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1. (Pucrs Medicina 2023) A separação do mundo em dois espaços geográficos bem definidos
e radicalmente distintos, o Ocidente e o Oriente, foi uma ação também realizada por
intelectuais e cientistas europeus, especialmente, durante o processo de colonização dos
povos africanos e asiáticos no século XIX. A partir de então, construiu-se, segundo Edward
Said, um imperialismo que não é exclusivamente econômico e político, mas também cultural.
Para a estética cultural imperialista, afirma-se que
2. (Albert Einstein - Medicina 2023) Leia o trecho da canção “Alegria Alegria”, de Caetano
Veloso.
em caras de presidentes
em grandes beijos de amor
em dentes pernas bandeiras
bomba e brigitte bardot
(Heloísa B. de Hollanda e Marcos A. Gonçalves. Cultura e participação nos anos 60, 1987.)
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b) uma atitude socialmente engajada, que busca confrontar o regime civil-militar vigente e
defender a luta armada.
c) um conjunto coeso de mercadorias de consumo, que alude ao acelerado desenvolvimento
econômico do país.
d) uma crítica à alienação da juventude, que desprezava a formação educacional e a
conscientização política.
e) um painel composto de imagens fragmentárias, que inclui menções à cultura de massa e a
novos comportamentos sociais.
Contam que, num tempo muito antigo, os Kayapó moravam no céu. Lá, muito acima do teto do
céu, havia tudo o que se pode imaginar. Tinha batata-doce, macaxeira, inhame, mandioca,
milho, inajá, banana, caça das mais diversas e tartarugas da terra. Enfim, era um lugar com
muita fartura.
Fonte: MUNDURUKU, Daniel. Outras tantas histórias indígenas de origem das coisas e do
universo. São Paulo: Global, 2008, p. 34. (fragmento)
Texto II
Contam os antigos que, no princípio, não havia fogo. As pessoas eram obrigadas a comer
frutas e raízes se não quisessem comer carne crua. Mas elas tinham uma vaga noção de que
existia algo que aquecia o corpo e tornava a comida deliciosa.
Fonte: MUNDURUKU, Daniel. Outras tantas histórias indígenas de origem das coisas e do
universo. São Paulo: Global, 2008, p. 20. (fragmento)
4. (Unesp 2023) Nenhum grupo de mulheres brancas conheceu melhor a diferença entre seu
próprio status e o status das mulheres negras do que o grupo de mulheres brancas
politicamente conscientes e ativistas na luta pelos direitos civis. Ainda assim, várias dessas
mulheres deslocaram-se das lutas pelos direitos civis para as lutas pela libertação da mulher e
lideraram um movimento feminista em que suprimiram e negaram a consciência sobre as
diferenças que viram e ouviram.
Elas entraram para o movimento feminista apagando e negando a diferença, sem pensar em
raça e gênero juntos, mas eliminando raça do cenário.
(bell hooks. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras, 2018. Adaptado.)
Ao abordar aspectos do Movimento pelos Direitos Civis nos Estados Unidos da década de
1960, o excerto
a) aponta o insucesso das reivindicações de igualdade de raça e gênero e a persistência de
padrões históricos de desigualdade na sociedade norte-americana.
b) lamenta a ausência de uma história de mobilizações feministas e negras e de uma
disposição das mulheres brancas para atuar em defesa das conquistas de direitos sociais.
c) identifica a ocorrência em paralelo de ações afirmativas das mulheres e dos negros e a falta
de conexão entre esses dois campos de reivindicação de direitos.
d) caracteriza a mudança radical por que passou a sociedade norte-americana no período e o
nascimento de interconexões entre os movimentos negro e feminista.
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5. (Pucrs Medicina 2023) A cultura da juventude é um dos fenômenos mais interessantes dos
últimos quarenta anos do século XX. A juventude passou a ser associada a duas ideias
centrais da modernidade: primeiro, à ideia de que representava a novidade; segundo, à ideia
de que a novidade era melhor do que aquilo que até então havia sido experimentado. A partir
do final dos anos de 1960, é formada toda uma cultura jovem urbana, que compartilhava
valores, formas de se vestir, práticas de lazer e gostos. Esse fenômeno está diretamente
associado à expansão da indústria cultural de massas, com a hegemonia esmagadora do
American Way of Life e o poderio econômico, político e cultural dos EUA no pós-guerra. São
exemplos dessa nova cultura jovem nas sociedades urbanas Ocidentais da década de 1960:
a) a black music e os filmes de Hollywood.
b) a tatuagem e o movimento hippie.
c) o fast food e a Disney World.
d) o jeans e o rock’n roll.
Fonte: https://exame.com/esg/desmatamento-em-terras-indigenas-foi-de-apenas-1-em-30-
anos/ (acesso em 01/09/2022).
Na passagem acima, percebe-se a importância das Terras Indígenas para a proteção do meio
ambiente. Sobre esse tema, analise as afirmativas a seguir
7. (Uft 2023) Após a redemocratização da década de 1980, uma série de políticas públicas
entraram em discussão na pauta política do Brasil, buscando minorar a desigualdade social,
política e econômica entre os grupos no país. Dentre elas, estão as políticas de ações
afirmativas que, decorrente de sucessivas exigências dos movimentos sociais, que buscavam
reparação por danos provocados aos negros e negras após 300 anos de escravidão, tiveram a
Lei nº 12.711 aprovada em 2012. No dia 28 de agosto de 2022 a criação desta lei completou 10
anos; lei esta que estabelece
a) a reserva percentual de redistribuição e devolução de terras e propriedades para os povos indígenas,
quilombolas, ribeirinhos, ciganos e imigrantes para suas economias de subsistência.
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8. (Uece 2023) A estratificação social diz sobre a divisão como indivíduos e grupos de uma
sociedade se estruturam: seja em classes, sejam castas, estamentos e, mesmo, partidos, para
expor apenas os exemplos trabalhados por Max Weber. A estruturação que ordena a
estratificação social de uma sociedade é dada pelo modo como se distribui o poder entre esses
diferentes tipos de agrupamentos, poder que pode ser do tipo econômico, religioso ou de
outros tipos. Na perspectiva weberiana, as classes se organizam em torno do poder
econômico; as castas indianas e os estamentos do medievo europeu, por poderes religiosos,
morais, honrarias e tradições; os partidos, pelo grau de poder político que conseguem
acumular e deter. Em síntese, existe, na estratificação social de cada sociedade, uma
estruturação a partir do tipo de poder (econômico, religioso, moral, tradicional, político) que
divide, separa e conforma a estrutura social e seus agrupamentos coletivos.
9. (Fuvest-Ete 2023)
A banda pop sul-coreana BTS é conhecida por ter uma enorme base de fãs. Autodenominados
ARMY (exército, em inglês), o número de fãs é estimado em 50 milhões. O ARMY se define
como um dos grupos de fãs mais leais e dedicados aos seus ídolos. O grupo - que inclui fãs de
diferentes países do mundo é também uma das comunidades virtuais mais ativas e
organizadas da atualidade, já tendo desenvolvido iniciativas filantrópicas.
Qual a relação do fenômeno do BTS ARMY com a questão da identidade nas sociedades
contemporâneas?
a) Trata-se de um fenômeno ligado ao processo de reforço das identidades nacionais
associado aos novos nacionalismos do século XXI, em que a construção das identidades
volta a estar circunscrita a culturas locais/tradicionais.
b) Trata-se de um fenômeno ligado ao processo de e militarização das sociedades
securitização contemporâneas, em que se aumentam os mecanismos de vigilância e
emergem identidades culturais vinculadas às agências de controle.
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(Adaptado de: UOL. Museu Oscar Niemeyer responde críticas do neto do arquiteto após grafite
de “Os Gêmeos”. 27 ago. 2021. Disponível em: <https://bit.ly/3wKlKWX>. Acesso em: 01 set.
2022.)
A fala do neto do arquiteto Oscar Niemeyer possibilita a reflexão acerca das diferentes
classificações das expressões culturais. Sobre o conceito de cultura, considere as afirmativas a
seguir.
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(O’DONNEL, Julia et al. Tempos modernos, tempos de sociologia. Rio de Janeiro: Editora do
Brasil, 2018.)
13. (Uece 2023) As townships (áreas de fragilidade socioeconômica) da África do Sul surgiram
dos vários decretos segregacionistas e de atos violentos durante o regime de discriminação
racial que vigorou entre 1948 e 1990, o apartheid. Nesse período, os negros não podiam ser
proprietários de terras, não podiam participar da política e eram forçados a viver nessas
townships, longe dos centros comerciais e das áreas urbanas ocupados pelos brancos. Após o
fim do apartheid, no contexto mais recente, as townships se transformaram em pontos de
visitação turística com hospedagem para visitantes internacionais em busca de vivenciar a
“realidade” desses lugares. Freire-Medeiros (2010) trata sobre uma recente “pobreza turística”
que tem atraído os chamados “turistas de realidade” que visitam pelo mundo, por exemplo, as
townships na África do Sul e as favelas da cidade do Rio de Janeiro no Brasil.
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14. (Uece 2023) A atual sociedade brasileira se defronta, de forma corriqueira, com situações
de racismo, de preconceitos, de discriminações e de violências contra mulheres, negros,
indígenas, pessoas com deficiência, pessoas trans e pobres. Para que se possa combater tais
situações, um dos caminhos é através da educação formal, uma educação que tome justas e
eficientes posições, que adote certas práticas pedagógicas e seja orientada por valores e por
princípios que possam combater os mais diversos tipos de discriminações e de preconceitos e
que promova o respeito e o cultivo aos Direitos Humanos e à cidadania.
