por um
interior ao passar de um estado inicial a um estado final. processo de autonomia que ocorra pela produção autôno-
Implica normalmente uma interação do indivíduo com o ma do conhecimento, como forma de promover a demo-
meio, captando e processando os estímulos selecionados. cratização dos saberes e como modo de elaborar a crítica
O ato de ensinar envolve sempre uma compreensão da realidade existente.
bem mais abrangente do que o espaço restrito do profes- Isto quer dizer que só há crítica se houver produção
sor na sala de aula ou às atividades desenvolvidas pelos autônoma do conhecimento elaborado através de uma
alunos. Tanto o professor quanto o aluno e a escola encon- prática efetiva da pesquisa. Entendemos que é pela prática
tram-se em contextos mais globais que interferem no pro- da pesquisa que exercitamos a reflexão sobre a realidade
cesso educativo e precisam ser levados em consideração como forma de sistematizar metodologicamente nosso
na elaboração e execução do ensino. olhar sobre o mundo para podermos agir sobre os proble-
Ensinar algo a alguém requer, sempre, duas coisas: uma mas. Isto quer dizer que não pesquisamos por pesquisar e
visão de mundo (incluídos aqui os conteúdos da apren- nem refletimos por refletir. Tanto a reflexão quanto à pes-
dizagem) e planejamento das ações (entendido como um quisa são meios pelos quais podemos agir como sujeitos
processo de racionalização do ensino). A prática de pla- transformadores da realidade social. Isto indica que nosso
nejamento do ensino tem sido questionada quanto a sua trabalho, como professores, é o de ensinar a aprender para
validade como instrumento de melhoria qualitativa no pro- que o conhecimento construído pela aprendizagem seja
cesso de ensino como o trabalho do professor: um poderoso instrumento de combate às formas de injus-
[...] a vivência do cotidiano escolar nos tem evidencia- tiças que se reproduzem no interior da sociedade.
do situações bastante questionáveis neste sentido. Perce- Piaget (1969), foi quem mais contribuiu para com-
be-se, de início, que os objetivos educacionais propostos preendermos melhor o processo em que se vivencia a
nos currículos dos cursos apresentam confusos e desvincu- construção do conhecimento no indivíduo.
Apresentamos as ideias básicas de Piaget sobre o de-
lados da realidade social. Os conteúdos a serem trabalha-
senvolvimento mental e sobre o processo de construção
dos, por sua vez, são definidos de forma autoritária, pois os
do conhecimento, que são adaptação, assimilação e aco-
professores, via re regra, não participam dessa tarefa. Nes-
modação.
sas condições, tendem a mostrar-se sem elos significativos
Piaget diz que o indivíduo está constantemente intera-
com as experiências de vida dos alunos, seus interesses e
gindo com o meio ambiente. Dessa interação resulta uma
necessidades.
mudança contínua, que chamamos de adaptação. Com
De modo geral, no meio escolar, quando se faz refe-
sentido análogo ao da Biologia, emprega a palavra adapta-
rência a planejamento do ensino – aprendizagem, este se
ção para designar o processo que ocasiona uma mudança
reduz ao processo através do qual são definidos os ob- contínua no indivíduo, decorrente de sua constante intera-
jetivos, o conteúdo programático, os procedimentos de ção com o meio.
ensino, os recursos didáticos, a sistemática de avaliação Esse ciclo adaptativo é constituído por dois subproces-
da aprendizagem, bem como a bibliografia básica a ser sos: assimilação e acomodação. A assimilação está relacio-
consultada no decorrer de um curso, série ou disciplina nada à apropriação de conhecimentos e habilidade. O pro-
de estudo. Com efeito, este é o padrão de planejamento cesso de assimilação é um dos conceitos fundamentais da
adotado pela maioria dos professores e que passou a ser teoria da instrução e do ensino. Permite-nos entender que
valorizado apenas em sua dimensão técnica. o ato de aprender é um ato de conhecimento pelo qual
Em nosso entendimento a escola faz parte de um con- assimilamos mentalmente os fatos, fenômenos e relações
texto que engloba a sociedade, sua organização, sua estru- do mundo, da natureza e da sociedade, através do estudo
tura, sua cultura e sua história. Desse modo, qualquer pro- das matérias de ensino. Nesse sentido, podemos dizer que
jeto de ensino – aprendizagem está ligado a este contexto a aprendizagem é uma relação cognitiva entre o sujeito e
e ao modo de cultura que orienta um modelo de homem os objetos de conhecimento.
e de mulher que pretendemos formar, para responder aos A acomodação é que ajuda na reorganização e na
desafios desta sociedade. Por esta razão, pensamos que é modificação dos esquemas assimilatórios anteriores do
de fundamental importância que os professores saibam indivíduo para ajustá-los a cada nova experiência, acomo-
que tipo de ser humano pretendem formar para esta so- dando-as às estruturas mentais já existentes. Portanto, a
ciedade, pois disto depende, em grande parte, as escolhas adaptação é o equilíbrio entre assimilação e acomodação,
que fazemos pelos conteúdos que ensinamos, pela me- e acarreta uma mudança no indivíduo.
todologia que optamos e pelas atitudes que assumimos
diante dos alunos. De certo modo esta visão limitada ou A inteligência desempenha uma função adaptativa,
potencializada o processo ensino-aprendizagem não de- pois é através dela que o indivíduo coleta as informações
pende das políticas públicas em curso, mas do projeto de do meio e as reorganiza, de forma a compreender melhor a
formação cultural que possui o corpo docente e seu com- realidade em que vive, nela agi, transformando. Para Piaget
promisso com objeto de estudo. (1969), a inteligência é adaptação na sua forma mais eleva-
da, isto é, o desenvolvimento mental, em sua organização

