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(ENEM 2014) O índio era o único elemento então disponível para ajudar o colonizador como

agricultor, pescador, guia, conhecedor da natureza tropical e, para tudo isso, deveria ser tratado como
gente, ter reconhecidas sua inocência e alma na medida do possível. A discussão religiosa e jurídica
em torno dos limites da liberdade dos índios se confundiu com uma disputa entre jesuítas e colonos.
Os padres se apresentavam como defensores da liberdade, enfrentando a cobiça desenfreada dos
colonos.
CALDEIRA, J. A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34, 1999 (adaptado).

Entre os séculos XVI e XVIII, os jesuítas buscaram a conversão dos indígenas ao catolicismo. Essa
aproximação dos jesuítas em relação ao mundo indígena foi mediada pela
a) demarcação do território indígena.
b) manutenção da organização familiar.
c) valorização dos líderes religiosos indígenas.
d) preservação do costume das moradias coletivas.
e) comunicação pela língua geral baseada no tupi.

(ENEM 2014) Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é
um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua
peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer que seria
coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem
empreender suas viagens.
J. P. T. Histoire de plusieurs voyages aventureux. 1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300·1800. São Paulo:
Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um
sentimento de
a) gosto pela aventura.
b) fascínio pelo fantástico.
c) temor do desconhecido.
d) interesse pela natureza.
e) purgação dos pecados.

(ENEM 2014)
A charge, datada de 1910, ao retratar a implantação da rede telefônica no Brasil, indica que esta:
a) permitiria aos índios se apropriarem da telefonia móvel.
b) ampliaria o contato entre a diversidade de povos indígenas.
c) faria a comunicação sem ruídos entre grupos sociais distintos.
d) restringiria a sua área de atendimento aos estados do norte do país.
e) possibilitaria a integração das diferentes regiões do território nacional.

(ENEM 2016)
TEXTO I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis” ou
“gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as
referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos
“negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil a Construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.) Viagem
incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo Senac, 2000 (adaptado).

TEXTO II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus.
Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o
indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por
denominar da mesma forma povos tão dispares quanto os tupinambás e os astecas.
SILVA, K. W.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.

Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o
período analisado, são reveladoras da
a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.
b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.
c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.
d) transposição direta das Categorias originadas no imaginário medieval.
e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.

(ENEM 2019)

“Nossa cultura não cabe nos seus museus”.

TOLENTINO, A. B. Patrimônio cultural e discursos museológicos. Midas, n. 6, 2016.

Produzida no Chile, no final da década de 1970, a imagem expressa um conflito entre culturas e sua
presença em museus decorrente da:
a) valorização do mercado das obras de arte.
b) definição dos critérios de criação de acervos.
c) ampliação da rede de instituições de memória.
d) burocratização do acesso dos espaços expositivos.
e) fragmentação dos territórios das comunidades representadas.
(ENEM 2021) O protagonismo indígena vem optando por uma estratégia de “des-invisibilização”,
valendo-se da dinâmica das novas tecnologias. Em outubro de 2012, após receberem uma liminar
lhes negando o direito a permanecer em suas terras, os Guarani de Pyelito Kue divulgaram uma carta
na qual se dispunham a morrer, mas não a sair de suas terras. Essse fato foi amplamente divulgado,
gerando uma grande mobilização na internet, que levou milhares de pessoas a escolherem seu lado,
divulgando a hashtag “#somostodosGuarani-Kaiowá” ou acrescentando o sobrenome Guarani-
Kaiowá a seus nomes nos perfis das principais redes sociais.
CAPIBERIBE, A.; BONILLA, O. A ocupação do Congresso: contra o que lutam os índios? Estudos Avançados, n. 83, 2015
(adaptado).

A estratégia comunicativa adotada pelos indígenas, no contexto em pauta, teve por efeito
a) enfraquecer as formas de militância política.
b) abalar a identidade de povos tradicionais.
c) inserir as comunidades no mercado global.
d) distanciar os grupos de culturas locais.
e) angariar o apoio de segmentos étnicos externos.

(ENEM 2021) De um lado, ancorados pela prática médica europeia, por outro, pela terapêutica
indígena, com seu amplo uso da flora nativa, os jesuítas foram os reais iniciadores do exercício de
uma medicina híbrida que se tornou marca do Brasil colonial. Alguns religiosos vinham de Portugal
já versados nas artes de curar, mas a maioria aprendeu na prática diária as funções que deveriam ser
atribuídas a um físico, cirurgião, barbeiro ou boticário.
Gurgel, C. Doenças e curas: o Brasil nos primeiros séculos. São Paulo: Contexto, 2010 (adaptado).

Conforme o texto, o que caracteriza a construção da prática medicinal descrita é a


a) adoção de rituais místicos.
b) rejeição dos dogmas cristãos.
c) superação da tradição popular.
d) imposição da farmacologia nativa.
e) conjugação de saberes empíricos.

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