I. Os projetos pedagógicos que promovem igualdade racial devem se deter com exclusividade
à comunidade escolar interna, que envolve alunos e professores.
II. Estudantes negros, indígenas, com deficiência e gays devem ter cuidados especiais à parte
nas escolas, como ter turmas e salas próprias.
III. Em escolas indígenas, o ensino que privilegia tanto as línguas nativas, como a língua
portuguesa, garante o cultivo das tradições e a inserção na cidadania.
IV. Para as pessoas com deficiência, é necessária a criação de escolas destinadas apenas
para elas com rampas de acesso e professores de Libras.
15. (Uft 2023) Com nove filhos para criar e desempregada, Valéria Rodrigues mal tem o que
comer dentro de casa. Recentemente ela conseguiu um pouco de cuscuz e é com isso que
está alimentando a família nesta semana. A triste realidade da desempregada também é
compartilhada por cerca de 127 mil tocantinenses, que só conseguem uma média de R$
105,00 por mês para sobreviver.
Fonte:https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2022/07/26/mais-de-120-mil-familias-contam-
com-apenas-r-105-por-mes-para-sobreviver-no-tocantins.ghtml. (acesso em 01/09/2022).
De acordo com o texto, a pobreza extrema e a fome atingem mais de 120 mil tocantinenses.
Sobre essa situação, assinale a alternativa CORRETA.
a) A fome e a pobreza extrema no Tocantins são causadas pela distribuição inadequada dos
alimentos em relação aos outros Estados.
b) A fome e a pobreza extrema são problemas sociais que devem ser combatidos por meio de
políticas públicas.
c) A fome e a pobreza extrema são consequências das escolhas pessoais de cada indivíduo.
d) A fome e a pobreza extrema devem ser entendidas como fenômenos naturais da
humanidade.
16. (Uece 2023) Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC)
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última década (2012-2022), a
grande maioria das mulheres negras tiveram trajetórias duradouras nas ocupações de menos
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prestígio social, com baixos salários e de más condições de trabalho, como o emprego
doméstico e o de serviços gerais. Além disso, a PNADC aponta que 22,1% das mulheres
negras, em idade ativa para o trabalho, estavam desempregadas no 1º trimestre de 2021 – o
dobro da registrada entre homens brancos (10,0%) e muito distante da reportada pelas
mulheres brancas e homens negros (13,8%). E no primeiro trimestre de 2022, 43,3% das
mulheres negras ocupadas estavam em postos de trabalho informais, taxa maior que a de
homens brancos (34,8%) e a das mulheres brancas (32,7%), abaixo apenas da dos homens
negros (46,6%).
17. (Uece 2023) Para as ciências sociais, hoje, de modo geral, o que se chama de
heteronormatividade está fundamentado por práticas e discursos ainda hegemônicos na
sociedade brasileira quanto às questões ligadas à sexualidade. A normatividade heterossexual
traz a lógica do binarismo dos corpos: homem-mulher, e tudo que é diferente disso é
considerado “anormal”, “não natural”, “pecaminoso”. Essa normatividade ao tratar, por
exemplo, como “anormais” todos os grupos de pessoas que, por vezes, não se enquadrem ou
se identifiquem nessa sexualidade binária hegemônica gera, por vezes, preconceitos,
exclusões e repressões.
Na sociologia, até os anos 1970, o conceito de “papéis sociais de sexo”, apresentado pela
antropóloga cultural estadunidense Margaret Mead (1901-1978), era o termo mais utilizado. É a
partir dessa década que as teorias sociais passam a utilizar o conceito de gênero influenciadas
pela chamada segunda onda do feminismo [...]. Desse modo, o conceito de gênero passa a
enfatizar os processos de construção dos comportamentos em relação ao corpo e aos afetos,
justamente para superar o “congelamento” das categorias de homem e mulher que advêm de
descrições biológicas. [...] Isso quer dizer, como afirma o sociólogo francês Pierre Bourdieu,
que as estruturas e instituições sociais partem de uma construção simbólica em que as
características masculinas e femininas são biologizadas, naturalizadas e, portanto, dificilmente
podem ser desconstruídas.
(SILVA, Afrânio et. al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016. p. 333.)
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b) Para a sociologia, identidade de gênero se constitui no contexto das relações sociais, base
na qual se formulam sentidos e significados aos aspectos anatômicos e se institucionalizam
diferenciações psíquicas e comportamentais e divisões sexuais do trabalho social.
c) Margaret Mead pouco contribuiu para os estudos sobre gênero, pois sua abordagem
estritamente antropológica não ofereceu ferramentas eficazes na análise sociológica.
d) Apesar das diferentes ondas feministas que se formaram no decorrer do século XX, não
houve impacto significativo nos estudos sociológicos sobre gênero, pois só muito
recentemente a sociologia tem se preocupado com o tema.
e) Para a teoria social, é imprescindível considerar os aspectos inatos e essenciais da atividade
humana, logo, os estudos sociológicos daí decorrentes demonstram como os aspectos
relacionais têm pouca influência sobre os estudos de gênero.
19. (Uece 2023) Nos últimos anos, no Brasil, surgiu a falácia de uma “ideologia de gênero”,
que tem constrangido e, mesmo, reprimido uma educação para a diversidade nas escolas.
Grosso modo, os que pregam contra o debate de gênero nas escolas têm o receio de que
trazer esse tema para perto das crianças possa significar “destruir os valores morais da família”
e “ensinar as novas gerações a serem gays”. Todavia, a discussão sobre gênero passa por
outros caminhos e objetivos educacionais: trata de ensinar limites pessoais, tolerância, respeito
à diversidade humana, que é, além de sexual, também, racial e social. Entretanto, quando a
escola não planeja uma educação para a diversidade e procura evitar, a todo custo, o debate
sobre gênero e orientação sexual, por exemplo, prioriza outros temas e possibilita a
continuidade, na sociedade como um todo, de intolerâncias, violências ligadas à questão de
gênero, preconceitos e discriminações.
20. (Uece 2023) Os estudos sobre gênero têm demonstrado, desde os anos finais da década
de 1990, que a definição do que é ser mulher, com suas lutas e desafios, perpassa por vários
eixos ou vias de subordinação que se entrecruzam para que se atinja essa compreensão. Ao
lado do gênero, outros marcadores sociais como raça e classe devem ser levados em conta na
definição do que é ser mulher, bem como devem ser considerados os diversos tipos de
violência e opressão a que as mulheres estão expostas. No Brasil, por exemplo, é
sociologicamente correto afirmar que mulheres brancas e de classe alta não enfrentam os
mesmos problemas que mulheres pretas e pobres.
Partindo do exposto, é correto afirmar que o conceito dos estudos de gênero que considera o
fator do entrecruzamento dos marcadores sociais de gênero, raça e classe é denominado
a) performatividade.
b) interseccionalidade.
c) heteronormatividade.
d) transexualidade.
21. (Uft 2023) Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-IBGE, 2021)
mostraram que a renda média do trabalho encolheu 10,7% em um ano, atingindo R$ 2.447,00
(no 4º trimestre de 2021), o menor valor da série histórica. A queda do rendimento médio do
trabalho principal, no entanto, foi mais intensa para as mulheres, que ganham cerca de 20%
menos do que os homens no Brasil, e a diferença salarial entre os gêneros segue neste
patamar elevado mesmo quando se comparam trabalhadores do mesmo perfil de escolaridade
e idade e na mesma categoria de ocupação.
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A partir da análise dos dados da PNAD (2021) referentes à diferença salarial entre homens e
mulheres é CORRETO afirmar que:
a) Embora a diferença do rendimento médio entre gêneros venha mostrando uma oscilação
nos últimos anos, os dados da PNAD (2021) revelam que as mulheres ganham menos que
os homens no Brasil.
b) Quando comparamos uma mulher com um homem que tem a mesma escolaridade, a
mesma idade, a mesma cor e que está no mesmo setor de atividade, essa mulher sempre
possui uma carga horária de trabalho e rendimento inferiores que o homem.
c) A queda do desemprego nos últimos meses e o aumento do número de ocupados são os
fatores protagonistas para impedir o acesso das mulheres ao mercado de trabalho.
d) Ao analisar a população desempregada por faixa etária, o gráfico revela um aumento
expressivo entre os mais jovens e com ensino médio incompleto.
22. (Unicentro 2023) Leia um trecho da canção Triste, louca ou má, de Francisco, El hombre.
Triste, louca ou má
Será qualificada
Ela quem recusa
Seguir receita tal
A receita cultural
Do marido, da família
Cuida, cuida da rotina
Só mesmo, rejeita
Bem conhecida receita
Quem não sem dores
Aceita que tudo deve mudar
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I. A canção apresenta as mulheres como tristes, loucas ou más devido à instabilidade natural
do sexo feminino e à competividade que caracteriza as relações sociais entre mulheres.
II. O patriarcalismo constituiu, nas esferas pública e doméstica, relações de gênero marcadas
pela opressão das mulheres e pelo conservadorismo representado na canção pela
expressão “receita cultural”.
III. Para além das práticas culturais, o sistema patriarcal foi, por um longo período, legitimado
por leis e pelo funcionamento do Estado brasileiro. Assim, para resistir à violência simbólica
que sofrem, as mulheres precisam afirmar, como diz a canção, que um homem não as
define.