30
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

progressiva, é uma forma de adaptação sempre mais pre- mento da atualização progressiva do valor do piso sala-
cisa à realidade. É preciso ter sempre em mente que Piaget rial nacional para os profissionais do magistério público da
usa a palavra adaptação no sentido em que é usado pela educação básica, através da Portaria MEC nº 618, de 24
Biologia, ou seja, uma modificação que ocorre no indivíduo de junho de 2015. Este Fórum acompanha a construção de
em decorrência de sua interação com o meio. políticas de valorização, tendo como referência o PNE e a
Portanto, é no processo de construção do conhecimen- Lei 11.738/2008, e pode ser um ambiente privilegiado para
to e na aquisição de saberes que devemos fazer com que a análise dos planos de carreira e remuneração.
o aluno seja motivado a desenvolver sua aprendizagem e Todo debate e ações que envolvem o cumprimento da
ao mesmo tempo superar as dificuldades que sentem em Lei do Piso e a construção ou adequação de planos de car-
assimilar o conhecimento adquirido. reira e remuneração terão como parâmetro as legislações
que tratam da valorização profissional, e também as que
Referência: impõem limites para gastos com pessoal, considerando
SOUZA, Ângelo Ricardo de. [et al.]. Planejamento e tra- que, em alguns cenários, elas podem expressar contradi-
balho coletivo. Universidade Federal do Paraná, Pró-reito- ções, caso da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Comple-
ria de Graduação e Ensino Profissionalizante, Centro Inter- mentar nº 101/2000), que estabelece normas de finanças
disciplinar de Formação Continuada de Professores; Minis- públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal
tério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Curitiba: e institui limites para os gastos com pessoal.
UFPR. 2005, p.27-42.
MOTA, M. S. G.; PEREIRA, F. E. L. Desenvolvimento e A VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
Aprendizagem: Processo de construção do conhecimento Ensinar e aprender faz parte da natureza humana, e o
e desenvolvimento mental do indivíduo. Disponível em: processo de formação do cidadão e da cidadã ocorre des-
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_desen- de o nascimento, através de ações contínuas que organi-
volvimento.pdf zam a forma de ser de uma sociedade. Nesse contexto, o
profissional da educação ocupa lugar central, cumprindo a
tarefa de cuidar da formação dos que chegam até a escola.
O trabalho dos profissionais da educação necessita
POLÍTICAS DE VALORIZAÇÃO DOS de condições adequadas para ser realizado com sucesso.
PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO NO BRASIL; E garantir as condições de trabalho para os que estão em
exercício na escola e nas secretarias de educação, tornando
a profissão atrativa para a juventude, é responsabilidade
do Estado, assim como assegurar qualidade de vida para os
O PNE e a Valorização dos profissionais da educa- profissionais no momento da aposentadoria. Essas respon-
ção sabilidades estão explícitas nas legislações que tratam dos
direitos trabalhistas e sociais.
A Meta 18 do Plano Nacional de Educação (Lei nº A última década foi marcada por avanços significativos
13.005/2014) obriga que a União, os estados, municípios na legislação nacional acerca dos direitos trabalhistas dos/
e Distrito Federal garantam planos de carreira e remunera- as educadores/as das escolas públicas, mas ainda é preci-
ção para os profissionais da educação escolar básica públi- so concretizar as vitórias no dia a dia das redes estaduais,
ca, denominação definida no artigo 61 da Lei de Diretrizes distrital e municipais de educação, contrapondo a ofensiva
e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). neoliberal de retirada de direitos sociais, trabalhistas e pre-
Essa obrigatoriedade, antes restrita aos profissionais videnciários.
do magistério, exige novos esforços dos entes federativos, Assim sendo, é fundamental que os planos decenais
uma vez que alguns ainda não conseguiram viabilizar o que de educação (nacional e subnacionais) orientem a institui-
de fato preceitua a Lei do Piso (Lei nº 11.738/2008). ção de planos de carreira para os profissionais da educação
A Meta 18 é estratégica para o MEC, tendo em vista em todos os entes da federação, abrangendo os elementos
que, tornar a carreira dos profissionais da educação escolar indissociáveis da valorização profissional, que são: salário
básica atrativa e viável, constitui um importante fator para digno, carreira atraente, jornada compatível com os afaze-
garantir a educação como direito fundamental, universal, res escolares, inclusive para garantir a presença de todos os
e inalienável, superando o desafio de universalização do profissionais em cursos de formação inicial e continuada e
acesso e garantia de permanência, desenvolvimento e no processo de elaboração e condução dos projetos políti-
aprendizagem dos educandos. co-pedagógicos das escolas.
Considerando que o cumprimento da Meta 18 do PNE No que tange ao magistério, que teve o piso salarial
requer decisões sensíveis sobre o financiamento, é importan- profissional nacional regulamentado em 2008, através da
te que sejam construídos espaços institucionais e transparen- Lei nº 11.738, a luta da categoria continua pautada na apli-
tes de diálogo sobre o tema, envolvendo, necessariamente, cação imediata e integral da referida Lei, julgada constitu-
os gestores públicos e os profissionais da educação básica. cional pelo Supremo Tribunal Federal em abril de 2011 – e
Para criar esses espaços, os estados e municípios po- na contraposição às tentativas dos gestores de vincular o
dem utilizar como referência o que está sendo feito pela reajuste do piso somente à inflação, abaixo dela, ou em
União, que criou o Fórum Permanente para acompanha- patamares insuficientes para a consecução da meta 17 do

31
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Plano Nacional de Educação (PNE, Lei 13.005). Esta lei, por Sobre a infraestrutura, que respalda o trabalho dos
sua vez, determina que a renda média do magistério seja profissionais nas escolas, recente estudo de pesquisado-
igualada à dos demais profissionais com mesmo nível de res das Universidades de Brasília (UnB) e de Santa Catarina
escolaridade, em um prazo de 6 anos. Em 2016, essa dife- (UFSC) mostrou que menos de 1% das escolas brasileiras
rença era de quase 50%! têm infraestrutura ideal – apenas 0,6% contam com biblio-
O piso do magistério é a referência mínima para os teca, laboratório de informática, quadra esportiva, labora-
vencimentos de carreira em todo país, o que não impede tório de ciências e dependências adequadas para a sociali-
de estados e municípios praticarem vencimentos superio- zação dos estudantes em atividades extraclasse.
res a ele, inclusive para jornadas de trabalho abaixo das 40 Outra questão que interfere nas condições de trabalho
horas semanais, conforme dispõe a Lei do Piso. nas escolas diz respeito à forma de contratação dos pro-
Com relação à jornada de trabalho, é prevista na Lei fissionais. Aqueles que detêm contrato precário e tempo-
do Piso do Magistério uma proporção mínima de 1/3 (um rário, além de não terem acesso a políticas de formação e
terço) para atividades de preparação de aulas, correção de valorização profissional, também não conseguem manter
provas e trabalhos, reuniões pedagógicas e com os pais, vínculo com a escola e seus atores, prejudicando o trabalho
formação continuada no local de trabalho ou em institui- e as parcerias pedagógicas.
ções credenciadas, entre outras formas apontadas no Pa- Porém, na contramão da estratégia 18.1 do PNE, que
recer da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional determina a contratação de profissionais efetivos (concur-
de Educação CEB/CNE nº 18/2012. Isso é essencial para a sados) em pelo menos 90% dos postos de trabalho no ma-
qualidade do trabalho dos profissionais, não devendo ser gistério público e 50% entre os demais profissionais que
substituída por remuneração compensatória. atuam nas escolas públicas, a Reforma Trabalhista, aliada
Já o art. 61 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na- ao processo de privatização escolar através de Organiza-
cional (LDB), introduzido pela Lei nº 12.014, de 2009, reco- ções Sociais e a nova Lei da Terceirização avançam na pre-
nheceu a categoria dos funcionários da educação como um carização do trabalho dos profissionais da educação. Sem
dos três segmentos de profissionais que atuam nas escolas falar na “Reforma do Ensino Médio”, que avança na (des)
públicas, à luz da 21ª Área Profissional de Apoio Escolar, profissionalização da carreira do magistério ao admitir a
instituída pela Resolução CEB/CNE nº 5/2005. E compõe a contratação de quaisquer profissionais por “notório saber”
luta pela valorização desses trabalhadores escolares, além para ministrar aulas na modalidade de Educação Técnica-
da carreira e da profissionalização – sobretudo por meio -Profissional.
do programa Profuncionário –, a regulamentação do piso < http://planodecarreira.mec.gov.br/o-pne-e-a-valori-
salarial nacional dos profissionais da educação. Esse piso zacao-dos-profissionais-da-educacao>
deve servir de base para outra regulamentação condizente < http://www.cartaeducacao.com.br/artigo/a-valoriza-
às diretrizes nacionais para a carreira dos/as trabalhadores/ cao-dos-profissionais-da-educacao/>
as escolares, ambas amparadas pelo art. 206, incisos V e
VIII da Constituição Federal (CF-1988) e a meta 18 do PNE.
Portanto, mais que ações necessárias para valorizar os
profissionais das escolas públicas, o piso, a carreira e a jor- DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS
nada com período extraclasse, além da formação profissio- PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA;
nal e das condições apropriadas de trabalho, constituem
direito dos estudantes e da sociedade em geral à educação
pública de qualidade.
Diante desta perspectiva, a CNTE e seus sindicatos fi- Prezado candidato, visto o formato e extensão do
liados defendem a valorização dos/as trabalhadores/as em material solicitado o disponibilizaremos em nosso site
educação tanto no contexto de classe social, historicamen- para consulta: www.novaconcursos.com.br/retificacoes
te desvalorizada em nosso País, como uma condição sine
qua non para a melhoria da escola pública, devendo inte-
grar as políticas sistêmicas de investimento na educação.
A qualidade educacional, entre outras questões, requer EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E
a regulamentação do Custo Aluno Qualidade – CAQ (estra- EDUCAÇÃO INDÍGENA: LEGISLAÇÃO,
tégias 20.6 a 20.8 do PNE), assim como a implementação de ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO;
amplo conjunto de políticas públicas capazes de garantir o
acesso, a permanência e a aprendizagem dos estudantes.
De modo que as condições de trabalho dos profissionais
da educação representam parte importante desse objetivo, INTRODUÇÃO
ao lado da infraestrutura escolar, dos mecanismos de ges-
tão democrática (que permitam a construção de projetos Este trabalho tem por finalidade o aprofundamento
político-pedagógicos engajados com os anseios da comu- dos estudos no conhecimento da educação para jovens
nidade), além da garantia de todos os insumos necessários e adultos, pessoas portadoras de necessidades especiais
ao padrão de qualidade (CAQ) reivindicado pela sociedade e dos grupos indígenas. O resgate da trajetória históri-
para a escola pública. ca dessas modalidades de ensino faz-se importante para

