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O livre-arbítrio consiste no direito de podermos tomar as nossas

próprias decisões, ou seja, termos a capacidade de decidir


livremente. Portanto, se puder agir ou fazer algo por escolha
minha estando livre e consciente ao fazê-lo, posso dizer que
tenho livre - -arbítrio.
Já com determinismo, a ciência moderna afirma que todos os
acontecimentos no universo estão determinados, pudendo eles
ser influenciados por acontecimentos passados ou leis da
natureza. Se a ação humana pertence ao universo, também ela
está determinada.

O problema do livre-arbítrio é um dos mais antigos da Filosofia


tendo uma grande importância e impacto, pois a sociedade é
influenciada. Por exemplo, se o livre-arbítrio não existir, não faz
sentido alguém ser preso por homicídio, pois o seu ato não foi
livre, mas sim determinado ou por leis da natureza ou por
acontecimentos passados. Se todas as nossas ações estão
determinadas não existe livre-arbítrio, mas mesmo assim ainda
resta a hipótese de juntar a tese do Libertismo e a tese do
Determinismo Radical obtendo assim o determinismo moderado,
sendo a tese que irei defender neste ensaio.

O determinismo moderado é uma tese compatível (sendo


também a única) entre as perguntas “Está tudo determinado?” e
“Temos livre-arbítrio?” na qual, em ambas, responde que sim.
Para o determinismo moderado, somos livres quando as nossas
ações são determinadas, mas não forçadas. Somos livres
quando as nossas ações se baseiam nos nossos próprios desejos
e crenças sem que sejamos forçados, interna ou externamente,
a realizá-las.
Neste ensaio é defendido que nem o libertismo, que defende que
algumas das ações do ser humano são livres, não estando
causalmente determinadas, nem o determinismo radical que é a
hipótese de que não há livre-arbítrio porque todos os
acontecimentos são efeitos de causas anteriores são as teses
mais convincentes, mas sim o determinismo moderado. O meu
argumento principal a favor da tese de que o determinismo e o
livre-arbítrio são compatíveis é o seguinte:

(1)Se o determinismo é verdadeiro, então o agente tem


controlo sobre as suas ações.
(2) Se o agente tem controlo sobre as suas ações, então
possui livre-arbítrio.
(3) Logo, se o determinismo é verdadeiro, então existe livre-
arbítrio.

Seria errado dizer que todas as causas são impedimentos à


liberdade. É um erro pensar que as ações não são livres
simplesmente porque são determinadas. Na premissa (2), está
enfasado que as nossas ações livres são causadas pelas nossas
crenças e desejos ainda que estes sejam determinados por
acontecimentos anteriores. Se as ações não fossem causadas
pela nossa personalidade e pelos nossos motivos, não
poderíamos ser responsabilizados pelas nossas ações.

A principal crítica ao meu argumento, tem a ver com o


determinismo radical, com a questão da responsabilidade. Esta
teoria defende que nós não somos responsáveis pelas nossas
ações, e que estas são principalmente causadas pelo acaso.
Outra crítica comum a este argumento é o indeterminismo
(alguns acontecimentos não têm causas. limitam-se a acontecer
e nada há no estado prévio do mundo que os explique)
Para esta teoria, sobressalta-se questões como a responsabilidade
e o mérito. Segundo esta, todas as ações humanas são
imprevisíveis e acontecem aleatoriamente, logo, uma ação nobre
de alguém não o deve ser considerado porque, segundo
defensores desta teoria, aconteceu por mero acaso.
Refutando esses argumentos, visto de um ponto de vista
determinista moderado, se ambas as objeções/críticas fossem
verdade, nós não seriamos, por exemplo, responsabilizados se
cometêssemos qualquer tipo de crime. Ambos mencionam que as
nossas ações são a acaso, se assim fosse, eu nunca iria ser culpado
pelo crime que cometi pelo simples facto de não ser
responsabilizado pelas minhas ações, nem pela minha escolha de
o ter cometido, logo não devo ser culpado pelo crime. No meu
ponto de vista isso é um absurdo.

A principal razão para aceitar o determinismo moderado é que


ao contrário do liberismo, o determinismo moderado é
consistente com a tese determinista muito bem estabelecida
segundo a qual tudo tem uma causa. Ao contrário do
determinismo radical, é consistente com a ideia de que temos
justificação para considerar as pessoas moralmente responsáveis
pela maior parte das suas ações.

Em suma, os deterministas moderados defendem a sua posição


apelando para todas as evidências a favor do determinismo em
geral e apontando que seus pontos de vista são consistentes
com a prática cotidiana. Quando temos que decidir na nossa
vida diária se as pessoas devem ser responsabilizadas pelo que
fazem, não perguntamos se nossas ações foram causadas, mas
se foram forçadas. Para finalizar, acrescento que, para mim, o
determinismo moderado é o mais correto, mas estou aberta a
mudar de opinião se me apresentam argumentos construtivos.

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