IV. Os movimentos feministas, atuam em diversos países, buscando a promoção da igualdade
social, política e econômica entre os gêneros. São responsáveis, portanto, por reinventar a
vida rompendo com o patriarcalismo.
23. (Uece 2023) Na história recente do Brasil, quando a juventude é tida como problema
social, ela apareceu na figura do perigo, do risco ou da regressão às drogas, à promiscuidade e
à violência. De modo esquemático, pode-se dizer que tais imagens sobre a juventude foram
usadas como motes e justificativas de muitos programas socioeducativos, de leis, de ações do
Terceiro Setor – as organizações não governamentais (ONGs) – e de fundações empresariais
em áreas ditas como “vulneráveis” desde os anos 1990. Contudo, existe uma outra concepção
sobre a juventude que a encara como sujeito social capaz de refletir e decidir sobre sua ação,
ter posicionamentos acercadas mais diversas questões sociais e ser protagonista, contribuindo
para o crescimento pessoal e da sociedade. Essa concepção deve melhor fundamentar e
reformular ações, projetos de leis e programas, privados e públicos, para as juventudes das
áreas “vulneráveis”, principalmente, e que possa pensar esses jovens como cidadãos ativos e
participativos.
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24. (Uece 2023) “Para a compreensão das políticas públicas destinadas aos jovens no Brasil
há uma interconexão entre aquilo que tende a se tornar uma representação normativa corrente
da idade e dos jovens na sociedade e o próprio impacto das ações políticas. Dito de outra
forma, a conformação das ações e programas públicos não sofre apenas os efeitos de
representações sociais sobre a juventude, mas pode, ao contrário, provocar reformulações
dessas representações dominantes que a sociedade brasileira constrói sobre os jovens”.
25. (Uece 2023) A identidade cultural e as diferenças culturais são estreitamente dependentes,
porém a forma como afirmamos nossa identidade cultural tende a esconder esta mútua
dependência, pois quando digo “Eu sou brasileiro” ou “Eu sou cearense” estou me referindo a
identidades culturais que se esgotam em si mesmas. Entretanto, só posso fazer a afirmação
“sou brasileiro” porque existem outros que não o são: os argentinos, os noruegueses, os
tibetanos. Em síntese, uma identidade cultural é, majoritariamente, definida pelo contraste com
outras.
26. (Uft 2023) Segundo dados do Relatório elaborado pelo Grupo Gay da Bahia, “300
LGBTQIA+ sofreram morte violenta no Brasil em 2021, 8% a mais do que no ano anterior: 276
homicídios (92%) e 24 suicídios (8%). O Brasil continua sendo o país do mundo onde mais
LGBTQIA+ são assassinados: uma morte a cada 29 horas.” (Com adaptação).
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c) Pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo devem procurar apoio psicológico e
religioso para sua cura.
d) Existem diversidades nas relações sexuais/afetivas e toda forma de relacionamento entre as
pessoas deve ser aceita e respeitada.
27. (Uece 2023) Para Gilberto Freyre, a miscigenação que ocorreu desde o início do processo
de colonização do Brasil corrigiu, ao longo do tempo, a distância social entre os brancos
conquistadores e senhores de engenho e os indígenas e os negros escravizados. São dois
polos, duas classes ou dois grupos sociais antagônicos de dominantes-dominados, mas que
teriam sido aproximados na formação da sociedade brasileira pela mestiçagem. É aqui que se
fundamenta o mito da democracia racial. Segundo Freyre, os mestiços desde a colonização
brasileira ocasionaram efeitos sociais que equilibraram diferenças e desigualdades. E foram,
principalmente, a mulher índia, a negra-mina e depois a mulata, aponta Freyre, as categorias
de mulheres que agiram poderosamente no sentido dessa “democratização social no Brasil”.
Faltou a Freyre, todavia, ressaltar que essas mulheres estavam, em grande maioria, na
condição de escravizadas ou subalternizadas na relação com seus senhores e donos e foi
assim que conceberam a mestiçagem na história brasileira. Essa concepção mitológica foi
fortalecida pelos séculos de dominação patriarcalista e branca sobre indígenas, negros e
mestiços. Trata-se de um mito ou uma ideologia que persiste sem maior reflexão,
conhecimento histórico, consciência crítica e tanto disfarça a existência do racismo na
sociedade brasileira contemporânea como não contribui para o debate público das lutas
políticas e sociais dos movimentos negros e dos povos tradicionais indígenas.
28. (Unicentro 2023) Ainda em 2022 deve ocorrer a revisão da chamada Lei de Cotas, que
garante metade das vagas em universidades federais para estudantes da rede de ensino
pública, pretos, pardos, indígenas, pessoas com deficiência e população de baixa renda. Um
dos debates principais da revisão é a defesa de que se exclua o critério racial e seja mantido
apenas o critério econômico. Sobre esse assunto, leia a posição da jornalista Martha Moreira a
seguir.
Ainda que tanto o estudante negro quanto o branco assistam às mesmas aulas e estudem
pelos mesmos livros, este é apenas um aspecto muito reduzido de sua formação. A criança e o
adolescente refletirão boa parte das expectativas que seus pais, professores e colegas
depositam nele. Se o aluno branco é visto por seus professores como ‘brilhante’ e o negro
como ‘esforçado’, esta diferença acumulada durante mais de 10 anos de estudos resultará em
níveis de autoconfiança bastante diferentes.
O negro já entra na escola com um menor status social perante seus colegas e isso lhe será
relembrado durante todo o período escolar, desde os apelidos que lhe serão dados até o
eventual desafio de um namoro interracial na adolescência.
Sobre a opinião da jornalista acerca das ações afirmativas, assinale a alternativa que descreve,
corretamente, o fato em que ela se baseia.
a) No fato de que o racismo independe da posição de classe econômica, tendo efeitos
negativos na trajetória educacional de indivíduos negros.
b) No fato de que o esforço individual tende a prevalecer sobre os privilégios raciais, cabendo
ao indivíduo aproveitar as oportunidades escolares.
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c) No fato de que a desigualdade racial no Brasil já foi superada, sendo 2022 o momento
adequado para eliminar o critério racial da Lei de Cotas.
d) No fato de que negros de classe social elevada utilizam-se das cotas raciais de forma
fraudulenta, sendo necessário estabelecer a renda como principal critério da Lei de Cotas.
e) No fato de que a desigualdade socioeconômica é um fenômeno que atinge igualmente
brancos e negros, embora o racismo continue a ser um fenômeno característico das nossas
relações sociais.
29. (Uece 2023) A concepção de uma “nacionalidade mestiça” brasileira, de modo geral,
considera que o povo aqui surgiu historicamente do cruzamento de três raças (o europeu, o
índio e o africano), mas, depois desse momento inicial, os brasileiros já não são mais
portugueses/europeus, nem africanos e nem índios, mas um “povo novo”, resultado desse
cadinho de raças diferentes do passado colonial. Porém, esta concepção de que o povo
brasileiro é mestiço carrega consigo, por outro lado, um discurso ideológico que estabelece a
ideia de unidade nacional e esconde o racismo e as contradições étnico-raciais historicamente
constituídas e ainda presentes na sociedade atual, além de amenizar a pauta pública nacional
sobre as reivindicações dos povos e populações tradicionais no país.
Considerando o enunciado acima, atente para o que se afirma a seguir e assinale com V o que
for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) Pensar que no Brasil de hoje todos somos mestiços resulta em um pensamento que
exclui da história as matrizes étnico-raciais indígena e negra na formação da nação,
considerando apenas os portugueses.
( ) A principal consequência da ideia da mestiçagem é a de comprovar que, no Brasil, há de
fato uma democracia racial que promove uma sociedade sem falsas contradições uma
vez que todos são brasileiros.
( ) A concepção de uma “mestiçagem brasileira” pode esconder as lutas políticas por direitos
e ações afirmativas das pessoas negras, das comunidades quilombolas e dos povos
tradicionais indígenas.
( ) Imaginar que o brasileiro é mestiço e não mais branco, negro ou índio prejudica o
reconhecimento de que a sociedade brasileira é composta pela diversidade étnico-racial e
pelo multiculturalismo.
30. (Uece 2023) Para Guimarães (2009), o conceito de raça não corresponde a nenhuma
realidade natural, pois denota tão somente uma forma de classificação sociocultural, baseada
numa atitude negativa frente a certos grupos de uma sociedade. Desse modo, a raça é
sociocultural e não natural, mas tal conceito permite fazer passar por realidade natural
preconceitos, interesses e valores morais já que pode discriminar e classificar de modo
inferiorizado os grupos racializados. Em tempo, o termo “natural”, em sentido amplo, significa
uma ordem a-histórica, pois se isenta das contingências particulares de cada época e lugar e
representa, assim tomado, atributos gerais do homo sapiens.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e Antirracismo no Brasil. 3ª ed. São Paulo:
Editora 34, 2009.
I. Não é preciso tratar “raça” como um termo que aponta o “natural” porque, diferentemente,
aponta sistemas de hierarquização social.
II. A raça conceitualmente se diferencia da ideia de natureza, mas o racismo é uma forma
bastante específica de “naturalizar” a vida social.
III. A noção de raça, pensada como parte da natureza humana, faz com que a realidade das
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31. (Ufpr 2023) cSobre o tema do racismo na sociedade brasileira, considere o excerto a
seguir:
A visão de convívio harmonioso entre as raças foi desconstruída pelos estudos de Florestan
Fernandes, que participou com Roger Bastide das pesquisas financiadas pela Unesco, e
redundaram no livro A integração do negro na sociedade de classes (1965).