32
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

compreendermos o processo legal que garante a oferta do alfabetização. Foi extinta em 1990 no governo Collor. Em
ensino a esses segmentos da sociedade como um direito 2002 surge o Programa Brasil Alfabetizado que dá conti-
imprescindível para o desenvolvimento intelectual, social nuidade às ações da EJA.
e cultural na busca da formação cidadã desses indivíduos.  Hoje essa modalidade de ensino é garantida pela Lei
Com o propósito de atender a essa clientela várias fo- de Diretrizes e Bases da Educação e tem por finalidade
ram as medidas constitucionais adotadas desde as mais garantir o acesso de jovens e adultos, que não puderam
antigas até a aprovação da Lei 9.394/96 que traz as Diretri- completar seus estudos, a uma educação que prima pelo
zes e Bases da Educação Nacional, LDB. E está disposto nos atendimento das necessidades intelectuais, culturais, so-
seus artigos a maneira como deve proceder a Educação de ciais com o objetivo da formação cidadã desses estudan-
Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação Indígena. tes. Considerando-se suas histórias de vida e trabalho para
A questão é, até que ponto teoria e realidade se associam que se possa tomar as medidas pedagógicas cabíveis para
e no que elas divergem. o desempenho profissional, intelectual e social do aluno -
A educação deve ser ofertada com qualidade de forma trabalhador. Sobre esse assunto Moaci Carneiro comenta:
que atenda as necessidades dos educandos, respeitando A lei não apenas assegura a oferta de oportunidade
as diversidades culturais, sociais e as próprias condições e escolar à população de jovens e adultos situados fora da
limitações que jovens e adultos, deficientes e índios pos- idade regular, mas estabelece a necessidade de toda uma
suem para o processo de aprendizagem. abordagem pedagógica, incluindo conteúdos, metodolo-
É sob esse olhar que analisaremos se o direito que to- gias, tipologias de organização e processos de avaliação
dos indistintamente tem à educação está sendo atendido. diferenciados daqueles dos alunos que se acham na es-
cola em idade própria. A ideia é que a escola trabalhe um
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS processo psicopedagógico que respeite o perfil cultural
do aluno, ensejando-lhe o aproveitamento da experiência
Modalidade de ensino tratada na atual LDB que visa humana a adquirida no trabalho e, portanto, manancial in-
atender todos que não tiveram condições de concluir seus substituível de construção da trajetória de auto? aprendi-
estudos no ensino fundamental ou médio em idade regu- zagem. (CARNEIRO, 1998, p. 103).
lar.  O importante a se considerar é que os alunos da EJA na
Se voltarmos um pouco na história da Educação do maioria trabalhadores, maduros, possuem larga experiên-
nosso país vamos nos deparar com uma trajetória cheia de cia profissional ou expectativa de inserção no mercado de
conflitos e desigualdades. trabalho com uma visão diferente sobre as coisas da vida. 
Ainda no Brasil agrário, o acesso á educação era res- Por isso os métodos pedagógicos precisam se adequar
trito apenas para a elite. O acesso à leitura e a escrita era a esse histórico de vida dos estudantes da EJA.
considerado desnecessário para escravos e trabalhadores E esta adequação tem como finalidade, dado o acesso
já que não necessitavam de intelectualidade para a realiza- à EJA, a permanência na escola via ensino com conteúdos
ção de trabalhos manuais. trabalhados de modo diferenciado com métodos e tempos
Com o aumento da urbanização e surgimento de gru- intencionados ao perfil deste estudante. Também o trata-
pos civis, começou-se a pensar em alfabetizar esses traba- mento didático dos conteúdos e das práticas não pode se
lhadores, até porque muitos tinham interesses em formar ausentar nem do caráter multidisciplinar e interdisciplinar
eleitores. A constituição de 1891 trazia nos seus decretos a dos componentes curriculares. (SOARES, 2002, p.116-117).
oferta “instrução primária” que era exercida por iniciativas Até para o docente da EJA a preparação ou formação,
civis que buscavam a expansão da escola primária e a erra- além das exigências formativas precisam atender a comple-
dicação do analfabetismo. xidade diferencial desta modalidade de ensino. O professor
A ação desses grupos constitui-se um fator importante deve manter a política educativa do bom relacionamento,
no impulsionamento das grandes reformas educacionais, da empatia, do diálogo com os estudantes. Que além das
seguido da urbanização e industrialização que agora ti- suas próprias motivações e funções que a profissão requer,
nham interesse em educar esse trabalhador para operacio- possa empenhar-se pelos sonhos e objetivos de seus alu-
nalização de máquinas e aumento de lucros. “A exibição nos. 
de índices alarmantes do analfabetismo, a necessidade de Com respeito a essas especificidades e ao direito que
uma força de trabalho treinada para os processos de in- todos possuem de estudar, os jovens e adultos podem en-
dustrialização e a busca de um maior controle social farão tão recuperar o que deixaram para trás, buscar a realização
do ensino primário um objeto de maior atenção.” (SOARES, pessoal, profissional e social através da educação. 
2002, p.53).
Daí vieram ocorrendo ao longo da história alterações, EDUCAÇÃO ESPECIAL
reformulações de leis que visavam o ensino primário gra-
tuito e direito de todos. Com esse direito garantido, muitas Educação Especial é a modalidade de ensino que visa
pessoas, que por um motivo ou outro foram privadas do atender alunos portadores de necessidades especiais, prin-
acesso à educação, ingressaram no Mobral (Movimento cipalmente nas salas regulares de ensino. Segundo o Mi-
Brasileiro de Alfabetização) criado no período da ditadura. nistério da Educação (1998 apud MAZZOTA, 2001, p.28):
Em 1985 com o declínio da ditadura o Mobral é substituído
pela Fundação Educar que tinha finalidades específicas de

33
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

[...]entende-se um processo educacional definido em 4- Os alunos referidos são inteiramente capazes de


uma proposta pedagógica, assegurando um conjunto de aprender. Os nossos profissionais da educação discordam
recursos e serviços educacionais especiais, organizados disso e acham que eles atrapalham o desenvolvimento dos
institucionalmente para apoiar, complementar, suplemen- ditos “normais”;
tar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais 5- Os professores devem ter formação especializada
comuns, de modo a garantir a educação escolar e promo- para atender esses alunos. O que acontece na verdade é
ver o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que o professor não dispõe de formação, não sabe lidar
que apresentam necessidades educacionais especiais, em com esse aluno e muitos sentem-se sobrecarregados por
todos os níveis, etapas e modalidades da educação.  terem um aluno deficiente em sala de aula ;
6- Toda escola, professores, alunos, funcionários de-
Se inclui no grupo dos alunos portadores de necessi- vem ser informados e formados sobre a inclusão, através
dades especiais, além dos que apresentam limitações físi- de palestras, seminários, para que possam colaborar com
cas e mentais (leve, moderado, profundo), os superdotados a formação do aluno especial. As poucas discussões que
(altas habilidades) mais conhecidos no cotidiano escolar acontecem sobre o assunto são restritas ao pessoal da ges-
por indisciplinados. tão e professores;
Por muito tempo essas pessoas foram discriminadas e 7- As escolas deveriam dispor de sala de recursos que
excluídas da sociedade, consideradas como improdutivas e oferecem o chamado Atendimento Educacional Especializa-
incapazes, simplesmente ficavam à margem da sociedade, do. O máximo que conseguem são alguns jogos educativos. 
privadas dos direitos de igualdade e oportunidades para E assim surgem as divergências entre leis e realidade
todos. escolar. Na verdade, são criadas muitas leis, mas o forneci-
A situação só começou a mudar quando a própria so- mento de subsídios para o cumprimento das mesmas é o
ciedade percebeu que essas pessoas eram educáveis. que impede o sucesso escolar. 
Imediatamente o assunto da educação para pessoas A escola precisa assumir uma posição atuante, inde-
portadoras de necessidades especiais criou força em con- pendente de ações políticas se quiser ver o progresso do
educando com necessidades especiais.
gressos, entidades de defesa dos direitos humanos que
O professor e demais funcionários da escola precisam
conclamavam pelo o acesso à educação dessas pessoas.
enfatizar o ensino e a escola em vez de focalizar a deficiên-
Um desses documentos virou referência mundial, a Decla-
cia do aluno e a origem do problema .
ração de Salamanca (Espanha, 1994) que trazia a defesa dos
A escola ao invés de pressupor o ajuste do aluno a
direitos à inserção na escola; a inclusão social por meio da
padrões de “normalidade” para aprender, deve ajustar-se
socialização dos indivíduos interessados, com o meio em
para atender a diversidade de seus alunos, definir-se pela
que vivem e com as outras pessoas; políticas educacionais
resposta educativa, recursos e apoios que deve oferecer
que levem em conta as diferenças individuais; a disposição
aos seus alunos portadores de necessidades especiais.
de recursos técnicos pedagógicos, serviços especializado A Educação Especial ainda tem um longo caminho
de atendimento, profissionais formados e conscientes das a percorrer, de forma a garantir a igualdade social para
diferenças dos educandos entre outras questões . aqueles que estiveram por muito tempo exclusos, mas tem
Com esses direitos reconhecidos, hoje a escola tem o obtido grandes avanços que são inegáveis e importantes
desafio de garantir a esses alunos o acesso aos conteúdos no processo de inclusão.
básicos que a escolarização deve proporcionar a todos. O O que se espera é que essa modalidade de ensino che-
que não tem sido tarefa fácil, pois a realidade dessa inclu- gue ao status almejado, garantindo o progresso na apren-
são diverge daquela pautada nas leis educacionais.  dizagem das pessoas deficientes.
Se considerarmos que essas pessoas precisam de con-
dições apropriadas de aprendizagem conclui-se, que, estão EDUCAÇÃO INDÍGENA
sendo discriminadas da mesma forma que eram no pas-
sado, pois as nossas escolas e o nosso próprio sistema de Assim como os portadores de necessidades especiais,
ensino têm deixado a desejar. os povos indígenas é o outro segmento social que sempre
Façamos um comparativo entre as condições apro- sofreu com a discriminação e o preconceito por parte da
priadas a serem obedecidas e a realidade das escolas para sociedade dita “civilizada”. Por muito tempo foram explo-
atender pessoas portadoras de necessidades especiais: radas, desapropriados de suas terras e impostos a adquirir
1- As escolas precisam adequar suas estruturas para cultura de “brancos” sendo forçados a ignorar suas raízes e
receber alunos com deficiências (rampas para cadeirantes, peculariedades dede sua cultura.
banheiros com portas largas, vasos apropriados, etc). Pou- Também como as modalidades de ensino já referidas, a
cas escolas possuem essas estruturas; Educação Indígena ganhou destaque na constituição bra-
2- As salas com alunos especiais precisam ser pouco sileira que garantia: 1- Reconhecimento dos direitos terri-
numerosas o que não acontece, pois dificilmente uma sala toriais aos povos indígenas; 2- Demarcação e garantia das
tem menos de 45 alunos; terras: 3- Usufruto exclusivo das riquezas naturais existen-
3- As escolas precisam estar articuladas à instituições tes em suas terras; 4- Respeito às organizações sociais e
especializadas. É o que acontece, mas geralmente encon- culturais dos povos indígenas como também o exercício da
tram dificuldades para essa articulação; cidadania, entre outras.

34
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Mas ainda não era suficiente, precisava-se oferecer às O que se espera é que estas leis não fiquem apenas no
comunidades indígenas, além do que já era seu por direito, papel, mas que se tornem uma prática comum no dia a dia
uma educação que primasse pela oferta dos conhecimen- das nossas escolas.
tos técnicos e científicos da sociedade nacional e socieda-
des indígena e não-indígenas. Uma educação bilíngue e < https://www.webartigos.com/artigos/educacao-
intercultural.  -de-jovens-e-adultos-especial-e-indigena-a-luz-da-
A educação formal, através da escola (instituição alheia -ldb/58251>
à organização tradicional desses povos e característica do
mundo dos brancos), seria um instrumento a favor dos ín-
dios na tentativa de melhor se relacionarem com a socieda-
de nacional. Seria igualmente, um meio de defesa de seus
interesses e direitos. (SILVA, 1987, P.147).  ENSINO FUNDAMENTAL: ESTRUTURA,
A atual LDB, o assunto está disposto no artigo 78 e ORGANIZAÇÃO E DIRETRIZES
destaca a responsabilidade do governo federal de oferecer CURRICULARES
programas de ensino e pesquisa que se articule às espe-
cificidades linguísticas e culturais dos índios. Conta com a
ajuda de agências de assistência aos interesse indígenas,
como a FUNAI, que funciona como uma espécie de tutor
A ampliação do Ensino Fundamental para 9 (nove) anos
que assegura e fiscaliza o cumprimento dos direitos desse
de duração, com a matrícula obrigatória de crianças com 6
povos, ou pelo menos deve ter essa finalidade.
(seis) anos de idade, objeto da Lei nº 11.274/ 2006, Exigiu:
A proposta da lei é garantir aos índios se apropriarem de
Uma revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para
novos conhecimentos sem terem de abandonar a diversidade
linguística, étnica e cultural próprias das sociedades indígenas. o Ensino Fundamental que vigorava desde 1998 (Parecer
Uma nova concepção educativa que segundo Moaci CNE/CEN nº 4/98 e Resolução CNE/CEB nº 2/98) e, A ela-
Carneiro (1998, p. 140). Servirá para “a recuperação da me- boração de um novo currículo, projeto político pedagógi-
mória indígena e a reafirmação de suas identidades étnicas co, programas e projetos educacionais.
começam por programas de ensino que considerem a es- Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
pecificidade destes grupos.” Fundamental de 9 (nove) de duração como o Parecer CEB
As relações entre sociedade indígena e sociedade na- 11/2010 e Resolução CNE/CEB nº 7/2010.
cional é um fator a ser considerado com vistas a identificar O Parecer e a Resolução citados fixam Diretrizes Cur-
as condições de sobrevivência dos povos indígenas, a si- riculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove
tuação diante da legislação brasileira que deve garantir: O anos), a serem observadas na organização curricular dos
direito a uma identidade diferenciada; O direito a autode- sistemas de ensino e de suas unidades escolares. Aplicam-
terminação e escolha do próprio destino; O direito a terra e -se a todas as modalidades do Ensino Fundamental previs-
a participação no mercado; Assistência nas áreas de saúde, tas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem
economia e educação. como à Educação do campo, à Educação Escolar Indígena
Hoje os programas de ensino precisam fortalecer as e à Educação Escolar Quilombola.
práticas sócio-culturais, valorizar a língua materna, traba- De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, no
lhar na formação de pessoal treinado e especializado para que tange ao Ciclo de Alfabetização, o artigo 30 garante
o ensino de povos indígenas, elaborar currículos específi- que:
cos que incluam conteúdos culturais da própria comunida- Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem as-
de indígena, produção e publicação de material didático segurar:
específico e diferenciado adequado para garantir a oferta I – a alfabetização e o letramento;
de uma educação de qualidade a que esse povos têm direi- II – o desenvolvimento das diversas formas de expres-
to e que por muito tempo lhes fora negado. são, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, a Li-
teratura, a Música e demais artes, a Educação Física, assim
CONCLUSÃO como o aprendizado da Matemática, da Ciência, da Histó-
ria e da Geografia;
As modalidades de ensino aqui destacadas se asseme- III – a continuidade da aprendizagem, tendo em conta
lham quanto às suas especificidades que cada uma pos- a complexidade do processo de alfabetização e os prejuí-
sui e exige das esferas do governo que proporcione-lhes zos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental
métodos pedagógicos, formação de recursos humanos, como um todo e, particularmente, na passagem do primei-
condições adequadas para aquisição dos conhecimentos ro para o segundo ano de escolaridade e deste para o ter-
técnicos-científicos necessários à formação individual, so- ceiro.
cial e política dos jovens e adultos, dos portadores de ne- A Educação em Escola de Tempo Integral
cessidades especiais e dos povos indígenas. Art. 36 Considera-se como de período integral a jorna-
Direitos que estão dispostos na Lei de Diretrizes e Ba- da escolar que se organiza em 7 (sete) horas diárias, no mí-
ses da Educação e prima pelo desenvolvimento do educan- nimo, perfazendo uma carga horária anual de, pelo menos,
do, o preparo para o exercício da cidadania e a preparação 1.400 (mil e quatrocentas) horas.
para o mercado de trabalho.