(SILVA, Afrânio et. al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016. p. 121.)
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d) mestiçagem, que estabeleceu a negação dos valores tribais dos povos originários pelos
brancos e propiciou, até os dias de hoje, a convivência tolerante entre as pessoas.
e) mestiçagem, que viabilizou a formação de cafuzos e de mamelucos e consolidou hábitos e
costumes de um modo de vida.
(Yascha Mounk. O povo contra a democracia: por que nossa liberdade corre perigo e como
salvá-la, 2019.)
34. (Unioeste 2023) Em 1937, o sociólogo alemão Max Horkheimer publicou a obra Teoria
Tradicional e Teoria Crítica, que é considerada o manifesto da Escola de Frankfurt. Dez anos
depois, Adorno e Horkheimer publicariam a obra Dialética do Iluminismo, e desenvolveram o
conceito de Indústria Cultural no ensaio A Indústria Cultural: o esclarecimento como
mistificação das massas, estabelecendo uma proximidade com a teoria social do
conhecimento. A expressão indústria cultural, nas palavras dos dois pensadores, apontava
para uma sociedade marcada pelo princípio da indiferença e pela equivalência de homens e
coisas como valor de troca de mercado. A partir do exposto sobre o conceito de Indústria
Cultural, assinale a alternativa CORRETA.
a) O conceito de Indústria Cultural foi fundamental para a compreensão do fenômeno do
consumo desenfreado nos países socialistas nas décadas de 1930 e 1940.
b) O conceito de Indústria Cultural diz respeito somente ao processo de produção industrial nas
linhas de montagem.
c) O conceito de Indústria Cultural aponta para a emancipação das massas na sociedade
capitalista.
d) O conceito de Indústria Cultural caracteriza-se pela racionalização e difusão de produtos
fabricados para o consumo das massas e que seguem as diretrizes do capitalismo
monopolista.
e) O conceito de Indústria Cultural não prevê a racionalização das técnicas de divulgação de
seus produtos em tvs, rádios, cinema e imprensa.
35. (Uece 2023) A Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, na Alemanha de meados do século
XX, propôs estudar o fenômeno da comunicação à luz da teoria marxista. Para aqueles
pesquisadores, os meios de comunicação de grande circulação configuravam uma forma de
opressão ideológica das classes dominantes sobre o resto da sociedade. A expressão
conceitual “Indústria Cultural” foi elaborada por esses pesquisadores para se referirem, grosso
modo, à produção maciça, seriada e tecnológica de bens simbólicos para o entretenimento das
massas. Eles rejeitavam, no entanto, a expressão “cultura de massas” uma vez que
consideravam que os produtos veiculados pelos meios de comunicação de grande alcance e
difusão não são produzidos pelas massas e nem satisfazem as suas reais necessidades. E
conforme esses pensadores, os grandes meios de comunicação significam a distribuição de
uma cultura simbólica de baixa qualidade que serve ao entretenimento das massas e não
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Partindo do exposto, assinale com V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a
seguir:
36. (Uece 2023) As populações indígenas no Brasil lutam, hoje, majoritariamente, por direitos
como o de demarcação de seus territórios e por políticas públicas nas áreas de educação e de
saúde. Ainda hoje, sofrem preconceitos, como o argumento de que não existiriam mais povos
indígenas atualmente, uma vez que eles estariam quase extintos e os poucos que sobraram já
estariam integrados à vida moderna e à sociedade brasileira. Contudo, a integração dos povos
indígenas tanto à modernidade quanto à sociedade brasileira não significa a perda de suas
culturas e de suas identidades socioculturais. Existem indígenas de várias etnias pelo Brasil
que conseguem formação acadêmica, são aprovados em concursos públicos e possuem
emprego formal. Essas pessoas não deixam de ser indígenas enquanto mantiverem o
sentimento de pertencer às suas comunidades, de cultivarem suas tradições, de terem seus
direitos constitucionais garantidos e de se reconhecerem e serem reconhecidos como
indígenas, mesmo que participem da vida moderna.
I. A identidade indígena não é uma questão de cocar de pena, urucum e arco e flecha, mas sim
um modo de ser, e não de parecer.
II. A principal luta indígena é pelo reconhecimento do Estado e da sociedade de que o indígena
não tem preguiça de trabalhar.
III. Os povos tradicionais indígenas sofrem com a conquista cultural da modernidade que os
descaracterizam.
IV. A preservação das culturas dos povos tradicionais no Brasil não pode estar desassociada
da manutenção da cidadania.
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Adaptado de https://ricardoabramovay.com/2022/05/a-volta-da-fome-uma-tragedia-anunciada/
Com base no texto, é correto afirmar que a atual crise global de abastecimento alimentar é uma
consequência
a) circunstancial, em função da guerra no leste europeu, pois Rússia e Ucrânia são grandes
produtoras e exportadoras de cereais.
b) inesperada, fruto da perda combinada de safras na Índia e na China, por questões
climáticas, e no leste europeu, por questões bélicas.
c) conjuntural, resultante da desorganização logística e portuária do transporte internacional,
em função da pandemia e dos conflitos.
d) estrutural, relacionada ao modelo produtivo que embasa as cadeias produtivas destinadas
originalmente a alimentar o mundo e que, atualmente, encontram-se em colapso.
e) ocasional, causada pelas barreiras comerciais impostas pela OTAN, responsáveis por
represarem a livre circulação de mercadorias e trabalhadores.
38. (Uece 2023) “Na maioria dos países em desenvolvimento, o curso seguido pelo
nacionalismo, a nação e o Estado-Nação tem sido diferente em comparação com os países
europeus. Muitos desses países em desenvolvimento foram colonizados por nações europeias
e conquistaram suas independências em algum ponto no século XX. Em muitos, as fronteiras
entre as administrações coloniais eram decididas de forma arbitrária nas metrópoles europeias
que, por vezes, não levavam em conta as divisões econômicas, culturais e étnicas existentes
entre a população local. As potências colonizadoras subjugaram reinos e agrupamentos tribais
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GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6ª ed. Porto Alegre-RS: Penso, 2012. p. 735. Texto adaptado.
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I. A noção de homofobia é uma construção ocidental. Tal fato justifica a postura do governo do
Catar diante do ativismo do movimento LGBTQIA+ durante a Copa do Mundo.
II. O argumento de proteção à população LGBTQIA+ utilizado pelo chefe de segurança do
governo do Catar busca ocultar a violência de gênero legitimada pelo Estado ao legislar
contra essa população.
III. A proibição da bandeira constitui-se como ato de violência simbólica por representar o
orgulho de ser lésbica, gay, bissexual, transgênero, queer, intersexual, assexual, dentre
várias outras orientações sexuais e/ou identidades de gênero.
IV. O movimento LGBTQIA+ é um movimento político e social que tem como bandeira a
diversidade e objetiva a representatividade e os direitos para a população LGBTQIA+.
A citação de Patricia Hill Collins (2019) traz uma definição da noção de interseccionalidade.
Qual é o contexto de emergência dessa noção?
a) A noção emergiu de uma crítica de grupos conservadores ao pensamento feminista e
reivindica que não é possível reduzir as diferenças entre os indivíduos às identidades de
gênero.
b) Trata-se de uma noção que surgiu no movimento feminista negro como forma de ressaltar
que a experiência de mulheres negras não podia ser compreendida considerando de
maneira independente os marcadores de raça e gênero.
c) A noção foi desenvolvida por representantes do movimento LGBTQ+ como reação à
predominância das pautas raciais no debate sobre políticas identitárias.
d) Trata-se de uma noção desenvolvida por partidos de esquerda como crítica aos chamados
"novos movimentos sociais" e reivindica que a opressão de classe é anterior às demais
formas de desigualdade.
e) A noção é uma crítica ao movimento feminista negro por ter dividido o movimento feminista e
destaca a importância de reconhecer as características que são comuns a todos os
indivíduos oprimidos.
41. (Unioeste 2023) Ao longo do ano de 2022, diversas manifestações organizadas por
lideranças e organizações indígenas ocorreram no território nacional em protesto contra o
marco temporal, cuja pauta está em discussão no Congresso Nacional e Supremo Tribunal
Federal. A tese do marco temporal propõe que sejam reconhecidos aos povos indígenas
somente as terras que estavam ocupadas por eles na data de promulgação da Constituição
Federal — 5 de outubro de 1988. Juristas e especialistas do direito afirmam que o marco
temporal é inconstitucional, uma vez que fere o artigo 231 da Constituição, no qual estabelece
que os direitos indígenas são “direitos originários”, isto é, reconhece que o direito à terra é
anterior à própria formação do estado brasileiro.
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I. Trata-se de uma tese que viola o direito adquirido dos povos indígenas por se contrapor ao
conceito de direito originário.
II. O marco temporal consagrou-se como instrumento jurídico de pacificação de conflitos em
terras indígenas.
III. O marco temporal restringe os direitos indígenas porque reforça a necessidade de
apresentarem a comprovação da ocupação de terras, na data de 5 de outubro de 1988,
para terem direito à sua permanência.
IV. A tese do marco temporal ignora o processo de violência histórica vivida pelos povos
indígenas, os quais muitos foram forçados a deixarem suas terras por ameaças e disputas
fundiárias.