35
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Art. 37 A proposta educacional da escola de tempo in- Objetivos


tegral promoverá a ampliação de tempos, espaços e opor- Desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo
tunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita
educar e cuidar entre os profissionais da escola e de outras e do cálculo.
áreas, as famílias e outros atores sociais, sob a coordena- Compreensão do ambiente natural e social, do sistema
ção da escola e de seus professores, visando alcançar a político, das artes, da tecnologia e dos valores em que se
melhoria da qualidade da aprendizagem e da convivência fundamenta a sociedade.
social e diminuir as diferenças de acesso ao conhecimento Aquisição de conhecimentos e habilidades e formação
e aos bens culturais, em especial entre as populações so- de atitudes e valores como instrumentos para uma visão
cialmente mais vulneráveis. crítica do mundo.
§1º O currículo da escola de tempo integral, concebido Fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de
como um projeto educativo integrado, implica a ampliação solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se
da jornada escolar diária mediante o desenvolvimento de assenta a vida social.
atividades como o acompanhamento pedagógico, o refor-  
ço e o aprofundamento da aprendizagem, a experimenta- Matrícula e carga horária
ção e a pesquisa científica, a cultura e as artes, o esporte O Ensino Fundamental abrange a população na faixa
e o lazer, as tecnologias da comunicação e informação, a etária dos 6 (seis) anos aos 14 (quatorze) anos de idade e
afirmação da cultura dos direitos humanos, a preservação se estende, também, a todos os que, na idade própria, não
do meio ambiente, a promoção da saúde, entre outras. As tiveram condições de frequentá-lo.
atividades serão desenvolvidas dentro do espaço escolar É obrigatória a matrícula no Ensino Fundamental de
conforme a disponibilidade da escola. crianças com 6 (seis) anos completos ou a completar até
  o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. As
Fundamentos crianças que completarem 6 (seis) anos após essa data de-
É dever do Estado garantir a oferta do Ensino Funda- verão ser matriculadas na Educação Infantil (pré-escola).
mental público, gratuito e de qualidade, sem requisito de A carga horária mínima anual do Ensino Fundamental re-
seleção. gular será de 800 (oitocentas) horas-relógio, distribuídas em,
O direito à educação constitui o fundamento maior pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar.
destas Diretrizes O Ensino Fundamental deve comprome-  
ter-se com uma educação de qualidade social, igualmente Currículo
entendida como direito humano. Valores, atitudes, sensibilidade e orientações de con-
A educação de qualidade é, antes de tudo, relevante duta são veiculados não só pelos conhecimentos, mas por
(promoção de atividades significativas), pertinente (atendi- meio de rotinas, rituais, normas de convívio social, festivi-
mento às necessidades e às características dos estudantes dades, pela distribuição do tempo e organização do espa-
de diversos contextos sociais e culturais e com diferentes ço educativo, pelos materiais utilizados na aprendizagem
capacidades e interesses) e equitativa (tratamento de for- e pelo recreio, enfim, pelas vivências proporcionadas pela
ma diferenciada, assegurando a todos a igualdade de di- escola.
reito à educação). Os conhecimentos escolares são aqueles que as dife-
  rentes instâncias que produzem orientações sobre o currí-
Princípios culo, as escolas e os professores selecionam e transformam
Éticos:  de justiça, solidariedade, liberdade e autono- a fim de que possam ser ensinados e aprendidos, ao mes-
mia; de respeito à dignidade da pessoa humana e de com- mo tempo em que servem de elementos para a formação
promisso com a promoção do bem de todos, contribuin- ética, estética e política do aluno.
do para combater e eliminar quaisquer manifestações de
preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer Base nacional comum e parte diversificada: com-
outras formas de discriminação. plementaridade
Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de O currículo do Ensino Fundamental tem uma base na-
cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do cional comum, complementada em cada sistema de ensino
regime democrático e dos recursos ambientais; da busca e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diver-
da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, sificada.
aos bens culturais e outros benefícios; da exigência de di- A base nacional comum e a parte diversificada do cur-
versidade de tratamento para assegurar a igualdade de di- rículo do Ensino Fundamental constituem um todo inte-
reitos entre os alunos que apresentam diferentes necessi- grado e não podem ser consideradas como dois blocos
dades; da redução da pobreza e das desigualdades sociais distintos.
e regionais. Os conhecimentos que fazem parte da base nacional
Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com comum a que todos devem ter acesso, independentemen-
o da racionalidade; do enriquecimento das formas de ex- te da região e do lugar em que vivem, asseguram a ca-
pressão e do exercício da criatividade; da valorização das racterística unitária das orientações curriculares nacionais,
diferentes manifestações culturais, especialmente a da das propostas curriculares dos Estados, do Distrito Federal,
cultura brasileira; da construção de identidades plurais e dos Municípios, e dos projetos político-pedagógicos das
solidárias. escolas.

36
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Os conteúdos que compõem a base nacional comum e Os componentes curriculares e as áreas de conheci-
a parte diversificada têm origem nas disciplinas científicas, mento devem articular em seus conteúdos a abordagem
no desenvolvimento das linguagens, no mundo do traba- de temas abrangentes e contemporâneos que afetam a
lho, na cultura e na tecnologia, na produção artística, nas vida humana em escala global, regional e local, bem como
atividades desportivas e corporais, na área da saúde e ain- na esfera individual.
da incorporam saberes como os que advêm das formas di- Temas como saúde, sexualidade e gênero, vida familiar
versas de exercício da  cidadania, dos movimentos sociais, e social, assim como os direitos das crianças e adolescen-
da cultura escolar, da experiência docente, do cotidiano e tes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescen-
dos alunos. te (Lei nº 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos
O currículo da base nacional comum do Ensino Funda- termos da política nacional de educação ambiental (Lei nº
mental deve abranger, obrigatoriamente, conforme o art. 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, tra-
26 da LDB, o estudo da Língua Portuguesa e da Matemáti- balho, ciência e tecnologia, e diversidade cultural devem
ca, o conhecimento do mundo físico e natural e da realida- permear o desenvolvimento dos conteúdos da base nacio-
de social e política, especialmente a do Brasil, bem como o nal comum e da parte diversificada do currículo.
ensino da Arte, a Educação Física e o Ensino Religioso. Outras leis específicas que complementam a Lei nº
Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino 9.394/96 determinam que sejam ainda incluídos temas
Fundamental serão assim organizados em relação às áreas relativos à condição e aos direitos dos idosos (Lei nº
de conhecimento: 10.741/2003) e à educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97).
I – Linguagens: A transversalidade constitui uma das maneiras de tra-
a) Língua Portuguesa; balhar os componentes curriculares, as áreas de conheci-
b) Língua materna, para populações indígenas; mento e os temas sociais em uma perspectiva integrada.
c) Língua estrangeira moderna; Aos órgãos executivos dos sistemas de ensino compe-
d) Arte; te a produção e a disseminação de materiais subsidiários ao
e) Educação Física; trabalho docente, que contribuam para a eliminação de discri-
minações, racismo, sexismo, homofobia e outros preconceitos
II – Matemática;
e que conduzam à adoção de comportamentos responsáveis e
III – Ciências da Natureza;
solidários em relação aos outros e ao meio ambiente.
IV – Ciências Humanas:
Na parte diversificada do currículo do Ensino Funda-
a) História;
mental será incluído, obrigatoriamente, a partir do 6º ano,
b) Geografia;
o ensino de, pelo menos, uma língua estrangeira moderna,
V – Ensino Religioso.
cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar. Entre as
O Ensino Fundamental deve ser ministrado em língua
línguas estrangeiras modernas, a língua espanhola poderá
portuguesa, assegurada também às comunidades indíge-
ser a opção, nos termos da Lei nº 11.161/2005.
nas a utilização de suas línguas maternas e processos pró-  
prios de aprendizagem. Projeto político-pedagógico
O ensino de História do Brasil levará em conta as con- O currículo exige a estruturação de um projeto edu-
tribuições das diferentes culturas e etnias para a formação cativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os
do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, modos de ser e de se desenvolver das crianças e adoles-
africana e europeia. centes nos diferentes contextos sociais.
A história e as culturas indígena e afro-brasileira, pre- Ciclos, séries e outras formas de organização a que se
sentes, obrigatoriamente, nos conteúdos desenvolvidos no refere a Lei nº 9.394/96 serão compreendidos como tem-
âmbito de todo o currículo escolar e, em especial, no en- pos e espaços interdependentes e articulados entre si, ao
sino de Arte, Literatura e História do Brasil, assim como a longo dos (nove) anos de duração do Ensino Fundamental.
História da África, deverão assegurar o conhecimento e o
reconhecimento desses povos para a constituição da na-
ção.
A Música constitui conteúdo obrigatório, mas não ex- EDUCAÇÃO INFANTIL: DIRETRIZES
clusivo, do componente curricular Arte, o qual compreende POLÍTICAS, DESAFIOS E IMPLANTAÇÃO DAS
também as artes visuais, o teatro e a dança.
DIRETRIZES CURRICULARES;
A Educação Física, componente obrigatório do currícu-
lo do Ensino Fundamental, integra a proposta político-pe-
dagógica da escola e será facultativa ao aluno apenas nas
circunstâncias previstas no § 3º do art. 26 da LDB.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
O Ensino Religioso, de matrícula facultativa ao aluno, é
Infantil
parte integrante da formação básica do cidadão e constitui
componente curricular dos horários normais das escolas
Dentro da Educação Básica existem duas categorias de
públicas de Ensino Fundamental, assegurado o respeito à
ensino que dão formato a educação no Brasil, são a Educa-
diversidade cultural e religiosa do Brasil e vedadas quais-
ção Básica e o Ensino Superior.
quer formas de proselitismo.

37
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Para entendermos melhor como a Educação Infantil foi Como falado anteriormente no século XIX a educação
considerada parte da educação básica devemos voltar um pautava-se na formação das crianças para a indústria e
pouco no tempo e compreender como a criança era vista. para a mão de obra das fábricas. Nesta época com a mu-
Primeiramente a categoria de criança foi criada no mo- dança nas formas de ensino, teve uma quebra da tradição
mento em que surge a escola, durante os séculos XVII e da Igreja sobre as escolas com os surgimentos dos jardins
XVIII. Temos nesse período as indagações de que as crian- e que posteriormente ficaram conhecidos como creches.
ças deveriam ser educadas por terceiros, pessoas que tives- Observamos que a categoria de criança foi criada a
sem um preparo para formá-los, surgiu então a necessida- um longo tempo e que na sua criação já demonstrava que
de de diferenciação da criança e o mundo adulto. deveria ser diferente do conceito de adulto. As crianças
Anterior a esse período a criança era vista como um possuíram especificações que são importantes e que são
adulto. características somente delas.
Para darmos um exemplo: durante o início da Era In- As primeiras creches no Brasil foram criadas durante o
dustrial as crianças não frequentavam as escolas, ficavam século XX e o seu foco era o atendimento para ajudar as
com os mais velhos para aprender pequenos ofícios e de- mães que trabalhavam, outro fator que contribuiu para o
pois irem para fábricas. As vestimentas também não eram surgimento, foi que nessa época o número de mortalidade
vestimentas características de crianças como as de hoje, infantil era muito grande. E desde então, ainda é fortemen-
suas roupas se assemelhavam a de adultos. te veiculada a imagem de que as creches têm a função as-
Voltando um pouco mais no tempo, para meados da sistencialista com suporte para as famílias.
Antiguidade e da Idade Média percebemos que o modo As Diretrizes para a Educação Básica surgiram através
como as crianças eram educadas difere-se do modelo pre- da luta de vários grupos sociais, entre eles, mães, entidades
sente na Era Industrial. O primeiro local de educação era sociais e demais.
a família, ou seja, o centro da criação em que ela recebia Durante a década de 1990 vários estudos foram desen-
afeto, saberes de seu povo e demais. volvidos e concluíram que o acesso da criança a pré-escola
Durante a Antiguidade e Idade Média temos como ou a creche era importante independente da condição fi-
grandes sociedades Atenas, Esparta e Roma. Em Esparta a
nanceira e social que a criança apresentava. Além do de-
educação baseava-se na retirada dos filhos do seio familiar.
senvolvimento desses estudos, o Estatuto da Criança e do
Os meninos logo cedo saíam de suas casas para irem a
Adolescente (ECA) reforçou em suas leis a importância da
colégios e espaços nos quais se aprendia a arte da guerra
Educação Infantil. O que vemos é que a partir da década de
e da luta, lembrando que em Esparta a educação centrali-
1990 o reconhecimento em vários órgãos ligados a criança
zava-se na educação militar, poucos eram aqueles que sa-
e a educação afirmam a necessidade do acesso ao ensino
biam ler ou escrever.
infantil, não somente de cunho assistencialista.
Diferentemente de Esparta, em Atenas a educação pri-
vilegiava que as crianças fossem formadas desde pequenas Em 1996 temos então a promulgação da Lei de Dire-
a serem futuramente grandes governantes e conhecedores trizes e Bases para educação que mudará a forma e o pla-
dos Deuses, dessa forma, a educação ateniense cunhou-se nejamento da educação no Brasil. Nesse sentido temos em
como uma educação da leitura, da escrita, no entanto, o um determinado ponto da lei o estabelecimento de que
governo ditava o que a criança deveria aprender em casa e os profissionais que trabalham na Educação Infantil devem
o que aprenderia nos centros de saberes. possuir o Nível Superior de Ensino bem como a formação
Em Roma a educação firmava-se na educação civil e do Nível Normal (curso de Magistério). A educação dos pe-
familiar. A educação na sociedade romana tinha como as- quenos que será o alicerce é tratada de modo sério, além
pectos uma educação que centralizava os aspectos civis e do estabelecimento da formação dos profissionais, ficou
morais. Tanto o pai quanto a mãe participavam da educa- esclarecido no documento da LDB/96 que a educação in-
ção da criança. Nesse momento observamos na educação fantil também deveria ser de responsabilidade em esfera
romana também os centros de saberes, neles as crianças estadual e municipal.
iam acompanhadas para aprender a ler e a escrever e fica- Já em 1999 temos de fato a criação das Diretrizes para Edu-
vam o dia todo. cação Infantil que seriam referenciais e anteriormente no ano
Durante o período medieval o fenômeno da educação de 1998 houve a criação de subsídios que definiam como as
da criança irá diferenciar totalmente do modo de educação instituições que ofertariam essa modalidade deveriam se estru-
que ocorria nas Sociedades Antigas. Na Idade Média temos turar bem como os subsídios para o currículo e projeto político.
a presença marcante da Igreja, sendo assim em todo o pe-
ríodo a educação será voltada para os costumes e regras Recapitulando alguns termos:
que a Igreja ditava. É uma sociedade marcada ainda pelo Educação Infantil: Se refere à primeira etapa da edu-
modo de organização feudal que é um modelo de pouca cação básica oferecida em creches e pré-escolas, às quais
mobilidade entre as classes existentes dentro dela. A edu- se caracterizam como espaços institucionais não domésti-
cação ocorria nos monastérios e os monges eram os res- cos que constituem estabelecimentos educacionais públi-
ponsáveis pela educação das crianças. As filhas de grandes cos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a
senhores feudais eram educadas na tenra infância na casa 5 anos de idade.
da família da mãe e depois iam para casas de famílias que Criança: Atualmente considerado um sujeito de direi-
não pertenciam ao seu convívio familiar para concluírem tos que, constrói sua identidade pessoal e coletiva produ-
sua educação. zindo cultura.