V. O marco temporal está previsto na Constituição desde a redemocratização, cujo período é
marcado pela promulgação da Constituição Federal de 1988.
Sobre a tese do “marco temporal”, assinale a alternativa em que os itens estão CORRETOS.
a) I, II e III, apenas.
b) I, III e V, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) I, II, III e IV, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
42. (Uece 2023) A globalização e o advento dos novos meios de comunicação e informação
nas últimas décadas remodelaram as relações sociais das sociedades contemporâneas por
todo o planeta e causaram diversas consequências. Uma das consequências é o afastamento
ou o isolamento das pessoas que vivem e convivem nos mesmos territórios e a aproximação
entre pessoas que vivem em territórios ou lugares distantes e diferentes. Há certamente,
assim, um processo de desterritorialização de culturas pelo mundo interconectado atualmente.
Isso significa dizer que muitas pessoas nas sociedades de hoje, graças a esses novos tempos
globais e de conexões em rede, podem se sentir mais distanciadas de vizinhos ou da
comunidade em que nasceram e vivem suas vidas e, muitas vezes, mais irmanados e próximos
com pessoas que nunca sequer conheceram fisicamente ou presencialmente.
I. As relações sociais em rede podem fazer com que as pessoas percam referências
socioculturais dos territórios em que vivem e, assim, provocarem um processo de
desterritorialização cultural dos lugares.
II. O mundo globalizado e a Internet têm promovido esse fenômeno de as pessoas
estranharem os espaços das culturas locais e de se aproximarem e, mesmo, se sentirem
íntimas de culturas estranhas e distantes.
III. As novas relações sociais nascidas com esse mundo interconectado em redes não se
assentam em condições físicas e geográficas, mas fomentam mais ainda a aproximação
sociocultural nos territórios locais.
IV. Comunhão comunitária, coletivismo, união, solidariedade são as principais características,
como se pode deduzir, produzidas por tempos de globalização e de avanço das novas
tecnologias de comunicação.
43. (Uece 2023) Gilberto Freyre afirmava que a sociedade brasileira é embasada nesses dois
extremos: a Casa-Grande e a Senzala. Tais extremos foram sendo constituídos em vários
sentidos sociais de forma contraditória, porém, flexível e plástica. Uma vez que a formação
brasileira não se processou no puro sentido da europeização ao entrar em contato com as
culturas indígena e africana. A formação brasileira, insiste o autor, foi um “processo de
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I. A intolerância religiosa se direciona às antigas religiões dos Orixás devido aos seus mitos e
ritos originários terem sido deturpadores do cristianismo no país.
II. Mesmo atualmente, quando a liberdade de escolha religiosa é garantida pela Constituição
Federal, os membros de religiões de terreiro sofrem repressão.
III. Uma possível explicação para que as religiões afro-brasileiras apareçam subestimadas nos
censos oficiais do Brasil é justamente pela intolerância.
[Falar em gênero é colocar a questão de que] não há natureza, há desde sempre criação
cultural (...) é assumir o poder de escolha para nós humanos, como sujeitos da história. Não é
do além-mundo que os sentidos e destinos serão criados. É da vida na história.
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Como ser pensante, o resultado mais importante desta viagem, para mim, está no
fortalecimento do meu ponto de vista de que a ideia de indivíduo “culturado” (culto) é
simplesmente relativa: o valor de uma pessoa deve ser atribuído pela sua Herzenbildung
(cultura do coração). Esta qualidade está presente ou ausente entre os esquimós tanto quanto
entre nós.
(BOAS, Franz. Diário de viagem de Franz Boas. (23 dez. 1883). IN: CASTRO, Celso (org.)
Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.)
Durante a Segunda Grande Guerra, os alemães utilizavam a Enigma, uma engenhosa máquina
eletromecânica para criptografar mensagens de sua força militar, tornando a comunicação
indecifrável para o Reino Unido e seus aliados.
Alan Turing (1912–1954) foi um matemático e cientista britânico que atuou diretamente na
decodificação da Enigma. Sem sequer desconfiar, o Estado-maior alemão tinha suas
comunicações e estratégias militares decifradas, fato que alterou os rumos da Segunda Grande
Guerra.
Com seu conhecimento e esforço, estima-se que Turing possa ter encurtado a guerra em dois
anos e salvo mais de 14 milhões de vidas. Após a guerra, foi condenado pela Justiça britânica
por manter relações homossexuais e foi submetido à castração química para não ser preso.
Atribui-se a Turing o título de pai da computação e a formalização dos conceitos de algoritmo.
47. (Uel 2023) Alan Turing contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento tecnológico,
resultando na criação de dispositivos eletrônicos como computadores e celulares e,
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48. (Uel 2023) Com base no texto e nos conhecimentos sobre política, poder e ideologia,
considere as afirmativas a seguir.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
Resposta da questão 2:
[E]
A alternativa [A] está incorreta pois não há, na música de Caetano, uma análise crítica aos
limites da modernização tecnológica. “Alegria, Alegria” apresente, mais do que uma crítica, um
retrato da sociedade e suas contradições, que incluem a tecnologia e o atraso.
A alternativa [B] está incorreta pois não podemos afirmar que exista em “Alegria, Alegria” uma
defesa da luta armada, ainda que alguns trechos remetam claramente à resistência diante da
ditadura, como, por exemplo, o verso “caminhando contra o vento”.
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A alternativa [C] está incorreta pois “Alegria, Alegria” não apresenta um conjunto coeso de
mercadorias de consumo. Ao contrário, a música de Caetano apresenta uma série de imagens
e situações que vão das mais simples às mais complexas, das mais populares às mais
eruditas, destacando a convivência de fragmentos diversos em uma mesma realidade viva e
contraditória.
A alternativa [D] está incorreta pois não é possível afirmar que a canção de Caetano apresente
uma crítica à alienação da juventude. “Alegria, Alegria” não adota, aliás, posições binárias, isto
é, não é simplesmente “contra” ou “a favor” de algo. A letra apresenta contradições e posições
diversas, de forma natural e encadeada. Por exemplo, nos versos “o sol nas bancas de
revistas/ me enche de alegria e preguiça/ quem lê tanta notícia/ eu vou” o eu-lírico apresenta
uma atitude ao mesmo tempo positiva e resignada, a preguiça se junta à alegria e as notícias
de jornal são ignoradas ao mesmo tempo em que a caminhada segue (eu vou), ponto que pode
ser interpretado como uma atitude política diante da ditadura então vigente.
Resposta da questão 3:
[D]
Resposta da questão 4:
[C]
A alternativa [A] está incorreta pois ainda que padrões históricos de desigualdade persistam,
não podemos ignorar que diversas conquistas foram feitas. Além disso, o trecho não trata
sobre esse tema diretamente.
A alternativa [B] está incorre pois o trecho reconhece a existência da luta por direitos sociais
feita pelas feministas brancas. O trecho lamenta, no entanto, que essa luta tenha sido feita sem
considerar as intersecções entre gênero, raça e classe.
As alternativas [D] e [E] estão incorretas pois o trecho aponta, justamente, para a inexistências
de interconexões entre os movimentos feminista e negro durante a década de 1960, nos
Estados Unidos. Sendo assim, não trata sobre a influência do movimento feminista nas
mobilizações posteriores de reivindicação de direitos da população negra.
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Resposta da questão 5:
[D]
A alternativa [A] está incorreta pois a black music é anterior aos anos 1960. Por exemplo, o
blues, um dos tipos de black music, é originário do final do século XIX, nos Estado Unidos. Da
mesma forma, a indústria cinematográfica hollywoodiana é anterior à década de 1960, já
possuindo importância na década de 1930, por exemplo.
A alternativa [B] está incorreta pois, ainda que o movimento hippie tenha origem na década de
1960, a tatuagem já era utilizada anteriormente e possuiu, ao longo do tempo, diversos usos e
significados.
A alternativa [C] está incorreta pois a origem das correntes de fast food é anterior à década de
1960. Ainda, não é possível dizer que a cultura da fast food e a Disney sejam fenômenos
exclusivos da cultura jovem.
Resposta da questão 6:
[C]
Resposta da questão 7:
[C]
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Resposta da questão 8:
[D]
A alternativa [A] está incorreta pois as classes sociais, nas sociedades modernas, são
organizadas de acordo com o capitalismo, isto é, de acordo com o poder econômico.
A alternativa [B] está incorreta pois, como o enunciado diz, os partidos se organizam em torno
do poder político que conseguem conquistar e manter, e não em torno do status e das honras
distribuídas.
A alternativa [C] está incorreta pois, considerando a teoria weberiana, a divisão por estamentos
se organiza de acordo com critérios religiosos, morais e tradicionais, e não pela propriedade
privada.
Resposta da questão 9:
[E]
A alternativa [A] está incorreta. Como o enunciado diz, o grupo sul-coreano BTS possui uma
enorme base de fãs que não se restringe a locais/culturas específicas. Assim, não é possível
relacionar o fenômeno aos nacionalismos contemporâneos, uma vez que ele ultrapassa as
barreiras nacionais.
A alternativa [B] está incorreta pois o fenômeno descrito não envolve nenhum tipo de
militarização. Embora o nome da base de fãs do BTS seja “Army”, essa referência é apenas
metafórica.
A alternativa [D] está incorreta pois não é possível afirmar que haja um processo de dominação
cultural exercido pelo oriente sobre o ocidente. Apesar do forte crescimento econômico de
países como China e Coreia do Sul, a cultura ocidental ainda possui uma influência dominante
em escala global, consequência do colonialismo e do imperialismo.