38
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Currículo: Atividades que relacionam as práticas diá- de promover o diálogo intercultural no mundo multicultu-
rias com o conhecimento prévio de cada aluno, objetivan- ral em que vivemos. O diálogo intercultural adquire, dessa
do o desenvolvimento de crianças de 0 a 5 anos de idade; forma, um importante significado na medida em que se
Proposta Pedagógica:  É um documento de base nor- constitui um mecanismo de compreensão e de transforma-
teadora da aprendizagem e desenvolvimento das crianças ção das identidades. O educador, enquanto protagonista
de que se trata. É elaborado num processo coletivo, com a social e mediador de conhecimento e cultura, tem o com-
participação da direção, dos professores e da comunidade promisso de possibilitar aos seus alunos a compreensão
escolar. sobre o multiculturalismo como uma característica inerente
ao mundo, no qual não há culturas superiores e/ inferiores,
AS DIRETRIZES NACIONAIS PARA EDUCAÇÃO IN- certa ou errada e, sim, culturas diferentes que devem ser
FANTIL respeitadas. Deste reconhecimento decorre, sem dúvida,
a compreensão das diversidades culturais e um possível
As diretrizes para Educação Infantil estão reunidas em diálogo intercultural. Em contextos multiculturais, o pa-
um documento próprio escrito durante o ano de 2009. pel da escola é, sem dúvida, poder contribuir para a for-
Nela está contida os objetivos que as diretrizes específicas mação de cidadãos conscientes dessa realidade e que se
da educação infantil devem atender entre os quais citamos: compreendam em sua identidade própria. Trata-se de uma
a organização das propostas pedagógicas a partir do esta- tarefa complexa que exige da escola um currículo que supe-
belecimento das diretrizes e ainda a organização dos mu- re programas, conteúdos e métodos monolíticos e fixistas em
nícipios em relação a educação através dela. contraponto com formas mais flexíveis e dialogantes com as
Organiza-se em 15 capítulos que são enumerados da culturas. É necessário, para tanto, que a escola elabore e desen-
seguinte maneira: volva um currículo que leve em conta e contemple as diferentes
O primeiro capítulo trás os objetivos, os quais que já identidades e a diversidade cultural dos alunos. O respeito às
foram citados anteriormente aqui nesse texto. O segundo diversas culturas existentes é, sem dúvida, um pressuposto e
capítulo apresenta algumas definições sobre o que é ser um possível caminho para garantir a inclusão escolar e social.
criança, currículo, proposta pedagógica e demais. Vivemos em um país com a marca da diversidade
O terceiro apresenta as concepções que fundamentam cultural resultante do hibridismo de várias etnias e raças,
a educação infantil, neste capitulo observamos como as di- representadas por índios, negros, alemães, portugueses,
retrizes definem a idade que categoriza a educação infantil italianos, espanhóis, poloneses, turcos, apenas para citar
e a idade que as crianças devem frequentar de fato a pré- alguns. Todos esses grupos fazem parte da rica diversidade
-escola, que é a partir dos 4 ou 5 anos de idade. Além disso, cultural do povo brasileiro e contribuíram e ainda contri-
ela apresenta requisitos que definem a jornada que a qual buem para a construção da História desta nação
a criança deve cumprir na pré-escola. O nono e décimo capítulo abordam as propostas a se-
Os capítulos das diretrizes e os seus conteúdos estão rem trabalhadas com crianças indígenas e crianças do campo.
distribuídos dentro do documento na forma de tópicos. Neste sentido percebemos que as propostas devem valorizar
No capítulo quatro temos os objetivos e já nos capítulos a cultura e memória dos povos indígenas, com as crianças que
cinco e seis temos os objetivos das propostas pedagógi- moram no campo o reconhecimento dos modos de vida no
cas. O sétimo capítulo formula quais sãos materiais a se- campo e até mesmo a mudança de calendários que se adapte
rem utilizados nessa modalidade, como também os espa- as vivências das crianças. Nestes capítulos temos outros obje-
ços a serem usados no processo de ensino aprendizagem tivos propostos e que devem ser seguidos pelas escolas junta-
da criança, nele observamos que tanto os espaços quanto mente com seus currículos e projetos políticos pedagógicos.
os materiais devem promover que a criança possa transitar Os capítulos finais abordam temáticas que se referem
no sentido do espaço físico e desenvolver-se fisicamente a forma do desenvolvimento e aplicação de avaliações, no
como também o seu pleno desenvolvimento psicológico, que diz respeito as avaliações, elas devem avaliar as crian-
social e cultural. ças em várias esferas, no desenvolvimento motor, de rela-
O oitavo, apresenta uma proposta de trabalho a ser ção com as outras crianças, bem como do que ela aprende.
desenvolvido com as crianças desde pequenas que traba- Esses avanços devem ser registrados e mostrados para a
lhe a Diversidade. Vivemos em um país no qual estamos família que também participa do processo de crescimento
rodeados de culturas, sotaques, vivências, raças o que faz da criança. A sua articulação com o Ensino Fundamental
com que vivamos em plena harmonia e respeito um com não deve ocorrer de uma só vez, a passagem da criança
os outros. Neste capítulo vemos que devem ser discutidos para o Ensino Fundamental é um processo contínuo.
com as crianças a valorização da cultura afro-brasileira, É interessante destacar que nesta fase a descoberta
o combate ao racismo e discriminação, a valorização da de novas experiências para a criança é muito importante
criança e a todas as formas de discriminação, desrespeito e durante o seu tempo de vivência na Educação Infantil
as crianças. ela deve estar em constante processo de desenvolvimento
Os educadores, enquanto mediadores do processo for- e esse processo pode ocorrer através das brincadeiras. As
mativo e do conhecimento, devem procurar resgatar, me- brincadeiras devem promover na criança o desenvolvimen-
diante a ressignificação das culturas coexistentes, a dimen- to de diversas habilidades garantindo ainda a exploração
são etnocêntrica de cada aluno, respeitando a identidade de espaço, o trabalho e cooperação em grupo, o desenvol-
de cada um, na diversidade do coletivo. A eles cabe a tarefa vimento de sua autonomia e outras habilidades.