A afirmativa [IV] está incorreta pois parte do falso pressuposto de que a cultura popular possui
menos valor do que a cultura erudita. Essa divisão entre cultura popular e erudita, no entanto, é
socialmente construída e desconsidera, por exemplo, as múltiplas influências que as
expressões culturais intelectuais e populares possuem entre si. Ainda, a maior valorização da
cultura erudita reforça e reproduz preconceitos de raça e classe.
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[B]
A alternativa [A] está incorreta pois segmentação visual semântica é uma tarefa de visão
computacional que envolve a atribuição de rótulos ou categorias a cada pixel em uma imagem,
com o objetivo de segmentar a imagem em regiões semanticamente significativas.
A alternativa [D] está incorreta pois o processamento de linguagem natural é uma área da
inteligência artificial que se concentra na interação entre computadores e a linguagem humana.
Seu objetivo é capacitar os computadores a entender, interpretar, manipular e gerar texto ou
fala de maneira semelhante à forma como os seres humanos o fazem.
A alternativa [A] está incorreta, pois a política de cotas é um tipo de ação afirmativa que
trabalha para a inclusão social.
A alternativa [B] está incorreta. As políticas de ação afirmativa são estratégias objetivas para
combater a desigualdade social e a discriminação. A efetividade dessas ações tem sido
comprovada, por exemplo, com o ingresso cada vez maior de jovens negros e indígenas nas
universidades, a partir da política de cotas.
A alternativa [C] está incorreta. Os movimentos negros e LGBTQIAP+ não estão hiper
representados na sociedade, ao contrário, estes grupos continuam sendo minorias políticas e
os privilégios continuam sendo dos grupos normativos dominantes (héteros, brancos, homens).
A alternativa [D] está incorreta. A expressão “pré-modernista” se refere ao movimento cultural e
artístico do modernismo. O correto seria a utilização da expressão “pré-modernos”.
A afirmativa [II] está incorreta pois o turismo em lugares de fragilidade social não
necessariamente é procura por pessoas com baixo poder aquisitivo. Ao contrário,
frequentemente são os turistas pertencentes às classes mais altas que procuram esse tipo de
destino, como uma forma de entrar em contato com o que lhe é “exótico”.
A afirmativa [III] está incorreta pois esses turistas não são inseridos nos ambientes que visitam
como “locais”, mas sim como turistas. É impossível que eles vivam as mesmas experiências
que os “nativos”, pois carregam suas posições simbólicas e de classe consigo, frequentemente
vivenciando uma realidade completamente diferente das pessoas locais, ainda que no mesmo
ambiente.
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A afirmativa [I] é falsa pois é importante que os projetos pedagógicos de inclusão e igualdade
atinjam toda a comunidade escolar, que envolve não apenas os atores internos, como alunos e
professores, mas também os externos, como as famílias dos alunos e dos funcionários. Dessa
forma, os projetos possuem maior chance de êxito, ampliando seu alcance.
As afirmativas [II] e [IV] estão incorretas pois um dos princípios da inclusão é possibilitar a
socialização de todas as pessoas, independente de possuírem alguma deficiência ou de sua
orientação sexual. Assim, deve ser objetivo da educação que pessoas diferentes convivam
entre si e tenham acesso ao mesmo tipo de experiência escolar. Assim, escolas especializadas
acabam aumentando a exclusão de pessoas com deficiência na sociedade.
A alternativa [A] está incorreta pois a fome e a pobreza são resultados de uma distribuição de
renda profundamente desigual, que faz com que, ainda que os alimentos sejam distribuídos
igualmente nos diversos pontos de comércio, nem todos tenham acesso e poder de compra
suficiente para abastecer os seus lares. Pelo mesmo motivo, a alternativa [C] está incorreta.
Numa realidade de grande desigualdade social, a fome e a pobreza não são escolhas
individuais, mas sim condições externas e estruturais que se impõe sobre os indivíduos.
A alternativa [D] está incorreta pois a desigualdade social, causa da fome e da pobreza, não é
um fenômeno natural, mas sim resultado da distribuição dos meios de produção no capitalismo.
A alternativa [A] está incorreta pois, a partir dos dados apresentados, podemos concluir que a
situação das mulheres negras é pior do que a dos homens negros. Por exemplo, a taxa de
desemprego entre as mulheres negras é muito maior do que entre os homens negros.
A alternativa [C] está incorreta pois, o que os dados mostram, é que preconceitos de gênero e
raça ainda atuam de forma estrutural em nossa sociedade, fazendo com que mulheres negras
tenham menos oportunidades e condições de sucesso no trabalho, além de serem,
frequentemente, menos remuneradas.
A alternativa [D] está incorreta pois os dados mostram que a taxa de homens negros
empregados informalmente é maior do que a de mulheres negras.
A alternativa [A] está incorreta pois, ainda hoje, os espaços sociais, como as escolas, são,
majoritariamente, pautados a partir da heteronormatividade. Lugares como igrejas, especialmente,
apresentam visões conservadoras e altamente heteronormativa. Essa realidade acaba sendo
profundamente excludente.
A alternativa [B] está incorreta pois a vigilância é uma parte importante da manutenção da
heteronormatividade. Essa vigilância está, por exemplo, no modo os jeitos de vestir, andar e brincar das
crianças é constantemente regulado pelos membros da sociedade, verificando sempre se estas
características estão de acordo com o papel de gênero normativo.
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A alternativa [D] está incorreta pois, para as ciências sociais, a sexualidade é também construída
socialmente, isto é, não é um fator natural, biológico, mas sim determinado por múltiplos fatores que vão
desde o contexto histórico até as relações e experiências vivenciadas.
A alternativa [A] está incorreta. O conceito de “imaginação sociológica” foi elaborado por Mills
para se referir a uma atitude investigativa que seria própria do ofício do sociólogo. O conceito
se refere, portanto, ao “fazer” da sociologia, não possuindo relação imediata com o conceito de
gênero.
A alternativa [C] está incorreta pois, como o enunciado demonstra, Mead contribuiu fortemente
para as discussões acerca do conceito de gênero, especialmente elaborando reflexões acerca
dos “papéis de gênero”.
A alternativa [D] está incorreta. As discussões acerca de “gênero” foram fortemente impactadas
pela chamada “segunda onda” do feminismo, que tem início durante a década de 1960, nos
Estados Unidos.
A alternativa [E] está incorreta. A teoria social dos estudos sociológicos costuma dar ênfase
aos aspectos sociais, históricos e relacionais dos fenômenos estudados. Assim, conceitos
como “gênero” são entendidos a partir das relações sociais que o engendram, compreendendo
que não existem aspectos humanos inatos e essenciais.
A alternativa [B] está incorreta pois a transexualidade, assim como outras identidades de
gênero, não depende do incentivo ou não da escola. A perspectiva exposta nessa alternativa
pertence a uma visão conservadora, preconceituosa e desatualizada.
A alternativa [C] está incorreta pois a “falência da família” não está em jogo. A discussão sobre
gênero e sexualidade tem como principal objetivo educar os jovens para a diversidade, a
inclusão e a tolerância. A prevenção de ISTs, por sua vez, é um objetivo da educação sexual
nas escolas.
A alternativa [D] está incorreta pois o debate sobre gênero deve ter como objetivo justamente
que os jovens se sintam livres para manifestarem quem são. A livre expressão é consequência
de um ambiente diverso e tolerante, proporcionado pela educação sexual e pelos debates de
gênero.
A alternativa [A] está incorreta pois “performatividade” é um conceito utilizado por Judith Butler
para enfatizar a ideia de que o gênero não é uma característica natural, mas sim uma
performance, isto é, maneiras de agir e pensar que as pessoas repetem constantemente em
suas interações sociais. Essa performatividade do gênero é aprendida e internalizada desde a
infância por meio de normas, papéis e expectativas sociais.
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A alternativa [D] está incorreta pois a transexualidade é um conceito que se refere a pessoas
que se identificam com um gênero que não corresponde ao seu sexo biológico.
A alternativa [B] está incorreta pois quando comparamos uma mulher com um homem que tem
a mesma escolaridade, a mesma idade, a mesma cor e que está no mesmo setor de atividade,
frequentemente a mulher possui uma renda menor, como mostra o gráfico. O gráfico em
questão não permite, no entanto, que afirmações sobre carga horária sejam feitas, ainda que
saibamos que, nessas circunstâncias, a carga horária enfrentada pelas mulheres é
frequentemente igual ou maior do que a dos homens.
A alternativa [C] está incorreta. A queda do desemprego deveria ser um fator que favorece o
acesso das mulheres ao mercado de trabalho. Se mesmo nesse contexto de aumento do
número de ocupados o acesso das mulheres é dificultado, fatores sociais como a desigualdade
e o machismo estrutural devem ser considerados.
A alternativa [D] está incorreta pois o gráfico não analisa a população desempregada por faixa
etária, mas sim a diferença salarial entre homens e mulheres.
A afirmativa [I] está incorreta pois a canção apresenta, justamente, uma crítica acerca dessa
visão das mulheres como instáveis, tristes, loucas ou más. Essa visão é alimentada pelo
patriarcalismo e as desigualdades estruturais de gênero, questionados pela música.
A alternativa [A] está incorreta pois a “internação” de jovens funciona como uma espécie de
encarceramento, uma punição para atos que infrinjam a lei. Esse tipo de medida está muito
mais relacionado à visão da juventude como “problema/perigo”.
A alternativa [B] está incorreta pois as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) contribuíram
para a criminalização da juventude periférica do Rio de Janeiro, aumentando a violência policial
e institucionalizando a ideia de que moradores da periferia, inclusive os jovens, precisam de
vigilância constante.
A alternativa [A] está incorreta pois, recentemente, houve no debate político brasileiro a
discussão acerca da redução da maioridade penal.
As alternativas [B] e [D] estão incorretas pois, frequentemente, os programas sociais voltados
para a juventude possuem caráter progressista e se afastam da visão dominante acerca da
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A alternativa [A] está incorreta pois a identidade “cearense” se estabelece em relação a outras
identidades que não são cearenses. Assim, não faria sentido afirmar que somos cearenses em
um mundo sociocultural homogêneo, onde haveria apenas um tipo de identidade.
As alternativas [C] e [D] estão incorretas pois a perspectiva expressa no enunciado considera
que identidades e diferenças culturais são mutuamente dependentes e, portanto, não são
referenciadas em si mesmas.
A alternativa [A] está incorreta pois expressa, justamente, uma concepção conservadora e
preconceituosa acerca da família. As famílias possuem composições diversas e todas elas
devem ser reconhecidas e respeitas. Da mesma maneira, a alternativa [B] está incorreta pois
expressa uma concepção conservadora e preconceituosa acerca da sexualidade. Não existe
normalidade em se tratando de relações humanas. As relações sexuais apenas precisam
acontecer de maneira consentida entre adultos, não importando a orientação sexual dos
envolvidos.
A alternativa [C] está incorreta pois expressa um enorme preconceito em relação a pessoas de
orientação sexual não heteronormativa. O desejo por pessoas do mesmo gênero não é um
problema ou doença que precisa ser curado. A sexualidade humana é múltipla e diversa,
devendo ser exercida de forma livre, consciente e saudável da maneira como desejarem os
envolvidos. Ainda, orientação sexual não é escolha ou desvio, não podendo ser alterada ou
corrigida.
A alternativa [A] está incorreta pois, como o enunciado destaca, a formação brasileira não foi
marcada pelo “equilíbrio” na luta étnico-racial. Esta ideia de “equilíbrio” ou “democracia racial” é
um mito que desconsidera a violência e a opressão inerentes ao processo de miscigenação
brasileiro.
A alternativa [B] está incorreta pois Freyre reconhece a importância dessas mulheres no
processo de miscigenação apenas na medida em que foram as responsáveis pela reprodução
inter-racial. Freyre não destaca a enorme resistência que estas mulheres exerceram contra
seus senhores e abusadores.
A alternativa [D] está incorreta pois, como o enunciado demonstra, esse equilíbrio histórico
entre as raças nunca existiu.
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como a classe é experimentada pelos indivíduos. Assim, uma pessoa negra e uma pessoa
branca, ainda que possuam a mesma classe social, enfrentam desafios diferentes e desiguais
ao longo da vida, o que justifica a manutenção das cotas raciais. Apenas a alternativa [A] está
de acordo com essa perspectiva e, portanto, está correta.
Já as alternativas [D] e [E], por exemplo, expressam uma perspectiva oposta à da autora do
texto, pois compreendem que é a posição de classe que determina o acesso à educação de
qualidade, não fazendo sentido que alunos negros de classe social elevada utilizem cotas
raciais. A alternativa [C], por sua vez, vai ainda mais longe, afirmando erroneamente que a
desigualdade racial já teria sido superada no Brasil. Já a alternativa [B] expressa uma
perspectiva meritocrática, segundo a qual nem as desigualdades de raça, nem as de classe,
são determinantes para o sucesso individual.
A primeira afirmativa é falsa pois a ideia da mestiçagem como base da formação brasileira
inclui como raças matrizes não só a branca (portuguesa), mas também a negra e indígena.
A segunda afirmativa é falsa pois há, no Brasil, uma forte presença do racismo, a despeito da
mestiçagem. A ideia de “democracia racial” implica que todas as raças possuem igualdade, o
que é evidentemente falso diante dos dados de discriminação e violência em relação às
populações negras ou indígenas, por exemplo.
A afirmação [III] está incorreta pois Guimarães não concebe a raça como parte da natureza
humana. Ao contrário, o autor destaca como raça é um conceito puramente sociocultural.
A afirmação [IV] está incorreta pois, para Guimarães, a raça só pode ser compreendida dentro
de um contexto histórico-cultural particular, na medida em que se estabelece a partir de
critérios socioculturais e não a partir de critérios naturais.
A alternativa [B] está incorreta, pois o “racismo reverso” não é um argumento analítico, ao
contrário, é a ideia equivocada de que brancos poderiam sofrer racismo, em virtude de sua
posição dominante. Esta ideia desconsidera que o racismo é histórico e estrutural, construído a
partir da dominação branca e perpetuado pelas desigualdades sociais.
A alternativa [C] está incorreta. Florestan Fernandes não é responsável pela elaboração do
conceito de “racismo estrutural”. A origem deste conceito é recente, podendo ser atribuída ao
século XXI.
A alternativa [D] está incorreta. Florestan Fernandes não é responsável por um projeto de
políticas de cotas encaminhado ao governo militar de 1964. As discussões acerca de políticas
de cotas no Brasil são posteriores ao regime militar, ganhando força apenas após a
redemocratização.
A alternativa [E] está incorreta pois Florestan Fernandes não elaborou normativas para criação
de ONGs.
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A alternativa [A] está incorreta pois, sociologicamente, entendemos que a mistiçagem não foi
um processo pacífico ou democrático, mas sim marcado por diversas opressões e violências.
Assim, ainda que a obra retrate um casamento aparentemente feliz, a mestiçagem no Brasil
não foi responsável pelo fim das diferenças e preconceitos entre grupos sociais diversos. Da
mesma forma, a alternativa [D] está incorreta pois a mestiçagem não propiciou a convivência
tolerante entre as pessoas.
A alternativa [B] está incorreta pois não foi a miscigenação que permitiu o ciclo colonial da
borracha na Amazônia. O chamado “ciclo da borracha” foi um período colonial (de 1880 a
1910) marcado pela exploração das seringueiras, na região amazônica.
A alternativa [C] está incorreta pois não podemos afirmar que a miscigenação acabou com a
ancestralidade cultura. Ainda que miscigenados, indivíduos possuem a capacidade de conexão
com suas origens, reconhecendo, cultural e politicamente, as ancestralidades as quais estão
ligados.
A alternativa [A] está incorreta pois o texto explicita como, justamente, as novas mídias sociais
não são limitadas por uma decisão de pauta, como aconteceria na mídia tradicional. Assim, a
mídia tradicional perder o poder de decidir o que será notícia ou não, já que os conteúdos
podem viralizar organicamente na internet.
A alternativa [B] está incorreta pois não é possível afirmar, a partir do texto, que as novas
mídias sociais concorram em pé de igualdade com emissoras consagradas, seja do ponto de
vista de alcance e veiculação, seja do ponto de vista da capitação de recursos.
A alternativa [C] está incorreta. As novas mídias sociais, como o texto exemplifica, já romperam
com as formas convencionais de comunicação. Ainda, conteúdos de caráter sensacionalista
costumam viralizar mais rápido nas redes sociais, por exemplo.
A alternativa [D] está incorreta pois o texto não fala sobre a existência de acordos pré-
estabelecidos entre as novas mídias e as mídias tradicionais. Ao contrário, o texto enfatiza a
competição e as diferenças entre esses dois tipos de mídia.
A alternativa [A] está incorreta pois o conceito de Indústria Cultural descreve o consumo de
massas e a produção de bens culturais no contexto do capitalismo. Assim, esse conceito não
foi aplicado à União Soviética.
A alternativa [B] está incorreta pois o conceito de Indústria Cultural se refere a produção de
bens culturais, tais como músicas, filmes e novelas. O conceito se aplica, portanto, a esfera de
reprodução do capitalismo através do entretenimento, e não à produção industrial de fábricas.
A alternativa [C] está incorreta pois, para Adorno e Horkheimer, a indústria cultural contribui
para a padronização dos bens culturais e, consequentemente, dos gostos e preferências.
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Assim, a produção cultural no contexto das mídias de massa desestimula o pensamento crítico
e criativo, impossibilitando a emancipação.
A alternativa [E] está incorreta pois o conceito de Indústria Cultural descreve uma produção dos
bens culturais que é altamente racionalizada para a obtenção de lucro e reprodução do
capitalismo. Essa racionalização atinge não apenas os conteúdos produzidos, mas também as
técnicas empregadas.
A segunda afirmação é falsa pois, para os teóricos da Escola de Frankfurt, a cultura das
classes subalternas não é verdadeiramente veiculada pelos meios de massa. Isto é, a Indústria
Cultural, quando aborda a cultura popular, o faz a partir da perspectiva das classes
dominantes, reforçando e reproduzindo narrativas alienantes e acríticas.
A terceira afirmação é falsa pois a Indústria Cultural, isto é, a produção de bens culturais e de
entretenimento no contexto das mídias de massa do capitalismo, tem como objetivo a
reprodução das desigualdades e a perpetuação do poder das classes dominantes.
A afirmativa [II] está incorreta pois, ainda que a ideia de que os indígenas sejam preguiçosos
esteja presente no imaginário coletivo preconceituoso, não é possível dizer que o Estado não
reconheça formalmente o contrário. Ainda, como enunciado menciona, a luta dos povos
indígenas se concentra, majoritariamente, na busca pela garantir de direitos, seja em relação
aos seus territórios, seja no reconhecimento de sua cidadania.