39
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Os dois últimos capítulos apresentam como surgiu o da no país, de modo a oferecer subsídios para a elabora-
documento dentro do Ministério da Educação que foi atra- ção, o monitoramento e o aprimoramento de políticas com
vés dos estudos em que várias faculdades estavam presen- base em evidências.
tes e formularam como ainda outros setores da sociedade. As médias de desempenho do Saeb, juntamente com
Percebemos ao longo do texto que a Educação Infantil os dados sobre aprovação, obtidos no  Censo Escolar,
para ser colocada e instituída como parte da Educação per- compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação
correu um longo caminho de lutas por setores da educação Básica (Ideb).
e também de estudiosos que pesquisavam sobre a criança. Desde 1990, quando foi criado, o Saeb teve algumas
Notamos que desde pequenos as crianças são sujeitos par- reestruturações. Em 2005, passou a ser composto por
ticipantes da história do país e também da sociedade, pos- duas avaliações: a Avaliação Nacional da Educação Básica
suem suas necessidades próprias e que por isso demanda (Aneb), que manteve as características, os objetivos e os
profissionais capacitados para o exercício de trabalharem procedimentos da avaliação efetuada até aquele momen-
com eles. to, e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc),
Então seguindo as diretrizes o correto é: quanto à ma- conhecida como Prova Brasil, criada com o objetivo de ava-
trícula da criança, esta deve ocorrer na idade entre 0 e 5 liar a qualidade do ensino ministrado nas escolas das redes
anos nas creches e pré-escolas próximas às residências, públicas.
onde ficarão em tempo parcial (de 0 à 4h diárias) ou inte- Em 2013, a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA)
gral (igual ou > 7h diárias). foi incorporada ao Saeb para melhor aferir os níveis de al-
As propostas pedagógicas de Educação Infantil deve- fabetização e letramento em Língua Portuguesa (leitura e
rão: respeitar os princípios éticos, políticos e estéticos das escrita) e Matemática. Em 2017, não só as escolas públicas
crianças envolvidas; ampliar os diferentes conhecimentos do ensino fundamental, mas também as de ensino médio,
infantis; promover educação e cuidado, além de igualdade públicas e privadas, passaram a ter resultados no Saeb e,
e sociabilidade entre as crianças. consequentemente, no Índice de Desenvolvimento da Edu-
A articulação da proposta pedagógica objetiva garan- cação Básica (Ideb).
tir à criança apropriação de diferentes linguagens, prote- Em 2019, as siglas ANA, Aneb e Anresc deixarão de
ção, direito à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, existir e todas as avaliações passarão a ser identificadas
à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com pelo nome Saeb, acompanhado das etapas, áreas de co-
outras crianças. nhecimento e tipos de instrumentos envolvidos. As aplica-
Quanto à organização do espaço, tempo e materiais, ções se concentrarão nos anos ímpares e a divulgação dos
estes deverão atingir os objetivos lançados na proposta resultados, nos anos pares. Um dos destaques da reestru-
pedagógica, enfatizando a brincadeira como eixo global turação é a afirmação de dimensões da qualidade educa-
de atuação e respeitando à pluralidade cultural: culturas cional que extrapolam a aferição de proficiências em testes
africanas; afro-brasileiras; combate ao racismo e à discrimi- cognitivos. As condições de acesso e oferta das instituições
nação; valorização da criança como ser humano. de Educação Infantil passarão a ser avaliadas. Mesmo com
Quanto ao processo de avaliação, as instituições de as alterações, o sistema não perderá a comparabilidade en-
Educação Infantil devem criar procedimentos para acom- tre edições.
panhamento do trabalho a fim de verificar o desenvolvi-
mento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou Instrumentos de avaliação
classificação, garantindo: a observação crítica; continuida- O Saeb é composto por testes cognitivos e questioná-
de dos processos de aprendizagem; explanação dos obje- rios contextuais. Em conjunto, eles fornecem subsídios para 
tivos atingidos. a avaliação da qualidade da educação básica.

Testes Cognitivos
Os testes cognitivos de Matemática e de Língua Portu-
SISTEMAS NACIONAIS DE AVALIAÇÃO DA guesa do Saeb (Aneb/Anresc) são aplicados aos estudantes
EDUCAÇÃO de todas as séries avaliadas. As questões são de múltipla
escolha, com quatro alternativas de resposta, sendo ape-
nas uma correta. Durante o preenchimento do formulário
de respostas, o aluno deve assinalar um “X” na alternativa
desejada.
O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é
composto por um conjunto de avaliações externas em lar-
Questionários Contextuais
ga escala que permitem ao Inep realizar um diagnóstico da
educação básica brasileira e de alguns fatores que possam
Saeb (Aneb/Anresc)
interferir no desempenho do estudante, fornecendo um in-
As avaliações do Saeb (Aneb/Anresc) são acompanha-
dicativo sobre a qualidade do ensino ofertado.
das de questionários contextuais. Eles são aplicados aos
Por meio de provas e questionários, aplicados periodi-
alunos, professores e diretores. Também há um questioná-
camente pelo Inep, o Saeb permite que os diversos níveis
rio que deve ser preenchido pelos aplicadores, com infor-
governamentais avaliem a qualidade da educação pratica-
mações sobre a escola.

40
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Os questionários dos alunos são instrumentos de cole- D. Concordar com a criança e não fazer da questão um
ta de informações sobre aspectos da vida escolar, do nível problema.
socioeconômico e do capital social e cultural. E. Retirar a boneca negra da sala de forma a evitar fu-
Os questionários dos professores de Língua Portugue- turas situações constrangedoras.
sa e de Matemática, e dos diretores das escolas, possibili-
tam conhecer a formação, as práticas pedagógicas, o nível Os educadores, devem procurar resgatar, mediante a
socioeconômico e cultural, os estilos de liderança e as for- ressignificação das culturas coexistentes, a dimensão etno-
mas de gestão do profissional. Professores e diretores re- cêntrica de cada aluno, respeitando a identidade de cada
cebem os questionários antes da realização do teste e eles um, na diversidade do coletivo. A eles cabe a tarefa de pro-
são recolhidos ao final. mover o diálogo intercultural no mundo multicultural em
Os questionários da escola, preenchidos pelos aplica- que vivemos. O educador, enquanto protagonista social e
dores, abordam questões sobre as condições de infraestru- mediador de conhecimento e cultura, tem o compromis-
tura, segurança e recursos pedagógicos disponíveis. so de possibilitar aos seus alunos a compreensão sobre
O levantamento desses dados é fundamental. Informa- o multiculturalismo como uma característica inerente ao
ções relevantes possibilitam a construção de políticas pú- mundo, no qual não há culturas superiores e/ inferiores,
blicas educacionais para melhoria da qualidade do ensino certa ou errada e, sim, culturas diferentes que devem ser
ofertado. respeitadas. Em contextos multiculturais, o papel da escola
é, sem dúvida, poder contribuir para a formação de cida-
Saeb (ANA) dãos conscientes dessa realidade e que se compreendam
Para a coleta de informações a respeito das condições em sua identidade própria. É necessário, para tanto, que a
de oferta, são aplicados questionários voltados aos profes- escola elabore e desenvolva um currículo que leve em con-
sores e gestores das Instituições de Ensino que atendem ao ta e contemple as diferentes identidades e a diversidade
Ciclo de Alfabetização. O foco desses questionários é aferir cultural dos alunos.
informações sobre as condições de infraestrutura; forma-
Gabarito Oficial: B
ção de professores; gestão da unidade escolar e organiza-
ção do trabalho pedagógico, entre outras.

< http://portal.inep.gov.br/educacao-basica/saeb>
< http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basi-
ca/saeb/instrumentos-de-avaliacao>

QUESTÃO

1) Secretaria Municipal de Educação de São Paulo


SP- Professor Adjunto Educação Infantil. Nível superior
- Fundação Carlos Chagas 2004.
Um grupo de crianças de 4 anos está envolvido em
uma brincadeira com bonecas. A professora responsável
pelo grupo observa que a boneca de cor negra não foi es-
colhida e inicia o seguinte diálogo com uma das crianças:
Profª: Por que você não escolheu aquela boneca?
Criança: Porque ela é feia.
Profª: E por que ela é feia?
Criança (passando a mão no próprio braço): Por causa
da cor.
A partir desse diálogo, o encaminhamento da profes-
sora que atenderia a princípios éticos e políticos que fun-
damentam as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Edu-
cação Infantil seria:

A. Deixar a questão em suspenso e não dizer nada pois


a própria criança deve resolver sozinha.
B. Possibilitar espaços de diálogo, acolhimento e res-
peito à identidade de cada pessoa no contexto coletivo.
C. Informar as crianças que, na sociedade atual, todos
devem encontrar meios de dar chances especiais aos ne-
gros.

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CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

ANOTAÇÕES

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