A afirmativa [III] está incorreta pois o motivo do sofrimento dos povos indígenas não é a
inclusão na modernidade, mas sim o preconceito que acompanha essa inclusão. Isto é, por si
só, a aquisição de hábitos culturais modernos não representa uma ameaça para os povos
indígenas.
A alternativa [A] está incorreta pois, ainda que a guerra entre Rússia e Ucrânia agrave a
situação global de abastecimento alimentar, a fome e as crises de desabastecimento são
frequentes e anteriores ao conflito no leste europeu.
A alternativa [B] está incorreta pois as crises de abastecimento e fome são anunciadas por
diversos pesquisadores e agências públicas há anos. Ainda, essas crises são inerentes ao
sistema capitalista. Portanto, não é possível dizer que elas sejam “inesperadas”.
As alternativas [C] e [E] estão incorretas pois as causas das crises de abastecimentos estão na
própria estrutura produtiva do capitalismo, que ao privilegiar o lucro, promove um modelo de
consumo baseado no desperdício e na superprodução. Além disso, a concentração de terras e
recursos nas mãos de poucos grandes proprietários agrícolas ou empresas agroindustriais cria
disparidades no acesso aos meios de produção e aos alimentos.
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[C]
A alternativa [A] está incorreta pois, em comparação com regiões que foram colonizadas como
a África e a América Latina, a União Europeia não possui muitos conflitos étnico-nacionais.
Seguindo a perspectiva de Guiddens, isso se deve ao fato de os Estados nacionais, nessa
região, terem se formado sem a interferência da dominação de outras culturas, como ocorre no
processo de colonização.
A alternativa [B] está incorreta pois o texto do enunciado destaca os conflitos étnico-nacionais
enfrentados pelo continente africano, e não pelo asiático.
A alternativa [D] está incorreta pois as ideias nacionalistas contribuem para a formação dos
Estados-nações dos países colonizados. O que o texto destaca, no entanto, é que esse
nacionalismo enfrenta divisões e conflitos políticos resultantes da dominação imperialista que
dividiu, arbitrariamente, essas populações.
Apenas a afirmativa [I] está incorreta pois o conceito de homofobia, ainda que tenha sua
origem nos anos 1960 nos Estados Unidos, não se restringe, atualmente, ao mundo ocidental.
Ainda, a origem do conceito não justifica as atitudes e declarações do governo do Catar.
A alternativa [C] está incorreta pois o debate acerca da interseccionalidade foi inicialmente
desenvolvido pelo movimento feminista negro e, apenas depois, incorporado por outros
movimentos sociais como o LGBTQIA+.
A alternativa [D] está incorreta pois a ideia de interseccionalidade é utilizada por muitos dos
“novos movimentos sociais”, que são especialmente aqueles organizados em torno de pautas
identitárias contemporâneas. Ainda, a noção de interseccionalidade critica, justamente, a ideia
de que a opressão de classe seja mais importante ou anterior às opressões de raça e gênero.
A alternativa [E] está incorreta pois a noção de interseccionalidade foi proposta pelo movimento
negro justamente para compreender que as vivências de mulheres brancas e negras são
diferentes e essa diferença precisa ser considerada.
A afirmativa [II] está incorreta pois, como o enunciado deixa claro, o marco temporal é uma
proposta que não só fere os direitos dos povos originários, como também intensifica os
conflitos entre povos indígenas e grandes latifundiários. Ainda, a consolidação dessa proposta
implicaria em uma vitória dos latifundiários e incentivaria um escalonamento da violência
desses grandes proprietários de terras ao ocuparem terras indígenas.
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A afirmativa [V] está incorreta pois o Marco Temporal é, por enquanto, uma tese. Portanto, não
está incorporado à Constituição. Ainda, como o enunciado demonstra, o Artigo 231 da
Constituição de 1988 garante aos povos indígenas o direito originário de suas terras, tese
oposta ao marco temporal.
Apenas as afirmativas [I] e [II] são verdadeiras e, portanto, apenas a alternativa [A] está
correta.
A afirmativa [III] é falsa pois, justamente por não se limitarem ou se basearem em condições
físicas e geográficas, as novas relações sociais formadas pelo mundo interconectado não
fomentam a aproximação local.
A afirmativa [IV] é falsa pois, a partir do enunciado, não se pode deduzir que comunhão,
coletivismo, união e solidariedade são valores produzidos pelos tempos de globalização. Ao
contrário, pode-se supor que o distanciamento em relação à realidade local e a manutenção de
relações apenas virtuais produza indivíduos menos solidários e mais isolados.
Apenas a alternativa [C] está correta. Embora Gilberto Freyre nunca tenha utilizado a
expressão “democracia racial”, seus escritos contribuíram para a formação dessa ideia de que
a miscigenação, no Brasil, teria gerado uma sociedade de harmonia e equilíbrio entre raças.
A alternativa [A] está incorreta pois Gilberto Freyre não esteve associado ao abolicionismo
libertário, que é uma corrente de pensamento político e social que busca a abolição de todas
as formas de opressão, incluindo a escravidão, o Estado e outras estruturas hierárquicas que
limitam a liberdade individual e coletiva. Essa abordagem enfatiza a autonomia, a autogestão e
a solidariedade como princípios fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa
e igualitária.
A alternativa [B] está incorreta pois o intelectual que elabora o conceito de “cordialidade
brasileira” é Sérgio Buarque de Holanda, em “Raízes do Brasil”. O conceito de cordialidade
refere-se a uma forma de interação social marcada por relações pessoais e hierarquias
informais em que, frequentemente, as fronteiras entre as esferas públicas e privadas são
nubladas.
A alternativa [D] está incorreta pois racismo estrutural expressa a compreensão de que as
desigualdades e discriminações raciais estão enraizadas nas estruturas e instituições sociais,
econômicas e políticas, não se restringindo aos comportamentos e atitudes individuais. Essa
perspectiva não encontra correspondências na obra de Gilberto Freyre, que tende a enfatizar
as relações harmoniosas entre raças diferentes.
As afirmativas [II] e [III] são verdadeiras e, portanto, a única alternativa correta é a [B].
A afirmativa [I] está incorreta pois as religiões de origem africana não deturparam o cristianismo
no Brasil. Ao contrário, foram as concepções cristãs que se dedicaram a perseguir e deturpar
as religiões afro-brasileiras.
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A afirmativa [I] está incorreta pois o conceito de “natureza” pode possuir significados diferentes
para culturas diferentes. Por exemplo, para a cultura ocidental contemporânea, “natureza”
geralmente se refere ao ambiente natural do planeta Terra, isto é, ao ambiente que não é fruto
da criação humana. Assim, há uma oposição entre “natureza” e “sociedade”. Já para os
Yanomami, por exemplo, povo indígena que vive especialmente na região amazônica, a
“natureza” é um ser vivo e consciente, de forma que todos os seres vivos, incluindo plantas,
animais e humanos, possuem um espírito ou alma. Assim, não há, para os Yanomami, uma
oposição clara entre “homem” e “natureza”. Esse é apenas um exemplo da variação da
compreensão de “natureza” entre culturas diferentes, porém contemporâneas. Deve-se manter
em mente que essa variação se apresenta também em tempos históricos diferentes.
Apenas a alternativa [E] está correta. O relativismo cultural pode ser definido como uma
perspectiva segundo a qual cada cultura só pode ser entendida a partir de seus próprios
conceitos, de forma que não existe uma cultura melhor ou mais desenvolvida do que outra.
A alternativa [A] está incorreta pois o termo “cultura de massa” refere-se à produção cultural no
contexto das mídias de massa, em que os bens culturais são produzidos de maneira
padronizada e consumidos por milhares de pessoas, visando o lucro e a alienação.
As alternativas [B] e [C] estão incorretas pois os conceitos de “cultura popular” e “cultura
erudita” referem-se a uma divisão entre os bens culturais produzidos por acadêmicos e
intelectuais e os bens culturais produzidos pelas tradições e práticas do povo.
A alternativa [D] está incorreta pois o etnocentrismo pode ser definido como uma perspectiva
segundo a qual uma cultura é superior a outra. O etnocentrismo europeu, por exemplo,
fundamentou a dominação de povos colonizados com base no pressuposto de que a cultura
europeia, por ser “mais evoluída”, deveria conduzir o progresso das demais.
A afirmativa [IV] está incorreta pois o acesso à tecnologia não ocorre de forma igualitária no
Brasil. Por exemplo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
2019, enquanto mais de 90% das pessoas com renda familiar acima de 10 salários mínimos
tinham acesso à internet em casa, apenas 41% das pessoas com renda de até 1 salário
mínimo tinham o mesmo acesso.
A afirmativa [I] está incorreta pois, no geral, podemos dizer que houve um fortalecimento
progressivo do conceito de nação nas sociedades ocidentais desde a modernidade. Esse
fortalecimento foi impulsionado por diversos fatores, tais como o surgimento do Estado
moderno, o nacionalismo, o desenvolvimento econômico e a consolidação do sistema
democrático. Além disso, em contextos de guerra, o nacionalismo tende a ser exacerbado,
implicando num fortalecimento ainda maior da ideia de nação.
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foi utilizado para justificar a dominação e exploração de outros povos e territórios, e não para
valorizar outras culturas.
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